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Clínica Psicanalítica:
                manejo e subjetivações na contemporaneidade




                                       Tema:
                       Histeria e TOC: possíveis confluências
ALEXANDRE
   SIMÕES
                                     Coordenação   Alexandre Simões
 ® Todos os
  direitos de
     autor
 reservados.
Em nosso encontro anterior, nos concentramos em um tema que
 nos aproximou das considerações sobre a histeria na atualidade:




                         A histeria na atualidade:
                   novas trajetórias nos labirintos da falta?
Partimos de algumas balizas conceituais para, na
   sequência, examinar um fragmento clínico.




       Dentre as balizas indicadas, retorno
             especialmente a duas:
Primeiro operador
      clínico:
  A histeria, sendo um modo do sujeito ser
remetido à sua própria divisão, comporta uma
           forma específica de gozo
Segundo operador:

aquilo que pode se manifestar como uma privação de gozo
         apresenta-se como um gozo na privação.
Um discurso distinto




instaura uma clínica igualmente
           distinta.
Fragmento Clínico:

  Há aproximadamente quatro anos, uma jovem que se
    encontrava na transição da adolescência para os
 primeiros anos da idade adulta, me procurou motivada
por duas situações distintas e com um grande incômodo.

 Inicialmente, havia a perda abrupta da mãe. Ainda não
   tinha completado um ano que a mãe - com quem a
paciente vivia - sofreu um AVC de grandes proporções e
                         faleceu.
Para a jovem paciente, esta perda ainda não era muito
bem compreendida e restava-lhe, na proximidade deste
momento traumático, se reconhecer como uma pessoa
  sem sorte, distinta de todas as outras jovens de seu
    círculo de relações. A paciente afirmava que não
       conhecia ninguém, na pequena cidade onde
      morava, que tivesse passado por semelhante
                     acontecimento.
A perda da mãe e a certeza de que uma tragédia
 muito singular havia se abatido sobre a sua vida
           faziam ecoar outras perdas já
ocorridas, especialmente a incapacidade de seu pai
            ser, aos seus olhos, um pai.
Anos antes, o pai e a mãe da paciente viviam juntos, embora
  muito mal. Formavam uma família com três filhos, sendo a
paciente a filha caçula. As crises de ciúme do pai, associadas ao
      seu alcoolismo, tornavam a relação familiar difícil e
constantemente tensa, chegando a ocorrer algumas agressões
                 físicas do pai em relação à mãe.

             A paciente era muito nova nesta época, mas esta era a
          imagem que, posteriormente, lhe foi possível capturar de seu
                             pai: um pai decaído.
Este pai, sem uma ocupação muito específica, ridicularizado e
  criticado pela família da mãe (composta por irmãos e irmãs
muito unidos, com um grande grau de influência recíproca entre
suas vidas), separou-se de sua mãe. Foi a partir daí que cada um
de seus dois irmãos acabou sendo criado mais de perto por uma
 das tias. A família, assim, se “tentacularizou”, ainda que todos
    continuassem morando muito próximos uns dos outros.

 A jovem foi a única que permaneceu morando junto de sua
  mãe. A partir do falecimento desta, a paciente, então, se
                         lamentava:

“perdi minha mãe, nunca tive uma família, nunca tive um pai.
   Todas as outras pessoas tem; eu sou a única que não...”
Esta fala da paciente, tão repleta de um traço narcísico – na
 medida em que indica a sua captura por uma imagem que
 mesmo sendo negativizada é idealizada – e alienante, nos
    conduz a perceber a presença da divisão do sujeito:

     “a alienação reside na divisão do sujeito”
                                            (Lacan, Escritos, p. 855)
A segunda situação de grande incômodo que também
 participou da chegada da paciente à análise foi, após a
       morte da mãe, o surgimento de uma dupla
                    sintomatologia:

a) a paciente percebia, no que se refere ao seu humor e
sua própria relação com a vida, um grande contraste
entre o antes e o após a perda da mãe: anteriormente, a
jovem era uma líder na sua escola, uma pessoa cheia de
iniciativa, participante de todas as ações, alguém que se
destacava entre as amigas.

