TRABALHO DE ABERTURA DO PROJETO DIGA NÃO AS DROGAS
A construção do conhecimento na escola contemporânea por meio dos recursos tecnológicos.[1]
1. PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS
DIVISÃO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Atividade: A construção do conhecimento na escola contemporânea por meio
dos recursos tecnológicos.
Mediador pedagógico:
Cursista: Ana Maria de Almeida
A sociedade atual está passando por um avanço incontrolável das novas
tecnologias, essas, fazem parte da vida dos alunos muito mais que os livros, estão
presente nos celulares, na TV, internet, entre outros inúmeros recursos áudio visuais.
De acordo com Prensky (2001), os alunos chamados nativos digitais têm facilidade
no uso das tecnologias pois estão inseridos em meio aos recursos tecnológicos desde o
nascimento, os adultos, denominados pelo autor, imigrantes digitais - lidam com as
novas tecnologias com mais receio, tomam todos os cuidados necessários enquanto
que os nativos vão descobrindo sem medo de errar.
Prensky (2001), afirma que educadores, imigrantes digitais, pertencem a uma
realidade diferente dos alunos sem intimidade com as novas tecnologias e não
acreditam que os alunos aprendem em meio a música ou vídeo, já os alunos, são
atraídos pelos textos multimodais, acham as aulas desestimulantes enquanto que os
professores os culpam por falta de interesse.
Alem da gama de informações existentes atualmente por conta dos diversos meios
de comunicação, os educadores precisam considerar as características locais de sua
comunidade escolar. É preciso preparar os alunos para analisar o grande número de
informações a que têm acesso, pois o olhar do aluno será de acordo com a suas
culturas e crenças, cabe ao professor o papel de orientá-lo e conduzi-lo na análise de
tais informações.
... o uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de
insucessos, caracterizada por um ciclo de quatro ou cinco fases, que
se inicia com pesquisas mostrando as vantagens educacionais do
seu uso, complementadas por um discurso dos proponentes
salientando a obsolescência da escola. Após algum tempo são
lançadas políticas públicas de introdução da nova tecnologia nos
sistemas escolares, terminando pela adoção limitada por
professores, sem a ocorrência de ganhos acadêmicos significativos.
Em cada ciclo, uma nova sequência de estudos aponta prováveis
2. causas do pouco sucesso da inovação, tais como falta de recursos,
resistência dos professores, burocracia institucional, equipamentos
inadequados. (Cysneiros-1999)
Dessa forma, considerando que a educação está em constante melhoria,
ainda se presencia essa realidade em muitas práticas docentes que seguem
empurradas pelo modismo ou pela exigência das novas tecnologias, muitas vezes
fazendo um trabalho solto sem muito significado para o ensino aprendizagem.
Cysneiros (1999) , afirma que sente falta de uma querência nos trabalhos
multidisciplinares que apresente começo meio e direcione ao fim.
Claro que existem casos de sucesso no uso das tecnologias educacionais, no
entanto, tais constatações, estão bem próximas da realidade atual em grande parte
das escolas em geral. No início do período letivos surgem inúmeras ideias para o
trabalho com projetos interdisciplinares, mas muitos deles se perdem no decorrer do
ano letivo, pela falta de experiência, de persistência, de planejamento ou mesmo de
apoio. O educador acaba desistindo no meio do caminho, e sua ideia que era tão
boa inicialmente é reduzida as aulas tradicionais, foi deixada para trás e não se fala
mais no assunto.
Para que o educador possa realizar um trabalho significativo é necessário que
ele conheça os instrumentos com os quais irá trabalhar com seus alunos tendo
contato direto por meio do manuseio das Tecnologias Educacionais.
É necessário quebrar a resistência à mudança, pois o desenvolvimento
tecnológico invadiu como um avalanche, desde as classes sociais altas até
periferias, os alunos por mais humildes que sejam, possuem um celular ou tem
acesso ao cyber, por tanto, não há como fugir. Ao professor, resta aprender a
conhecer por meio da utilização das novas tecnologias.
De acordo com Demo (2010), "o atraso está principalmente na ideia primária
de que é possível dar aula sem autoria".
Para que o educador possa conhecer, explorar e planejar aulas que
direcionem seu aluno à construção do conhecimento, será necessário quebrar tal
barreira ainda que seja difícil. Não se pode esquecer que em meio a tudo isso, o
professor ainda tem uma forte "briga" com a falta de tempo, tanto para estudar,
quanto para preparar aulas de qualidade.
Grande parte desses profissionais trabalham 40 horas semanais e dispõem apenas
de 8 horas para prepararem suas 32 horas de trabalho que restam, além disso,
ainda precisam estudar para estarem mais próximos da realidade de seus alunos.
É claro que os esforços para a melhoria do ensino vão além da mudança de
conceitos apenas dos educadores, que é de extrema urgência e necessidade, tais
mudanças precisam passar pelas universidades para que formem professores com
uma visão menos instrucionista que as atuais e também pelas políticas na área da
educação, que busque a valorização de seus profissionais, desde melhoria de
salários, até a ampliação do número de aulas disponibilizadas para planejamentos e
estudos.
Porem, enquanto isso não acontece, o professor não pode esmorecer, pois
afinal, quem está em contato direto com o aluno na construção do conhecimento é
ele, e essa conta não pode ser paga pelo aluno.
3. De acordo com Demo (2010), o aluno tem o direito de aprender dentro do seu
mundo contemporâneo.
