A crise grega se deve a anos de gastos excessivos e dívida alta. A Grécia recebeu empréstimos da UE e FMI com medidas de austeridade, mas isso não resolveu a crise e causou 25% de queda no PIB. Agora, os gregos votam em um referendo sobre aceitar novas medidas de austeridade ou não.
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
Entendendo a crise na Grécia
1. O que é Austeridade:
Austeridade significa algo que é austero, severo, grosseiro.
Austeridade é uma severidade de costumes, de vida, também
pode ser uma espécie de penitência, rigor e disciplina.
No âmbito da economia, austeridade significa ter um maior rigor
no controle de gastos, faz parte de um plano ou de uma política,
quando algum país está com um alto déficit e não consegue mais
se sustentar. O plano de austeridade ocorre através do corte de
despesas dispensáveis e/ou supérfluas.
Política de austeridade é uma exigência do Fundo Monetário
Internacional (FMI), quando um país que possui dívidas com o
Fundo, pretendem refinanciá-las. A instituição exige a redução
dos gastos públicos, para que consigam pagar suas dívidas. Esta
política econômica é rigorosa e restritiva, pois limita o consumo
privado e público.
Planos de austeridades já foram utilizados por vários países, em
especial com a crise na Europa, países como a Grécia, Itália e
Portugal, que entraram para o programa de austeridade para
controlar seus gastos.
A austeridade também pode ser uma característica de uma
pessoa, sendo que neste caso descreve uma pessoa rigorosa,
ríspida, severa e inflexível. Ex: Ele teve uma infância muito
complicada, porque o seu pai era uma pessoa austera.
O significado de Austeridade está na categoria: Geral
2. 8 perguntas básicas para entender a crise na Grécia e suas
consequências
Da BBC Mundo
• 3 julho 2015
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Image copyright BBC World Service Image caption Depois de
cinco anos, a crise grega chega a um momento de definição
Neste domingo, os gregos votam em um plebiscito visto por
muitos como um capítulo-chave para o futuro do país, do euro e
até da União Europeia.
Mas a votação de domingo é exatamente sobre o quê? E por que
esta votação é tão importante para o resto do continente? E,
talvez, o mais importante: como a Grécia chegou a este ponto?
Veja abaixo oito pontos fundamentais para responder entender
esta e outras questões da crise grega.
1. Qual é a causa da crise grega?
Na raiz da crise grega está uma dívida de aproximadamente 320
bilhões de euros (mais de R$ 1 trilhão), que o país simplesmente
não tem condições de pagar.
A explicação mais simples para esta crise é que, durante muitos
anos, o país gastou bem mais do que arrecadava, e financiava os
gastos através de empréstimos.
A Grécia já fazia isso antes de adotar o euro. E o governo
continuou gastando mais do que podia, mesmo após a chegada
do euro, em 2001.
3. O gasto público, por exemplo, aumentou cerca de 50% entre
1999 e 2007, muito mais do que em outros países da zona do
euro.
Image copyright BBC World Service Image caption O déficit do
setor público e os níveis de endividamento da Grécia estão muito
acima dos limites acordados pelos membros da zona do euro
E, somado aos problemas de corrupção e evasão fiscal, esse gasto
provocou um déficit muito acima de 3% do PIB, limite imposto a
todos os países da zona do euro.
Empréstimos que não foram declarados para a zona do euro
também fizeram com que a dívida do país ultrapassasse
significativamente os 60% do PIB estabelecidos como limite de
dívida para os países da zona do euro.
Mas o problema só ganhou contornos graves quando a crise
financeira global limitou o acesso do país ao crédito, o que
motivou a intervenção de outros países da zona do euro, que
temiam o impacto da suspensão dos pagamentos ou default.
Leia mais: Empreendedor transforma vilarejo pobre em ilha de
prosperidade na Grécia
Para muitos economistas, essa intervenção, ou seja, novos
empréstimos concedidos sob a condição de que o país impusesse
várias medidas de austeridade, acabou piorando a situação da
Grécia.
