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Adélia Prado
"Moça feita, li Drummond a primeira
vez em prosa. Muitos anos mais tarde,
Guimarães Rosa, Clarice. Esta é a
minha turma, pensei. Gostam do que
eu gosto. Minha felicidade foi imensa.
Continuava a escrever, mas enfadara-
me do meu próprio tom, esgotado de
fontes que não a minha. Até que um
dia, propriamente após a morte do
meu pai, começo a escrever
torrencialmente e percebo uma fala
minha, diversa da dos autores que
amava. É isto, é a minha fala."
Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis, Minas
Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935, filha do
ferroviário João do Prado Filho e de Ana Clotilde Corrêa.
Leva uma vidinha pacata naquela cidade do interior.
1935
1950 Falece sua mãe. Tal
acontecimento faz com
que a autora escreva
seus primeiros versos.
1953 Conclui o Magistério
1955 Começa a lecionar no
Ginásio Estadual Luiz de
Mello Viana Sobrinho.
“Minha mãe achava estudo a
coisa mais fina do mundo. Não é.
A coisa mais fina do mundo é o
sentimento.”
Casa-se, em Divinópolis, com José Assunção de Freitas,
funcionário do Banco do Brasil. Dessa união nasceram cinco
filhos: Eugênio (em 1959), Rubem (1961), Sarah (1962),
Jordano (1963) e Ana Beatriz (1966).
1958
Antes do nascimento da última filha, a escritora e o marido
iniciam o curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras de Divinópolis.
1973
1972 Morre seu pai.
Forma-se em Filosofia. Nessa ocasião
envia carta e originais de seus novos
poemas ao poeta e crítico literário
Affonso Romano de Sant'Anna, que os
submete à apreciação de Carlos
Drummond de Andrade.
1975 Drummond sugere a publicação do livro de Adélia. No dia 09
de outubro, Drummond publica uma crônica no Jornal do
Brasil chamando a atenção para o trabalho ainda inédito da
escritora.
Lança o livro Bagagem com a presença de
Antônio Houaiss, Raquel Jardim, Carlos
Drummond de Andrade, Clarice Lispector,
Juscelino Kubitscheck, Affonso Romano de
Sant'Anna, Nélida Piñon e Alphonsus de
Guimaraens Filho, entre outros.
1976
Marca o lançamento de O coração disparado que é
agraciado com o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do
Livro.
1978
1979 Estreia na prosa com Soltem os cachorros e abandona o
magistério.
1980 Dirige o grupo teatral amador Cara e Coragem na montagem
de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Publica Cacos
para um vitral
1981
.
Publica Terra de Santa Cruz.
1984 Publica Os componentes da banda.
1985 Participa em Portugal de um programa de intercâmbio cultural
entre autores brasileiros e portugueses, e em Havana, Cuba,
do II Encontro de Intelectuais pela Soberania dos Povos de
Nossa América.
1987 Fernanda Montenegro estreia no Teatro o espetáculo Dona
Doida: um interlúdio, baseado em textos de livros da
autora. A montagem fez grande sucesso, tendo sido
apresentada em diversos estados brasileiros e, também, nos
EUA, Itália e Portugal.
De 1983 a 1988 exerce as funções de Chefe da
Divisão Cultural da Secretaria Municipal de
Educação e da Cultura de Divinópolis.
Apresenta-se, em Nova York, na Semana
Brasileira de Poesia, evento promovido
pelo Comitê Internacional pela Poesia. É
publicado A faca no peito.
1988
1991 É publicada sua Poesia Reunida.
1994 Após anos de silêncio poético, ressurge Adélia Prado com o
livro O homem da mão seca. Conta a autora que o livro foi
iniciado em 1987, mas, depois de concluir o primeiro capítulo,
foi acometida de uma crise de depressão, que a bloquearia
literariamente por longo tempo.
