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1 de 58
Saúde e Doença
1
Universidade Federal de Roraima
Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena
Curso de Bacharelado Gestão em Saúde Coletiva Indígena
FUNDAMENTOS DE EPIDEMIOLOGIA
Profa. Ana Paula B. Alves
Me . Ciências da Saúde
Enfermeira
E-mail: alves.ana38@gmail.com
Data: 02 a 12/03/2021
Objetivos:
• Analisar os conceitos sobre saúde, doença, processo de
doença, mais especificamente sobre as causas das doenças na
visão geral da epidemiologia;
2
I. CONCEITOS DE SAÚDE E DE DOENÇA:
Saúde = “ausência de doença”.
Doença = “falta ou perturbação da
saúde”.
Clínica: pessoas são examinadas e
rotuladas em sadias ou doentes.
Baseados no resultado de exames clínicos
e laboratoriais que informam a presença
ou ausência de anormalidades.
3
I. CONCEITOS DE SAÚDE E DE DOENÇA:
OMS (1948)
• “Saúde é um completo estado de bem estar físico, mental e social.
E não meramente ausência de doença”.
Aurélio (1986)
• “Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e
mentais se acham em situação normal.”
• “Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o
meio ambiente”. (DUBOS, 1965).
4
COMO MENSURAR SAÚDE OU DOENÇA?
Bem-estar
físico, mental e
social?
Normal?
Equilíbrio
Dinâmico?
O que se
entende?
5
I. CONCEITOS DE SAÚDE E DE DOENÇA:
6
A saúde é quantificada em termos de
presença ou ausência de algum sinal,
sintoma ou diagnóstico de doença.
II. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA:
A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS;
B. DUAS CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA;
C. FASES DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA;
D. ETIOLOGIA e PREVENÇÃO.
7
8
A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS;
a) Evolução aguda rapidamente fatal. Ex.: raiva e na exposição a altas
doses de radiação;
9
A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS;
b) Evolução aguda, clinicamente evidente, e com rápida recuperação na
maioria dos casos. Ex.: viroses respiratórias;
10
A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS;
c) Evolução sem alcançar o limiar clínico. Ex.: hepatites anictéricas;
11
A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS;
d) Evolução crônica, que se exterioriza e progride para o êxito letal após
longo período. Ex.: afecções cardiovasculares degenerativas;
12
A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS;
e) Evolução crônica, com períodos assintomáticos entremeados de
exacerbações clínicas. Ex.: afecções psiquiátricas;
B) DUAS CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA
13
1. DEMANDA ESPONTÂNEA DE PACIENTES QUE BUSCAM OS
SERVIÇOS
Tais pesquisas descrevem o “curso clínico” e, em
termos ideais, estão centradas na observação de um
número suficiente de pacientes, reunidos e
acompanhados criteriosamente;
14
Ex: A história natural da febre reumática
Observação continuada de mil pacientes, durante 20 anos, desde a
época da primeira internação em um hospital de Boston.
Exames periódicos anuais permitiram verificar que, nos primeiros
10 anos, 202 faleceram;
Nos 10 anos seguintes, outros 99 pacientes morreram
Houve 699 sobreviventes; três quartos (524,25) dos quais
evoluíram com leve ou nenhuma restrição de atividades.
B) DUAS CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA
15
2. PESQUISA DA DOENÇA NA COMUNIDADE
Há, nesta forma de descrição da doença, uma
“base populacional”, delimitando um “território”
em cujos limites está a população na qual a
afecção é investigada.
16
FASE DE
SUSCETIBILIDADE
FASE DE
PATOLÓGICA
PRÉ-CLÍNICA
FASE CLÍNICA FASE
RESIDUAL
INTERAÇÃO DE AGENTES
MÓRBIDOS, O HOSPEDEIRO
HUMANO E OS FATORES
AMBIENTAIS
ALTERAÇÕES
PRECOCES
DOENÇA
PRECOCE
DISCERNÍVEL
DOENÇA
AVANÇADA COVALESCENÇA
MORTE
INVALIDEZ
CRONICIDADE
LIMIAR CLÍNICO
ANTES DO INDIVÍDUO
ADOECER
CURSO DA DOENÇA NO
ORGANISMO HUMANO
RECUPERAÇÃO
PERÍODO PRÉ-
PATOLÓGICO PERÍODO PATOLÓGICO
Fig. 1 Períodos pré-patológico e patológico da história natural da doença. (Adaptado de HR Leavell e EG Clark, Medicina preventiva, 1976:15
II. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA:
Assim, um episódio agudo de infarto do
miocárdio foram identificados fatores
hereditários, comportamentais e
ambientais diversos.
17
18
Ex: A história natural da forma indeterminada da doença de Chagas
Em São Felipe, na Bahia, foi realizada uma pesquisa sobre o
prognóstico de 400 chagásicos, detectados na forma
indeterminada da doença;
quando o diagnóstico é apenas laboratorial, pois a infecção não é
acompanhada de sintomatologia
Após 10 anos do exame inicial, constatou-se que a maioria
permanecia assintomática
96 (24 %) tinham evoluído para outra forma clínica da doença de
Chagas, dos quais 91 apresentaram o quadro cardíaco e cinco, a
forma digestiva da enfermidade;
Fase Inicial (suscetibilidade);
• Interação susceptível (fatores de risco ou proteção) –
ambiente.
 Período Pré-Patogênico (epidemiológico).
Fase Patológica ou Pré-clínica (ausência de sintomatologia);
Fase Clínica;
• Pré-condições internas.
 Fase de Incapacidade Residual;
Período Patogênico.
C. FASES DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA
1. SUBDIVISÃO DA HISTÓRIA NATURAL EM 4
PERÍODOS OU FASES:
19
2. Utilidade da Divisão da História Natural da Doença em
Fases:
EM NÍVEL INDIVIDUAL
EM NÍVEL COLETIVO
20
D. ETIOLOGIA e PREVENÇÃO
1. ETIOLOGIA
Etiologia na fase pré-patológica
Etiologia na fase patológica
Conhecer as características dos agentes e fatores de risco envolvidos,
a intensidade das exposições, a suscetibilidade do organismo frente
as condições do ambiente onde estas situações ocorrem.
Ex: Conhecer o papel do barbeiro na etiologia da doença de Chagas.
Conhecer as características dos processos que ocorrem no interior
do corpo humano, os quais são responsáveis pela exteriorização da
afecção. Permiti adotar critérios de diagnósticos e tratamentos.
