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O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal
de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas
neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta
a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente
Tratamento da Fase Aguda
do Acidente Vascular Cerebral
Academia Brasileira de Neurologia
Elaboração Final: 24 de Julho de 2001
Autoria: Gagliardi RJ, Raffin CN, Fábio SRC
Colaboradores: Bacellar A, Longo AL, Massaro AR, Moro CHC,
André C, Nóvak EM, Dias-Tosta E, Yamamoto FI,
Damiani IT, Maciel Jr JA, Fernandes JG, Vega MG,
Fukujima MM, Lanna MA, Oliveira RMC, Melo-
Souza SE, Novis SAP, Tognola WA
1Acupuntura no Tratamento da Dor Miofascial
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal
de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas
neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta
a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.
Hipertiroidismo
Elaboração Final: 17 de Maio de 2002
Autoria: Carvalho GA, Graf H
Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
2 Hipertiroidismo
DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DAS EVIDÊNCIAS:
Os dados para realização desta diretriz foram coletados da “The National
Academy of Clinical Biochemistry” (NACB), academia oficial da “American
Association of Clinical Chemistry”. Esta diretriz foi elaborada em 1995
e atualizada em 2001, e o trabalho feito em colaboração de diversas
sociedades de tiróide: American Association of Clinical Endocrinologists
(AACE), Asia & Oceania Thyroid Association (AOTA), American Thyroid
Association (ATA), British Thyroid Association (BTA), European Thyroid
Association (ETA) e Latin American Thyroid Society (LATS). O texto foi
adaptado da publicação do título: “Laboratory Medicine Practice
Guidelines: Laboratory Support for the Diagnosis and Monitoring of Thyroid
Disease”1
(D).
GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:
A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência.
B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência.
C: Relatos ou séries de casos.
D: Publicações baseadas em consensos ou opiniões de especialistas.
OBJETIVOS:
Apresentar as principais recomendações de diagnóstico e tratamento
do Hipertiroidismo.
3Hipertiroidismo
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
DIAGNÓSTICO
AVALIAÇÃO HORMONAL
TSH e T4
livre
A medida do TSH e do T4
livre sérico é a abordagem de
escolha2
(B).
TSH/T4
livre
Esta relação pode ser esclarecedora nos casos de interferência
nos ensaios ou outras condições caracterizadas pela discordância
desta relação como: doença não tiroidiana, síndrome de resistên-
cia ao hormônio tiroidiano e presença de anticorpos heterofílicos
(HAMA) ou T4
/T3
auto-anticorpos.
Escolher o método de TSH com sensibilidade funcional =
0,02 mIU/L3
(B).
TSH
É o teste diagnóstico mais sensível para detectar hipertiroi-
dismosubclínico (TSH anormal associado a um T4
livre normal),
desde que o eixo hipotálamo/hipofisário esteja intacto4,5
(B).
• A sensibilidade superior do TSH sérico reflete:
A relação log/linear entre TSH e T4
livre6
(B) e
A sensibilidade hipofisária às alterações do T4
livre, a qual
é determinada geneticamente e de forma individual7
(D).
T4
livre
É a medida mais confiável para avaliar o status tiroidiano nos
2 a 3 primeiros meses do tratamento do hipertiroidismo, pois o
TSH leva este período para se reequilibrar com o status tiroidiano
atual2
(B).
T4
total
Deve ser avaliado quando há discordância nos testes de T4
livre. As concentrações do T4
total são dependentes das
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
4 Hipertiroidismo
proteínastransportadoras, enquanto que a me-
dida do hormôniolivre reflete mais acuradamente
o status tiroidiano8
(C).
T3
total
• Limitações: interpretar T3
juntamente
com T4
livre. Deprivação calórica e do-
ença não tiroidiana freqüentemente
apresentam níveis baixos de T3
total e
livre9
(D).
• Vantagens:
A relação T3
/T4
é útil para definir
etiologia do hipertiroidismo (doença
de Graves x não auto-imune). Na do-
ença de Graves (DG), a relação T3
/
T4
está elevada (>20ng/µg);
Distingüir hipertiroidismo subclínico
(TSH baixo com T4
livre normal) da
toxicose por T3
;
No hipertiroidismo induzido por
amiodarona em que o T3
sérico está
paradoxalmente normal;
No diagnóstico de hipertiroidismo
em áreas com deficiência de iodo;
nesta situação, os níveis de T4
estão
anormalmente baixos;
Monitorar resposta aguda da tireo-
toxicose por DG e para detectar
recorrência do hipertiroidismo após
cessação da droga antitireoidia-
na10
(C).
Tireoglobulina
Útil no diagnóstico de tirotoxicose factícia,
caracterizada pela presença de tireoglobulina não
elevada.