Agora, um retraimento havia se abatido sobre a
paciente e ela já não mais era tão segura de
si, mas, bem ao contrário, portava um questionamento
sobre seu próprio valor, suas capacidades e habilidades.
Uma espécie de perda de brilho, ao ver da paciente, se
abateu sobre ela própria.
Esta sintomatologia,
       na qual nós
podemos reconhecer
      claramente a
  incidência de uma
    Inibição sobre a     Freud vai nos propor que
                             a inibição é uma
      paciente, era      problemática narcísica e,
 bastante discreta. A     enquanto tal, funciona
          outra          como uma defesa para o
 sintomatologia, que      paciente, comportando
  virá a seguir, é que         uma cota de
                            desconhecimento.
     será bem mais
 exuberante. Porém,
                              Ou seja, com a
 parece-me que esta      manutenção da inibição o
   marca da inibição     paciente não vem a saber
      não deve ser       sobre sua própria divisão.
  desprovida de seu
          valor.
b) gradativamente, um amplo quadro de sintomas,
                       condutas, rituais e repetições foi se instalando -
                     identificados pela paciente e por suas tias como um
                     TOC prêt-à-porter: transtorno obsessivo-compulsivo.

                    Esta sintomatologia era bastante severa quanto àquilo
                    que exigia da paciente: sua energia, tempo e paciência
                    iam se definhando diante dos rituais para se vestir, se
                     levantar da cama ao acordar, tomar banho, arrumar
                      seu quarto, sair de casa, escrever alguma coisa no
                             caderno, se preparar para dormir, etc.




 Ao lado desta sintomatologia que atingia afazeres e ações havia
também uma sintomatologia invasiva e com traços repetitivos que se
  referia aos pensamentos. A paciente era instigada a pensar certos
            conteúdos e a elaborar alguns planos mentais.
Estes dois aspectos (a inibição e a aparição do que a
  paciente nomeava como TOC) causavam grande
            mal-estar e traziam o enigma:

       “por que isto tudo acontece comigo?”
De minha parte, considerei importante realizar na condução clínica do
 caso uma minuciosa trajetória pelos labirintos desta sintomatologia.


                    A paciente falava de seus sintomas como se
                  fossem edemas; ela estava plena deles, a ponto
                  de estourar. Busquei, portanto, uma espécie de
                            esvaziamento dos mesmos.

                      Nesta trilha, a paciente me narrava (sem
                    nenhuma linearidade) as manifestações dos
                  sintomas, seus detalhes, incidências, momentos
                      de agravamento e de abrandamento. Ela
                   insistentemente associava-os à morte da mãe,
                  ainda que não conseguisse compreender muito
                       bem o nexo que aí podia se estabelecer.
A paciente dizia que seu maior
 sonho era se ver livre de seus
    sintomas, ainda que ela
acreditasse que isto tudo nunca
          fosse passar.

   Em meio à estratégia de
  exaustão (falar e redizer o
sintoma), surgia um misto de
  lembrança e imagem de si
    que a paciente assim
         descreveu:

“sou uma criança que está em
 um lugar muito escuro e me
   encontro agachada, com
    medo de me levantar.”
A paciente, desde a morte da mãe, foi também morar com uma
 tia, tal como seus irmãos haviam feito bem anteriormente na
              ocasião da separação entre seus pais.

   Ela ainda tem contato com o pai que, segundo ela, faz o
contrário de um pai: lhe procura para lhe pedir alguns trocados
 para beber. Motivo este de grande irritação para a paciente.
Como sinalizamos mais atrás:


Na histeria, aquilo que pode se manifestar como uma privação
       de gozo apresenta-se como um gozo na privação.




E não é incomum que na histeria este lugar (lugar do gozo e do gozo na
   privação) esteja mediatizado pela relação com uma outra Mulher.
Por isso, em termos de condução clínica devemos
 nos valer de forma instrutiva daquilo que Freud
 não fez - como ele muito bem sinalizou no pós-
               escrito ao caso Dora.
 Freud começou pela indagação acerca do objeto
   e, assim, deixou de considerar a duplicidade
              subjetiva aí implicada.