Ex: uso de antiinflamatórios não-hormonais no tratamento da artrite
reumatóide .
21
D. ETIOLOGIA e PREVENÇÃO
2. PREVENÇÃO
A prevenção da ocorrência de um agravo à saúde (para evitar a
doença);
Tratamento de um dano já instalado no organismo (para curá-la ou para
a prevenção de reincidências do mesmo dano, de sequelas e de óbitos).
22
III. CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS
 São consideradas “medidas preventivas” todas aquelas
utilizadas para evitar as doenças ou suas consequências, quer
ocorram de forma esporádica, quer de modo endêmico ou
epidêmico.
Endêmico
Entende-se por nível endêmico de um determinado
agravo à saúde a situação na qual sua frequência e
distribuição, em agrupamentos humanos distribuídos em
espaços delimitados, mantenham padrões regulares de
variações num determinado período, ou seja, as
oscilações na ocorrência das doenças correspondem
somente às flutuações cíclicas e sazonais.
Endêmico
Aquilo que é sempre encontrado em algum
lugar ou região, que faz parte da característica
local.
Doença endêmica é aquela que existe
constantemente em determinado lugar e ataca
as pessoas que aí vivem.
23
Epidêmico
Nos momentos em que essas variações
apresentam-se de forma irregular, temos
uma epidemia, que pode ser definida como:
a ocorrência de um claro excesso de casos
de uma doença ou síndrome clínica em
relação ao esperado, para uma determinada
área ou grupo específico de pessoas, num
particular período.
Epidêmico
Uma epidemia é a concentração de
determinados casos de uma doença em um
mesmo local e época, claramente em excesso
em relação ao que seria teoricamente esperado.
O termo tem origem no grego
clássico: epi (sobre) + demos (povo) e sabe-se
ter sido utilizado por Hipócrates no século VI
a.C..
24
III. CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS
A. MEDIDAS INESPECÍFICAS E ESPECÍFICAS;
 As medidas “inespecíficas” são as ditas gerais ou amplas têm o
objetivo de promover o bem estar das pessoas;
 As medidas “específicas” são as ditas restritas, incluem as técnicas
próprias para lidar com cada dano à saúde, em particular ;
25
B. PREVENÇÃO PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA;
PERÍODO
PRÉ-PATOLÓGICO
PERÍODO PATOLÓGICO
INTERAÇÃO DE FATORES ALTERAÇÃO PRIMEIROS DOENÇA CONVALESCENÇA
PRECOCES SINTOMAS AVANÇADA
PROMOÇÃO PROTEÇÃO
DA SAÚDE ESPECÍFICA
DIAGNÓSTICO E LIMITAÇÃO REABILITAÇÃO
TRATAMENTO DO DANO
PRECOCE
PREVENÇÃO
PRIMÁRIA
PREVENÇÃO PREVENÇÃO
SECUNDÁRIA TERCIÁRIA
MEDIDAS PREVENTIVAS
Fig. 2 Níveis de aplicação das medidas preventivas, na história natural da doença. (Adaptado de HR Leavell e Eg
Clark, Medicina preventiva, 1976: 25)
26
27
Relação de medidas ou ações de saúde
distribuídas em cinco níveis de prevenção
1. PROMOÇÃO DA SAÚDE
• Educação sanitária
• Alimentação e nutrição adequadas
• Habitação adequada
• Emprego e salários adequados
• Condições para satisfação das
necessidades básicas do indivíduo
2. PROTEÇÃO ESPECÍFICA
• Vacinação
• Exame pré-natal
• Quimioprofilaxia
• Fluoretação da água
• Eliminação de exposição a agentes
carcinogênicos
Relação de medidas ou ações de saúde
distribuídas em cinco níveis de prevenção
3. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE
• Rastreamento
• Exame periódico de saúde
• Procura de casos entre contactos
• Auto-exame
• Intervenções médicas ou cirúrgicas precoces
4. LIMITAÇÃO DO DANO
• Acesso facilitado a serviços de saúde
• Tratamento médico ou cirúrgico adequados
• Hospitalização em função das necessidades
5. REABILITAÇÃO
• Terapia ocupacional
• Treinamento do deficiente
• Melhores condições de trabalho para o deficiente
• Educação do público para aceitação do deficiente
• Próteses e órteses
28
1. PRIMEIRO NÍVEL: PROMOÇÃO DA SAÚDE
Engloba as ações destinadas a manter o bem-estar;
2. SEGUNDO NÍVEL: PROTEÇÃO ESPECÍFICA
Inclui medidas para impedir o aparecimento de uma determinada afecção, em
particular, ou de um grupo de doenças afins.
3. TERCEIRO NÍVEL: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE
Trata-se de identificar o processo patológico no seu início;
4. QUARTO NÍVEL: LIMITAÇÃO DO DANO
Consiste em identificar a doença, limitar a extensão das respectivas lesões e retardar o
aparecimento de complicações, se não for possível evitá-las por completo.
5. QUINTO NÍVEL: REABILITAÇÃO
Objetiva desenvolver o potencial residual do organismo, após haver sido afetado
pela doença;
NÍVEL PRIMÁRIO NÍVEL SECUNDÁRIO NÍVEL TERCIÁRIO
29
D. MEDIDAS UNIVERSAIS, SELETIVAS E INDIVIDUALIZADAS:
1. MEDIDAS UNIVERSAIS:
Recomenda-se a todas as pessoas. São aplicadas com ou sem
assistência profissional.
30
2. MEDIDAS SELETIVAS:
D. MEDIDAS UNIVERSAIS, SELETIVAS E INDIVIDUALIZADAS:
Recomenda-se as pessoas com alto risco de adoecer.
31
3. MEDIDAS INDIVIDUALIZADAS (OU INDICADAS CASO A CASO):
D. MEDIDAS UNIVERSAIS, SELETIVAS E INDIVIDUALIZADAS:
Recomenda-se as pessoas que já apresentam uma condição
que coloca o indivíduo em alto risco para o desenvolvimento
futuro da doença.
Quimioprofilaxia da tuberculose
Controle da hipertensão e
da hipercolesterolemia. 32
O que vamos fazer
agora turma? ATIVIDADE
33
MARQUE A 1ª COLUNA DOS NÍVEIS DE PREVENÇÃO DE ACORDO
COM A 2ª COLUNA DE AÇÕES :
1. Primeiro Nível: Promoção da Saúde
2. Segundo Nível: Proteção Específica;
3. Terceiro Nível: Diagnóstico e
Tratamento Precoce
4. Quarto Nível: Limitação do Dano;
5. Quinto Nível: Reabilitação
Condições para satisfação das
necessidades básicas do indivíduo.
