1) O documento apresenta a programação de uma oficina de formação continuada para professores sobre leitura, escrita e avaliação da aprendizagem. A oficina inclui palestras, oficinas práticas e momentos de reflexão.
2) Será discutido a importância da leitura e escrita em todas as disciplinas e como os professores de todas as áreas podem contribuir para o desenvolvimento dessas habilidades nos alunos.
3) Também será abordado a avaliação da aprendizagem como um processo contínuo
1. SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGIGA/PIP – EF 2012
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE ENSINO DE CAXAMBU
CBC
E A PRÁTICA PEDAGÓGICA
2ª Parte
2. PAUTA
8h Abertura e Mensagem
8h10 Ler E Escrever Compromisso De Todos Os Professores
De Todas As Áreas
9h30 Café
9h45 Ideias e palavras Leitura e escrita Em Ciências
10h45 A Avaliação da Aprendizagem e o princípio da continuidade
da trajetória escolar do aluno
12h Almoço
13h Sugestões para que o professor possa preparar seu
instrumento de avaliação
14h Oficina 1 - A Leitura e a Escrita
15h Oficina 2 - Criar uma atividade de ensino
16h Oficina 3 – Troca de segredos
17h Mensagem de encerramento e Café
3. Ler E Escrever Compromisso De Todos
Os Professores De Todas As Áreas
4. MIRIMI E GESSITAR
Era uma vez dois trafelnos, Mirimi e Gissitar.
Os dois trafelnos esporavam longe das
perlongas.
Num masto, porém um dos trafelnos, Mirimi
felnou que ramalia rizar e aror uma perlonga.
Gissitar regou muito.
5. 1-Quem eram os dois trafelnos?
2-Onde esporavam?
3-O que aconteceu num masto?
4-Quem regou muito?
5-Como Mirimi estava?
6-O que aconteceu no masto de fabeti?
7-Copie a última linha do texto.
6. Ele rubia que Mirimi não rizaria mais de perlonga.
Gissitar felnou, felnou, regou, mas nada.
Mirimi estava leruado: ramalia rizar e uma perlonga.
No masto do fabeti, Mirimi rizou muito lento.
No masto do fabeti proceu Gissitar e os dois rizaram
ateli.
Gissitar não ramalia clenar Mirimi.
7. PARA REFLETIR
• VOCÊ JÁ VIU OUTRAS ATIVIDADES PARECIDAS
COM ESSA? ONDE? QUANDO?
• QUAL O OBJETIVO DO PROFESSOR QUE PROPÕE
AOS SEUS ALUNOS ESTE TIPO DE
“INTERPRETAÇÃO”?
• COMO DEVE SER O TRABALHO DE LEITURA E
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO EM SALA DE AULA?
8. QUE TEM ISSO A VER?
• Que se isso fosse uma avaliação, eu
certamente tiraria dez, embora eu não
soubesse absolutamente o que um trafelno é.
O ponto é que é o que é um trafelno é
completamente irrelevante da maneira que as
questões foram formuladas, assim como todas
essas palavras estranhas.
9. • Muitas, muitas provas são assim. A prova avalia
simplesmente a capacidade de interpretação de texto
e contextualização. Dependendo da forma como as
questões são formuladas isso pode se tornar
bastante difícil, mas não diminui o fato de que a
prova não exige nenhum contexto além da
interpretação. O popular enrolation resolve qualquer
problema. Nós podemos dizer francamente que já
nos demos bem em provas por sermos bons
enroladores, além de ter um chute certeiro .
10. “Reclamamos da má qualidade da
“Reclamamos da má qualidade da
leitura dos alunos em geral.”
leitura dos alunos em geral.”
Por que isso acontece na Escola de
Por que isso acontece na Escola de
hoje?
hoje?
11. Por que leitura e escrita em todas as
áreas?
A leitura e a escrita são ferramentas de
construção do saber e não apenas instrumentos
para expressá-lo. Por isso é necessário o trabalho
com leitura e escrita nas diferentes áreas do
conhecimento de forma tal que todos os
professores responsabilizem-se pelo
desenvolvimento das capacidades leitora e
escritora dos alunos.
12. Segundo as orientações apresentadas pelos
PCN(s), todo professor, independente de sua
área de formação, deve ter o texto como
instrumento de trabalho, ocupando o lugar de
destaque no cotidiano escolar, pois, através do
trabalho orientado pela leitura,
o aluno conseguirá aprender
conceitos, apresentar
informações novas, comparar
pontos de vista, argumentar, etc.
13. Dessa forma, o aluno poderá caminhar adiante
na conquista de sua autonomia no processo de
aprendizado.