1999 Publica Oráculos de maio.
2010 Publica A duração do dia.
2013 Publica Miserere
POESIA:
- Bagagem, - 1976
- O coração disparado, - 1978
- Terra de Santa Cruz, - 1981
- O pelicano, - 1987
- A faca no peito, - 1988
- Oráculos de maio, - 1999
- A duração do dia, - 2010
- Miserere, - 2013
PROSA:
- Solte os cachorros, - 1979
- Cacos para um vitral, - 1980
- Os componentes da banda, - 1984
- O homem da mão seca, - 1994
- Manuscritos de Felipa, - 1999
- Filandras, - 2001
- Quero minha mãe ,- 2005
- Quando eu era pequena, - 2006.
Adélia costuma dizer que o cotidiano é a
própria condição da literatura. Morando
na pequena Divinópolis, cidade com
aproximadamente 200.000 habitantes,
estão em sua prosa e em sua poesia
temas recorrentes da vida de província,
a moça que arruma a cozinha, a missa,
um certo cheiro do mato, vizinhos, a
gente de lá.
Deus é personagem
principal em sua obra. Ele
está em tudo. Não apenas
Ele, mas a fé católica, a
reza, a lida cristã.
Adélia não cultua a desesperança, a derrota, e o
desencanto. Não crê na morte como fim (mas treme de pensar
nela). A fé cristã para Adélia é baluarte, sustentáculo que a
habilita a enfrentar qualquer adversidade. Vale lembrar que sua
poesia tem muitas vezes um tom de salmo. Algo como louvor e
denúncia, canto pela vida e reclamação contra as dores. Daí
também as referências diretas e indiretas ao livro de Jó, Cântico
dos Cânticos, Salmos, etc. Muitas vezes seus poemas são
verdadeiras orações. A adesão à fé é explícita e motivadora de
sua poesia.
O ESTILO DE ADÉLIA PRADO
Religiosidade
Reflexão metalinguística
De fato, a poesia adeliana vai aliando essas possibilidades de
reinvenção às possíveis formas de falar de poesia, sobre poesia, para
e com a poesia. Assim vai se acentuando o caráter metalinguístico
que perpassa com uma força notável por seus escritos. A reflexão
metalinguística se dá em dois níveis: ora fala do poeta e seu ofício,
ora reflete sobre a poesia – sua natureza, sua função, a dificuldade de
concebê-la, de objetivá-la, sua fonte de inspiração.
Essa forma ímpar de observar a vida e
transpô-la aos livros faz dessa escritora uma das
grandes representantes da nossa poesia
contemporânea e a coloca em lugar de destaque
da representação da experiência feminina no meio
literário. A crítica observa o surgimento de uma
dicção diferente na tradição literária.
Um jeito de mulher
A experiência nascida de dias vividos e, sobretudo,
observados e refletidos, constrói uma poesia-experiência que está
diretamente ligada aos elementos que constituem a vida comum de
uma dona de casa. Segundo Kujawski (1991), só o cotidiano nos
permite estar, verdadeiramente. Afinal, ainda de acordo com o
autor, sem a integridade do cotidiano, estamos condenados ao mal
estar existencial. Estar quer dizer demorar-se nos lugares, nas
pessoas e nas coisas e isso Adélia Prado cumpre em seus versos.
O cotidiano
O cotidiano é, como a própria
escritora afirma, a matéria prima
de onde ela extrai o lirismo mais
humano e natural que a poetisa
consegue revelar.
Caráter Narrativo
Sabemos que esse é um predicado peculiar à prosa, mas que
pode ser retomado pela poesia para que o texto ganhe diferentes
nuances, adquira sentidos específicos que o escritor deseje
empregar. A narratividade atuará na poesia adeliana enquanto
estratégia para conceder ao poema riquezas de tonalidades diversas,
sempre utilizando uma mescla de procedimentos: narrativos,
descritivos e dialogais. Através do coloquialismo e do registro oral, o
caráter narrativo confere no poema uma aproximação, tornando-o
mais íntimo do leitor.