5
Quimioprofilaxia
2
Autoexame
Prevenção
Primária
Prevenção
Primária
3 Prevenção
Secundária
Tratamento médico ou cirúrgicos
adequados.
4 Prevenção
Secundária
1
Terapia ocupacional
Prevenção
Terciária
Próteses e órteses Prevenção
Terciária
5
34
IV. MODELOS PARA REPRESENTAR FATORES ETIOLÓGICOS
A. Cadeia de eventos
B. Modelos ecológicos
C. Rede de causas
D. Múltiplas causas – múltiplos efeitos
E. Abordagem sistêmica da saúde
F. Etiologia social da doença
35
A representação em forma de sequência de acontecimentos
relacionados à saúde e à doença é encontrada nos modelos
mais simples, nos quais estão expressos os eventos julgados
mais significativos.
INDIVÍDUO
INFECTADO
MICRÓBIOS
INDIVÍDUO
SUSCETÍVEL
RESERVATÓRIOS VETOR
INDIVÍDUO
SUSCETÍVEL
Fig. 3.5 Modelo Linear.
A. CADEIA DE EVENTOS
36
A. CADEIA DE EVENTOS
ÊNFASE NA FIGURA DO AGENTE DAS DOENÇAS
“FONTE DE INFECÇÃO-MICRÓBIO-INDIVÍDUO SUSCETÍVEL’’
Ex: a falta de iodo na alimentação, levando ao aparecimento de
bócio, ou o tabagismo, causando câncer de pulmão.
37
AGENTES EXEMPLOS
BIOLÓGICOS BACTERIAS OU VÍRUS
GENÉTICOS TRANSLOCAÇÃO DE CROMOSSOMOS
QUÍMICOS NUTRIENTES, DROGAS, GASES
FÍSICOS RADIAÇÃO, ATRITO, IMPACTO DE VEÍCULOS A MOTOR
PSÍQUICOS OU PSICOSOCIAIS ESTRESSE DO DESEMPREGO
Há diversas maneiras de classificar os agentes de doenças: biológicos e não-
biológicos, animados e não-animados. As suas características estão
relacionadas à sua capacidade de produzir alterações no organismo humano.
TIPOS DE AGENTE DAS DOENÇAS
Quadro 3.2: CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTE DAS DOENÇAS:
38
UTILIDADE DO MODELO EM CADEIA DE EVENTOS
Compreender as relações entre os agentes e o homem, como
também a presença de reservatório e vetor, e as
transformações fisiopatológicas decorrentes;
Confere a noção de que a prevenção da doença pode ser
realizada pelo rompimento de um dos elos da cadeia. Agir
nos pontos fracos da cadeia.
Embora muito utilizado, ele é insuficiente para
representar toda a realidade do processo saúde-doença.
39
1. Tríade ecológica: agente, hospedeiro e meio ambiente
HOSPEDEIRO
AMBIENTE
AGENTE
B. MODELOS ECOLÓGICOS:
HERANÇA GENÉTICA
ANATOMOFISIOLOGIA
HUMANAS
ESTILO DE VIDA
FÍSICO BIOLÓGICO
SOCIAL
BIOLÓGICOS
GENÉTICOS
QUÍMICOS
PSÍQUICOS OU PSICOSSOCIAS
40
Ambiente
Físico
Ambiente
Biológico
Ambiente
Social
Anatomia
Fisiologia
Estilo de
Vida
Interação complexa com o ambiente
2. DUPLA ECOLÓGICA: HOSPEDEIRO E MEIO AMBIENTE
41
 Utilidade dos modelos ecológicos:
a) A ANÁLISE DO PROCESSO DA DOENÇA:
b) A LOCALIZAÇÃO RACIONAL DAS INTERVENÇÕES:
As ações, no intuito de impedir ou interromper o processo da doença,
podem estar dirigidas ao indivíduo (mudanças de hábitos e tratamento
com antibióticos) ou ao meio ambiente (saneamento básico, vigilância
sanitária ou desinfecção).
Os agravos à saúde podem ser investigados em relação a seus fatores
determinantes, sejam eles localizados no homem ou no meio ambiente.
42
QUADRO 3.3: Ações para intervir no processo saúde-doença classificadas em
relação ao hospedeiro e ao meio ambiente
HOSPEDEIRO (O HOMEM):
1. Em relação à herança genética:
• Aconselhamento genético
• Diagnóstico pré-natal
• Aborto terapêutico
2. Em relação à Anatomia humana e fisiologia humanas:
• Imunização ativa ou passiva
• Manutenção do peso corporal em níveis adequados
3. Em relação ao estilo de vida das pessoas:
• Não fumar
• Evitar promiscuidade sexual
• Tomar precauções quanto à água de beber 43
MEIO AMBIENTE:
1. Meio físico:
• Saneamento das águas
• Saneamento do ar
• Saneamento do solo
2. Meio biológico:
• Controle de vetores por competição biológica
• Vigilância de alimentos
• Eliminação de certos vetores nas cidades
3. Meio Social:
• Provisão de empregos, habitações, meios de transporte, escolas, áreas de lazer e
outras necessidades básicas.
• Organização dos serviços de saúde, de modo a permitir acesso das pessoas a meios
eficazes de prevenção, cura e reabilitação.
44
C. Rede de Causas:
Consumo
alimentar
deficiente
Costumes
alimentares
inapropriados
Insuficiente
aporte
de nutrientes
nas células
Perdas
excessivas
de
nutrientes
Alta
prevalência
doenças
evitáveis
Assistência
À saúde
deficiente
Má-nutrição
Protéico
calórica
45
Fig. 3.8 Rede de causas (simplificada) da má-nutrição protéico-calórica primária
D. Múltiplas Causas – Múltiplos Efeitos
Fumo
Gases de
Veículos
a motor
Exposição
ocupacional
a asbestos
Bronquite
crônica
Neoplasia do
aparelho
respiratório
46
CÉLULA
ÓRGÃO
INDIVÍDUO
FAMÍLIA
SOCIEDADE
E. ABORDAGEM SISTÊMICA DA SAÚDE
1. CAUSAS DIRETAS E INDIRETAS DOS PROBLEMAS DE DOENÇAS;
2. DESCRIÇÃO DO MODELO SISTÊMICO.
47
F. ETIOLOGIA SOCIAL DA DOENÇA:
1. EPIDEMIOLOGIA SOCIAL DA DOENÇA:
É a parte da epidemiologia que investiga o processo saúde-doença
como produto resultante dos diferentes modos de vida das pessoas
em sociedade.
