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O Homem Cujos Olhos São Abertos
Capítulo 2
O Resultado da Visão Espiritual
Capítulo 3
Vendo ao Senhor eVendo a Nós Mesmos
Capítulo 4
O Homem que RecebeVisãoEspiritual
Capítulo 5
A Causa e a Baseda Cegueira
Capítulo 6
Buscar a Glória deCristo como o FilhodeDeus
Capítulo 7
Ver a Glória deCristo Como Filhodo Homem
2
Prefácio à Edição emPortuguês
Assim comoA. W. Tozer,T. Austin-Sparks tem sidoconsiderado um dos
profetas de maior projeção da Igreja do século XX. Suas obras eminglês são
altamente estimadas na Inglaterra e nas outras regiões delíngua inglesa do
mundo e têm sido acolhidas com abundantelouvor por muitos líderes cristãos
bem conhecidos, incluindo Watchman Nee,da China, e BakhtSingh, da índia.Por
isso, devemos nossa gratidão aos responsáveis pela publicaçãodesta tradução
em português.
O próprio valor intrínsecodesta obra assegura que ela será recebida com
apreço. Herdeirode G. Campbell Morgane JessiePenn-Lewis quando jovem, e
aprendendo aos pés dessas pessoas, o sr.Sparks tem profundo conhecimento da
Palavra deDeus e um discernimentoespiritualsingular,unidos aos dons de
consideraçãooriginale devigorosa expressão. Como alguémquepercebeu o
valor das obras deSparks quandoas lipela primeira vez, eminglês,há muitos
anos, estou especialmente contenteemvê-las disponíveis em português a um
amplo círculo deleitores, ecordialmente as recomendo a todos os santos de
língua portuguesa.
ChristianChen
Flushing,NY, abrilde 2000
3
Prefácio da Editora dos Clássicos
Esta obra nos revela,deforma clara e singular,queno terrenoda vida
espiritualcom Deus existem as seguintes classes depessoas:os que nasceram
cegos e nunca viram(Jo 9); os quereceberam visão, porém incompleta (Mc 8);
aqueles que têmvisão real e nítida, mas ainda carecemdo espíritode sabedoria e
de revelaçãopara atingir uma esfera mais ampla e completa no propósitode
Deus (Ef 1); e os que viram eavançaramcomDeus,mas, devido ao orgulho,
perderam a visão espiritual, porém com umfator adicional: eles pensam que
vêem, mas estão cegos para sua própria cegueira. Esta foi a tragédia da igreja em
Laodicéia (Ap 3).
T. Austin-Sparks desvenda a causa da doença do nosso tempo,da Igreja e
do ministério,o resultado da perda da visãoespiritual, e que somentea visão
governa o início da vida cristã e seucrescimentoe queela é o segredo para o
ministério abundante.
"Onde está a voz de autoridade hoje? (...) Estamos desfalecendo
terrivelmente em cada área da vida, pela ausência da voz deautoridade. Aigreja
está desfalecendopela ausência da voz deautoridade, ausência daquele tom
profético: 'Assim diz o Senhor!'. O mundo está desfalecendo pela ausência de
autoridade,e essa autoridadeestá comaqueles queviram."
Uma obra imperdível que ajudou muitos a conheceremmelhor aoSenhore
ainda surpreendea todos que a lêem!
São Paulo, 05de abrilde 2006
4
Um Testemunhosobreesta Obra
Em meados dos anos 90um irmão queeunão conhecia meligou dizendo
que, tendobuscado as obras de Sparks em português ou espanhol, havia recebido
informações depaíses da Europa dequeeu as estava publicando. Fiquei surpreso,
pois eu não estava fazendo isso.
Através desseirmão,o Senhor abriu as portas para me relacionar com
irmãos queviviam emDeventer,Holanda, evinham sendo usados pelo Senhor
para publicar as mensagens deSparks eminglês eem espanhol,através da
revista The GoldenCandlestick, El Candelero deOro, pela Stichting Godss Akker
(Fundaçãoo Campode Deus).
Por essetempo, tambémrecebido irmão DélcioMeireles a traduçãode Não
se Escandalize com o Senhor, deSparks,comum bilhete que dizia: "Fuitocado
pelo Senhor para traduzir esta obra,mas entrego aoirmão para publicá-la".
Em maio de 1996eu havia liberadouma sériede mensagens sobreVinho
Novo em Odres Novos — ARelação entreo Avançoda Revelação da Palavra e as
'Estruturas"da Igreja e da Obra numa conferência entrenossos colegas de
ministério no âmbito da obra em alguns lugares no Brasil.Comovários irmãos
desejaramterpor escrito as mensagens faladas,embora não fosseminha
intenção escrever um livro, tomei a liberdade deproduzi-lo para serviraos irmãos
mais próximos. Quando eujá estava por volta da página 58, etambémme
preparava para ministrar a Palavra em outra conferência, mechegouàs mãos a
mensagem VisãoCelestialem espanhol.
Quando comeceia ler,estando ainda nas páginas iniciais,a presença de
Deus se manifestoude forma muitofortee percebi queSua unção medizia que
eu deveria publicar esta obra de Sparks. Foiuma experiência muito singular, pois
entendiqueDeus levantou o ministériode Sparks de forma especial equesuas
mensagens deveriamser publicadas para Seu povo delíngua portuguesa, que
havia brechas noâmbito da obra deDeus,queo ministériode Sparks era
necessário para complementare enriquecer Sua Igreja. Assim, eu mesentia
"perseguido por Sparks" e aceiteio forteencargode publicar suas obras.
Em maio de 1999o Senhorme levou à Holanda para ter comunhão
pessoalmente com os irmãos quepublicavamSparks e nestetempoiniciamos
juntos a publicação gratuita da revista O Chamamento Celestial, onde, nos três
primeiros volumes,publicamos integralmente esta obra Visão Espiritualem
português. Entretanto, somente agora, passados alguns anos, me sinto
plenamenterealizadocom a publicação integral desta obra em forma de livro e,
assim, poderalcançar umpúblico bem mais amplo.
Em abril de 2000 publicamos a primeira obra de Sparks em português em
forma de livro, O Testemunhodo Senhor e a Necessidadedo Mundo,queé o
primeirovolumedesta SérieRiquezas deCristo. Nela você encontrará uma
pequena biografia deSparks, que vale a pena ser lida. O prefácioà versão em
português foi feito por Christian Chen, a quemmuitoagradecemos noSenhor por
sua semprepresentecolaboração, e está inserido nesta obra.
5
Finalmente, só nos resta agradecer a Deus por Sua maravilhosa graça e
cuidado em nos guiar na publicação desta rica contribuiçãoaoCorpo deCristo.
Estamos diantede uma obra especial, deum rico ministério que tem sido usado
para abençoar etransformar muitos dos servos do Senhor ao redor domundo.
Que possamos lê-la em oração e em espíritopara tocarmos em sua unção e
riquezas espirituais por trás das letras.
Ao Senhor toda glória!
Unicamentepelos interesses deCristo,
Gerson Lima
São Paulo, 29de marçode 2006.
Capítulo 1
O Homem Cujos Olhos São Abertos
"Então, o Senhorabriuos olhos a Balaão, ele viu o Anjodo Senhor, que
estava no caminho,coma sua espada desembainhada na mão; peloqueinclinou
a cabeça eprostrou-secomo rostoem terra"(Nm 22:31).
"Proferiu a sua palavra edisse:Palavra deBalaão,filho deBeor, palavra do
homem de olhos abertos; palavra daquelequeouve os ditos deDeus, o que tem
a visão doTodo-Poderosoe prostra-se,porém deolhos abertos..."(Nm 24:3, 4).
"E foram para Jerico.Quandoelesaía deJerico, juntamente com os
discípulos enumerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho deTimeu, estava
assentadoà beira do caminho... Perguntou-lhe Jesus: Quequeres queeu te faça?
Respondeu o cego:Mestre, que eu tornea ver. Então, Jesus lhe disse: Vai,a tua fé
te salvou. Eimediatamentetornoua vere seguia Jesus estrada afora"(Mc 10:46,
51, 52).
"Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhesaliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-
lhe: Vês alguma coisa?
Este, recobrando a vista, respondeu:Vejoos homens,porquecomo árvores os
vejo, andando.Então, novamentelhepôs as mãos nos olhos, e ele, passandoa
ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia demodoperfeito"(Mc 8:23-25).
"CaminhandoJesus, viuum homem cego denascença...dizendo-lhe: Vai,
lava-te notanque deSiloé(quequer dizer Enviado). Ele foi, lavou-see voltou
vendo... Eleretrucou:Se é pecador,não sei; uma coisa sei:eu era cegoe agora
vejo"(Jo 9:1, 7, 25).
"...para queo Deus denosso Senhor Jesus Cristo,o Paida glória, vos
conceda espírito desabedoria e derevelação noplenoconhecimento dele,
iluminados os olhos dovossocoração, para saberdes qualé a esperança do seu
chamamento,quala riqueza da glória da sua herança nos santos..."(Ef1:17,18).
"Aconselho-te quede mim compres ouro refinado pelo fogo para te
enriqueceres,vestiduras brancas para te vestires,a fim dequenão seja
manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fimde que
vejas"(Ap 3:18).
".. .para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da
potestadedeSatanás para Deus, a fim dequerecebam eles remissão depecados
e herança entre os que são santificados pela fé emmim"(At 26:18).
Creio que a fraseusada por Balaãoseencaixa muitobemno início da nossa
presente meditação: "O homemcujos olhos são abertos".
6
A CAUSADADOENÇADO NOSSO TEMPO
Quando contemplamos o estado de coisas no mundo hoje, ficamos
profundamente impressionados e oprimidos coma prevalecente doença da
cegueira espiritual. Ela é a causa da doença do nosso tempo.Nãoestaríamos
muito errados sedisséssemos quea maior parte dos problemas, senãotodos,
que o mundo está sofrendo tem sua origemnaquela raiz: a cegueira
1
. As
multidões estão cegas; não há dúvida sobreisso. Numdia emqueseimagina ser
um dia de inigualável iluminação,as multidões estão cegas.Os líderes estão
cegos; guias cegos guiando outros cegos.Mas numa grandeescala, o mesmo é
verdadeirocomrespeito ao povo deDeus. Falando demodo geral, os cristãos hoje
são muito cegos.
UMEXAME GERAL DO TERRENO DA CEGUEIRA ESPIRITUAL
As passagens quelemos cobremde modogeraluma grande parte,senão
for o todo, do terreno da cegueira espiritual.Elas começamcomaqueles que
nunca viram, quenasceram cegos.
Depois há aqueles que receberamvisão, mas não estão vendomuito, istoé,
não claramente — "homens andandocomo árvores" —, mas chegam a vermais
perfeitamente mediante uma posteriorobra da graça.
Depois há aqueles que têm visãoreale nítida, mas para quemuma esfera
ampla dopensamentoe propósitodivinoainda aguarda uma obra mais completa
do EspíritoSanto.
".. .para .. .que vos conceda espírito desabedoria e derevelação nopleno
conhecimentodele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual éa
esperança do seu chamamento,quala riqueza da glória da sua herança nos
santos e quala suprema grandeza do seupoder para com os quecremos..."(Ef
1:17-19).
Estas palavras são dirigidas a pessoas quetêm visão,mas para as quais
esta ampla esfera designificado divino aguarda queconheçam uma obra mais
plena do Espírito Santo, na questãoda visãoespiritual.
Em seguida estão aqueles que viram eseguiram,mas perderam a visão
espiritualqueuma vez possuírame agora estãocegos, mas comum fator
adicional: eles pensamquevêeme estãocegos para sua própria cegueira. Esta
foi a tragédia de Laodicéia.
Depois vêm aquelas duas classes representadas por Balaão eSaulode
Tarso. Balaão, cegadopelo lucro, oupela possibilidadede lucro. Esse, creio eu, éo
significadono NovoTestamento para a expressão"seguiro caminhodeBalaão". E
ficar tão tomadocoma questãodo ganhoe da perda, a ponto deficarcegopara
os grandes projetos e propósitos deDeus, não vendo o próprio Senhor no caminho
1
Escrito em 1942, Segunda Guerra Mundial.
7
e, por meio dessa cegueira, chegandoperto deser ferido no trajeto.Adeclaração
aqui é muito definida.Balaão não viu o Senhor até o Senhor lhe abrir os olhos;
então ele viu o Senhor. "O Anjo do Senhor", como está no texto. Eu não tenho
muita dúvida dequeseja o próprio Senhor.Então eleviu.
Mais tarde elefez aquela dupla declaraçãosobreo assunto: "O homem de
olhos abertos"e "prostra-se, porém deolhos abertos". Tal é Balaão, umhomem
cegado por considerações deum caráter pessoal, deuma natureza pessoal, de
como as coisas o afetariam. Ecomo tais considerações cegam ondeas questões
espirituais estão envolvidas!
Se você ou eu estacionarmos nesta questão, estaremos emmuigrande
perigo. Se apenas por ummomento permitirmos serinfluenciados por tais
questões como: Dequemodo isso meafetará? Quanto isso mecustará? O que
vou ganhar ouperder comisso?, esteé o momentoem queas trevas podem
tomar possedos nossos corações e aíseguimos no caminho deBalaão.
Bem, por outroladotemos Saulode Tarso.Nãohá dúvidas quanto à sua
cegueira. Sua cegueira era seuzeloreligioso,seu zelo por Deus, seu zelopela
tradição,seu zelo porsua religião histórica,seu zelo peloestabelecido e aceito no
mundo religioso. Era um zelo cego,sobreo qual mais tardeprecisoufalar: "Na
verdade, a mim meparecia quemuitas coisas devia eupraticar contra o nome de
Jesus, o Nazareno..."(At 26:9). "Amim meparecia"que"eu devia". Que
reviravolta tremenda aconteceuquando ele descobriu que as coisas que ele
pensava eapaixonadamentepensava quedevia fazer, a fim deagradar a Deus e
satisfazer sua própria consciência, eram totalmente opostas a Deus eao caminho
do bem e da verdade. Certamente Saulo permanececomo uma advertência
constante para todos nós de que o zelo por alguma coisa não prova
necessariamente que certa coisa écorreta e que estamos no caminhocerto.
Nosso própriozeloem si mesmopode seralgo quecega e nossa devoção pela
tradição a nossa cegueira.
Creio que os olhos têm umlugar muito amplona vida dePaulo. Quando
seus olhos foram abertos espiritualmente, seus olhos foram cegados
naturalmente,e podemos usar isso comouma metáfora.Autilizaçãodos olhos
religiosos naturais extremamente fortes podeser apenas uma indicaçãode quão
cegos somos, e podeser que,quando tais olhos naturais religiosos forem
cegados, veremos algo,e sóquando isso aconteceré queveremos algo.
Para muitas pessoas o queas impede deveré o fatodeverem demais na
direçãoerrada. Elas estão vendo comsentidos naturais,faculdades naturais da
razão, intelectoe . do conhecimento; tudo isso está nocaminho.
Paulo selevanta para nos dizer que, algumas vezes, para vermos em
realidade,é necessárioficarmos cegos. Éevidentequeisso deixousua marca
nele, assimcomo o dedodo Senhordeixou Sua marca em Jacó,para o restode
sua vida. Paulo esteve na Galácia emais tarde escreveu sua carta a eles: "Pois
vos dou testemunhode que, sepossívelfora, teríeis arrancado os próprios olhos
para mos dar"(4:15). Eleestá dizendo queeles notaramsua aflição, estavam
conscientes daquela marca queseestendeudesde o caminho deDamasco e
sentirampor eletantoque, se fosse possível,teriamarrancado os olhos para dar
a ele.
Mas é maravilhoso que a comissão que Paulo recebeu quando foi
naturalmente cegado no caminho deDamasco foi toda sobreos olhos. Eleficou
8
cego e outros o levarampela mão para Damasco. Mas o Senhor nesta hora lhe
disse: ".. .para os quais eute envio,para lhes abrires os olhos e os converteres
das trevas para a luz e da potestadede Satanás para Deus..."(At 26:17, 18).
Estas passagens trazem suas próprias mensagens a nós, mas elas cobremo
terreno deforma bem geral em relaçãoà visãoespiritual. Existem, naturalmente,
muitos detalhes, mas não procuraremos examiná-los no momento.
Prosseguiremos comesta consideraçãogeral.
A VISÃO ESPIRITUAL ÉSEMPRE UMMILAGRE
Depois decobrirmos todoo terreno demodo geral,voltamos para observar
uma característica particular e peculiar em cada caso,queé: a visão espiritual é
sempre ummilagre. Este fato leva com eletodo o significado da vinda do Filho de
Deus a estemundo. Aprópria justificativa para a vinda do SenhorJesus Cristo a
este mundo éencontrada naquilo queestá estabelecido na Palavra deDeus, pois
é uma questãoresolvida para o próprio Deus queo homem agora nascecego: "Eu
vim como luz para o mundo"(Jo 12:46); "Eu sou a luz do mundo"(9:5). Essa
declaração, comovocêsabe,foi feita exatamente naquela parte doEvangelho de
João ondeo Senhor Jesus está lidando coma cegueira. "Enquantoestouno
mundo, soua luz do mundo"(9:5) e Ele ilustrouisso lidando como homemque
nasceucego.
De modo que a visão espiritual ésempreum milagredo céu. Issosignifica
que aquelequevê espiritualmentetem ummilagrelogo nofundamentoda sua
vida. Toda a sua vida espiritual brota deum milagre,e é o milagredereceber a
visão nos olhos quenunca viram.Eexatamente aqui que a vida espiritual
começa,ondea vida cristã tem seu início:no ver.
E qualquer que prega devetereste milagreemsua história.O que prega
dependetotalmentedessemilagreserepetirno caso detodos aqueles queo
ouvem. Nesseaspectoele étotalmenteimpotentee tolo. Talvez seja aqui que,
num sentido,descobrimos "a loucura da pregação".
Um homem podeter visto e podeestar pregando o que eleviu, mas
nenhum dos queo ouvemviu ouvê o queeleviu.Assimele está dizendo aos
cegos: "Vejam!". Eeles nãovêem.Ele dependeinteiramentedo Espíritode Deus
vir e realizar um milagre nesse momento e nesse lugar. Amenos queeste milagre
seja realizado, sua pregação évã notocanteaoresultado desejado.
Não sei o quevocê diz quando chega a uma reunião e curva sua cabeça
para orar, mas faço uma sugestão.Ali podeestar sendoapresentado aquilo que
veio de um milagrenaquelequeestá pregando ou ensinandoe você podeperder
tudo. Asugestão équevocêpeça sempreaoEspíritoSanto para operar aquele
milagre em você novamentenesta hora, para que possa ver.
Vamos prosseguirum poucomais. Cada parte de uma nova visãoé uma
obra do céu.Nãoé algo feitoplenamentedeuma vez por todas.Epossível
prosseguirmos vendo e vendo, e vendo ainda mais plenamente,mas com cada
novo fragmento da verdade, esta obra que nãoestá emnosso poder deve ser
realizada. Avida espiritual nãoé um milagre apenas emseu começo; é um
milagre contínuo nesse sentidoaté o final. Eissoquebrota das passagens que
lemos.
9
Um homem podeter tido umtoque, e,embora fosse cego antes,sem nada
ver, agora elevê.Entretanto elevê apenas umpouco, tantona medida quantona
extensão, e,por isso,vê imperfeitamente. Ainda existe certa quantidadede
distorçãoa respeito da sua visão. Outro toquedo céué necessário,a fimde que
ele possa vertodas as coisas correta e perfeitamente. Mas mesmo assim não éo
fim, pois aqueles queestãovendo as coisas correta e perfeitamente,dentro
daquela medida,ainda têm possibilidades deDeus de ver tais vastas extensões.
Mas ainda se necessita de umespíritode sabedoria e derevelaçãopara realizá-lo.
Por todo o caminho issoé algo docéu. Equemo conseguiria deoutro modo?
Porque nãoé a permanência constantedesseelementomilagrosoquedá à
verdadeira vida espiritualseu real valor?