2. O que está sendo feito para a Grécia sair da crise?
O primeiro pacote de ajuda financeira à Grécia foi aprovado pela
União Europeia e o FMI em maio de 2010.
4. Naquele momento, o governo grego recebeu 110 bilhões de
euros (cerca de R$ 380 bilhões) para honrar seus compromissos
com os credores que, naquele momento, em sua maioria, eram
bancos privados europeus.
Logo ficou claro que esta quantia não seria suficiente e um
segundo resgate elevou a cifra total para 240 bilhões de euros
(R$ 832 bilhões).
E, nos dois casos, como condição para facilitar a liberação do
dinheiro, o país teria que implementar uma série de medidas de
austeridade.
Entre estas, estavam drásticos cortes nos gastos públicos,
aumento de impostos e reforma no sistema de previdência e no
mercado de trabalho.
Image copyright BBC World Service Image caption Os
empréstimos oferecidos à Grécia estão vinculados a medidas de
austeridades impopulares
Mas o atual governo grego, que chegou ao poder no começo do
ano com uma plataforma contra a austeridade, vem tentando
renegociar algumas destas condições para conseguir um novo
pacote de resgate estimado em mais 29,1 bilhões de euros.
3. Qual foi o impacto das medidas contra a crise? Elas
funcionaram?
Para saber se as medidas associadas ao resgate financeiro
funcionaram, primeiro é preciso lembrar os seus principais
objetivos.
Se o objetivo era proteger o euro, então as medidas parecem
estar funcionando, pelo menos por enquanto.
5. Efetivamente, os empréstimos coordenados pelo FMI, Comissão
Europeia e Banco Central Europeu ajudaram a reduzir o impacto
da crise grega sobre a moeda do bloco.
Leia mais: 'Será que não podem nos ajudar?': o que os gregos
pensam da crise
Mas economistas como Paul Krugman e Joseph Stiglitz,
ganhadores do prêmio Nobel de economia em 2008 e 2001,
respectivamente, afirmam que as medidas não fizeram nada para
melhorar a situação ou as perspectivas da Grécia.
A estimativa é que a economia do país tenha encolhido em 25%
desde o início dos programas de austeridade, o que acentuou sua
dependência de créditos externos.
Image copyright BBC World Service Image caption Muitos sentem
que as medidas impostas à Grécia não visam o futuro dos gregos,
mas apenas do euro
O impacto das medidas foi brutal para o povo grego: a taxa de
desemprego está em 26%, a mais alta de toda a União Europeia.
Entre os jovens, esta taxa supera os 60%.
Milhões de gregos vivem abaixo da linha da pobreza.
Esta situação acabou levando ao poder o Syriza, coalizão de
partidos de esquerda que melhor soube reconhecer a
insatisfação gerada pelas medidas de austeridade.
E as tentativas do governo atual de renegociar as condições de
pagamento da dívida acabaram levando a crise ao seu momento
mais delicado.
Ou, pelo menos, a um momento de definição que poderia ter
consequências importantes para o futuro da moeda comum.
6. 4. Qual é a situação atual?
O cenário mais temido no começo da crise, o calote, começou a
se tornar realidade na noite de terça-feira, quando a Grécia não
conseguiu pagar 1,5 bilhão de euros ao FMI.
A Grécia se transformou no primeiro país desenvolvido a não
pagar o FMI e seu calote é o maior da história da instituição,
apesar de não ter sido declarado tecnicamente como tal.
Naquela terça-feira, também venceu o último programa de ajuda
financeira, assim que o governo grego declarou que não aceitava
a última série de condições impostas pelas instituições
internacionais, pois via estas como "humilhantes".
Image copyright BBC World Service Image caption O impacto das
medidas de austeridade no povo grego foi brutal e levou muitos à
pobreza
O governo de Alexis Tsipras já tinha anunciado antes que deixaria
a decisão final sobre a aceitação ou não das medidas impostas
pelos credores para novos empréstimos nas mãos dos cidadãos
gregos e, por isso, convocou um plebiscito.
