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[...], ou seja, aquele enviado para difundir o
Evangelho de Jesus para o povo.
Jesus havia sido crucificado.
Após três dias da sua crucificação,
contudo havia notícias de que
ressurgira do túmulo, encontrando-se
com Maria Madalena e, em seguida,
passara a visitar seus seguidores,
dando ânimo para todos eles.
Entre os discípulos, destacava-se
Estêvão.
O jovem Estevão, de coração voltado
aos ensinamentos do Mestre,
consolava, amparava e curava os
mais sofridos de toda aquela gente,
em Jerusalém. (p.5).
(JACINTO, Roque. Conversão de Paulo
de Tarso).
Frente às adversidades da vida e da fé, após vê o pai morrendo, por
meio de chibatadas, ao ter desafiado as forças romanas na época, de
ter perdido o contato com a irmã Abigail e ter virado escravo para
labutas pesadas, Jeziel fortifica o seu credo em Deus e nunca dele se
afasta na certeza que dias melhores viriam.
Sua irmã Abigail, após preces cheias de clemência, na hora dos açoites
no pai, fora libertada. “Adotada” pelo casal Ruth e Zacharias, estes se
mudam para Jerusalém e lá constitui morada definitiva.
Jeziel por ser escravo cauteloso e obediente foi escalado para embarcar no navio para
serviços de rotina. Um político influente adoece e Jeziel é escolhido para cuida deste. Sua
dedicação é tanta que o doente se cura, porém o escravo é acometido pela doença sendo,
condenado a ser atirado ao mar para que não se alastrasse para os outros tripulantes. O
“curado” de Jeziel sabendo da condenação intercede por este para que o deixem no
próximo porto. O político deu um dinheiro para que ele pudesse sobreviver enquanto se
acomodava na nova morada e lhe sugeriu que mudasse o nome a fim de não haver
transtorno. Jeziel muito doente adormece no meio do mato e acorda com uma assaltante
que leva todo o seu dinheiro, mas o deixa na “Casa do Caminho” onde conhece os apóstolos
de Cristo. Jeziel delirou em febre por dias, mas sempre a rezar os Salmos de Davi. Em
convalescência, contou todo o ocorrido à família de Simão Pedro, que o batizou com o
nome de Estevão. Conversando com os apóstolos Estevão tomou conhecimento de que o
Messias já tinha passado pela terra. De posse dessa informação, passou a estudar os
ensinamentos de Jesus nos evangelhos. Tornou-se um orador destacável.
Paulo nem sempre foi “apóstolo de Cristo Jesus”.
Nasceu numa cidade chamada Tarso e os pais
puseram-lhe o nome de Saulo.
Saulo se orgulhava de ser judeu. Seu pai era até
fariseu da tribo de Benjamim. Os fariseus estudavam
e conheciam a Lei (os cincos livros de Moisés). (p.10).
Nenhum judeu, ainda que de alta casta - e seu pai o
era, e além disso, cidadão romano - desprezava o
trabalho manual. Assim, era comum que os
intelectuais, os doutores da Lei fossem também
artesãos, operários, ordenhadores... (p.10).
O pai de Saulo, chamado Isaac, fabricava um tecido
grosseiro, impermeável, próprio para tapetes, tendas,
mantas de pastor, conhecido em toda parte com o
nome de “cilício”, por ser fiado e tecido na Cilícia.
(p.10).
Começou a sua vida como Saulo de Tarso, um judeu
cumpridor das leis religiosas.
LAGAZZI, Inês B.. Paulo de Tarso o Apóstolo de Cristo.
editora: Paulinas.
Saulo adquiriu todo o estilo
do perfeito fariseu apegado
a lei e a tradição. Rígido e
cheio de zelo.
“Foi educado aos pês de
Gamaliel, segundo o rigor da
Lei ancestral, zeloso por
Deus.” (Atos, 22:3).
Tiago, Pedro e João surpreenderam-se singularmente com a presença do jovem doutor da
Lei, que se popularizara na cidade pela sua oratória veemente e pelo acurado
conhecimento das Escrituras. (p.52).
Os generosos galileus ofereceram-lhe o banco mais confortável. Ele aceitou as gentilezas
que lhe dispensavam, sorrindo com indisfarçável ironia de tudo que ali se lhe deparava.
(p.52).
Inesperado silêncio mantinha todas as frontes em singulares expectativas. (p.53).
Estevão ergueu alto os olhos serenos e fulgurantes, e, sem se perturbar com a presença de
Saulo e dos seus amigos, falava com voz clara e vibrante:
-“Meus caros, eis que chegados são os tempos em que o Pastor vem reunir as ovelhas em
torno do seu zelo sem limites. éramos escravos das imposições pelos raciocínios, mas hoje
somos livres pelo Evangelho do Cristo Jesus.” (p.53).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 5).
Saulo e Sadoc entraram na igreja humilde de Jerusalém, notando a
massa compacta de pobres e miseráveis que ali se aglomeravam
com um raio de esperança nos olhos tristes. (p.52).
O pavilhão singelo, construído à custa de tantos sacrifícios, não
passava de grande telheiro revestido de paredes frágeis, carente de
todo e qualquer conforto. (p.52).
“Acima de todas as cogitações humanas, fora de todos os atritos das ambições terrestres,
seu reino de paz e luz esplende na consciência das almas redimidas.” (p.53).
- Éramos cativos do erro, mas seu sangue nos libertou. Na vida e na morte, nas alegrias de
Caná, como nas angústias do Calvário, pelo que fez e por tudo que deixou de fazer em sua
gloriosa passagem pela Terra, Ele é o Filho de Deus iluminando o caminho. (p.53).
Nesse ínterim, Estevão sustou a palavra que lhe fluía harmoniosa e vibrante dos lábios,
inspirada nos mais puros sentimentos.
- “O Cristo é a substância da nossa liberdade.” Dia virá em que o seu reino abrangerá os
filhos do Oriente e do Ocidente, num amplexo de fraternidade e de luz. Então,
compreenderemos que o Evangelho é a resposta de Deus aos nossos apelos, em face da Lei
de Moisés. A Lei é humana; o Evangelho é divino. Moisés é o condutor; O Cristo, o Salvador.
Os profetas foram mordomos fiéis; Jesus, porém, é o Senhor da Vinha. Com a Lei, éramos
servos; com o Evangelho, somos filhos livres de um Pai amoroso e justo!... (p54-55).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 5).
- O Messias atendeu aos problemas angustiosos da criatura
humana, com a solução do amor que redime todos os seres e
purifica todos os pecados. Mestre do trabalho e da perfeita alegria
da vida, suas bênçãos representam nossa herança. Moisés foi a
porta, o Cristo é a chave. Com a coroa do martírio adquiriu, para
nós outros, a láurea imortal da salvação. (p.53).
- “Ainda bem que o Messias fora carpinteiro: porque, nesse caso, a Humanidade já não
ficaria sem abrigo. Ele era, de fato, o Abrigo da paz e da esperança! Nunca mais
andaremos ao léu das tempestades nem na esteira dos raciocínios quiméricos de quantos
vivem pelo cálculo, sem a claridade do sentimento.” (p.55-56).
-”O Cristo é vida, e a salvação que nos trouxe está na sagrada oportunidade da nossa
elevação, como filhos de Deus, exercendo os seus gloriosos ensinamentos.” (p.56).
-“Que a bênção do Cristo seja com todos vós.” (p.57).
Antes que pudesse abandonar a tribuna para confundir-se com a multidão, o futuro
rabino levantou-se de chofre e observou enraivecido:
- Exijo a continuação da arenga! Que o pregador espere, pois não terminei o que preciso
dizer. (p.57).
Estevão replicou serenamente:
- Não poderei discutir. (p.57). Concluiu Estevão evitando a contenda.
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 5).
O orador preparava-se para retomar a palavra, momentaneamente
interrompida e aguardada com expectação de júbilo geral, quando
o jovem doutor se levantou ousadamente e exclamou, quase colérico,
frisando os conceitos com evidente ironia.
- [...] Quem era esse Cristo? Não foi um simples carpinteiro? (p.55).
- Só isso? - interrogou o interpelado, astutamente. - Ë coisa fácil e agradável. Pois não o
ouvi dizer que o carpinteiro crucificado é o fundamento da verdade divina? Isso é mais
que blasfêmia. Trata-se de um revolucionário perigoso, que deve ser punido como
caluniador de Moisés. (p.61).
- Muito bem! - exclamou Saulo num largo sorriso. - Conto, pois, contigo. (p.61).
No dia imediato, Neemias compareceu ao Sinédrio e denunciou o generoso pregador do
Evangelho como blasfemo e caluniador, acrescentando criminosas observações de própria
conta. Na peça acusatória, Estevão figurava como feiticeiro vulgar, mestre de preceitos
subversivos em nome de um falso Messias que Jerusalém havia crucificado anos antes,
mediante idênticas acusações. Saulo de Tarso anotou as mínimas declarações, acentuando
os detalhes comprometedores.
A notícia estourou na igreja do “Caminho”, produzindo efeitos singulares e dolorosos.
(p.61).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 5).
Aproveitando o companheiro invigilante chamado Neemias...
==============================================================
Sendo confrontado por Estevão, Saulo não suportou o peso da
vaidade e chamou um de seus amigos serviçais Neemias. (p.60).
- Necessito de alguém que denuncie Estevão como blasfemo em face
da Lei e lembrei-me da tua cooperação neste sentido. (p.61).
Estevão decidiu ir só porque não queria colocar
em risco a “Casa do Camimho”.
No Sinédrio diante de vários quesitonamentos...
===============================================
Estevão esclareceu sem titubear:
- Mantenho minha crença de que o Cristo é o
Salvador prometido pelo Eterno. (p.64).
- Moisés é a justiça pela revelação, mas Cristo é o
amor vivo e permantente. (p.65).
- [...] e eu me honro em ser instrumento humilde
nas suas mãos. (p.65).
- [...] Aquele, a quem chamais ironicamente o carpinteiro de Nazaré, foi amigo de todos
os infelizes. Sua pregação não se limitou a expor princípios filosóficos. Antes, pela
exemplificação, renovou nossos hábitos, reformou as idéias mais elevadas, com o selo do
amor divino. Suas mãos nobilitaram o trabalho, pensaram úlceras, curaram leprosos,
deram vista aos cegos. Seu coração repartiu-Se entre todos os homens, dentro do novo
entendimento do amor que nos trouxe com o exemplo mais puro. (p.68).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 6).
(*) assembleia.
- Apedrejemos o imundo! Matemos a
calúnia! (p.69).
A serenidade de Estevão perturbou-o
ainda mais. Sem dúvida, estava diante de
uma energia ignorada. (p.70).
- Não reages, covarde? Tua escola é
também a da indignidade?
O pregador cristão, apesar dos olhos
molhados, respondeu com firmeza:
- A paz difere da violência, tanto quanto
a força do Cristo diverge da vossa. (p.70).
Gamaliel interfere, pede um prazo e propõe colocar o jovem Estevão no calabouço.
- Proponho que se estude mais ponderadamente a sentença pedida, retendo-se o
acusado em calabouço até que se esclareça a sua responsabilidade perante a justiça.
(p.70-71).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 6).
(*) assembleia.
Saulo de Tarso acreditava que os amigos de
Jesus não respeitavam Deus.
Por isso perseguia-os e mandava-os
prender.
Saulo de Tarso, nas características de sua
impulsividade, deixou-se empolgar pela
idéia de vingança, impressionado com o
desassombro de Estevão em face da sua
autoridade e da sua fama. A seu ver, o
pregador do Evangelho infligira-lhe
humilhações públicas, que impunham
reparações equivalentes. (p.72).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão.
Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 7).
Uma jovem de notável formosura [...]. (p.10).
Abigail, na candidez dos seus dezoito anos, era
um gracioso resumo de todos os encantos das
mulheres da sua raça. Os cabelos sedosos caíam-
lhe em anéis caprichosos sobre os ombros,
moldurando-lhe o rosto atraente num conjunto
harmonioso de simpatia e beleza. No entanto, o
que mais impressionava, no seu talhe esbelto de
menina e moça, eram os olhos profundamente
negros, nos quais intensa vibração interior
parecia falar dos mais elevados mistérios do
amor e da vida. (p.10-11).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão.
Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 1).
Abigail extasiava-se, ouvindo-o discorrer. Aquele
moço impulsivo e rude a olhos estranhos, mas
afetuoso e sensível na intimidade, era justamente o
seu ideal, o homem esperado pela sua alma
carinhosa. (p.88).
- Ninguém poderá oferecer-me um presente mais
precioso que o enviado por Deus à minha existência,
com o teu coração leal e generoso - murmurou a
jovem num franco sorriso. (p.88).
- Ganhei muito mais - tornava o doutor de Tarso
recebendo a jóia rara do teu afeto, que enriquecerá
toda a minha vida. Às vezes, Abigail - continuava
com o entusiasmo próprio da juventude sonhadora -
[...]. (p.88).
[...] prosseguiu Saulo confiante no futuro [...] poderemos marcar o dia jubiloso das
núpcias. [...] O lar é uma bênção. E nós teremos esse lar. (p.89).
- Nunca me senti tão venturosa - exclamou a jovem, com lágrimas de alegria. (p.89).
Ele acariciou-lhe as mãos e, como desejava que ela compartilhasse dos seus sentimentos
mais íntimos [...]. (p.89).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 8).
Como juiz, no Sinédrio, Saulo conseguiu a
condenação de Estevão.
==========================================
O mártir do “Caminho” sentia-se amparado
por forças poderosas e intangíveis. A cada
novo golpe, sentia recrudescer os
padecimentos infinitos que lhe azorragavam o
corpo macerado, mas, no íntimo, guardava a
impressão de uma lenidade sublime. O
coração batia descompassadamente. O tórax
estava coberto de feridas profundas, as
costelas fraturadas. (p.94).
Nesta hora suprema, recordava os mínimos laços de fé que o prendiam a uma vida mais
alta. Lembrou todas as orações prediletas da infância. Fazia o possível por fixar na
retina o quadro da morte do pai supliciado e incompreendido. Íntimamente, repetia o
Salmo 23º de David, qual o fazia junto da irmã, nas situações que pareciam
insuperáveis. “O Senhor é meu pastor. Nada me faltará...” As expressões dos Escritos
Sagrados, como as promessas do Cristo no Evangelho, estavam-lhe no âmago do
coração. O corpo quebrantava-se no tormento, mas o espírito estava tranqüilo e
esperançoso. (p.94).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 8).
Agora, tinha a impressão de que duas mãos cariciosas
passavam de leve sobre as chagas doloridas, proporcionando-
lhe branda sensação de alívio. Sem qualquer receio, percebeu
que lhe havia chegado o suor da agonia. (p.94).
Dedicados amigos, do plano espiritual, rodeavam o mártir
nos seus minutos supremos. No auge das dores físicas, como se
houvesse transposto infinitos abismos de percepção, o moço
de Corinto notou que alguma coisa se lhe havia rasgado na
alma ansiosa. Seus olhos pareciam mergulhar em quadros
gloriosos de outra vida. A legião de emissários de Jesus, que o
cercava carinhosamente, figurou-se-lhe a corte celestial. No
caminho de luz desdobrado à sua frente, reconheceu que
alguém se aproximava abrindo-lhe os braços generosos. Pelas
descrições que ouvira de Pedro, percebeu que contemplava o
próprio Mestre em toda a resplendência de suas glórias
divinas. Saulo observou que os olhos do condenado estavam
estáticos e fulgurantes. Foi quando o herói cristão, movendo
os lábios, exclamou em alta voz:
- Eis que vejo os céus abertos e o Cristo ressuscitado na
grandeza de Deus!.... (p.94).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo
espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8).
Mas Estêvão, cheio do
Espírito Santo, fitou os
olhos no céu e viu a
glória de Deus e Jesus,
que estava à sua
direita. (Atos 7:55).
Viram, então, que duas mulheres jovens aproximavam-se
do perseguidor com gestos íntimos. Dalila entregou Abigail
ao irmão, despedindo-se logo para atender ao chamado de
outra amiga. A noiva terna cingia uma túnica à moda
grega, que mais lhe realçava o formoso rosto. Fosse pela
dolorosa cena em curso, ou pela presença da mulher
amada, percebia-se que Saulo estava um tanto perplexo e
sensibilizado. Dir-se-ia que a coragem indomável de
Estevão o levara a considerar a tranqüilidade desconhecida
que deveria reinar no espírito do mártir. (p.94).