O RESULTADO DAPERDADAVISÃO ESPIRITUAL
Agora chegamos àquela palavra final. Perdera visão espiritualé perder a
característica sobrenatural da vida espiritual, e issoproduz a situaçãode
Laodicéia.Se você buscar entrarno âmago dessa questão, esseestado decoisas
representado por Laodicéia, nem quentenem frio, o estado queleva o Senhor a
dizer: "Vomitar-te-eida minha boca", e se vocêdisser: "Por que éassim? O que
está por trás disso?", só uma coisa responde: a característica sobrenaturalfoi
perdida e desceu para a terra; é algo religioso, mas saiudo seu lugar celestial.E
então, podemos ver, vem a reação correspondenteaos vencedores em Laodicéia:
"Ao vencedor, dar-lhe-eisentar-secomigo no meu trono". Vocêdesceu bastante
em seu caminhopara a terra eperdeu sua característica celestial. Todavia, para
os vencedores no meiode tais condições há um lugar acima, mostrando o
pensamentodo Senhorcontra esta condição. Perder a visãoespiritualé perder a
característica sobrenatural da vida espiritual. Quando isso termina,não importa
quão religiosovocêseja, o Senhortemapenas uma palavra a dizer: compre
colírio; essa é a sua necessidade.
A NECESSIDADEDO NOSSO TEMPO
Isso nos traz à necessidade do nosso tempo, a necessidade que
naturalmente éde toda hora, detododia,de toda era.
Mas estamos mais e mais conscientes dessa necessidadeemnossa época.
Num sentido,podemos dizer quenunca houveum tempo emquehouvesseuma
necessidademaior depessoas quepudessem epossam dizer: "Eu vejo!". Essa é a
necessidadedessemomento. Grande eterrívelé essa necessidade,e antes que
ela seja satisfeita não haverá qualqueresperança. Aesperança seprendenisto:
que pessoas sejamlevantadas nestemundo, nestemundo negrode confusão,
caos, tragédia e contradição, pessoas quepossam dizer:"Eu vejo!". Se hojese
levantasse umhomemquetivesseposição para exercer influência eser levado
em consideração,um homem que viu, que nova esperança surgiria com ele! Que
nova perspectiva!Essa é a necessidade; seela será satisfeita deforma pública,
nacionalou internacional,eu nãosei.Mas ela precisa sersatisfeita deforma
espiritualpor pessoas desta terra queestejamnesta posição e possamdizer: "Eu
vejo!".
10
O cristianismo se tornou amplamenteuma tradição. Averdadefoi dividida
em verdades e colocada num LivroDourado,o Livro Dourado da Doutrina
Evangélica,uma coisa fixa e cercada. Estas são as doutrinas evangélicas.Elas
estabelecemos limites docristianismoevangélico empregação eensino. Sim, são
apresentadas em muitas evariadas formas.Sãoservidas compiadas eilustrações
interessantes e atrativas e com originalidade esingularidadeestudadas,de tal
forma que as antigas verdades nãosejamtão patentes.Têm alguma chancede
serem entendidas por causa das roupagens com que são vestidas.Depende
também da habilidade epersonalidadedo pregador ou mestre.As pessoas dizem:
"Gosto do seuestilo, da sua maneira,do seumodo dedizer as coisas!"e depende
muito disso. Todavia, quando todos esses farrapos sãodespidos, juntocomas
histórias, as piadas,as ilustrações, a personalidadee habilidadedo pregador ou
mestre,quando tudo étirado você simplesmenteganha denovoas velhas coisas.
Alguns de nós tambémviemos esuperamos o últimopregadorna maneira de
apresentá-las para queestas coisas ganhemalguma aceitaçãoe causem alguma
impressão.Nãocreioqueissoseja uma crítica negativa,porqueisso é apenas a
realidade.Ninguémvaiimaginarqueestou pedindopara mudar ou desfazer das
antigas verdades.
Mas o que estou tentando alcançar é isto: não são novas verdades,nema
mudança da verdadee simquehaja aqueles que, ao apresentar a verdade,
possamser reconhecidos por aqueles que ouvem como homens que viram. Nisso
está toda a diferença. Não sãohomens que leram, estudaram e prepararam,mas
homens que viram,a respeitodos quais existeo queencontramos emJoão9, o
elemento deassombro: "Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego e
agora vejo". Evocê sabeseuma pessoa viuou não, deondeveio e comoveio.
Esta é a necessidade: aquele algo, aquele algoindefinido,queresulta em
assombro equevocêtem que dizer: "Aquelehomemviu algo, aquela mulher viu
algo!". Éesse fatordo "ver"que faz toda a diferença.
Sim, é algo bem maior doquevocêe eu tenhamos desfrutado. Permita-me
dizer-lhe deimediatoquetodo o infernoseunecontra isso, e o homem cujos
olhos foramabertos vaienfrentar o inferno. Este homem em João 9 teveque
encará-lo deimediato. Eles o lançaram fora e atéseus pais temeramficar dolado
dele, por causa dopreço. "Ele tem idade; perguntai-o.""Sim, esteé nosso filho,
mas não pressionemdemais e não nos envolvamnisso;idea ele, esclareceitudo
com ele e deixem-nos empaz."Eles viram umsinal deperigoe estavam tentando
evitar a questão. Existeum preço para vere pode custar tudo,por causa do
grande valor dever o Senhore porser oposto a Satanás, o deus dessa era, que
cegou as mentes dos não-crentes.Nissoa obra do diabo é desfeita."Envio-tepara
lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestadede
Satanás para Deus."Satanás nãovaiaceitarisso, nem noinício nem em qualquer
medida.Ter visão espiritualé algo tremendo. Mas quegrande necessidadehoje
de homens e mulheres quepossam permanecer espiritualmentena posição em
que ficou estehomeme dizer:"Uma coisa sei: euera cego e agora vejo". Ealgo
grande estar nessa posição. Quanto eunão sei, mas uma coisa eusei: eu vejo!
Isso é algo quenão acontecia antes. Talexperiência produz um impacto,uma
certeza.Vida e luz sempre andam juntas na Palavra de Deus.Se um homem
realmentevê, existevida e elevação.Se ele está dando a vocêalgo desegunda
mão, algo estudado,lido,trabalhado, não existe vida nisso,a nãoser talvez um
11
falso e temporário interessee fascinação passageira. Mas nãoexistevida realque
faz as pessoas viverem.
De modo que nãosetrata depedir para mudar a verdade oude ter novas
verdades,mas simda visão espiritual na verdade."O Senhorainda temmais luz e
verdadepara brotarda Sua Palavra", o que realmenteé verdade.Permita-me
desfazer daquela coisa quenos tem sido imputada, se équeposso. Não
buscamos nova revelação, tampouco dizemos, sugerimos ou damos a entender
que você pode ter algofora da Palavra deDeus. Todavia, afirmamos queexistem
muitíssimas coisas que nãovimos na Palavra deDeus, mas podemos ver.
Certamente todos concordam comisso e ésó issomesmo: ver, e quanto mais
você vê, realmente vê, mais esmagado vocêsesente com respeito à coisa toda,
porque vocêsabe que chegou à divisa da terra de grandes distâncias,queestá
além do poderda experiência deum período devida tão curto.
Agora, para concluir, deixe-me repetir que,em cada estágio, desdeo início
até a consumação, a vida espiritual deveterestesegredonela: euvejo! Logo no
princípio, quando nascemos de novo, esta deveria ser a expressão ou
pronunciamentoespontâneona vida. Nossa vida cristã devecomeçar ali. Mas por
todo o caminhoaté a consumação finaldeveserassim, o resultado desse milagre,
de tal forma quevocê eeu sejamos mantidos nesta atmosfera deassombro, o
fator assombrorepetido muitas vezes, tornando cada nova ocasião como se fosse
algo que nunca tivéssemos visto.
Mas posso dizer também que geralmenteuma nova manifestação do
Espírito dessa forma vemdepois doescurecimento detudo o queaconteceu
antes.Parecequeo Senhor temquetorná-lo necessário, a fim dechegarmos ao
ponto de clamar: "Amenos que o Senhor mostre, a menos queo Senhor revele, a
menos queo Senhorfaça algonovo,tudo o quedantes aconteceué como nada.
Nada dissomesalvará agora!". Assim Elenos conduz a um lugar escuro, um
período escuro. Sentimos que aquilo que aconteceuantes perdeu o poderque
tinha para nos tornar alegres e triunfantes.Essa é a maneira deo Senhornos
manter avançando. Se nos fossepermitido continuar satisfeitos como que
alcançamos em qualquerestágio, enãosentíssemos a necessidadeabsoluta de
algo que nunca tivemos, será queprosseguiríamos? Certamentequenão!Para
nos manter prosseguindo o Senhor tem que introduzir aquelas experiências em
que é absolutamentenecessário que vejamos o Senhore O conheçamos deuma
maneira nova. Issodeve serassimportodoo nosso caminho atéo fim. Podeser
uma série decrises devere vernovamentee novamentever, à medida queo
Senhor abrenossos olhos esejamos capacitados a dizercomo nunca dissemos
antes: "Eu vejo!". De modoquenão é o nossoestudo,nosso aprendizado, nosso
conhecimentode livros, mas sim umespírito desabedoria e derevelaçãono
conhecimentodEle, os olhos do coraçãoiluminados. Eesse"ver"que manifesta o
tom de autoridadetão necessário. Esseé o elemento, a característica exigida
hoje. Não é apenas o ver pelo fato dever, mas sim a introdução deum novo tom
de autoridade.
Onde está a voz deautoridadehoje? Onde estão aqueles queestão falando
com autoridade? Estamos desfalecendo terrivelmenteemcada área da vida, pela
ausência da voz deautoridade.Aigreja está desfalecendopela ausência da voz
de autoridade, ausência daqueletom profético: "Assim diz o Senhor!". O mundo
está desfalecendopela ausência deautoridade, e essa autoridadeestá com
12
aqueles que viram.Existemais autoridade nohomemnascido cego que vê, em
seu testemunho— uma coisa eu sei: euera cego,mas agora vejo-, do queem
todo o Israelcomtoda a sua tradição econhecimento. Enãoseria issoquetinha
tanto peso a respeitodo Senhor Jesus? Pois "eleas ensinava comoquem tem
autoridade enãocomo os escribas"(Mt 7:29). Isso ébastantehostil. Os escribas
eram as autoridades; sealguém quisesseuma interpretaçãoda lei, eleia aos
escribas. Sequisesse saber qualera a posição autorizada, eleia aos escribas. Mas
Ele falava comalguém que tinha autoridade enão como os escribas. Deonde
vinha talautoridade? Simplesmenteporqueem todas as coisas Ele podia dizer:
"Eu sei!". Não é o que tenho lido, o quemefoi contado, o que estudei, mas sim
isto: "Eu sei!Eu vi!".
Que o Senhor faça decada umde nós pessoas cujos olhos foram abertos.
13
Capítulo 2
O Resultado da Visão Espiritual
"Proferiu a sua palavra edisse:Palavra deBalaão,filho deBeor, palavra do
homem de olhos abertos; palavra daquelequeouve os ditos deDeus, o que tem
a visão doTodo-Poderosoe prostra-se,porém deolhos abertos..."(Nm 24:3,4).
"E foram para Jerico.Quandoelesaía deJerico, juntamente com os
discípulos enumerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho deTimeu, estava
assentadoà beira do caminho... Perguntou-lhe Jesus: Quequeres queeu te faça?
Respondeu o cego:Mestre, que eu tornea ver. Então, Jesus lhe disse: Vai,a tua fé
te salvou. Eimediatamentetornoua vere seguia Jesus estrada afora"(Mc 10:46,
51,52).
"Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhesaliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-
lhe: Vês alguma coisa?
Este, recobrando a vista, respondeu:Vejoos homens,porquecomo árvores os
vejo, andando.Então, novamentelhepôs as mãos nos olhos, e ele, passandoa
ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia demodoperfeito"(Mc 8:23-25).
"CaminhandoJesus, viuum homem cego denascença...dizendo-lhe: Vai,
lava-te notanque deSiloé(quequer dizer Enviado). Ele foi, lavou-see voltou
vendo... Eleretrucou:Se é pecador,não sei; uma coisa sei:eu era cegoe agora
vejo"(Jo 9:1, 7, 25).
"...para queo Deus denosso Senhor Jesus Cristo,o Paida glória, vos
conceda espírito desabedoria e derevelação noplenoconhecimento dele,
iluminados os olhos dovossocoração, para saberdes qualé a esperança do seu
chamamento,quala riqueza da glória da sua herança nos santos equala
suprema grandeza do seupoder para com os que cremos, segundo a eficácia da
força do seupoder"(Ef1:17-19).
".. .pois dizes: Estourico e abastado e não precisode coisa alguma, e nem
sabes quetu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego enu"(Ap 3:17).
"... livrando-tedo povo e dos gentios,para os quais eute envio,para lhes
abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestadedeSatanás
para Deus,a fimde que recebameles remissãode pecados e herança entreos
que são santificados pela fé emmim"(At 26:17,18).
Logo no início da nossa meditaçãoanterior estivemos falandoda causa da
doença donosso tempo, que éa cegueira espiritual. Tomamos aquelas passagens
que lemos e observamos como elas, deforma geral,cobremtodo o terrenoda
cegueira e da visãoespiritual. Depois passamos a falar sobre o fatorcomum
nestes casos queé: a visão espiritual ésempreum milagre.
14
Ninguém temverdadeira visão espiritual pornatureza. Ela é algo quevem
do céu como uma açãodireta de Deus; éuma faculdadequenão está aqui
naturalmente,mas temqueser criada.De modoquea própria justificação para a
vinda de Cristo docéu a estemundo éachada nestefato: o homemnascecegoe
precisa deum visitantedo céu para lhedarvisão.
Por fim, vimos que perder a visão espiritual é perder o elemento
sobrenatural na vida cristã; este era o problema deLaodicéia. Prosseguimos
vendo que a grandenecessidade da época éde cristãos querealmente possam
dizer: Eu vejo! Penseemvocênascendo cego evivendo talvez atéa maturidade
sem ter visto nada nem ninguéme, derepente, seus olhos sãoabertos para ver
tudo e todos. O sentimento deassombro estaria ali. O mundo seria ummundo
maravilhoso.
Imagino quequando aquelehomemem João 9 foipara casa,ele dizia
constantemente: "E maravilhoso ver as pessoas e todas estas coisas!".
Maravilhoso!Esta seria a palavra mais encontrada em seus lábios. Sim, mas
existeuma contraparteespiritual, ea grande necessidadeé depessoas que têm
assombro espiritual em seus corações todoo tempo, aquiloquenasceu pela
revelação do Espírito Santo e é umassombro constante ecrescente.Éum novo
mundo, um novouniverso. Esta é a necessidadedo nossotempo: Eu vejo!
Nesta meditaçãovamos seguir depertoa idéia dequeem cada estágio da
vida cristã, doinício à consumação, o segredo deveser apenas este: Eu vejo.
Nunca vi como vejo agora!Nunca vi dessa forma.Nunca vi comessa perspectiva,
mas agora euvejo!Deve serassimtodo o tempo, doprincípio ao fim,sea vida é
uma verdadeira vida noEspírito.Por umcurto espaçode tempo pensemos em
uma ou duas fases da vida cristã que devem sergovernadas por esta grande
realidade deverpela operaçãodivina.Vocêvaiselembrar bastanteda Palavra de
Deus enquanto falo, vendo o quanto existenas Escrituras a esserespeito.
A VISÃO GOVERNAO INÍCIO DAVIDACRISTÃ
O que é o inícioda vida cristã? Eum ver. Deveser umver.Aprópria lógica
das coisas exigequeseja um ver; por esta razão,o tododa vida cristã deve ser
um movimento progressivonuma linha, emdireção a um fim.Alinha e o fim é
Cristo. Esta foi a questão como homemnascido cego em João 9. Vocêselembra
como, depois deo teremlançado fora, Jesus o encontroue lhedisse: "Crês tu no
Filho do Homem?". Eo homem"respondeu edisse: Quem. é, Senhor, para que eu
nele creia? EJesus lhe disse: Já o tens visto,e é o que fala contigo. Então, afirmou
ele: Creio, Senhor; e o adorou". O resultado da visão espiritual é o
reconhecimentodo Senhor Jesus e será assim por todo o caminho doprincípio ao
fim.
Podemos dizer quea nossa salvação foi uma questão dever-nos como
pecadores. Mas setivéssemos paradoali,nossa expectativa teria sido muito
pobre. Ou podemos dizerqueé ver Cristo morrendo pelos pecadores. Isso émuito
bom, mas nãoo bastante. Amenos que vejamos quem Cristoé, aquela coisa sutil
e fatal queafirma que muitos soldados britânicos tiveram uma mortetão heróica
por seus companheiros como foia mortedeJesus podeencontrarabrigoem
nossos corações, semdiscernirou discriminar entre ume outro.Não, toda a
questão é resumida nover a Jesus.
15
Quando realmentevemos a Jesus,o queacontece? O que aconteceucom
Saulo de Tarso? Bem, uma porçãode coisas aconteceu, e coisas poderosas que
nada mais, senão o vera Jesus, poderia produzir. Nunca poderíamos persuadir um
Saulo de Tarsoa se tornarcristão, tampoucoamedrontá-lo. Não poderíamos
convencê-lo por meiode argumentos nempor meio da emoçãoa se tornarum
cristão. Para tirá-lodo judaísmo era necessário algo mais do quese poderia
encontrar na Terra. Mas eleviu Jesus deNazaré, eisso foi o bastante. Agora ele
está fora, é umhomememancipado, eleviu.
Mais tarde eletem queenfrentara grande dificuldade dos judaizantes,que
o seguem onde quer quevá visandoperturbar a fé dos seus convertidos, para
arruinar sua posição emCristo,sejá nãohaviamconseguidoisso (refiro-meaos
convertidos e igrejas na Galácia).Então elelevanta denovotoda a questão no
tocanteaoquerealmente éum cristão efocaliza estemesmo pontono que
aconteceuna estrada de Damasco.
A Carta aos Gálatas podeser resumida assim: o cristãonão é alguémque
faz isso e aquiloe deixa defazer isso e aquilo por serem coisas proibidas. O
cristãonão é alguémgovernado pelas coisas exteriores deum modode vida, uma
ordem, um sistema legalísticoquediz: "Vocêdevee você não deve". O cristão
está incluído nesta declaração:"... aprouve[a Deus]revelarseu Filhoem mim..."
(Gl 1:15, 16). Esta é apenas outra forma dedizer: "Ele abriumeus olhos para ver
a Jesus", pois as duas coisas são idênticas.
A estrada de Damasco éo lugar."Quem és,Senhor? Eu souJesus de
Nazaré.""Aprouve[a Deus]revelar seuFilho emmim."Isso é uma e a mesma
coisa. Ver deforma interior: isso faz um cristão!"Deus... resplandeceuem nosso
coração, para iluminação doconhecimento da glória deDeus, na face deCristo"
(II Co 4:6). "Em nossocoração."Cristo,assimcomunicado e revelado no interior, é
o que faz um cristão.O cristãofará ou nãofará certas coisas não pela anunciação
de certas leis cristãs,muito menos pelas judaicas,mas conformea direção
interiordo EspíritoSanto,, porCristo no coração. Eissoquefaz um cristãoe nisso
é lançado o fundamento para todo o resto,até a consumação, porque será apenas
isso de forma crescente. Assim o fundamento deve ser conforme a
superestrutura. Tudo faz parte deuma peça.Ever e ver a Cristo.
Esta é uma declaração ousada sobre a qualmuitomais poderia serdito.
Mas é um desafio.Temos que nos perguntar: sobre qual fundamentodescansa a
nossa vida cristã? Esobrealgo exterior, algo quelemos,algo que nos foicontado,
algo que nos foi ordenado, algo que nos amedrontouou emocionou, outemcomo
base isto: "Aprouve[a Deus}revelar seuFilho emmim"? Quandoeu O vi, vique
pecadoreu sou etambémvi queSalvador Eleé. Isso aconteceuporqueeu O vi!
Sei como issoé elementarpara uma conferência de cristãos, mas às vezes
é bom examinarnossos fundamentos.Nunca saímos desses fundamentos. Não
vamos crescer e nos tornartão maravilhosos a ponto dedeixartudopara trás.