- a que centraliza as investigações nas relações existentes entre os
agravos à saúde e os processos sociais, econômicos e políticos;
- a que focaliza a influência dos fatores comportamentais na
etiologia dos danos à saúde o que inclui as pesquisas sobre o
estresse, os hábitos e o tipo de personalidade, dentre outros
aspectos.
48
2. IMPLICAÇÕES DAS DUAS VERTENTES DA EPIDEMIOLOGIA SOCIAL:
- Vertente centrada no componente sócio-político-econômicos
(estrutura social);
- Vertente centrada na influência dos fatores comportamentais
(indivíduo).
49
G. VANTAGENS E LIMITAÇÕES DOS MODELOS:
1. O USO DE MODELOS PARA A COMPREENSÃO DA REALIDADE
A utilização destas esquematizações permite:
 Ordenamento do raciocínio;
 Servem de estrutura à sistematização dos
fatos conhecidos;
 Acolher os novos conhecimentos que
continuamente aparecem.
50
G. VANTAGENS E LIMITAÇÕES DOS MODELOS:
1. O USO DE MODELOS PARA A COMPREENSÃO DA REALIDADE
A utilização destas esquematizações permite:
 Proporcionar a representação visual
da concepção de que as doenças
não são produto de um único fator,
mais da interação complexa de
muitos deles.
51
G. VANTAGENS E LIMITAÇÕES DOS MODELOS:
1. O USO DE MODELOS PARA A COMPREENSÃO DA REALIDADE
A utilização destas esquematizações permite:
 Representam uma estratégia para a
identificação de falhas no conhecimento e
para o direcionamento das novas
investigações.
 Permitem visualizar os pontos, no esquema,
onde podem ser aplicadas as ações
saneadoras, servindo como um marco
racionalizador.
52
2. O USO DE MODELOS PARA A QUANTIFICAÇÃO DA REALIDADE:
Análise multivariada: ela é utilizada para
alcançar o objetivo da quantificação,
independente do modelo utilizado.
 Análise multivariada
Um modelo ideal de análise multivariada
para o adequado equacionamento dos
fatores que influenciam a saúde e a doença,
ainda é uma UTOPIA.
53
3. MODELOS BIOLÓGICOS X MODELOS “HOLÍSTICOS”:
• Os modelos biológicos, constituem o
paradigma, atualmente, prevalente na atenção
á saúde.
• Concebem a saúde em função da doença.
• Os fatores biológicos são considerados os seus
mais importantes fatores determinantes.
• Os problemas emocionais recebe atenção
crescente.
• Os fatores sociais são tratados marginalmente,
seja porque são considerados menos importantes
no complexo etiológico da doença. 54
3. MODELOS BIOLÓGICOS X MODELOS “HOLÍSTICOS”:
• Os modelos mais amplos, holísticos, são
mais complexos.
• Concebem a saúde como determinada por
fatores biopsicossociais.
• Tratam o ser humano como um todo, o que
está de acordo com os conceitos mais
avançados de saúde.
• COMO LIDAR COM OS DETERMINANTES
SOCIAIS NA ASSISTÊNCIA ROTINEIRA À
SAÚDE? 55
V. COMENTÁRIO FINAL
• Discutimos o conceito de saúde e
doença;
• Conhecemos diversas classificações dos fatores
responsáveis pela ocorrência e evolução das
doenças;
• Abordamos questões referentes à prevenção, sendo
as medidas organizadas em diversos níveis;
• Os modelos de representação do processo da doença, são
tentativas de representar a realidade, são teorias, mas de
grande utilidade prática;
56
• MINAYO M.C.S. Saúde – doença: uma concepção popular da etiologia.
Cadernos de Saúde Pública, RJ. 4(4):363-381, 1988.
• PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Ed. Guanabara Koogan.
1995. Capítulo 3: Saúde e Doença.
• ROUQUAYROL, M.Z. Epidemiologia e Saúde. 6º edição. MEDSI, Rio de
Janeiro, 2003, Capítulo 2: Epidemiologia, História Natural e Prevenção de
Doenças.
• KNAUTH D.R; de OLIVEIRA F.A. Capítulo 15 - Antropologia e atenção
Primária à Saúde. Em: Medicina Ambulatorial. Fundamentos e Práticas em
Atenção Primária à Saúde.
Referências bibliográficas
57
O que vamos fazer
agora turma? ESTUDAR
58

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Aula 4 _UFRR Saúde e Doença.pptx

  • 1. Saúde e Doença 1 Universidade Federal de Roraima Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena Curso de Bacharelado Gestão em Saúde Coletiva Indígena FUNDAMENTOS DE EPIDEMIOLOGIA Profa. Ana Paula B. Alves Me . Ciências da Saúde Enfermeira E-mail: alves.ana38@gmail.com Data: 02 a 12/03/2021
  • 2. Objetivos: • Analisar os conceitos sobre saúde, doença, processo de doença, mais especificamente sobre as causas das doenças na visão geral da epidemiologia; 2
  • 3. I. CONCEITOS DE SAÚDE E DE DOENÇA: Saúde = “ausência de doença”. Doença = “falta ou perturbação da saúde”. Clínica: pessoas são examinadas e rotuladas em sadias ou doentes. Baseados no resultado de exames clínicos e laboratoriais que informam a presença ou ausência de anormalidades. 3
  • 4. I. CONCEITOS DE SAÚDE E DE DOENÇA: OMS (1948) • “Saúde é um completo estado de bem estar físico, mental e social. E não meramente ausência de doença”. Aurélio (1986) • “Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal.” • “Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o meio ambiente”. (DUBOS, 1965). 4
  • 5. COMO MENSURAR SAÚDE OU DOENÇA? Bem-estar físico, mental e social? Normal? Equilíbrio Dinâmico? O que se entende? 5
  • 6. I. CONCEITOS DE SAÚDE E DE DOENÇA: 6 A saúde é quantificada em termos de presença ou ausência de algum sinal, sintoma ou diagnóstico de doença.
