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LEVANTAMENTO DE REPERTÓRIO EM ADOLESCENTES COM
DEFICIÊNCIA VISUAL PARA O ENSINO DE FRAÇÕES
Ailton Barcelos Da Costa
Maria Stella C. de Alcântara Gil
UFSCar - Programa de Pós-Graduação em Educação Especial - SP - CAPES
Eixo: Deficiência Visual
Comunicação Oral
Resumo: Este trabalho teve por objetivo identificar o repertório requisito para o
ensino-aprendizagem de frações por dois adolescentes com deficiência visual.
Contou com a participação de uma aluna, de 19 anos, com cegueira e um
aluno, de 15 anos, com baixa visão, ambos de uma escola pública, de uma
cidade de médio porte do interior do estado de São Paulo. Foram propostas
tarefas de identificação de identidade e diferença bem como de metade e terço
de quantidades discretas e contínuas Os participantes responderam
corretamente todas as tarefas que investigaram os conceitos de igualdade,
diferença e metade em quantidades contínuas e descontínuas, mas tiveram
dificuldades na identificação de terço.
Palavras-Chave: deficiência visual, conceito de fração, ensino de Matemática.
1. Introdução e Referencial
A expressão “deficiência visual” usualmente abrange a redução ou
ausência de visão, agrupando os déficits sensoriais que reduzem ou impedem
o acesso e o processamento da informação. Alguns parâmetros são mais
frequentemente empregados na definição de quais são as pessoas
consideradas com deficiência visual. Dependendo da finalidade da
identificação, são empregados um ou mais parâmetros contidos na legislação
que regulamenta benefícios, direitos e deveres, tanto das pessoas com
deficiência quanto das instituições que as acolhem, tal como previsto pelo
Decreto no
5.296, de 2 de Dezembro de 2004, no qual se define que a
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11612
acuidade visual na cegueira é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a
melhor correção óptica e na baixa visão permanece entre 0,3 e 0,05 no melhor
olho, com a melhor correção óptica; as medidas de campo visual devem ter
uma somatória igual ou menor que 60°, em ambos os olhos, e pode considerar
a simultaneidade ou não da ocorrência de quaisquer das condições anteriores.
Do ponto de vista médico, na Classificação Internacional de Doenças
(CID – 10) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2007), a definição de visão
subnormal ou baixa visão considera que a acuidade visual corrigida no melhor
olho, é menor do que 0,3 e maior do que 0,05, ou o campo visual é menor do
que 20 graus no melhor olho com a melhor correção óptica. A definição de
cegueira é dada quando esses valores encontram-se abaixo de 0,05 ou o
campo visual menor do que 10 graus.
Na perspectiva educacional, de acordo com Barraga (1985), a definição
de pessoas com baixa visão compreende aquelas que possuem resíduo visual
que lhes permitem ler textos impressos em tinta, desde que recorrendo a
recursos didáticos e/ou equipamentos especiais; e já a pessoa cega é aquela
cuja percepção visual, embora possa auxiliá-la em seus movimentos e
orientação, é insuficiente para aquisição de conhecimento por meios visuais,
necessitando utilizar o sistema Braille em seu processo de ensino-
aprendizagem.
Sobre a organização da educação básica no país, torna-se cada vez mais
importante discutir o processo de inclusão de pessoas com deficiência visual
no contexto escolar, não bastando realizar a inclusão, mas, sobretudo, oferecer
a esses alunos um ensino de qualidade, com novas propostas pedagógicas
(Paixão 2011). O ensino de Matemática, como parte deste processo, passou
por mudanças que revolucionaram o ensino-aprendizagem produzindo
mudanças curriculares, com reflexos na prática pedagógica, de acordo com
Niss (1999) e Ceolin, Machado e Nehring (2009). Nesta mesma direção e em
acordo com Fernandes del Campo (1996), pode-se considerar uma didática da
matemática para os cegos, sendo aceito que a cegueira não afeta o
desenvolvimento cognitivo. Fernandes del Campo (1996) também cita
exemplos de pessoas que nasceram cegas ou perderam a visão adultos e
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prosseguiram ou fizeram um trabalho na matemática muito bom, como os
casos de inúmeros matemáticos árabes e europeus. Logo, a falta de visão não
fecha as portas aos aspectos matemáticos da realidade, mas apenas modifica
o acesso a estes conhecimentos (Fernandes del Campo, 1996).
Assim, a didática da matemática dirigida a alunos cegos tem um objetivo
concreto e bem diferenciado: a adequada tradução das formas visuais à
linguagem matemática (Fernandes del Campo, 1996). No mesmo sentido,
Bruno (2006) afirma que os recursos para o ensino de Matemática mais
utilizados na educação infantil, inclusive os jogos, desde que adaptados,
através de manipulação de objetos tri e bidimensionais com texturas, são
excelentes para as crianças com deficiência visual, necessitando apenas de
pequenas adaptações.
Agora, quando se fala da qualidade que se deve reunir no material
manipulável, em relação ao aluno cego, Fernandes del Campo (1996)
recomenda que o material possa alcançar ambas as mãos, no máximo; seja
bem diferençável ao tato, em seus volumes, texturas e relevos; sejam
resistentes e estáveis à ação mecânica da exploração háptica; ocupem posição
adequada, procurando a simetria do plano vertical do corpo. Já em relação ao
aluno com baixa visão, ainda de acordo com Fernandes del Campo (1996), o
material manipulável deve: abarcar o seu campo visual remanescente e que
exija um mínimo de exploração; as partes devem ser bem diferenciadas à vista,
por contraste de cor e brilho, fundo, etc.; acessível à distância oportuna,
evitando explorações complexas; posição e iluminação adequadas, conforme
as características da visão remanente.
No que tange especificamente ao ensino-aprendizagem de frações,
Oliveira (1996) considera que a utilização de materiais concretos pode
aumentar o desempenho das crianças, inclusive as que possuem deficiência
visual (cegueira e baixa visão), e assim ajudar a melhorar a compreensão da
lógica de frações. Na mesma direção, Lorenzato (2008), propõe que se deveria
partir do concreto e só depois trabalhar com figuras de duas dimensões.