TERRA DE SANTA CRUZ
Território 28
poemas
Catequese 11
poemas
Sagração 1
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Cotidiano, Religiosidade e Erotismo
Festa do corpo de Deus
Como um tumor maduro
a poesia pulsa dolorosa,
anunciando a paixão:
“Ó crux ave, spes única
Ó passiones tempore”
Jesus tem um par de nádegas!
Mais que Javé na montanha
esta revelação me prostra.
Ó mistério, mistério,
suspenso no madeiro
o corpo humano de Deus.
é próprio do sexo o ar
que nos faunos velhos surpreendo,
em crianças supostamente
pervertidas
e a que chamam dissoluto.
Nisto consiste o crime,
em fotografar uma mulher gozando
e dizer: eis a face do pecado.
Por séculos e séculos
os demônios porfiaram
em nos cegar com este embuste.
E teu corpo na cruz, suspenso.
E teu corpo na cruz, sem panos:
olha para mim.
Eu te adoro, ó salvador meu
que apaixonadamente me revelas
a inocência da carne.
Expondo-te como um fruto
nesta árvore de execração
o que dizes é amor,
amor do corpo, amor.
( p. 75)
1-O título- Já é sugestivo por si só, se a ele associarmos, do
calendário litúrgico, a festa de Corpus Christi. “... na Igreja
Católica tal festa, de Corpus Christi, revela Jesus Cristo
presente na hóstia consagrada. A hóstia é um tipo de pão
branco, amorfo, sem formato de corpo. Adélia, entretanto,
aponta para uma outra forma de compreender a presença
sacramental de Cristo: através do corpo em seus contornos e
em sua nudez da cruz.” (Rodrigo Portela)
2- A cruz- Para Adélia, a cruz revela que o corpo é inocência e
não desfrutar da corporeidade é pecado. Portanto, o objetivo
da poesia, enquanto a que “evangeliza”, está na revelação da
sacralidade corpórea provocando um deslocamento na
compreensão do sagrado e do profano.
3-O crime- “Nisto consiste o crime, /em fotografar uma mulher
gozando /e dizer: eis a face do pecado. /Por séculos e séculos /os
demônios porfiaram /em nos cegar com este embuste”.
Nesses versos, a autora resgata o modo como na tradição
judaico-cristã utilizou-se da ideia da atribuição à entrada do
pecado no mundo por intermédio da mulher. Eva é a
personificação do pecado.
Mulher + sexualidade = pecado
Ela desfaz este mito afirmando-o como porfia (discussão)
demoníaca para cegar as culturas patriarcais que durante séculos
utilizaram este mito para submeter as mulheres à condição de
pecadoras e, portanto, devendo ser subordinadas, controladas
pelos homens, convertendo-as em objetos de propriedade no seio
das estruturas familiares.
4- A paixão- Essa paixão que a poesia anuncia revela a humanidade
de Cristo: “Jesus tem um par de nádegas!” A escolha dessa metáfora,
para afirmar a corporeidade de Cristo, faz a diferença: a autora
escolhe as nádegas e não o falo para afirmar o corpo de Deus.
Desviar-se do estabelecido culturalmente para representar o corpo
masculino, referindo-se a Cristo homem-divino-crucificado, revela
uma capacidade reinventiva e transgressora.
O poema traz o sublime para o
cotidiano, o distante para o próximo. A visão
do corpo de Cristo crucificado dá testemunho
da corporeidade da vida. Não se trata,
portanto, de uma visão que foge do sexo, do
prazer, por considerá-lo pecado. A carne é
inocente e a festa dos corpos pode ser um
hino de louvor.
Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como 'este foi difícil'
'prateou no ar dando rabanadas'
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
Em poucas palavras, ela demonstra o
quanto vale a pena doar-se para ter pequenos
grandes prazeres. Momentos considerados
enfadonhos para alguns, tornam-se intensos para
este eu-lírico feminino. Ela sabe o valor de se
compartilhar a limpeza de peixes com o marido. É
a divisão de momentos, o companheirismo, a
troca, sem qualquer indício de vaidade, de
orgulho. Que sabedoria! As mulheres que se
recusam a limpar peixes não sabem o que estão
perdendo! É mais ou menos isso que ela diz nas
entrelinhas. Isso pode ser dimensionado para
qualquer outra situação dentro de um
relacionamento. Seja um namoro, um noivado ou
um casamento.
