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Kauri atrai todos os olhares na praça
Acusado de estupro é
reconhecido no Facebook
NATUREZA III ENCANTAMENTO
Alenita Ramirez
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
alenita.jesus@rac.com.br
Duas árvores imponentes
plantadas na Praça Luis de Ca-
mões, mais conhecida como
Praça da Beneficência Portu-
guesa, no bairro Botafogo, em
Campinas, chamam a aten-
ção dos admiradores da natu-
reza que passam por lá. Trata-
se de um “casal” verde, a Kau-
ri (Agathis robusta), que está
separado por uma distância
de cerca de 50 metros, para
que assim suas copas não se
juntem. Segundo uma mora-
dora de 73 anos, assídua fre-
quentadora do espaço, as ár-
vores estão ali há mais de um
século, desde a época de sua
avó, que já morreu há déca-
das. “Quando eu era pequena,
essas árvores já estavam ‘adul-
tas’, mas não tão altas como
estão hoje. Minha mãe conta-
va que quando ela era peque-
na, brincava perto delas, que
ainda eram baixas”, disse a
idosa que ama observar as ár-
vores. Ambas têm cerca de 30
metros de altura. “Essa árvore
é muito diferente. Nenhum
pássaro senta nela. Sua repro-
dução é um espetáculo. Ocor-
re no final do ano. Aparecem
uns pinhõezinhos. Quando
eles estão maduros, dá um es-
touro tão alto, que até assusta
a gente. Então começa a cair
as sementes. É uma beleza.
Elas caem como se fossem
uma hélice de um helicóptero
e penetram na terra. Se a terra
estiver úmida, alguns dias de-
pois nascem as mudinhas,
que são muito lindas" , con-
tou um taxista de 64 anos,
que trabalha na praça há 13
anos e acompanha diariamen-
te a beleza das árvores.
A moradora aposentada co-
nhece bem o espetáculo da re-
produção das árvores. Afinal,
todo início de ano ela é obriga-
da a colher as mudas que nas-
cem em seus vasos no quintal
e colocá-las em um saco de li-
xo, para serem descartadas,
pois infelizmente não há local
para plantá-las.
O taxista contou que logo
que começou a trabalhar na
praça, uns pesquisadores fo-
ram no local, fizeram um bu-
raco na árvore e tiraram o
miolo para estudarem os
anéis. Pouco tempo depois, os
estudiosos voltaram na praça
e falaram para ele que as árvo-
res tinham 175 anos. "Não per-
guntei de onde eram, mas
eles tamparam o buraco e na-
da aconteceu com as árvores.
Com essa contagem, então tu-
do indica que elas hoje têm
183 anos”, disse o taxista, or-
gulhoso com a informação pri-
vilegiada.
Hoje o “casal” verde não es-
tá mais sozinho na praça. Eles
estão acompanhados por três
“filhinhos” que estão perto de
um exemplar adulto. As
“crianças” já têm mais de 15
metros de altura. Provavel-
mente as plantas têm mais
quatro “filhos” na cidade. O ta-
xista disse que conhece todos
os cantos de Campinas e des-
cobriu que no canteiro entre
as ruas José Paulino e Orosim-
bo Maia, em frente à Secreta-
ria Estadual de Saúde, há qua-
tro delas “adolescentes”. Es-
tão lado a lado, bem pertinho.
“Não sei como foram parar
lá” , comentou.
Especialista
Para a pesquisadora do Nú-
cleo de Estudos e Pesquisas
Ambientais (Nepam) da Uni-
camp, Dionete Santin, as qua-
tro mudas foram plantadas
no canteiro. Segundo ela, tra-
ta-se de uma árvore ornamen-
tal, muito bonita, cujas semen-
tes não voam para muito dis-
tante. “Não estudei essas árvo-
res, mas conheço-as bem.
Lembro que visitava esta pra-
ça em 1985 para observar as
árvores de lá e elas já eram al-
tas. Esta espécie pode chegar
a 50 metros de altura. O inte-
ressante dela é que o tronco é
uniforme, é grosso desde a ba-
se até a altura do início da co-
pa. Além disso, a madeira de-
la é forte e sua casca é lisa”,
disse Dionete, que fez um ma-
peamento de áreas verdes na
cidade.