Tudo faz parte deuma peça só. Não quero dizer que permanecemos nesseestágio
elementar toda nossa vida,mas levamos o caráter dos nossos fundamentos atéo
fim. Agraça quelançou o fundamento trará a pedra dearrematecomaclamações
de "graça, graça!". Tudo será isto:a graça deDeus abrindonossos olhos. Não vou
me deter mais nesseponto.
A VISÃO GOVERNA O CRESCIMENTO ESPIRITUAL
16
Vamos passar para o crescimento.Como o início épelo ver, assim também
é o crescimento. O crescimento espiritual vem através do ver. Desejo que você
pense nisso. Temos quever sedesejamos crescer. O queé crescimento espiritual?
Responda cuidadosamente em seu coração. Penso que algumas pessoas
imaginam que o crescimento espiritualé adquirir cada vez mais verdades. Não,
não necessariamente.Vocêpode crescerem talconhecimento à medida que
cresce,mas nãoé apenas isso. O queé crescimento? Eser conformadona
imagem do Filho deDeus. Esteé o fime é nessa direçãoqueestamos nos
movendo deforma progressiva, firme econsistente.
Crescimento pleno,maturidadeespiritualé sermos feitos conformea
imagem do Filho deDeus. Issoé crescimento.Então, sefor assim, Paulo nos diz:
"E todos nós, como rostodesvendado, contemplando,como porespelho, a glória
do Senhor, somos transformados, deglória em glória,na sua própria imagem,
como pelo Senhor, o Espírito"(II Co 3:18). Somos conformados pelo ver e
crescemos pelover.
O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO
Ora, o que foi dito anteriormentecontémum princípio•precioso e
profundo. Comopodemos ilustrá-lo? Penso quecom o própriotexto quefoi citado.
A última frasenos dá a chave:"Como pelo Senhor, o Espírito".
Espero nãoestar fazendo uso deuma ilustraçãomuito trivial ao tentar
ajudar nesteaspecto, quando mevoltopara Eliézer, servode Abraão, Isaquee
Rebeca,aqueleromanceclássicodo Antigo Testamento. Vocêselembra do dia em
que Abraão, ficando velho,chamou seumordomo fiel, Eliézer,e lhe disse: "Põea
mão por baixoda minha coxa,para queeute faça jurarpelo Senhor, Deus docéu
e da terra, quenão tomaras esposa para meufilho das filhas dos cananeus, entre
os quais habito;mas irás à minha parentela e daítomaras esposa para Isaque,
meu filho"(Gn 24:2-4). Eele jurou.
Então Eliezér saiu, comovocêsabe,comos camelos para o distante país do
outro ladodo deserto,orando enquanto ia,para queo Senhorprosperasseseu
caminho e lhe desse um sinal. O sinal foi dado junto ao poço. Rebeca
correspondeuao sinal deEliezér e depois deestar umpouco com a família
enfrentou o desafio demaneira muitoclara edecidiuir comele.Pelo caminhoele
apresentou os seus tesouros,coisas da casa do seusenhor, coisas do filho doseu
senhor e as mostrou a ela,ocupando-a todoo tempocomo filhodo seusenhor e
com as coisas que indicavamquefilho ele era, quais eramos seus bens e emque
tipo de situaçãoela estava entrando.Issoperdurou por todo o deserto,até
alcançarem o outro lado e chegaremà regiãoda casa deAbraão.Isaqueestava
no campo meditando; eles levantaramos olhos e viram, eo servodisse:"Lá está
ele! Aquelede quemestivelhefalandotodo o tempo; o dono detudo o queestive
lhe mostrando. Lá está ele!". ERebeca desceudo camelo.
Você acha queela sesentiu estranha, como setivesse vindodeum país
distante? Creio queo efeitodo ministériode Eliézer foi fazer com que ela se
sentisse bem em casa, fazer com queela sentissecomo seconhecesse o homem
com quem ia secasar. Ela não sentiu nenhuma estranheza,afliçãoou qualquer
17
elemento estranho sobre isso.Podemos dizer que os dois, Isaque eRebeca,
simplesmenteseamalgamaram? Foia consumaçãodo processo.
"Como pelo Senhor, o Espírito."O Senhor Jesus disse: ".. .quandovier,
porém, o Espírito da verdade... não falará por simesmo,mas dirá tudo o que tiver
ouvido... porque há dereceber do que émeue vo-lohá de anunciar"(Jo 16:13,
14). O Espírito, o servofielda casa doPai,veio através do deserto para encontrar
uma noiva para o Filho,da Sua própria parentela. Sim, existe lugar para assombro
aqui.
"Visto, pois, que os filhos têm participação comum decarne esangue,
destes tambémele,igualmente,participou. .."(Hb 2:14); "Pois,tantoo que
santifica como os quesãosantificados, todos vêmde umsó"(Hb 2:11).
O Espírito veio para adquirir esta noiva agora, que seja uma com Ele, Sua
carne e Seuosso. Mas o Espírito deseja estar nos ocupandotodoo tempocomo
Senhor Jesus, mostrando-nos Suas coisas. Com que fim? Para quenão sejamos
como estranhos quandoO encontrarmos; para não sentirmos quesomos deum
tipo e Ele de outro, mas para queseja exatamenteassim: "Este éo últimopasso
dos muitos anteriores que conduzirama ele, e cada passotemfeito com queesta
unidadeseja mais perfeita e esta harmonia mais completa".
No final, sem qualquer grande crise, simplesmente entremos. Temos
prosseguido o tempo todo, eesteé o últimopasso.Issoé conformidadeà Sua
imagem; isso écrescimento espiritual: chegar a conhecer o Senhor, tornar-se
como Ele, chegandoa estar perfeitamenteà vontade com Ele, demodo a não
haver choque, nem estranheza, nemdiscórdia, nem distância.Uniãocomnosso
Senhor Jesus, sendoaprofundada todoo tempo atéa consumação: isso é
crescimento espiritual. Como você vê, é algo interior novamente e é
simplesmenteo desenvolvimentodaquela iniciação,daqueleinício. Vimos e
estamos vendo, e vendo e vendo, e enquanto estamos vendo somos
transformados.
Isso é verdadea respeito detudoo quevocêpensa quevê?Temos que
fazer um teste detudo o que pensamos quevemos e conhecemos, por meiodo
seu efeito emnossas vidas. Você eeu podemos ter uma quantidadeenormedo
que pensamos ser conhecimentoespiritual. Temos todas as doutrinas, todas as
verdades,podemos recitar as principais doutrinas evangélicas; mas qualé o
resultado? Nãoé ver, amado, no sentidoespiritual, se nãosomos transformados.
Esta é a tragédia demuitos quetêmtodas essas coisas, mas são tãopequenos,
tão débeis, tão desagradáveis,tão cruéis, tãolegalistas.
Sim, ver é ser transformado, e se issonão acontecer não éver.Seria muito
melhor sefôssemos despojados de tudoissoe levados exatamenteao ponto onde
vemos apenas aquele pouquinhoquefaz grandediferença. Devemos serbem
honestos com Deus sobre isso.Nãoé preferívelterapenas umpouquinho de
visão espiritualquetenha cempor cento deeficácia, do queuma montanha de
conhecimentocomnoventa por cento que não servepara nada?
Devemos pedirao Senhor que nos livre deavançaralémda vida espiritual,
quero dizer,avançar noaspecto doconhecimento, uma espéciede conhecimento
que presumeconhecer. Vocêsabeo quequerodizer. O verreal, diz Paulo,é ser
transformado,e ser transformado éuma questão dever, como pelo Senhor, o
Espírito. Portanto, devemos orarpara ver.
18
Alguns de nós conhecíamos nossa Bíblia, nosso Novo Testamento,
conhecíamos Romanos, Efésios; istoé, pensávamos queconhecíamos.Podíamos
até mesmo daraulas de Bíblia e desses livros e sobreas verdades neles contidas,
e assimfizemos pormuitos anos.Então um dia nós vimos, eas pessoas viram que
tínhamos visto edisseram: o que aconteceucomesteministro? Elenão está
dizendo nada diferentedoquesempredisse,mas há uma diferença;eleviualgo!
E isso.
A VISÃO GOVERNAO MINISTÉRIO
E naturalmenteisso nos leva ao próximo ponto, embora seja numa breve
palavra. O queé verdadeirocom respeito ao inícioda vida cristã, o que é
verdadeirocomrespeito ao verdadeirocrescimento, também é verdadeirocom
respeito à questão doministério.Mas não pensequeestou falandode qualquer
classe especialdepessoas chamadas de"ministros". Ministério, como já foi dito
antes nesteestudo, é uma questão deutilidadeespiritual.Qualquerministério
que não seja umassunto deutilidade espiritualnãoé ministérioverdadeiro, e
qualquer quefor espiritualmenteútil éum ministrode Cristo. Demodoque
estamos todos noministério, no plano deDeus. Visto ser assim, todos somos
afetados,todos somos governados poresta mesma lei.Ser útilespiritualmenteé
uma questão dever.
Sabemos quea Segunda Carta aos Coríntios éa que mais trata sobre o
ministério no Novo Testamento. "Pelo que,tendoesteministério..."(4:1) -e o que
é este ministério? Bem, "ele mesmo[Deus]resplandeceu em nosso coração..."
(4:6).
E do nossoconhecimentoquePaulo tem Moisés, o ministrodeDeus,no
fundo da sua menteenquantoescreveesta parteda sua carta. Epor esta
designação queconhecemos Moisés: o servo deDeus; e Paulo está sereferindo a
ele cumprindo seuministério,seu serviço,lendoa lei ecolocandoum véu sobre
seu rostopor causa da glória queimpedia que o povo olhasse para ele. Eaquela
glória era passageira.
Agora Paulodiz que, noministério a nós confiado, Deus resplandeceu no
nosso interior e não precisamos de umvéu. Em Cristo o véu é tirado; e o que você
deve ver em nós é Cristo eCristo deve ser ministradoatravés denós conforme
Ele é visto,e nós somos os veículos para manifestara Cristo. Issoé utilidade
espiritual; issoé ministério: manifestara Cristo. E"temos,porém,estetesouro em
vasos debarro, para quea excelência do poder seja deDeus e não denós"(4:7).
"Em tudo somos atribulados..." -e entãosegueuma lista decoisas que nos
rebaixam. Mas na verdadeeleestá dizendo: ECristo!
Se somos rebaixados, perseguidos, menosprezados, abatidos, levando
sempre em nosso corpo o morrer do Senhor Jesus, isso éapenas a maneira de
Deus manifestar a Cristo. Sesomos perseguidos e menosprezados,abatidos e a
graça do SenhorJesus é suficiente,e vocêvêa graça doSenhor Jesus sendo
manifestada naquelesofrimento eprovação,então você diz: Esteé umCristo
maravilhoso! Você vêa Cristo, e por nossos sofrimentos Cristo é ministrado. Isso é
utilidadeespiritual.
De quem vocêmais recebeuajuda? Eu seiquem mais me ajudou. Não foi
ninguém no púlpito. Foialguém que passoupor sofrimento intenso eterrível
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durante muitos anos e em quema graça deDeus foi suficiente. Eu pudedizer: "Se
eu passarpor sofrimento como este, então meu cristianismoserá preciosoe
valerá a pena ter um Cristocomo o meu". Isso muitomeajudou e éissoque
quero ver.
Não pregue para mim; viva e isso será de maiorajuda para mim.E
realmenteuma inspiraçãopara mime deveria serpara nós verqueem nossa
provaçãoe adversidadeé que os outros podem ver o Senhore seremmais
ajudados. O modocomo passamos pela provaçãoé o quemais vai ajudar os
outros, muitomais do queaquilo que possamos lhes dizer.
Que o Senhor possa nos cobrir quando dizemos algo assim, pois
conhecemos nossa fragilidadee como falhamos para comEle quandoestamos
debaixoda prova.Mas é isso que Pauloestá dizendo aquisobreo ministério.
"Temos, porém, estetesouroem vasos debarro... Em tudo somos atribulados...
perplexos... abatidos...levandosempreno corpoo morrer deJesus."Mas com
Paulo o fim detodas as coisas era:"Eglorificavam a Deus a meu respeito"(Gl
1:24). O que vocêquer além disso? Isso é ministério. Sevocêe eupudermos dizer
que em qualquer ocasiãonão vivemos emvão. Teremos sido deutilidadeseisso
puder serdito: "Eglorificavama Deus a meurespeito".
Mas o importanteé o ver. Nós,para sermos espiritualmente úteis, temos
que ver, a fim dequeoutros possamterbasepara ver. Falodessa forma porque
podemos ver epassar o que vemos;podemos ser cartas vivas, mas os outros
podem nãoestar vendo. Mas existea base para que eles vejam, eseforem
honestos decoração esem preconceitos, realmenteabertos para o Senhor, Ele
permitirá quevejamaquiloqueo Senhor nos revelou equeEle está buscando
revelaratravés denós. Eledevetercartas vivas,homens emulheres nos quais
Ele possa ser lido. Isso é ministério.
De modo que o ministério dadoe o ministériorecebido é tudouma questão
dessa obra divina da graça abrindonossos olhos. Tudoissoconstituium grande
apelo aos nossos corações para buscarmos o Senhor no sentidode termos nossos
olhos abertos. Sesomos sérios para com o Senhor, nunca étardedemais para
termos visão espiritual, a despeito dequãocegos tenhamos sido epor quanto
tempo. Mas não seesqueça dequeisso é uma questão desermos honestos para
com Deus.
O Senhor Jesus disseuma coisa maravilhosa a Natanael. Eleestava
perigosamenteperto daquela dupla cegueira. No momento emquesepermitiu
dar expressão a um preconceito popular, elechegoupertoda zona deperigo. Ele
disse: "DeNazarépodesairalguma coisa boa?". Esseé umpreconceitopopular.
Um preconceito popular tem impedidoquehomens e mulheres conheçamos
propósitos plenos de Deus. Os preconceitos podem tomar muitas formas.
Tenhamos cuidado. Mas Natanaelfoi salvo.O Senhor Jesus disse: "Em verdade,
em verdade vos digo quevereis o céu abertoe os anjos deDeus subindoe
descendo sobre o Filho do Homem"(Jo 1:51). QuandoEle disse"vereis"quis dizer
no dia do Espírito."Como pelo Senhor, o Espírito", Natanael iria ver. Eleestava em
perigo, mas escapou. Sevocêestá em perigo porcausa do seupreconceito,tenha
cuidado.Abandoneseu preconceito, tenha o coração aberto. Seja um israelita em
quem não haja Jacó,sem engano, como coração abertoaoSenhor,e você verá!
20
Capítulo 3
Vendo ao Senhor eVendo a Nós Mesmos
"Todo o povo de Judá tomoua Uzias, que era de dezesseis anos,e o
constituiureiemlugar deAmazias, seupai. Eleedificoua Elate e a restituiu a
Judá, depois que o reidescansou com seus pais. Uzias tinha dezesseis anos
quando começoua reinar e cinqüenta edois anos reinouem Jerusalém.Era o
nome de sua mãeJecolias,de Jerusalém.Ele fez o que era reto perante o
SENHOR, segundo tudoo quefizera Amazias, seupai.Propôs-sebuscar a Deus
nos dias deZacarias, que era sábio nas visões deDeus; nos dias em quebuscou
ao SENHOR, Deus o fez prosperar"(II Cr 26:1-5).
"Mas, havendo-sejá fortificado, exaltou-seo seu coraçãopara a sua própria
ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu Deus,porqueentrou no
templo do SENHOR para queimarincenso no altar do incenso. Porémo sacerdote
Azarias entrou após ele, com oitenta sacerdotes do SENHOR,homens da maior
firmeza; e resistiram ao rei Uzias e lhe disseram: Ati, Uzias,nãocompete
queimarincenso perante o SENHOR,mas aos sacerdotes, filhos deArão, quesão
consagrados para estemister; saido santuário, porque transgrediste;nemserá
isso para honra tua da partedo SENHOR Deus.Então, Uzias se indignou; tinha o
incensário na mãopara queimar incenso; indignando-seele, pois, contra os
sacerdotes, a lepra lhe saiuna testa peranteos sacerdotes, na Casa do SENHOR,
junto ao altar doincenso. Então, o sumosacerdoteAzarias e todos os sacerdotes
voltaram-se para ele, e eis que estava leprosona testa,e apressadamente o
lançaramfora; até elemesmo sedeupressa emsair, visto que o SENHOR o ferira.
Assim, ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte; emorou, por ser leproso,
numa casa separada, porquefoi excluídoda Casa do SENHOR; e Jotão,seu filho,
tinha a seucargo a casa dorei, julgando o povo da terra"(II Cr 26:16-21).
"Descansou Uzias comseus pais,e, com seus pais, o sepultaram nocampo
do sepulcro que era dos reis; porque disseram: Ele éleproso. EJotão, seufilho,
reinou em seu lugar"(II Cr 26:23).
"No ano da mortedo reiUzias,eu vio Senhor assentadosobreum alto e
sublimetrono,e as abas de suas vestes enchiamo templo. Serafins estavam por
cima dele; cada um tinha seis asas: comduas cobria o rosto,comduas cobria os
seus pés ecom duas voava. Eclamavamuns para os outros, dizendo:Santo,
santo, santoé o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As
bases do limiar semoveramà voz do queclamava, e a casa seencheu de
fumaça. Então, disseeu: aide mim!Estou perdido!Porquesou homemdelábios
impuros,habito nomeio deum povo deimpuros lábios, eos meus olhos viram o
Rei, o SENHOR dos Exércitos!Então,um dos serafins voou para mim, trazendo na
mão uma brasa viva,quetirara do altarcomuma tenaz; coma brasa tocoua
minha boca edisse: Eis queela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foitirada, e
perdoado, o teu pecado. Depois disto,ouvia voz do Senhor,quedizia:Aquem
enviarei,e quem há deir por nós? Disseeu: eis-me aqui,envia-mea mim.Então,
disse ele: Vaie dize a estepovo: Ouvi, ouvie nãoentendais;vede, vede, mas não
21
percebais.Torna insensível o coração destepovo, endurece-lhe os ouvidos e
fecha-lheos olhos,para quenão venha elea ver comos olhos, a ouvir comos
ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo" (Is 6:1-10).
Esta é uma história impressionantee gira ao re-dordo assuntoquetemos
trazido diantede nós desta vez, queé: VisãoEspiritual. "Eu vi o Senhor"; "meus
olhos viram..."; etudogira aoredor disso.
O que resulta de todo o incidenteé queo reiUzias era espiritual e
moralmente uma representação deIsrael edos profetas deIsrael, numa grande
medida.Esse éo significado da dupla declaraçãode Isaías, o profeta: "Sou um
homem de lábios impuros, esou o vosso profeta;e habito nomeio deumpovode
impuros lábios". Eisso, comopodemos verclaramente, relaciona-secom Uzias;
pois você sabequeo leproso tinha que colocar umvéusobreo lábio superior e
clamarpor ondefosse: "Impuro". O significado das palavras "sou homem de
lábios impuros,habito nomeio deumpovo deimpuros lábios"é exatamenteque
todos somos leprosos.
De fato Isaías está dizendo: "O que era verdadeacerca deUzias éverdade
com relação a todos nós, profeta epovo. Vocês não reconhecemissoe eu
também nãoreconhecia atéqueeuvi o Senhor. Todos ficamos terrívele
profundamenteimpressionados como queaconteceu com Uzias.
Temos vivido numa atmosfera carregada com o horrordaquela coisa; temos
cochichadodizendo quecoisa horrívelfoi aquela,quecoisa má Uzias fez e que
terrívelqueo nosso rei tenha tidotal resultadoe um fimcomo aquele; quecoisa
horrível éa lepra.Temos ditocoisas duras sobreUzias e concebidomuitos
pensamentos,quão sériofoi seu caso, mas eu cheguei a ver que estamos todos
na mesma situação. Eu mesmo que tenho pregadoa vocês (e nãoseesqueça de
que cinco capítulos de profecia precederam estesextocapítulo deIsaías). Tenho
chegado a ver que nãosou melhor doqueUzias.Vocês, comtodos os seus ritos e
cerimônias, freqüência aoTemplo, oferecimentodos sacrifícios, usando seus
lábios na adoração, estãona mesma situação deUzias;todos somos leprosos.