MEDIDA DE ANTICORPOS ANTITIROIDIANOS
Anticorpo antitiroperoxidase (TPOAb)
• Teste mais sensível para detectar doença
tiroidiana autoimune (DTA)11
(B);
• Utilizado para: diagnóstico e fator de risco
para DTA, disfunção tiroidiana na gesta-
ção, pacientes em uso de amiodarona ou
interferon, história de aborto ou hipotiroi-
dismo neonatal;
• Está presente em mais de 85% dos pacien-
tes com doença de Graves.
Anticorpo antitireoglobulina (TgAb)
• Não é necessário dosar TgAb de rotina.
TPOAb negativo com TgAb positivo rara-
mente apresenta disfunção tiroideana12
(B);
• Útil para diagnóstico de DTA em áreas de-
ficientes de iodo.
Anticorpo anti-receptor de TSH (TRAb)
• Para investigar etiologia do hipertiroidismo
quando o diagnóstico não é clinicamente
evidente13
(D);
• Pode ser utilizado em pacientes com
doença de Graves no diagnóstico e no se-
guimento do tratamento. Declínio dos ní-
veis de TRAb é freqüentemente observado
nos pacientes que entram em remissão clí-
nica após tratamento com droga
antitiroidiana, porém um estudo de meta-
análise da relação entre níveis de TRAb e o
risco de recidiva mostrou que 25% dos pa-
cientes foram erroneamente classificados
quando baseados nos níveis de TRAb14
(B);
• Na avaliação da oftalmopatia de Graves
(OG) com eutiroidismo, embora TRAb ne-
gativo não exclua esta condição15
(B);
• Medir TRAb antes do tratamento com
radioiodo pode predizer o risco de OG, há
5Hipertiroidismo
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
piora da OG e aumento dos níveis de
TRAb com este tratamento16,17
(B);
• Dosar TRAb no primeiro e terceiro trimes-
tre em gestantes com história pregressa ou
atual de doença de Graves para avaliar ris-
co de hipertiroidismo neonatal (2% a 10%
quando TRAb materno elevado)18
(D).
TESTES DE TRIAGEM PARA DISFUNÇÃO
TIROIDIANA
Na população geral: não existe consenso
sobre a idade ideal para se iniciar esta avalia-
ção. A Associação Americana de Tireóide, jun-
tamente com a NACB, recomenda triagem
com medição de níveis séricos de TSH, ini-
ciando-se aos 35 anos e repetir a cada cinco
anos19
(B).
TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO
DO HIPERTIROIDISMO
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
• Candidatos para tratamento com drogas
antitiroidianas:
Pacientes com idade > 30 anos20
(B);
Bócio pequeno21
(B);
Severidade dos níveis séricos de T3
(115)= T3
> 300 ng/dl; T3
/T4
> 20;
Níveis elevados de TRAb;
Gestantes e período de amamentação:
seguro com doses de MTZ até 30mg/
dia e de PTU até 600mg/dia, doses
maiores monitorar status tireoidiano do
feto ou neonato22
(B);
Drogas antitiroidianas (DAT): metimazol
(MTZ) ou propiltiouracil (PTU)23
(A);
Dose inicial variável de acordo com in-
tensidade, em geral24
(A): PTU 100mg
8/8 horas ou MTZ 10 a 30mg/dia em
dose única;
Dose de manutenção variável, em geral,
MTZ= 5-10mg/dia e PTU 100-200
mg/dia. Raramente, em casos de resis-
tência às doses padrão, serão necessárias
doses altas de MTZ ou PTU de até 100
mg e 1000mg, respectivamente25
(C);
• Efeitos colaterais:
Ocorrem, em geral, nos primeiros três
meses de tratamento;
Rash cutâneo, febre, artralgia, urticária
(1% a 15%);
Agranulocitose ou granulocitopenia
(0,2% a 0,5%) e mais raramente vas-
culite e hepatite fulminante;
Orientar o paciente a procurar o médico
e descontinuar medicação no caso de: fe-
bre, ou outros sintomas de infecção, uri-
na escura ou icterícia;
Eutiroidismo em geral em 6 a 12 sema-
nas após início da terapia com DAT;
Após iniciar DAT, monitorar a cada 4 a
6 semanas com dosagens de T3
e T4
li-
vre. O TSH permanece suprimido por
vários meses após alcançado o eutiroi-
dismo e portanto sua utilidade nos pri-
meiros meses é bastante limitada26
(B);
Tempo de tratamento com DAT= 1 a 2
anos24
(A);
Remissão da doença ocorre em 40% a
50% com DAT, remissão = eutiroidis-
mo bioquímico durante um ano após a
retirada da medicação;
• Terapia com DAT pré-radioiodo:
A terapia com DAT cursa com normali-
zação mais rápida da função tiroidiana,
porém o tratamento com DAT pré-dose
é bastante controverso27
(B):
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
6 Hipertiroidismo
A descontinuação da DAT leva a um
aumento dos níveis hormonais pré-
dose que persiste até duas semanas após
a dose, porém com níveis séricos me-
nores quando comparados com pa-
cientes que fizeram e não fizeram DAT
pré-dose28
(B);
A DAT pré-dose resulta em radioresis-
tência relativa, havendo necessidade de
doses maiores de radioiodo27
(B).