Sobre a origem da árvore, a
pesquisadora Roseli Buzanelli
Torres, do Instituto Agronômi-
co de Campinas (IAC) expli-
cou que esta espécie “campi-
neira” é originária da Austrá-
lia. De acordo com ela, o pes-
quisador Harri Lorenz a cata-
logou em livro entre as árvo-
res mais exóticas do Brasil. Na
pesquisa, ele apontou que é
uma árvore que se adapta
bem nas regiões Sul e Sudeste
do País. “Essa árvore é uma
araucária. Há cerca de 20 espé-
cies dela, mas há somente a
Agathis robusta cultivada no
Brasil” , disse. “É uma espécie
muito bonita e sua madeira é
muito boa para a marcenaria.
Apesar da raiz não ficar expos-
ta, ela não é indicada para cal-
çada. É adequada para o paisa-
gismo em áreas grandes”, fri-
sou a pesquisadora.
A aposentada de 73 anos
frequentadora da praça mora
na Rua Marechal Deorodo
desde que nasceu. A família
era moradora em frente ao tre-
cho onde estão as árvores exó-
ticas. Segundo ela, houve uma
época em que diversos pesqui-
sadores, inclusive de Ribeirão
Preto, iam lá estudar as árvo-
res. Hoje, ainda elas atraem
leigos e observadores. “Tem
gente que fotografa. Outros fi-
cam só observando por um
bom tempo. Elas chamam a
atenção”, disse.
VINHEDO III VIOLÊNCIA SEXUAL
Jovem é preso pela PM enquanto trabalhava em lava-rápido
As sete munições intactas achadas pelos policiais na mochila do acusado
Um dos exemplares adultos da Agathis robusta na Praça Luis de Camões: aproximadamente 30m de altura
Da Agência Anhanguera
Um homem de 20 anos foi pre-
so na tarde de anteontem, em
Vinhedo, após ser reconhecido
por fotos no Facebook. Rodrigo
Villa é acusado de ter estuprado
uma jovem de 22 anos e agredi-
do uma adolescente de 17. Ele
foi detido por policiais militares
enquanto trabalhava em um la-
va-rápido na Avenida Benedito
Storani, no Centro.
Segundo consta no Boletim
de Ocorrência (BO) registrado
na delegacia, o tio da adolescen-
te pediu ajuda para os policiais
durante um patrulhamento de
rotina no bairro Capela. Ele rela-
tou que a sobrinha foi atacada
por um rapaz quando voltava
sozinha da escola, no último
dia 18 de junho. A agressão te-
ria acontecido no acostamento
da Rodovia Anhanguera
(SP-330), próximo ao Km 78,
sentido Vida Nova I.
Segundo os relatos da jovem,
o suspeito tentou abraçá-la por
trás, derrubando-a no chão, fa-
to que a permitiu fugir até uma
casa próxima, onde pediu socor-
ro. Através das imagens, a meni-
na lembrou que cursou a 5ª sé-
rie do Ensino Fundamental
com o criminoso, na Escola Mu-
nicipal CIC Eduardo Vonzuben,
no Altos do Morumbi, bairro
em que reside. Ao ver as fotos,
os policiais militares informa-
ram que Villa já era conhecido
por outros delitos, entre eles, re-
ceptação, lesões corporais e
apreensão de simulacro.
Ao vistoriar Villa no momen-
to da apreensão, a PM localizou
sete munições intactas calibre
45 em sua mochila. Após condu-
zi-lo a delegacia, outras possí-
veis vítimas foram chamadas.
Uma das pessoas o reconheceu
como o homem que a estuprou
no último dia 03. A mulher con-
tou que, na oportunidade, esta-
va parada em um ponto de ôni-
bus do bairro Santa Rosa, quan-
do foi ameaçada pelo indivíduo
com uma faca em seu pescoço.
Em seguida, ela foi obrigada a
acompanhá-lo a um terreno bal-
dio próximo.
Lá, ele a manteve deitada
por cerca de três horas. Poste-
riormente, ele fugiu sentido a
Rua dos Sabiás, então a jovem
voltou para o estabelecimento
onde trabalha para pedir ajuda.
A PM conseguiu localizar
uma testemunha que presen-
ciou o homem saindo do local
na data indicada, confirmando
seus trajes e a descrição dada
pela vítima no dia. A sua prisão
preventiva foi decretada “tendo
em vista a reiteração delituosa”
do autor.