[...]Abigail tremia. [...] (p.95).
Nesse instante, ignorando-se alvo de tão singular atenção, o pregador do “Caminho” saiu
de sua impressionante imobilidade. Vendo que Jesus contemplava, melancolicamente, a
figura do doutor de Tarso, como a lamentar seus condenáveis desvios, o discípulo de
Simão experimentou pelo verdugo sincera amizade no coração. Ele conhecia o Cristo e
Saulo não. (p.95).
Assomado de fraternidade real e querendo defender o perseguidor, exclamou de modo
impressionante:
- Senhor, não lhe imputes este pecado!... (p.95).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 8).
- Que dizes? - gaguejou baixinho o doutor de Tarso arregalando os olhos. - Não pode ser!
Enlouqueceste?
- Não, não, é ele; é ele! - repetia tomada de extrema palidez. (p.95). [...]
O ex-discípulo de Gamaliel não acreditava na possibilidade de semelhante coincidência.
(p.95).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 8).
[...] A emoção dominara-o na hora extrema. Sentiu que o
Mestre de Nazaré acariciava-lhe a fronte, onde a última
pedrada abrira uma flor de sangue. Ouvia, muito longe,
vozes argentinas que cantavam hinos de amor sobre os
gloriosos motivos do Sermão da Montanha. Incapaz de
resistir por mais tempo ao suplício, o discípulo do
Evangelho sentia-se desfalecer. (p.95).
Escutando as expressões do condenado e recebendo-lhe o
olhar fulgurante e límpido, Abigail não pôde dissimular a
angustiosa surpresa. (p.95).
- Saulo! Saulo!... É meu irmão - exclamou aterradamente.
- Senhor - respondeu o outro respeitoso -, o condenado
ainda não está morto.
Abigail aproximou-se do irmão ensangüentado, com
infinita ternura.
- Jeziel! - exclamou Abigail osculando e regando de
lágrimas a fronte do moribundo - como te vejo eu!...
- Não chores!... Eu estou com o Cristo!...
- Quem é o Cristo? - murmurou a jovem - Por que te
chamam Estevão?
- Jesus... é o nosso Salvador... (p.96).
Vendo que a irmã prosseguia em soluços, continuou:
- Sei que vou morrer... mas a alma é imortal.
Estevão se agitava em esforços supremos.
- Com quem te deixarei?
- Este é meu noivo — esclareceu a jovem apontando o moço de Tarso, que parecia
petrificado. (p.97).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 8).
O moribundo contemplou-o sem ódio e acentuou:
- Cristo os abençoe... Não tenho no teu noivo um
inimigo, tenho um irmão... Saulo deve ser bom e
generoso; defendeu Moisés até ao fim... Quando
conhecer a Jesus, servi-lo-á com o mesmo fervor...
Sê para ele a companheira amorosa e fiel... (p.97).
Observando que o irmão lhe lançava o último
olhar, exclamou angustiada:
- Jeziel, não te vás... Fica conosco! Nunca mais nos
separaremos!...
Ele, quase a expirar, ciciava:
- A morte não separa... os que se amam... (p.98).
- Estevão morre perdoando Saulo.
- Abigail... - murmurava ainda como num sopro -, vou-me em paz...
Quisera ouvir-te na prece... dos aflitos e agonizantes... (p.98).
Saulo prefere não expor a sua posição e família se casando com a irmã de um condenado
e termina o noivado.
- Abigail, tudo está consumado e tudo terminou, também, entre nós. (p.99).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte,
Capitulo 8).
Ananias, velho sapateiro de Emaús, converte Abigail ao
Cristianismo quando ela se encontrava doente na casa, na
estrada de Jope, na residência de Zacarias e Ruth.
Abigail, convertida a Jesus, entra em profunda depressão,
adquire tuberculose .
=======================================================
Abigail, há mais de quatro meses, adoeceu dos pulmões e, para
falar com franqueza, não temos qualquer esperança. (p.104).
Ao vê-la, Saulo não dissimulou o seu espanto. A jovem, por sua
vez, recebendo a jubilosa surpresa, tomou-se de sincera e
transbordante alegria. (p.106).
- Abigail! - exclamou Saulo comovidíssimo, logo que se viram a sós - abdiquei o meu
orgulho e a minha vaidade de homem público para vir até aqui, perguntar se me
perdoaste, se me não esqueceste!
- Esquecer-te? - respondeu ela de olhos úmidos. [...].
- Nós, Saulo, pertencemo-nos um ao outro para a eternidade. (p.106).
Saulo compreendia Deus senão como um senhor poderoso e inflexível. (p.110).
- Como foi isso, Abigail? - dizia perturbado. [...].
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª
Parte, Capitulo 8).
Vendo que a noiva tinha imensa dificuldade em expor as
últimas idéias, Saulo ajoelhou-se a seu lado, cobriu-lhe as
mãos de beijos ardentes. A agonia dolorosa parecia-lhe o
sofrimento injustificável, que o céu houvera enviado a um
anjo. [...] Lendo-lhe a sensibilidade através das lágrimas que
lhe desciam silenciosamente dos olhos, Abigail esboçou um
gesto de carinho com dificuldade infinita. Conhecia Saulo e
comprovara-lhe a rigidez do caráter. Aquele pranto revelava
o calvário íntimo do bem-amado, mas demonstrava,
igualmente, o alvorecer de uma vida nova para o seu espírito.
- Não chores, Saulo - murmurou dificilmente a morte não é o fim de tudo...
- Quero-te comigo em toda a vida — replicou o rapaz desfeito em lágrimas.
- E, contudo, é preciso morrer para vivermos verdadeiramente. [...]. (p.111).
- Abigail! Abigail! - gritava Saulo desesperado. (p.112).
- Jeziel já veio ... buscar-me...
Saulo de Tarso ali se deixou ficar mudo, estarrecido [...]. (p.112).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª
Parte, Capitulo 8).
Saulo com o coração ferido e endurecido
intensifica as perseguições aos irmãos do
caminho.
O carpinteiro sempre atravessava a
vida de Saulo que tomou como questão
pessoal sua, de perseguir e ameaçar de
morte os seguidores do Senhor Jesus.
Ele foi falar com o Grande Sacerdote e
pediu cartas de apresentação para as
sinagogas da cidade de Damasco. Com
esses documentos Saulo poderia prender
e levar para Jerusalém Ananias, e os
seguidores do Caminho do Senhor que
moravam ali, tanto os homens como as
mulheres.
Saulo numa crise íntima profunda. A
humildade, a serenidade, de Estevão na
hora da morte pelo apedrejamento, que
ele buscava ao longo de sua vida.
Pensava em Abigail, pensava na sua
vida que poderia ter tomado um rumo
diferente...
(Atos, 9:3-18)
(Atos, 22:6-21)
(Atos, 26:12-18)
XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo
espírito de Emmanuel. 1ª Parte, Capitulo 10, p.119-120).
No ano de 32 D.C., dois
anos após a crucificação
de Jesus, quando se
dirigia de Jerusalem a
Damasco para prender
cristãos dessa cidade,
um raio de luz muito
forte encadeou-o e fê-lo
cair ao chão.
(Atos, 9:3)
(Atos, 22:6)
(Atos, 26:13)
Ouviu então uma voz que lhe dizia: “Saulo,
Saulo! Porque me persegues?... Olhou em redor,
apavorado, mas não via nada. Aquela luz
tinha-o cegado.
Então perguntou: "Quem és tu, Senhor?" A voz
respondeu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues!”
Foi quando notou que Jesus se aproximava e,
contemplando-o carinhosamente, o Mestre
tocou-lhe os ombros com ternura, dizendo com
inflexão paternal:
- Não recalcitres contra os aguilhões!... (p.120).
E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que
queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor:
Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o
que te convém fazer.
(Atos, 9:4-6)
(Atos, 22:7-8)
(Atos, 26:14-15)
XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão.
Ditado pelo espírito de Emmanuel. 1ª Parte,
Capitulo 10, p.119-120).
(*) RECALCITRAR: desobedecer,
resistir, teimar, obstinar-se, revoltar-
se, pernear, repugnar, contravir,
infringir, transgredir, violar, insistir,
embirrar, emperrar, persistir, porfiar.
E os homens, que iam com
ele, pararam espantados,
mas não percebiam o que
estava acontecendo.
E Saulo levantou-se da
terra, e, abrindo os olhos,
não via a ninguém. E,
guiando-o pela mão, o
conduziram a Damasco.
(Atos, 9:7-8)
(Atos, 22:9-10)
(Atos, 26:16).
Durante três dias, Saulo ficou
sem ver, e nesses dias não
comeu nem bebeu.
Pensava em todo o mal que
tinha feito aos amigos de Jesus
e sentia-se muito triste.
(Atos, 9:9).
Em Damasco havia um discípulo chamado
Ananias. O Senhor o chamou numa visão:
"Ananias!" "Eis-me aqui, Senhor", respondeu ele.
E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua
chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por
um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que
ele está orando;
E numa visão ele viu que entrava um homem
chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, e ele
voltou a ver.
E respondeu Ananias: Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito
aos teus santos em Jerusalém;
E aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu
nome.
Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o
meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.
E eu lhe mostrarei quanto lhe cumpre padecer(sofrer) pelo meu nome.
(Atos, 9:10-16).
Um velhinho de semblante calmo e afetuoso ali
está, sem que o convertido possa ver-lhe as cãs
respeitáveis e o sorriso generoso.
O mutismo do visitante indiciava o
desconhecido.
- Quem sois? - pergunta o cego admirado.
- Irmão Saulo - replica o interpelado com
doçura -, o Senhor, que te apareceu no
caminho, enviou-me a esta casa para que
tornes a ver e recebas a iluminação do Espírito
Santo. (p.128).
Ouvindo-o, o moço de Tarso tateou ansiosamente nas sombras. Quem seria aquele homem
que sabia os feitos lá da estrada! Algum conhecido de Jacob? Mas... aquela inflexão de voz
enternecida e carinhosa?
- Vosso nome? - perguntou quase aterrado.
- Ananias. (p.128).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte,
Capitulo 1).
- Quisera beijar vossa túnica - falou com humildade e reconhecimento -, mas, como vedes,
estou cego!... (p.128).
“- Jesus mandou-me, justamente para que tivesses, de novo, o dom da vista.” (Ananias
para Saulo, p.128).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte,
Capitulo 1).
Saulo estremeceu comovido. (JACINTO, Roque.
Conversão de Paulo de Tarso).
A resposta era uma revelação. A ovelha perseguida
vinha buscar o lobo voraz. Saulo compreendeu a
lição que o Cristo lhe ministrava. A presença de
Ananias revoca-lhe à memória os apelos mais
sagrados. Fora ele o iniciador de Abigail na
doutrina e o motivo da viagem a Damasco, onde
encontrara Jesus e a verdade renovadora. Tomado
de profunda veneração, quis avançar, ajoelhar-se
ante o discípulo do Senhor, que lhe chamava
ternamente “irmão”, oscular-lhe enternecido as
mãos benfazejas, mas apenas tateou o vácuo, sem
conseguir a execução do gratíssimo desejo.
E Ananias sentindo-se envolvido pelo Espírito de Estevão, colocou as mãos sobre Saulo e, no
mesmo instante, como resposta ao apelo comovido do discípulo [...].
- Ah! Exclamou Saulo, lágrimas a descer-lhe pela face. (p.18).
(JACINTO, Roque. Conversão de Paulo de Tarso).
“- Vejo!... Agora vejo!... Glória ao redentor de minha alma!” (p.129).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte,
Capitulo 1).
Comovidíssimo, o velho discípulo do Senhor notou
que o perseguidor cruel dos apóstolos do
“Caminho” estava totalmente transformado.
Ouvindo-lhe a palavra plena de fé, Saulo de
Tarso deixava transparecer, no semblante, sinais
de profunda alegria interior. Dos olhos
ensombrados, manaram lágrimas cristalinas. O
moço apaixonado e caprichoso aprendera a ser
humano e humilde. (p.128).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado
pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 1).
A conselho de Ananias, procurou o
deserto para meditar, porque tudo o
que é de Deus, reclama grande paz e
profunda compreensão.
Além do mais há ainda a necessidade
do sofrimento. Só a dor, nos ensina a
sermos humanos.
“É preciso morrer para o mundo,
para que o Cristo viva em nós...”
(Colossenses, 3:5) e (LAGAZZI, Inês
B.. Paulo de Tarso o Apóstolo de
Cristo. editora: Paulinas).
“Assim, já não sou eu quem vive, mas
Cristo vive em mim.” (Gálatas, 2:20).
Os seus antigos amigos souberam que ele se tinha
tornado cristão e tentaram prendê-lo.
Mas Saulo conseguiu fugir de Damasco, descendo
pela muralha abaixo, dentro de um cesto.
(Atos, 9:24-26).
Saulo de Tarso, resignado muda todo um estilo de
vida. Não só material, voltando a ser o artífice de
tapeçaria, mas espiritual, suportando todos os
preconceitos e incompreensões dos seus pares bem
como conhecendo as palavras do evangelho, após
três anos de estudo no deserto, resolve visitar o
pai em Tarso para pedir ajuda a fim de encetar
uma nova fase na sua vida.
Batendo à porta do lar paterno, pela fisionomia
indiferente dos servos compreendeu como voltava
transformado. Os dois criados mais antigos não o
reconheceram. Guardou silêncio e esperou. Ao fim de
longa espera, o genitor foi recebê-lo.
- Meu filho!... - disse com voz enérgica, procurando
dominar a emoção - será possível que os olhos me
enganem?
Saulo abraçou-o afetuosamente e após adentrarem o
velho Isaac imediatamente pergunta:
- Meu filho! Você está curado?
- Meu pai, por piedade, acolhei-me!... (p.179).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo
espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3).
O velhinho estava trêmulo. Via-se-lhe o esforço espiritual para tomar aquela decisão.
Ele sai para rua aturdido, vagando no seu destino incerto. O servo da casa chamado
Sinésio que corria ao seu encalço lhe chama com insistência e lhe entrega um saco cheio de
moedas.
Diz ao servo:
- Agradece a meu pai. Fala-lhe da alegria que isto me causou.
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª
Parte, Capitulo 3).
- Choras? - continuou o ancião com grande secura. -
Mas eu nunca te dei exemplos de covardia! (p.180).
- Como desistiu de tudo que lhe ensinei por um
carpinteiro que nem se salvou?
- O Cristo é o Salvador prometido!... [...] - Pai, eu e o
Senhor, ambos precisamos de Jesus.
O velho, inflexível, endereçou-lhe um olhar austero e
retrucou com aspereza:
- Tua escolha está feita! Nada tens a fazer nesta casa!...
Estava reflexivo após comovente diálogo na visita que fez ao pai.
Tinha sede de meditação e silêncio. Precisava ouvir a consciência e o
coração, antes de assentar os novos planos de vida. Procurou afastar-se da
cidade. As auras vespertinas vibravam no ambiente, sem perturbar a
placidez das coisas. Mergulhado na quietude da Natureza.
Mal não havia despertado desse deslumbramento, quando se sentiu presa
de novas surpresas com a aproximação de alguém que pisava de leve,
acercando-se de mansinho. Mais alguns instantes, viu Estevão e Abigail à
sua frente, jovens e formosos, envergando vestes tão brilhantes e tão alvas
que mais se assemelhavam a peplos de neve translúcida.
Incapaz de traduzir as sagradas comoções de sua alma, Saulo de Tarso ajoelhou-se e
começou a chorar.
Os dois irmãos, que voltavam a encorajá-lo, aproximaram-se com generoso sorriso.
- Levanta-te, Saulo! - disse Estevão com profunda bondade.
- Que é isso? Choras? - perguntou Abigail em tom blandicioso. - Estarias desalentado
quando a tarefa apenas começa?
O moço tarsense, agora de pé, desatou em pranto convulsivo. Aquelas lágrimas não eram
somente um desabafo do coração abandonado no mundo. (p.185).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte,
Capitulo 3).
Traduziam um júbilo infinito, uma gratidão imensa a Jesus, sempre
pródigo de proteção e benefícios. Quis aproximar-se, oscular as mãos de
Estevão, rogar perdão para o nefando passado, mas foi o mártir do
“Caminho” que, na luz de sua ressurreição gloriosa, aproximou-se do ex-
rabino e o abraçou efusivamente, como se o fizesse a um irmão amado.