A terapia com DAT por algumas sema-
nas, ou meses pré-radioiodo, deve ser
considerada em pacientes idosos com
doença cardíaca ou outras doenças se-
veras e em pacientes com tirotoxicose
severa29
(C).
TRATAMENTO COM RADIOIODO
• Indicação/contra-indicação30
(D):
Indicado para tratamento de doença de
Graves e nódulo tóxico (uni ou multino-
dular);
Não indicado: no hipertiroidismo central
e em pacientes com outras causas de
hipertiroidismo que cursam com captação
tiroidiana baixa de radioiodo;
Contra-indicado: na gravidez e amamen-
tação.
• Orientações31
(D):
Pacientes são orientadas a não engravi-
darem por um período de 4 a 6 meses
pós-dose, para atingirem eutiroidismo e
estabilizarem função tiroideana com ou
sem L-T4
;
Pacientes devem seguir dieta restrita em
iodo por um período de 15 dias antes da
dose32
(D);
Pacientes que recebem doses > 7 mCi
recebem instruções por escrito sobre re-
gulamentos a serem seguidos durante
aproximadamente três dias após dose;
O beta-hCG deve ser dosado em todas
as pacientes em idade fértil para excluir
gravidez antes da dose com radioio-
do33
(B).
• Considerações clínicas:
O tratamento com radioiodo, em geral,
é o tratamento de primeira escolha no
hipertiroidismo por doença de Graves e
nódulo tóxico. Deve-se levar em consi-
deração a preferência do médico e do
paciente29
(C);
Terapia com DAT pré-dose: foi aborda-
da anteriormente no item de tratamen-
to medicamentoso;
Pacientes com sintomas de tirotoxicose
podem ser tratados com beta-bloquea-
dores até o radioiodo fazer efeito (3 a 4
semanas). Propranolol 80-160mg/dia ou
atenolol 50-150mg/dia, eventualmente
é necessário usar doses maiores34
(D);
Pacientes com oftalmopatia: iniciar 60-
80mg/dia de prednisona um dia antes
da dose e um mês após a dose reduzir
gradativamente a prednisona. A duração
do tratamento pode variar de 3 a 12 me-
ses, dependendo da resposta clínica e efei-
tos colaterais35
(D).
• Dose de radioiodo:
Não existe um consenso em relação
à dose a ser utilizada. Existem várias
maneiras de selecionar a dose, as prin-
cipais são: a) uma dose ablativa (dose
alta); b) utilização da fórmula padrão
para administração de dose baseada no
tamanho da glândula e na porcen-
tagem de captação de 24h e c)
dosimetria36
(D);
7Hipertiroidismo
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
A preferência é dar uma dose inicial
ablativa, em torno de 15-20 mCi (80 a
200 uCi/gr de tiróide)34
(D). Esta
preferência se deve a alta incidência de
hipotiroidismo com doses mais baixas
(80% após dez anos), a incidência de até
30% de hipertiroidismo persistente e ao
alto custo associado a doses repetidas do
radioiodo;
Nos casos de bócio nodular tóxico, são
necessárias doses maiores devido à dimi-
nuição de captação de I131
pela tireóide.
Doses de 30-200 mCi são utilizadas com
diminuição de 40% a 80% do volume
do bócio. O uso do TSH recombinante
humano pré-dose deve ser considerado
para melhorar captação e efetividade do
radioiodo nos bócios com baixas taxas
de captação de radioiodo37
(C).
• Efeitos colaterais do radioiodo:
Não há relação causa/efeito comprova-
da com o uso de radioiodo e subseqüen-
te desenvolvimento de câncer38
(D);
A fertilidade não é afetada pela
radioiodoterapia.
• Acompanhamento dos pacientes após tera-
pia com radioiodo:
Reavaliar pacientes a cada seis semanas:
clínica e laboratorialmente com dosagens
de T4
livre e T3
, o TSH somente deve ser
utilizado após pelo menos três meses1
(D);
Iniciar terapia com levo-tiroxina quan-
do os níveis séricos dos hormônios tiroi-
dianos estiverem abaixo do normal ou
na metade inferior do limite normal, in-
dependente do TSH39
(B);
Se paciente hipertiroideo, após três meses
observar por mais três meses para avaliar
possibilidade de segunda dose. Uma segun-
da dose três meses após a primeira dose
pode ser considerada se tireotoxicose seve-
ra, níveis elevados de hormônio tiroidiano
e tiróide aumentada de tamanho sem re-
dução de volume pós-dose39
(B);
Nos casos de hipertioidismo discreto, pa-
cientes podem ser tratados com iodo
inorgânico (solução de Lugol 3 gotas/
dia, 8mg iodo/gota) ou DAT em dose
baixa por 6 a 12 meses40
(C).
TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Indicações41
(C):
Gestantes alérgicas ou sem resposta efi-
caz a DAT, cirurgia deve ser realizada
no segundo trimestre da gestação;
Paciente com bócio volumoso;
Pacientes que não aceitam tratamento
com radioiodo e não são candidatos ao
tratamento com DAT.
• Tipo de cirurgia: tireoidectomia sub-
total42
(C):
Mortalidade ≈ 0%;
Hipoparatiroidismo ou lesão do nervo
laríngeo recorrente: 1% a 2%;
Hipotiroidismo ocorre na maioria dos
pacientes após a cirurgia, e em 5% há
recorrência do hipertiroidismo.
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
8 Hipertiroidismo
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9Hipertiroidismo
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Projeto diretrizes hipertiroidismo

  • 1. O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente Tratamento da Fase Aguda do Acidente Vascular Cerebral Academia Brasileira de Neurologia Elaboração Final: 24 de Julho de 2001 Autoria: Gagliardi RJ, Raffin CN, Fábio SRC Colaboradores: Bacellar A, Longo AL, Massaro AR, Moro CHC, André C, Nóvak EM, Dias-Tosta E, Yamamoto FI, Damiani IT, Maciel Jr JA, Fernandes JG, Vega MG, Fukujima MM, Lanna MA, Oliveira RMC, Melo- Souza SE, Novis SAP, Tognola WA 1Acupuntura no Tratamento da Dor Miofascial Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente. Hipertiroidismo Elaboração Final: 17 de Maio de 2002 Autoria: Carvalho GA, Graf H Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
  • 2. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 2 Hipertiroidismo DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DAS EVIDÊNCIAS: Os dados para realização desta diretriz foram coletados da “The National Academy of Clinical Biochemistry” (NACB), academia oficial da “American Association of Clinical Chemistry”. Esta diretriz foi elaborada em 1995 e atualizada em 2001, e o trabalho feito em colaboração de diversas sociedades de tiróide: American Association of Clinical Endocrinologists (AACE), Asia & Oceania Thyroid Association (AOTA), American Thyroid Association (ATA), British Thyroid Association (BTA), European Thyroid Association (ETA) e Latin American Thyroid Society (LATS). O texto foi adaptado da publicação do título: “Laboratory Medicine Practice Guidelines: Laboratory Support for the Diagnosis and Monitoring of Thyroid Disease”1 (D). GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Estudos experimentais e observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais e observacionais de menor consistência. C: Relatos ou séries de casos. D: Publicações baseadas em consensos ou opiniões de especialistas. OBJETIVOS: Apresentar as principais recomendações de diagnóstico e tratamento do Hipertiroidismo.
  • 3. 3Hipertiroidismo Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina DIAGNÓSTICO AVALIAÇÃO HORMONAL TSH e T4 livre A medida do TSH e do T4 livre sérico é a abordagem de escolha2 (B). TSH/T4 livre Esta relação pode ser esclarecedora nos casos de interferência nos ensaios ou outras condições caracterizadas pela discordância desta relação como: doença não tiroidiana, síndrome de resistên- cia ao hormônio tiroidiano e presença de anticorpos heterofílicos (HAMA) ou T4 /T3 auto-anticorpos. Escolher o método de TSH com sensibilidade funcional = 0,02 mIU/L3 (B). TSH É o teste diagnóstico mais sensível para detectar hipertiroi- dismosubclínico (TSH anormal associado a um T4 livre normal), desde que o eixo hipotálamo/hipofisário esteja intacto4,5 (B). • A sensibilidade superior do TSH sérico reflete: A relação log/linear entre TSH e T4 livre6 (B) e A sensibilidade hipofisária às alterações do T4 livre, a qual é determinada geneticamente e de forma individual7 (D). T4 livre É a medida mais confiável para avaliar o status tiroidiano nos 2 a 3 primeiros meses do tratamento do hipertiroidismo, pois o TSH leva este período para se reequilibrar com o status tiroidiano atual2 (B). T4 total Deve ser avaliado quando há discordância nos testes de T4 livre. As concentrações do T4 total são dependentes das
  • 4. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 4 Hipertiroidismo proteínastransportadoras, enquanto que a me- dida do hormôniolivre reflete mais acuradamente o status tiroidiano8 (C). T3 total • Limitações: interpretar T3 juntamente com T4 livre. Deprivação calórica e do- ença não tiroidiana freqüentemente apresentam níveis baixos de T3 total e livre9 (D). • Vantagens: A relação T3 /T4 é útil para definir etiologia do hipertiroidismo (doença de Graves x não auto-imune). Na do- ença de Graves (DG), a relação T3 / T4 está elevada (>20ng/µg); Distingüir hipertiroidismo subclínico (TSH baixo com T4 livre normal) da toxicose por T3 ; No hipertiroidismo induzido por amiodarona em que o T3 sérico está