Já Bezuk e Crammer (1989) afirmam que encontraram crianças sem
deficiência da segunda série capazes de formular o conceito de fração,
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11614
concluindo que o ensino de frações poderia ser adiantado para esta série,
desde que fosse feito tanto oralmente como através de uso de materiais
concretos ou manipulativos; também que as crianças sem deficiência, de seis
até quinze anos, foram capazes de dominar conceitos fracionários básicos.
Agora, em Andrade e Moraes (1990), se encontra que no ensino-
aprendizagem de frações são apresentadas noções de meio, terço e quarto
através de desenhos de bolos, de círculos, triângulos, quadrados, lápis, frutas
diversas e bichinhos, e as explicações consistem de definições, e logo após
são apresentadas as figuras supracitadas, inúmeras vezes, levando a um
aprendizado por repetição.
Dessa forma, como parte de uma pesquisa mais extensa que propõe o
ensino de aritmética de frações a crianças cegas e com baixa visão, através da
manipulação de materiais concretos, que pretende desenvolver recursos
metodológicos, foram propostos procedimentos para o levantamento do
repertório de crianças e adolescentes visando o ensino de frações.
Contar, para Barreto (2011), é uma estratégia fundamental para
estabelecer o valor cardinal de conjuntos de objetos, evidenciando quando se
busca a propriedade numérica destes, bem como na busca pela propriedade
numérica dos objetos, como também na questão do valor ordinal de um
número. Aqui se aprende a reconhecer e valorizar os números, as operações
numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas
necessárias no seu cotidiano, comunicando ideias matemáticas, hipóteses,
processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema relativas
a quantidades, espaço físico e medida, utilizando a linguagem oral e a
linguagem matemática (Barreto, 2011).
Ao se tomar os Parâmetros Curriculares Nacionais (1ª a 4ª série), tem-se
que, ao mostrar os conteúdos conceituais e procedimentais no 1º ciclo, a
crianças de seis a oito anos, se pode ressaltar a comparação e ordenação de
coleções pela quantidade de elementos e ordenação de grandezas pelo
aspecto da medida; formulação de hipóteses sobre a grandeza numérica, pela
identificação da quantidade de algarismos e da posição ocupada por eles na
escrita numérica; e identificação de regularidades na série numérica para
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nomear, ler e escrever números menos frequentes. Já no 2º ciclo, crianças de
nove a dez anos, Brasil (1997), ao mostrar os conteúdos conceituais e
procedimentais, pode-se ressaltar a compreensão e utilização das regras do
sistema de numeração decimal, para leitura, escrita, comparação e ordenação
de números naturais de qualquer ordem de grandeza; leitura, escrita,
comparação e ordenação de representações fracionárias de uso frequente;
exploração dos diferentes significados das frações em situações-problema:
parte-todo, quociente e razão; observação de que os números naturais podem
ser expressos na forma fracionária; e relação entre representações fracionária
e decimal de um mesmo número racional.
Por fim, é importante falar sobre o desenvolvimento do tato ou
desenvolvimento tátil-cinestésico, pois para Lewis (2003) as habilidades
cognitivas de conhecimento e atenção exploradas são aquelas por meio das
quais a criança com deficiência visual consegue diferenciar as qualidades dos
objetos. Por isso, a importância da criança manipulá-los, conhecer seus
tamanhos, pesos, texturas, consistências, temperaturas, e assim obter
informações acerca das substâncias, como por exemplo, que os objetos não
são iguais e que uns oferecem alguns estímulos e outros não. Além disso,
ainda para Lewis (2003), à medida que a criança aprende a discriminar os
objetos é preciso introduzir progressivamente a linguagem que ensina o
reconhecimento dos objetos específicos pelo nome.
Assim, este trabalho apresenta uma proposta de levantamento de
repertório inicial para o ensino-aprendizagem de frações, considerando que o
aprendiz deve ser capaz de perceber semelhanças e diferenças entre objetos
no espaço, identificando formas tridimensionais, além de ser avaliado se possui
os conceitos básicos do repertório de frações, meio e terço, em situações que
envolvam descrições orais, construções e representações.
2. Objetivos
Identificar o repertório inicial para o ensino-aprendizagem do conceito de
fração em adolescentes com deficiência visual.
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3. Metodologia
A pesquisa utilizou o método experimental para verificar o efeito de
variáveis sobre a aprendizagem. Segundo Gil (2002), o método consiste em
determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de
influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que as
variáveis produzem no objeto. Do ponto de vista do estudo dos processos de
ensino-aprendizagem de pessoas com deficiência visual, a abordagem adotada
foi a da perspectiva diferencial, que de acordo com Lowenthal e Araújo (2006)
tem como objetivo investigar a natureza e as causas da expressão das
variações dentro de uma população sem compará-la com a norma estabelecida
para outras populações. As vantagens desse tipo de abordagem para a
população com deficiência visual, segundo Warren (1994), decorrem da grande
variação de desenvolvimento que se tem observado nesta população, de
maneira particular, e na importância do conhecimento adquirido a partir desse
enfoque para melhor estabelecer intervenções apropriadas de acordo com
particularidades apresentadas pelos indivíduos dentro das características
gerais da população específica.
O procedimento geral adotado foi o do emparelhamento com o modelo
que permite oferecer ao aprendiz tarefas nas quais ele deve selecionar, dentre
vários, um objeto relacionado a um modelo designado. A relação entre modelo
e objeto selecionado dentre vários pode atender à similaridade física ou a
relações arbitrárias que são ensinadas como procedimento.
Com o objetivo de identificar a existência ou não do reconhecimento de
igualdade de quantidades discretas e contínuas, a primeira fase da avaliação,
empregou o Emparelhamento ao Modelo por Identidade, uma vez que se que o
reconhecimento de semelhança física é um dos requisitos da discriminação de
relações de igualdade e diferença.