Vocês podem não reconhecer isso, mas euchegueia ver. Ecomocheguei a ver?
Eu vi o. Senhor!""Meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.""Eu vi o
Senhor assentadosobreum alto e sublimetrono."Eimpressionantequando
pensamos nisso.
O que vamos fazer com isso? Quem sabefaríamos bemem sair às
escondidas e ficarquietos comisso poralgum tempo;pensenisso.
Vamos esclarecer algo imediatamente:existeum pensamento popular que
alguém concebeu equemuitos denós aprendemos,quefoi essa visão que fez de
Isaías umprofeta ou pregador.Ouvimos isso e talvez tenhamos dito isso. Oh,não!
Se o livro de Isaías é inspirado egovernadopor Deus,por que isso deveria
acontecermuitodepois deelejá ter profetizado tanto? Contempleos primeiros
cinco capítulos de profecia.Que coisas tremendas encontramos neles.
Não, não foi isso que fez deleumprofeta, umpregador. Deus estava
tratando com o homem, nãocom umprofeta.Deus estava tratandocomum povo,
não com um ofício. Eleestava tratandocomo quesomos emSeupróprio ponto
de vista. Demodoquenão podemos simplesmentetransferirissopara uma
classe depessoas chamadas deprofetas ou pregadores, como sealguns denós
não estivéssemos envolvidos por nãosermos dessa classe; somos pessoas
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comuns quenão aspiram serprofetas ou pregadores.Nãoé isso. O Senhor está
tratando com pessoas aqui e procurando deixar claro para elas como Eleas vêem
si mesmas, mesmo quetenhamestado pregando muito; o queelas são,aos olhos
dEle, em si mesmas.Mais cedoou mais tardeessa realidade terá que vir sobre
nós para proteger tudo eassegurar Seu propósito.
O QUE DEUS ESTÁ BUSCANDO
O que Deus está buscando? Sevocêpuderver,sevocêtiverseus olhos
abertos para vero queDeus está buscando, então compreenderá Seumétodo e
por que Ele emprega esse método.
O capítulo5 do livrode Isaías deixa claroo queDeus está buscando. Ele
está embusca depessoas que satisfaçamSeupróprio coração. Elas são
chamadas deremanescente.Elas são chamadas assim porserem simplesmente
um remanescente.
Ele sabe muito bem que nemtodos serão conformados ao Seu pensamento.
Ele previu a história doSeupovo atéos dias da vinda do Seu Filhoe o queeles
fariam comEle.Ele conhece seus corações. Epor isso que Elediz a Isaías as
coisas terríveis quevai fazer: engordar o coraçãodessepovo,fechar seus ouvidos
e olhos. Eleconhece. Todavia alguns responderão; mas serão apenas um
remanescente.
Esse remanescenteé mencionadoespecificamenteno fimdo capítulo6
nestas palavras: "Mas, seainda ficar a décima partedela,tornará a ser destruída.
Como terebinto ecomo carvalho, dos quais, depois dederribados,ainda fica o
toco, assim a santa semente éo seu toco"(Is 6:13).
No tronco que foicortado(e observequeo queprecedeé o corteda
árvore), Israelseria cortadopelas nações queDeus iria chamarpara cortar Israel,
usando-as como instrumentos de juízo para cortar Israel, eissoeles iriam fazer.
Mas o tronco permanecerá,e nelehaverá uma décima parte,um remanescente,
uma sementesanta quando a árvoreinteira tiver sidotratada.
Deus está buscando uma companhia dentrea companhia geraldo Seupovo
que há de satisfazerSeu coração, e para assegurar esseremanescenteEle
apodera-sedeIsaías e trata com elenessesentido e concede-lheessa visão.
Amado, para Deus alcançarSeu alvo, nós temos queser completamente
desiludidos e ter nossos olhos abertos para verclaramenteo quesomos em nós
mesmos aos olhos dEle.Que terrível revelação!Qualquercoisa em quehaja
suspeita ou indicação de auto-satisfação, auto-complacência, de termos
alcançado oude estarmos satisfeitos com nossa atualcondiçãonos desqualificará
para participarmos do remanescenteou desermos de alguma forma instrumentos
na realização doalvo e dopropósito deDeus.
Por isso,depois deessehomem(Isaías) ter saídopara falardas amplas
áreas dos juízos soberanos deDeus nos cinco primeiros capítulos,repentinamente
Deus o detém. Uma crise acontece em sua própria vida e ministério. Deus abre
seus olhos e o leva a ver emprofundidade o que eleé,o queé o povo, aos Seus
olhos. Isaías e o povoa quemele havia julgado,condenadoe transmitido aquelas
veementes palavras sobreo terrívelacontecimento com Uzia, receberama
revelação dequeeles eram igualmentemaus; não havia diferença.Aos olhos de
23
Deus todos eram impuros com o véusobreo lábio superiore exortados a clamar:
"Imundo, imundo".
A LEPRA DAVIDADO EU
E o que era essa lepra?Dizemos,naturalmente, queé o pecado. Sim, éo
pecado; mas o queé isso? Vamos dar uma olhada em Uzias e ver o que
significava a lepra e o que ela indicava no caso deUzias."Elefez o queera reto
peranteo Senhor, segundo tudoo quefizera Amazias, seupai"(II Cr 26:4), e
enquanto andou nos caminhos do Senhor,o Senhor o prosperou.
Um homem abençoado do Senhor,andando na luz do Senhor e conhecedor
do favor do Senhor, e, juntocom isso, aquela coisa arraigada queestá nocoração
de todo homem,semprepronta para selevantar e usurpar as próprias bênçãos de
Deus para elemesmo,para fazerum nomepara simesmo, posição para si
mesmo, para atrair grandeza, glória, poder, influência e satisfação, para lhedar
reputaçãoe posição. Eisso!
O que é lepra? O que éessa coisa queé uma abominação para Deus? E
simplesmentea vida egocêntrica queestá em todos nós,quesemprese
intromete nas coisas de Deus e busca transformá-las emcréditoe vantagem
pessoal. O Senhor abençoa e achamos quenos tornamos alguémno secreto do
nosso coração, porqueo Senhor abençoou. Esquecemos queas próprias bênçãos
que recebemos vierama nós pela graça emisericórdia de Deus,e secretamente
começamos a pensarquedeve haver algoem nós quenos faz merecedores delas.
É a nossa capacidade, nossa inteligência, algo em nós mesmos. Passamos a
falar sobre nossas bênçãos, nossosucesso. Eaquela coisa lá nofundo, o gérmen
da lepra em todos nós, a vida do ego emsuas variadas formas queproduz o
orgulho, mesmo o orgulho espiritual, eleva-nos, comoUzias,a interferirnas
coisas santas comnossa própria energia,força, afirmaçãoe suficiência. Sim, a
lepra é a raiz do ego, do egoísmo,a despeito decomosemanifesta.
Nele, no ego — que éoutro ramode coisas as quais não temos tempo de
examinaragora -, jaz todo o perigo debênção eprosperidade.Quãonecessário é
sermos crucificados no meiodas nossas bênçãos! Quão necessárioé queDeus
assegureSuas bênçãos sobrenós,revelando-nos constantementea nós mesmos
que tudo é pela graça, eseEle nos temdado algum tipode bênção, algum tipo
de sucesso ou deprosperidade, não épor haver algoem nós aos Seus olhos, a
despeito doqueos homens pensem.Seja o que for que possamos ser diante dos
homens, aos olhos deDeus não somos melhores doqueos leprosos, e o que
importa nãoé como prosseguimos entreos homens esim como prosseguimos
com Deus.Podemos até alcançar alguma posição importantenestemundo, mas a
questão é se alcançamos ounãocomDeus.
Talvez isso não se apliqueà maior partede nós, porquenão estamos
bastanteconscientes de termos recebido bênção eprosperidade ede possuirmos
muito do quenos orgulhar. Amaior partede nós conheceo oposto: vazio e
humilhação.Todavia,entremos noâmago da questão.Ali mesmo, no mais
profundo, existeum desejo ardenteem nós quepertence ao ego; existeuma
rebelião que éa rebelião da vida do ego.
Uzias é apresentado aqui a fim demostrarqueesta éa coisa no povo e no
profeta quetorna impossívela Deus alcançarSeu alvo. Ela tem que sertratada e
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exposta. Não éalgo quesepossa passarpor cima; precisa ser tirada para fora e
temos quevê-la.
A REALIZAÇÃO DO ALVO DO SENHOR: O FRUTO DAVISÃO DO
SENHOR
Passo imediatamentea esseponto, quetrata deo Senhor atingir o alvono
qual Seu coração está, istoé, umpovo, mesmoqueseja apenas um décimo, um
remanescente, umpovoqueatendeaodesejodo Seupróprio coração eO satisfaz
no pleno propósito da Sua vontade.
A fim de que Elealcanceissodeve haver aquela condição dever, e o que
deve ser visto,quefará todo o resto:o Senhor.Ver o Senhor, como está claro
nesse texto,é vera santidade,e quando vemos a santidadevemos a lepra onde
nunca teríamos suspeitado, seja emnós ou nos outros.Quandovemos o Senhor,
vemos o real estadode coisas emnós e ao nosso redor, atémesmo nopovode
Deus. Ver o Senhor é a necessidadea fim depodermos estarno caminho que
conduz àquelealvoem direçãoao qual Eleavança.
"Eu vi o Senhor"; "meus olhos viram". Qualé o resultado? Uma revelação de
nós a nós mesmos eda condição espiritual ao nossoredor. Quando vemos o
Senhor nós clamamos: "Estou perdido!". Seconsiderarmos essa palavra "perdido"
veremos queela significa apenas isso: "Sou digno demorte". Esseé exatamente
o significadoda palavra hebraica:dignode morte,soudigno demorte! Vocêe eu
veremos a necessidade da união com Cristona morte,senossos olhos forem
abertos para vermos o Senhor, para vermos quenão existe nada mais para isso; é
o único caminho.
Não se trata apenas de palavras e idéias. O que desejo quevejamos é isto:
que a obra doEspíritode Deus emnós, pela qual nossos olhos são abertos para
vermos o Senhor, resultará no sentimento dequea única coisa que resta para nós
é morrer e chegar ao fim.
Você já chegou a esse ponto? Satanás naturalmentehá deoperar nesse
terreno, comotemfeito com tantas pessoas, procurando levá-las a destruir tudo,
a trabalhar sobrealgo queo Espíritode Deus está realizando e convertendo-o
para seu próprio crédito e criando uma tragédia.
Conservemos o nível espiritual ereconheçamos queo Senhorvaioperar em
nós para Sua própria glória e para possibilidades gloriosas, levando-nos ao lugar
onde sentimos profunda eterrivelmentequea melhorcoisa emnós devemorrer.
Assim Ele conseguirá em nós uma concordância com Sua própria mente sobre
nós. Estou acabado!O Senhor poderia muito bem ter dito:"Evocê está assim
mesmo! Eu o sabia todo o tempo.Tenhotido dificuldadeemfazer vocêconhecer
isso. Vocêestá acabado".
Quando vocêchega a esselugar,então pode começar. Enquantoestivermos
lá, interferindo todo o tempo,ocupandoo lugar comoUzias, entrando noTemplo,
na casa, nosantuário,ocupados,ativos,nós emnós mesmos,o quesomos,
enquanto enchemos o Templo, o Senhor nada pode fazer.
Ele diz: "Preste atenção, vocêvaiterquesair e terá queviraolugar onde
você se apressará em sair desua própria vontade por verquevocêé umleproso".
Isso foi dito a respeito deUzias: "Até elemesmo sedeu pressa em sair". Pelo
menos ele reconhece que essenão éum lugarpara ele.Quando o Senhor nos
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leva a esse lugar -"Estouacabado enão há lugar para mim!" —, então Elepode
dar início ao ladopositivo. Eletem o caminho aberto. Esta visão é algoterrível,
embora seja muitíssimonecessária e o resultado éalgo muitoglorioso. Então veio
o chamamento.
A RAZÃO PARA A NECESSIDADEDETAL EXPERIÊNCIA
Vou acrescentarapenas uma coisa.Vocêvê quãonecessário foiacontecer
algo assimcomIsaías? O que eleia fazer? Pregar umgrandeavivamento? Ia sair
e dizer ao povo: "Tudo está bem; o Senhorvaifazer grandes coisas:animem-se,
pois um grandedia está para nascer"? Não! Vai e torna insensívelo coraçãodesse
povo, endurece-lheos ouvidos e fecha-lheos olhos!
Esse não éum tipo deobra muito prazerosa.Qualé o seusignificado? O
Senhor conhecia a condição do coraçãodo povo. Elesabia muito bem o queeles
não iam querer ver emrealidade. Seeles quisessem ver, eles tomariamatitudes
completamentediferentes.Livrar-se-iamde todos os preconceitos, suspeitas e
críticas eseempenhariamem perguntar. Mostrariam sinais defomee anseio;
entregar-se-iamà investigação e nãoseriamconvencidos facilmentepelos
julgamentos ecríticas dos outros.Mas Ele sabia queem seus corações eles não
queriamver,não queriam ouvircoisa alguma do que sepoderia dizer a eles. Mais
tarde esse profeta vaidizer: "Quem creu em nossa pregação?"(Is 53:1). O Senhor
sabia, e o julgamento sempre vem deacordo com o coração dopovo. Se vocênão
quer, perderá a capacidade dequerer.Se você nãover,perderá a capacidadede
ver. Se você não querouvir, perderá a capacidadede ouvir. 0 julgamento ê
orgânico,e não mecânico. Elevemconforme sua vida.
Você semeia uma semente deinclinação ou rejeição eceifará uma colheita
de incapacidade, e umdos resultados deum ministério derevelação émanifestar
a inclinação ou rejeição das pessoas para o própriojulgamento delas, e você
descobrirá que umministério derevelaçãoe vida apenas torna algumas pessoas
mais endurecidas.O Senhor sabe disso.
Prosseguircomum ministériodessetipo não éalgo confortável. Você terá
que ser uma pessoa crucificada para fazerisso. Não pode ter interesses pessoais.
Se você busca reputação, popularidade,sucesso, seguidores,então é melhor não
seguir estecaminho, nãover muito e nãoterpercepção dessas coisas. Émelhor
você colocarvendas nos olhos e serum otimista incorrigível.
Se você vai seguiro caminhodo propósitodo Senhor, deum povo que vai
realmenteresponder aoSeupropósito,certamenteserá um caminho aberto entre
uma multidão que nãoquer este caminho evailhedizer que nãodeseja este
caminho; vocêirá segui-lo sozinho.Podempensarquetêmrazão, mas o fatoé
que não estãofamintos e desesperados a ponto deinvestigarem e informarem-se
diretamente. Facilmentesedesviamdianteda sua menor crítica,posição e doseu
ministério, evocêtem que prosseguir com uns poucos, umpunhadoquequer
avançar. Eo preço da visão, o preçodesepoder ver.
Isaías tinha queser um homem crucificadoa fim decumprirtalministério.
Se você e eu quisermos ocupar uma posiçãocomDeus, temos que ser
crucificados para aquilo que havia emUzias: umfortedesejo pela posição.
Insatisfeito como reinado, elebusca também o sacerdócio.Era mais doqueisso:
26
insatisfeito com a bênção deDeus, deve ter tambémo lugar deDeus. Que
contrasteé isso!De umladoo reiUzias e do outro"meus olhos viram o Rei".
Você pode seguir isso? Euma busca, é tremendo, mas é o caminho do
desejo epropósito pleno doSenhor.Eum caminhosolitário e dealto preço, e o
resultadoé manifestar o queDeus vê nocoração do Seu povo. Afim defazerisso
— cujo significado é que vamos sofrer por causa da nossa revelação,visão,pelo
ver; temos quepagarum alto preçopor isso -temos que estar bem crucificados e
chegar aolugar ondedizemos: "Bem,estouacabado, mereçoa morte; não há
nada a fazer senãoquedevo sair!". O Senhor diz: "Está ótimo, é isso que Eu quero
- que você saia; Eu quis queUzias saíssepara queeu pudesseenchero Templo!".
Uzias é o Eu; é o homemcomo ele é, e Deus não ocupa Sua casa com o homem;
Ele deve enchê-la.
Capítulo 4
O Homem que RecebeVisãoEspiritual
27
"Um anjo do Senhor faloua Filipe, dizendo: Dispõe-tee vai para o lado do
Sul, no caminho quedescede Jerusalém a Gaza; estese acha deserto. Elese
levantoue foi.Eis queum etíope, eunuco,altooficial deCandace, rainha dos
etíopes, o qual era superintendentede todoo seu tesouro, que viera adorar em
Jerusalém,estava devolta e,assentadono seucarro, vinha lendoo profeta Isaías.
Então, disseo Espíritoa Filipe: Aproxima-te desse carro eacompanha-o. Correndo
Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o quevens lendo?
Ele respondeu: Como poderei entender, se alguémnão meexplicar? Econvidou
Filipe a subir ea sentar-se junto a ele. Ora, a passagem da Escritura queestava
lendo era esta: Foilevadocomo ovelha ao matadouro; e, comoum cordeiro mudo
peranteo seu tosquiador, assim elenão abriu a boca.Na sua humilhação, lhe
negaramjustiça; quemlhepoderá descrever a geração?Porqueda terra a sua
vida é tirada.Então, o eunucodissea Filipe:Peço-tequemeexpliques a quem se
refere o profeta. Fala desimesmo ou dealgum outro? Então, Filipeexplicou; e,
começandopor esta passagem da Escritura, anunciou-lhea Jesus. Seguindoeles
caminhofora,chegando a certo lugar onde havia água, disseo eunuco: Eis aqui
água; que impedeque seja eu batizado? Filiperespondeu: Élícito, secrês detodo
o coração. E, respondendoele, disse: Creio que Jesus Cristoé o Filho deDeus.
Então, mandouparar o carro, ambos desceram à água,e Filipe batizouo eunuco.
Quando saíramda água,o Espírito doSenhorarrebatoua Filipe, não o vendo
mais o eunuco; e estefoi seguindo o seucaminho, cheio dejúbilo. Mas Filipeveio
a achar-seem Azoto; e,passando além,evangelizava todas as cidades atéchegar
a Cesaréia"(At 8.26-40).
Nesse simples mas instrutivoincidentetemos três partes: o etíope, o
Espírito Santo e o instrumento humano, queé Filipe. O incidenteseencaixa
dentro da esfera da nossa atualmeditação a respeitoda visão espiritual.
O ETÍOPE
1 — Alguém que busca e seconfessa cego
Quando observamos este etíope, logo vemos umcego quebusca. Embora
religioso e semovendo no círculo da antiga e bem estabelecida tradição religiosa,
tendo estado em Jerusalém,no Templo, no próprioquartel-general, ainda está
cego e continua umcego quebusca. Issofica bem claro pelas perguntas feitas a
Filipe sobreas Escrituras. "Comopodereientender,se alguém nãome explicar?...
De quem . fala esseprofeta? Desimesmo oude outro?"O etíopeé, sem dúvida,
um homem sem visãoespiritual; seus olhos do coração nãoforamiluminados.
Mas o que é esperançososobreele éser manifestamenteumhomemcego.
2 - Alguém que busca e éhumilde
Ele era um homemimportante nestemundo, um homem deconsiderável
responsabilidade, influência e posição;e por causa da sua posiçãoelepoderia ter
obstruído um pouco as coisas. Quando desafiado sobreo quelia, elepoderia ter
fugido do ponto oudo centro da questãoe dar umtipo deresposta evasiva, sem
compromisso.
Sabemos como atuamas pessoas que nãogostam deser vistas como
ignorantes, principalmentesesãoconsideradas com alguma reputação,quetêm
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uma posição para manter. Estehomem, comtudo o queera entreos homens
nesta terra,era manifestamente umhomemcego. Sem qualquerproteção ou
fuga, ele responde à pergunta deforma direta, honesta e franca."Se entendoo
que leio? Como poderei se alguém não me explicar?"Então, nessa abertura,ele
buscou mais informação,explicaçãoe iluminação."De quemfala o profeta?"