De acordo com as últimas pesquisas de opinião, a maior parte
dos gregos estão inclinados a rejeitar as medidas de austeridade.
Leia mais: Brasileiros relatam clima de pânico e incertezas na
Grécia
Mas a vantagem do "não", favorecida por Tsipras, tem diminuído
depois que o governo grego fechou os bancos por uma semana e
limitou a retirada de dinheiro dos bancos do país.
7. O governo grego diz que está aberto a acordos de última hora.
Mas, até o momento, suas contrapropostas foram consideradas
insuficientes.
E a chanceler alemã, Angela Merkel, já disse que vai esperar o
resultado do referendo antes de pensar em retomar a negociação
com a Grécia.
5. Quais os pontos mais polêmicos?
Image copyright BBC World Service Image caption A imposição de
limites aos saques nos bancos aumentou o número de partidários
do "sim"
Em sua última contraproposta, o governo grego aparentemente
teria aceitado a maior parte das exigências do FMI, Comissão
Europeia e Banco Central Europeu.
Mas ele pediu um tempo maior para implementar a reforma do
sistema de Previdência, uma das principais exigências de seus
credores. O governo grego também resiste em implementar a
cobrança, em várias de suas ilhas mais turísticas, do IVA, uma
espécie de imposto sobre circulação de mercadorias.
Os líderes da zona do euro, no entanto, não se mostraram
dispostos a abrir novas negociações.
Para muitos, as principais diferenças agora não são mais técnicas,
mas políticas; alguns analistas acham que os principais líderes da
zona do euro podem estar querendo derrubar o governo de
Tsipras para evitar que sua postura antiausteridade contamine
outros países da região.
6. E então, os gregos decidirão sobre o quê?
8. A pergunta do plebiscito é muito específica e foi redigida em uma
linguagem muito técnica. Não é muito fácil entender.
Image copyright BBC World Service Image caption Muitos
acreditam que o problema é a diferença entre as filosofias
representadas por Merkel e Tsipras
O texto que se lê na cédula do plebiscito: "Deve ser aceito o
acordo proposto, que foi apresentado pela Comissão Europeia, o
Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional no
Eurogrupo de 25.06.2015 e consiste de duas partes, que
constituem sua proposta unificada?".
E aí o eleitor pode votar sim ou não.
Os pontos centrais da proposta são uma ampliação da base do
imposto IVA e uma redução drástica no número de pessoas que
podem optar por uma aposentadoria antecipada.
E os credores também exigem mais ações para reduzir a evasão
fiscal e acabar com a corrupção.
O governo grego afirma que as exigências específicas da
Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI além de serem
pouco eficazes também são humilhantes e, por isso, inaceitáveis.
Leia mais: Análise: Grécia capitulou diante de seus credores
E, para o governo grego, a questão é muito mais simples: os
gregos devem continuar padecendo por causa de mais medidas
de austeridade ou não?
Image copyright BBC World Service Image caption Oficialmente o
plebiscito é sobre uma proposta específica e concreta
9. Esta decisão poderia determinar a continuidade do governo de
Tsipras. Ele já disse que, em caso da vitória do "sim", respeitará a
decisão do público mas não ficará no governo para implementar
a proposta do Eurogrupo.
Outros líderes europeus, começando por Merkel, afirmam que a
pergunta do plebiscito é outra.
Eles dizem que o que os gregos vão decidir no domingo é se
querem que seu país continue zona do euro ou não.
7. É inevitável a saída da Grécia da zona do euro no caso de
vitória do "não"?
Image copyright BBC World Service Image caption O governo
grego apresentou a votação de domingo como uma escolha entre
o crescimento econômico ou mais austeridade
A verdade é que ninguém sabe ao certo.
