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VIDANA
FAZENDACRIAÇÃO CULTIVO CULTURA CULINÁRIA LAZER
©RAULSPINASSÉ/ED.GLOBO
Interesse dos consumidores por sabores diferentes vem
aumentando a demanda pela fruta da Região Norte
Texto João Mathias
Você conhece
o abiu?
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2. 90 GLOBO RURAL 2018
COMO PLANTAR
©1THINKSTOCK;2RAULSPINASSÉ/ED.GLOBO
©1
P
resente aqui an-
tes da chega-
da dos coloniza-
dores europeus
no século XVI, o
abieiro (Pouteria caimito) é
retratado em várias obras uti-
lizadas como registro de mis-
sionários, naturalistas e via-
jantes que percorreram a
Amazônia nos períodos colo-
nial, imperial e nas primeiras
décadas da República. Bas-
tante cultivado em quintais,
pomares e jardins brasileiros
por muitos anos, sua impor-
tância como produto agrícola
também foi destacada por bo-
tânicos estrangeiros em pas-
sagem pelo país.
Contudo, o abiu passou a
perder espaço no mercado
consumidor a partir de mea-
dos dos anos 1960, período em
que era uma das frutas mais
comuns no Estado do Pará e,
por isso, também ficou conhe-
cido como abiu-do-pará. O
aumento do comércio de fru-
tas de outras regiões do Brasil
e oriundas de diferentes paí-
ses e a falta de pesquisas em
melhoramento genético, con-
trole de pragas e conservação
pós-colheita contribuíram
para reduzir a competitivida-
de do fruto do abieiro, tam-
bém chamado de abiu-agulha
no caso dos tipos com extre-
midade pontiaguda comprida.
Em anos recentes, porém,
a procura pelo abiu tem au-
mentado com o crescimen-
to do interesse pelos sabores
diversificados da fruticultu-
ra nacional. Maduro quando a
casca apresenta-se amarela,
o abiu é dotado de nutrientes
como potássio, cálcio, fósfo-
ro, magnésio e ferro, além de
vitaminas, com destaque pa-
ra a riboflavina. A polpa do-
ce, gelatinosa e translúcida,
que envolve de uma a cinco
sementes lisas, é consumida
somente in natura, pois pos-
sui látex, que coagula rapi-
damente ao ter contato com
o ar e tem um processo veloz
de escurecimento, por causa
da oxidação enzimática.
Pertencente à família Sa-
potaceae, que inclui a plan-
ta do canistel, o abieiro é uma
árvore de pequeno porte, que
pode atingir de 10 a 15 metros
de altura na natureza. Se pro-
pagada por via assexuada (en-
xertia ou estaquia), não ultra-
passa 7 metros em locais com
bastante luz solar, podendo ser
plantado em quintais. O cres-
cimento, no entanto, pode ser
controlado com duas podas
por ano da porção terminal.
A copa do abieiro chega a
8 metros de diâmetro e con-
ta com flores amarelas que
se mantêm abertas por mais
de 24 horas, possibilitando a
polinização por insetos tan-
to de hábitos noturnos quan-
to diurnos. As florações da
fruteira variam de acordo
com a região do plantio, sen-
do três na Amazônia Central,
por exemplo, com picos entre
março e setembro e produção
de frutos em abril, junho e ou-
tubro. Na Amazônia Oriental
brasileira, a frutificação con-
centra-se nos primeiros me-
ses do ano.