Isso é muito simples,eu sei, mas é fundamental. Efundamentalpara
qualquer tipo deentendimento espiritual. Ébásico para todo conhecimento
espirituale governa cada degraude progresso nas coisas espirituais. Ahumildade
desse grandehomemé a chavepara toda a história. Elenãoprocura dara
impressão deconhecer o que nãoconhece, delevar outros a pensarqueele
entendequando não entende. Elecomeça diretodo lugar onde realmenteestava.
Ele sabia emseu coraçãoquenão entendia e nãodeuoutra impressão, pelo
contrário, deixouser conhecidoexatamente ondeestava,e isso proporcionou ao
Senhor um caminhoplenamenteaberto.
Quem sabenão foi isso que o Senhor tinha visto havia muitotempoe foi a
base da Sua contínua atuação? Elesabia quetinha umhomemem trevas em
busca da luz,mas era perfeitamentehonestoe humilde, eportantopodia Se
mover soberanamentedeformas maravilhosas sobredistâncias consideráveis e
dar passos importantes.
Estes forampassos importantes tomados peloSenhora fimde encontrar
aquela vida.Observe o que umcoração nessas condições torna possível da parte
do Senhor, o quanto o Senhor está preparadopara realizar quandoencontra um
coraçãocomo este.Ele era um homem cego buscando a luz, mas manifestamente
cego; por isso nãodemora muito para se tornarum buscadoriluminado. O Senhor
não deixa talhomemnas trevas; Elelhedeu a luz quebuscava.
E não podemos dizer que o Senhor lhe deumuito mais do queelebuscava?
Creio que nãoestaremos acrescentando nada à história sedissermos que, ao
seguir seu caminho regozijando, elesentiuquehavia recebidomuitomais do que
aquilo que havia sepropostoa alcançar.
E sempreassim. Quando o Senhor faz uma coisa, Ele a faz adequadamente.
Como disse Spurgeon: "Meu cálice transborda, eo pires também!". Quando o
Senhor faz uma coisa,Ele a faz bem. O homemseguiu com um cálicecheioe
transbordante, um buscador iluminado.Ele viera para ver o quetodos os líderes
religiosos dos seus dias não estavamvendoe não tinhamcondições demostrara
ele.
3 — Um buscador que levou Deus a sério
Entretanto, a iluminação queelerecebeutrouxeum novo desafio,como
sempre acontece.Cada medida de nova luz vinda do Senhor traz com ela um
novo desafio,um desafio a alguma obediência prática.
Notemos umdetalhe muito interessantee proveitoso dessa história.Isaías
53 trouxe Cristoà luz, e Filipe anunciou a Jesus naquela Escritura e o fato seguinte
com o qual nos deparamos é:"Eis aquiágua; queimpedequeseja eubatizado?".
Você deve preencher algo aqui, casoqueira ver como issosurge em Isaías 53.
Deixo issocomvocê. Não vá adiante; pense nisso. Tudoo quevou dizeré quea
revelação quechegou àquelehomem,a iluminação dos seus olhos, trouxe um
desafio para obediência,e essebuscador iluminadonãofoi desobedienteà visão
29
celestial, mas prontamenteenfrentouo desafio, pronto para correr o caminho do
mandamento doSenhor, sem hesitaçãoem obedecer à luz quehavia recebido.
No tocanteaofatoem si mesmo, tudo émuito simples,mas issoé a
essência das coisas. Vemos um homem passandodas trevas para a luz,da busca
para um conhecimento arrebatadorem seucoração; umhomemtitubeante
transformado em alguémde posiçãofirme; decoração desapontado emalguém
que segueseu caminho regozijando. Eas duas coisas quetornaram isso possível
foram: 1) Uma humildade plena quenão sepreocupa absolutamentequesua
ignorância setorneconhecida e a ausência deuma atitudefingida de saber mais
do que aquiloqueconhece; e 2) Sua pronta obediência à luz que recebeu.Temos
que dizer deste homem:"Eis um coraçãohonesto". Eé assimqueDeus trata com
pessoas honestas.Elas recebem luz e recebem alegria.
Antes de deixarmos o etíope, precisamos dizer queeleé um homem que
leva a sério as coisas. Gosto deleporsua determinação em conhecere fazer. Ele
vai direto aoalvo.O efeito debilitantedo clima etíope nãoroubou dele sua
energia espiritual. Eleseelevou acima dissoe levouDeus a sério.Nenhum
elemento debarganha, desculpa oualgo dessetipo éencontradonele. Ele
simplesmentedeterminou conhecer, sepudesseser conhecido, ea fazer o que
tivesseque serfeito quando fosse iluminado.
Ao homem que está resolvido a conhecer ea agir desse modoDeus vaiSe
mostrarda mesma forma. Deus é para nós o que somos para Ele; Deus não ficará
em dívida comninguém. Sevocêe eu levarmos Deus a sérioe nos dispusermos
para tudoaquilo que Elequer que tenhamos econheçamos, e nãodermos
importância a nós mesmos, mas descermos para o nível onde real e
verdadeiramenteestamos, com toda a humildade, e decidirmos fazer qualquer
coisa queo Senhor nos mostrar,através da Sua graça,sem qualquer hesitação,
descobriremos que, a longoprazo, Deus nãoficará emdívida conosco,mas nos
satisfará plenamente.
A história dessehomemrecebeu um registro imortal.Ela aparecenos Atos
do EspíritoSanto,e quando vocêpergunta: "Por que estehomemfoi incluído no
registro esua história transmitida deera emera,atéchegar a essetempo?", a
resposta é o quedissemos: ele era um homem quelevou Deus a sério, foi aberto
ao Senhor, honesto em seucoração, humilde em espírito e obediente à luz que
possuía.
O ESPÍRITO SANTO
1 - ABase queEle Exige
A segunda parte na história é o Espírito Santo, e énecessário apenas uma
breve palavra. Na realidadeEle éa primeira parteno assunto todo,mas eu O
mencionoem segundo lugar aqui porque talvez seja mais útilexaminar o
incidentenesta ordem.
O Espírito Santo tinha consciência detalhomem, e Elesempretem
consciência detal homem.Existeum aspecto no qual o etíopedeve aparecer
antes doEspírito Santo. Vocêentendeo quequerodizer comisso. Antes deo
Espírito Santo poderrealizar Sua obra, Eledeveter algosobreo queoperar que
satisfaça Suas exigências; eo Espírito Santo tinha conhecimentodeste homem,
30
de sua busca e do seu coração; e o Espírito Santosempretemconsciência de tais
pessoas e sabe ondeelas estão.
2 - Como Ele EImpedido
Existe uma história enorme relacionada com taldeclaração.Se nós apenas
a conhecêssemos, uma porção deproblemas seria resolvida por tal entendimento.
Aí está a grande pergunta quesemprenos confronta: por que alguns saltampara
a luz e prosseguem e outros não, mas ficamsempreatrás eparecequenunca
mais conseguemver?
Será que há uma escolha da partedeDeus, uma espécie deeleitos entreos
eleitos queEletem? Eletemfavoritos? Penso quenão. Creioquegrandeparte da
resposta está aqui, a saber:Deus temquetratar com aquilo que Eleencontra,
sejam pessoas queO levama sério ounão, seEle tem umcaminho claro ou não,
se o terreno já está ocupado ounão poraquilo que éum obstáculo para Ele.
Não creio que as pessoas possam vir a falhar emrecebertoda a luz que o
Senhor querquetenham seelas realmentelevarem Deus a sério. O Espírito Santo
nos conhece. Eleolha diretopara os nossos corações e sabe se levamos a sério.
Ele vê exatamenteaquiloqueO limita equão longepode ir.
O Senhor não vai coagir ninguém. Se estamos voltados para nós mesmos,
ocupados conosco, girandoaonosso redor, centralizados emnós, entãoo Espírito
Santo não temchance. Temos quechegar aofim denós mesmos.Esta é a
dificuldadedemuitas pessoas: estabeleceramuma obsessão consigomesmas eo
tempo todoandam emcírculos evoltam ao mesmo ponto onde começaram. Tudo
gira em torno delas, e o resultadoé esgotamento. Em pouco tempo terão um
choque terrívelqueenvolvetudoo quesupostamente defendem erepresentam
pelo Senhor, e tudocairá com elas.
O Espírito Santo nãotemum caminho livre.Temos que sairdo caminho, no
que diz respeitoa essa ocupaçãodo ego, sedesejamos prosseguirreto e adiante.
Ele sabe exatamenteonde estamos,seestamos amarrados porcoisas, coisas
religiosas, tradições etc. Amarrados de talforma que não estamos abertos para o
Senhor e sem perspectiva dereceber qualquer outra luz d'Ele. Já temos tudoou
então o povocomo qual estamos associados já temtudo, e somos partedisso!
Você sabeo quequerodizer.
O Espírito Santo nãopodefazer muito comaqueles queestãonuma tal
posição, eEle sabe. Sua atitudeé:"Einútil; não possofazer muitoaqui;estão
muito amarrados". Entretanto, se estivermos preparados para abandonartudona
água
2
, então o Senhor podeavançar econseguir umcaminho livre.
O Espírito Santo sabe. Eleconhecevocê e a mim. Ele nos conhece muito
mais do quenós mesmos nos conhecemos. Podemos ter pensadoquelevávamos
a sério as coisas e oramos muito porum longo tempo,clamandoao Senhor para
fazer algo, mas o EspíritoSanto sabemuitobemqueainda nãochegamos ao fim
de nós mesmos e dos nossos interesses. Algomais deve ser feito a fim denos
levar ao desespero,antes que Elepossa realizar o que deseja. Mas Elesabe:eis a
questão.
Ele conhecia aquelehomem e sabia quenãoprecisava fazermuito para
começar com ele visando alcançar um caminho livre. Ele aproveitou a
2
Como fez o eunuco (N. do E.).
31
oportunidade apresentada e pôde agir soberanamente; e assim fez para
satisfazer esta necessidade.
3 - O Instrumento Humano
A terceira parteé o instrumento humano, Filipe,o meio peloqual, porum
lado, o cegoquebusca teria seus olhos abertos e, por outro lado, o Espírito Santo
poderia realizar Sua obra. Todos queremos estarnaquela posiçãoemque, porum
lado, homens emulheres realmentehonestos, genuínos e sérios podemencontrar
o que buscam através da nossa instrumentalidade, caso seja da vontadede Deus,
e, por outro lado, o Espírito Santopossa encontrar em nós umvasopara usar
onde houvernecessidade. Certamente nãohá nada quedesejamos mais doque
isso, apenas ser como Filipeera.
Entretanto, mesmono caso deFilipe,não setratava de eleser uma espécie
de mecanismoautomático, quefuncionava comseu quererou não.Havia coisas
sobre Filipequeconstituíramo terreno para o Senhor. Eramquestões simples, e
todavia não como as tais quesãofáceis na vida prática ena realização.
Filipe estava à disposição do Espírito Santo semqualquer dúvida,e sevocê
observar verá queissosignificava algoemseu caso. Eleestava ali emSamaria.
Muitos se voltavam para o Senhor, uma grande obra da graça estava
acontecendo, tão grande que os apóstolos tiveramqueser enviados deJerusalém
para tratar com a situação; e Filipeera o principal instrumento naquela obra.
Um homem podeter grandes questionamentos quando está totalmente
envolvidoem algoassim, eo Senhor repentinamente lhediz: "Agora, Filipe,quero
que deixes tudoisso e desça para o lugarqueestá deserto.Nãovou tedizer por
quê, nem o queestou para fazer.Digo apenas: vá para o deserto". Elepoderia ter
dito: "Mas, Senhor, ea obra aqui? Senhor,contempleesta porta enorme de
oportunidade; veja o queestoufazendoe no que estouenvolvido! O que
acontecerá aqui seeu a deixar?".
Muitas perguntas como essas podemterselevantado. Elepoderia ter tido
sérias reservas ecolocá-las nocaminhodo Senhor, mas nada dissolemos a seu
respeito.O Senhor simplesmente falou, eFilipeestava tãocompletamente à
disposiçãodo Senhor que, semquaisquer perguntas, se moveu.
Que coisa tremenda éestar livre para o Senhor, livre para o Senhor, estar à
disposiçãodo Senhor de talforma a não haver dificuldadepara deixar qualquer
coisa e nos ajustarmos completamentea uma nova situação,seo Senhor assim
determinar. Euma coisa grande.
Assim Filipeestava à disposição do Senhor,e isso é umfator enormenuma
obra como essa delevar luz aos cegos quebuscam. Elenão foi apenas a resposta
para a necessidade dohomem, mas a resposta para a necessidade doEspírito
Santo, à disposição doSenhor,respondendosem hesitação à sugestãodo Senhor.
Ele não demorou, mas respondeu prontamente: "O Senhor falou; avancemos com
Ele e deixemos a responsabilidade com Ele".
Tudo saiu bem,e o quefoi feitofoi algo seguro.Ora,o Senhor nunca Se
explica antecipadamente.Ele nunca nos diz de antemão como será feito e o que
irá fazer. Elesemprecoloca diante denós umdesafiopara crermos nElee isso
sempre traz muitas oportunidades para argumentação se assim o desejarmos;
muitos motivos, humanamentefalando, para questionarmos. Aquelequeconhece
32
o Espírito sabemuito bem quea justificaçãohá de vir através da linha da
obediência imediata.
Essa é a história; simples, linda, mas cheia deprincípios vitais para a
iluminação. Se vocêquer verpessoas prosseguindo, estas são as coisas que o
Senhor requer. Se vocêquer prosseguir, estas são as coisas que estão portrás de
todo avanço espiritual,todo saltopara a luz, para o conhecimento, para uma
maior plenitudedo Senhor.
Observe novamenteeste homem.Euma história fantástica.Comosabemos,
a Bíblia apresenta a Etiópia como um tipodas trevas; mas aqui as trevas foram
transformadas em luz, no completoresplendor domeio-dia. Cristo éisso, eesta é
a base sobre a qualissoé realizado, a saber, um coraçãotransparente, humilde,
determinadoe honesto na sua busca.
Não sei o queo Senhor pode estar lhedizendo,mas para nós o pivôde toda
a questão é: "Eis aqui água!". Não estoudizendo queo batismo éo pivô, mas que
este é representadopelo batismo. Estamos preparados para ver tudo irpara a
sepultura? Temos algo a queestamos nos apegando,nossa posição, nossa
reputação, nossostatus e tudo mais? Ou tudoestá indopara a sepultura?
O Senhor tem aquinão um homem que diz: "Enecessárioqueeu seja
batizado; mas será quedevo serbatizado? Certamentequeseo Senhorassim
exige, buscareigraça". Não, mas temos umhomemquediz: "Eis aquiágua,o que
impede?". Esseé umângulo totalmentediferente.
"Diga-me qualquer coisa queimpeça e voutratar com ela!". Tenha um
espírito como este. "Se você puder memostrar qualquercoisa que impedemeu
progresso no caminhoqueo Senhor indica,eu tratarei com ela. O queo Senhor
quer, Filipe? Vocêpodemeapontar algumimpedimento?" Filipenão encontrou
nenhum empecilho, mas tudo cooperava.Ambos desceram à água e Filipe o
batizou. Queo Senhor possa colocar em nossos corações o significadodisso e nos
permitirsermos bons etíopes nessesentido espiritual.
Capítulo 5
A Causa e a Baseda Cegueira
"E, se o ministérioda morte,gravado com letras em pedras,serevestiu de
glória, a ponto deos filhos deIsrael não poderem fitar a facede Moisés, por
causa da glória do seu rosto,ainda que desvanecente, como nãoserá demaior
glória o ministério doEspírito!Porque, seo ministério da condenação foi glória,
em muito maior proporçãoserá gloriosoo ministério da justiça. Porquanto, na
verdade, o que, outrora, foi glorificado, nesterespeito, já não resplandece,diante
da atualsobre-excelenteglória. Porque, seo quesedesvanecia teve sua glória,
muito mais glória temo queé permanente. Tendo, pois, talesperança, servimo-nos demuita ousadia nofalar.Enão somos como
Moisés, quepunha véu sobrea
face, para que os filhos de Israelnão atentassem na terminação do quese
desvanecia. Mas os sentidos deles seembotaram. Pois até ao dia de hoje, quando
fazem a leitura da antiga aliança,o mesmo véupermanece,não lhes sendo
revelado que, em Cristo, é removido. Mas atéhoje, quando élido Moisés, o véu
está postosobreo coração deles. Quando,porém,algumdeles se converte ao
Senhor, o véu lheé retirado.Ora,o Senhor éo Espírito;e, ondeestá o Espíritodo
33
Senhor, aíhá liberdade. Etodos nós, como rostodesvendado, contemplando,
como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, deglória emglória,
na sua própria imagem,como peloSenhor,o Espírito"(II Co 3:7-18).
"Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita,
não desfalecemos; pelocontrário,rejeitamos as coisas que, porvergonhosas,se
ocultam, não andando com astúcia,nemadulterando a palavra deDeus; antes,
nos recomendamos à consciência de todohomem, na presença deDeus, pela
manifestaçãoda verdade. Mas, seo nossoevangelhoainda está encoberto,é
para os que se perdemqueestá encoberto, nos quais o deus desteséculocegou
o entendimentodos incrédulos, para quelhes não resplandeça a luz do evangelho
da glória deCristo, o qualé a imagem deDeus. Porquenão nos pregamos a nós
mesmos, mas a CristoJesus comoSenhore a nós mesmos como vossos servos,
por amor de Jesus.PorqueDeus, quedisse: Das trevas resplandecerá a luz, ele
mesmo resplandeceu emnosso coração, para iluminação do conhecimentoda
glória de Deus,na facede Cristo"(II Co 4:1-6).
Temos tratado com a questão da visãoespiritual. Na Escritura que lemos
temos outra porção relacionada com este mesmoassunto da cegueira e da visão.
Primeirotemos o fato da cegueira:"O deus deste século cegou"; depois vem
a causa
3
: "O deus desteséculo"; e porfim o alvo,queé: "Para que lhes não
resplandeça a luz doevangelho da glória deCristo,o qualé a imagemdeDeus".
Vamos considerá-los nesta mesma ordem.
O FATO DACEGUEIRA
Observe queumparaleloé traçado entre Israelnos dias deMoisés eos não-crentes nos dias de Paulo. Em ambos os casos é dito
que existeum véu no
coraçãodeles, sobresuas mentes, um véu que fecha, queexclui e cuja natureza é
de cegueira total. Além domais, existe umelementode juízoe condenaçãona
forma em queo apóstolo fala dele.
Mesmo em relaçãoa Israel reunido à porta da tenda da congregação
quando Moisés lia a Lei, elediz na verdadeque, enquanto Moisés colocava o véu
sobre o rosto,não era porquea glória não podia ser contemplada, mas por causa
do estado da mentedeles, docoraçãoe deuma condiçãointerior neles. Se a
condição interior fosseoutra, o véu não teria sidonecessário; eles poderiam ter
contemplado a glória e habitado na luz. Entretanto,o véu era um símboloexterior
representandouma condiçãointerior, ocultando a glória de Deus.
Nunca foi o desejo doSenhorocultarSua glória, mas sim manifestá-la e que
o homem nela habitassee desfrutassedela sem haver necessidadedeum véu
entre Ele e o homem.Os véus entreDeus e o homemsempreprovam quea
condição exigida porEle não foiencontrada.
O PODER CEGADOR DAINCREDULIDADE
Desse modo, o véudeve representaralgo que está sobcondenaçãoe juízo:
as trevas, a cegueira, o ocultar,o esconder a glória deDeus e aquela condição
3
O agente (N. do E.).
34
interiorno caso deIsraelno tempo deMoisés, e daqueles em igual condiçãonos
dias de Paulo, e detodos os queseachamna mesma situação. Essa condição
interiorqueatua como umvéu,como sabemos tão bem por tudo o que édito
sobre Israel, é a incredulidadeincorrigível.Foi a incredulidadeincorrigívelde
Israelquecegou a nação,mas dizerissonão ajuda em nada. Éa declaração de
um fato, um fatoopressivo.
Conhecemos nossos corações suficientemente bem para saber queexiste
uma incredulidadeincorrigível em todos nós,e queremos entender por quetal
incredulidadeestá ali, qualé sua natureza e desse mododescobrir comoo véu
pode ser removido. Em outras palavras: como a incredulidadepodesertratada,a
fim de podermos contemplar a glória do Senhor e habitar na luz eterna.
