10. Livro ilustrado (Livro de imagem )
• DEFINIÇÃO (Luis Camargo):
• São livros sem texto.
• As imagens é que contam as histórias.
• Ou livros com pouco texto, em que o papel principal cabe à
ilustração.
• Outras definições:
• Álbum de figuras.
• Álbum ilustrado.
• História muda.
• História sem texto.
• Livro sem texto
• Texto visual.
• Livro sem palavras (Hanna Webb, autora e ilustradora)
11. • Segundo Peter O’Sagae o livro de
imagem tem estatuto triplamente
incerto:
• É literatura? (Coelho 1981)
• Subgênero da literatura infantil (Ceccantini
2004)
• Subproduto do livro para crianças (Necyk
2007)
12. TIPOS DE LIVROS DE IMAGEM
(Peter O’sagae)
• 1. livro de imagem informativo de caráter referencial e descritivo,
apresenta cenas e objetos do chamado mundo real (informação
unívoca).
• 2. livro de imagem ilustrativo (rememorativo?) que traz cenas de
uma narrativa conhecida pelo leitor e não possui solução de
continuidade visual.
• 3. livro de imagem narrativo é um gênero próprio da literatura
infantil brasileira que usa (e abusa) da informação estética,
ambígua e ficcional.
13. • POSSÍVEL ORIGEM DO LIVRO DE IMAGEM (Marilda
Castanha)
• Bíblia dos pobres , Bíblia pauperum. Bíblia ricamente
ilustrada, com texto, e capa. Ficavam expostas nas
igrejas da idade média.
• Características:
• A imagem não está subordinada ao texto. Essa Bíblia
colocou a ilustração no centro (apenas um texto breve
ou nenhum texto em tudo). As palavras faladas pelas
figuras nas miniaturas (pequenas ilustrações) eram
muitas vezes escritas em rolos que saem das suas
bocas (podem ser comparadas as histórias em
quadrinhos.
15. • CARACTERÍSTICAS DO LIVRO DE IMAGEM
• 1. Leitura imagética ou visual (diferente da leitura textual).
• Oferece experiência estética para crianças, acostumadas com a
imagem fugaz e fragmentada das mídias eletrônicas.
• 2. Possibilita o conhecimento dos elementos da linguagem visual: Linha,
textura, planos, volumes (luz e sobra), cor, composição.
• 3. Leitura do livro depende do olhar do espectador (olhar é uma
experiência individual, ainda que exista uma sintaxe visual, ela tem
regras flexíveis, diferentemente da sintaxe gramatical).
• 4. Caráter transgressor: Uma primeira faceta transgressora do livro de
imagem reside no fato de ser um produto da literatura gerado sem o uso
da escrita. (portanto para muitos é considerado um sub-produto da
literatura, um livro menor, a pesquisa sobre este gênero de literatura no
Brasil é incipiente).
• 5. A história propriamente é contada por imagens. Sem texto.
• 6. Possibilidade de contar uma história (ação) de modo sintético.
• 8.Total domínio da história por parte do escritor.
• Inter-relação entre imagem e narrativa da história.
16. O LIVRO DE IMAGEM NO
BRASIL
• Pode-se considerar, ainda nos dias de hoje, pouco popular no Brasil.
• Por quê: Criar um livro de imagem é tarefa difícil (Peter O’Sagae), a palavra
é mais valorizada (cultuada que a imagem na nossa cultura)
• Catálogo de livros 2010
• Editora Projeto
• Aurora. Cristina Biazetto, 2010.
• A raça perfeita. Ângela Lago, Gisele Lotufo, 2005. Finalista Prêmio Jabuti.
Prêmio FNLIJ – Hors Concours
• Editora CosacNaify
• O outro lado. Istvan Banyai, 2007( autor de Zoom, 1995). Altamente
Recomendável / FNLIJ.
17. • 1º LIVRO DE IMAGEM BRASILEIRO
• Ida e Volta – Juarez Machado, Primor, 1976.