*José Edmar Urano de Carvalho é
pesquisador da Embrapa Amazônia
Oriental, Tv. Dr. Enéas Pinheiro, s/no
,
Belém (PA), Caixa Postal 48, CEP 66095-
100, tel. (91) 3204-1000, www.embrapa.
br/fale-conosco
Onde comprar: mudas e sementes
podem ser adquiridas em viveiristas da
região amazônica, colecionadores de
espécies frutíferas da Região Sudeste,
Universidade Estadual Paulista (Campus
de Jaboticabal) e Embrapa Amazônia
Oriental
Mais informações: Abieiro, publicação
da série Frutas Nativas, que pode ser
adquirida pelo site da livraria Funep
(http://livraria.funep.org.br)
392COMOPLANTAR.indd 90 24/05/2018 20:15:32
3. 2018 GLOBO RURAL 91
Mãos à obra
©1
INÍCIO Além de viveiristas,
sobretudo localizados no
Estado do Pará, mudas enxertadas
estão disponíveis até por meio do
comércio eletrônico. Antes de com-
prar, porém, obtenha referências
sobre o estabelecimento, para
garantir uma aquisição segura. O
campus de Jaboticabal da Universi-
dade Estadual Paulista (Unesp)
também fornece garfos, enquanto
a Embrapa Amazônia Oriental,
sementes na época da safra.
AMBIENTE Quente e úmido,
com chuvas distribuídas o ano
todo, é o ideal para o plantio do abiei-
ro, que não suporta geadas. A espé-
cie também se adapta a locais com
temperaturas mais amenas (clima
subtropical). A planta de abiu deve
ser cultivada, contudo, em áreas
com pleno sol, para atingir uma
produção de frutos vigorosa, desde
que não seja submetida a seca.
PROPAGAÇÃO Mais fácil é
por via sexuada, método
bastante utilizado pelos agriculto-
res familiares. Entretanto, para
pomares comerciais, recomenda-
-se a prática da enxertia por garfa-
gem no topo em fenda cheia, com
uso do próprio abieiro como porta-
-enxerto. A estaquia ainda não tem
registros suficientes em larga es-
cala para ser indicada.
PLANTIO Deve ser em terra
firme, com solos profundos e
com boa drenagem o ano inteiro, se
contar com irrigação suplementar.
Caso contrário, dê preferência para
o início do período de chuvas.
Áreas de várzea alta sem inunda-
ções são mais uma alternativa.
Uma dica para reduzir os custos é
cultivar a fruteira em terrenos
antes ocupados com plantas anu-
ais ou semiperenes. Faça o tutora-
mento com estacas de bambu para
que as mudas não tombem com
rajadas de vento.
ESPAÇAMENTOParaplan-
tasoriundas desementes éde
5x5metros,8x8metros ou 14 x6
metros, enquanto paramudas obti-
das porviaassexuadaéde7x5
metros. É importantequeaslinhas
sigam a orientação leste-oeste.Abra
com dragas manuais,enxadões ou
mecanicamentecovas comdimen-
sõesde40x40x40centímetros.
ADUBAÇÃO De, no mínimo, 5
litros de esterco de galinha, ou
10 litros de cama de aviário, mais 200
gramas de superfosfato triplo para
cada cova. O esterco de galinha pode
ser substituído por 2 quilos de torta
de mamona ou 8 litros de esterco de
bovino, que devem estar
fermentados. Em um raio
de cerca de 50 centíme-
tros da planta, aplique
cobertura morta para
diminuir a incidência de
ervas daninhas e impedir
variações bruscas de
temperatura do solo.
PRODUÇÃO
Inicial do abieiro
multiplicado por semen-
tes, aos dois anos de
idade, raramente ultrapassa 2
quilos de frutos por planta. Porém,
a partir do terceiro ano, a produtivi-
dade aumenta para, em média, 15
quilos de abius. No quarto ano, a
frutificação pode chegar a 100
quilos, quantidade que é atingida
somente aos oito anos em frutei-
ras enxertadas. Colha manualmen-
te o abiu quando estiver com 50%
a 70% da casca amarela, para uma
vida pós-colheita mais longa.