Depois, beijando-lhe a fronte, murmurou com ternura:
- Saulo, não te detenhas no passado! Quem haverá, no mundo, isento de
erros? Só Jesus foi puro!...
O ex-discípulo de Gamaliel sentia-se mergulhado em verdadeiro oceano
de venturas.
Queria falar das suas alegrias infindas, agradecer tamanhas dádivas,
mas indômita emoção lhe selava os lábios e confundia o coração.
Amparado por Estevão, que lhe sorria em silêncio, viu Abigail mais
formosa que nunca, recordando-lhe as flores da primavera na casa
humilde do caminho de Jope. Não pôde furtar-se às reflexões do homem,
esquecer os sonhos desfeitos, lembrando-os, acima de tudo, naquele
glorioso minuto da sua vida. Pensou no lar que poderia ter constituído; no
carinho com que a jovem de Corinto lhe cuidaria dos filhos afetuosos; no
amor insubstituível que sua dedicação lhe poderia dar.(p.185).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3).
- Nunca nos faltará um lar... Tê-lo-emos no coração de quantos vierem à
nossa estrada.
Quanto aos filhos, temos a família imensa que Jesus nos legou em sua
misericórdia... Os filhos do Calvário são nossos também... Eles estão em
toda parte, esperando a herança do Salvador.
O moço tarsense entendeu a carinhosa advertência, arquivando-a no imo
do coração.
- Não te entregues ao desalento — continuou Abigail, generosa e solícita -; nossos
antepassados conheceram o Deus dos Exércitos, que era o dono dos triunfos sangrentos, do
ouro e da prata do mundo; nós, porém, conhecemos o Pai, que é o Senhor de nosso
coração.
O Evangelho nos conhece pela confiança inesgotável e pela fé ativa ao serviço do Todo-
Poderoso. É preciso ser fiel a Deus, Saulo! Ainda que o mundo inteiro se voltasse contra ti,
possuirias o tesouro inesgotável do coração fiel. A paz triunfante do Cristo é a da alma
laboriosa, que obedece e confia... Não tornes a recalcitrar contra os aguilhões. Esvazia-te
dos pensamentos do mundo. Quando hajas esgotado a derradeira gota da posca dos
enganos terrenos, Jesus encherá teu espírito de claridades imortais!... (p.186).
O moço tarsense notou que Estevão, nesse ínterim, se despedia, endereçando-lhe um olhar
fraterno. (p.187).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte,
Capitulo 3).
Abigail, por sua vez, apertava-lhe as mãos com imensa ternura. (p.187).
Antes do encontro finalizar Saulo organiza algumas questões:
- Que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo?
- Ama! - respondeu Abigail espontaneamente.
- Como fazer para que a alma alcançasse tão elevada expressão de esforço
com Jesus-Cristo?
- Trabalha! - esclareceu a noiva amada, sorrindo bondosamente.
Abigail tinha razão. Era necessário realizar a obra de aperfeiçoamento interior. Desejava
ardentemente fazê-lo. Era somente através do trabalho que o amor poderia se
concretizar. A ocupação útil, o esforço para o desenvolvimento das nossas habilidades.
Todavia, voltando ao ambiente do esforço coletivo, em cooperação com antigos
companheiros, acalentava sadias esperanças que se converteram em dolorosas
perplexidades.
- Que providências adotar contra o desânimo destruidor?
- Espera!
Ouvindo-a, Saulo considerou que a esperança fora sempre a companheira dos seus dias
mais ásperos. Saberia aguardar o porvir com as bênçãos do Altíssimo. Confiaria na sua
misericórdia. Não desdenharia as oportunidades do serviço redentor. Mas... os homens?
(p.187).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte,
Capitulo 3).
- Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos
homens? (p.188).
Abigail apertou-lhe as mãos com mais ternura, a indicar as despedidas, e
acentuou docemente:
- Perdoa!...
Em seguida, seu vulto luminoso pareceu diluir-se como se fosse feito de
fragmentos de aurora.
Empolgado pela maravilhosa revelação, Saulo viu-se só, sem saber como
coordenar as expressões do próprio deslumbramento.
O infinito azul do firmamento não era um abismo em cujo fundo
brilhavam estrelas... A seus olhos, o espaço adquiria nova significação;
devia estar cheio de expressões de vida, que ao homem comum não era
dado compreender.
Haveria corpos celestes, como os havia terrestres. A criatura não estava
abandonada, em particular, pelos poderes supremos da Criação. A
bondade de Deus excedia a toda a inteligência humana. (p.188).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3).
Após mais 3 anos de estudo, Saulo começou
a viajar por terra e por mar: queria levar a
todos a mensagem de Jesus.
Passou a ser conhecido pelo nome de Paulo.
Paulo, a partir de então, se tornaria o
"Apóstolo dos Gentios", ou seja, aquele
enviado para difundir o Evangelho para o
povo não judeu.
Fez quatro grandes viagens missionárias:
1ª Viagem (46-48 D.C.),
2ª Viagem (49-52 D.C.),
3ª Viagem (53-57 D.C.),
4ª Viagem (59-62 D.C.), sendo que na
última foi à Roma como prisioneiro, para
ser julgado, e nunca mais retornou para a
Judéia.
Onde quer que fosse
Paulo falava sobre
Jesus.
Paulo pregando em Athenas - Raphael
Paulo nem sempre era bem recebido. Às vezes as
pessoas não queriam ouvir o que dizia,
tratavam-no mal e até lhe atiravam pedras
para o expulsar das suas terras.
Em 34 D.C., foi a Jerusalém, levado por Barnabé,
para se encontrar com Pedro e Tiago, líderes da
principal comunidade cristã até então.
Durante 16 anos, após sua conversão, ele pregou
no vale do Jordão, na Síria e na Cilícia. Foi
especialmente perseguido pelos judeus, que o
consideravam um grande traidor.
Mas Paulo nunca desanimava: anunciar Jesus
era a sua vida!
Todo esforço na tarefa Cristã não poderá ser
esquecido. Mas a iluminação do Espírito, deve
estar em primeiro lugar.
Porque se o homem trouxer o Cristo no coração,
o quadro das necessidades, será modificado.
Então restringir o Evangelho a Jerusalém, é
condená-lo à extinção.
Paulo fez muitas
viagens. Mas, quando
finalmente regressou a
Jerusalém, foi preso.
Como poderia ele agora
falar de Jesus às pessoas
se estava na prisão?
Paulo pediu então para ir a
Roma e lá ser julgado pelo
próprio imperador.
Mas Roma ficava muito longe
e a viagem era longa e podia
ser perigosa.
Mesmo assim os soldados concordaram e
levaram-no para Roma.
Durante a viagem houve uma enorme
tempestade.
Paulo consola a todos, com sua oratória
eloquente.
Decorridos catorze dias de cerração e
tormenta. o barco alexandrino atingiu
a ilha de Malta. (p.304).
Os presos que sabiam nadar atiraram-
se à água corajosamente; os demais
agarravam-se aos botes improvisados,
buscando a praia. (p.304).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e
Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 9).
Os naturais da Ilha, bem como os poucos romanos
que lá residiam a serviço da administração,
colheram os náufragos com simpatia; mas, por
numerosos, não havia acomodação para todos. Frio
intenso enregelava os mais resistentes. Paulo,
todavia, dando mostras do seu valor e experiência
no afrontar intempéries, tratou de dar o exemplo aos
mais abatidos, para que se fizesse fogo, sem demora.
Grandes fogueiras foram acesas rapidamente para
aquecimento dos desabrigados; mas, quando o
Apóstolo atirava um feixe de ramos secos à labareda
crepitante, uma víbora cravou-lhe na mão os dentes
venenosos. O ex-rabino susteve-a no ar com um
gesto sereno, até que ela caísse nas chamas, com
estupefação geral. Lucas e Timóteo aproximaram-se
aflitos. O chefe da coorte e alguns amigos estavam
desolados. É que os naturais da Ilha, observando o
fato, davam alarme, asseverando que o réptil era
dos mais venenosos da região, e que as vítimas não
sobreviviam mais que horas. (p.304)
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado
pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 9).
Os indígenas, impressionados, afastavam-se discretamente. Outros,
assustadiços, afirmavam:
- Este homem deve ser um grande criminoso, pois, salvando-se das ondas
bravias, veio encontrar aqui o castigo dos deuses.
Não eram poucos os que aguardavam a morte do Apóstolo, contando os
minutos; Paulo, no entanto, aquecendo-se como lhe era possível, observava a
expressão fisionômica de cada um e orava com fervor. Diante do prognóstico
dos nativos da Ilha, Timóteo aproximou-se mais intimamente e buscou
cientificá-lo do que diziam a seu respeito.
O ex-rabino sorriu e murmurou:
- Não te impressiones. As opiniões do vulgo são muito inconstantes, tenho disso
experiência própria. Estejamos atentos aos nossos deveres, porque a
ignorância sempre está pronta a transitar da maldição ao elogio e vice-versa.
É bem possível que daqui a algumas horas me considerem um deus.
Com efeito, quando viram que ele não acusara nem mesmo a mais leve
impressão de dor, os indígenas passaram a observá-lo como entidade
sobrenatural. Já que se mantivera indene ao veneno da víbora, não poderia
ser um homem comum, antes algum enviado do Olimpo, a que todos
deveriam obedecer. (p.304-305).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel,
2ª Parte, Capitulo 9).
Deve ter ido outro barco buscá-los
e quando chegaram Paulo ficou
prisioneiro em Roma.
Na prisão Paulo escreveu cartas
(ou epístolas) aos amigos e às
comunidades cristãs, continuando
assim a falar de Jesus.
Paulo acabou por ser condenado à
morte. Até morrer, nunca deixou de
falar de Jesus.
Até o momento de sua morte quando
o soldado romano intimida-se de
matar um homem justo e ele, Paulo,
lhe diz: “Soldado, cumpra o seu dever
pois eu já cumpri o meu.”
No ano de 64 D.C., foi morto pelas
Legiões Romanas, nas perseguições
aos Cristãos instauradas por Nero,
depois do grande incêndio de Roma.
O seu túmulo encontra-se na Basílica
de S. Paulo Extra-Muros, em Roma,
na Itália.
- Tenhamos coragem. Esta deve ser a última vez em que nos saudamos com os olhos
materiais; mas havemos de avistar-nos no reino do Cristo.
O Apóstolo, silencioso, obedeceu à escolta.
Calmo, olhos brilhantes e mãos amarradas, Paulo de Tarso, mudo até então, exclamou,
surpreendendo os verdugos com a sua majestosa serenidade: (p.332).
- Ciente da tarefa criminosa que vos incumbe desempenhar. Os discípulos de Jesus não
temem os algozes que só lhes podem aniquilar o corpo. Não julgueis que vossa espada
possa eliminar-me a vida, de vez que, vivendo estes fugazes minutos em corpo carnal,
isso significa que vou penetrar, sem mais demora, nos tabernáculos da vida eterna,
com o meu Senhor Jesus-Cristo.
- Lastimo ter sido designado para este feito e intimamente não posso deixar de
lamentar-vos...
Paulo de Tarso, erguendo a fronte quanto lhe era possível, respondeu sem hesitar:
- Não sou digno de lástima. Tende antes compaixão de vós mesmo, porqüanto morro
cumprindo deveres sagrados, em função de vida eterna; enquanto que vós ainda não
podeis fugir às obrigações grosseiras da vida transitória. Chorai por vós, sim, porque eu
partirei buscando o Senhor da Paz e da Verdade, que dá vida ao mundo; ao passo que
vós, terminada vossa tarefa de sangue, tereis de voltar à hedionda convivência dos
mandantes de crimes tenebrosos da vossa época!... (p.333).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª
Parte, Capitulo 9).
O algoz continuava a fitá-lo com assombro e Paulo, notando a tremura com que ele
empunhava a espada, concitou resoluto:
- Não tremais!... Cumpri vosso dever até ao fim! Um golpe violento fendeu-lhe a
garganta, seccionando quase inteiramente a velha cabeça que se nevara aos
sofrimentos do mundo.
Paulo de Tarso caiu redondamente, sem articular uma palavra. O corpo alquebrado
embolou-se no solo [...]. (p.333).
Foi ai que ouviu passos de alguém que se aproximava de leve.
- Irmão Paulo... - começou a dizer o recém-chegado.
Mas o Apóstolo dos gentios, identificando aquela voz bem-amada, interrompeu-lhe a
palavra, bradando com júbilo inexprimível:
- Ananias!... Ananias!...
E caiu de joelhos, em pranto convulsivo.
Levanta-te! Já venceste os últimos inimigos, alcançaste a coroa da vida, atingiste
novos planos da Redenção!...
O Apóstolo levantou-se afogado em lágrimas de jubilosa gratidão, enquanto Ananias,
pousando a destra nos seus olhos apagados, exclamou com carinho:
- Vê, novamente, em nome de Jesus!... (p.334).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª
Parte, Capitulo 9).
Mal despertava do seu deslumbramento, quando alguém lhe bateu levemente no
ombro: Era Gamaliel que lhe trazia um ósculo fraternal. Paulo de Tarso sentiu-se o
mais ditoso dos seres. Abraçando-se ao velho mestre e a Ananias, num só gesto de
ternura, exclamava entre lágrimas:
- Só Jesus me poderia conceder alegria igual.
Mal não acabara de o dizer, começaram a chegar velhos companheiros de lutas
terrenas, amigos de outros tempos, irmãos desvelados que lhe vinham trazer as boas-
vindas, ao transpor os umbrais da eternidade. Os deslumbramentos do Apóstolo
sucediam-se ininterruptos.
Lembrando os erros do passado amarguroso, Paulo de Tarso ajoelhou-se e elevou a
Jesus fervorosa súplica. Os companheiros remidos recolheram-se em êxtase, enquanto
ele, transfigurado, em pranto, procurava exprimir a mensagem de gratidão ao Divino
Mestre. (p.335).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª
Parte, Capitulo 9).
Desenhou-se então, na tela do Infinito, um quadro de beleza singular. Como se
houvesse rasgado a imensurável umbela azul, surgiu na amplidão do espaço uma
senda luminosa e três vultos que se aproximavam radiantes. O Mestre estava no
centro, conservando Estevão à direita e Abigail ao lado do coração. Deslumbrado,
arrebatado, o Apóstolo apenas pôde estender os braços, porque a voz lhe fugia no
auge da comoção. Lágrimas abundantes perolavam-lhe o rosto também
transfigurado. Abigail e Estevão adiantaram-se. Ela tomou-lhe delicadamente as
mãos num assomo de ternura, enquanto Estevão o abraçava com efusão.
Paulo quis lançar-se nos braços dos dois irmãos de Corinto, beijar-lhes as mãos no seu
arroubo de ventura, mas, qual a criança dócil que tudo devesse ao Mestre dedicado e
bom, procurou o olhar de Jesus, para sentir-lhe a aprovação. (p.336).
O Mestre sorriu, indulgente e carinhoso, e falou:
- Sim, Paulo, sê feliz! Vem, agora, a meus braços, pois é da vontade de meu Pai que os
verdugos e os mártires se reúnam, para sempre, no meu reino!...
E assim unidos, ditosos, os fiéis trabalhadores do Evangelho da redenção seguiram as
pegadas do Cristo, em demanda às esferas da Verdade e da Luz... (p.336).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª
Parte, Capitulo 9).
"Damasco não tinha propriamente uma Igreja; [...] O núcleo de orações era em casa de
uma lavadeira humilde, companheira de fé, que alugava a sala para poder acudir a um
filho paralítico". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel, Segunda Parte, cap. I).
"Mas, diariamente, à noite, se reuniam, na casa singela onde funcionava a célula do
"Caminho", grandes grupos de pedreiros, de soldados paupérrimos, de lavradores
pobres, ansiosos todos pela mensagem de um mundo melhor ". - Referência à Igreja de
Antioquia em (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel, Segunda Parte, Cap. IV).
"Sua presença era disputada por todos os círculos, que o recebiam entre carinhosas
manifestações de respeito e de amor pela sua autoridade moral. Organizando planos de
serviço para todas as Igrejas domésticas que funcionavam na cidade, e depois de
inúmeras prédicas gerais nas catacumbas silenciosas...". (XAVIER, Francisco Cândido.
Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, cap. IX).
Certamente Paulo escreveu inúmeras cartas, mas somente 14 destas
chegaram até nós, chamadas de Epístolas de Paulo, que são:
Epístola aos Romanos;
1ª e a 2ª aos Coríntios;
aos Gálatas;
aos Efésios;
aos Filipenses;
aos Colossenses;
1ª e a 2ª aos Tessalonicenses;
1ª e 2ª a Timóteo;
a Tito;
a Filemon
e aos Hebreus.
Através de suas cartas, Paulo transmitiu às comunidades cristãs e aos
seus discípulos uma fé fervorosa em Jesus Cristo.
O Apóstolo Paulo
- Rembrandt
Gênese
"Sentindo-se incapaz de atender a todas as necessidades ao mesmo tempo, o abnegado
discípulo do Evangelho, valendo-se, um dia, do silêncio da noite, quando a igreja se
encontrava deserta, rogou a Jesus, com lágrimas nos olhos, não lhe faltasse com os
socorros necessários ao cumprimento integral da tarefa". (XAVIER, Francisco Cândido.
Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap. VII).
"[...] Mas é possível a todos satisfazeres, simultaneamente, pelos poderes do espírito [...].
Poderás resolver o problema escrevendo a todos os irmãos em meu nome [...].
Doravante, Estêvão permanecerá mais aconchegado a ti, transmitindo-te meus
pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar-se em benefício dos
sofrimentos e das necessidades do mundo". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e
Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap. VII).
Inspiração
"Assim começou o movimento dessas cartas imortais, cuja essência espiritual provinha da
esfera do Cristo, através da contribuição amorosa de Estêvão [...]". (XAVIER, Francisco
Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap. VII).
"[...] valia-se da colaboração afetuosa e dedicada de Lucas para as epístolas que julgava
necessárias. Nessas, inclui-se a derradeira carta que escreveu a Timóteo [...]. Quando a
mão trêmula e rugosa escreve melancolicamente:
- Só Lucas está comigo, o convertido de Damasco interrompe-se para chorar sobre os
pergaminhos. Nesse instante, porém, sente afagar-lhe a fronte um como flabelo de asas
que adejassem de leve. Brando conforto lhe invade o coração amoroso e intrépido".
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel,
Segunda Parte, Cap X).
Redação
"[...] e recordando que Jesus lhe prometera associar Estêvão à divina tarefa, julgou não
dever atuar por si só e chamou Timóteo e Silas para redigir a primeira de suas famosas
epístolas". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel, Segunda Parte, Cap. VII).
"Daí por diante, aproveitando as últimas horas de cada dia, os companheiros de Paulo
viram que ele escrevia um documento a que dedicava profunda atenção. Às vezes, era
visto a escrever com lágrimas, como se desejasse fazer da mensagem um depósito de
santas inspirações. Em dois meses entregava o trabalho a Aristarco para copiá-lo,
dizendo:
- Esta é a epístola aos hebreus. Fiz questão de grafá-la, valendo-me dos próprios
recursos, pois que a dedico aos meus irmãos de raça e procurei escrevê-la com o coração.
O amigo compreendeu o seu intuito e, antes de começar as cópias, destacou o estilo
singular e as ideias grandiosas e incomuns". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e
Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap IX).
"[...] Jesus, o Messias, como aquele através do qual ocorreram a criação e a redenção. [...]
Jesus é a verdadeira imagem de Deus, ou, em outras palavras, o verdadeiro cumprimento
da promessa de Gênesis 1:26 ". (WRIGHT,N. T., Paulo: novas perspectivas, Edições Loyola,
2009).
“Deus fez o homem à sua imagem.” (Gênesis, 1:26).
"Quem é de fato, o culpado? É aquele que, por um desvio, por um falso movimento da
alma, se afasta do objetivo da Criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem,
idealizados pelo arquétipo humano, pelo Homem-Deus, por Jesus Cristo". (KARDEC,
Allan. O Livro dos Espíritos, Livro IV, Cap. II).
"Que é o castigo? A consequência natural, derivada desse falso movimento; uma soma de
dores necessária a desgostá-lo da sua deformidade, pela experimentação do sofrimento.
O castigo é o aguilhão que excita a alma, pela amargura, a se dobrar sobre si mesma e a
voltar ao porto da salvação. O objetivo do castigo não é outro senão a reabilitação, a
redenção". (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Livro IV, Cap. II).
"Oh! Em verdade vos digo, deixai de comparar, na sua eternidade, o Bem, essência do
Criador, com o Mal, essência da criatura. [...] Afirmai, ao contrário, o abrandamento
gradual dos castigos e das penas pelas transmigrações, e, aliando o sentimento à razão,
consagrareis a unidade divina". (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Livro IV, Cap. II).
“Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo;
perdoar aos amigos é dar prova de amizade;
Infeliz daquele que diz: eu jamais perdoarei, porque
pronuncia a sua própria condenação!
Não esqueça que o verdadeiro perdão se reconhece pelos
atos, muito mais que pelas palavras.” Paulo de Tarso -
(KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Cap.10 item 15).
"[...] Todos nós sentimos hoje enorme alegria com o término da recepção da biografia de
Paulo de Tarso. [...] Nessas grandiosas evocações do passado, há como que uma ligação
entre o ambiente que as polariza e a esfera poderosa dos nobres vultos que foram
recordados. Dizer-lhes dos grandiosos quadros que temos entrevisto constitui tarefa
superior às nossas possibilidades".
"Assisti, meus filhos, a uma sublime reunião onde se lembrou a difusão do livro dedicado
às memórias de Paulo e Estêvão. Não tenho palavras com que exprimir o que foi essa
assembleia de luzes da Espiritualidade! Pela primeira vez, vi, não de muito perto, o
grande apóstolo da gentilidade! Sua grandeza espiritual é grande em demasia para ser
descrita por meu verbo tão pobre! "
"[...] Estêvão não veio à assembleia divina, mas hoje vou compreendendo que todos esses
vultos, cheios de imortalidade e de glória, continuam no mesmo serviço de redenção
humana, interessados pelo serviço de Jesus e consagrados a ele tão intensamente quanto
se verificou nos primeiros dias de seu fervoroso labor sobre a Terra". (Artur Joviano,
mensagem psicografada por Chico Xavier em 24/06/1942, presente no Livro Sementeira
de Luz).
[...] em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em
perigo de morte, muitas vezes.
Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um.
Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio,
uma noite e um dia passei no abismo;
Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos
da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto,
em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;
Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas
vezes, em frio e nudez.
Prisões foram suas moradas até a morte.
(2º Coríntios, 11:23-27).
Os Cristãos do mundo inteiro, jamais poderão esquecer os abnegados irmãos nos primeiros
testemunhos de fé afrontando situações dolorosas e injustas, regado com sangue e lágrimas
a semeadura do Cristo.
“Vejo-me cercado de enormes dificuldades (...) Sinto-me no dever de espalhar a nova
doutrina, felicitando os nossos semelhantes; Jesus encheu-me o coração de energias
inesperadas, mas a secura dos homens é de amedrontar os mais fortes.” (p.137).
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda
Parte, Cap I).
É claro que não lhe teria sido possível enfrentar situações tão difíceis e por vezes
desesperadas, se não tivesse havido uma razão de valor absoluto, perante a qual
nenhum limite se podia considerar insuperável. Para Paulo, esta razão, sabemo-lo, é
Jesus Cristo, do qual ele escreve:
Todos os dias uma luta é travada em nosso interior. Desejamos o bem, fazer
aquilo que é bom e agradável a Deus, mas a realidade é que nem sempre
conseguimos. Quando isso acontece é inevitável a frustração, vergonha,
decepção consigo mesmo e sentimento de culpa.
Conhecendo que o Discípulo terá de experimentar as sensações da
"Porta Estreita" nunca se deixou empolgar pelo desânimo.
Paulo escreveu então aos Coríntios: “Somos todos do Cristo e o
Cristo é de Deus.” (1º Coríntios, 3:23). “Por isso, permaneceis todos
unidos na CARIDADE.”
A CARIDADE É A MAIOR DAS VIRTUDES.
“Caridade ensinada melhora os ouvidos. Caridade praticada
aprimora os corações.” (Emmanuel).
Paulo sabia que sem o Cristo não podia fazer nada;
Ele te fortalece para você carregar as provas e fazer o
certo;
E você fazer o certo é deixar manifestar o potencial divino
que existe em você.
Como dar graças até pelas desgraças?
O problema, via de regra, é um desafio que você veio a
esta vida para enfrentar. E se você for capaz de enfrentá-
lo adequadamente, você desenvolverá qualidades que esse
desafio se propôs a desenvolver em você.
O problema é um desafio. O desafio é uma oportunidade
de desenvolvimento que vai se configurar numa bênção.
“E então dará a cada um segundo as suas obras.” (Mateus, 16:27).
“O Evangelho de Cristo é o poder de Deus
para salvação de todo aquele que crê.
(Romanos, 1:16). outra tradução.
Somos herdeiros do Pai. Somos filhos Dele, e herdeiros do
Seu reino.
Confia em Deus;
Tudo que plantares serás obrigado a colher;
Se trabalhas na Seara do Cristo promovendo o bem colherá coisas boas.
“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados,
nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do
amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos, 8:38-39). trecho
completo.
O amor de Deus se revela em Jesus.
Podemos resgatar, através da prática do Bem, o mal praticado em outras
instâncias.
Temos que saber qual é a boa, perfeita e agradável
vontade de Deus para as nossas vidas.
Buscai fazer a vontade do Pai.
Paulo dizia também:
ex: Parábola dos Talentos.
“Porque eis que o Reino de Deus está dentro de vós”. (Lucas, 17:21).
“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus, 6:33).
Deus habita em mim.
OBS: nada nos pertence.
A busca pela autotransformação.
Temos a liberdade, o livre-arbítrio de escolher entre todas as coisas que
existem no mundo, nem tudo porém nos fazem bem.
Ensinando assim a combater as imoralidades sexuais, as futilidades, porque
quem se une ao Senhor é uno com Ele.
Nem todas as coisas conduzem ao bem ou trazem benefício.
OBS: Coríntios era a cidade mundial da prostituição e nesta ele escreveu o
poema mais lindo sobre o amor.
Compromisso com a unificação em Jesus.
Unidade na diversidade.
O compromisso com a caridade.
“Mais bem aventurado é dar, do que receber.” (Atos, 20.35).
Para São Paulo, a virtude da caridade deve ser para o Cristão uma
resposta ao dom do amor divino, imitando a Jesus.
A caridade não é simplesmente uma das virtudes da
vida cristã, mas ela resume em si todas as virtudes.
Pois quem tem a verdadeira caridade, quem
verdadeiramente se deixa determinar, em seu
pensar, falar, agir e desejar, pela caridade, este não
faz o mal, pois pratica todas as virtudes da nossa fé.
“Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei.”
(Romanos 1:,8-10).
“A caridade é a virtude fundamental, que deve
sustentar todo o edifício das virtudes terrestres; sem
ela, as outras não existem: sem caridade, não há fé
nem esperança; porque, sem a caridade, não há
esperança em uma sorte(futuro) melhor, nenhum
interesse moral que nos guie. Sem a caridade, não há
fé, porque a fé não é senão um raio puro que faz
brilhar uma alma caridosa; é a sua conseqüência
decisiva. [...]
A caridade é a âncora eterna da salvação em todos
os globos: é a mais pura emanação do próprio
Criador; é sua a própria virtude, que ele dá à
criatura.”
(KARDEC, Allan. Revista Espírita, agosto de 1858. Pelo
Espírito de São Vicente de Paulo. Sociedade de estudos
espíritas, sessão de 8 de junho de 1858).Tela “A Caridade” (La Charite) - Charity - 1878
de William Adolphe Bouguereau, professor e
pintor acadêmico francês.
“Todos os deveres do homem se encontram resumidos na máxima: ‘Fora da caridade não
há salvação’.”
O apóstolo Paulo coloca desta forma, com muita clareza, a caridade acima da própria fé.
Porque a caridade está ao alcance de todos, do ignorante e do sábio, do rico e do pobre; e
porque independe de toda a crença particular.
E faz mais: define a verdadeira caridade; mostra-a, não somente na beneficência, mas no
conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o
próximo.
(KARDEC, Allan, Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap.XV, item 5).
Tela de William Adolphe Bouguereau - Indigent
Family (Charity) - 1865
A poda de uma planta traz dor a ela, mas se bem feita, vai fazê-la
produzir muito mais e fortalecê-la.
“Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida
por todos os homens.
Nós somos cartas de Cristo, não escritas com tinta, mas com o Espírito
de Deus, não em tábuas ou em papel, mas escritas no coração.
E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;” (2º Coríntios 3:2-4).
Somos como cartas vivas para vivenciar e anunciar o Evangelho de
Deus.
“Mas a nossa capacidade vem de Deus.” (2° Coríntios 3:5).
A melhor liberdade é quando você se livra do que te faz mal.
Liberdade, responsabilidade, respeito, disciplina e limites andam
intimamente ligados.
“É por isso que nós não perdemos a coragem. Pelo contrário: embora o nosso
físico vá se desfazendo, o nosso homem interior vai se renovando a cada
dia.” (2º Coríntios, 4:16).  outra tradução.
A morte é passagem para a vida
definitiva.
“Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que
era velho; eis que tudo se fez novo!” (2º Coríntios, 5:17).  outra
tradução.
É preciso deixar ir o Homem Velho e deixar vir(surgir) o Homem
Novo.
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João, 8:32).
“Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a
verdade, antes que a verdade vos surpreenda. Suai agora para não
chorardes depois. ” (XAVIER, Francisco Cândido. Nosso Lar, Ditado pelo
Espírito André Luiz. Capítulo 1).
“ Poderoso é o sol da Verdade” (Eurípedes Barsanulfo).
Desperta o novo homem, iluminado pelos ensinamentos do Cristo,
pois, sem autoconsciência não há autotransformação.
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a
luz da vida.” (João, 8:12).
“Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não
permaneça nas trevas.” (João, 12:46).
“Vós sois a luz do mundo.” (Mateus. 5:14).
“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e
de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo
como a ti mesmo.
Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.”
(Mateus 22:37-40) / (Lucas, 10:27) / (Marcos, 12:30).
Não podemos burlar nenhuma Lei Divina, verdadeiramente, podemos
tentar descumpri-la, mas é uma tentativa vã. Nenhuma criatura tem o
poder de impedir o cumprimento de uma Lei instituída pelo Criador.
Todo mau uso do nosso livre-arbítrio, nos trará, mais cedo ou mais tarde o
sofrimento.
Porque na verdade não estamos aqui para fazer nada por nós e sim
para o Criador, porque fazendo p/ o Criador se faz p/ o Universo e
por você mesmo, por isso amar a Deus sobre todas as coisas.
Obs.: Não é ter curiosidade com o mal e experimentá-lo, mas sim
observar se todos os espíritos são de Deus.
“Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os
Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas, que se
levantaram no mundo.” (1º João, 4:1).
“Em toda tarefa, porém, lembra-te do Cristo e passa adiante com o teu esforço sincero. Não te
perturbem as desconfianças, a calúnia e a má-fé, atento a que Jesus venceu galhardamente
tudo isso!...” (p.148).
“- Nesse labor (...) se topares incompreensão e luta em Jerusalém, não desesperes nem
esmoreças. Semeaste por lá certa confusão nos espíritos, é justo recolhas os resultados.” (p.148).
Gamaliel para Paulo - (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 2).
“- És feliz (...) porque compreendeste o programa de Jesus a teu respeito. Não te doa a
recordação dos martírios sofridos, porque o Mestre foi compelido a retirar-se do mundo pelos
tormentos da cruz. Regozijemo-nos com as prisões e sofrimentos. Se o Cristo partiu sangrando
em feridas tão dolorosas, não temos o direito de acompanhá-lo sem cicatrizes...” (p.268).
João para Paulo - (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 7).
Se você Espírita tem experimentado, na sua vida
pessoal naufrágios, apedrejamentos e golpes
diversos; não deixe de conhecer a vida de Paulo de
Tarso, pois nela Jesus nos ensinou a sabedoria da
Paz interior e da comunhão de seu amor,
mostrando-nos que…. TUDO É POSSÍVEL.