Na segunda fase do procedimento foi avaliado o repertório relacionado
aos conceitos de metade e terço de frações, empregando-se para isto os
recursos de ensino de Matemática propostos para o ensino de conceitos
fundamentais pela manipulação de objetos tri e bidimensionais com texturas,
conforme recomendam Bruno (2006) e Fernandes del Campo (1996).
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Para passar de uma fase para outra da avaliação estabeleceu-se que o
critério seria de, pelo menos, 80% de acerto em cada fase das avaliações.
Participantes – Foram selecionados dois estudantes com deficiência visual de
instituições de ensino e de cidade de porte médio do interior do Estado de São
Paulo. Uma participante era do sexo feminino, com cegueira (retinopatia da
prematuridade), de 19 anos de idade, cursando o terceiro ano do ensino médio,
aqui referido pela letra M. O segundo participante foi do sexo masculino, com
baixa visão, de 15 anos de idade, cursando a sétima série do ensino
fundamental, aqui referido pela letra L. Os pais ou responsáveis foram
consultados e convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecimento, conforme prevê o Comitê de Ética da UFSCar, considerando o
interesse da criança participar e permitida à desistência em qualquer etapa do
estudo. O estudo teve aprovação do Comite de Ética de Pesquisa da UFSCar.
Materiais e equipamentos - Foram empregadas bolinhas manufaturadas,
rolinhos de massa de modelar, círculo de frações para suporte do material,
Escala Cuisenaire, blocos do jogo “MONTA FÁCIL” e bolinhas de gude
(ARAÚJO, MARSZAUKOWSKI e MUSIAL, 2009), (FERNANDES, 2006),
(FALZETTA, 1997) e (ARAÚJO, 2005).
O desempenho dos participantes e do pesquisador foi registrado por
meio de uma filmadora digital. Um microcomputador foi empregado na análise
dos dados.
Coleta de dados - A coleta de dados realizada nos espaços escolares indicados
pela instituição frequentada pela criança. Todas as atividades realizadas foram
filmadas.
4. Resultados
Foi iniciada a avaliação de repertório inicial dos participantes usando,
primeiramente, um conjunto de cinco atividades, com o objetivo geral de
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11618
identificar igualdade de quantidades discretas e contínuas, que foi denominada
de primeira fase da avaliação do repertório inicial.
Os conceitos de igual e diferente com quantidades discretas e contínuas
Empregando o procedimento de Emparelhamento ao Modelo foi
oferecido um modelo ao participante, que deveria tocá-lo pelo tempo que
achasse necessário. Quando a/o participantes sinalizassem que haviam
explorado o objeto, o experimentador pedia que mantivessem o modelo com
eles e lhes oferecia dois outros objetos, sendo um deles idêntico ao objeto
modelo. O participante recebia um objeto de cada vez quando lhes eram
oferecidos os objetos para comparação com o modelo, de modo que o
participante ficava com o modelo em uma das mãos e com uma das
comparações na outra, tateando-os, e só sendo indagados se eram ou não
iguais quanto ao formato, após tatear os dois estímulos de comparação. Então,
depois que o objeto fosse tateado, este era colocado em um pequeno suporte
circular, de altura de um cm e diâmetro de oito cm, colocado de maneira a
ficarem entre os dois braços dos participantes, na frente deles, ou seja, de
acordo com as recomendações de Fernandes del Campo (1996) sobre a
qualidade que deve reunir não só material manipulável para a criança com
deficiência visual como a forma de apresentação.
Quantos aos objetos de comparação, estes foram colocados, um de
cada vez na mão do participante para serem explorados pelo manuseio, ou
seja, pelo tatear. A cada vez que o participante selecionava o objeto
comparação correspondente ao modelo, o experimentador informava se a
resposta era ou não correta e oferecia uma nova tarefa.
Dessa forma, começando com a participante M, com cegueira congênita,
foram aplicados dois testes referentes a quantidades discretas, usando o
modelo unitário e dois referentes a quantidades discretas, usando conjuntos
como modelo. Nas quatro tarefas iniciais de teste, M deu a resposta correta de
imediato, recebendo elogios logo a seguir. Já para o teste referente a
quantidades contínuas, usando o modelo unitário, M não conseguiu realizar a
ISSN 1984-2279
11619
tarefa.
Na primeira fase da avaliação inicial com o participante L, com baixa
visão, foram aplicados dois testes referentes a quantidades discretas, usando
conjuntos como modelo usando o modelo unitário e dois referentes a
quantidades discretas. Nas quatro tarefas iniciais de teste, o participante L deu
a resposta correta de imediato, recebendo elogios logo a seguir. Para o teste
referente a quantidades contínuas, usando o modelo unitário, o participante L
também conseguiu realizar a tarefa sendo informado dos acertos de imediato.
Os conceitos de metade e terço de quantidades discretas
Encerradas as tarefas da primeira fase de avaliação foi aplicada a
segunda fase referente aos conceitos de frações de meio e terço com
quantidades discretas.
Começando a aplicação dos testes com a participante M, lhe foi
solicitado que tomasse a metade de quantidades discretas de objetos e obteve-
se um bom desempenho, pois ela realizou as tarefas corretamente, apesar da
demora na exploração dos objetos na primeira delas.
Quando foi solicitado ao participante L que tomasse a metade de
quantidades discretas, também se obteve bom desempenho na primeira tarefa,
mas com erro na segunda. Logo após, ao ser solicitado para identificar a terça
parte de quantidades discretas, também errou as tarefas.
O conceito de meio e terço com quantidades contínuas
Nas tarefas referentes a quantidades contínuas, a participante M não
conseguiu realizar a tarefa ao ser solicitada a tomar um terço de quantidade
contínuas, informando não saber como o fazer. O participante L, do mesmo
modo que M, teve dificuldade em realizar a tarefa para identificação de terço
em quantidades contínuas errando todas as tarefas.