RAIO X
SOLO: profundo e com
boa drenagem
CLIMA: quente e úmido
ÁREA MÍNIMA: quando
adulto, ocupa entre 20
e 25 metros quadrados
COLHEITA: após
dois anos do início
do plantio de abieiros
propagados por via
sexuada (semente)
CUSTO: a muda
enxertada tem preço
que varia de R$ 15 a
R$ 20
392COMOPLANTAR.indd 91 24/05/2018 20:15:33
4. 92 GLOBO RURAL 2018
COMO CRIAR
C
arne saborosa
com preço aces-
sível para a maior
parte da popu-
lação é a combi-
nação que faz da tainha (Mu-
gil liza) uma excelente opção
para a piscicultura comer-
cial. Seu baixo valor de mer-
cado, que pode ser visto como
um desestímulo à criação, é
compensado pela boa procura
pelos brasileiros. Além disso,
sem necessidade de grandes
investimentos, a atividade é
favorecida pelo competitivo
custo-benefício que oferece à
produção do peixe.
Ao contrário de outras es-
pécies que apresentam pre-
ço de venda alto, mas deman-
dam elevados recursos para
a engorda, a tainha tem ótimo
desenvolvimento quando vi-
ve em confinamento, exigindo
pouco capital de giro e possi-
bilitando obter resultados lu-
crativos. A tainha ainda tem a
vantagem de ser criada tan-
to em água doce quanto sa-
lobra, ampliando as alternati-
vas de empreendimento para
o produtor.
Na natureza, após passar
seu primeiro ano de vida no
mar, nada até os estuários e
lagoas costeiras – áreas flu-
viais próximas do mar com
água doce e salgada mistu-
radas –, onde permanece por
quatro a seis anos, tornando-
se adulta. A volta ao oceano
ocorre na migração reprodu-
tiva, quando desova cerca de
5 milhões de ovos por fêmea.
Operíododemultiplicação,
quevaideabrilajulho,tam-
béméodegrandeperigopara
atainha.Apescapredatóriaem
buscadeovasdopeixeantes
dafecundação,produtovalori-
zadoempaíseseuropeuseasi-
áticos,vemreduzindooesto-
quenaturaldopescado.Como
temhábitodesedeslocarem
cardume,especialmentepró-
ximoaolitoral,atainhaépresa
fácilparaospescadores.
No Brasil, pode ser en-
contrada do Estado do Ama-
pá até o Paraná. Tem hábitat
nas proximidades dos costões
rochosos e recifes, perto das
Criado em água doce ou salobra, sem exigir grandes gastos,
peixe tem carne muito apreciada e garantia de boa demanda
Texto João Mathias
Tainha
392COMOCRIAR.indd 92 24/05/2018 20:52:26
5. 2018 GLOBO RURAL 93
Mãos à obra
praias de areia e nos mangue-
zais, locais que são fonte das
algas consumidas pelas tai-
nhas. Mas a poluição e outros
aspectos do desenvolvimento
urbano têm degradado essas
áreas de alimentação do pei-
xe, gerando mais uma dificul-
dade para sua sobrevivência.
Em vivieiros, a produção
de tainha pode ser realizada
o ano inteiro, permitindo for-
necimento contínuo de carne
para o comércio sem depen-
der apenas da época de safra.
O uso de tanques escavados
e de tecnologia simples, além
do fácil manejo alimentar, fa-
vorece o cultivo da espécie,
que atinge com 1 ano de idade
o peso de 600 gramas a 1 quilo
para iniciar as vendas.
Da família Mugilidae, a tai-
nha sempre esteve presente
nos pratos dos consumidores
daqui e do mundo. Faz parte
da dieta humana desde o im-
pério romano e é comum na
cozinha do Mediterrâneo. Pei-
xe de corpo alongado, cober-
to por escamas e de coloração
prata-azulado nos flancos,
gosta de se deslocar com ve-
locidade na parte superior das
águas, característica adequa-
da para a pesca esportiva, po-
dendo assim também ser for-
necido vivo para estabeleci-
mentos de pesque-pague.