Não existe nenhum precedente e até o vice-presidente do Banco
Central Europeu, Vitor Constancio, disse em abril que não havia
nenhuma lei que determina a expulsão da zona do euro em caso
de calote.
O governo grego insiste que não está tentando abandonar a
moeda e até insinuou que poderia iniciar processos legais caso os
outros países da zona do euro tentem expulsar a Grécia do grupo.
Os principais líderes europeus já falaram claramente: a votação
de domingo é sobre se a Grécia deve ou não conservar o euro.
E se não existe vontade política de manter a Grécia na zona do
euro, importa pouco o que dizem as leis e regulamentos da União
Europeia.
10. Se o Banco Central Europeu decidir bloquear completamente o
crédito para Atenas, as autoridades gregas não teriam mais
opção a não ser começar a imprimir sua própria moeda para
tentar manter a economia funcionando.
8. Quais seriam as consequências de uma saída da Grécia do
euro?
É difícil prever o comportamento dos mercados nesse caso.
Image copyright BBC World Service Image caption Muitos
acreditam que o futuro do euro e da União Europeia estão em
jogo neste domingo
Uma possibilidade é que investidores comecem a exigir juros
mais interessantes para compensar os riscos de comprar títulos
de dívidas das economias mais fragilizadas da zona do euro.
Isto afetaria de forma negativa a moeda europeia e aumentaria a
instabilidade em países com peso maior na economia global.
E uma Grécia inadimplente implicaria em grandes perdas
financeiras para vários países europeus.
Além disso, também há o risco de um contágio político.
Efetivamente, se a saída da zona do euro se mostra como opção
viável, até trazendo benefícios para a Grécia, outros países
poderiam seguir o exemplo.
E isto poderia colocar a própria União Europeia em risco, pois o
bloco colocou a moeda comum no centro de seu projeto de
integração.
A saída do euro poderia também forçar a saída da Grécia da
União Europeia.
11. Mas, como acontece com muitos outros possíveis cenários, tudo
vai depender da vontade política e criatividade dos líderes
europeus.
Leia mais: Como fica o euro após eventual saída da Grécia?
Conheça quatro visões
Seis perguntas sobre a crise de imigração na Europa
Laurence Peter Da BBC News
• 29 agosto 2015
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Image copyright Reuters Image caption Muitos imigrantes, como
essa família síria detida na Hungria na sexta, têm atravessado os
Bálcãs
De acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas),
cerca de 2,5 mil imigrantes se afogaram no mar Mediterrâneo
neste ano vítimas dos muitos barcos superlotados que tentam
chegar à costa da Itália e da Grécia.
O fluxo de pessoas desesperadas que parte da Síria e do norte da
África na tentativa de alcançar a Europa já é muito maior que o
registrado no mesmo período do ano passado.
Números recentes mostram que milhares de pessoas estão
usando uma rota perigosa através dos Bálcãs para chegar à
Alemanha e a outros países do norte da União Europeia (UE).
Na última semana, novas tragédias voltaram a expor ao mundo a
gravidade do problema.
12. Confira algumas questões-chave para entender a crise:
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Quantas pessoas estão migrando?
Mais de 300 mil imigrantes já arriscaram suas vidas tentando
atravessar o Mediterrâneo neste ano, segundo as Nações Unidas.
Em todo o ano passado, foram 219 mil pessoas.
Cerca de 200 mil pessoas desembarcaram na Grécia desde
janeiro, enquanto outras 110 mil chegaram à Itália.
Image copyright PA Image caption Imigrantes arriscam suas vidas
ao atravessar o mar Mediterrâneo em frágeis botes
A maioria dos que chegam às terras gregas optam pela viagem
relativamente curta entre a Turquia e as ilhas de Kos, Chios,
Lesvos e Samos – em frágeis botes de borracha ou em pequenos
barcos de madeira.
A viagem entre a Líbia e a Itália é mais longa e arriscada.