Em síntese, na segunda fase da avaliação, a participante M realizou com
sucesso as tarefas relativas ao conceito de metade e terço de quantidades
discretas, bem como aquelas sobre a metade de quantidades contínuas. O
participante L acertou apenas uma tarefa tanto para a metade de quantidades
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11620
discretas como contínuas e não cumpriu qualquer das tarefas relativas a terço,
seja com quantidades discretas, seja contínuas.
5. Conclusões
No estudo proposto, procurou se identificar a existência de repertório
requisito para o ensino-aprendizagem dos conceitos de meio e terço no tópico
da Matemática denominado frações. O requisito básico era que os participantes
que fossem capazes de identificar igualdade e diferença entre objetos e
conjuntos, que para Brasil (1997) deveria ter sido atingido no Ensino
Fundamental.
Para a primeira fase da avaliação, pode-se chegar à conclusão que os
dois participantes atingiram o critério estabelecido inicialmente, tendo os pré-
requisitos necessários para o ensino de conceitos de frações, seja com
quantidades contínuas, seja com quantidades discretas.
Ao fim da segunda fase da avaliação de repertório inicial, os dois
participantes apresentaram dificuldades na realização das atividades referentes
à terço, tanto com quantidades discretas como contínuas. Quando ao conceito
de metade, a participante M acertou todas as tarefas, enquanto o participante L
realizou apenas parte das tarefas propostas, mas ambos apresentaram alguma
dificuldade na resolução de atividades com quantidades contínuas.
Por fim, pode-se afirmar que é imprescindível o levantamento do
repertório básico de conceitos requisito para o ensino de frações. Além disso,
fica indicada a eficácia do emprego de material tridimensional para a avaliação
do repertório requisito para a aprendizagem dos conceitos de fração.
6. Referências
 ANDRADE, M.; MORAES, M. L. Mundo Mágico: Matemática Livro 2.
9ª Ed., São Paulo: Editora Ática, 1990.
 ARAÚJO, A. L. L. de; MARSZAUKOWSKI, F; MUSIAL, M. (org.).
Matemática e a deficiência visual. In: SEMANA DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA E MOSTRA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FAFIUV, 9., 2009,
ISSN 1984-2279
11621
União da Vitória. Anais eletrônicos... Disponível em:
<www.ieps.org.br/artigomat.doc>. Acesso em: 7 jan. 20doze.
 ARAUJO, M. O. A Inclusão Social e o Ensino da Matemática aos
Portadores de Deficiências Visuais no Distrito Federal. 2005. Trabalho
de Conclusão de Curso - Universidade Católica de Brasília. Brasília/DF,
2005.
 BARRAGA, N. C. Disminuidos visuales y aprendizaje. Madrid: ONCE,
1985.
 BARRETO, R. C. S. A importância do numeramento na educação
infantil: construindo a concepção de número. In: Chagas e Sá, L.;
Barreto, R. C. S. Formação continuada de professores da educação infantil:
múltiplos olhares sobre o trabalho com crianças de 0 – 5 anos.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO. São Mateus/ES, 2011.
 BEZUK, N. CRAMER, K. Teaching about fractions: What, When, and
How? In: P. Trafton (Ed.), New Directions For Elementary School
Mathematics, Hillsdale, EUA: Lawrence Erlbaum Associates, p. 156-167,
1989.
 BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil.
Volume 3. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília, 1997.
 BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil.
Volume 3. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília, 1997.
 BRUNO, M. M. G. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão -
dificuldades de comunicação Sinalização - deficiência visual. 4ª ed.
Brasilia: MEC/SEESP, 2006.
 CEOLIN, T.; MACHADO, A. R.; NEHRING, C. M. O Ensino de
Matemática e a Educação Inclusiva – Uma Possibilidade de Trabalho
com Alunos Deficientes Visuais. X Encontro Gaúcho de Educação
Matemática - Comunicação Científica, Ijuí/RS, Anais... 2009.
 DE ROSE, J. Emparelhamento com Modelo. In: Abreu, C. N.; Guilhard,
H. J. (Org.) Terapia Comportamental e Cognitivo-Comportamental: Práticas
ISSN 1984-2279
11622
Clínicas. Ed. Rocs, S. Paulo, p. 215-225, 2004.
 FALZETTA, R. O arco-íris de fazer contas. In: Revista Nova Escola, n.
100, p. 18-23, mar. 1997.
 FERNANDES DEL CAMPO, J. E. La enseñanza de la matemática a
los ciegos. 2ª ed., Madrid: ONCE, 1996.
 FERNANDES DEL CAMPO, J. E. La enseñanza de la matemática a
los ciegos. 2ª ed., Madrid: ONCE, 1996.
 FERNANDES, C. T. A Construção do Conceito de Número e o Pré-
Soroban. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Especial, 2006.
 GIBSON, J. J. Observations on active touch. Psychological Review,
69, 477-491, 1962.
 GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Edição, São Paulo:
Editora Atlas, 2002.
 LEWIS, V. Development and Disability. 2ª ed., Oxford: Blackwell
Publishing, ed., 2003.
 LORENZATO, S. Para aprender matemática. 2ª ed., São
Paulo: Ed. Autores Associados, 2008.
 LOWENTHAL, R.; ARAUJO, A. C. S. Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento e Comorbidades: Síndrome de Down e Deficiência
Visual. Caderno de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, Vol.
VI, Nº 3, 2006.
 NISS, M. Aspects of the Nature and State of Research in
Mathematics Education. Educational Studies in Mathematics, n. 1, v. 40, p.
1-24, 1999.
 OLIVEIRA, R. G. Aprendizagem de Frações: Uma análise
comparativa de dois processos diferentes de ensino na 5ª serie do 1º
grau. 1996. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, Campinas, 1996.
 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAUDE. Classificacao estatistica
internacional de doenças e problemas relacionados à saude: CID-10.
São Paulo: EDUSP, 2007.
ISSN 1984-2279
11623
 PAIXÃO, L. P. O uso de recursos didáticos no ensino de História
para deficientes visuais. Benjamin Constant, Rio de Janeiro, n. 50, 2011.