“A contribuição de Estevão e de outros personagens
desta história real, vem confirmar a necessidade e a
universalidade da lei de cooperação. E, para verificar
a amplitude desse conceito, recordemos que Jesus,
cuja misericórdia e poder abrangiam tudo, procurou
a companhia de doze auxiliares a fim de empreender
a renovação do mundo. Aliás, sem, cooperação, não
poderia existir amor; e o amor é a força de Deus, que
equilibra o Universo.
Oferecendo pois, este humilde trabalho aos nossos
irmãos da Terra, formulamos votos para que o
exemplo do Grande Convertido, se faça mais claro em
nossos corações, afim de que cada discípulo, possa
entender quanto lhe compete trabalhar e sofrer, por
amor a Jesus Cristo.” - Emmanuel (XAVIER,
Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo
espírito de Emmanuel, Breve notícia).
"Sem Estevão, não teríamos Paulo de Tarso" – Emmanuel.
(XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel, Breve notícia).
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço,
e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que
estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação
de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses, 3:13-14).  trecho completo.
Consciência e compromisso.
Bíblia Sagrada.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
JACINTO, Roque. Conversão de Paulo de Tarso.
LAGAZZI, Inês B.. Paulo de Tarso o Apóstolo de Cristo. editora:
Paulinas.
WRIGHT, N. T.. Paulo: novas perspectivas,, Edições Loyola, 2009.
XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de
Emmanuel.
XAVIER, Francisco Cândido. Sementeira de Luz. Ditado pelo espírito de
Neio Lúcio.
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Evangeliza - Paulo de Tarso

  • 1. [...], ou seja, aquele enviado para difundir o Evangelho de Jesus para o povo.
  • 2. Jesus havia sido crucificado. Após três dias da sua crucificação, contudo havia notícias de que ressurgira do túmulo, encontrando-se com Maria Madalena e, em seguida, passara a visitar seus seguidores, dando ânimo para todos eles. Entre os discípulos, destacava-se Estêvão. O jovem Estevão, de coração voltado aos ensinamentos do Mestre, consolava, amparava e curava os mais sofridos de toda aquela gente, em Jerusalém. (p.5). (JACINTO, Roque. Conversão de Paulo de Tarso).
  • 3. Frente às adversidades da vida e da fé, após vê o pai morrendo, por meio de chibatadas, ao ter desafiado as forças romanas na época, de ter perdido o contato com a irmã Abigail e ter virado escravo para labutas pesadas, Jeziel fortifica o seu credo em Deus e nunca dele se afasta na certeza que dias melhores viriam. Sua irmã Abigail, após preces cheias de clemência, na hora dos açoites no pai, fora libertada. “Adotada” pelo casal Ruth e Zacharias, estes se mudam para Jerusalém e lá constitui morada definitiva. Jeziel por ser escravo cauteloso e obediente foi escalado para embarcar no navio para serviços de rotina. Um político influente adoece e Jeziel é escolhido para cuida deste. Sua dedicação é tanta que o doente se cura, porém o escravo é acometido pela doença sendo, condenado a ser atirado ao mar para que não se alastrasse para os outros tripulantes. O “curado” de Jeziel sabendo da condenação intercede por este para que o deixem no próximo porto. O político deu um dinheiro para que ele pudesse sobreviver enquanto se acomodava na nova morada e lhe sugeriu que mudasse o nome a fim de não haver transtorno. Jeziel muito doente adormece no meio do mato e acorda com uma assaltante que leva todo o seu dinheiro, mas o deixa na “Casa do Caminho” onde conhece os apóstolos de Cristo. Jeziel delirou em febre por dias, mas sempre a rezar os Salmos de Davi. Em convalescência, contou todo o ocorrido à família de Simão Pedro, que o batizou com o nome de Estevão. Conversando com os apóstolos Estevão tomou conhecimento de que o Messias já tinha passado pela terra. De posse dessa informação, passou a estudar os ensinamentos de Jesus nos evangelhos. Tornou-se um orador destacável.
  • 4. Paulo nem sempre foi “apóstolo de Cristo Jesus”. Nasceu numa cidade chamada Tarso e os pais puseram-lhe o nome de Saulo. Saulo se orgulhava de ser judeu. Seu pai era até fariseu da tribo de Benjamim. Os fariseus estudavam e conheciam a Lei (os cincos livros de Moisés). (p.10). Nenhum judeu, ainda que de alta casta - e seu pai o era, e além disso, cidadão romano - desprezava o trabalho manual. Assim, era comum que os intelectuais, os doutores da Lei fossem também artesãos, operários, ordenhadores... (p.10). O pai de Saulo, chamado Isaac, fabricava um tecido grosseiro, impermeável, próprio para tapetes, tendas, mantas de pastor, conhecido em toda parte com o nome de “cilício”, por ser fiado e tecido na Cilícia. (p.10). Começou a sua vida como Saulo de Tarso, um judeu cumpridor das leis religiosas. LAGAZZI, Inês B.. Paulo de Tarso o Apóstolo de Cristo. editora: Paulinas. Saulo adquiriu todo o estilo do perfeito fariseu apegado a lei e a tradição. Rígido e cheio de zelo. “Foi educado aos pês de Gamaliel, segundo o rigor da Lei ancestral, zeloso por Deus.” (Atos, 22:3).
  • 5.
  • 6. Tiago, Pedro e João surpreenderam-se singularmente com a presença do jovem doutor da Lei, que se popularizara na cidade pela sua oratória veemente e pelo acurado conhecimento das Escrituras. (p.52). Os generosos galileus ofereceram-lhe o banco mais confortável. Ele aceitou as gentilezas que lhe dispensavam, sorrindo com indisfarçável ironia de tudo que ali se lhe deparava. (p.52). Inesperado silêncio mantinha todas as frontes em singulares expectativas. (p.53). Estevão ergueu alto os olhos serenos e fulgurantes, e, sem se perturbar com a presença de Saulo e dos seus amigos, falava com voz clara e vibrante: -“Meus caros, eis que chegados são os tempos em que o Pastor vem reunir as ovelhas em torno do seu zelo sem limites. éramos escravos das imposições pelos raciocínios, mas hoje somos livres pelo Evangelho do Cristo Jesus.” (p.53). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 5). Saulo e Sadoc entraram na igreja humilde de Jerusalém, notando a massa compacta de pobres e miseráveis que ali se aglomeravam com um raio de esperança nos olhos tristes. (p.52). O pavilhão singelo, construído à custa de tantos sacrifícios, não passava de grande telheiro revestido de paredes frágeis, carente de todo e qualquer conforto. (p.52).
  • 7. “Acima de todas as cogitações humanas, fora de todos os atritos das ambições terrestres, seu reino de paz e luz esplende na consciência das almas redimidas.” (p.53). - Éramos cativos do erro, mas seu sangue nos libertou. Na vida e na morte, nas alegrias de Caná, como nas angústias do Calvário, pelo que fez e por tudo que deixou de fazer em sua gloriosa passagem pela Terra, Ele é o Filho de Deus iluminando o caminho. (p.53). Nesse ínterim, Estevão sustou a palavra que lhe fluía harmoniosa e vibrante dos lábios, inspirada nos mais puros sentimentos. - “O Cristo é a substância da nossa liberdade.” Dia virá em que o seu reino abrangerá os filhos do Oriente e do Ocidente, num amplexo de fraternidade e de luz. Então, compreenderemos que o Evangelho é a resposta de Deus aos nossos apelos, em face da Lei de Moisés. A Lei é humana; o Evangelho é divino. Moisés é o condutor; O Cristo, o Salvador. Os profetas foram mordomos fiéis; Jesus, porém, é o Senhor da Vinha. Com a Lei, éramos servos; com o Evangelho, somos filhos livres de um Pai amoroso e justo!... (p54-55). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 5). - O Messias atendeu aos problemas angustiosos da criatura humana, com a solução do amor que redime todos os seres e purifica todos os pecados. Mestre do trabalho e da perfeita alegria da vida, suas bênçãos representam nossa herança. Moisés foi a porta, o Cristo é a chave. Com a coroa do martírio adquiriu, para nós outros, a láurea imortal da salvação. (p.53).
  • 8. - “Ainda bem que o Messias fora carpinteiro: porque, nesse caso, a Humanidade já não ficaria sem abrigo. Ele era, de fato, o Abrigo da paz e da esperança! Nunca mais andaremos ao léu das tempestades nem na esteira dos raciocínios quiméricos de quantos vivem pelo cálculo, sem a claridade do sentimento.” (p.55-56). -”O Cristo é vida, e a salvação que nos trouxe está na sagrada oportunidade da nossa elevação, como filhos de Deus, exercendo os seus gloriosos ensinamentos.” (p.56). -“Que a bênção do Cristo seja com todos vós.” (p.57). Antes que pudesse abandonar a tribuna para confundir-se com a multidão, o futuro rabino levantou-se de chofre e observou enraivecido: - Exijo a continuação da arenga! Que o pregador espere, pois não terminei o que preciso dizer. (p.57). Estevão replicou serenamente: - Não poderei discutir. (p.57). Concluiu Estevão evitando a contenda. (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 5). O orador preparava-se para retomar a palavra, momentaneamente interrompida e aguardada com expectação de júbilo geral, quando o jovem doutor se levantou ousadamente e exclamou, quase colérico, frisando os conceitos com evidente ironia. - [...] Quem era esse Cristo? Não foi um simples carpinteiro? (p.55).
  • 9. - Só isso? - interrogou o interpelado, astutamente. - Ë coisa fácil e agradável. Pois não o ouvi dizer que o carpinteiro crucificado é o fundamento da verdade divina? Isso é mais que blasfêmia. Trata-se de um revolucionário perigoso, que deve ser punido como caluniador de Moisés. (p.61). - Muito bem! - exclamou Saulo num largo sorriso. - Conto, pois, contigo. (p.61). No dia imediato, Neemias compareceu ao Sinédrio e denunciou o generoso pregador do Evangelho como blasfemo e caluniador, acrescentando criminosas observações de própria conta. Na peça acusatória, Estevão figurava como feiticeiro vulgar, mestre de preceitos subversivos em nome de um falso Messias que Jerusalém havia crucificado anos antes, mediante idênticas acusações. Saulo de Tarso anotou as mínimas declarações, acentuando os detalhes comprometedores. A notícia estourou na igreja do “Caminho”, produzindo efeitos singulares e dolorosos. (p.61). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 5). Aproveitando o companheiro invigilante chamado Neemias... ============================================================== Sendo confrontado por Estevão, Saulo não suportou o peso da vaidade e chamou um de seus amigos serviçais Neemias. (p.60). - Necessito de alguém que denuncie Estevão como blasfemo em face da Lei e lembrei-me da tua cooperação neste sentido. (p.61).
  • 10. Estevão decidiu ir só porque não queria colocar em risco a “Casa do Camimho”. No Sinédrio diante de vários quesitonamentos... =============================================== Estevão esclareceu sem titubear: - Mantenho minha crença de que o Cristo é o Salvador prometido pelo Eterno. (p.64). - Moisés é a justiça pela revelação, mas Cristo é o amor vivo e permantente. (p.65). - [...] e eu me honro em ser instrumento humilde nas suas mãos. (p.65). - [...] Aquele, a quem chamais ironicamente o carpinteiro de Nazaré, foi amigo de todos os infelizes. Sua pregação não se limitou a expor princípios filosóficos. Antes, pela exemplificação, renovou nossos hábitos, reformou as idéias mais elevadas, com o selo do amor divino. Suas mãos nobilitaram o trabalho, pensaram úlceras, curaram leprosos, deram vista aos cegos. Seu coração repartiu-Se entre todos os homens, dentro do novo entendimento do amor que nos trouxe com o exemplo mais puro. (p.68). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 6). (*) assembleia.
  • 11. - Apedrejemos o imundo! Matemos a calúnia! (p.69). A serenidade de Estevão perturbou-o ainda mais. Sem dúvida, estava diante de uma energia ignorada. (p.70). - Não reages, covarde? Tua escola é também a da indignidade? O pregador cristão, apesar dos olhos molhados, respondeu com firmeza: - A paz difere da violência, tanto quanto a força do Cristo diverge da vossa. (p.70). Gamaliel interfere, pede um prazo e propõe colocar o jovem Estevão no calabouço. - Proponho que se estude mais ponderadamente a sentença pedida, retendo-se o acusado em calabouço até que se esclareça a sua responsabilidade perante a justiça. (p.70-71). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 6). (*) assembleia.
  • 12. Saulo de Tarso acreditava que os amigos de Jesus não respeitavam Deus. Por isso perseguia-os e mandava-os prender. Saulo de Tarso, nas características de sua impulsividade, deixou-se empolgar pela idéia de vingança, impressionado com o desassombro de Estevão em face da sua autoridade e da sua fama. A seu ver, o pregador do Evangelho infligira-lhe humilhações públicas, que impunham reparações equivalentes. (p.72). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 7).
  • 13. Uma jovem de notável formosura [...]. (p.10). Abigail, na candidez dos seus dezoito anos, era um gracioso resumo de todos os encantos das mulheres da sua raça. Os cabelos sedosos caíam- lhe em anéis caprichosos sobre os ombros, moldurando-lhe o rosto atraente num conjunto harmonioso de simpatia e beleza. No entanto, o que mais impressionava, no seu talhe esbelto de menina e moça, eram os olhos profundamente negros, nos quais intensa vibração interior parecia falar dos mais elevados mistérios do amor e da vida. (p.10-11). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 1).
  • 14. Abigail extasiava-se, ouvindo-o discorrer. Aquele moço impulsivo e rude a olhos estranhos, mas afetuoso e sensível na intimidade, era justamente o seu ideal, o homem esperado pela sua alma carinhosa. (p.88). - Ninguém poderá oferecer-me um presente mais precioso que o enviado por Deus à minha existência, com o teu coração leal e generoso - murmurou a jovem num franco sorriso. (p.88). - Ganhei muito mais - tornava o doutor de Tarso recebendo a jóia rara do teu afeto, que enriquecerá toda a minha vida. Às vezes, Abigail - continuava com o entusiasmo próprio da juventude sonhadora - [...]. (p.88). [...] prosseguiu Saulo confiante no futuro [...] poderemos marcar o dia jubiloso das núpcias. [...] O lar é uma bênção. E nós teremos esse lar. (p.89). - Nunca me senti tão venturosa - exclamou a jovem, com lágrimas de alegria. (p.89). Ele acariciou-lhe as mãos e, como desejava que ela compartilhasse dos seus sentimentos mais íntimos [...]. (p.89). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8).
  • 15. Como juiz, no Sinédrio, Saulo conseguiu a condenação de Estevão. ========================================== O mártir do “Caminho” sentia-se amparado por forças poderosas e intangíveis. A cada novo golpe, sentia recrudescer os padecimentos infinitos que lhe azorragavam o corpo macerado, mas, no íntimo, guardava a impressão de uma lenidade sublime. O coração batia descompassadamente. O tórax estava coberto de feridas profundas, as costelas fraturadas. (p.94). Nesta hora suprema, recordava os mínimos laços de fé que o prendiam a uma vida mais alta. Lembrou todas as orações prediletas da infância. Fazia o possível por fixar na retina o quadro da morte do pai supliciado e incompreendido. Íntimamente, repetia o Salmo 23º de David, qual o fazia junto da irmã, nas situações que pareciam insuperáveis. “O Senhor é meu pastor. Nada me faltará...” As expressões dos Escritos Sagrados, como as promessas do Cristo no Evangelho, estavam-lhe no âmago do coração. O corpo quebrantava-se no tormento, mas o espírito estava tranqüilo e esperançoso. (p.94). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8).
  • 16. Agora, tinha a impressão de que duas mãos cariciosas passavam de leve sobre as chagas doloridas, proporcionando- lhe branda sensação de alívio. Sem qualquer receio, percebeu que lhe havia chegado o suor da agonia. (p.94). Dedicados amigos, do plano espiritual, rodeavam o mártir nos seus minutos supremos. No auge das dores físicas, como se houvesse transposto infinitos abismos de percepção, o moço de Corinto notou que alguma coisa se lhe havia rasgado na alma ansiosa. Seus olhos pareciam mergulhar em quadros gloriosos de outra vida. A legião de emissários de Jesus, que o cercava carinhosamente, figurou-se-lhe a corte celestial. No caminho de luz desdobrado à sua frente, reconheceu que alguém se aproximava abrindo-lhe os braços generosos. Pelas descrições que ouvira de Pedro, percebeu que contemplava o próprio Mestre em toda a resplendência de suas glórias divinas. Saulo observou que os olhos do condenado estavam estáticos e fulgurantes. Foi quando o herói cristão, movendo os lábios, exclamou em alta voz: - Eis que vejo os céus abertos e o Cristo ressuscitado na grandeza de Deus!.... (p.94). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8). Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita. (Atos 7:55).