Veja, a seguir, algumas das piores tragédias já ocorridas neste
ano:
• Dois barcos com cerca de 500 imigrantes afundaram após
deixar Zuwara, na Líbia, em 27 de agosto
• Corpos de ao menos 71 pessoas, que podem ser imigrantes
sírios, foram descobertos em um caminhão abandonado na
Áustria, também em 27 de agosto
• Naufrágio nos arredores da ilha de Lampedusa, na Itália,
matou cerca de 800 pessoas em 19 de abril
• Ao menos 300 imigrantes se afogaram ao tentar atravessar
as águas agitadas do Mediterrâneo em fevereiro
13. Sobreviventes frequentemente relatam violência e abusos
cometidos por traficantes de pessoas. Muitos imigrantes pagam
milhares de dólares aos criminosos, e também é comum que
sejam alvos de roubos.
O caos na Líbia têm deixado os traficantes de pessoas livres para
explorar os imigrantes.
Image copyright BBC World Service
A Frontex, agência que controla as fronteiras externas da União
Europeia, monitora as diferentes rotas usadas por imigrantes e
como essas pessoas chegam aos limites do continente.
Segundo o órgão, cerca de 340 mil foram detectados nas
fronteiras desde o começo do ano. No mesmo período do ano
passado, foram 123,5 mil.
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De onde eles vêm?
O maior grupo de imigrantes é de sírios, que fogem da violenta
guerra civil em curso no país.
Afegãos e eritreus vêm em seguida, geralmente tentando escapar
da pobreza e de violações aos direitos humanos.
Os grupos originários da Nigéria e do Kosovo também são
grandes – pobres e marginalizados integrantes do povo romà
(cigano) são boa parte dos imigrantes vindos do último país.
Na Itália, pessoas que chegam da Eritreia formam o maior grupo,
seguidas por aquelas que vêm da Nigéria.
14. Na Grécia, porém, os sírios formam a maior população, seguidos
pelos afegãos.
Image copyright BBC World Service
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Para onde eles vão depois?
País da União Europeia que mais recebe pedidos de asilo, a
Alemanha espera a chegada de cerca de 800 mil refugiados neste
ano.
Rastreamentos recentes mostram milhares de pessoas tentando
alcançar a Alemanha e outros países da UE por meio da Grécia e
pelo oeste dos Bálcãs.
Espera-se que cerca de 3 mil pessoas atravessem a Macedônia
todos os dias nos próximos meses, segundo a ONU.
Muitos então chegam à Sérvia, que diz já ter registrado a
presença de 90 mil imigrantes neste ano. Eles seguem para a
Hungria e outros países signatários Tratado de Schengen, entre
os quais é mais fácil cruzar fronteiras sem ter de mostrar um
passaporte ou outro documento.
Só em julho, 34 mil pessoas foram detectadas tentando
atravessar a fronteira entre a Sérvia e a Hungria.
Image copyright EPA Image caption Por causa do grande fluxo de
imigrantes vindos da Sérvia, a Hungria está construindo uma
barreira
Diante desse fluxo, a Hungria está construindo uma barreira de
175 km para impedir a entrada de imigrantes. E instou seus
15. parceiros de União Europeia a não enviarem de volta os
migrantes que chegam por meio de seu território.
A Convenção de Dublin, princípio central para lidar com pedidos
de asilo na União Europeia, diz que a responsabilidade de
examinar uma solicitação é do primeiro país do bloco em que a
pessoa em questão pisou.
Outros países enfrentam problemas com o aumento da chegada
de imigrantes. A Áustria, por exemplo, espera receber 80 mil
pedidos de asilo neste ano.
Enquanto isso, milhares estão acampados no entorno de Calais,
no norte da França. Muitos deles arriscam suas vidas tentando
atravessar o canal da Mancha clandestinamente em direção ao
Reino Unido.
O que os políticos estão fazendo?
A Frontex tem respondido pela maioria das operações de resgate.