 VERNEQUE, L. Aprendizagem de Frações Equivalentes: Efeito do
Ensino de Discriminações Condicionais Minimizando o Erro e da
Possibilidade de Consulta a Dicas. 2011. Tese de doutorado, Universidade
de Brasília, Brasília, 2011.
 Warren, D. H. (1994). Blindness and children: An individual
differences approach. Cambridge University Press. New York, 1994.
ISSN 1984-2279
11624

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  • 1. LEVANTAMENTO DE REPERTÓRIO EM ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL PARA O ENSINO DE FRAÇÕES Ailton Barcelos Da Costa Maria Stella C. de Alcântara Gil UFSCar - Programa de Pós-Graduação em Educação Especial - SP - CAPES Eixo: Deficiência Visual Comunicação Oral Resumo: Este trabalho teve por objetivo identificar o repertório requisito para o ensino-aprendizagem de frações por dois adolescentes com deficiência visual. Contou com a participação de uma aluna, de 19 anos, com cegueira e um aluno, de 15 anos, com baixa visão, ambos de uma escola pública, de uma cidade de médio porte do interior do estado de São Paulo. Foram propostas tarefas de identificação de identidade e diferença bem como de metade e terço de quantidades discretas e contínuas Os participantes responderam corretamente todas as tarefas que investigaram os conceitos de igualdade, diferença e metade em quantidades contínuas e descontínuas, mas tiveram dificuldades na identificação de terço. Palavras-Chave: deficiência visual, conceito de fração, ensino de Matemática. 1. Introdução e Referencial A expressão “deficiência visual” usualmente abrange a redução ou ausência de visão, agrupando os déficits sensoriais que reduzem ou impedem o acesso e o processamento da informação. Alguns parâmetros são mais frequentemente empregados na definição de quais são as pessoas consideradas com deficiência visual. Dependendo da finalidade da identificação, são empregados um ou mais parâmetros contidos na legislação que regulamenta benefícios, direitos e deveres, tanto das pessoas com deficiência quanto das instituições que as acolhem, tal como previsto pelo Decreto no 5.296, de 2 de Dezembro de 2004, no qual se define que a ISSN 1984-2279 11612
  • 2. acuidade visual na cegueira é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica e na baixa visão permanece entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; as medidas de campo visual devem ter uma somatória igual ou menor que 60°, em ambos os olhos, e pode considerar a simultaneidade ou não da ocorrência de quaisquer das condições anteriores. Do ponto de vista médico, na Classificação Internacional de Doenças (CID – 10) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2007), a definição de visão subnormal ou baixa visão considera que a acuidade visual corrigida no melhor olho, é menor do que 0,3 e maior do que 0,05, ou o campo visual é menor do que 20 graus no melhor olho com a melhor correção óptica. A definição de cegueira é dada quando esses valores encontram-se abaixo de 0,05 ou o campo visual menor do que 10 graus. Na perspectiva educacional, de acordo com Barraga (1985), a definição de pessoas com baixa visão compreende aquelas que possuem resíduo visual que lhes permitem ler textos impressos em tinta, desde que recorrendo a recursos didáticos e/ou equipamentos especiais; e já a pessoa cega é aquela cuja percepção visual, embora possa auxiliá-la em seus movimentos e orientação, é insuficiente para aquisição de conhecimento por meios visuais, necessitando utilizar o sistema Braille em seu processo de ensino- aprendizagem. Sobre a organização da educação básica no país, torna-se cada vez mais importante discutir o processo de inclusão de pessoas com deficiência visual no contexto escolar, não bastando realizar a inclusão, mas, sobretudo, oferecer a esses alunos um ensino de qualidade, com novas propostas pedagógicas (Paixão 2011). O ensino de Matemática, como parte deste processo, passou por mudanças que revolucionaram o ensino-aprendizagem produzindo mudanças curriculares, com reflexos na prática pedagógica, de acordo com Niss (1999) e Ceolin, Machado e Nehring (2009). Nesta mesma direção e em acordo com Fernandes del Campo (1996), pode-se considerar uma didática da matemática para os cegos, sendo aceito que a cegueira não afeta o desenvolvimento cognitivo. Fernandes del Campo (1996) também cita exemplos de pessoas que nasceram cegas ou perderam a visão adultos e ISSN 1984-2279 11613
  • 3. prosseguiram ou fizeram um trabalho na matemática muito bom, como os casos de inúmeros matemáticos árabes e europeus. Logo, a falta de visão não fecha as portas aos aspectos matemáticos da realidade, mas apenas modifica o acesso a estes conhecimentos (Fernandes del Campo, 1996). Assim, a didática da matemática dirigida a alunos cegos tem um objetivo concreto e bem diferenciado: a adequada tradução das formas visuais à linguagem matemática (Fernandes del Campo, 1996). No mesmo sentido, Bruno (2006) afirma que os recursos para o ensino de Matemática mais utilizados na educação infantil, inclusive os jogos, desde que adaptados, através de manipulação de objetos tri e bidimensionais com texturas, são excelentes para as crianças com deficiência visual, necessitando apenas de pequenas adaptações. Agora, quando se fala da qualidade que se deve reunir no material manipulável, em relação ao aluno cego, Fernandes del Campo (1996) recomenda que o material possa alcançar ambas as mãos, no máximo; seja bem diferençável ao tato, em seus volumes, texturas e relevos; sejam resistentes e estáveis à ação mecânica da exploração háptica; ocupem posição adequada, procurando a simetria do plano vertical do corpo. Já em relação ao aluno com baixa visão, ainda de acordo com Fernandes del Campo (1996), o material manipulável deve: abarcar o seu campo visual remanescente e que exija um mínimo de exploração; as partes devem ser bem diferenciadas à vista, por contraste de cor e brilho, fundo, etc.; acessível à distância oportuna, evitando explorações complexas; posição e iluminação adequadas, conforme as características da visão remanente. No que tange especificamente ao ensino-aprendizagem de frações, Oliveira (1996) considera que a utilização de materiais concretos pode aumentar o desempenho das crianças, inclusive as que possuem deficiência visual (cegueira e baixa visão), e assim ajudar a melhorar a compreensão da lógica de frações. Na mesma direção, Lorenzato (2008), propõe que se deveria partir do concreto e só depois trabalhar com figuras de duas dimensões. Já Bezuk e Crammer (1989) afirmam que encontraram crianças sem deficiência da segunda série capazes de formular o conceito de fração, ISSN 1984-2279 11614