  • 17. Viram, então, que duas mulheres jovens aproximavam-se do perseguidor com gestos íntimos. Dalila entregou Abigail ao irmão, despedindo-se logo para atender ao chamado de outra amiga. A noiva terna cingia uma túnica à moda grega, que mais lhe realçava o formoso rosto. Fosse pela dolorosa cena em curso, ou pela presença da mulher amada, percebia-se que Saulo estava um tanto perplexo e sensibilizado. Dir-se-ia que a coragem indomável de Estevão o levara a considerar a tranqüilidade desconhecida que deveria reinar no espírito do mártir. (p.94). [...]Abigail tremia. [...] (p.95). Nesse instante, ignorando-se alvo de tão singular atenção, o pregador do “Caminho” saiu de sua impressionante imobilidade. Vendo que Jesus contemplava, melancolicamente, a figura do doutor de Tarso, como a lamentar seus condenáveis desvios, o discípulo de Simão experimentou pelo verdugo sincera amizade no coração. Ele conhecia o Cristo e Saulo não. (p.95). Assomado de fraternidade real e querendo defender o perseguidor, exclamou de modo impressionante: - Senhor, não lhe imputes este pecado!... (p.95). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8).
  • 18. - Que dizes? - gaguejou baixinho o doutor de Tarso arregalando os olhos. - Não pode ser! Enlouqueceste? - Não, não, é ele; é ele! - repetia tomada de extrema palidez. (p.95). [...] O ex-discípulo de Gamaliel não acreditava na possibilidade de semelhante coincidência. (p.95). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8). [...] A emoção dominara-o na hora extrema. Sentiu que o Mestre de Nazaré acariciava-lhe a fronte, onde a última pedrada abrira uma flor de sangue. Ouvia, muito longe, vozes argentinas que cantavam hinos de amor sobre os gloriosos motivos do Sermão da Montanha. Incapaz de resistir por mais tempo ao suplício, o discípulo do Evangelho sentia-se desfalecer. (p.95). Escutando as expressões do condenado e recebendo-lhe o olhar fulgurante e límpido, Abigail não pôde dissimular a angustiosa surpresa. (p.95). - Saulo! Saulo!... É meu irmão - exclamou aterradamente.
  • 19. - Senhor - respondeu o outro respeitoso -, o condenado ainda não está morto. Abigail aproximou-se do irmão ensangüentado, com infinita ternura. - Jeziel! - exclamou Abigail osculando e regando de lágrimas a fronte do moribundo - como te vejo eu!... - Não chores!... Eu estou com o Cristo!... - Quem é o Cristo? - murmurou a jovem - Por que te chamam Estevão? - Jesus... é o nosso Salvador... (p.96). Vendo que a irmã prosseguia em soluços, continuou: - Sei que vou morrer... mas a alma é imortal. Estevão se agitava em esforços supremos. - Com quem te deixarei? - Este é meu noivo — esclareceu a jovem apontando o moço de Tarso, que parecia petrificado. (p.97). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8).
  • 20. O moribundo contemplou-o sem ódio e acentuou: - Cristo os abençoe... Não tenho no teu noivo um inimigo, tenho um irmão... Saulo deve ser bom e generoso; defendeu Moisés até ao fim... Quando conhecer a Jesus, servi-lo-á com o mesmo fervor... Sê para ele a companheira amorosa e fiel... (p.97). Observando que o irmão lhe lançava o último olhar, exclamou angustiada: - Jeziel, não te vás... Fica conosco! Nunca mais nos separaremos!... Ele, quase a expirar, ciciava: - A morte não separa... os que se amam... (p.98). - Estevão morre perdoando Saulo. - Abigail... - murmurava ainda como num sopro -, vou-me em paz... Quisera ouvir-te na prece... dos aflitos e agonizantes... (p.98). Saulo prefere não expor a sua posição e família se casando com a irmã de um condenado e termina o noivado. - Abigail, tudo está consumado e tudo terminou, também, entre nós. (p.99). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8).
  • 21. Ananias, velho sapateiro de Emaús, converte Abigail ao Cristianismo quando ela se encontrava doente na casa, na estrada de Jope, na residência de Zacarias e Ruth. Abigail, convertida a Jesus, entra em profunda depressão, adquire tuberculose . ======================================================= Abigail, há mais de quatro meses, adoeceu dos pulmões e, para falar com franqueza, não temos qualquer esperança. (p.104). Ao vê-la, Saulo não dissimulou o seu espanto. A jovem, por sua vez, recebendo a jubilosa surpresa, tomou-se de sincera e transbordante alegria. (p.106). - Abigail! - exclamou Saulo comovidíssimo, logo que se viram a sós - abdiquei o meu orgulho e a minha vaidade de homem público para vir até aqui, perguntar se me perdoaste, se me não esqueceste! - Esquecer-te? - respondeu ela de olhos úmidos. [...]. - Nós, Saulo, pertencemo-nos um ao outro para a eternidade. (p.106). Saulo compreendia Deus senão como um senhor poderoso e inflexível. (p.110). - Como foi isso, Abigail? - dizia perturbado. [...]. (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8).
  • 22. Vendo que a noiva tinha imensa dificuldade em expor as últimas idéias, Saulo ajoelhou-se a seu lado, cobriu-lhe as mãos de beijos ardentes. A agonia dolorosa parecia-lhe o sofrimento injustificável, que o céu houvera enviado a um anjo. [...] Lendo-lhe a sensibilidade através das lágrimas que lhe desciam silenciosamente dos olhos, Abigail esboçou um gesto de carinho com dificuldade infinita. Conhecia Saulo e comprovara-lhe a rigidez do caráter. Aquele pranto revelava o calvário íntimo do bem-amado, mas demonstrava, igualmente, o alvorecer de uma vida nova para o seu espírito. - Não chores, Saulo - murmurou dificilmente a morte não é o fim de tudo... - Quero-te comigo em toda a vida — replicou o rapaz desfeito em lágrimas. - E, contudo, é preciso morrer para vivermos verdadeiramente. [...]. (p.111). - Abigail! Abigail! - gritava Saulo desesperado. (p.112). - Jeziel já veio ... buscar-me... Saulo de Tarso ali se deixou ficar mudo, estarrecido [...]. (p.112). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 1ª Parte, Capitulo 8).
  • 23. Saulo com o coração ferido e endurecido intensifica as perseguições aos irmãos do caminho. O carpinteiro sempre atravessava a vida de Saulo que tomou como questão pessoal sua, de perseguir e ameaçar de morte os seguidores do Senhor Jesus. Ele foi falar com o Grande Sacerdote e pediu cartas de apresentação para as sinagogas da cidade de Damasco. Com esses documentos Saulo poderia prender e levar para Jerusalém Ananias, e os seguidores do Caminho do Senhor que moravam ali, tanto os homens como as mulheres. Saulo numa crise íntima profunda. A humildade, a serenidade, de Estevão na hora da morte pelo apedrejamento, que ele buscava ao longo de sua vida. Pensava em Abigail, pensava na sua vida que poderia ter tomado um rumo diferente...
  • 24. (Atos, 9:3-18) (Atos, 22:6-21) (Atos, 26:12-18) XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel. 1ª Parte, Capitulo 10, p.119-120).
  • 25. No ano de 32 D.C., dois anos após a crucificação de Jesus, quando se dirigia de Jerusalem a Damasco para prender cristãos dessa cidade, um raio de luz muito forte encadeou-o e fê-lo cair ao chão. (Atos, 9:3) (Atos, 22:6) (Atos, 26:13)
  • 26. Ouviu então uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo! Porque me persegues?... Olhou em redor, apavorado, mas não via nada. Aquela luz tinha-o cegado. Então perguntou: "Quem és tu, Senhor?" A voz respondeu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues!” Foi quando notou que Jesus se aproximava e, contemplando-o carinhosamente, o Mestre tocou-lhe os ombros com ternura, dizendo com inflexão paternal: - Não recalcitres contra os aguilhões!... (p.120). E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. (Atos, 9:4-6) (Atos, 22:7-8) (Atos, 26:14-15) XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel. 1ª Parte, Capitulo 10, p.119-120). (*) RECALCITRAR: desobedecer, resistir, teimar, obstinar-se, revoltar- se, pernear, repugnar, contravir, infringir, transgredir, violar, insistir, embirrar, emperrar, persistir, porfiar.
  • 27. E os homens, que iam com ele, pararam espantados, mas não percebiam o que estava acontecendo. E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. (Atos, 9:7-8) (Atos, 22:9-10) (Atos, 26:16).
  • 28. Durante três dias, Saulo ficou sem ver, e nesses dias não comeu nem bebeu. Pensava em todo o mal que tinha feito aos amigos de Jesus e sentia-se muito triste. (Atos, 9:9).
  • 29. Em Damasco havia um discípulo chamado Ananias. O Senhor o chamou numa visão: "Ananias!" "Eis-me aqui, Senhor", respondeu ele. E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; E numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, e ele voltou a ver. E respondeu Ananias: Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; E aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome. Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto lhe cumpre padecer(sofrer) pelo meu nome. (Atos, 9:10-16).
  • 30. Um velhinho de semblante calmo e afetuoso ali está, sem que o convertido possa ver-lhe as cãs respeitáveis e o sorriso generoso. O mutismo do visitante indiciava o desconhecido. - Quem sois? - pergunta o cego admirado. - Irmão Saulo - replica o interpelado com doçura -, o Senhor, que te apareceu no caminho, enviou-me a esta casa para que tornes a ver e recebas a iluminação do Espírito Santo. (p.128). Ouvindo-o, o moço de Tarso tateou ansiosamente nas sombras. Quem seria aquele homem que sabia os feitos lá da estrada! Algum conhecido de Jacob? Mas... aquela inflexão de voz enternecida e carinhosa? - Vosso nome? - perguntou quase aterrado. - Ananias. (p.128). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 1).
  • 31. - Quisera beijar vossa túnica - falou com humildade e reconhecimento -, mas, como vedes, estou cego!... (p.128). “- Jesus mandou-me, justamente para que tivesses, de novo, o dom da vista.” (Ananias para Saulo, p.128). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 1). Saulo estremeceu comovido. (JACINTO, Roque. Conversão de Paulo de Tarso). A resposta era uma revelação. A ovelha perseguida vinha buscar o lobo voraz. Saulo compreendeu a lição que o Cristo lhe ministrava. A presença de Ananias revoca-lhe à memória os apelos mais sagrados. Fora ele o iniciador de Abigail na doutrina e o motivo da viagem a Damasco, onde encontrara Jesus e a verdade renovadora. Tomado de profunda veneração, quis avançar, ajoelhar-se ante o discípulo do Senhor, que lhe chamava ternamente “irmão”, oscular-lhe enternecido as mãos benfazejas, mas apenas tateou o vácuo, sem conseguir a execução do gratíssimo desejo.
  • 32. E Ananias sentindo-se envolvido pelo Espírito de Estevão, colocou as mãos sobre Saulo e, no mesmo instante, como resposta ao apelo comovido do discípulo [...]. - Ah! Exclamou Saulo, lágrimas a descer-lhe pela face. (p.18). (JACINTO, Roque. Conversão de Paulo de Tarso). “- Vejo!... Agora vejo!... Glória ao redentor de minha alma!” (p.129). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 1). Comovidíssimo, o velho discípulo do Senhor notou que o perseguidor cruel dos apóstolos do “Caminho” estava totalmente transformado. Ouvindo-lhe a palavra plena de fé, Saulo de Tarso deixava transparecer, no semblante, sinais de profunda alegria interior. Dos olhos ensombrados, manaram lágrimas cristalinas. O moço apaixonado e caprichoso aprendera a ser humano e humilde. (p.128). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 1).
  • 33. A conselho de Ananias, procurou o deserto para meditar, porque tudo o que é de Deus, reclama grande paz e profunda compreensão. Além do mais há ainda a necessidade do sofrimento. Só a dor, nos ensina a sermos humanos. “É preciso morrer para o mundo, para que o Cristo viva em nós...” (Colossenses, 3:5) e (LAGAZZI, Inês B.. Paulo de Tarso o Apóstolo de Cristo. editora: Paulinas). “Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.” (Gálatas, 2:20).
  • 34. Os seus antigos amigos souberam que ele se tinha tornado cristão e tentaram prendê-lo. Mas Saulo conseguiu fugir de Damasco, descendo pela muralha abaixo, dentro de um cesto. (Atos, 9:24-26). Saulo de Tarso, resignado muda todo um estilo de vida. Não só material, voltando a ser o artífice de tapeçaria, mas espiritual, suportando todos os preconceitos e incompreensões dos seus pares bem como conhecendo as palavras do evangelho, após três anos de estudo no deserto, resolve visitar o pai em Tarso para pedir ajuda a fim de encetar uma nova fase na sua vida.
  • 35. Batendo à porta do lar paterno, pela fisionomia indiferente dos servos compreendeu como voltava transformado. Os dois criados mais antigos não o reconheceram. Guardou silêncio e esperou. Ao fim de longa espera, o genitor foi recebê-lo. - Meu filho!... - disse com voz enérgica, procurando dominar a emoção - será possível que os olhos me enganem? Saulo abraçou-o afetuosamente e após adentrarem o velho Isaac imediatamente pergunta: - Meu filho! Você está curado? - Meu pai, por piedade, acolhei-me!... (p.179). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3).
  • 36. O velhinho estava trêmulo. Via-se-lhe o esforço espiritual para tomar aquela decisão. Ele sai para rua aturdido, vagando no seu destino incerto. O servo da casa chamado Sinésio que corria ao seu encalço lhe chama com insistência e lhe entrega um saco cheio de moedas. Diz ao servo: - Agradece a meu pai. Fala-lhe da alegria que isto me causou. (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3). - Choras? - continuou o ancião com grande secura. - Mas eu nunca te dei exemplos de covardia! (p.180). - Como desistiu de tudo que lhe ensinei por um carpinteiro que nem se salvou? - O Cristo é o Salvador prometido!... [...] - Pai, eu e o Senhor, ambos precisamos de Jesus. O velho, inflexível, endereçou-lhe um olhar austero e retrucou com aspereza: - Tua escolha está feita! Nada tens a fazer nesta casa!...
  • 37. Estava reflexivo após comovente diálogo na visita que fez ao pai. Tinha sede de meditação e silêncio. Precisava ouvir a consciência e o coração, antes de assentar os novos planos de vida. Procurou afastar-se da cidade. As auras vespertinas vibravam no ambiente, sem perturbar a placidez das coisas. Mergulhado na quietude da Natureza. Mal não havia despertado desse deslumbramento, quando se sentiu presa de novas surpresas com a aproximação de alguém que pisava de leve, acercando-se de mansinho. Mais alguns instantes, viu Estevão e Abigail à sua frente, jovens e formosos, envergando vestes tão brilhantes e tão alvas que mais se assemelhavam a peplos de neve translúcida. Incapaz de traduzir as sagradas comoções de sua alma, Saulo de Tarso ajoelhou-se e começou a chorar. Os dois irmãos, que voltavam a encorajá-lo, aproximaram-se com generoso sorriso. - Levanta-te, Saulo! - disse Estevão com profunda bondade. - Que é isso? Choras? - perguntou Abigail em tom blandicioso. - Estarias desalentado quando a tarefa apenas começa? O moço tarsense, agora de pé, desatou em pranto convulsivo. Aquelas lágrimas não eram somente um desabafo do coração abandonado no mundo. (p.185). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3).