A LUZ NABASEDARESSURREIÇÃO
Consideremos novamente para ver o queo Senhor sempreestevee sempre
está buscandofazerno caso deIsrael. Podemos dizerassim: Deus está sempre
tentando trazê-los para o coração,para o espírito,para a vida, para ocupara base
da ressurreição.
Isso fica claropela Páscoa noEgito,quando o primogênito em cada larno
Egito foi morto naquela noiteterrível. Mas Israel não estava isento, como
superficialmentesesupõe.Aidéia populare superficialé queos primogênitos em
Israelnãoforam mortos,apenas os doEgito morreram. Mas os primogênitos em
todo o Israelforam mortos.Adiferença era que os do Egito foram realmente
mortos e os de Israelde forma substitutiva.
Quando o cordeiro era morto emcada lar deIsrael,para cada família, o
cordeiro representativamente sofria o mesmo julgamento dos primogênitos no
Egito, e Israel, representativamente, passava da mortepara a vida. Naquele
cordeiro Israelfoi levado através da mortepara o terrenoda ressurreição. Para o
Egito não havia terrenoda ressurreição; para Israelhavia.Essa é a diferença.
Assim, todos morreram; uns em realidadee outros representativamente.
Desse modo, Deus, bem noinício doestabelecimentoda vida nacional deIsrael,
procurou estabelecê-los noterreno da ressurreição,cujo significado é: a morte
aconteceue umfim foi introduzido. Toda uma ordem decoisas foidestruída e
outra inteiramente diferenteintroduzida; e levá-los a tomar sua posição nessa
nova base,na nova ordem, foi o esforçoe propósito deDeus na Páscoa.
A celebração da Páscoa anoapós ano, comouma ordenança estabelecida
por todas as suas gerações e sua história, foio métodode Deus para lhes mostrar
que pertenciam a outra ordem, à ordem da ressurreição. Enquanto as trevas
estavam em cada lare portoda a terra do Egito, os filhos deIsraeltinhamluz em
suas moradas, pois a luz está sempreno terreno da ressurreição e só no terreno
da ressurreição.
Depois noMar Vermelho o mesmograndeprincípio foirepetido, passando
pelo meiodas águas e alcançandoo terreno da ressurreição; o Egito novamente
engolido eIsraelsalvo. Eles entraramno mesmomar, mas para Israel existe uma
coluna defogo do outrolado para ser sua luz no terreno da ressurreição - o
Espírito da luz e da vida. Eles guardarama Páscoa, enquantoavançavam, ano
após anosob a ordem deDeus, a fim depreservaro testemunho notocanteao
terreno sobre o qual estavam como nação.
35
Depois veioo Jordão, que em princípioé apenas uma repetição da mesma
coisa, agora necessária, não somentepor haver essa necessidade da partedeles,
mas peloreconhecimento quetinhamdela.
Não é certo seIsraelno Egitoou no Mar Vermelho tinha umentendimento
subjetivo dosignificado do que Deus estava fazendona Páscoa e noMar
Vermelho,mas agora eles têm consciência subjetiva deser uma necessidade.
Estiveram descobrindocoisas durante quarenta anos,e finalmente concordam.
ConcordamcomDeus queoutro terreno é totalmente necessáriosedevem
permanecer na luz.
Deus foi persistente em todo sentidobuscando levar Israela ocupar e
permanecer sobre o terreno da ressurreição, do qual havia sido cortado
totalmente o terreno da natureza.Aincredulidadeincorrigíveldeles tinha como
componentebásicoo apegoaoterreno da natureza,aoinvés do terreno da
ressurreição.
O RESULTADO DO VIVER NO TERRENO DA NATUREZA
O que é o terreno da natureza? ObserveIsraele vocêverá claramente o que
é esse terreno. O terrenoda natureza é a constantebusca de coisas para si
mesmo, a interpretação detudoà luz de si mesmoe decomo elas afetam o ego.
Bem no início era isso. Naturalmentequeo livramento noinício nos afetou
bastante, eficamos muito felizes. O poderosolivramento noMar Vermelho é algo
bom para nós,por issoestamos cheios de alegria hoje. Será sempreassim se as
coisas forem boas para nós.Entretanto,severificarmos queestamos sendo
provados e levados amanhã para este eaquelelugar,ondenão está claro que
será de proveito para nós,e a cançãocessa, a alegria se vai ea murmuraçãose
estabelece."Eles murmuraram."Quantas vezes se diz queeles murmuraram!Por
quê? Porqueocuparam o terreno carnal, o terreno natural, cujo significadoé:
"Como isso meafeta!". Esseé o terrenonaturale nele semprehaverá o
surgimento da incredulidade.
A força da incredulidade são simplesmenteos interesses e consideração
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O homem cujos olhos são aberto1

  • 1. O Homem Cujos Olhos São Abertos Capítulo 2 O Resultado da Visão Espiritual Capítulo 3 Vendo ao Senhor eVendo a Nós Mesmos Capítulo 4 O Homem que RecebeVisãoEspiritual Capítulo 5 A Causa e a Baseda Cegueira Capítulo 6 Buscar a Glória deCristo como o FilhodeDeus Capítulo 7 Ver a Glória deCristo Como Filhodo Homem 2 Prefácio à Edição emPortuguês Assim comoA. W. Tozer,T. Austin-Sparks tem sidoconsiderado um dos profetas de maior projeção da Igreja do século XX. Suas obras eminglês são altamente estimadas na Inglaterra e nas outras regiões delíngua inglesa do mundo e têm sido acolhidas com abundantelouvor por muitos líderes cristãos bem conhecidos, incluindo Watchman Nee,da China, e BakhtSingh, da índia.Por isso, devemos nossa gratidão aos responsáveis pela publicaçãodesta tradução em português. O próprio valor intrínsecodesta obra assegura que ela será recebida com apreço. Herdeirode G. Campbell Morgane JessiePenn-Lewis quando jovem, e aprendendo aos pés dessas pessoas, o sr.Sparks tem profundo conhecimento da Palavra deDeus e um discernimentoespiritualsingular,unidos aos dons de consideraçãooriginale devigorosa expressão. Como alguémquepercebeu o valor das obras deSparks quandoas lipela primeira vez, eminglês,há muitos anos, estou especialmente contenteemvê-las disponíveis em português a um amplo círculo deleitores, ecordialmente as recomendo a todos os santos de língua portuguesa. ChristianChen Flushing,NY, abrilde 2000 3 Prefácio da Editora dos Clássicos Esta obra nos revela,deforma clara e singular,queno terrenoda vida espiritualcom Deus existem as seguintes classes depessoas:os que nasceram cegos e nunca viram(Jo 9); os quereceberam visão, porém incompleta (Mc 8); aqueles que têmvisão real e nítida, mas ainda carecemdo espíritode sabedoria e de revelaçãopara atingir uma esfera mais ampla e completa no propósitode Deus (Ef 1); e os que viram eavançaramcomDeus,mas, devido ao orgulho, perderam a visão espiritual, porém com umfator adicional: eles pensam que vêem, mas estão cegos para sua própria cegueira. Esta foi a tragédia da igreja em Laodicéia (Ap 3). T. Austin-Sparks desvenda a causa da doença do nosso tempo,da Igreja e do ministério,o resultado da perda da visãoespiritual, e que somentea visão governa o início da vida cristã e seucrescimentoe queela é o segredo para o ministério abundante. "Onde está a voz de autoridade hoje? (...) Estamos desfalecendo terrivelmente em cada área da vida, pela ausência da voz deautoridade. Aigreja está desfalecendopela ausência da voz deautoridade, ausência daquele tom profético: 'Assim diz o Senhor!'. O mundo está desfalecendo pela ausência de autoridade,e essa autoridadeestá comaqueles queviram." Uma obra imperdível que ajudou muitos a conheceremmelhor aoSenhore ainda surpreendea todos que a lêem! São Paulo, 05de abrilde 2006 4 Um Testemunhosobreesta Obra Em meados dos anos 90um irmão queeunão conhecia meligou dizendo
  • 2. que, tendobuscado as obras de Sparks em português ou espanhol, havia recebido informações depaíses da Europa dequeeu as estava publicando. Fiquei surpreso, pois eu não estava fazendo isso. Através desseirmão,o Senhor abriu as portas para me relacionar com irmãos queviviam emDeventer,Holanda, evinham sendo usados pelo Senhor para publicar as mensagens deSparks eminglês eem espanhol,através da revista The GoldenCandlestick, El Candelero deOro, pela Stichting Godss Akker (Fundaçãoo Campode Deus). Por essetempo, tambémrecebido irmão DélcioMeireles a traduçãode Não se Escandalize com o Senhor, deSparks,comum bilhete que dizia: "Fuitocado pelo Senhor para traduzir esta obra,mas entrego aoirmão para publicá-la". Em maio de 1996eu havia liberadouma sériede mensagens sobreVinho Novo em Odres Novos — ARelação entreo Avançoda Revelação da Palavra e as 'Estruturas"da Igreja e da Obra numa conferência entrenossos colegas de ministério no âmbito da obra em alguns lugares no Brasil.Comovários irmãos desejaramterpor escrito as mensagens faladas,embora não fosseminha intenção escrever um livro, tomei a liberdade deproduzi-lo para serviraos irmãos mais próximos. Quando eujá estava por volta da página 58, etambémme preparava para ministrar a Palavra em outra conferência, mechegouàs mãos a mensagem VisãoCelestialem espanhol. Quando comeceia ler,estando ainda nas páginas iniciais,a presença de Deus se manifestoude forma muitofortee percebi queSua unção medizia que eu deveria publicar esta obra de Sparks. Foiuma experiência muito singular, pois entendiqueDeus levantou o ministériode Sparks de forma especial equesuas mensagens deveriamser publicadas para Seu povo delíngua portuguesa, que havia brechas noâmbito da obra deDeus,queo ministériode Sparks era necessário para complementare enriquecer Sua Igreja. Assim, eu mesentia "perseguido por Sparks" e aceiteio forteencargode publicar suas obras. Em maio de 1999o Senhorme levou à Holanda para ter comunhão pessoalmente com os irmãos quepublicavamSparks e nestetempoiniciamos juntos a publicação gratuita da revista O Chamamento Celestial, onde, nos três primeiros volumes,publicamos integralmente esta obra Visão Espiritualem português. Entretanto, somente agora, passados alguns anos, me sinto plenamenterealizadocom a publicação integral desta obra em forma de livro e, assim, poderalcançar umpúblico bem mais amplo. Em abril de 2000 publicamos a primeira obra de Sparks em português em forma de livro, O Testemunhodo Senhor e a Necessidadedo Mundo,queé o primeirovolumedesta SérieRiquezas deCristo. Nela você encontrará uma pequena biografia deSparks, que vale a pena ser lida. O prefácioà versão em português foi feito por Christian Chen, a quemmuitoagradecemos noSenhor por sua semprepresentecolaboração, e está inserido nesta obra. 5 Finalmente, só nos resta agradecer a Deus por Sua maravilhosa graça e cuidado em nos guiar na publicação desta rica contribuiçãoaoCorpo deCristo. Estamos diantede uma obra especial, deum rico ministério que tem sido usado para abençoar etransformar muitos dos servos do Senhor ao redor domundo. Que possamos lê-la em oração e em espíritopara tocarmos em sua unção e riquezas espirituais por trás das letras. Ao Senhor toda glória! Unicamentepelos interesses deCristo, Gerson Lima São Paulo, 29de marçode 2006. Capítulo 1 O Homem Cujos Olhos São Abertos "Então, o Senhorabriuos olhos a Balaão, ele viu o Anjodo Senhor, que estava no caminho,coma sua espada desembainhada na mão; peloqueinclinou a cabeça eprostrou-secomo rostoem terra"(Nm 22:31). "Proferiu a sua palavra edisse:Palavra deBalaão,filho deBeor, palavra do homem de olhos abertos; palavra daquelequeouve os ditos deDeus, o que tem a visão doTodo-Poderosoe prostra-se,porém deolhos abertos..."(Nm 24:3, 4). "E foram para Jerico.Quandoelesaía deJerico, juntamente com os
  • 3. discípulos enumerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho deTimeu, estava assentadoà beira do caminho... Perguntou-lhe Jesus: Quequeres queeu te faça? Respondeu o cego:Mestre, que eu tornea ver. Então, Jesus lhe disse: Vai,a tua fé te salvou. Eimediatamentetornoua vere seguia Jesus estrada afora"(Mc 10:46, 51, 52). "Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhesaliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou- lhe: Vês alguma coisa? Este, recobrando a vista, respondeu:Vejoos homens,porquecomo árvores os vejo, andando.Então, novamentelhepôs as mãos nos olhos, e ele, passandoa ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia demodoperfeito"(Mc 8:23-25). "CaminhandoJesus, viuum homem cego denascença...dizendo-lhe: Vai, lava-te notanque deSiloé(quequer dizer Enviado). Ele foi, lavou-see voltou vendo... Eleretrucou:Se é pecador,não sei; uma coisa sei:eu era cegoe agora vejo"(Jo 9:1, 7, 25). "...para queo Deus denosso Senhor Jesus Cristo,o Paida glória, vos conceda espírito desabedoria e derevelação noplenoconhecimento dele, iluminados os olhos dovossocoração, para saberdes qualé a esperança do seu chamamento,quala riqueza da glória da sua herança nos santos..."(Ef1:17,18). "Aconselho-te quede mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres,vestiduras brancas para te vestires,a fim dequenão seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fimde que vejas"(Ap 3:18). ".. .para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestadedeSatanás para Deus, a fim dequerecebam eles remissão depecados e herança entre os que são santificados pela fé emmim"(At 26:18). Creio que a fraseusada por Balaãoseencaixa muitobemno início da nossa presente meditação: "O homemcujos olhos são abertos". 6 A CAUSADADOENÇADO NOSSO TEMPO Quando contemplamos o estado de coisas no mundo hoje, ficamos profundamente impressionados e oprimidos coma prevalecente doença da cegueira espiritual. Ela é a causa da doença do nosso tempo.Nãoestaríamos muito errados sedisséssemos quea maior parte dos problemas, senãotodos, que o mundo está sofrendo tem sua origemnaquela raiz: a cegueira 1 . As multidões estão cegas; não há dúvida sobreisso. Numdia emqueseimagina ser um dia de inigualável iluminação,as multidões estão cegas.Os líderes estão cegos; guias cegos guiando outros cegos.Mas numa grandeescala, o mesmo é verdadeirocomrespeito ao povo deDeus. Falando demodo geral, os cristãos hoje são muito cegos. UMEXAME GERAL DO TERRENO DA CEGUEIRA ESPIRITUAL As passagens quelemos cobremde modogeraluma grande parte,senão for o todo, do terreno da cegueira espiritual.Elas começamcomaqueles que nunca viram, quenasceram cegos. Depois há aqueles que receberamvisão, mas não estão vendomuito, istoé, não claramente — "homens andandocomo árvores" —, mas chegam a vermais perfeitamente mediante uma posteriorobra da graça. Depois há aqueles que têm visãoreale nítida, mas para quemuma esfera ampla dopensamentoe propósitodivinoainda aguarda uma obra mais completa do EspíritoSanto. ".. .para .. .que vos conceda espírito desabedoria e derevelação nopleno conhecimentodele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual éa esperança do seu chamamento,quala riqueza da glória da sua herança nos santos e quala suprema grandeza do seupoder para com os quecremos..."(Ef 1:17-19). Estas palavras são dirigidas a pessoas quetêm visão,mas para as quais esta ampla esfera designificado divino aguarda queconheçam uma obra mais plena do Espírito Santo, na questãoda visãoespiritual. Em seguida estão aqueles que viram eseguiram,mas perderam a visão espiritualqueuma vez possuírame agora estãocegos, mas comum fator
  • 4. adicional: eles pensamquevêeme estãocegos para sua própria cegueira. Esta foi a tragédia de Laodicéia. Depois vêm aquelas duas classes representadas por Balaão eSaulode Tarso. Balaão, cegadopelo lucro, oupela possibilidadede lucro. Esse, creio eu, éo significadono NovoTestamento para a expressão"seguiro caminhodeBalaão". E ficar tão tomadocoma questãodo ganhoe da perda, a ponto deficarcegopara os grandes projetos e propósitos deDeus, não vendo o próprio Senhor no caminho 1 Escrito em 1942, Segunda Guerra Mundial. 7 e, por meio dessa cegueira, chegandoperto deser ferido no trajeto.Adeclaração aqui é muito definida.Balaão não viu o Senhor até o Senhor lhe abrir os olhos; então ele viu o Senhor. "O Anjo do Senhor", como está no texto. Eu não tenho muita dúvida dequeseja o próprio Senhor.Então eleviu. Mais tarde elefez aquela dupla declaraçãosobreo assunto: "O homem de olhos abertos"e "prostra-se, porém deolhos abertos". Tal é Balaão, umhomem cegado por considerações deum caráter pessoal, deuma natureza pessoal, de como as coisas o afetariam. Ecomo tais considerações cegam ondeas questões espirituais estão envolvidas! Se você ou eu estacionarmos nesta questão, estaremos emmuigrande perigo. Se apenas por ummomento permitirmos serinfluenciados por tais questões como: Dequemodo isso meafetará? Quanto isso mecustará? O que vou ganhar ouperder comisso?, esteé o momentoem queas trevas podem tomar possedos nossos corações e aíseguimos no caminho deBalaão. Bem, por outroladotemos Saulode Tarso.Nãohá dúvidas quanto à sua cegueira. Sua cegueira era seuzeloreligioso,seu zelo por Deus, seu zelopela tradição,seu zelo porsua religião histórica,seu zelo peloestabelecido e aceito no mundo religioso. Era um zelo cego,sobreo qual mais tardeprecisoufalar: "Na verdade, a mim meparecia quemuitas coisas devia eupraticar contra o nome de Jesus, o Nazareno..."(At 26:9). "Amim meparecia"que"eu devia". Que reviravolta tremenda aconteceuquando ele descobriu que as coisas que ele pensava eapaixonadamentepensava quedevia fazer, a fim deagradar a Deus e satisfazer sua própria consciência, eram totalmente opostas a Deus eao caminho do bem e da verdade. Certamente Saulo permanececomo uma advertência constante para todos nós de que o zelo por alguma coisa não prova necessariamente que certa coisa écorreta e que estamos no caminhocerto. Nosso própriozeloem si mesmopode seralgo quecega e nossa devoção pela tradição a nossa cegueira. Creio que os olhos têm umlugar muito amplona vida dePaulo. Quando seus olhos foram abertos espiritualmente, seus olhos foram cegados naturalmente,e podemos usar isso comouma metáfora.Autilizaçãodos olhos religiosos naturais extremamente fortes podeser apenas uma indicaçãode quão cegos somos, e podeser que,quando tais olhos naturais religiosos forem cegados, veremos algo,e sóquando isso aconteceré queveremos algo. Para muitas pessoas o queas impede deveré o fatodeverem demais na direçãoerrada. Elas estão vendo comsentidos naturais,faculdades naturais da razão, intelectoe . do conhecimento; tudo isso está nocaminho. Paulo selevanta para nos dizer que, algumas vezes, para vermos em realidade,é necessárioficarmos cegos. Éevidentequeisso deixousua marca nele, assimcomo o dedodo Senhordeixou Sua marca em Jacó,para o restode sua vida. Paulo esteve na Galácia emais tarde escreveu sua carta a eles: "Pois vos dou testemunhode que, sepossívelfora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar"(4:15). Eleestá dizendo queeles notaramsua aflição, estavam conscientes daquela marca queseestendeudesde o caminho deDamasco e sentirampor eletantoque, se fosse possível,teriamarrancado os olhos para dar a ele. Mas é maravilhoso que a comissão que Paulo recebeu quando foi naturalmente cegado no caminho deDamasco foi toda sobreos olhos. Eleficou 8 cego e outros o levarampela mão para Damasco. Mas o Senhor nesta hora lhe disse: ".. .para os quais eute envio,para lhes abrires os olhos e os converteres