  • 4. concluindo que o ensino de frações poderia ser adiantado para esta série, desde que fosse feito tanto oralmente como através de uso de materiais concretos ou manipulativos; também que as crianças sem deficiência, de seis até quinze anos, foram capazes de dominar conceitos fracionários básicos. Agora, em Andrade e Moraes (1990), se encontra que no ensino- aprendizagem de frações são apresentadas noções de meio, terço e quarto através de desenhos de bolos, de círculos, triângulos, quadrados, lápis, frutas diversas e bichinhos, e as explicações consistem de definições, e logo após são apresentadas as figuras supracitadas, inúmeras vezes, levando a um aprendizado por repetição. Dessa forma, como parte de uma pesquisa mais extensa que propõe o ensino de aritmética de frações a crianças cegas e com baixa visão, através da manipulação de materiais concretos, que pretende desenvolver recursos metodológicos, foram propostos procedimentos para o levantamento do repertório de crianças e adolescentes visando o ensino de frações. Contar, para Barreto (2011), é uma estratégia fundamental para estabelecer o valor cardinal de conjuntos de objetos, evidenciando quando se busca a propriedade numérica destes, bem como na busca pela propriedade numérica dos objetos, como também na questão do valor ordinal de um número. Aqui se aprende a reconhecer e valorizar os números, as operações numéricas, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas necessárias no seu cotidiano, comunicando ideias matemáticas, hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema relativas a quantidades, espaço físico e medida, utilizando a linguagem oral e a linguagem matemática (Barreto, 2011). Ao se tomar os Parâmetros Curriculares Nacionais (1ª a 4ª série), tem-se que, ao mostrar os conteúdos conceituais e procedimentais no 1º ciclo, a crianças de seis a oito anos, se pode ressaltar a comparação e ordenação de coleções pela quantidade de elementos e ordenação de grandezas pelo aspecto da medida; formulação de hipóteses sobre a grandeza numérica, pela identificação da quantidade de algarismos e da posição ocupada por eles na escrita numérica; e identificação de regularidades na série numérica para ISSN 1984-2279 11615
  • 5. nomear, ler e escrever números menos frequentes. Já no 2º ciclo, crianças de nove a dez anos, Brasil (1997), ao mostrar os conteúdos conceituais e procedimentais, pode-se ressaltar a compreensão e utilização das regras do sistema de numeração decimal, para leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais de qualquer ordem de grandeza; leitura, escrita, comparação e ordenação de representações fracionárias de uso frequente; exploração dos diferentes significados das frações em situações-problema: parte-todo, quociente e razão; observação de que os números naturais podem ser expressos na forma fracionária; e relação entre representações fracionária e decimal de um mesmo número racional. Por fim, é importante falar sobre o desenvolvimento do tato ou desenvolvimento tátil-cinestésico, pois para Lewis (2003) as habilidades cognitivas de conhecimento e atenção exploradas são aquelas por meio das quais a criança com deficiência visual consegue diferenciar as qualidades dos objetos. Por isso, a importância da criança manipulá-los, conhecer seus tamanhos, pesos, texturas, consistências, temperaturas, e assim obter informações acerca das substâncias, como por exemplo, que os objetos não são iguais e que uns oferecem alguns estímulos e outros não. Além disso, ainda para Lewis (2003), à medida que a criança aprende a discriminar os objetos é preciso introduzir progressivamente a linguagem que ensina o reconhecimento dos objetos específicos pelo nome. Assim, este trabalho apresenta uma proposta de levantamento de repertório inicial para o ensino-aprendizagem de frações, considerando que o aprendiz deve ser capaz de perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço, identificando formas tridimensionais, além de ser avaliado se possui os conceitos básicos do repertório de frações, meio e terço, em situações que envolvam descrições orais, construções e representações. 2. Objetivos Identificar o repertório inicial para o ensino-aprendizagem do conceito de fração em adolescentes com deficiência visual. ISSN 1984-2279 11616
  • 6. 3. Metodologia A pesquisa utilizou o método experimental para verificar o efeito de variáveis sobre a aprendizagem. Segundo Gil (2002), o método consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que as variáveis produzem no objeto. Do ponto de vista do estudo dos processos de ensino-aprendizagem de pessoas com deficiência visual, a abordagem adotada foi a da perspectiva diferencial, que de acordo com Lowenthal e Araújo (2006) tem como objetivo investigar a natureza e as causas da expressão das variações dentro de uma população sem compará-la com a norma estabelecida para outras populações. As vantagens desse tipo de abordagem para a população com deficiência visual, segundo Warren (1994), decorrem da grande variação de desenvolvimento que se tem observado nesta população, de maneira particular, e na importância do conhecimento adquirido a partir desse enfoque para melhor estabelecer intervenções apropriadas de acordo com particularidades apresentadas pelos indivíduos dentro das características gerais da população específica. O procedimento geral adotado foi o do emparelhamento com o modelo que permite oferecer ao aprendiz tarefas nas quais ele deve selecionar, dentre vários, um objeto relacionado a um modelo designado. A relação entre modelo e objeto selecionado dentre vários pode atender à similaridade física ou a relações arbitrárias que são ensinadas como procedimento. Com o objetivo de identificar a existência ou não do reconhecimento de igualdade de quantidades discretas e contínuas, a primeira fase da avaliação, empregou o Emparelhamento ao Modelo por Identidade, uma vez que se que o reconhecimento de semelhança física é um dos requisitos da discriminação de relações de igualdade e diferença. Na segunda fase do procedimento foi avaliado o repertório relacionado aos conceitos de metade e terço de frações, empregando-se para isto os recursos de ensino de Matemática propostos para o ensino de conceitos fundamentais pela manipulação de objetos tri e bidimensionais com texturas, conforme recomendam Bruno (2006) e Fernandes del Campo (1996). ISSN 1984-2279 11617