  • 7. II. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA: A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS; B. DUAS CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA; C. FASES DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA; D. ETIOLOGIA e PREVENÇÃO. 7
  • 8. 8 A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS; a) Evolução aguda rapidamente fatal. Ex.: raiva e na exposição a altas doses de radiação;
  • 9. 9 A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS; b) Evolução aguda, clinicamente evidente, e com rápida recuperação na maioria dos casos. Ex.: viroses respiratórias;
  • 10. 10 A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS; c) Evolução sem alcançar o limiar clínico. Ex.: hepatites anictéricas;
  • 11. 11 A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS; d) Evolução crônica, que se exterioriza e progride para o êxito letal após longo período. Ex.: afecções cardiovasculares degenerativas;
  • 12. 12 A. PADRÕES DE PROGRESSÃO DAS DOENÇAS; e) Evolução crônica, com períodos assintomáticos entremeados de exacerbações clínicas. Ex.: afecções psiquiátricas;
  • 13. B) DUAS CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 13 1. DEMANDA ESPONTÂNEA DE PACIENTES QUE BUSCAM OS SERVIÇOS Tais pesquisas descrevem o “curso clínico” e, em termos ideais, estão centradas na observação de um número suficiente de pacientes, reunidos e acompanhados criteriosamente;
  • 14. 14 Ex: A história natural da febre reumática Observação continuada de mil pacientes, durante 20 anos, desde a época da primeira internação em um hospital de Boston. Exames periódicos anuais permitiram verificar que, nos primeiros 10 anos, 202 faleceram; Nos 10 anos seguintes, outros 99 pacientes morreram Houve 699 sobreviventes; três quartos (524,25) dos quais evoluíram com leve ou nenhuma restrição de atividades.
  • 15. B) DUAS CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 15 2. PESQUISA DA DOENÇA NA COMUNIDADE Há, nesta forma de descrição da doença, uma “base populacional”, delimitando um “território” em cujos limites está a população na qual a afecção é investigada.
  • 16. 16 FASE DE SUSCETIBILIDADE FASE DE PATOLÓGICA PRÉ-CLÍNICA FASE CLÍNICA FASE RESIDUAL INTERAÇÃO DE AGENTES MÓRBIDOS, O HOSPEDEIRO HUMANO E OS FATORES AMBIENTAIS ALTERAÇÕES PRECOCES DOENÇA PRECOCE DISCERNÍVEL DOENÇA AVANÇADA COVALESCENÇA MORTE INVALIDEZ CRONICIDADE LIMIAR CLÍNICO ANTES DO INDIVÍDUO ADOECER CURSO DA DOENÇA NO ORGANISMO HUMANO RECUPERAÇÃO PERÍODO PRÉ- PATOLÓGICO PERÍODO PATOLÓGICO Fig. 1 Períodos pré-patológico e patológico da história natural da doença. (Adaptado de HR Leavell e EG Clark, Medicina preventiva, 1976:15
  • 17. II. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA: Assim, um episódio agudo de infarto do miocárdio foram identificados fatores hereditários, comportamentais e ambientais diversos. 17
  • 18. 18 Ex: A história natural da forma indeterminada da doença de Chagas Em São Felipe, na Bahia, foi realizada uma pesquisa sobre o prognóstico de 400 chagásicos, detectados na forma indeterminada da doença; quando o diagnóstico é apenas laboratorial, pois a infecção não é acompanhada de sintomatologia Após 10 anos do exame inicial, constatou-se que a maioria permanecia assintomática 96 (24 %) tinham evoluído para outra forma clínica da doença de Chagas, dos quais 91 apresentaram o quadro cardíaco e cinco, a forma digestiva da enfermidade;
  • 19. Fase Inicial (suscetibilidade); • Interação susceptível (fatores de risco ou proteção) – ambiente.  Período Pré-Patogênico (epidemiológico). Fase Patológica ou Pré-clínica (ausência de sintomatologia); Fase Clínica; • Pré-condições internas.  Fase de Incapacidade Residual; Período Patogênico. C. FASES DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA 1. SUBDIVISÃO DA HISTÓRIA NATURAL EM 4 PERÍODOS OU FASES: 19
  • 20. 2. Utilidade da Divisão da História Natural da Doença em Fases: EM NÍVEL INDIVIDUAL EM NÍVEL COLETIVO 20
  • 21. D. ETIOLOGIA e PREVENÇÃO 1. ETIOLOGIA Etiologia na fase pré-patológica Etiologia na fase patológica Conhecer as características dos agentes e fatores de risco envolvidos, a intensidade das exposições, a suscetibilidade do organismo frente as condições do ambiente onde estas situações ocorrem. Ex: Conhecer o papel do barbeiro na etiologia da doença de Chagas. Conhecer as características dos processos que ocorrem no interior do corpo humano, os quais são responsáveis pela exteriorização da afecção. Permiti adotar critérios de diagnósticos e tratamentos. Ex: uso de antiinflamatórios não-hormonais no tratamento da artrite reumatóide . 21
  • 22. D. ETIOLOGIA e PREVENÇÃO 2. PREVENÇÃO A prevenção da ocorrência de um agravo à saúde (para evitar a doença); Tratamento de um dano já instalado no organismo (para curá-la ou para a prevenção de reincidências do mesmo dano, de sequelas e de óbitos). 22
  • 23. III. CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS  São consideradas “medidas preventivas” todas aquelas utilizadas para evitar as doenças ou suas consequências, quer ocorram de forma esporádica, quer de modo endêmico ou epidêmico. Endêmico Entende-se por nível endêmico de um determinado agravo à saúde a situação na qual sua frequência e distribuição, em agrupamentos humanos distribuídos em espaços delimitados, mantenham padrões regulares de variações num determinado período, ou seja, as oscilações na ocorrência das doenças correspondem somente às flutuações cíclicas e sazonais. Endêmico Aquilo que é sempre encontrado em algum lugar ou região, que faz parte da característica local. Doença endêmica é aquela que existe constantemente em determinado lugar e ataca as pessoas que aí vivem. 23