*Fábio Rosa Sussel é zootecnista,
doutor e pesquisador científico do
Instituto de Pesca de São Paulo – UPD
Pirassununga/Cachoeira de Emas
(SP), tel. (19) 3565-1200, fabio@pesca.
sp.gov.br
Onde adquirir: Laboratório de
Piscicultura Marinha (Lapmar) da
Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), Caixa Postal 476, CEP 88040-
970, Florianópolis (SC), tel. (48) 3721-
4793 / 3721-6386, lapmar@ufsc.br
Mais informações: Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina (Epagri), Rod. Admar Gonzaga,
1347, Itacorubi, Caixa Postal 502, CEP
88034-901, Florianópolis (SC), tel. (48)
3665-5000; e Bruno Scopel, engenheiro
de pesca, tel. (85) 99286-6767,
brscopel@hotmail.com
RAIO X
Criação mínima: 1
milheiro
Custo: R$ 1 é o preço
de cada unidade
Retorno: 1 ano
Reprodução: a partir
dos 3 anos
INÍCIO Alevinos com tama-
nho comercial pesam 2 gra-
mas e são bem resistentes, já se
apresentando tolerantes ao manejo
em viveiros. Adquira o milheiro de
criadores idôneos ou com referên-
cia. Consultar técnicos e especialis-
tas também colabora para ampliar
o conhecimento sobre os cuidados
básicos da criação.
AMBIENTE A tainha tem boa
adaptação em regiões de
clima temperado e tropical, possibili-
tando seu desenvolvimento em todo
o território nacional. No Nordeste,
porém, a atividade pode ser mais
vantajosa, pois a espécie tem cres-
cimento acelerado em águas mais
quentes, apesar de precisar de
baixas temperaturas para a repro-
dução. Embora também possa ser
criado em água doce, os melhores
resultados da atividade têm sido
obtidos na salgada, que, por sua
vez, não exige correções de pH,
dureza e alcalinidade.
TANQUES Não necessitam
de adaptação especial. De di-
ferentes tipos, podem ser escava-
dos com fundo de terra, revestidos
com geomembrana, tanques-redes
ou com sistema de recirculação de
água. Precisam, no entanto, de um
sistema de abastecimento e vazão
de água, com tubulações e mon-
ge. É preciso verificar a viabilidade
da topografia do terreno e a docu-
mentação do empreendimento.
ALIMENTAÇÃO Natural
(adubação orgânica) existente
no viveiro pode ser suficiente para a
engorda da tainha, reduzindo os cus-
tos de produção do peixe, que é pou-
co exigente no consumo de proteína.
Sem ração específica disponível no
mercado, a tainha aceita bem as op-
ções existentes no varejo para outras
espécies aquáticas.
CUIDADOS São necessários em re-
lação ao ataque de predado-
res. O hábito de a tainha nadar
próximo da superfície torna o pei-
xe alvo fácil para a caça de pássaros.
Redes de proteção vendidas em lo-
jas agropecuárias são uma alternati-
va de proteção. Também é importan-
te ter atenção quanto à qualidade da
água. Por isso, assegure a origem do
fornecimento e a manutenção, cujas
técnicas podem ser auxiliadas com
dicas dadas por um profissional ex-
periente em piscicultura.
REPRODUÇÃO Tem início
em períodos diferentes para
machos, os quais são mais precoces
que as fêmeas. No sul do país, ocor-
re entre maio e agosto, variando de
um ano para outro, de acordo com a
temperatura. Mas, como em viveiro
é necessária a indução hormonal, o
processo reprodutivo deve ser rea-
lizado em laboratórios especializa-
dos. Embora exista criação comer-
cial de tainhas na Ásia há mais de
400 anos, o Brasil é pioneiro na re-
produção artificial da espécie.