paradoxalmente normal; No diagnóstico de hipertiroidismo em áreas com deficiência de iodo; nesta situação, os níveis de T4 estão anormalmente baixos; Monitorar resposta aguda da tireo- toxicose por DG e para detectar recorrência do hipertiroidismo após cessação da droga antitireoidia- na10 (C). Tireoglobulina Útil no diagnóstico de tirotoxicose factícia, caracterizada pela presença de tireoglobulina não elevada. MEDIDA DE ANTICORPOS ANTITIROIDIANOS Anticorpo antitiroperoxidase (TPOAb) • Teste mais sensível para detectar doença tiroidiana autoimune (DTA)11 (B); • Utilizado para: diagnóstico e fator de risco para DTA, disfunção tiroidiana na gesta- ção, pacientes em uso de amiodarona ou interferon, história de aborto ou hipotiroi- dismo neonatal; • Está presente em mais de 85% dos pacien- tes com doença de Graves. Anticorpo antitireoglobulina (TgAb) • Não é necessário dosar TgAb de rotina. TPOAb negativo com TgAb positivo rara- mente apresenta disfunção tiroideana12 (B); • Útil para diagnóstico de DTA em áreas de- ficientes de iodo. Anticorpo anti-receptor de TSH (TRAb) • Para investigar etiologia do hipertiroidismo quando o diagnóstico não é clinicamente evidente13 (D); • Pode ser utilizado em pacientes com doença de Graves no diagnóstico e no se- guimento do tratamento. Declínio dos ní- veis de TRAb é freqüentemente observado nos pacientes que entram em remissão clí- nica após tratamento com droga antitiroidiana, porém um estudo de meta- análise da relação entre níveis de TRAb e o risco de recidiva mostrou que 25% dos pa- cientes foram erroneamente classificados quando baseados nos níveis de TRAb14 (B); • Na avaliação da oftalmopatia de Graves (OG) com eutiroidismo, embora TRAb ne- gativo não exclua esta condição15 (B); • Medir TRAb antes do tratamento com radioiodo pode predizer o risco de OG, há
  • 5. 5Hipertiroidismo Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina piora da OG e aumento dos níveis de TRAb com este tratamento16,17 (B); • Dosar TRAb no primeiro e terceiro trimes- tre em gestantes com história pregressa ou atual de doença de Graves para avaliar ris- co de hipertiroidismo neonatal (2% a 10% quando TRAb materno elevado)18 (D). TESTES DE TRIAGEM PARA DISFUNÇÃO TIROIDIANA Na população geral: não existe consenso sobre a idade ideal para se iniciar esta avalia- ção. A Associação Americana de Tireóide, jun- tamente com a NACB, recomenda triagem com medição de níveis séricos de TSH, ini- ciando-se aos 35 anos e repetir a cada cinco anos19 (B). TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DO HIPERTIROIDISMO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO • Candidatos para tratamento com drogas antitiroidianas: Pacientes com idade > 30 anos20 (B); Bócio pequeno21 (B); Severidade dos níveis séricos de T3 (115)= T3 > 300 ng/dl; T3 /T4 > 20; Níveis elevados de TRAb; Gestantes e período de amamentação: seguro com doses de MTZ até 30mg/ dia e de PTU até 600mg/dia, doses maiores monitorar status tireoidiano do feto ou neonato22 (B); Drogas antitiroidianas (DAT): metimazol (MTZ) ou propiltiouracil (PTU)23 (A); Dose inicial variável de acordo com in- tensidade, em geral24 (A): PTU 100mg 8/8 horas ou MTZ 10 a 30mg/dia em dose única; Dose de manutenção variável, em geral, MTZ= 5-10mg/dia e PTU 100-200 mg/dia. Raramente, em casos de resis- tência às doses padrão, serão necessárias doses altas de MTZ ou PTU de até 100 mg e 1000mg, respectivamente25 (C); • Efeitos colaterais: Ocorrem, em geral, nos primeiros três meses de tratamento; Rash cutâneo, febre, artralgia, urticária (1% a 15%); Agranulocitose ou granulocitopenia (0,2% a 0,5%) e mais raramente vas- culite e hepatite fulminante; Orientar o paciente a procurar o médico e descontinuar medicação no caso de: fe- bre, ou outros sintomas de infecção, uri- na escura ou icterícia; Eutiroidismo em geral em 6 a 12 sema- nas após início da terapia com DAT; Após iniciar DAT, monitorar a cada 4 a 6 semanas com dosagens de T3 e T4 li- vre. O TSH permanece suprimido por vários meses após alcançado o eutiroi- dismo e portanto sua utilidade nos pri- meiros meses é bastante limitada26 (B); Tempo de tratamento com DAT= 1 a 2 anos24 (A); Remissão da doença ocorre em 40% a 50% com DAT, remissão = eutiroidis- mo bioquímico durante um ano após a retirada da medicação; • Terapia com DAT pré-radioiodo: A terapia com DAT cursa com normali- zação mais rápida da função tiroidiana, porém o tratamento com DAT pré-dose é bastante controverso27 (B):