  • 5. das trevas para a luz e da potestadede Satanás para Deus..."(At 26:17, 18). Estas passagens trazem suas próprias mensagens a nós, mas elas cobremo terreno deforma bem geral em relaçãoà visãoespiritual. Existem, naturalmente, muitos detalhes, mas não procuraremos examiná-los no momento. Prosseguiremos comesta consideraçãogeral. A VISÃO ESPIRITUAL ÉSEMPRE UMMILAGRE Depois decobrirmos todoo terreno demodo geral,voltamos para observar uma característica particular e peculiar em cada caso,queé: a visão espiritual é sempre ummilagre. Este fato leva com eletodo o significado da vinda do Filho de Deus a estemundo. Aprópria justificativa para a vinda do SenhorJesus Cristo a este mundo éencontrada naquilo queestá estabelecido na Palavra deDeus, pois é uma questãoresolvida para o próprio Deus queo homem agora nascecego: "Eu vim como luz para o mundo"(Jo 12:46); "Eu sou a luz do mundo"(9:5). Essa declaração, comovocêsabe,foi feita exatamente naquela parte doEvangelho de João ondeo Senhor Jesus está lidando coma cegueira. "Enquantoestouno mundo, soua luz do mundo"(9:5) e Ele ilustrouisso lidando como homemque nasceucego. De modo que a visão espiritual ésempreum milagredo céu. Issosignifica que aquelequevê espiritualmentetem ummilagrelogo nofundamentoda sua vida. Toda a sua vida espiritual brota deum milagre,e é o milagredereceber a visão nos olhos quenunca viram.Eexatamente aqui que a vida espiritual começa,ondea vida cristã tem seu início:no ver. E qualquer que prega devetereste milagreemsua história.O que prega dependetotalmentedessemilagreserepetirno caso detodos aqueles queo ouvem. Nesseaspectoele étotalmenteimpotentee tolo. Talvez seja aqui que, num sentido,descobrimos "a loucura da pregação". Um homem podeter visto e podeestar pregando o que eleviu, mas nenhum dos queo ouvemviu ouvê o queeleviu.Assimele está dizendo aos cegos: "Vejam!". Eeles nãovêem.Ele dependeinteiramentedo Espíritode Deus vir e realizar um milagre nesse momento e nesse lugar. Amenos queeste milagre seja realizado, sua pregação évã notocanteaoresultado desejado. Não sei o quevocê diz quando chega a uma reunião e curva sua cabeça para orar, mas faço uma sugestão.Ali podeestar sendoapresentado aquilo que veio de um milagrenaquelequeestá pregando ou ensinandoe você podeperder tudo. Asugestão équevocêpeça sempreaoEspíritoSanto para operar aquele milagre em você novamentenesta hora, para que possa ver. Vamos prosseguirum poucomais. Cada parte de uma nova visãoé uma obra do céu.Nãoé algo feitoplenamentedeuma vez por todas.Epossível prosseguirmos vendo e vendo, e vendo ainda mais plenamente,mas com cada novo fragmento da verdade, esta obra que nãoestá emnosso poder deve ser realizada. Avida espiritual nãoé um milagre apenas emseu começo; é um milagre contínuo nesse sentidoaté o final. Eissoquebrota das passagens que lemos. 9 Um homem podeter tido umtoque, e,embora fosse cego antes,sem nada ver, agora elevê.Entretanto elevê apenas umpouco, tantona medida quantona extensão, e,por isso,vê imperfeitamente. Ainda existe certa quantidadede distorçãoa respeito da sua visão. Outro toquedo céué necessário,a fimde que ele possa vertodas as coisas correta e perfeitamente. Mas mesmo assim não éo fim, pois aqueles queestãovendo as coisas correta e perfeitamente,dentro daquela medida,ainda têm possibilidades deDeus de ver tais vastas extensões. Mas ainda se necessita de umespíritode sabedoria e derevelaçãopara realizá-lo. Por todo o caminho issoé algo docéu. Equemo conseguiria deoutro modo? Porque nãoé a permanência constantedesseelementomilagrosoquedá à verdadeira vida espiritualseu real valor? O RESULTADO DAPERDADAVISÃO ESPIRITUAL Agora chegamos àquela palavra final. Perdera visão espiritualé perder a característica sobrenatural da vida espiritual, e issoproduz a situaçãode Laodicéia.Se você buscar entrarno âmago dessa questão, esseestado decoisas representado por Laodicéia, nem quentenem frio, o estado queleva o Senhor a
  • 6. dizer: "Vomitar-te-eida minha boca", e se vocêdisser: "Por que éassim? O que está por trás disso?", só uma coisa responde: a característica sobrenaturalfoi perdida e desceu para a terra; é algo religioso, mas saiudo seu lugar celestial.E então, podemos ver, vem a reação correspondenteaos vencedores em Laodicéia: "Ao vencedor, dar-lhe-eisentar-secomigo no meu trono". Vocêdesceu bastante em seu caminhopara a terra eperdeu sua característica celestial. Todavia, para os vencedores no meiode tais condições há um lugar acima, mostrando o pensamentodo Senhorcontra esta condição. Perder a visãoespiritualé perder a característica sobrenatural da vida espiritual. Quando isso termina,não importa quão religiosovocêseja, o Senhortemapenas uma palavra a dizer: compre colírio; essa é a sua necessidade. A NECESSIDADEDO NOSSO TEMPO Isso nos traz à necessidade do nosso tempo, a necessidade que naturalmente éde toda hora, detododia,de toda era. Mas estamos mais e mais conscientes dessa necessidadeemnossa época. Num sentido,podemos dizer quenunca houveum tempo emquehouvesseuma necessidademaior depessoas quepudessem epossam dizer: "Eu vejo!". Essa é a necessidadedessemomento. Grande eterrívelé essa necessidade,e antes que ela seja satisfeita não haverá qualqueresperança. Aesperança seprendenisto: que pessoas sejamlevantadas nestemundo, nestemundo negrode confusão, caos, tragédia e contradição, pessoas quepossam dizer:"Eu vejo!". Se hojese levantasse umhomemquetivesseposição para exercer influência eser levado em consideração,um homem que viu, que nova esperança surgiria com ele! Que nova perspectiva!Essa é a necessidade; seela será satisfeita deforma pública, nacionalou internacional,eu nãosei.Mas ela precisa sersatisfeita deforma espiritualpor pessoas desta terra queestejamnesta posição e possamdizer: "Eu vejo!". 10 O cristianismo se tornou amplamenteuma tradição. Averdadefoi dividida em verdades e colocada num LivroDourado,o Livro Dourado da Doutrina Evangélica,uma coisa fixa e cercada. Estas são as doutrinas evangélicas.Elas estabelecemos limites docristianismoevangélico empregação eensino. Sim, são apresentadas em muitas evariadas formas.Sãoservidas compiadas eilustrações interessantes e atrativas e com originalidade esingularidadeestudadas,de tal forma que as antigas verdades nãosejamtão patentes.Têm alguma chancede serem entendidas por causa das roupagens com que são vestidas.Depende também da habilidade epersonalidadedo pregador ou mestre.As pessoas dizem: "Gosto do seuestilo, da sua maneira,do seumodo dedizer as coisas!"e depende muito disso. Todavia, quando todos esses farrapos sãodespidos, juntocomas histórias, as piadas,as ilustrações, a personalidadee habilidadedo pregador ou mestre,quando tudo étirado você simplesmenteganha denovoas velhas coisas. Alguns de nós tambémviemos esuperamos o últimopregadorna maneira de apresentá-las para queestas coisas ganhemalguma aceitaçãoe causem alguma impressão.Nãocreioqueissoseja uma crítica negativa,porqueisso é apenas a realidade.Ninguémvaiimaginarqueestou pedindopara mudar ou desfazer das antigas verdades. Mas o que estou tentando alcançar é isto: não são novas verdades,nema mudança da verdadee simquehaja aqueles que, ao apresentar a verdade, possamser reconhecidos por aqueles que ouvem como homens que viram. Nisso está toda a diferença. Não sãohomens que leram, estudaram e prepararam,mas homens que viram,a respeitodos quais existeo queencontramos emJoão9, o elemento deassombro: "Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego e agora vejo". Evocê sabeseuma pessoa viuou não, deondeveio e comoveio. Esta é a necessidade: aquele algo, aquele algoindefinido,queresulta em assombro equevocêtem que dizer: "Aquelehomemviu algo, aquela mulher viu algo!". Éesse fatordo "ver"que faz toda a diferença. Sim, é algo bem maior doquevocêe eu tenhamos desfrutado. Permita-me dizer-lhe deimediatoquetodo o infernoseunecontra isso, e o homem cujos olhos foramabertos vaienfrentar o inferno. Este homem em João 9 teveque encará-lo deimediato. Eles o lançaram fora e atéseus pais temeramficar dolado dele, por causa dopreço. "Ele tem idade; perguntai-o.""Sim, esteé nosso filho,
  • 7. mas não pressionemdemais e não nos envolvamnisso;idea ele, esclareceitudo com ele e deixem-nos empaz."Eles viram umsinal deperigoe estavam tentando evitar a questão. Existeum preço para vere pode custar tudo,por causa do grande valor dever o Senhore porser oposto a Satanás, o deus dessa era, que cegou as mentes dos não-crentes.Nissoa obra do diabo é desfeita."Envio-tepara lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestadede Satanás para Deus."Satanás nãovaiaceitarisso, nem noinício nem em qualquer medida.Ter visão espiritualé algo tremendo. Mas quegrande necessidadehoje de homens e mulheres quepossam permanecer espiritualmentena posição em que ficou estehomeme dizer:"Uma coisa sei: euera cego e agora vejo". Ealgo grande estar nessa posição. Quanto eunão sei, mas uma coisa eusei: eu vejo! Isso é algo quenão acontecia antes. Talexperiência produz um impacto,uma certeza.Vida e luz sempre andam juntas na Palavra de Deus.Se um homem realmentevê, existevida e elevação.Se ele está dando a vocêalgo desegunda mão, algo estudado,lido,trabalhado, não existe vida nisso,a nãoser talvez um 11 falso e temporário interessee fascinação passageira. Mas nãoexistevida realque faz as pessoas viverem. De modo que nãosetrata depedir para mudar a verdade oude ter novas verdades,mas simda visão espiritual na verdade."O Senhorainda temmais luz e verdadepara brotarda Sua Palavra", o que realmenteé verdade.Permita-me desfazer daquela coisa quenos tem sido imputada, se équeposso. Não buscamos nova revelação, tampouco dizemos, sugerimos ou damos a entender que você pode ter algofora da Palavra deDeus. Todavia, afirmamos queexistem muitíssimas coisas que nãovimos na Palavra deDeus, mas podemos ver. Certamente todos concordam comisso e ésó issomesmo: ver, e quanto mais você vê, realmente vê, mais esmagado vocêsesente com respeito à coisa toda, porque vocêsabe que chegou à divisa da terra de grandes distâncias,queestá além do poderda experiência deum período devida tão curto. Agora, para concluir, deixe-me repetir que,em cada estágio, desdeo início até a consumação, a vida espiritual deveterestesegredonela: euvejo! Logo no princípio, quando nascemos de novo, esta deveria ser a expressão ou pronunciamentoespontâneona vida. Nossa vida cristã devecomeçar ali. Mas por todo o caminhoaté a consumação finaldeveserassim, o resultado desse milagre, de tal forma quevocê eeu sejamos mantidos nesta atmosfera deassombro, o fator assombrorepetido muitas vezes, tornando cada nova ocasião como se fosse algo que nunca tivéssemos visto. Mas posso dizer também que geralmenteuma nova manifestação do Espírito dessa forma vemdepois doescurecimento detudo o queaconteceu antes.Parecequeo Senhor temquetorná-lo necessário, a fim dechegarmos ao ponto de clamar: "Amenos que o Senhor mostre, a menos queo Senhor revele, a menos queo Senhorfaça algonovo,tudo o quedantes aconteceué como nada. Nada dissomesalvará agora!". Assim Elenos conduz a um lugar escuro, um período escuro. Sentimos que aquilo que aconteceuantes perdeu o poderque tinha para nos tornar alegres e triunfantes.Essa é a maneira deo Senhornos manter avançando. Se nos fossepermitido continuar satisfeitos como que alcançamos em qualquerestágio, enãosentíssemos a necessidadeabsoluta de algo que nunca tivemos, será queprosseguiríamos? Certamentequenão!Para nos manter prosseguindo o Senhor tem que introduzir aquelas experiências em que é absolutamentenecessário que vejamos o Senhore O conheçamos deuma maneira nova. Issodeve serassimportodoo nosso caminho atéo fim. Podeser uma série decrises devere vernovamentee novamentever, à medida queo Senhor abrenossos olhos esejamos capacitados a dizercomo nunca dissemos antes: "Eu vejo!". De modoquenão é o nossoestudo,nosso aprendizado, nosso conhecimentode livros, mas sim umespírito desabedoria e derevelaçãono conhecimentodEle, os olhos do coraçãoiluminados. Eesse"ver"que manifesta o tom de autoridadetão necessário. Esseé o elemento, a característica exigida hoje. Não é apenas o ver pelo fato dever, mas sim a introdução deum novo tom de autoridade. Onde está a voz deautoridadehoje? Onde estão aqueles queestão falando com autoridade? Estamos desfalecendo terrivelmenteemcada área da vida, pela
  • 8. ausência da voz deautoridade.Aigreja está desfalecendopela ausência da voz de autoridade, ausência daqueletom profético: "Assim diz o Senhor!". O mundo está desfalecendopela ausência deautoridade, e essa autoridadeestá com 12 aqueles que viram.Existemais autoridade nohomemnascido cego que vê, em seu testemunho— uma coisa eu sei: euera cego,mas agora vejo-, do queem todo o Israelcomtoda a sua tradição econhecimento. Enãoseria issoquetinha tanto peso a respeitodo Senhor Jesus? Pois "eleas ensinava comoquem tem autoridade enãocomo os escribas"(Mt 7:29). Isso ébastantehostil. Os escribas eram as autoridades; sealguém quisesseuma interpretaçãoda lei, eleia aos escribas. Sequisesse saber qualera a posição autorizada, eleia aos escribas. Mas Ele falava comalguém que tinha autoridade enão como os escribas. Deonde vinha talautoridade? Simplesmenteporqueem todas as coisas Ele podia dizer: "Eu sei!". Não é o que tenho lido, o quemefoi contado, o que estudei, mas sim isto: "Eu sei!Eu vi!". Que o Senhor faça decada umde nós pessoas cujos olhos foram abertos. 13 Capítulo 2 O Resultado da Visão Espiritual "Proferiu a sua palavra edisse:Palavra deBalaão,filho deBeor, palavra do homem de olhos abertos; palavra daquelequeouve os ditos deDeus, o que tem a visão doTodo-Poderosoe prostra-se,porém deolhos abertos..."(Nm 24:3,4). "E foram para Jerico.Quandoelesaía deJerico, juntamente com os discípulos enumerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, filho deTimeu, estava assentadoà beira do caminho... Perguntou-lhe Jesus: Quequeres queeu te faça? Respondeu o cego:Mestre, que eu tornea ver. Então, Jesus lhe disse: Vai,a tua fé te salvou. Eimediatamentetornoua vere seguia Jesus estrada afora"(Mc 10:46, 51,52). "Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhesaliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou- lhe: Vês alguma coisa? Este, recobrando a vista, respondeu:Vejoos homens,porquecomo árvores os vejo, andando.Então, novamentelhepôs as mãos nos olhos, e ele, passandoa ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia demodoperfeito"(Mc 8:23-25). "CaminhandoJesus, viuum homem cego denascença...dizendo-lhe: Vai, lava-te notanque deSiloé(quequer dizer Enviado). Ele foi, lavou-see voltou vendo... Eleretrucou:Se é pecador,não sei; uma coisa sei:eu era cegoe agora vejo"(Jo 9:1, 7, 25). "...para queo Deus denosso Senhor Jesus Cristo,o Paida glória, vos conceda espírito desabedoria e derevelação noplenoconhecimento dele, iluminados os olhos dovossocoração, para saberdes qualé a esperança do seu chamamento,quala riqueza da glória da sua herança nos santos equala suprema grandeza do seupoder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seupoder"(Ef1:17-19). ".. .pois dizes: Estourico e abastado e não precisode coisa alguma, e nem sabes quetu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego enu"(Ap 3:17). "... livrando-tedo povo e dos gentios,para os quais eute envio,para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestadedeSatanás para Deus,a fimde que recebameles remissãode pecados e herança entreos que são santificados pela fé emmim"(At 26:17,18). Logo no início da nossa meditaçãoanterior estivemos falandoda causa da doença donosso tempo, que éa cegueira espiritual. Tomamos aquelas passagens que lemos e observamos como elas, deforma geral,cobremtodo o terrenoda cegueira e da visãoespiritual. Depois passamos a falar sobre o fatorcomum nestes casos queé: a visão espiritual ésempreum milagre. 14 Ninguém temverdadeira visão espiritual pornatureza. Ela é algo quevem do céu como uma açãodireta de Deus; éuma faculdadequenão está aqui naturalmente,mas temqueser criada.De modoquea própria justificação para a vinda de Cristo docéu a estemundo éachada nestefato: o homemnascecegoe precisa deum visitantedo céu para lhedarvisão.
  • 9. Por fim, vimos que perder a visão espiritual é perder o elemento sobrenatural na vida cristã; este era o problema deLaodicéia. Prosseguimos vendo que a grandenecessidade da época éde cristãos querealmente possam dizer: Eu vejo! Penseemvocênascendo cego evivendo talvez atéa maturidade sem ter visto nada nem ninguéme, derepente, seus olhos sãoabertos para ver tudo e todos. O sentimento deassombro estaria ali. O mundo seria ummundo maravilhoso. Imagino quequando aquelehomemem João 9 foipara casa,ele dizia constantemente: "E maravilhoso ver as pessoas e todas estas coisas!". Maravilhoso!Esta seria a palavra mais encontrada em seus lábios. Sim, mas existeuma contraparteespiritual, ea grande necessidadeé depessoas que têm assombro espiritual em seus corações todoo tempo, aquiloquenasceu pela revelação do Espírito Santo e é umassombro constante ecrescente.Éum novo mundo, um novouniverso. Esta é a necessidadedo nossotempo: Eu vejo! Nesta meditaçãovamos seguir depertoa idéia dequeem cada estágio da vida cristã, doinício à consumação, o segredo deveser apenas este: Eu vejo. Nunca vi como vejo agora!Nunca vi dessa forma.Nunca vi comessa perspectiva, mas agora euvejo!Deve serassimtodo o tempo, doprincípio ao fim,sea vida é uma verdadeira vida noEspírito.Por umcurto espaçode tempo pensemos em uma ou duas fases da vida cristã que devem sergovernadas por esta grande realidade deverpela operaçãodivina.Vocêvaiselembrar bastanteda Palavra de Deus enquanto falo, vendo o quanto existenas Escrituras a esserespeito. A VISÃO GOVERNAO INÍCIO DAVIDACRISTÃ O que é o inícioda vida cristã? Eum ver. Deveser umver.Aprópria lógica das coisas exigequeseja um ver; por esta razão,o tododa vida cristã deve ser um movimento progressivonuma linha, emdireção a um fim.Alinha e o fim é Cristo. Esta foi a questão como homemnascido cego em João 9. Vocêselembra como, depois deo teremlançado fora, Jesus o encontroue lhedisse: "Crês tu no Filho do Homem?". Eo homem"respondeu edisse: Quem. é, Senhor, para que eu nele creia? EJesus lhe disse: Já o tens visto,e é o que fala contigo. Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou". O resultado da visão espiritual é o reconhecimentodo Senhor Jesus e será assim por todo o caminho doprincípio ao fim. Podemos dizer quea nossa salvação foi uma questão dever-nos como pecadores. Mas setivéssemos paradoali,nossa expectativa teria sido muito pobre. Ou podemos dizerqueé ver Cristo morrendo pelos pecadores. Isso émuito bom, mas nãoo bastante. Amenos que vejamos quem Cristoé, aquela coisa sutil e fatal queafirma que muitos soldados britânicos tiveram uma mortetão heróica por seus companheiros como foia mortedeJesus podeencontrarabrigoem nossos corações, semdiscernirou discriminar entre ume outro.Não, toda a questão é resumida nover a Jesus. 15 Quando realmentevemos a Jesus,o queacontece? O que aconteceucom Saulo de Tarso? Bem, uma porçãode coisas aconteceu, e coisas poderosas que nada mais, senão o vera Jesus, poderia produzir. Nunca poderíamos persuadir um Saulo de Tarsoa se tornarcristão, tampoucoamedrontá-lo. Não poderíamos convencê-lo por meiode argumentos nempor meio da emoçãoa se tornarum cristão. Para tirá-lodo judaísmo era necessário algo mais do quese poderia encontrar na Terra. Mas eleviu Jesus deNazaré, eisso foi o bastante. Agora ele está fora, é umhomememancipado, eleviu. Mais tarde eletem queenfrentara grande dificuldade dos judaizantes,que o seguem onde quer quevá visandoperturbar a fé dos seus convertidos, para arruinar sua posição emCristo,sejá nãohaviamconseguidoisso (refiro-meaos convertidos e igrejas na Galácia).Então elelevanta denovotoda a questão no tocanteaoquerealmente éum cristão efocaliza estemesmo pontono que aconteceuna estrada de Damasco. A Carta aos Gálatas podeser resumida assim: o cristãonão é alguémque faz isso e aquiloe deixa defazer isso e aquilo por serem coisas proibidas. O cristãonão é alguémgovernado pelas coisas exteriores deum modode vida, uma ordem, um sistema legalísticoquediz: "Vocêdevee você não deve". O cristão está incluído nesta declaração:"... aprouve[a Deus]revelarseu Filhoem mim..."