  • 7. Para passar de uma fase para outra da avaliação estabeleceu-se que o critério seria de, pelo menos, 80% de acerto em cada fase das avaliações. Participantes – Foram selecionados dois estudantes com deficiência visual de instituições de ensino e de cidade de porte médio do interior do Estado de São Paulo. Uma participante era do sexo feminino, com cegueira (retinopatia da prematuridade), de 19 anos de idade, cursando o terceiro ano do ensino médio, aqui referido pela letra M. O segundo participante foi do sexo masculino, com baixa visão, de 15 anos de idade, cursando a sétima série do ensino fundamental, aqui referido pela letra L. Os pais ou responsáveis foram consultados e convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento, conforme prevê o Comitê de Ética da UFSCar, considerando o interesse da criança participar e permitida à desistência em qualquer etapa do estudo. O estudo teve aprovação do Comite de Ética de Pesquisa da UFSCar. Materiais e equipamentos - Foram empregadas bolinhas manufaturadas, rolinhos de massa de modelar, círculo de frações para suporte do material, Escala Cuisenaire, blocos do jogo “MONTA FÁCIL” e bolinhas de gude (ARAÚJO, MARSZAUKOWSKI e MUSIAL, 2009), (FERNANDES, 2006), (FALZETTA, 1997) e (ARAÚJO, 2005). O desempenho dos participantes e do pesquisador foi registrado por meio de uma filmadora digital. Um microcomputador foi empregado na análise dos dados. Coleta de dados - A coleta de dados realizada nos espaços escolares indicados pela instituição frequentada pela criança. Todas as atividades realizadas foram filmadas. 4. Resultados Foi iniciada a avaliação de repertório inicial dos participantes usando, primeiramente, um conjunto de cinco atividades, com o objetivo geral de ISSN 1984-2279 11618
  • 8. identificar igualdade de quantidades discretas e contínuas, que foi denominada de primeira fase da avaliação do repertório inicial. Os conceitos de igual e diferente com quantidades discretas e contínuas Empregando o procedimento de Emparelhamento ao Modelo foi oferecido um modelo ao participante, que deveria tocá-lo pelo tempo que achasse necessário. Quando a/o participantes sinalizassem que haviam explorado o objeto, o experimentador pedia que mantivessem o modelo com eles e lhes oferecia dois outros objetos, sendo um deles idêntico ao objeto modelo. O participante recebia um objeto de cada vez quando lhes eram oferecidos os objetos para comparação com o modelo, de modo que o participante ficava com o modelo em uma das mãos e com uma das comparações na outra, tateando-os, e só sendo indagados se eram ou não iguais quanto ao formato, após tatear os dois estímulos de comparação. Então, depois que o objeto fosse tateado, este era colocado em um pequeno suporte circular, de altura de um cm e diâmetro de oito cm, colocado de maneira a ficarem entre os dois braços dos participantes, na frente deles, ou seja, de acordo com as recomendações de Fernandes del Campo (1996) sobre a qualidade que deve reunir não só material manipulável para a criança com deficiência visual como a forma de apresentação. Quantos aos objetos de comparação, estes foram colocados, um de cada vez na mão do participante para serem explorados pelo manuseio, ou seja, pelo tatear. A cada vez que o participante selecionava o objeto comparação correspondente ao modelo, o experimentador informava se a resposta era ou não correta e oferecia uma nova tarefa. Dessa forma, começando com a participante M, com cegueira congênita, foram aplicados dois testes referentes a quantidades discretas, usando o modelo unitário e dois referentes a quantidades discretas, usando conjuntos como modelo. Nas quatro tarefas iniciais de teste, M deu a resposta correta de imediato, recebendo elogios logo a seguir. Já para o teste referente a quantidades contínuas, usando o modelo unitário, M não conseguiu realizar a ISSN 1984-2279 11619
  • 9. tarefa. Na primeira fase da avaliação inicial com o participante L, com baixa visão, foram aplicados dois testes referentes a quantidades discretas, usando conjuntos como modelo usando o modelo unitário e dois referentes a quantidades discretas. Nas quatro tarefas iniciais de teste, o participante L deu a resposta correta de imediato, recebendo elogios logo a seguir. Para o teste referente a quantidades contínuas, usando o modelo unitário, o participante L também conseguiu realizar a tarefa sendo informado dos acertos de imediato. Os conceitos de metade e terço de quantidades discretas Encerradas as tarefas da primeira fase de avaliação foi aplicada a segunda fase referente aos conceitos de frações de meio e terço com quantidades discretas. Começando a aplicação dos testes com a participante M, lhe foi solicitado que tomasse a metade de quantidades discretas de objetos e obteve- se um bom desempenho, pois ela realizou as tarefas corretamente, apesar da demora na exploração dos objetos na primeira delas. Quando foi solicitado ao participante L que tomasse a metade de quantidades discretas, também se obteve bom desempenho na primeira tarefa, mas com erro na segunda. Logo após, ao ser solicitado para identificar a terça parte de quantidades discretas, também errou as tarefas. O conceito de meio e terço com quantidades contínuas Nas tarefas referentes a quantidades contínuas, a participante M não conseguiu realizar a tarefa ao ser solicitada a tomar um terço de quantidade contínuas, informando não saber como o fazer. O participante L, do mesmo modo que M, teve dificuldade em realizar a tarefa para identificação de terço em quantidades contínuas errando todas as tarefas. Em síntese, na segunda fase da avaliação, a participante M realizou com sucesso as tarefas relativas ao conceito de metade e terço de quantidades discretas, bem como aquelas sobre a metade de quantidades contínuas. O participante L acertou apenas uma tarefa tanto para a metade de quantidades ISSN 1984-2279 11620