Casamento
Adélia Prado

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Adélia Prado

  • 1. Adélia Prado "Moça feita, li Drummond a primeira vez em prosa. Muitos anos mais tarde, Guimarães Rosa, Clarice. Esta é a minha turma, pensei. Gostam do que eu gosto. Minha felicidade foi imensa. Continuava a escrever, mas enfadara- me do meu próprio tom, esgotado de fontes que não a minha. Até que um dia, propriamente após a morte do meu pai, começo a escrever torrencialmente e percebo uma fala minha, diversa da dos autores que amava. É isto, é a minha fala."
  • 2. Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1935, filha do ferroviário João do Prado Filho e de Ana Clotilde Corrêa. Leva uma vidinha pacata naquela cidade do interior. 1935 1950 Falece sua mãe. Tal acontecimento faz com que a autora escreva seus primeiros versos. 1953 Conclui o Magistério 1955 Começa a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Mello Viana Sobrinho. “Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento.”
  • 3. Casa-se, em Divinópolis, com José Assunção de Freitas, funcionário do Banco do Brasil. Dessa união nasceram cinco filhos: Eugênio (em 1959), Rubem (1961), Sarah (1962), Jordano (1963) e Ana Beatriz (1966). 1958 Antes do nascimento da última filha, a escritora e o marido iniciam o curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis. 1973 1972 Morre seu pai. Forma-se em Filosofia. Nessa ocasião envia carta e originais de seus novos poemas ao poeta e crítico literário Affonso Romano de Sant'Anna, que os submete à apreciação de Carlos Drummond de Andrade.
  • 4. 1975 Drummond sugere a publicação do livro de Adélia. No dia 09 de outubro, Drummond publica uma crônica no Jornal do Brasil chamando a atenção para o trabalho ainda inédito da escritora. Lança o livro Bagagem com a presença de Antônio Houaiss, Raquel Jardim, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Juscelino Kubitscheck, Affonso Romano de Sant'Anna, Nélida Piñon e Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros. 1976 Marca o lançamento de O coração disparado que é agraciado com o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. 1978 1979 Estreia na prosa com Soltem os cachorros e abandona o magistério.
  • 5. 1980 Dirige o grupo teatral amador Cara e Coragem na montagem de O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Publica Cacos para um vitral 1981 . Publica Terra de Santa Cruz. 1984 Publica Os componentes da banda. 1985 Participa em Portugal de um programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses, e em Havana, Cuba, do II Encontro de Intelectuais pela Soberania dos Povos de Nossa América. 1987 Fernanda Montenegro estreia no Teatro o espetáculo Dona Doida: um interlúdio, baseado em textos de livros da autora. A montagem fez grande sucesso, tendo sido apresentada em diversos estados brasileiros e, também, nos EUA, Itália e Portugal. De 1983 a 1988 exerce as funções de Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de Educação e da Cultura de Divinópolis.
  • 6. Apresenta-se, em Nova York, na Semana Brasileira de Poesia, evento promovido pelo Comitê Internacional pela Poesia. É publicado A faca no peito. 1988 1991 É publicada sua Poesia Reunida. 1994 Após anos de silêncio poético, ressurge Adélia Prado com o livro O homem da mão seca. Conta a autora que o livro foi iniciado em 1987, mas, depois de concluir o primeiro capítulo, foi acometida de uma crise de depressão, que a bloquearia literariamente por longo tempo. 1999 Publica Oráculos de maio. 2010 Publica A duração do dia. 2013 Publica Miserere
  • 7. POESIA: - Bagagem, - 1976 - O coração disparado, - 1978 - Terra de Santa Cruz, - 1981 - O pelicano, - 1987 - A faca no peito, - 1988 - Oráculos de maio, - 1999 - A duração do dia, - 2010 - Miserere, - 2013 PROSA: - Solte os cachorros, - 1979 - Cacos para um vitral, - 1980 - Os componentes da banda, - 1984 - O homem da mão seca, - 1994 - Manuscritos de Felipa, - 1999 - Filandras, - 2001 - Quero minha mãe ,- 2005 - Quando eu era pequena, - 2006.