No entanto, o que se observa é que construir
habilidades que envolvam leitura e a produção
textual é papel atribuído apenas e tão somente
aos professores de língua portuguesa, limitando
o espaço do texto na escola.
15. Ler e escrever são habilidades indispensáveis para a
formação dos alunos em todas as áreas e não cabe ao
professor de Língua Portuguesa auxiliar o aluno a
interpretar e estabelecer significados presentes em
textos referente à Ciências.
O professor de Ciências deve ter em mente que ler e
escrever não diz respeito unicamente a dominar um
padrão da língua materna. É preciso compreender
todas as formas humanas de interpretar, explicar e
analisar o mundo.
16. O professor deve ajudar o aluno a tornar-se capaz de
fazer análises críticas ou tirar conclusões por escrito a
partir de informações dadas. Principalmente, deve
procurar evitar ensinar a sua disciplina sem a
preocupação de estabelecer vínculos com a
realidade e com o cotidiano do aluno.
Alfabetizar em ciências significa traduzir, construir
realidades e conhecimentos da disciplina.
17. O mundo das Ciências possui suas próprias
palavras para explica-lo, linguagem específica,
particular onde é construído o mundo que nos
cerca e cotidianamente temos outra linguagem
que explica os mesmos eventos.
18. Para a comunidade científica, uma bula de remédio
organizada por tópicos é um dos textos mais fáceis de
entender, mas a maioria das pessoas não acha tão
simples. Cabe ao professor de Ciências ajudar os
estudantes a explorar a precisão dos relatórios com
conclusões de pesquisa, os textos instrucionais para
fazer experiências e reportagens que abordem
questões de saúde, alimentação, meio ambiente e
tecnologia.
20. O mais importante é relacionar as palavras de
Ciências com os seus significados e aplicações.
21. Assumir que ensinar a ler e escrever é
tarefa de todas as áreas, um compromisso
da escola...
A tarefa de ensinar a ler e escrever um
texto de ciências é do professor de ciências
e não do professor de português.
22. A Avaliação da Aprendizagem e o princípio
da continuidade da trajetória escolar do
aluno
23. MUDANÇAS são Sempre Possíveis:
- no nível pessoal
- no nível profissional
“ A verdade é que não há nada
digno em ser superior a outra
pessoa. A única nobreza genuína
é ser superior a seu antigo eu.”
Whitney M. Young Jr
24. VONTADE + AÇÃO + CONHECIMENTO = MUDANÇA
PROFESSOR SUJEITO DE TRANSFORMAÇÃO
25.
26. A Escola na modernidade tem, diante de si, O DESAFIO:
de sua própria recriação: ser emancipadora e libertadora
de recuperar a sua centralidade que é o aluno
de cuidar e educar este aluno
27. Alguns pressupostos dos processos de
ENSINO E APRENDIZAGEM
Todo aluno é capaz de aprender
Todo professor é capaz de ensinar
Aluno motivado, com autoestima elevada aprende com mais facilidade
Desenvolvimento cognitivo, afetivo e social fazem parte do mesmo processo
Ensino contextualizado, aprendizagem significativa, desenvolvimento de
competências e habilidades
Valorização do saber do aluno, seus avanços e progressos e acolhimento em suas
dificuldades
Relação professor/aluno: afeto, apoio, parceria, ética
(...)
28. Alguns pressupostos da
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Função básica: ajudar o aluno a aprender, favorecendo o seu progresso
individual e contínuo.
Função diagnóstica, formativa, investigativa, indicadora de intervenções
pedagógicas. Permite a tomada de decisão para a melhoria.
O “erro” é sempre uma hipótese de acerto: transformá-lo em situação de
aprendizagem.
É inclusiva: não descarta, não exclui, convida para o crescimento.
Pressupõe uma diversidade de “instrumentos” que expressem os
conhecimentos, habilidades e atitudes aprendidos.
Exige postura democrática, decisão coletiva.
(...)
29. Consequências dos pressupostos do processo de
ensino e aprendizagem e avaliação:
Mudança de foco do trabalho escolar
ONTEM centrado na programação; ênfase no conteúdo como fim
HOJE centrado no aluno e na sua aprendizagem; ênfase no desenvolvimento
de competências, capacidades e habilidades cognitivas, sociais, afetivas.
Conteúdo é um meio.