©THINKSTOCK
392COMOCRIAR.indd 93 24/05/2018 20:52:30
6. NINA HORTA
écozinheira,
escritorae
proprietáriado
bufêGinger.É
autoradoslivros
Nãoésopa(uma
misturasaborosade
crônicasereceitas)
eVamoscomer
94 GLOBO RURAL 2018
TABULEIRO POR NINA HORTA
©ILUSTRAÇÃO:THINKSTOCK
Comidaàsvezesatéumpou-
co perigosa, será que está fresca
debaixodessesol?Podeserperi-
gosa,masraramentemata.Mor-
rer de pastel de feira. Muito difí-
cil. A sensação é tão boa, aquele
vento, a descontração, o cuidado
comoguardanapodepapelpara
não sujar a blusa ou a camisa. O
mesmopastel,emcasa,nalouça
da avó, fica estranho e sem pro-
porção. Na mesa do restauran-
te fino, pior ainda. Grande e mal
acabado,comgostodegordura,é
possívelquevolteparaacozinha.
Desaforo,paga-seoolhodacara
paratermosumpastelãodesses.
E a banana real que os meni-
noslevavamcedoemItapoãpa-
ra te vender e depois com o di-
nheiro no bolso, felizes, subiam
nocoqueiro,lánoalto,entrerisa-
das e gritos finos. No dia em que
aavócompetitivafezopastelem
casa, antes das crianças chega-
rem, foi um pastel triste, mesmo
quecheiodeaçúcarecanela.
O mesmo com o acarajé, a
gordura borbulhando, a boca
vai até se enchendo de água,
já pensamos no recheio, que a
baiana capriche, tão bonita, ali,
com sua bata de renda.
Um saco de pipoca bem feio,
daqueles de carrinho em fren-
te do cinema, não é mais pipoca
que o comprado no shopping? É,
sim. A mão do pipoqueiro, forte,
é a mesma que montou o carri-
nho de manhã, que fez a pipoca
e devolve o troco, unhas maltra-
tadas. E o calor inconfundível de
umcarrinhovelho,meiodescon-
juntado,juntoaoseucorpo,esta-
landoomilho,setransformando,
sóparavocênaquelahoramági-
cadeantesdo filmeprometido.
Ultimamentenãosevêmuito
aquele vendedor de beijus, com
umamatracaeumarodadasor-
te. Você comprava o saquinho
dos beijus e dava uma volta na
rodadosnúmeros.Seganhasse,
não pagava. De onde vinha essa
ideia,damatraca,dosorteio,dos
homens, sempre homens, feios,
mal vestidos e tristes que co-
mandavam o espetáculo? Nun-
ca descobri. Agora foi-se a sor-
te e os beijus são vendidos nos
sinais, crocantes, dentro de um
plástico, um profundo sabor de
infância grudado nas gengivas,
no céu da boca.
Eocarrinhobembrasileirode
beijus e seus acompanhamen-
tos, e o milho assado e a pamo-
nha, o curau no copo de plástico.
Oalto-falantedapamonhaéou-
tro que tenta. A pamonha em si
desmancha o sonho, é pesada e
ruim.Etodoscansadosdesaber,
ecompramosassimmesmo,co-
moqueencantadospelasereia.
EmSãoPaulo,naRuaAugus-
ta, havia a mulher que vendia
maçãseuvascarameladas.Eraa
melhoruvaquejamaisseprovou.
Falem a verdade. Tem gra-
ça um churro no prato, no café
da manhã? Nem pensar, a gra-
ça toda perdida.
Umdiativeaideiadeumcar-
rinho de frutas secas, de no-
zes, amêndoas, amendoins, to-
das frescas, umas doces, ou-
tras salgadas, vendidas em co-
nes de papel colorido. Já estava
quase escolhendo a cor de cada
noz, quando vi que alguém tinha
passadonafrente,roubadoami-
nhaideiaeomundotodocheira-
va doce, enjoado. Nunca experi-
mentei,achoquepordespeito.
Com certeza, as crianças de
hoje vão ter muitas lembranças
de comida de rua pela moda dos
food trucks, vão se lembrar de
sanduíches, comidas veganas,
macarrõesaoluar.Ébom.