  • 38. Traduziam um júbilo infinito, uma gratidão imensa a Jesus, sempre pródigo de proteção e benefícios. Quis aproximar-se, oscular as mãos de Estevão, rogar perdão para o nefando passado, mas foi o mártir do “Caminho” que, na luz de sua ressurreição gloriosa, aproximou-se do ex- rabino e o abraçou efusivamente, como se o fizesse a um irmão amado. Depois, beijando-lhe a fronte, murmurou com ternura: - Saulo, não te detenhas no passado! Quem haverá, no mundo, isento de erros? Só Jesus foi puro!... O ex-discípulo de Gamaliel sentia-se mergulhado em verdadeiro oceano de venturas. Queria falar das suas alegrias infindas, agradecer tamanhas dádivas, mas indômita emoção lhe selava os lábios e confundia o coração. Amparado por Estevão, que lhe sorria em silêncio, viu Abigail mais formosa que nunca, recordando-lhe as flores da primavera na casa humilde do caminho de Jope. Não pôde furtar-se às reflexões do homem, esquecer os sonhos desfeitos, lembrando-os, acima de tudo, naquele glorioso minuto da sua vida. Pensou no lar que poderia ter constituído; no carinho com que a jovem de Corinto lhe cuidaria dos filhos afetuosos; no amor insubstituível que sua dedicação lhe poderia dar.(p.185). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3).
  • 39. - Nunca nos faltará um lar... Tê-lo-emos no coração de quantos vierem à nossa estrada. Quanto aos filhos, temos a família imensa que Jesus nos legou em sua misericórdia... Os filhos do Calvário são nossos também... Eles estão em toda parte, esperando a herança do Salvador. O moço tarsense entendeu a carinhosa advertência, arquivando-a no imo do coração. - Não te entregues ao desalento — continuou Abigail, generosa e solícita -; nossos antepassados conheceram o Deus dos Exércitos, que era o dono dos triunfos sangrentos, do ouro e da prata do mundo; nós, porém, conhecemos o Pai, que é o Senhor de nosso coração. O Evangelho nos conhece pela confiança inesgotável e pela fé ativa ao serviço do Todo- Poderoso. É preciso ser fiel a Deus, Saulo! Ainda que o mundo inteiro se voltasse contra ti, possuirias o tesouro inesgotável do coração fiel. A paz triunfante do Cristo é a da alma laboriosa, que obedece e confia... Não tornes a recalcitrar contra os aguilhões. Esvazia-te dos pensamentos do mundo. Quando hajas esgotado a derradeira gota da posca dos enganos terrenos, Jesus encherá teu espírito de claridades imortais!... (p.186). O moço tarsense notou que Estevão, nesse ínterim, se despedia, endereçando-lhe um olhar fraterno. (p.187). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3).
  • 40. Abigail, por sua vez, apertava-lhe as mãos com imensa ternura. (p.187). Antes do encontro finalizar Saulo organiza algumas questões: - Que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo? - Ama! - respondeu Abigail espontaneamente. - Como fazer para que a alma alcançasse tão elevada expressão de esforço com Jesus-Cristo? - Trabalha! - esclareceu a noiva amada, sorrindo bondosamente. Abigail tinha razão. Era necessário realizar a obra de aperfeiçoamento interior. Desejava ardentemente fazê-lo. Era somente através do trabalho que o amor poderia se concretizar. A ocupação útil, o esforço para o desenvolvimento das nossas habilidades. Todavia, voltando ao ambiente do esforço coletivo, em cooperação com antigos companheiros, acalentava sadias esperanças que se converteram em dolorosas perplexidades. - Que providências adotar contra o desânimo destruidor? - Espera! Ouvindo-a, Saulo considerou que a esperança fora sempre a companheira dos seus dias mais ásperos. Saberia aguardar o porvir com as bênçãos do Altíssimo. Confiaria na sua misericórdia. Não desdenharia as oportunidades do serviço redentor. Mas... os homens? (p.187). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3).
  • 41. - Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens? (p.188). Abigail apertou-lhe as mãos com mais ternura, a indicar as despedidas, e acentuou docemente: - Perdoa!... Em seguida, seu vulto luminoso pareceu diluir-se como se fosse feito de fragmentos de aurora. Empolgado pela maravilhosa revelação, Saulo viu-se só, sem saber como coordenar as expressões do próprio deslumbramento. O infinito azul do firmamento não era um abismo em cujo fundo brilhavam estrelas... A seus olhos, o espaço adquiria nova significação; devia estar cheio de expressões de vida, que ao homem comum não era dado compreender. Haveria corpos celestes, como os havia terrestres. A criatura não estava abandonada, em particular, pelos poderes supremos da Criação. A bondade de Deus excedia a toda a inteligência humana. (p.188). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 3).
  • 42. Após mais 3 anos de estudo, Saulo começou a viajar por terra e por mar: queria levar a todos a mensagem de Jesus. Passou a ser conhecido pelo nome de Paulo. Paulo, a partir de então, se tornaria o "Apóstolo dos Gentios", ou seja, aquele enviado para difundir o Evangelho para o povo não judeu. Fez quatro grandes viagens missionárias: 1ª Viagem (46-48 D.C.), 2ª Viagem (49-52 D.C.), 3ª Viagem (53-57 D.C.), 4ª Viagem (59-62 D.C.), sendo que na última foi à Roma como prisioneiro, para ser julgado, e nunca mais retornou para a Judéia.
  • 43.
  • 44. Onde quer que fosse Paulo falava sobre Jesus. Paulo pregando em Athenas - Raphael
  • 45. Paulo nem sempre era bem recebido. Às vezes as pessoas não queriam ouvir o que dizia, tratavam-no mal e até lhe atiravam pedras para o expulsar das suas terras. Em 34 D.C., foi a Jerusalém, levado por Barnabé, para se encontrar com Pedro e Tiago, líderes da principal comunidade cristã até então. Durante 16 anos, após sua conversão, ele pregou no vale do Jordão, na Síria e na Cilícia. Foi especialmente perseguido pelos judeus, que o consideravam um grande traidor. Mas Paulo nunca desanimava: anunciar Jesus era a sua vida! Todo esforço na tarefa Cristã não poderá ser esquecido. Mas a iluminação do Espírito, deve estar em primeiro lugar. Porque se o homem trouxer o Cristo no coração, o quadro das necessidades, será modificado. Então restringir o Evangelho a Jerusalém, é condená-lo à extinção.
  • 46. Paulo fez muitas viagens. Mas, quando finalmente regressou a Jerusalém, foi preso. Como poderia ele agora falar de Jesus às pessoas se estava na prisão?
  • 47. Paulo pediu então para ir a Roma e lá ser julgado pelo próprio imperador. Mas Roma ficava muito longe e a viagem era longa e podia ser perigosa.
  • 48. Mesmo assim os soldados concordaram e levaram-no para Roma. Durante a viagem houve uma enorme tempestade. Paulo consola a todos, com sua oratória eloquente. Decorridos catorze dias de cerração e tormenta. o barco alexandrino atingiu a ilha de Malta. (p.304). Os presos que sabiam nadar atiraram- se à água corajosamente; os demais agarravam-se aos botes improvisados, buscando a praia. (p.304). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 9).
  • 49. Os naturais da Ilha, bem como os poucos romanos que lá residiam a serviço da administração, colheram os náufragos com simpatia; mas, por numerosos, não havia acomodação para todos. Frio intenso enregelava os mais resistentes. Paulo, todavia, dando mostras do seu valor e experiência no afrontar intempéries, tratou de dar o exemplo aos mais abatidos, para que se fizesse fogo, sem demora. Grandes fogueiras foram acesas rapidamente para aquecimento dos desabrigados; mas, quando o Apóstolo atirava um feixe de ramos secos à labareda crepitante, uma víbora cravou-lhe na mão os dentes venenosos. O ex-rabino susteve-a no ar com um gesto sereno, até que ela caísse nas chamas, com estupefação geral. Lucas e Timóteo aproximaram-se aflitos. O chefe da coorte e alguns amigos estavam desolados. É que os naturais da Ilha, observando o fato, davam alarme, asseverando que o réptil era dos mais venenosos da região, e que as vítimas não sobreviviam mais que horas. (p.304) (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 9).
  • 50. Os indígenas, impressionados, afastavam-se discretamente. Outros, assustadiços, afirmavam: - Este homem deve ser um grande criminoso, pois, salvando-se das ondas bravias, veio encontrar aqui o castigo dos deuses. Não eram poucos os que aguardavam a morte do Apóstolo, contando os minutos; Paulo, no entanto, aquecendo-se como lhe era possível, observava a expressão fisionômica de cada um e orava com fervor. Diante do prognóstico dos nativos da Ilha, Timóteo aproximou-se mais intimamente e buscou cientificá-lo do que diziam a seu respeito. O ex-rabino sorriu e murmurou: - Não te impressiones. As opiniões do vulgo são muito inconstantes, tenho disso experiência própria. Estejamos atentos aos nossos deveres, porque a ignorância sempre está pronta a transitar da maldição ao elogio e vice-versa. É bem possível que daqui a algumas horas me considerem um deus. Com efeito, quando viram que ele não acusara nem mesmo a mais leve impressão de dor, os indígenas passaram a observá-lo como entidade sobrenatural. Já que se mantivera indene ao veneno da víbora, não poderia ser um homem comum, antes algum enviado do Olimpo, a que todos deveriam obedecer. (p.304-305). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 9).
  • 51. Deve ter ido outro barco buscá-los e quando chegaram Paulo ficou prisioneiro em Roma. Na prisão Paulo escreveu cartas (ou epístolas) aos amigos e às comunidades cristãs, continuando assim a falar de Jesus.
  • 52. Paulo acabou por ser condenado à morte. Até morrer, nunca deixou de falar de Jesus. Até o momento de sua morte quando o soldado romano intimida-se de matar um homem justo e ele, Paulo, lhe diz: “Soldado, cumpra o seu dever pois eu já cumpri o meu.” No ano de 64 D.C., foi morto pelas Legiões Romanas, nas perseguições aos Cristãos instauradas por Nero, depois do grande incêndio de Roma. O seu túmulo encontra-se na Basílica de S. Paulo Extra-Muros, em Roma, na Itália.
  • 53. - Tenhamos coragem. Esta deve ser a última vez em que nos saudamos com os olhos materiais; mas havemos de avistar-nos no reino do Cristo. O Apóstolo, silencioso, obedeceu à escolta. Calmo, olhos brilhantes e mãos amarradas, Paulo de Tarso, mudo até então, exclamou, surpreendendo os verdugos com a sua majestosa serenidade: (p.332). - Ciente da tarefa criminosa que vos incumbe desempenhar. Os discípulos de Jesus não temem os algozes que só lhes podem aniquilar o corpo. Não julgueis que vossa espada possa eliminar-me a vida, de vez que, vivendo estes fugazes minutos em corpo carnal, isso significa que vou penetrar, sem mais demora, nos tabernáculos da vida eterna, com o meu Senhor Jesus-Cristo. - Lastimo ter sido designado para este feito e intimamente não posso deixar de lamentar-vos... Paulo de Tarso, erguendo a fronte quanto lhe era possível, respondeu sem hesitar: - Não sou digno de lástima. Tende antes compaixão de vós mesmo, porqüanto morro cumprindo deveres sagrados, em função de vida eterna; enquanto que vós ainda não podeis fugir às obrigações grosseiras da vida transitória. Chorai por vós, sim, porque eu partirei buscando o Senhor da Paz e da Verdade, que dá vida ao mundo; ao passo que vós, terminada vossa tarefa de sangue, tereis de voltar à hedionda convivência dos mandantes de crimes tenebrosos da vossa época!... (p.333). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 9).
  • 54. O algoz continuava a fitá-lo com assombro e Paulo, notando a tremura com que ele empunhava a espada, concitou resoluto: - Não tremais!... Cumpri vosso dever até ao fim! Um golpe violento fendeu-lhe a garganta, seccionando quase inteiramente a velha cabeça que se nevara aos sofrimentos do mundo. Paulo de Tarso caiu redondamente, sem articular uma palavra. O corpo alquebrado embolou-se no solo [...]. (p.333). Foi ai que ouviu passos de alguém que se aproximava de leve. - Irmão Paulo... - começou a dizer o recém-chegado. Mas o Apóstolo dos gentios, identificando aquela voz bem-amada, interrompeu-lhe a palavra, bradando com júbilo inexprimível: - Ananias!... Ananias!... E caiu de joelhos, em pranto convulsivo. Levanta-te! Já venceste os últimos inimigos, alcançaste a coroa da vida, atingiste novos planos da Redenção!... O Apóstolo levantou-se afogado em lágrimas de jubilosa gratidão, enquanto Ananias, pousando a destra nos seus olhos apagados, exclamou com carinho: - Vê, novamente, em nome de Jesus!... (p.334). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 9).
  • 55. Mal despertava do seu deslumbramento, quando alguém lhe bateu levemente no ombro: Era Gamaliel que lhe trazia um ósculo fraternal. Paulo de Tarso sentiu-se o mais ditoso dos seres. Abraçando-se ao velho mestre e a Ananias, num só gesto de ternura, exclamava entre lágrimas: - Só Jesus me poderia conceder alegria igual. Mal não acabara de o dizer, começaram a chegar velhos companheiros de lutas terrenas, amigos de outros tempos, irmãos desvelados que lhe vinham trazer as boas- vindas, ao transpor os umbrais da eternidade. Os deslumbramentos do Apóstolo sucediam-se ininterruptos. Lembrando os erros do passado amarguroso, Paulo de Tarso ajoelhou-se e elevou a Jesus fervorosa súplica. Os companheiros remidos recolheram-se em êxtase, enquanto ele, transfigurado, em pranto, procurava exprimir a mensagem de gratidão ao Divino Mestre. (p.335). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 9).
  • 56. Desenhou-se então, na tela do Infinito, um quadro de beleza singular. Como se houvesse rasgado a imensurável umbela azul, surgiu na amplidão do espaço uma senda luminosa e três vultos que se aproximavam radiantes. O Mestre estava no centro, conservando Estevão à direita e Abigail ao lado do coração. Deslumbrado, arrebatado, o Apóstolo apenas pôde estender os braços, porque a voz lhe fugia no auge da comoção. Lágrimas abundantes perolavam-lhe o rosto também transfigurado. Abigail e Estevão adiantaram-se. Ela tomou-lhe delicadamente as mãos num assomo de ternura, enquanto Estevão o abraçava com efusão. Paulo quis lançar-se nos braços dos dois irmãos de Corinto, beijar-lhes as mãos no seu arroubo de ventura, mas, qual a criança dócil que tudo devesse ao Mestre dedicado e bom, procurou o olhar de Jesus, para sentir-lhe a aprovação. (p.336). O Mestre sorriu, indulgente e carinhoso, e falou: - Sim, Paulo, sê feliz! Vem, agora, a meus braços, pois é da vontade de meu Pai que os verdugos e os mártires se reúnam, para sempre, no meu reino!... E assim unidos, ditosos, os fiéis trabalhadores do Evangelho da redenção seguiram as pegadas do Cristo, em demanda às esferas da Verdade e da Luz... (p.336). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 9).
  • 57. "Damasco não tinha propriamente uma Igreja; [...] O núcleo de orações era em casa de uma lavadeira humilde, companheira de fé, que alugava a sala para poder acudir a um filho paralítico". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, cap. I). "Mas, diariamente, à noite, se reuniam, na casa singela onde funcionava a célula do "Caminho", grandes grupos de pedreiros, de soldados paupérrimos, de lavradores pobres, ansiosos todos pela mensagem de um mundo melhor ". - Referência à Igreja de Antioquia em (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap. IV). "Sua presença era disputada por todos os círculos, que o recebiam entre carinhosas manifestações de respeito e de amor pela sua autoridade moral. Organizando planos de serviço para todas as Igrejas domésticas que funcionavam na cidade, e depois de inúmeras prédicas gerais nas catacumbas silenciosas...". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, cap. IX).
  • 58. Certamente Paulo escreveu inúmeras cartas, mas somente 14 destas chegaram até nós, chamadas de Epístolas de Paulo, que são: Epístola aos Romanos; 1ª e a 2ª aos Coríntios; aos Gálatas; aos Efésios; aos Filipenses; aos Colossenses; 1ª e a 2ª aos Tessalonicenses; 1ª e 2ª a Timóteo; a Tito; a Filemon e aos Hebreus. Através de suas cartas, Paulo transmitiu às comunidades cristãs e aos seus discípulos uma fé fervorosa em Jesus Cristo. O Apóstolo Paulo - Rembrandt
  • 59. Gênese "Sentindo-se incapaz de atender a todas as necessidades ao mesmo tempo, o abnegado discípulo do Evangelho, valendo-se, um dia, do silêncio da noite, quando a igreja se encontrava deserta, rogou a Jesus, com lágrimas nos olhos, não lhe faltasse com os socorros necessários ao cumprimento integral da tarefa". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap. VII). "[...] Mas é possível a todos satisfazeres, simultaneamente, pelos poderes do espírito [...]. Poderás resolver o problema escrevendo a todos os irmãos em meu nome [...]. Doravante, Estêvão permanecerá mais aconchegado a ti, transmitindo-te meus pensamentos, e o trabalho de evangelização poderá ampliar-se em benefício dos sofrimentos e das necessidades do mundo". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap. VII).