Devemos sempre criar condições, na análise de
um histérico, para a indagação crucial: antes de
 perguntar o que ele deseja, cabe perguntar:
            “quem deseja ?”
Prosseguiremos nos próximos encontros com os temas:

 02/04: Histeria e psicose: as fronteiras da dissociação
      16/04: Histeria e atuação: corpo e gozo




                        Até lá!
               Acesso a este conteúdo:
             www.alexandresimoes.com.br


                                                       ALEXANDRE
                                                         SIMÕES
                                                    ® Todos os direitos
                                                    de autor reservados.

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CURSO CLÍNICA PSICANALÍTICA 2012 - Aula 2 - Histeria e TOC: possíveis confluências

  • 1. Clínica Psicanalítica: manejo e subjetivações na contemporaneidade Tema: Histeria e TOC: possíveis confluências ALEXANDRE SIMÕES Coordenação Alexandre Simões ® Todos os direitos de autor reservados.
  • 2. Em nosso encontro anterior, nos concentramos em um tema que nos aproximou das considerações sobre a histeria na atualidade: A histeria na atualidade: novas trajetórias nos labirintos da falta?
  • 3. Partimos de algumas balizas conceituais para, na sequência, examinar um fragmento clínico. Dentre as balizas indicadas, retorno especialmente a duas:
  • 4. Primeiro operador clínico: A histeria, sendo um modo do sujeito ser remetido à sua própria divisão, comporta uma forma específica de gozo
  • 5. Segundo operador: aquilo que pode se manifestar como uma privação de gozo apresenta-se como um gozo na privação.
  • 6. Um discurso distinto instaura uma clínica igualmente distinta.
  • 7. Fragmento Clínico: Há aproximadamente quatro anos, uma jovem que se encontrava na transição da adolescência para os primeiros anos da idade adulta, me procurou motivada por duas situações distintas e com um grande incômodo. Inicialmente, havia a perda abrupta da mãe. Ainda não tinha completado um ano que a mãe - com quem a paciente vivia - sofreu um AVC de grandes proporções e faleceu.
  • 8. Para a jovem paciente, esta perda ainda não era muito bem compreendida e restava-lhe, na proximidade deste momento traumático, se reconhecer como uma pessoa sem sorte, distinta de todas as outras jovens de seu círculo de relações. A paciente afirmava que não conhecia ninguém, na pequena cidade onde morava, que tivesse passado por semelhante acontecimento.
  • 9. A perda da mãe e a certeza de que uma tragédia muito singular havia se abatido sobre a sua vida faziam ecoar outras perdas já ocorridas, especialmente a incapacidade de seu pai ser, aos seus olhos, um pai.
  • 10. Anos antes, o pai e a mãe da paciente viviam juntos, embora muito mal. Formavam uma família com três filhos, sendo a paciente a filha caçula. As crises de ciúme do pai, associadas ao seu alcoolismo, tornavam a relação familiar difícil e constantemente tensa, chegando a ocorrer algumas agressões físicas do pai em relação à mãe. A paciente era muito nova nesta época, mas esta era a imagem que, posteriormente, lhe foi possível capturar de seu pai: um pai decaído.
  • 11. Este pai, sem uma ocupação muito específica, ridicularizado e criticado pela família da mãe (composta por irmãos e irmãs muito unidos, com um grande grau de influência recíproca entre suas vidas), separou-se de sua mãe. Foi a partir daí que cada um de seus dois irmãos acabou sendo criado mais de perto por uma das tias. A família, assim, se “tentacularizou”, ainda que todos continuassem morando muito próximos uns dos outros. A jovem foi a única que permaneceu morando junto de sua mãe. A partir do falecimento desta, a paciente, então, se lamentava: “perdi minha mãe, nunca tive uma família, nunca tive um pai. Todas as outras pessoas tem; eu sou a única que não...”
  • 12. Esta fala da paciente, tão repleta de um traço narcísico – na medida em que indica a sua captura por uma imagem que mesmo sendo negativizada é idealizada – e alienante, nos conduz a perceber a presença da divisão do sujeito: “a alienação reside na divisão do sujeito” (Lacan, Escritos, p. 855)