  • 6. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 6 Hipertiroidismo A descontinuação da DAT leva a um aumento dos níveis hormonais pré- dose que persiste até duas semanas após a dose, porém com níveis séricos me- nores quando comparados com pa- cientes que fizeram e não fizeram DAT pré-dose28 (B); A DAT pré-dose resulta em radioresis- tência relativa, havendo necessidade de doses maiores de radioiodo27 (B). A terapia com DAT por algumas sema- nas, ou meses pré-radioiodo, deve ser considerada em pacientes idosos com doença cardíaca ou outras doenças se- veras e em pacientes com tirotoxicose severa29 (C). TRATAMENTO COM RADIOIODO • Indicação/contra-indicação30 (D): Indicado para tratamento de doença de Graves e nódulo tóxico (uni ou multino- dular); Não indicado: no hipertiroidismo central e em pacientes com outras causas de hipertiroidismo que cursam com captação tiroidiana baixa de radioiodo; Contra-indicado: na gravidez e amamen- tação. • Orientações31 (D): Pacientes são orientadas a não engravi- darem por um período de 4 a 6 meses pós-dose, para atingirem eutiroidismo e estabilizarem função tiroideana com ou sem L-T4 ; Pacientes devem seguir dieta restrita em iodo por um período de 15 dias antes da dose32 (D); Pacientes que recebem doses > 7 mCi recebem instruções por escrito sobre re- gulamentos a serem seguidos durante aproximadamente três dias após dose; O beta-hCG deve ser dosado em todas as pacientes em idade fértil para excluir gravidez antes da dose com radioio- do33 (B). • Considerações clínicas: O tratamento com radioiodo, em geral, é o tratamento de primeira escolha no hipertiroidismo por doença de Graves e nódulo tóxico. Deve-se levar em consi- deração a preferência do médico e do paciente29 (C); Terapia com DAT pré-dose: foi aborda- da anteriormente no item de tratamen- to medicamentoso; Pacientes com sintomas de tirotoxicose podem ser tratados com beta-bloquea- dores até o radioiodo fazer efeito (3 a 4 semanas). Propranolol 80-160mg/dia ou atenolol 50-150mg/dia, eventualmente é necessário usar doses maiores34 (D); Pacientes com oftalmopatia: iniciar 60- 80mg/dia de prednisona um dia antes da dose e um mês após a dose reduzir gradativamente a prednisona. A duração do tratamento pode variar de 3 a 12 me- ses, dependendo da resposta clínica e efei- tos colaterais35 (D). • Dose de radioiodo: Não existe um consenso em relação à dose a ser utilizada. Existem várias maneiras de selecionar a dose, as prin- cipais são: a) uma dose ablativa (dose alta); b) utilização da fórmula padrão para administração de dose baseada no tamanho da glândula e na porcen- tagem de captação de 24h e c) dosimetria36 (D);
  • 7. 7Hipertiroidismo Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina A preferência é dar uma dose inicial ablativa, em torno de 15-20 mCi (80 a 200 uCi/gr de tiróide)34 (D). Esta preferência se deve a alta incidência de hipotiroidismo com doses mais baixas (80% após dez anos), a incidência de até 30% de hipertiroidismo persistente e ao alto custo associado a doses repetidas do radioiodo; Nos casos de bócio nodular tóxico, são necessárias doses maiores devido à dimi- nuição de captação de I131 pela tireóide. Doses de 30-200 mCi são utilizadas com diminuição de 40% a 80% do volume do bócio. O uso do TSH recombinante humano pré-dose deve ser considerado para melhorar captação e efetividade do radioiodo nos bócios com baixas taxas de captação de radioiodo37 (C). • Efeitos colaterais do radioiodo: Não há relação causa/efeito comprova- da com o uso de radioiodo e subseqüen- te desenvolvimento de câncer38 (D); A fertilidade não é afetada pela radioiodoterapia. • Acompanhamento dos pacientes após tera- pia com radioiodo: Reavaliar pacientes a cada seis semanas: clínica e laboratorialmente com dosagens de T4 livre e T3 , o TSH somente deve ser utilizado após pelo menos três meses1 (D); Iniciar terapia com levo-tiroxina quan- do os níveis séricos dos hormônios tiroi- dianos estiverem abaixo do normal ou na metade inferior do limite normal, in- dependente do TSH39 (B); Se paciente hipertiroideo, após três meses observar por mais três meses para avaliar possibilidade de segunda dose. Uma segun- da dose três meses após a primeira dose pode ser considerada se tireotoxicose seve- ra, níveis elevados de hormônio tiroidiano e tiróide aumentada de tamanho sem re- dução de volume pós-dose39 (B); Nos casos de hipertioidismo discreto, pa- cientes podem ser tratados com iodo inorgânico (solução de Lugol 3 gotas/ dia, 8mg iodo/gota) ou DAT em dose baixa por 6 a 12 meses40 (C). TRATAMENTO CIRÚRGICO • Indicações41 (C): Gestantes alérgicas ou sem resposta efi- caz a DAT, cirurgia deve ser realizada no segundo trimestre da gestação; Paciente com bócio volumoso; Pacientes que não aceitam tratamento com radioiodo e não são candidatos ao tratamento com DAT. • Tipo de cirurgia: tireoidectomia sub- total42 (C): Mortalidade ≈ 0%; Hipoparatiroidismo ou lesão do nervo laríngeo recorrente: 1% a 2%; Hipotiroidismo ocorre na maioria dos pacientes após a cirurgia, e em 5% há recorrência do hipertiroidismo.