  • 10. discretas como contínuas e não cumpriu qualquer das tarefas relativas a terço, seja com quantidades discretas, seja contínuas. 5. Conclusões No estudo proposto, procurou se identificar a existência de repertório requisito para o ensino-aprendizagem dos conceitos de meio e terço no tópico da Matemática denominado frações. O requisito básico era que os participantes que fossem capazes de identificar igualdade e diferença entre objetos e conjuntos, que para Brasil (1997) deveria ter sido atingido no Ensino Fundamental. Para a primeira fase da avaliação, pode-se chegar à conclusão que os dois participantes atingiram o critério estabelecido inicialmente, tendo os pré- requisitos necessários para o ensino de conceitos de frações, seja com quantidades contínuas, seja com quantidades discretas. Ao fim da segunda fase da avaliação de repertório inicial, os dois participantes apresentaram dificuldades na realização das atividades referentes à terço, tanto com quantidades discretas como contínuas. Quando ao conceito de metade, a participante M acertou todas as tarefas, enquanto o participante L realizou apenas parte das tarefas propostas, mas ambos apresentaram alguma dificuldade na resolução de atividades com quantidades contínuas. Por fim, pode-se afirmar que é imprescindível o levantamento do repertório básico de conceitos requisito para o ensino de frações. Além disso, fica indicada a eficácia do emprego de material tridimensional para a avaliação do repertório requisito para a aprendizagem dos conceitos de fração. 6. Referências  ANDRADE, M.; MORAES, M. L. Mundo Mágico: Matemática Livro 2. 9ª Ed., São Paulo: Editora Ática, 1990.  ARAÚJO, A. L. L. de; MARSZAUKOWSKI, F; MUSIAL, M. (org.). Matemática e a deficiência visual. In: SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E MOSTRA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FAFIUV, 9., 2009, ISSN 1984-2279 11621
  • 11. União da Vitória. Anais eletrônicos... Disponível em: <www.ieps.org.br/artigomat.doc>. Acesso em: 7 jan. 20doze.  ARAUJO, M. O. A Inclusão Social e o Ensino da Matemática aos Portadores de Deficiências Visuais no Distrito Federal. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Católica de Brasília. Brasília/DF, 2005.  BARRAGA, N. C. Disminuidos visuales y aprendizaje. Madrid: ONCE, 1985.  BARRETO, R. C. S. A importância do numeramento na educação infantil: construindo a concepção de número. In: Chagas e Sá, L.; Barreto, R. C. S. Formação continuada de professores da educação infantil: múltiplos olhares sobre o trabalho com crianças de 0 – 5 anos. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO. São Mateus/ES, 2011.  BEZUK, N. CRAMER, K. Teaching about fractions: What, When, and How? In: P. Trafton (Ed.), New Directions For Elementary School Mathematics, Hillsdale, EUA: Lawrence Erlbaum Associates, p. 156-167, 1989.  BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Volume 3. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997.  BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Volume 3. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997.  BRUNO, M. M. G. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão - dificuldades de comunicação Sinalização - deficiência visual. 4ª ed. Brasilia: MEC/SEESP, 2006.  CEOLIN, T.; MACHADO, A. R.; NEHRING, C. M. O Ensino de Matemática e a Educação Inclusiva – Uma Possibilidade de Trabalho com Alunos Deficientes Visuais. X Encontro Gaúcho de Educação Matemática - Comunicação Científica, Ijuí/RS, Anais... 2009.  DE ROSE, J. Emparelhamento com Modelo. In: Abreu, C. N.; Guilhard, H. J. (Org.) Terapia Comportamental e Cognitivo-Comportamental: Práticas ISSN 1984-2279 11622
  • 12. Clínicas. Ed. Rocs, S. Paulo, p. 215-225, 2004.  FALZETTA, R. O arco-íris de fazer contas. In: Revista Nova Escola, n. 100, p. 18-23, mar. 1997.  FERNANDES DEL CAMPO, J. E. La enseñanza de la matemática a los ciegos. 2ª ed., Madrid: ONCE, 1996.  FERNANDES DEL CAMPO, J. E. La enseñanza de la matemática a los ciegos. 2ª ed., Madrid: ONCE, 1996.  FERNANDES, C. T. A Construção do Conceito de Número e o Pré- Soroban. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006.  GIBSON, J. J. Observations on active touch. Psychological Review, 69, 477-491, 1962.  GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª Edição, São Paulo: Editora Atlas, 2002.  LEWIS, V. Development and Disability. 2ª ed., Oxford: Blackwell Publishing, ed., 2003.  LORENZATO, S. Para aprender matemática. 2ª ed., São Paulo: Ed. Autores Associados, 2008.  LOWENTHAL, R.; ARAUJO, A. C. S. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento e Comorbidades: Síndrome de Down e Deficiência Visual. Caderno de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, Vol. VI, Nº 3, 2006.  NISS, M. Aspects of the Nature and State of Research in Mathematics Education. Educational Studies in Mathematics, n. 1, v. 40, p. 1-24, 1999.  OLIVEIRA, R. G. Aprendizagem de Frações: Uma análise comparativa de dois processos diferentes de ensino na 5ª serie do 1º grau. 1996. Dissertação de Mestrado, UNICAMP, Campinas, 1996.  ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAUDE. Classificacao estatistica internacional de doenças e problemas relacionados à saude: CID-10. São Paulo: EDUSP, 2007. ISSN 1984-2279 11623
  • 13.  PAIXÃO, L. P. O uso de recursos didáticos no ensino de História para deficientes visuais. Benjamin Constant, Rio de Janeiro, n. 50, 2011.  VERNEQUE, L. Aprendizagem de Frações Equivalentes: Efeito do Ensino de Discriminações Condicionais Minimizando o Erro e da Possibilidade de Consulta a Dicas. 2011. Tese de doutorado, Universidade de Brasília, Brasília, 2011.  Warren, D. H. (1994). Blindness and children: An individual differences approach. Cambridge University Press. New York, 1994. ISSN 1984-2279 11624