  • 24. Epidêmico Nos momentos em que essas variações apresentam-se de forma irregular, temos uma epidemia, que pode ser definida como: a ocorrência de um claro excesso de casos de uma doença ou síndrome clínica em relação ao esperado, para uma determinada área ou grupo específico de pessoas, num particular período. Epidêmico Uma epidemia é a concentração de determinados casos de uma doença em um mesmo local e época, claramente em excesso em relação ao que seria teoricamente esperado. O termo tem origem no grego clássico: epi (sobre) + demos (povo) e sabe-se ter sido utilizado por Hipócrates no século VI a.C.. 24
  • 25. III. CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS A. MEDIDAS INESPECÍFICAS E ESPECÍFICAS;  As medidas “inespecíficas” são as ditas gerais ou amplas têm o objetivo de promover o bem estar das pessoas;  As medidas “específicas” são as ditas restritas, incluem as técnicas próprias para lidar com cada dano à saúde, em particular ; 25
  • 26. B. PREVENÇÃO PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA; PERÍODO PRÉ-PATOLÓGICO PERÍODO PATOLÓGICO INTERAÇÃO DE FATORES ALTERAÇÃO PRIMEIROS DOENÇA CONVALESCENÇA PRECOCES SINTOMAS AVANÇADA PROMOÇÃO PROTEÇÃO DA SAÚDE ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO E LIMITAÇÃO REABILITAÇÃO TRATAMENTO DO DANO PRECOCE PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO PREVENÇÃO SECUNDÁRIA TERCIÁRIA MEDIDAS PREVENTIVAS Fig. 2 Níveis de aplicação das medidas preventivas, na história natural da doença. (Adaptado de HR Leavell e Eg Clark, Medicina preventiva, 1976: 25) 26
  • 27. 27 Relação de medidas ou ações de saúde distribuídas em cinco níveis de prevenção 1. PROMOÇÃO DA SAÚDE • Educação sanitária • Alimentação e nutrição adequadas • Habitação adequada • Emprego e salários adequados • Condições para satisfação das necessidades básicas do indivíduo 2. PROTEÇÃO ESPECÍFICA • Vacinação • Exame pré-natal • Quimioprofilaxia • Fluoretação da água • Eliminação de exposição a agentes carcinogênicos Relação de medidas ou ações de saúde distribuídas em cinco níveis de prevenção 3. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE • Rastreamento • Exame periódico de saúde • Procura de casos entre contactos • Auto-exame • Intervenções médicas ou cirúrgicas precoces 4. LIMITAÇÃO DO DANO • Acesso facilitado a serviços de saúde • Tratamento médico ou cirúrgico adequados • Hospitalização em função das necessidades 5. REABILITAÇÃO • Terapia ocupacional • Treinamento do deficiente • Melhores condições de trabalho para o deficiente • Educação do público para aceitação do deficiente • Próteses e órteses
  • 28. 28 1. PRIMEIRO NÍVEL: PROMOÇÃO DA SAÚDE Engloba as ações destinadas a manter o bem-estar; 2. SEGUNDO NÍVEL: PROTEÇÃO ESPECÍFICA Inclui medidas para impedir o aparecimento de uma determinada afecção, em particular, ou de um grupo de doenças afins. 3. TERCEIRO NÍVEL: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE Trata-se de identificar o processo patológico no seu início; 4. QUARTO NÍVEL: LIMITAÇÃO DO DANO Consiste em identificar a doença, limitar a extensão das respectivas lesões e retardar o aparecimento de complicações, se não for possível evitá-las por completo. 5. QUINTO NÍVEL: REABILITAÇÃO Objetiva desenvolver o potencial residual do organismo, após haver sido afetado pela doença;
  • 29. NÍVEL PRIMÁRIO NÍVEL SECUNDÁRIO NÍVEL TERCIÁRIO 29
  • 30. D. MEDIDAS UNIVERSAIS, SELETIVAS E INDIVIDUALIZADAS: 1. MEDIDAS UNIVERSAIS: Recomenda-se a todas as pessoas. São aplicadas com ou sem assistência profissional. 30
  • 31. 2. MEDIDAS SELETIVAS: D. MEDIDAS UNIVERSAIS, SELETIVAS E INDIVIDUALIZADAS: Recomenda-se as pessoas com alto risco de adoecer. 31
  • 32. 3. MEDIDAS INDIVIDUALIZADAS (OU INDICADAS CASO A CASO): D. MEDIDAS UNIVERSAIS, SELETIVAS E INDIVIDUALIZADAS: Recomenda-se as pessoas que já apresentam uma condição que coloca o indivíduo em alto risco para o desenvolvimento futuro da doença. Quimioprofilaxia da tuberculose Controle da hipertensão e da hipercolesterolemia. 32
  • 33. O que vamos fazer agora turma? ATIVIDADE 33
  • 34. MARQUE A 1ª COLUNA DOS NÍVEIS DE PREVENÇÃO DE ACORDO COM A 2ª COLUNA DE AÇÕES : 1. Primeiro Nível: Promoção da Saúde 2. Segundo Nível: Proteção Específica; 3. Terceiro Nível: Diagnóstico e Tratamento Precoce 4. Quarto Nível: Limitação do Dano; 5. Quinto Nível: Reabilitação Condições para satisfação das necessidades básicas do indivíduo. 5 Quimioprofilaxia 2 Autoexame Prevenção Primária Prevenção Primária 3 Prevenção Secundária Tratamento médico ou cirúrgicos adequados. 4 Prevenção Secundária 1 Terapia ocupacional Prevenção Terciária Próteses e órteses Prevenção Terciária 5 34
  • 35. IV. MODELOS PARA REPRESENTAR FATORES ETIOLÓGICOS A. Cadeia de eventos B. Modelos ecológicos C. Rede de causas D. Múltiplas causas – múltiplos efeitos E. Abordagem sistêmica da saúde F. Etiologia social da doença 35
  • 36. A representação em forma de sequência de acontecimentos relacionados à saúde e à doença é encontrada nos modelos mais simples, nos quais estão expressos os eventos julgados mais significativos. INDIVÍDUO INFECTADO MICRÓBIOS INDIVÍDUO SUSCETÍVEL RESERVATÓRIOS VETOR INDIVÍDUO SUSCETÍVEL Fig. 3.5 Modelo Linear. A. CADEIA DE EVENTOS 36
  • 37. A. CADEIA DE EVENTOS ÊNFASE NA FIGURA DO AGENTE DAS DOENÇAS “FONTE DE INFECÇÃO-MICRÓBIO-INDIVÍDUO SUSCETÍVEL’’ Ex: a falta de iodo na alimentação, levando ao aparecimento de bócio, ou o tabagismo, causando câncer de pulmão. 37
  • 38. AGENTES EXEMPLOS BIOLÓGICOS BACTERIAS OU VÍRUS GENÉTICOS TRANSLOCAÇÃO DE CROMOSSOMOS QUÍMICOS NUTRIENTES, DROGAS, GASES FÍSICOS RADIAÇÃO, ATRITO, IMPACTO DE VEÍCULOS A MOTOR PSÍQUICOS OU PSICOSOCIAIS ESTRESSE DO DESEMPREGO Há diversas maneiras de classificar os agentes de doenças: biológicos e não- biológicos, animados e não-animados. As suas características estão relacionadas à sua capacidade de produzir alterações no organismo humano. TIPOS DE AGENTE DAS DOENÇAS Quadro 3.2: CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTE DAS DOENÇAS: 38