  • 13. A segunda situação de grande incômodo que também participou da chegada da paciente à análise foi, após a morte da mãe, o surgimento de uma dupla sintomatologia: a) a paciente percebia, no que se refere ao seu humor e sua própria relação com a vida, um grande contraste entre o antes e o após a perda da mãe: anteriormente, a jovem era uma líder na sua escola, uma pessoa cheia de iniciativa, participante de todas as ações, alguém que se destacava entre as amigas. Agora, um retraimento havia se abatido sobre a paciente e ela já não mais era tão segura de si, mas, bem ao contrário, portava um questionamento sobre seu próprio valor, suas capacidades e habilidades. Uma espécie de perda de brilho, ao ver da paciente, se abateu sobre ela própria.
  • 14. Esta sintomatologia, na qual nós podemos reconhecer claramente a incidência de uma Inibição sobre a Freud vai nos propor que a inibição é uma paciente, era problemática narcísica e, bastante discreta. A enquanto tal, funciona outra como uma defesa para o sintomatologia, que paciente, comportando virá a seguir, é que uma cota de desconhecimento. será bem mais exuberante. Porém, Ou seja, com a parece-me que esta manutenção da inibição o marca da inibição paciente não vem a saber não deve ser sobre sua própria divisão. desprovida de seu valor.
  • 15. b) gradativamente, um amplo quadro de sintomas, condutas, rituais e repetições foi se instalando - identificados pela paciente e por suas tias como um TOC prêt-à-porter: transtorno obsessivo-compulsivo. Esta sintomatologia era bastante severa quanto àquilo que exigia da paciente: sua energia, tempo e paciência iam se definhando diante dos rituais para se vestir, se levantar da cama ao acordar, tomar banho, arrumar seu quarto, sair de casa, escrever alguma coisa no caderno, se preparar para dormir, etc. Ao lado desta sintomatologia que atingia afazeres e ações havia também uma sintomatologia invasiva e com traços repetitivos que se referia aos pensamentos. A paciente era instigada a pensar certos conteúdos e a elaborar alguns planos mentais.
  • 16. Estes dois aspectos (a inibição e a aparição do que a paciente nomeava como TOC) causavam grande mal-estar e traziam o enigma: “por que isto tudo acontece comigo?”
  • 17. De minha parte, considerei importante realizar na condução clínica do caso uma minuciosa trajetória pelos labirintos desta sintomatologia. A paciente falava de seus sintomas como se fossem edemas; ela estava plena deles, a ponto de estourar. Busquei, portanto, uma espécie de esvaziamento dos mesmos. Nesta trilha, a paciente me narrava (sem nenhuma linearidade) as manifestações dos sintomas, seus detalhes, incidências, momentos de agravamento e de abrandamento. Ela insistentemente associava-os à morte da mãe, ainda que não conseguisse compreender muito bem o nexo que aí podia se estabelecer.
  • 18. A paciente dizia que seu maior sonho era se ver livre de seus sintomas, ainda que ela acreditasse que isto tudo nunca fosse passar. Em meio à estratégia de exaustão (falar e redizer o sintoma), surgia um misto de lembrança e imagem de si que a paciente assim descreveu: “sou uma criança que está em um lugar muito escuro e me encontro agachada, com medo de me levantar.”
  • 19. A paciente, desde a morte da mãe, foi também morar com uma tia, tal como seus irmãos haviam feito bem anteriormente na ocasião da separação entre seus pais. Ela ainda tem contato com o pai que, segundo ela, faz o contrário de um pai: lhe procura para lhe pedir alguns trocados para beber. Motivo este de grande irritação para a paciente.
  • 20. Como sinalizamos mais atrás: Na histeria, aquilo que pode se manifestar como uma privação de gozo apresenta-se como um gozo na privação. E não é incomum que na histeria este lugar (lugar do gozo e do gozo na privação) esteja mediatizado pela relação com uma outra Mulher.
  • 21. Por isso, em termos de condução clínica devemos nos valer de forma instrutiva daquilo que Freud não fez - como ele muito bem sinalizou no pós- escrito ao caso Dora. Freud começou pela indagação acerca do objeto e, assim, deixou de considerar a duplicidade subjetiva aí implicada. Devemos sempre criar condições, na análise de um histérico, para a indagação crucial: antes de perguntar o que ele deseja, cabe perguntar: “quem deseja ?”
  • 22. Prosseguiremos nos próximos encontros com os temas: 02/04: Histeria e psicose: as fronteiras da dissociação 16/04: Histeria e atuação: corpo e gozo Até lá! Acesso a este conteúdo: www.alexandresimoes.com.br ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.