30. Foco
no Foco
antigo Centrado na programação no novo Centrado no aluno e sua
contexto contexto aprendizagem
Há
encadeamento
Há um encadeamento em rede do
linear dos conteúdos conteúdo
Professor propõe
O aluno deve se adaptar à estratégias de
programação pré ensino diferenciadas
estabelecida, mesmo
retrocedendo e refazendo
todo o percurso
Escola organiza outros
espaços e tempos para o
O aluno que não aprende aluno aprender –
deve repetir as etapas já intervenção pedagógica
percorridas
A organização da escola se faz Aluno que não aprende leva à
criando turmas supostamente mudança na programação e
homogêneas na organização da escola
31. AVALIAÇÃO: Fenômeno Humano
- “... tem a ver com AÇÃO e esta, por sua vez,
tem a ver com a busca de algum tipo
de RESULTADO, que venha a ser
O MELHOR POSSÍVEL.”
-“Se estamos avaliando a APRENDIZAGEM,
ela serve à busca do MELHOR RESULTADO
da APRENDIZAGEM.”
Cipriano Carlos Luckesi
32. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
•Mudar a avaliação, mudar a escola globalmente.
•Assim como o professor ensina, assim ele avalia
Transmissão Construção
do conhecimento do conhecimento
Questão-desafio de Perrenoud: “Cabeças bem
cheias ou cabeças bem feitas?”
Na sala de aula é o professor quem dá o tom do ensino e da avaliação
conforme suas concepções, crenças e postura , seguindo uma linha
estabelecida , mas com suas “tintas”.
33. O que fazemos na ESCOLA hoje?
- “AVALIAMOS” a aprendizagem dos alunos?
ou
-“EXAMINAMOS” os alunos?.”
34. “Avaliar” ou “Examinar”?
Características Básicas
Exames Avaliação
.Operam com o desempenho final: .Opera com desempenhos provisórios ou
importa a resposta não o processo processuais
.São pontuais, cortantes: só interessa o .É não-pontual: interessa o antes, o agora
aqui e agora e o depois
.São classificatórios: classificam o aluno .É diagnóstica, dinâmica: permite a tomada
“para sempre” de decisão para a melhoria
.São seletivos e excludentes: contribuem .É inclusiva: não descarta, não exclui,
para a exclusão educacional convida para o crescimento
.Servem como recurso de controle .Está a serviço de um projeto pedagógico
disciplinar impositivo sobre os alunos construtivo: o aluno é um ser em
construção
.Postura mais autoritária, decisão individual .Exige postura democrática, decisão
coletiva
.Pedagogia tradicional .Pedagogia construtiva
35. “... Aprender a trabalhar com
AVALIAÇÃO é um processo de
mudança que exige cuidados e
tempo.” Luckesi
NOSSAS
HERANÇAS
Herança psicológica
Herança da história geral da educação
Herança histórico-social
36. Problema central da Escola: NÃO Aprendizagem
Problema central da Avaliação:
lógica classificatória e excludente
desloca-se a
ênfase:
DO ensino/aprendizagem
PARA
medição/julgamento
37. Progressão continuada da aprendizagem se faz assim:
• Definir habilidades básicas a serem alcançadas por
todos os alunos.
• Programar ações para o desenvolvimento dessas
habilidades.
• Avaliar e registrar, continuamente, os avanços e
dificuldades.
• Propor intervenções pedagógicas para superação das
dificuldades.
• Avaliar essas intervenções e redirecioná-las quando
não forem bem-sucedidas, propondo atividades,
ações e projetos diferenciados que atendam às
necessidades dos alunos.
38. Alguns ” MITOS” da Avaliação da Aprendizagem
“Os alunos não podem passar de ano sem saber tudo de todas as
disciplinas”.
“Promover todos os alunos tira o estímulo dos mais estudiosos e
favorece o desinteresse dos menos estudiosos”.
“A qualidade do ensino diminui quando todos os alunos são
promovidos”.
“Reprovar o aluno é dar a ele uma nova oportunidade para
aprender mais”.
“Reprovar o aluno que não aprendeu é fazer justiça”.
39. Refletindo mais com Luckesi:
“... a questão central da prática da avaliação na escola não está nos INSTRUMENTOS, mas sim
na postura pedagógica e consequentemente na prática da avaliação”.
“... testes, provas, redações, monografias, arguições, em si, não avaliam, mas sim coletam
dados que descrevem o desempenho provisório do aluno”.
“... para trabalhar com avaliação, não necessitamos de mudar nossos instrumentos, necessitamos
de mudar nossa postura, ou seja, ao invés de examinar, avaliar”.
“Ao lado de uma prática pedagógica construtiva, pode-se e deve-se oferecer aos educandos
oportunidades de treinar para as situações específicas dos exames”.
40. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Paradigmas em Paradigmas em Implantação
Superação
um evento processo contínuo
medo desejo de aprender, crescer
classificar diagnosticar e intervir
punir o erro valorizar o acerto
avaliar conteúdo avaliar capacidades, habilidades
excluir, reprovar incluir, superar a não-aprendizagem
autoritarismo estímulo, afeto, respeito
decisão individual decisão coletiva
Pedagogia da repetência Pedagogia de ensino eficaz
41. A quem interessa perpetuar a escola excludente?
É essa escola que desejamos manter?