  • 39. UTILIDADE DO MODELO EM CADEIA DE EVENTOS Compreender as relações entre os agentes e o homem, como também a presença de reservatório e vetor, e as transformações fisiopatológicas decorrentes; Confere a noção de que a prevenção da doença pode ser realizada pelo rompimento de um dos elos da cadeia. Agir nos pontos fracos da cadeia. Embora muito utilizado, ele é insuficiente para representar toda a realidade do processo saúde-doença. 39
  • 40. 1. Tríade ecológica: agente, hospedeiro e meio ambiente HOSPEDEIRO AMBIENTE AGENTE B. MODELOS ECOLÓGICOS: HERANÇA GENÉTICA ANATOMOFISIOLOGIA HUMANAS ESTILO DE VIDA FÍSICO BIOLÓGICO SOCIAL BIOLÓGICOS GENÉTICOS QUÍMICOS PSÍQUICOS OU PSICOSSOCIAS 40
  • 42.  Utilidade dos modelos ecológicos: a) A ANÁLISE DO PROCESSO DA DOENÇA: b) A LOCALIZAÇÃO RACIONAL DAS INTERVENÇÕES: As ações, no intuito de impedir ou interromper o processo da doença, podem estar dirigidas ao indivíduo (mudanças de hábitos e tratamento com antibióticos) ou ao meio ambiente (saneamento básico, vigilância sanitária ou desinfecção). Os agravos à saúde podem ser investigados em relação a seus fatores determinantes, sejam eles localizados no homem ou no meio ambiente. 42
  • 43. QUADRO 3.3: Ações para intervir no processo saúde-doença classificadas em relação ao hospedeiro e ao meio ambiente HOSPEDEIRO (O HOMEM): 1. Em relação à herança genética: • Aconselhamento genético • Diagnóstico pré-natal • Aborto terapêutico 2. Em relação à Anatomia humana e fisiologia humanas: • Imunização ativa ou passiva • Manutenção do peso corporal em níveis adequados 3. Em relação ao estilo de vida das pessoas: • Não fumar • Evitar promiscuidade sexual • Tomar precauções quanto à água de beber 43
  • 44. MEIO AMBIENTE: 1. Meio físico: • Saneamento das águas • Saneamento do ar • Saneamento do solo 2. Meio biológico: • Controle de vetores por competição biológica • Vigilância de alimentos • Eliminação de certos vetores nas cidades 3. Meio Social: • Provisão de empregos, habitações, meios de transporte, escolas, áreas de lazer e outras necessidades básicas. • Organização dos serviços de saúde, de modo a permitir acesso das pessoas a meios eficazes de prevenção, cura e reabilitação. 44
  • 45. C. Rede de Causas: Consumo alimentar deficiente Costumes alimentares inapropriados Insuficiente aporte de nutrientes nas células Perdas excessivas de nutrientes Alta prevalência doenças evitáveis Assistência À saúde deficiente Má-nutrição Protéico calórica 45 Fig. 3.8 Rede de causas (simplificada) da má-nutrição protéico-calórica primária
  • 46. D. Múltiplas Causas – Múltiplos Efeitos Fumo Gases de Veículos a motor Exposição ocupacional a asbestos Bronquite crônica Neoplasia do aparelho respiratório 46
  • 47. CÉLULA ÓRGÃO INDIVÍDUO FAMÍLIA SOCIEDADE E. ABORDAGEM SISTÊMICA DA SAÚDE 1. CAUSAS DIRETAS E INDIRETAS DOS PROBLEMAS DE DOENÇAS; 2. DESCRIÇÃO DO MODELO SISTÊMICO. 47
  • 48. F. ETIOLOGIA SOCIAL DA DOENÇA: 1. EPIDEMIOLOGIA SOCIAL DA DOENÇA: É a parte da epidemiologia que investiga o processo saúde-doença como produto resultante dos diferentes modos de vida das pessoas em sociedade. - a que centraliza as investigações nas relações existentes entre os agravos à saúde e os processos sociais, econômicos e políticos; - a que focaliza a influência dos fatores comportamentais na etiologia dos danos à saúde o que inclui as pesquisas sobre o estresse, os hábitos e o tipo de personalidade, dentre outros aspectos. 48
  • 49. 2. IMPLICAÇÕES DAS DUAS VERTENTES DA EPIDEMIOLOGIA SOCIAL: - Vertente centrada no componente sócio-político-econômicos (estrutura social); - Vertente centrada na influência dos fatores comportamentais (indivíduo). 49
  • 50. G. VANTAGENS E LIMITAÇÕES DOS MODELOS: 1. O USO DE MODELOS PARA A COMPREENSÃO DA REALIDADE A utilização destas esquematizações permite:  Ordenamento do raciocínio;  Servem de estrutura à sistematização dos fatos conhecidos;  Acolher os novos conhecimentos que continuamente aparecem. 50
  • 51. G. VANTAGENS E LIMITAÇÕES DOS MODELOS: 1. O USO DE MODELOS PARA A COMPREENSÃO DA REALIDADE A utilização destas esquematizações permite:  Proporcionar a representação visual da concepção de que as doenças não são produto de um único fator, mais da interação complexa de muitos deles. 51
  • 52. G. VANTAGENS E LIMITAÇÕES DOS MODELOS: 1. O USO DE MODELOS PARA A COMPREENSÃO DA REALIDADE A utilização destas esquematizações permite:  Representam uma estratégia para a identificação de falhas no conhecimento e para o direcionamento das novas investigações.  Permitem visualizar os pontos, no esquema, onde podem ser aplicadas as ações saneadoras, servindo como um marco racionalizador. 52
  • 53. 2. O USO DE MODELOS PARA A QUANTIFICAÇÃO DA REALIDADE: Análise multivariada: ela é utilizada para alcançar o objetivo da quantificação, independente do modelo utilizado.  Análise multivariada Um modelo ideal de análise multivariada para o adequado equacionamento dos fatores que influenciam a saúde e a doença, ainda é uma UTOPIA. 53
  • 54. 3. MODELOS BIOLÓGICOS X MODELOS “HOLÍSTICOS”: • Os modelos biológicos, constituem o paradigma, atualmente, prevalente na atenção á saúde. • Concebem a saúde em função da doença. • Os fatores biológicos são considerados os seus mais importantes fatores determinantes. • Os problemas emocionais recebe atenção crescente. • Os fatores sociais são tratados marginalmente, seja porque são considerados menos importantes no complexo etiológico da doença. 54
  • 55. 3. MODELOS BIOLÓGICOS X MODELOS “HOLÍSTICOS”: • Os modelos mais amplos, holísticos, são mais complexos. • Concebem a saúde como determinada por fatores biopsicossociais. • Tratam o ser humano como um todo, o que está de acordo com os conceitos mais avançados de saúde. • COMO LIDAR COM OS DETERMINANTES SOCIAIS NA ASSISTÊNCIA ROTINEIRA À SAÚDE? 55