  • 8. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 8 Hipertiroidismo REFERÊNCIAS 1. Demers LM, Spencer CA, et al. The National Academic Clinical and Biochemestry 2001. Disponível em:URL: www.thyroid.org 2. Wardle CA, Fraser WD, Squire CR. Pitfalls in the use of thyrotropin concentration as a first-line thyroid-function test. Lancet 2001; 357:1013-4. 3. WartofskyL,GlinoerD,SolomonB,Nagataki S, Lagasse R, Nagayama Y, et al. Differences and similarities in the diagnosis and treatment of Graves disease in Europe, Japan and the United States.Thyroid 1991; 1:129-35. 4. Ladenson PW, Singer PA, Ain KB, Bagchi N, Bigos ST, Levy EG, et al. American Thyroid Association guidelines for detection of thyroid dysfunction. Arch Intern Med 2000; 160:1573-5. 5. Canaris GJ, Manowitz NR, Mayor G, Ridfway EC. The Colorado thyroid disease prevalence study. Arch Intern Med 2000; 160:526-34. 6. Spencer CA, LoPresti JS, Patel A, Guttler RB, Eigen A, Shen D, et al. Applications of a new chemiluminometric thyrotropin assay to subnormal measurement. J Clin Endocrinol Metab 1990; 70:453-60. 7. Glinoer D. Pregnancy and iodine. Thyroid 2001; 11:471-81. 8. Sarne DH, Refetoff S, Nelson JC, Linarelli LG. A new inherited abnormality of thyroxine-binding globulin (TBG-San Diego) with decreased affinity for thyroxine and triiodothyronine. J Clin Endocrinol Metab 1989; 68:114-9. 9. Stockigt JR. Free thyroid hormone measurement.Acriticalappraisal.Endocrinol Metab Clin North Am 2001; 30:265-89. 10. Wang R, Nelson JC, Weiss RM, Wilcox RB. Accuracy of free thyroxine measurements across natural ranges of thyroxine binding to serum proteins. Thyroid 2000; 10:31-9. 11. Mariotti S, Caturegli P, Piccolo P, Barbe- sino G, Pinchera A. Antithyroid peroxidase autoantibodies in thyroid diseases. J Clin Endocrinol Metab 1990; 71:661-9. 12. Ericsson UB, Christensen SB, Thorell JI. A high prevalence of thyroglobulin autoanti- bodies in adults with and without thyroid diseaseasmeasuredwithasensitivesolid-phase immunosorbent radioassay. Clin Immunol Immunopathol 1985; 37:154-62. 13. Bech K. Immunological aspects of Graves’ disease and importance of thyroid stimulating immunoglobulins. Acta Endocrinol Suppl (Copenh) 1983; 254:3-38. 14. Feldt-Rasmussen U, Schleusener H, Carayon P. Meta-analysis evaluation of the impact of thyrotropin receptor antibodies on long term remission after medical therapy of Graves’ disease. J Clin Endocrinol Metab 1994; 78:98-102. 15. Gerding MN, van der Meer JW, Broenink M, Bakker O, Wiersinga WM, Prummel
  • 9. 9Hipertiroidismo Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina MF. Association of thyrotropin receptor antibodies with the clinical features of Gra- ves’ ophthalmopathy. Clin Endocrinol 2000; 52:267-71. 16. Bartalena L, Marcocci C, Bogazzi F, Manetti L, Tanda ML, Dell’Unto E, et al. Relation between therapy for hyper- thyroidism and the course of Graves’ ophthalmopathy. N Engl J Med 1998; 338:73-8. 17. Nygaard B, Metcalfe RA, Phipps J, Weetman AP, Hegedus L. Graves’ disease and thyroid- associated ophthalmopathy triggered by 131I treatment of non-toxic goiter. J Endocrinol Invest 1999; 22:481-5. 18. Laurberg P, Nygaard B, Glinoer D, Grussendorf M, Orgiazzi J. Guidelines for TSH-receptor antibody measurements in pregnancy: results of an evidence-based symposium organized by the European Thyroid Association. Eur J Endocrinol 1998; 139:584-6. 19. Danese MD, Powe NR, Sawin CT, Ladenson PW. Screening for mild thyroid failure at periodic health examination: a decision and cost-effectiveness analysis. JAMA 1996; 276:285-91. 20. Schleusner H, Schwander J, Fischer C, Holle R, Holl G, Badenhoop K, et al. Prospective multicentre study on the prediction of relapse after antithyroid drug treatment in patients with Graves‘disease. Acta Endocrinol (Copenh) 1989; 120:689-701. 