Mudança:
*nas posturas comportamentais
*nas práticas cotidianas da escola
Questão de compromisso ético.
“Ninguém dá o que não tem.”
“Ninguém dá aquilo em que não acredita.”
“Não posso motivar para a prática.
Eu me motivo ao praticar.”
Paulo Freire
42. “Assim, a reprovação, embora pareça um ato
técnico-pedagógico e paradoxalmente “bem
intencionado”, é, essencialmente, um ato político
que serve à reprodução das desigualdades
sociais” (...)
Thereza Penna Firme,
Educadora
43. “Um dos sérios entraves ao percurso escolar dos alunos
tem sido a cultura da repetência que impregna as
práticas escolares.
Há muitos anos, diferentes estudos têm mostrado que
a repetência não é o melhor caminho para assegurar
que os alunos aprendam”. (...)
Mas aqui é preciso enfatizar,
mais uma vez, que o combate
à repetência não pode significar
descompromisso com o ensino
e a aprendizagem”.
Parecer CNE / CEB 11/2010
44. Superar o problema da Reprovação não é cair na mera APROVAÇÃO
É superar a NÃO-Aprendizagem:
Maior desafio da Escola hoje
PROGRESSÃO CONTINUADA
APRENDIZAGEM
PROGRESSÃO PARCIAL
Compromisso de TODOS com a aprendizagem efetiva
de TODOS os alunos. Neste desafio, o PROFESSOR
não pode sentir-se só.
45. Avaliando o Aprender
Para muitos professores, antes valia o ensinar.
Hoje a ênfase está no aprender. Isso significa uma
mudança em quase todos os
níveis educacionais:
currículo, gestão escolar,
organização da sala de aula,
tipos de atividade e, claro, o
próprio jeito de avaliar a
turma.
46. O professor deixa de ser aquele que passa as
informações para virar quem, numa parceria
com crianças e adolescentes, prepara todos para
que elaborem seu conhecimento. Em vez de
despejar conteúdos, ele agora pauta o seu
trabalho no jeito de fazer
a garotada desenvolver
formas de aplicar o
conhecimento no dia a
dia.
47. Um exemplo da mudança é a média bimestral
ser enriquecida com pareceres, como
observação diária e multidimensional e
instrumentos variados de acordo com cada
objetivo.
48. O importante é que, a avaliação forneça dados
que possibilitem ao professor compreender o
que o aluno aprendeu ou não, para fazer
intervenções que o ajudem a superar suas
dificuldades e avançar. É essencial colocar a
avaliação a serviço da inclusão dos alunos no
processo de sua aprendizagem.
49. Sugestões para que o professor possa
preparar seu instrumento de avaliação
50. 1- Ter à mão o CBC que contém habilidades que
deseja avaliar:
Elaborar as questões de forma que, através da resposta, o
aluno demonstre a aquisição de habilidades e não apenas
“conceitos decorados”.
Ter clareza, em cada questão para que o aluno
demonstre que adquiriu as habilidades necessárias, e
cobrar de si mesmo este critério no momento da
correção.
Verificar se o conteúdo cobrado é importante, relevante
no contexto e potencialmente significativo.
51. 2- Organizar as questões de forma a situar o
pensamento do aluno para que este, organizado,
estabeleça relações que facilitem a compreensão:
Separar as questões que fazem parte do
conhecimento escolar (relatar informações),
raciocínio e aplicação de habilidades no
cotidiano, procurando não sobrecarregar o
aluno.
Buscar concepções prévias do aluno, ligadas ao
conteúdo explorado.
52. 3- Determinar com clareza e precisão o objetivo da
questão e com isso elaborar perguntas com os mesmos
critérios (claras e precisas)
4- Contextualizar a questão, colocando-a numa situação de
possível compreensão para o aluno.
5- Elaborar as questões de forma que a prova seja,
sobretudo, mais um momento de estudo.
6- Não colocar questões que desencadeiem uma sequência
óbvia, porém incorreta (generalizações).
53. 7- Procure textos que têm sentido com o tema que você
escolheu para sua prova. Não pegue um texto qualquer,
veja se o conteúdo está de acordo com as habilidades, se
está no nível de entendimento de seus alunos,
principalmente a linguagem, e observe também o tipo
textual. Antes de utilizar textos originados da Internet
cheque a sua procedência, se as informações estão
corretas.
54. Oficina 1
A Leitura e a Escrita como compromisso de todos os professores de
todas as Disciplinas do Currículo do Ensino Fundamental