Delícias das ruas
C
omida de rua quando consumida
dentro de casa ou no restaurante
mudadegostoedenome.Olugaréo
mais importante. Na praia, num be-
co de uma cidade desconhecida, o coração
se enche de alegria porque você teve um
desejo naquela hora e alguém o satisfez, na
sua frente. Você viu a comida, sentiu o chei-
ro, observou quem a fazia, como se fosse
um homem primitivo de posse de sua caça.
Come-se ali mesmo, na hora, gostoso.
392Tabuleiro.indd 94 25/05/2018 15:30:00
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8. 96 GLOBO RURAL 2018
GLOBO RURAL RESPONDE
©1
Por que ficam pretas
as castanhas do meu
cajueiro?
Sérgio Bessa
via Facebook
A ANTRACNOSE É UMA
doença muito comum
no cultivo de cajueiro
nas regiões centro-sul
e centro-oeste do país.
O problema ocorre so-
bretudo pela incidência
de chuvas nas regiões durante o período de frutificação da planta.
Entre outros sintomas, a enfermidade provoca a necrose dos te-
cidos superficiais das folhas, dos ramos e dos frutos do cajueiro.
O controle pode ser feito com a adoção de pulverizações preven-
tivas, com uso de fungicidas à base de cobre, como, por exemplo,
o oxicloreto de cobre. Também recomenda-se o plantio de clones
resistentes Embrapa 51, BRS 189 e BRS 275.
CONSULTOR: JOSÉ EMILSON CARDOSO, pesquisador do Laboratório de Fitopatologia da Embrapa
Agroindústria Tropical, Rua Dra. Sara Mesquita, 2270, Campus do Pici, CEP 60511-110, Fortaleza (CE), tel. (85)
3391-7357, www.embrapa.br/fale-conosco
Caju
preto
Recuperação de nascente
Gostaria de recuperar uma
nascente que fica em uma
encosta da minha pequena
propriedade. O que devo
plantar em seu entorno
para proteção e aumento de
água? Por perto, há capim-
gordura, alecrim e mata
nativa, composta por canudo-
de-pito, pimenteira e outras
espécies que desconheço.
Elias Junior
Vermelho Novo (MG)
A RECUPERAÇÃO DE UMA
nascente passa obrigatoria-
mente pela restauração de sua
mata ciliar. Para isso, o produtor
pode desde “abandonar” a área,
para que a natureza faça seu
trabalho sozinha, até auxiliar
nesse restabelecimento com
métodos de plantio de espécies
florestais. Caso opte pela inter-
venção, deve-se estar sempre
atento à composição das plan-
tas que vai utilizar, procurando
identificar quais são as nativas
e indicadas para a região. Evite
o uso de produtos químicos pa-
ra controle do mato e cerque o
local para impedir o pisoteio de
animais grandes.
Feijão com
mosca-branca
Existe algum defensivo
orgânico para combater o
ataque de moscas-brancas
em minha plantação de feijão
preto e carioca?
Wender Antonio
via Facebook
NÃO EXISTE PRODUTO ORGÂ-
NICO para o controle da mos-
ca-branca, inseto que trans-
mite vírus ao feijão. O comba-
te da praga deve ser feito com
inseticidas químicos que te-
nham registro no Ministério do
Ambiente, Pecuária e Abaste-
cimento (Mapa). A recomenda-
ção é realizar o plantio de feijão
no início da estação das chu-
vas, entre os meses de outubro
e novembro, para que a mos-
ca-branca não tenha ambien-
te favorável para reduzir a pro-
dução da leguminosa. Assim,
não é indicado o cultivo do ali-
mento no trimestre de janeiro
a março, época em que as po-
pulações da mosca-branca são
muito altas, ao migrarem da
cultura da soja para a do feijão.