  • 56. V. COMENTÁRIO FINAL • Discutimos o conceito de saúde e doença; • Conhecemos diversas classificações dos fatores responsáveis pela ocorrência e evolução das doenças; • Abordamos questões referentes à prevenção, sendo as medidas organizadas em diversos níveis; • Os modelos de representação do processo da doença, são tentativas de representar a realidade, são teorias, mas de grande utilidade prática; 56
  • 57. • MINAYO M.C.S. Saúde – doença: uma concepção popular da etiologia. Cadernos de Saúde Pública, RJ. 4(4):363-381, 1988. • PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Ed. Guanabara Koogan. 1995. Capítulo 3: Saúde e Doença. • ROUQUAYROL, M.Z. Epidemiologia e Saúde. 6º edição. MEDSI, Rio de Janeiro, 2003, Capítulo 2: Epidemiologia, História Natural e Prevenção de Doenças. • KNAUTH D.R; de OLIVEIRA F.A. Capítulo 15 - Antropologia e atenção Primária à Saúde. Em: Medicina Ambulatorial. Fundamentos e Práticas em Atenção Primária à Saúde. Referências bibliográficas 57
  • 58. O que vamos fazer agora turma? ESTUDAR 58

Notas del editor

  1. Em inquéritos de morbidade, um processo de diagnóstico pode ser empregado, utilizando-se o instrumental clínico clássico: história, exame físico e testes laboratoriais complementares.
  2. é mais frequente encontrar referências a coeficientes de morbidade e mortalidade e mais raramente sobre bem estar físico, mental e social. A informação sobre a falta de saúde é mais utilizada.
  3. A visão da doença , a partir dos serviços. A denominação ‘”história natural” é muito empregada para designar investigações clínicas, geralmente longitudinais, que visam a produzir informações sobre a evolução de um evento. Tais pesquisas descrevem o “curso clínico” e, em termos ideais, estão centradas na observação de um número suficiente de pacientes, reunidos e acompanhados criteriosamente, a fim de produzir detalhes que permitam expressar a evolução do processo, em geral após as manifestações clínicas que levaram ao diagnóstico. Na maioria das investigações deste tipo, os pacientes incluídos são os que demandaram assistência médica especializada.
  4. A história natural da febre reumática foi descrita através de pesquisas realizadas em centros especializados, um dos quais promoveu a observação continuada de mil pacientes, durante 20 anos, desde a época da primeira internação em um hospital de Boston.7 Exames periódicos anuais permitiram verificar que, nos primeiros 10 anos, 202 faleceram; nos 10 anos seguintes, outros 99 pacientes morreram. As causas dos óbitos foram determinadas, assim como a morbidade, nos 699 sobreviventes; três quartos dos quais evoluíram cAs causas dos óbitos foram determinadas, assim como a morbidade, nos 699 sobreviventes; com leve ou nenhuma restrição de atividades.
  5. A visão da doença , a partir dos serviços. A denominação ‘”história natural” é muito empregada para designar investigações clínicas, geralmente longitudinais, que visam a produzir informações sobre a evolução de um evento. Tais pesquisas descrevem o “curso clínico” e, em termos ideais, estão centradas na observação de um número suficiente de pacientes, reunidos e acompanhados criteriosamente, a fim de produzir detalhes que permitam expressar a evolução do processo, em geral após as manifestações clínicas que levaram ao diagnóstico. Na maioria das investigações deste tipo, os pacientes incluídos são os que demandaram assistência médica especializada.
  6. A representação da doença, assim caracterizada, serve de paradigma em diversas passagens de um conhecido livro de medicina preventiva (Leavell; Clark, 1976). Ela é usada para realçar que a doença, quando se manifesta clinicamente, não deve ser tomada como um fato brusco nem isolado, como aparenta ser em numerosas oportunidades, mas como a exteriorização de um processo iniciado a algum tempo. Compreendida desta maneira, a epidemiologia passa a ser corretamente considerada como a disciplina que estuda a história natural da doença, ou seja, do processo saúde-doença.
  7. A história natural da febre reumática foi descrita através de pesquisas realizadas em centros especializados, um dos quais promoveu a observação continuada de mil pacientes, durante 20 anos, desde a época da primeira internação em um hospital de Boston.7 Exames periódicos anuais permitiram verificar que, nos primeiros 10 anos, 202 faleceram; nos 10 anos seguintes, outros 99 pacientes morreram. As causas dos óbitos foram determinadas, assim como a morbidade, nos 699 sobreviventes; três quartos dos quais evoluíram cAs causas dos óbitos foram determinadas, assim como a morbidade, nos 699 sobreviventes; com leve ou nenhuma restrição de atividades.
  8. Na fase inicial não há doença propriamente dita, no sentido clássico de fase patológica, mas já existem condições que favorecem o seu aparecimento. Contudo, as pessoas não apresentam o mesmo risco de adoecer. Um dos princípios básicos do raciocínio desenvolvido em epidemiologia baseia-se na constatação de que as pessoas não nascem iguais nem vivem iguais. Muitas passam as suas vidas em condições ou possuem características, atributos ou hábitos que facilitam ou dificultam a ocorrência de danos à saúde: são os fatores de risco ou de proteção. O organismo já apresenta alterações patológicas;
  9. Os modelos funcionam, como uma estrutura onde os conhecimentos antigos e novos encontram ligação; Tais noções são também norteadoras para a seleção apropriada de indicadores, no intuito de quantificar o processo saúde-doença.
  10. Modelos multicausais: um especifica relação entre “agente, hospedeiro e meio ambiente” e resulta da aplicação dos conceitos da ecologia, estando muito relacionado à historia natural da doença. O outro introduz o conceito de rede de causas para explicar a doença.