  • 8. Adélia costuma dizer que o cotidiano é a própria condição da literatura. Morando na pequena Divinópolis, cidade com aproximadamente 200.000 habitantes, estão em sua prosa e em sua poesia temas recorrentes da vida de província, a moça que arruma a cozinha, a missa, um certo cheiro do mato, vizinhos, a gente de lá. Deus é personagem principal em sua obra. Ele está em tudo. Não apenas Ele, mas a fé católica, a reza, a lida cristã.
  • 9. Adélia não cultua a desesperança, a derrota, e o desencanto. Não crê na morte como fim (mas treme de pensar nela). A fé cristã para Adélia é baluarte, sustentáculo que a habilita a enfrentar qualquer adversidade. Vale lembrar que sua poesia tem muitas vezes um tom de salmo. Algo como louvor e denúncia, canto pela vida e reclamação contra as dores. Daí também as referências diretas e indiretas ao livro de Jó, Cântico dos Cânticos, Salmos, etc. Muitas vezes seus poemas são verdadeiras orações. A adesão à fé é explícita e motivadora de sua poesia. O ESTILO DE ADÉLIA PRADO Religiosidade
  • 10. Reflexão metalinguística De fato, a poesia adeliana vai aliando essas possibilidades de reinvenção às possíveis formas de falar de poesia, sobre poesia, para e com a poesia. Assim vai se acentuando o caráter metalinguístico que perpassa com uma força notável por seus escritos. A reflexão metalinguística se dá em dois níveis: ora fala do poeta e seu ofício, ora reflete sobre a poesia – sua natureza, sua função, a dificuldade de concebê-la, de objetivá-la, sua fonte de inspiração. Essa forma ímpar de observar a vida e transpô-la aos livros faz dessa escritora uma das grandes representantes da nossa poesia contemporânea e a coloca em lugar de destaque da representação da experiência feminina no meio literário. A crítica observa o surgimento de uma dicção diferente na tradição literária. Um jeito de mulher
  • 11. A experiência nascida de dias vividos e, sobretudo, observados e refletidos, constrói uma poesia-experiência que está diretamente ligada aos elementos que constituem a vida comum de uma dona de casa. Segundo Kujawski (1991), só o cotidiano nos permite estar, verdadeiramente. Afinal, ainda de acordo com o autor, sem a integridade do cotidiano, estamos condenados ao mal estar existencial. Estar quer dizer demorar-se nos lugares, nas pessoas e nas coisas e isso Adélia Prado cumpre em seus versos. O cotidiano O cotidiano é, como a própria escritora afirma, a matéria prima de onde ela extrai o lirismo mais humano e natural que a poetisa consegue revelar.
  • 12. Caráter Narrativo Sabemos que esse é um predicado peculiar à prosa, mas que pode ser retomado pela poesia para que o texto ganhe diferentes nuances, adquira sentidos específicos que o escritor deseje empregar. A narratividade atuará na poesia adeliana enquanto estratégia para conceder ao poema riquezas de tonalidades diversas, sempre utilizando uma mescla de procedimentos: narrativos, descritivos e dialogais. Através do coloquialismo e do registro oral, o caráter narrativo confere no poema uma aproximação, tornando-o mais íntimo do leitor.