  • 60. Inspiração "Assim começou o movimento dessas cartas imortais, cuja essência espiritual provinha da esfera do Cristo, através da contribuição amorosa de Estêvão [...]". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap. VII). "[...] valia-se da colaboração afetuosa e dedicada de Lucas para as epístolas que julgava necessárias. Nessas, inclui-se a derradeira carta que escreveu a Timóteo [...]. Quando a mão trêmula e rugosa escreve melancolicamente: - Só Lucas está comigo, o convertido de Damasco interrompe-se para chorar sobre os pergaminhos. Nesse instante, porém, sente afagar-lhe a fronte um como flabelo de asas que adejassem de leve. Brando conforto lhe invade o coração amoroso e intrépido". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap X).
  • 61. Redação "[...] e recordando que Jesus lhe prometera associar Estêvão à divina tarefa, julgou não dever atuar por si só e chamou Timóteo e Silas para redigir a primeira de suas famosas epístolas". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap. VII). "Daí por diante, aproveitando as últimas horas de cada dia, os companheiros de Paulo viram que ele escrevia um documento a que dedicava profunda atenção. Às vezes, era visto a escrever com lágrimas, como se desejasse fazer da mensagem um depósito de santas inspirações. Em dois meses entregava o trabalho a Aristarco para copiá-lo, dizendo: - Esta é a epístola aos hebreus. Fiz questão de grafá-la, valendo-me dos próprios recursos, pois que a dedico aos meus irmãos de raça e procurei escrevê-la com o coração. O amigo compreendeu o seu intuito e, antes de começar as cópias, destacou o estilo singular e as ideias grandiosas e incomuns". (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap IX).
  • 62. "[...] Jesus, o Messias, como aquele através do qual ocorreram a criação e a redenção. [...] Jesus é a verdadeira imagem de Deus, ou, em outras palavras, o verdadeiro cumprimento da promessa de Gênesis 1:26 ". (WRIGHT,N. T., Paulo: novas perspectivas, Edições Loyola, 2009). “Deus fez o homem à sua imagem.” (Gênesis, 1:26).
  • 63. "Quem é de fato, o culpado? É aquele que, por um desvio, por um falso movimento da alma, se afasta do objetivo da Criação, que consiste no culto harmonioso do belo, do bem, idealizados pelo arquétipo humano, pelo Homem-Deus, por Jesus Cristo". (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Livro IV, Cap. II). "Que é o castigo? A consequência natural, derivada desse falso movimento; uma soma de dores necessária a desgostá-lo da sua deformidade, pela experimentação do sofrimento. O castigo é o aguilhão que excita a alma, pela amargura, a se dobrar sobre si mesma e a voltar ao porto da salvação. O objetivo do castigo não é outro senão a reabilitação, a redenção". (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Livro IV, Cap. II). "Oh! Em verdade vos digo, deixai de comparar, na sua eternidade, o Bem, essência do Criador, com o Mal, essência da criatura. [...] Afirmai, ao contrário, o abrandamento gradual dos castigos e das penas pelas transmigrações, e, aliando o sentimento à razão, consagrareis a unidade divina". (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Livro IV, Cap. II). “Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo; perdoar aos amigos é dar prova de amizade; Infeliz daquele que diz: eu jamais perdoarei, porque pronuncia a sua própria condenação! Não esqueça que o verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais que pelas palavras.” Paulo de Tarso - (KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap.10 item 15).
  • 64. "[...] Todos nós sentimos hoje enorme alegria com o término da recepção da biografia de Paulo de Tarso. [...] Nessas grandiosas evocações do passado, há como que uma ligação entre o ambiente que as polariza e a esfera poderosa dos nobres vultos que foram recordados. Dizer-lhes dos grandiosos quadros que temos entrevisto constitui tarefa superior às nossas possibilidades". "Assisti, meus filhos, a uma sublime reunião onde se lembrou a difusão do livro dedicado às memórias de Paulo e Estêvão. Não tenho palavras com que exprimir o que foi essa assembleia de luzes da Espiritualidade! Pela primeira vez, vi, não de muito perto, o grande apóstolo da gentilidade! Sua grandeza espiritual é grande em demasia para ser descrita por meu verbo tão pobre! " "[...] Estêvão não veio à assembleia divina, mas hoje vou compreendendo que todos esses vultos, cheios de imortalidade e de glória, continuam no mesmo serviço de redenção humana, interessados pelo serviço de Jesus e consagrados a ele tão intensamente quanto se verificou nos primeiros dias de seu fervoroso labor sobre a Terra". (Artur Joviano, mensagem psicografada por Chico Xavier em 24/06/1942, presente no Livro Sementeira de Luz).
  • 65. [...] em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Prisões foram suas moradas até a morte. (2º Coríntios, 11:23-27). Os Cristãos do mundo inteiro, jamais poderão esquecer os abnegados irmãos nos primeiros testemunhos de fé afrontando situações dolorosas e injustas, regado com sangue e lágrimas a semeadura do Cristo.
  • 66. “Vejo-me cercado de enormes dificuldades (...) Sinto-me no dever de espalhar a nova doutrina, felicitando os nossos semelhantes; Jesus encheu-me o coração de energias inesperadas, mas a secura dos homens é de amedrontar os mais fortes.” (p.137). (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Segunda Parte, Cap I). É claro que não lhe teria sido possível enfrentar situações tão difíceis e por vezes desesperadas, se não tivesse havido uma razão de valor absoluto, perante a qual nenhum limite se podia considerar insuperável. Para Paulo, esta razão, sabemo-lo, é Jesus Cristo, do qual ele escreve:
  • 67. Todos os dias uma luta é travada em nosso interior. Desejamos o bem, fazer aquilo que é bom e agradável a Deus, mas a realidade é que nem sempre conseguimos. Quando isso acontece é inevitável a frustração, vergonha, decepção consigo mesmo e sentimento de culpa.
  • 68. Conhecendo que o Discípulo terá de experimentar as sensações da "Porta Estreita" nunca se deixou empolgar pelo desânimo. Paulo escreveu então aos Coríntios: “Somos todos do Cristo e o Cristo é de Deus.” (1º Coríntios, 3:23). “Por isso, permaneceis todos unidos na CARIDADE.” A CARIDADE É A MAIOR DAS VIRTUDES. “Caridade ensinada melhora os ouvidos. Caridade praticada aprimora os corações.” (Emmanuel).
  • 69.
  • 70.
  • 71. Paulo sabia que sem o Cristo não podia fazer nada; Ele te fortalece para você carregar as provas e fazer o certo; E você fazer o certo é deixar manifestar o potencial divino que existe em você.
  • 72.
  • 73. Como dar graças até pelas desgraças? O problema, via de regra, é um desafio que você veio a esta vida para enfrentar. E se você for capaz de enfrentá- lo adequadamente, você desenvolverá qualidades que esse desafio se propôs a desenvolver em você. O problema é um desafio. O desafio é uma oportunidade de desenvolvimento que vai se configurar numa bênção.
  • 74. “E então dará a cada um segundo as suas obras.” (Mateus, 16:27). “O Evangelho de Cristo é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. (Romanos, 1:16). outra tradução.
  • 75. Somos herdeiros do Pai. Somos filhos Dele, e herdeiros do Seu reino.
  • 76. Confia em Deus; Tudo que plantares serás obrigado a colher; Se trabalhas na Seara do Cristo promovendo o bem colherá coisas boas. “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos, 8:38-39). trecho completo. O amor de Deus se revela em Jesus. Podemos resgatar, através da prática do Bem, o mal praticado em outras instâncias.
  • 77. Temos que saber qual é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para as nossas vidas. Buscai fazer a vontade do Pai.
  • 78.
  • 79. Paulo dizia também: ex: Parábola dos Talentos.
  • 80. “Porque eis que o Reino de Deus está dentro de vós”. (Lucas, 17:21). “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus, 6:33). Deus habita em mim.
  • 81. OBS: nada nos pertence.
  • 82. A busca pela autotransformação. Temos a liberdade, o livre-arbítrio de escolher entre todas as coisas que existem no mundo, nem tudo porém nos fazem bem. Ensinando assim a combater as imoralidades sexuais, as futilidades, porque quem se une ao Senhor é uno com Ele. Nem todas as coisas conduzem ao bem ou trazem benefício. OBS: Coríntios era a cidade mundial da prostituição e nesta ele escreveu o poema mais lindo sobre o amor.
  • 83.
  • 84.
  • 85. Compromisso com a unificação em Jesus. Unidade na diversidade.
  • 86. O compromisso com a caridade. “Mais bem aventurado é dar, do que receber.” (Atos, 20.35). Para São Paulo, a virtude da caridade deve ser para o Cristão uma resposta ao dom do amor divino, imitando a Jesus.
  • 87. A caridade não é simplesmente uma das virtudes da vida cristã, mas ela resume em si todas as virtudes. Pois quem tem a verdadeira caridade, quem verdadeiramente se deixa determinar, em seu pensar, falar, agir e desejar, pela caridade, este não faz o mal, pois pratica todas as virtudes da nossa fé. “Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei.” (Romanos 1:,8-10). “A caridade é a virtude fundamental, que deve sustentar todo o edifício das virtudes terrestres; sem ela, as outras não existem: sem caridade, não há fé nem esperança; porque, sem a caridade, não há esperança em uma sorte(futuro) melhor, nenhum interesse moral que nos guie. Sem a caridade, não há fé, porque a fé não é senão um raio puro que faz brilhar uma alma caridosa; é a sua conseqüência decisiva. [...] A caridade é a âncora eterna da salvação em todos os globos: é a mais pura emanação do próprio Criador; é sua a própria virtude, que ele dá à criatura.” (KARDEC, Allan. Revista Espírita, agosto de 1858. Pelo Espírito de São Vicente de Paulo. Sociedade de estudos espíritas, sessão de 8 de junho de 1858).Tela “A Caridade” (La Charite) - Charity - 1878 de William Adolphe Bouguereau, professor e pintor acadêmico francês.
  • 88. “Todos os deveres do homem se encontram resumidos na máxima: ‘Fora da caridade não há salvação’.” O apóstolo Paulo coloca desta forma, com muita clareza, a caridade acima da própria fé. Porque a caridade está ao alcance de todos, do ignorante e do sábio, do rico e do pobre; e porque independe de toda a crença particular. E faz mais: define a verdadeira caridade; mostra-a, não somente na beneficência, mas no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo. (KARDEC, Allan, Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap.XV, item 5). Tela de William Adolphe Bouguereau - Indigent Family (Charity) - 1865
  • 89. A poda de uma planta traz dor a ela, mas se bem feita, vai fazê-la produzir muito mais e fortalecê-la.
  • 90.
  • 91. “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. Nós somos cartas de Cristo, não escritas com tinta, mas com o Espírito de Deus, não em tábuas ou em papel, mas escritas no coração. E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;” (2º Coríntios 3:2-4). Somos como cartas vivas para vivenciar e anunciar o Evangelho de Deus. “Mas a nossa capacidade vem de Deus.” (2° Coríntios 3:5).
  • 92. A melhor liberdade é quando você se livra do que te faz mal. Liberdade, responsabilidade, respeito, disciplina e limites andam intimamente ligados.
  • 93. “É por isso que nós não perdemos a coragem. Pelo contrário: embora o nosso físico vá se desfazendo, o nosso homem interior vai se renovando a cada dia.” (2º Coríntios, 4:16).  outra tradução. A morte é passagem para a vida definitiva.
  • 94. “Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!” (2º Coríntios, 5:17).  outra tradução. É preciso deixar ir o Homem Velho e deixar vir(surgir) o Homem Novo.
  • 95. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João, 8:32). “Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a verdade, antes que a verdade vos surpreenda. Suai agora para não chorardes depois. ” (XAVIER, Francisco Cândido. Nosso Lar, Ditado pelo Espírito André Luiz. Capítulo 1). “ Poderoso é o sol da Verdade” (Eurípedes Barsanulfo).
  • 96. Desperta o novo homem, iluminado pelos ensinamentos do Cristo, pois, sem autoconsciência não há autotransformação.
  • 97. “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João, 8:12). “Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.” (João, 12:46). “Vós sois a luz do mundo.” (Mateus. 5:14).
  • 98. “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (Mateus 22:37-40) / (Lucas, 10:27) / (Marcos, 12:30).
  • 99. Não podemos burlar nenhuma Lei Divina, verdadeiramente, podemos tentar descumpri-la, mas é uma tentativa vã. Nenhuma criatura tem o poder de impedir o cumprimento de uma Lei instituída pelo Criador. Todo mau uso do nosso livre-arbítrio, nos trará, mais cedo ou mais tarde o sofrimento.
  • 100.
  • 101. Porque na verdade não estamos aqui para fazer nada por nós e sim para o Criador, porque fazendo p/ o Criador se faz p/ o Universo e por você mesmo, por isso amar a Deus sobre todas as coisas.
  • 102.
  • 103. Obs.: Não é ter curiosidade com o mal e experimentá-lo, mas sim observar se todos os espíritos são de Deus. “Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas, que se levantaram no mundo.” (1º João, 4:1).
  • 104.
  • 105. “Em toda tarefa, porém, lembra-te do Cristo e passa adiante com o teu esforço sincero. Não te perturbem as desconfianças, a calúnia e a má-fé, atento a que Jesus venceu galhardamente tudo isso!...” (p.148). “- Nesse labor (...) se topares incompreensão e luta em Jerusalém, não desesperes nem esmoreças. Semeaste por lá certa confusão nos espíritos, é justo recolhas os resultados.” (p.148). Gamaliel para Paulo - (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 2). “- És feliz (...) porque compreendeste o programa de Jesus a teu respeito. Não te doa a recordação dos martírios sofridos, porque o Mestre foi compelido a retirar-se do mundo pelos tormentos da cruz. Regozijemo-nos com as prisões e sofrimentos. Se o Cristo partiu sangrando em feridas tão dolorosas, não temos o direito de acompanhá-lo sem cicatrizes...” (p.268). João para Paulo - (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, 2ª Parte, Capitulo 7).
  • 106. Se você Espírita tem experimentado, na sua vida pessoal naufrágios, apedrejamentos e golpes diversos; não deixe de conhecer a vida de Paulo de Tarso, pois nela Jesus nos ensinou a sabedoria da Paz interior e da comunhão de seu amor, mostrando-nos que…. TUDO É POSSÍVEL.
  • 107. “A contribuição de Estevão e de outros personagens desta história real, vem confirmar a necessidade e a universalidade da lei de cooperação. E, para verificar a amplitude desse conceito, recordemos que Jesus, cuja misericórdia e poder abrangiam tudo, procurou a companhia de doze auxiliares a fim de empreender a renovação do mundo. Aliás, sem, cooperação, não poderia existir amor; e o amor é a força de Deus, que equilibra o Universo. Oferecendo pois, este humilde trabalho aos nossos irmãos da Terra, formulamos votos para que o exemplo do Grande Convertido, se faça mais claro em nossos corações, afim de que cada discípulo, possa entender quanto lhe compete trabalhar e sofrer, por amor a Jesus Cristo.” - Emmanuel (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Breve notícia).
  • 108. "Sem Estevão, não teríamos Paulo de Tarso" – Emmanuel. (XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel, Breve notícia).
  • 109. “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses, 3:13-14).  trecho completo. Consciência e compromisso.
  • 110. Bíblia Sagrada. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. JACINTO, Roque. Conversão de Paulo de Tarso. LAGAZZI, Inês B.. Paulo de Tarso o Apóstolo de Cristo. editora: Paulinas. WRIGHT, N. T.. Paulo: novas perspectivas,, Edições Loyola, 2009. XAVIER, Francisco Cândido. Paulo e Estêvão. Ditado pelo espírito de Emmanuel. XAVIER, Francisco Cândido. Sementeira de Luz. Ditado pelo espírito de Neio Lúcio.