Na Wikipédia há duas citações
para o Kauri: a Agathis australis
e robusta. A primeira diz que é a
árvore nativa mais famosa da
Nova Zelândia e é considerada
uma das maiores árvores do
mundo, podendo atingir de 40 a
50 metros de altura com
crescimento vertical e caule
cilíndrico. A segunda espécie
cita que é de Papua Nova Guiné
e Queensland, na Austrália, e
que no passado foi muito
explorada, mas sua espécie não
está em extinção.
Exemplares da espécie Agathis robusta estão separados por 50m na Luis de Camões, no Botafogo
Thomaz Marostegan/Especial para a AAN
Árvores têm mais de
100 anos e geraram
“descendentes”
Divulgação
SAIBA MAIS
CORREIO POPULAR A5CIDADES Campinas, segunda-feira, 2 de julho de 2018
A5

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  • 1. Kauri atrai todos os olhares na praça Acusado de estupro é reconhecido no Facebook NATUREZA III ENCANTAMENTO Alenita Ramirez DA AGÊNCIA ANHANGUERA alenita.jesus@rac.com.br Duas árvores imponentes plantadas na Praça Luis de Ca- mões, mais conhecida como Praça da Beneficência Portu- guesa, no bairro Botafogo, em Campinas, chamam a aten- ção dos admiradores da natu- reza que passam por lá. Trata- se de um “casal” verde, a Kau- ri (Agathis robusta), que está separado por uma distância de cerca de 50 metros, para que assim suas copas não se juntem. Segundo uma mora- dora de 73 anos, assídua fre- quentadora do espaço, as ár- vores estão ali há mais de um século, desde a época de sua avó, que já morreu há déca- das. “Quando eu era pequena, essas árvores já estavam ‘adul- tas’, mas não tão altas como estão hoje. Minha mãe conta- va que quando ela era peque- na, brincava perto delas, que ainda eram baixas”, disse a idosa que ama observar as ár- vores. Ambas têm cerca de 30 metros de altura. “Essa árvore é muito diferente. Nenhum pássaro senta nela. Sua repro- dução é um espetáculo. Ocor- re no final do ano. Aparecem uns pinhõezinhos. Quando eles estão maduros, dá um es- touro tão alto, que até assusta a gente. Então começa a cair as sementes. É uma beleza. Elas caem como se fossem uma hélice de um helicóptero e penetram na terra. Se a terra estiver úmida, alguns dias de- pois nascem as mudinhas, que são muito lindas" , con- tou um taxista de 64 anos, que trabalha na praça há 13 anos e acompanha diariamen- te a beleza das árvores. A moradora aposentada co- nhece bem o espetáculo da re- produção das árvores. Afinal, todo início de ano ela é obriga- da a colher as mudas que nas- cem em seus vasos no quintal e colocá-las em um saco de li- xo, para serem descartadas, pois infelizmente não há local para plantá-las. O taxista contou que logo que começou a trabalhar na praça, uns pesquisadores fo- ram no local, fizeram um bu- raco na árvore e tiraram o miolo para estudarem os anéis. Pouco tempo depois, os estudiosos voltaram na praça e falaram para ele que as árvo- res tinham 175 anos. "Não per- guntei de onde eram, mas eles tamparam o buraco e na- da aconteceu com as árvores. Com essa contagem, então tu- do indica que elas hoje têm 183 anos”, disse o taxista, or- gulhoso com a informação pri- vilegiada. Hoje o “casal” verde não es- tá mais sozinho na praça. Eles estão acompanhados por três “filhinhos” que estão perto de um exemplar adulto. As “crianças” já têm mais de 15 metros de altura. Provavel- mente as plantas têm mais quatro “filhos” na cidade. O ta- xista disse que conhece todos os cantos de Campinas e des- cobriu que no canteiro entre as ruas José Paulino e Orosim- bo Maia, em frente à Secreta- ria Estadual de Saúde, há qua- tro delas “adolescentes”. Es- tão lado a lado, bem pertinho. “Não sei como foram parar lá” , comentou. Especialista Para a pesquisadora do Nú- cleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam) da Uni- camp, Dionete Santin, as qua- tro mudas foram plantadas no canteiro. Segundo ela, tra- ta-se de uma árvore ornamen- tal, muito bonita, cujas semen- tes não voam para muito dis- tante. “Não