CONSULTORA: ELIANE DIAS QUINTELA,
pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, Rodovia
GO-462, Km 12, Fazenda Capivara, Zona Rural,
CP 179, CEP 75375-000, Santo Antônio de Goiás
(GO), www.embrapa.br/fale-conosco
CONSULTOR: EMBRAPA FLORESTAS, Estrada
da Ribeira, km 111, Caixa Postal 319, CEP 83411-
000, Colombo (PR), tel. (41) 3675-5600, www.
embrapa.br/fale-conosco
©2
392GRURESPONDE.indd 96 24/05/2018 20:50:08
9. 2018 GLOBO RURAL 97
©1,4,5ARQUIVOPESSOAL;2E3THINKSTOCK
©3
Bois
briguentos
Como evitar brigas entre os
bois da minha pequena criação
de gado?
José Lima
Quixaba (PE)
É NORMAL VERIFICAR NO re-
banho a ocorrência de certo ní-
vel de agonismo entre bovinos.
Entretanto, essas brigas podem
se intensificar logo que os ma-
chos chegam à maturidade se-
xual, quando atingem cerca de
1 ano e meio de vida. O compor-
tamento antagônico do gado
costuma ser manifestado pa-
ra os bois estabelecerem, ou re-
definirem, a posição hierárqui-
ca deles no grupo. Outro mo-
tivo também é a disputa pelas
fêmeas que estão no cio. Apar-
tar bois de vacas no período da
desmama até o sobreano é uma
alternativa que ajuda a acalmar
os ânimos dos animais. A solu-
ção mais drástica é a castração
dos machos, principalmente dos
que apresentam temperamento
mais agressivo e problemático.
CONSULTOR: HAROLDO PIRES DE QUEIROZ,
zootecnista, analista e difusor de tecnologia da
Embrapa Gado de Corte, Av. Rádio Maia, 830,
Zona Rural, CEP 79106-550, Campo Grande
(MS), tel. (67) 3368-2000, www.embrapa.br/
fale-conosco
AS MEDIDAS NECESSÁRIAS
PARA preparar uma cova onde
será plantado o cajá-manga são
40 x 40 x 40 centímetros. Mistu-
re a terra que retirou com com-
posto orgânico ou 10 litros de es-
terco curtido – material amon-
toado e umedecido durante, pelo
menos, 40 dias, que não ofere-
ça risco de esquentar e queimar
as raízes –, 200 gramas de calcá-
rio e 200 gramas de adubo fosfa-
tado, podendo ser o superfosfato
simples. Retire a muda de cajá-
-manga da embalagem e colo-
que no centro da cova, que será
preenchida com a terra adubada.
Firme bem a muda e mantenha o
nível do torrão com o do solo. Em
seguida, levante a terra em vol-
ta como uma bacia e molhe bem
o plantio.
CONSULTOR: JOSÉ ANTONIO ALBERTO DA SILVA,
pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo
Cova para
cajá-manga
Como se faz cova para plantio
de cajá-manga?
Guilherme Cerqueira Falci
via Facebook
Aveia para
bovino
Posso acrescentar aveia
para moer na hora de fazer a
silagem do milho para mistura
para o gado?
Andrea Moreira Chaves
via Facebook
EM VEZ DE ADICIONAR aveia à
silagem de milho, é melhor que
ela seja fornecida ao gado se-
paradamente na forma de feno
(a partir de plantas cortadas no
estágio de floração plena), grão
moído ou forragem verde, que
tem como características des-
tacadas a precocidade e a boa
capacidade de rebrota. Com al-
to teor de proteína bruta no grão
e nas folhas, a gramínea é uma
ótima forragem e de qualida-
de para bovinos confinados, de-
vendo ser usada como pasta-
gem de inverno na alimentação
dos animais durante os meses
mais frios do ano. Uma opção
também indicada é a utilização
da aveia, que apresenta alta di-
gestibilidade, na produção de si-
lagem pré-secada.
CONSULTOR: PÉRSIO SANDIR, pesquisador
da Embrapa Gado de Leite, Rua Eugênio do
Nascimento, 610, Dom Bosco, CEP 36038-330,
Juiz de Fora (MG), tel. (32) 3311-7400, www.
embrapa.br/fale-conosco
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