  • 13. TERRA DE SANTA CRUZ Território 28 poemas Catequese 11 poemas Sagração 1 poema Cotidiano, Religiosidade e Erotismo
  • 14. Festa do corpo de Deus Como um tumor maduro a poesia pulsa dolorosa, anunciando a paixão: “Ó crux ave, spes única Ó passiones tempore” Jesus tem um par de nádegas! Mais que Javé na montanha esta revelação me prostra. Ó mistério, mistério, suspenso no madeiro o corpo humano de Deus. é próprio do sexo o ar que nos faunos velhos surpreendo, em crianças supostamente pervertidas e a que chamam dissoluto. Nisto consiste o crime, em fotografar uma mulher gozando e dizer: eis a face do pecado. Por séculos e séculos os demônios porfiaram em nos cegar com este embuste. E teu corpo na cruz, suspenso. E teu corpo na cruz, sem panos: olha para mim. Eu te adoro, ó salvador meu que apaixonadamente me revelas a inocência da carne. Expondo-te como um fruto nesta árvore de execração o que dizes é amor, amor do corpo, amor. ( p. 75)
  • 15. 1-O título- Já é sugestivo por si só, se a ele associarmos, do calendário litúrgico, a festa de Corpus Christi. “... na Igreja Católica tal festa, de Corpus Christi, revela Jesus Cristo presente na hóstia consagrada. A hóstia é um tipo de pão branco, amorfo, sem formato de corpo. Adélia, entretanto, aponta para uma outra forma de compreender a presença sacramental de Cristo: através do corpo em seus contornos e em sua nudez da cruz.” (Rodrigo Portela) 2- A cruz- Para Adélia, a cruz revela que o corpo é inocência e não desfrutar da corporeidade é pecado. Portanto, o objetivo da poesia, enquanto a que “evangeliza”, está na revelação da sacralidade corpórea provocando um deslocamento na compreensão do sagrado e do profano.
  • 16. 3-O crime- “Nisto consiste o crime, /em fotografar uma mulher gozando /e dizer: eis a face do pecado. /Por séculos e séculos /os demônios porfiaram /em nos cegar com este embuste”. Nesses versos, a autora resgata o modo como na tradição judaico-cristã utilizou-se da ideia da atribuição à entrada do pecado no mundo por intermédio da mulher. Eva é a personificação do pecado. Mulher + sexualidade = pecado Ela desfaz este mito afirmando-o como porfia (discussão) demoníaca para cegar as culturas patriarcais que durante séculos utilizaram este mito para submeter as mulheres à condição de pecadoras e, portanto, devendo ser subordinadas, controladas pelos homens, convertendo-as em objetos de propriedade no seio das estruturas familiares.
  • 17. 4- A paixão- Essa paixão que a poesia anuncia revela a humanidade de Cristo: “Jesus tem um par de nádegas!” A escolha dessa metáfora, para afirmar a corporeidade de Cristo, faz a diferença: a autora escolhe as nádegas e não o falo para afirmar o corpo de Deus. Desviar-se do estabelecido culturalmente para representar o corpo masculino, referindo-se a Cristo homem-divino-crucificado, revela uma capacidade reinventiva e transgressora. O poema traz o sublime para o cotidiano, o distante para o próximo. A visão do corpo de Cristo crucificado dá testemunho da corporeidade da vida. Não se trata, portanto, de uma visão que foge do sexo, do prazer, por considerá-lo pecado. A carne é inocente e a festa dos corpos pode ser um hino de louvor.
  • 18. Casamento Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como 'este foi difícil' 'prateou no ar dando rabanadas' e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva.
  • 19. Em poucas palavras, ela demonstra o quanto vale a pena doar-se para ter pequenos grandes prazeres. Momentos considerados enfadonhos para alguns, tornam-se intensos para este eu-lírico feminino. Ela sabe o valor de se compartilhar a limpeza de peixes com o marido. É a divisão de momentos, o companheirismo, a troca, sem qualquer indício de vaidade, de orgulho. Que sabedoria! As mulheres que se recusam a limpar peixes não sabem o que estão perdendo! É mais ou menos isso que ela diz nas entrelinhas. Isso pode ser dimensionado para qualquer outra situação dentro de um relacionamento. Seja um namoro, um noivado ou um casamento. Casamento