Depois de muita discussão, em abril os líderes da União Europeia
concordaram em triplicar o financiamento da operação Triton
para cerca de 120 milhões de euros (cerca de R$ 480 mil)
No entanto, a Frontex afirmou neste mês que não recebeu a
ajuda prometida pelos países-membros da UE para socorrer a
Grécia e a Hungria.
No ano passado, a Itália pôs fim à sua missão de procura e
resgate, chamada Mare Nostrum (do latim “Nosso Mar”) após
alguns países do bloco – incluindo o Reino Unido – afirmarem não
ter como mantê-la financeiramente. Essa decisão foi duramente
criticada por grupos de direitos humanos.
16. Image copyright AP Image caption Após muito debate, líderes da
UE concordaram em triplicar o financiamento da operação Triton
Em abril, líderes da União Europeia prometeram reforçar a
patrulha marítima no Mediterrâneo, desbaratar as redes de
tráfico de pessoas e tomar e destruir barcos antes que imigrantes
embarquem neles. Qualquer tipo de ação militar tem de respeitar
a legislação internacional.
Ainda há várias questões sobre como os imigrantes irão chegar à
Europa e como a UE irá lidar com o problema.
O bloco tentou, sem sucesso, persuadir seus países-membros a
aceitar um sistema de cotas que estipulava aceitar 40 mil sírios e
eritreus no decorrer dos próximos dois anos.
No fim, concordaram em receber 32,5 mil, mas de forma
voluntária.
Outros 20 mil que estão nos campos da ACNUR, agência da ONU
para refugiados, também seriam transferidos para a União
Europeia, mas os detalhes ainda não foram decididos.
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Os países da UE estão fazendo uma divisão justa?
Há anos a União Europeia tem tentado acordar uma política de
asilo. Algo difícil quando se tem 28 Estados-membros, cada um
com suas forças policiais e judiciárias.
Defender os direitos dos imigrantes pobres está difícil em um
ambiente econômico sombrio. Muitos europeus estão
desempregados e temem a concorrência com os trabalhadores
17. estrangeiros, e os países da União Europeia não se entendem
sobre como dividir o problema dos refugiados.
As regras conjuntas mais detalhadas foram estabelecidas no
Sistema Europeu Comum de Asilo (CEAS, na sigla em inglês) –
mas ter regras é uma coisa, colocá-las em prática em toda a
União Europeia é um outro desafio.
Há tensões dentro da União Europeia por causa da Convenção de
Dublin – a Grécia reclama ter sido inundada com pedidos de asilo,
já que muitos imigrantes chegam primeiro lá.
Image copyright EPA Image caption Alemanha decidiu analisar
solicitações de sírios, independentemente de como entraram na
Europa
A Alemanha anunciou a suspensão da regra e decidiu analisar a
maioria dos pedidos de asilos de sírios, independentemente de
como eles entraram na Europa.
A Finlândia também está entre os países que pararam de enviar
imigrantes de volta para a Grécia.
O número de pedidos na União Europeia chegou a 626 mil em
2014, ante 435 mil em 2013, segundo a Comissão Europeia –
órgão responsável pelas execuções do Parlamento Europeu e do
Conselho da UE.
A Alemanha concedeu a maioria, seguida por Suécia e Itália.
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Como os imigrantes obtêm asilo na União Europeia?
18. Eles devem provar às autoridades que são alvo de perseguição e
poderiam ser feridos ou até mesmo mortos se devolvidos para
seu país de origem.
De acordo com as regras da União Europeia, pessoas em busca de
asilo têm direito a alimentação, a primeiros socorros e a serem
abrigadas em um centro de recepção. Também deve ter suas
necessidades avaliadas individualmente.
As autoridades podem conceder o asilo em primeira instância. Se
isso não ocorre, o solicitante pode apelar contra a decisão na
Justiça, com chances de ganhar.
A pessoa em busca de asilo deve receber o direito de trabalhar
em até nove meses após sua chegada.