21. Lauberg P, Buchholtz Hansen PE, Iversen E, Eskjaer Jensen S, Weeke J. Goitre size and outcome of medical treatment of Graves‘disease. Acta Endocrinol (Copenh) 1986; 111:39-43. 22. Torring O, Tallstedt L, Wallin G, Lundell G, Ljunggren JG, Taube A, et al. Graves‘ hyperthyroidism: treatment with antithyroid drugs, surgery, or radioiodine – a prospective randomized study. Thyroid Study Group. J Clin Endocrinol Metab 1996; 81:2986-93. 23. Kallner G, Vitols S, Ljunggren JG. Com- parison of standardized initial doses of two antithyroid drugs in the treatment of Graves disease. J Intern Med 1996; 239:525-9. 24. Reinwein D, Benker G, Lazarus JH, Alexander WD. A prospective randomized trialofantithyroiddrugdoseinGraves‘disease therapy. European Multicenter Study Group onAntithyroidDrugTreatment.JEndocrinol Metab 1993; 76:1516-21. 25. Cooper DS. Propylthiouracil levels in hyperthyroid patients unresponsive to large doses. Evidence of poor patient compliance. Ann Intern Med 1985; 102:328-31. 26. O‘Malley BP, Rosenthal FD, Northover BJ, Jennings PE, Woods KL. Higher than conventional doses of carbimazole in the treatment of thyrotoxicosis. Clin Endocrinol (Oxf) 1988; 29:281-8. 27. AroA,HuttunenJK,LambergBA,Pelkonen R, Ikkala E, Kuusisto A, et al. Comparision of propranolol and carbimazole as adjuncts to iodine-131 therapy of hyperthyroidism. Acta Endocrinol (Copenh) 1981; 96:321-7. 28. Andrade VA, Gross JL, Maia AL. Effect of methimazole pretreatment on serum thyroid
  • 10. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 10 Hipertiroidismo hormone levels after radioactive treatment in Graves‘ hyperthyroidism. J Clin Endocrinol Metab 1999; 84:4012-6. 29. Solomon B, Glinoer D, Lagasse R, Warto- fsky L. Current trends in the management of Graves’ disease. J Clin Endocrinol Metab 1990; 70:1518-24. 30. Singer PA, Cooper DS, Levy EG, Landen- son PW, Braverman LE, Daniels G, et al. Treatment guidelines for patients with hyperthyroidism and hypothyroidism. JAMA 1995; 273:808-12. 31. US Nuclear Regulatory Commission, Office of Nuclear Regulatory Research: Release of patients administered radioactive materials. Washington, DC, US Nuclear Regulatory Commission Regulatory Guide 1997; 8:39. 32. Lakshmanan M, Schaffer A, Robbins J, Reynolds J, Norton J. A simplified low iodine diet in I-131 scanning and therapy of thyroid cancer. Clin Nucl Med 1988; 13:866-8. 33. Stoffer SS, Hamburger JI. Inadvertent 131I therapy for hyperthyroidism in the first trimester of pregnancy. J Nucl Med 1976; 17:146-9. 34. Cooper DS. Treatment of thyrotoxicosis. In: Braverman LE, Utiger RD editors. Werner and Ingbar´s The Thyroid. A Fundamental and Clinical Text, ed 7. Philadelphia: Lippincott-Raven; 1996. p. 708-34. 35. DeGroot LJ. Radioiodine and the immune system. Thyroid 1997; 7:259-64. 36. ShapiroB.Optimizationofradiodinetherapy of thyrotoxicoses: what have we learned after 50 years? J Nucl Med 1993; 34:1638-41. 37. Huysmans DA, Corstens FH, Kloppenberg PW. Long-term follow-up in toxic solitary autonomous thyroid nodules treated with radioactive iodine. J Nucl Med 1991; 32:27-30. 38. Graham GD, Burman KD. Radioiodine treatment of Graves´disease. An assessment of its potential risks. Ann Intern Med 1986; 105:900-5. 39. Uy HL, Reasner CA, Samuels MH. Pattern of recovery of the hypothalamic-pituitary- thyroid axis following radioactive therapy in patients with Graves‘disease. Am J Med 1995; 99:173-9. 40. Schimmel M, Utiger RD. Acute effect of inorganic iodide after 131I therapy for hyperthyroidism. Clin Endocrinol (Oxf) 1977; 6:329-32. 41. ReidDJ.Hyperthyroidismandhypothyroidism complicating the treatment of thyrotoxicoses. Br J Surg 1987; 74:1060-2. 42. Maier WP, Derrick, BM, Marks AD, Channick BJ, Au FC, Caswell HT. Long- term follow-up of patients with Graves‘disease treated by subtotal thyroidectomy. Am J Surg 1984; 147:266-8.