Só é possível ensinar aquilo que sabe, logo, o professor precisa ser autor na
sua disciplina para que esteja preparado para os questionamentos que possam
surgir além do texto em sua aula, se ele pesquisou, organizou ideias, e criou seu
próprio texto sobre o tema, a chance de auxiliar seus alunos em suas produções
com certeza é bem maior.
Um recurso eficaz é a construção por meio dos textos multimodais
envolvendo imagens, vídeos, sons e textos, nele o educador até pode buscar
informações na internet, mas ao montar o texto multimodal o professor vai
associando as informações de acordo com a realidade dos alunos. No entanto,
muitas vezes, o professor pensa estar utilizando e explorando de forma correta o
texto multimodal, mas por falta de conhecimento leva-o para a sala sem sucesso na
aplicação com seus alunos.
Santos (2006), demonstra como resultado de uma pesquisa realizada com
duas professoras de Língua Portuguesa, a incoerência entre a fala e a prática.
Enquanto que na entrevista, as pesquisadas afirmam escolher textos de acordo com
a realidade dos alunos, na aula observada pela pesquisadora, essas professoras
utilizaram textos do livro didático expondo situações inerentes a uma realidade bem
diferente do cotidiano dos educandos. Ainda nesta pesquisa a autora percebe que
as professoras até utilizam a tecnologia por meio do texto multimodal, porem,
continuam conduzindo a aula com ênfase apenas ao texto escrito, esquecendo de
explorar a parte visual do texto.
A questão da ideologia também não pode ser esquecida, o professor que
reproduz copias de textos desconexos da realidade dos seus alunos pode estar
contribuindo pelo regime de dominação impossibilitando seu aluno de expressar
suas ideias e moldando-o de acordo com as crenças que de um modelo conservador
e contrario os objetivos de aprendizagem. Essa situação é vista nos resultados ao
final de cada ano, que denota o fracasso nas notas dos alunos. Santos 2006
descreve, o "Modelo Ideológico" que forma uma classe de dominados.
Segundo Santos 2006, o Modelo Autônomo é que trabalha com práticas de
letramento em um processo de socialização do indivíduo, no qual as práticas
discursivas acontecem, não apenas na instituição escolar, mas em todo e qualquer
contexto no qual o indivíduo possa interagir. A autora afirma ainda, que a
multimodalidade dos meios linguísticos, hoje é assunto que não pode passar
despercebido pela escola em qualquer nível de ensino.
Barros (2009), demonstra em sua pesquisa utilizando primeiras páginas de
jornais como textos multimodais, onde os alunos inicialmente, demonstraram a
ansiedades em copiar o texto, não compreenderam a mensagem descrita na capa
do jornal. A medida que a professora foi lançando questionamentos, explorando
também as partes pictográficas do texto, os alunos foram adquirindo no decorrer das
aulas, a capacidade de interpretação dos textos além do que está escrito.
Segundo Maroun (2006), a partir de sua análise de textos multimodais,
retirados de livros didáticos, no texto está a intenção do autor desde a escolha das
cores dos modos verbais, da disposição das imagens, da interação entre estas
imagens e o texto escrito que conduzem o leitor a uma linha de raciocínio de acordo
com a intencionalidade do autor.
4. O educador de hoje, só terá sucesso no ensino aprendizagem se sair da
condição de "dono do conhecimento" e assumir a condição de aprendiz das Novas
Tecnologias Educacionais e suas aplicações na disciplina em que atua.
No entanto, de nada adianta o texto multimodal cheio de atrativos, se os
alunos não têm a habilidade de leitura de tal texto e se o professor não fizer as
indagações instigadoras relacionando a proposta do texto às experiências do
cotidiano do aluno. De acordo com Santos (2006), a interação professor/aluno é de
suma importância para o Letramento e para a construção de um sujeito crítico capaz
de tomar decisões nas mais diversas situações de interlocução.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Cláudia Graziano Paes de - Capacidades de Leitura de Lextos
Multimodais - 2009
http://cpd1.ufmt.br/meel/arquivos/artigos/341.pdf - 26-03-2012 - 20:00
CYSNEIROS, Paulo Gileno Informática Educativa Vol 12, No, 1, 1999 UNIANDES -
LIDIE pp 11-24
MAROUN, Cristiane Ribeiro Gomes Bou - A Modalidade Textual no Livro Didático de
Português - Unb - Universidade de Brasília - 2006
DEMO, Pedro - TEXTOS DISCUTÍVEIS – 2 - Educação Hoje -
http://pedrodemo.sites.uol.com.br/Frame1.html -24-03-2012 - 18:00
PRENSKY, Marc - Nativos Digitais, Imigrantes Digitais - Tradução gentilmente
Cedida por Roberta de Moraes Jesus de Souza: Professora, Tradutora e Mestranda
em educação pela Ucg. http://pt.scribd.com/doc/8543090/Novas-Tecnologias-Na-
Sala-de-Aula-Melhoria-Do-Ensino-Ou-InovaCAo-Conservadora. 25-03-2012 - 23:03
Proposta de Construção do Site Comunicação Hipermodal
file:///C:/Users/USU%C3%81RIO/Documents/FAUZE%202012/AVA/TEXTOS/TEXT
OS%20M%C3%93DULO%201/TEXTOS%20OBRIGAT%C3%93RIO/Proposta%20Si
te%20Comunica%C3%A7%C3%A3o%20Hipermodal.htm 25-03-2012 - 22:00
SANTOS, Jardélia Moreira dos, O Letrameento Multimodal e o Texto em Sala de
Aula , Universidade de Brasília - DF - Brasília - 2006