estudei essas árvo- res, mas conheço-as bem. Lembro que visitava esta pra- ça em 1985 para observar as árvores de lá e elas já eram al- tas. Esta espécie pode chegar a 50 metros de altura. O inte- ressante dela é que o tronco é uniforme, é grosso desde a ba- se até a altura do início da co- pa. Além disso, a madeira de- la é forte e sua casca é lisa”, disse Dionete, que fez um ma- peamento de áreas verdes na cidade. Sobre a origem da árvore, a pesquisadora Roseli Buzanelli Torres, do Instituto Agronômi- co de Campinas (IAC) expli- cou que esta espécie “campi- neira” é originária da Austrá- lia. De acordo com ela, o pes- quisador Harri Lorenz a cata- logou em livro entre as árvo- res mais exóticas do Brasil. Na pesquisa, ele apontou que é uma árvore que se adapta bem nas regiões Sul e Sudeste do País. “Essa árvore é uma araucária. Há cerca de 20 espé- cies dela, mas há somente a Agathis robusta cultivada no Brasil” , disse. “É uma espécie muito bonita e sua madeira é muito boa para a marcenaria. Apesar da raiz não ficar expos- ta, ela não é indicada para cal- çada. É adequada para o paisa- gismo em áreas grandes”, fri- sou a pesquisadora. A aposentada de 73 anos frequentadora da praça mora na Rua Marechal Deorodo desde que nasceu. A família era moradora em frente ao tre- cho onde estão as árvores exó- ticas. Segundo ela, houve uma época em que diversos pesqui- sadores, inclusive de Ribeirão Preto, iam lá estudar as árvo- res. Hoje, ainda elas atraem leigos e observadores. “Tem gente que fotografa. Outros fi- cam só observando por um bom tempo. Elas chamam a atenção”, disse. 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A agressão te- ria acontecido no acostamento da Rodovia Anhanguera (SP-330), próximo ao Km 78, sentido Vida Nova I. Segundo os relatos da jovem, o suspeito tentou abraçá-la por trás, derrubando-a no chão, fa- to que a permitiu fugir até uma casa próxima, onde pediu socor- ro. Através das imagens, a meni- na lembrou que cursou a 5ª sé- rie do Ensino Fundamental com o criminoso, na Escola Mu- nicipal CIC Eduardo Vonzuben, no Altos do Morumbi, bairro em que reside. Ao ver as fotos, os policiais militares informa- ram que Villa já era conhecido por outros delitos, entre eles, re- ceptação, lesões corporais e apreensão de simulacro. Ao vistoriar Villa no momen- to da apreensão, a PM localizou sete munições intactas calibre 45 em sua mochila. Após condu- zi-lo a delegacia, outras possí- veis vítimas foram chamadas. Uma das pessoas o reconheceu como o homem que a estuprou no último dia 03. A mulher con- tou que, na oportunidade, esta- va parada em um ponto de ôni- bus do bairro Santa Rosa, quan- do foi ameaçada pelo indivíduo com uma faca em seu pescoço. Em seguida, ela foi obrigada a acompanhá-lo a um terreno bal- dio próximo. Lá, ele a manteve deitada por cerca de três horas. Poste- riormente, ele fugiu sentido a Rua dos Sabiás, então a jovem voltou para o estabelecimento onde trabalha para pedir ajuda. A PM conseguiu localizar uma testemunha que presen- ciou o homem saindo do local na data indicada, confirmando seus trajes e a descrição dada pela vítima no dia. A sua prisão preventiva foi decretada “tendo em vista a reiteração delituosa” do autor. Na Wikipédia há duas citações para o Kauri: a Agathis australis e robusta. A primeira diz que é a árvore nativa mais famosa da Nova Zelândia e é considerada uma das maiores árvores do mundo, podendo atingir de 40 a 50 metros de altura com crescimento vertical e caule cilíndrico. A segunda espécie cita que é de Papua Nova Guiné e Queensland, na Austrália, e que no passado foi muito explorada, mas sua espécie não está em extinção. Exemplares da espécie Agathis robusta estão separados por 50m na Luis de Camões, no Botafogo Thomaz Marostegan/Especial para a AAN Árvores têm mais de 100 anos e geraram “descendentes” Divulgação SAIBA MAIS CORREIO POPULAR A5CIDADES Campinas, segunda-feira, 2 de julho de 2018 A5