• Primeiramente editado na Holanda/Alemanha, França, Holanda e
• Itália.
• 1985 – 113 livros de imagem foram produzidos no Brasil (Camargo)
• de imagens editados no Brasil.
• 2001 – 153 livros de imagem foram produzidos no Brasil (Ferraro)
• 1981- FNLIJ / Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil passa a
premiar os melhores livros sem texto realizados a cada ano (Prêmio Luís
Jardim).
• 1981 – Eva Furnari, Coleção Peixe-Vivo. Ática
• - Juarez Machado, Ida e volta. Primor (atualmente Agir)
• 1982 - Eva Furnari, A bruxinha atrapalhada. Global. (Coleção Só Imagem)
• 1983 - Eva Furnari, Filó e Marieta. Paulinas.
• 1984 – Outra Vez, Ângela Lago, Miguilim
• Outros autores premiados pela FNLIJ (livro de Imagem)
• Graça Lima, Marilda Castanha, Roger Mello, Istvan Banyai, Nelson Cruz,
André Neves, Rui de Oliveira, etc.
18. • Bibliografia
• BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. São
Paulo: Brasiliense, 1994. .
• CAMARGO, Luis. A ilustração no livro ilustrado. Belo Horizonte: Lê. 1995.
• CASTANHA, Marilda. A linguagem visual no livro sem texto. In: Com a
palavra o ilustrador: o que é qualidade em ilustração no livro infantil e
juvenil (org. Ieda de Oliveira). São Paulo: DCL, 2008.
• HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. São Paulo Cosac Naify,
2010.
• LINDEN, Sophie. Para ler o livro ilustrado. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
• MORAES, Odilon, e outros. Traço e Prosa. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
• MORICONI, Renato. Bárbaro. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2013.
• NIKOLAJEVA, Maria; SCOTT,Carole. Livro Ilustrado: palavras e Imagens.
São Paulo: Cosac Naify, 2011.
• POWERS, Alan. Era uma vez uma capa. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
• SALISBURY, Martin. Ilustración de libros infantiles. Barcelona, Acanto,
2004.
• Site: Peter O’sagae http://www.slideshare.net/dobrasdaleitura/como-e-porq
19. Atividade Prática
• Após ler A Velha História, de Mario Quintana ( Sapato Florido,
Editora da Universidade, Porto Alegre, 1994), divida o conteúdo da
mesma em nove frases, que você considera as mais importantes,
seguindo a seqüência do conto.
• Pegue uma folha de papel sulfite e divida ao meio no sentido
vertical e em três partes iguais no sentido horizontal.
• Corte nas partes indicadas, dobre formando um pequeno livro
(boneco).
• Na capa você colocará seu nome e um desenho que sintetize a
história e mobilize a curiosidade do leitor para abrir o livro.
• Na contra-capa você colocará uma ilustração e pode escrever uma
pequena síntese da história.
• Nas paginas 2 a 10 você contara esta história somente com
imagens!
• Mãos à obra!
20. • Velha história
• Era uma vez um homem que estava pescando, Maria.
• Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequeninhinho e
inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem
ficou com pena.
• E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do
coitadinho.
• Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho
sarasse no quente.
• E desde então ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o
acompanhava, a trote, que nem um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos
elevadores. Pelos cafés.
• Como era tocante vê-los no “17”!-o homem, grave, de preto, com uma das
mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo jornal,
com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este,
silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por canudinho
21. • Ora, um dia o homem e o peixinho passeavam à margem do rio onde o
segundo dos dois fora pescado. E eis que os olhos do primeiro se
encheram de lagrimas. E disse o homem ao peixinho:
• “Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que
roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus
irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da
tua família. E viva eu cá na terra sempre triste...”
• Dito isto verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o
peixinho na água. E a água fez um redemoinho, que foi depois
serenando, serenando... até que o peixinho morreu afogado...