  • 10. (Gl 1:15, 16). Esta é apenas outra forma dedizer: "Ele abriumeus olhos para ver a Jesus", pois as duas coisas são idênticas. A estrada de Damasco éo lugar."Quem és,Senhor? Eu souJesus de Nazaré.""Aprouve[a Deus]revelar seuFilho emmim."Isso é uma e a mesma coisa. Ver deforma interior: isso faz um cristão!"Deus... resplandeceuem nosso coração, para iluminação doconhecimento da glória deDeus, na face deCristo" (II Co 4:6). "Em nossocoração."Cristo,assimcomunicado e revelado no interior, é o que faz um cristão.O cristãofará ou nãofará certas coisas não pela anunciação de certas leis cristãs,muito menos pelas judaicas,mas conformea direção interiordo EspíritoSanto,, porCristo no coração. Eissoquefaz um cristãoe nisso é lançado o fundamento para todo o resto,até a consumação, porque será apenas isso de forma crescente. Assim o fundamento deve ser conforme a superestrutura. Tudo faz parte deuma peça.Ever e ver a Cristo. Esta é uma declaração ousada sobre a qualmuitomais poderia serdito. Mas é um desafio.Temos que nos perguntar: sobre qual fundamentodescansa a nossa vida cristã? Esobrealgo exterior, algo quelemos,algo que nos foicontado, algo que nos foi ordenado, algo que nos amedrontouou emocionou, outemcomo base isto: "Aprouve[a Deus}revelar seuFilho emmim"? Quandoeu O vi, vique pecadoreu sou etambémvi queSalvador Eleé. Isso aconteceuporqueeu O vi! Sei como issoé elementarpara uma conferência de cristãos, mas às vezes é bom examinarnossos fundamentos.Nunca saímos desses fundamentos. Não vamos crescer e nos tornartão maravilhosos a ponto dedeixartudopara trás. Tudo faz parte deuma peça só. Não quero dizer que permanecemos nesseestágio elementar toda nossa vida,mas levamos o caráter dos nossos fundamentos atéo fim. Agraça quelançou o fundamento trará a pedra dearrematecomaclamações de "graça, graça!". Tudo será isto:a graça deDeus abrindonossos olhos. Não vou me deter mais nesseponto. A VISÃO GOVERNA O CRESCIMENTO ESPIRITUAL 16 Vamos passar para o crescimento.Como o início épelo ver, assim também é o crescimento. O crescimento espiritual vem através do ver. Desejo que você pense nisso. Temos quever sedesejamos crescer. O queé crescimento espiritual? Responda cuidadosamente em seu coração. Penso que algumas pessoas imaginam que o crescimento espiritualé adquirir cada vez mais verdades. Não, não necessariamente.Vocêpode crescerem talconhecimento à medida que cresce,mas nãoé apenas isso. O queé crescimento? Eser conformadona imagem do Filho deDeus. Esteé o fime é nessa direçãoqueestamos nos movendo deforma progressiva, firme econsistente. Crescimento pleno,maturidadeespiritualé sermos feitos conformea imagem do Filho deDeus. Issoé crescimento.Então, sefor assim, Paulo nos diz: "E todos nós, como rostodesvendado, contemplando,como porespelho, a glória do Senhor, somos transformados, deglória em glória,na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito"(II Co 3:18). Somos conformados pelo ver e crescemos pelover. O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO Ora, o que foi dito anteriormentecontémum princípio•precioso e profundo. Comopodemos ilustrá-lo? Penso quecom o própriotexto quefoi citado. A última frasenos dá a chave:"Como pelo Senhor, o Espírito". Espero nãoestar fazendo uso deuma ilustraçãomuito trivial ao tentar ajudar nesteaspecto, quando mevoltopara Eliézer, servode Abraão, Isaquee Rebeca,aqueleromanceclássicodo Antigo Testamento. Vocêselembra do dia em que Abraão, ficando velho,chamou seumordomo fiel, Eliézer,e lhe disse: "Põea mão por baixoda minha coxa,para queeute faça jurarpelo Senhor, Deus docéu e da terra, quenão tomaras esposa para meufilho das filhas dos cananeus, entre os quais habito;mas irás à minha parentela e daítomaras esposa para Isaque, meu filho"(Gn 24:2-4). Eele jurou. Então Eliezér saiu, comovocêsabe,comos camelos para o distante país do outro ladodo deserto,orando enquanto ia,para queo Senhorprosperasseseu caminho e lhe desse um sinal. O sinal foi dado junto ao poço. Rebeca correspondeuao sinal deEliezér e depois deestar umpouco com a família enfrentou o desafio demaneira muitoclara edecidiuir comele.Pelo caminhoele
  • 11. apresentou os seus tesouros,coisas da casa do seusenhor, coisas do filho doseu senhor e as mostrou a ela,ocupando-a todoo tempocomo filhodo seusenhor e com as coisas que indicavamquefilho ele era, quais eramos seus bens e emque tipo de situaçãoela estava entrando.Issoperdurou por todo o deserto,até alcançarem o outro lado e chegaremà regiãoda casa deAbraão.Isaqueestava no campo meditando; eles levantaramos olhos e viram, eo servodisse:"Lá está ele! Aquelede quemestivelhefalandotodo o tempo; o dono detudo o queestive lhe mostrando. Lá está ele!". ERebeca desceudo camelo. Você acha queela sesentiu estranha, como setivesse vindodeum país distante? Creio queo efeitodo ministériode Eliézer foi fazer com que ela se sentisse bem em casa, fazer com queela sentissecomo seconhecesse o homem com quem ia secasar. Ela não sentiu nenhuma estranheza,afliçãoou qualquer 17 elemento estranho sobre isso.Podemos dizer que os dois, Isaque eRebeca, simplesmenteseamalgamaram? Foia consumaçãodo processo. "Como pelo Senhor, o Espírito."O Senhor Jesus disse: ".. .quandovier, porém, o Espírito da verdade... não falará por simesmo,mas dirá tudo o que tiver ouvido... porque há dereceber do que émeue vo-lohá de anunciar"(Jo 16:13, 14). O Espírito, o servofielda casa doPai,veio através do deserto para encontrar uma noiva para o Filho,da Sua própria parentela. Sim, existe lugar para assombro aqui. "Visto, pois, que os filhos têm participação comum decarne esangue, destes tambémele,igualmente,participou. .."(Hb 2:14); "Pois,tantoo que santifica como os quesãosantificados, todos vêmde umsó"(Hb 2:11). O Espírito veio para adquirir esta noiva agora, que seja uma com Ele, Sua carne e Seuosso. Mas o Espírito deseja estar nos ocupandotodoo tempocomo Senhor Jesus, mostrando-nos Suas coisas. Com que fim? Para quenão sejamos como estranhos quandoO encontrarmos; para não sentirmos quesomos deum tipo e Ele de outro, mas para queseja exatamenteassim: "Este éo últimopasso dos muitos anteriores que conduzirama ele, e cada passotemfeito com queesta unidadeseja mais perfeita e esta harmonia mais completa". No final, sem qualquer grande crise, simplesmente entremos. Temos prosseguido o tempo todo, eesteé o últimopasso.Issoé conformidadeà Sua imagem; isso écrescimento espiritual: chegar a conhecer o Senhor, tornar-se como Ele, chegandoa estar perfeitamenteà vontade com Ele, demodo a não haver choque, nem estranheza, nemdiscórdia, nem distância.Uniãocomnosso Senhor Jesus, sendoaprofundada todoo tempo atéa consumação: isso é crescimento espiritual. Como você vê, é algo interior novamente e é simplesmenteo desenvolvimentodaquela iniciação,daqueleinício. Vimos e estamos vendo, e vendo e vendo, e enquanto estamos vendo somos transformados. Isso é verdadea respeito detudoo quevocêpensa quevê?Temos que fazer um teste detudo o que pensamos quevemos e conhecemos, por meiodo seu efeito emnossas vidas. Você eeu podemos ter uma quantidadeenormedo que pensamos ser conhecimentoespiritual. Temos todas as doutrinas, todas as verdades,podemos recitar as principais doutrinas evangélicas; mas qualé o resultado? Nãoé ver, amado, no sentidoespiritual, se nãosomos transformados. Esta é a tragédia demuitos quetêmtodas essas coisas, mas são tãopequenos, tão débeis, tão desagradáveis,tão cruéis, tãolegalistas. Sim, ver é ser transformado, e se issonão acontecer não éver.Seria muito melhor sefôssemos despojados de tudoissoe levados exatamenteao ponto onde vemos apenas aquele pouquinhoquefaz grandediferença. Devemos serbem honestos com Deus sobre isso.Nãoé preferívelterapenas umpouquinho de visão espiritualquetenha cempor cento deeficácia, do queuma montanha de conhecimentocomnoventa por cento que não servepara nada? Devemos pedirao Senhor que nos livre deavançaralémda vida espiritual, quero dizer,avançar noaspecto doconhecimento, uma espéciede conhecimento que presumeconhecer. Vocêsabeo quequerodizer. O verreal, diz Paulo,é ser transformado,e ser transformado éuma questão dever, como pelo Senhor, o Espírito. Portanto, devemos orarpara ver. 18
  • 12. Alguns de nós conhecíamos nossa Bíblia, nosso Novo Testamento, conhecíamos Romanos, Efésios; istoé, pensávamos queconhecíamos.Podíamos até mesmo daraulas de Bíblia e desses livros e sobreas verdades neles contidas, e assimfizemos pormuitos anos.Então um dia nós vimos, eas pessoas viram que tínhamos visto edisseram: o que aconteceucomesteministro? Elenão está dizendo nada diferentedoquesempredisse,mas há uma diferença;eleviualgo! E isso. A VISÃO GOVERNAO MINISTÉRIO E naturalmenteisso nos leva ao próximo ponto, embora seja numa breve palavra. O queé verdadeirocom respeito ao inícioda vida cristã, o que é verdadeirocomrespeito ao verdadeirocrescimento, também é verdadeirocom respeito à questão doministério.Mas não pensequeestou falandode qualquer classe especialdepessoas chamadas de"ministros". Ministério, como já foi dito antes nesteestudo, é uma questão deutilidadeespiritual.Qualquerministério que não seja umassunto deutilidade espiritualnãoé ministérioverdadeiro, e qualquer quefor espiritualmenteútil éum ministrode Cristo. Demodoque estamos todos noministério, no plano deDeus. Visto ser assim, todos somos afetados,todos somos governados poresta mesma lei.Ser útilespiritualmenteé uma questão dever. Sabemos quea Segunda Carta aos Coríntios éa que mais trata sobre o ministério no Novo Testamento. "Pelo que,tendoesteministério..."(4:1) -e o que é este ministério? Bem, "ele mesmo[Deus]resplandeceu em nosso coração..." (4:6). E do nossoconhecimentoquePaulo tem Moisés, o ministrodeDeus,no fundo da sua menteenquantoescreveesta parteda sua carta. Epor esta designação queconhecemos Moisés: o servo deDeus; e Paulo está sereferindo a ele cumprindo seuministério,seu serviço,lendoa lei ecolocandoum véu sobre seu rostopor causa da glória queimpedia que o povo olhasse para ele. Eaquela glória era passageira. Agora Paulodiz que, noministério a nós confiado, Deus resplandeceu no nosso interior e não precisamos de umvéu. Em Cristo o véu é tirado; e o que você deve ver em nós é Cristo eCristo deve ser ministradoatravés denós conforme Ele é visto,e nós somos os veículos para manifestara Cristo. Issoé utilidade espiritual; issoé ministério: manifestara Cristo. E"temos,porém,estetesouro em vasos debarro, para quea excelência do poder seja deDeus e não denós"(4:7). "Em tudo somos atribulados..." -e entãosegueuma lista decoisas que nos rebaixam. Mas na verdadeeleestá dizendo: ECristo! Se somos rebaixados, perseguidos, menosprezados, abatidos, levando sempre em nosso corpo o morrer do Senhor Jesus, isso éapenas a maneira de Deus manifestar a Cristo. Sesomos perseguidos e menosprezados,abatidos e a graça do SenhorJesus é suficiente,e vocêvêa graça doSenhor Jesus sendo manifestada naquelesofrimento eprovação,então você diz: Esteé umCristo maravilhoso! Você vêa Cristo, e por nossos sofrimentos Cristo é ministrado. Isso é utilidadeespiritual. De quem vocêmais recebeuajuda? Eu seiquem mais me ajudou. Não foi ninguém no púlpito. Foialguém que passoupor sofrimento intenso eterrível 19 durante muitos anos e em quema graça deDeus foi suficiente. Eu pudedizer: "Se eu passarpor sofrimento como este, então meu cristianismoserá preciosoe valerá a pena ter um Cristocomo o meu". Isso muitomeajudou e éissoque quero ver. Não pregue para mim; viva e isso será de maiorajuda para mim.E realmenteuma inspiraçãopara mime deveria serpara nós verqueem nossa provaçãoe adversidadeé que os outros podem ver o Senhore seremmais ajudados. O modocomo passamos pela provaçãoé o quemais vai ajudar os outros, muitomais do queaquilo que possamos lhes dizer. Que o Senhor possa nos cobrir quando dizemos algo assim, pois conhecemos nossa fragilidadee como falhamos para comEle quandoestamos debaixoda prova.Mas é isso que Pauloestá dizendo aquisobreo ministério. "Temos, porém, estetesouroem vasos debarro... Em tudo somos atribulados... perplexos... abatidos...levandosempreno corpoo morrer deJesus."Mas com
  • 13. Paulo o fim detodas as coisas era:"Eglorificavam a Deus a meu respeito"(Gl 1:24). O que vocêquer além disso? Isso é ministério. Sevocêe eupudermos dizer que em qualquer ocasiãonão vivemos emvão. Teremos sido deutilidadeseisso puder serdito: "Eglorificavama Deus a meurespeito". Mas o importanteé o ver. Nós,para sermos espiritualmente úteis, temos que ver, a fim dequeoutros possamterbasepara ver. Falodessa forma porque podemos ver epassar o que vemos;podemos ser cartas vivas, mas os outros podem nãoestar vendo. Mas existea base para que eles vejam, eseforem honestos decoração esem preconceitos, realmenteabertos para o Senhor, Ele permitirá quevejamaquiloqueo Senhor nos revelou equeEle está buscando revelaratravés denós. Eledevetercartas vivas,homens emulheres nos quais Ele possa ser lido. Isso é ministério. De modo que o ministério dadoe o ministériorecebido é tudouma questão dessa obra divina da graça abrindonossos olhos. Tudoissoconstituium grande apelo aos nossos corações para buscarmos o Senhor no sentidode termos nossos olhos abertos. Sesomos sérios para com o Senhor, nunca étardedemais para termos visão espiritual, a despeito dequãocegos tenhamos sido epor quanto tempo. Mas não seesqueça dequeisso é uma questão desermos honestos para com Deus. O Senhor Jesus disseuma coisa maravilhosa a Natanael. Eleestava perigosamenteperto daquela dupla cegueira. No momento emquesepermitiu dar expressão a um preconceito popular, elechegoupertoda zona deperigo. Ele disse: "DeNazarépodesairalguma coisa boa?". Esseé umpreconceitopopular. Um preconceito popular tem impedidoquehomens e mulheres conheçamos propósitos plenos de Deus. Os preconceitos podem tomar muitas formas. Tenhamos cuidado. Mas Natanaelfoi salvo.O Senhor Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo quevereis o céu abertoe os anjos deDeus subindoe descendo sobre o Filho do Homem"(Jo 1:51). QuandoEle disse"vereis"quis dizer no dia do Espírito."Como pelo Senhor, o Espírito", Natanael iria ver. Eleestava em perigo, mas escapou. Sevocêestá em perigo porcausa do seupreconceito,tenha cuidado.Abandoneseu preconceito, tenha o coração aberto. Seja um israelita em quem não haja Jacó,sem engano, como coração abertoaoSenhor,e você verá! 20 Capítulo 3 Vendo ao Senhor eVendo a Nós Mesmos "Todo o povo de Judá tomoua Uzias, que era de dezesseis anos,e o constituiureiemlugar deAmazias, seupai. Eleedificoua Elate e a restituiu a Judá, depois que o reidescansou com seus pais. Uzias tinha dezesseis anos quando começoua reinar e cinqüenta edois anos reinouem Jerusalém.Era o nome de sua mãeJecolias,de Jerusalém.Ele fez o que era reto perante o SENHOR, segundo tudoo quefizera Amazias, seupai.Propôs-sebuscar a Deus nos dias deZacarias, que era sábio nas visões deDeus; nos dias em quebuscou ao SENHOR, Deus o fez prosperar"(II Cr 26:1-5). "Mas, havendo-sejá fortificado, exaltou-seo seu coraçãopara a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o SENHOR, seu Deus,porqueentrou no templo do SENHOR para queimarincenso no altar do incenso. Porémo sacerdote Azarias entrou após ele, com oitenta sacerdotes do SENHOR,homens da maior firmeza; e resistiram ao rei Uzias e lhe disseram: Ati, Uzias,nãocompete queimarincenso perante o SENHOR,mas aos sacerdotes, filhos deArão, quesão consagrados para estemister; saido santuário, porque transgrediste;nemserá isso para honra tua da partedo SENHOR Deus.Então, Uzias se indignou; tinha o incensário na mãopara queimar incenso; indignando-seele, pois, contra os sacerdotes, a lepra lhe saiuna testa peranteos sacerdotes, na Casa do SENHOR, junto ao altar doincenso. Então, o sumosacerdoteAzarias e todos os sacerdotes voltaram-se para ele, e eis que estava leprosona testa,e apressadamente o lançaramfora; até elemesmo sedeupressa emsair, visto que o SENHOR o ferira. Assim, ficou leproso o rei Uzias até ao dia da sua morte; emorou, por ser leproso, numa casa separada, porquefoi excluídoda Casa do SENHOR; e Jotão,seu filho, tinha a seucargo a casa dorei, julgando o povo da terra"(II Cr 26:16-21). "Descansou Uzias comseus pais,e, com seus pais, o sepultaram nocampo
  • 14. do sepulcro que era dos reis; porque disseram: Ele éleproso. EJotão, seufilho, reinou em seu lugar"(II Cr 26:23). "No ano da mortedo reiUzias,eu vio Senhor assentadosobreum alto e sublimetrono,e as abas de suas vestes enchiamo templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: comduas cobria o rosto,comduas cobria os seus pés ecom duas voava. Eclamavamuns para os outros, dizendo:Santo, santo, santoé o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar semoveramà voz do queclamava, e a casa seencheu de fumaça. Então, disseeu: aide mim!Estou perdido!Porquesou homemdelábios impuros,habito nomeio deum povo deimpuros lábios, eos meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!Então,um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva,quetirara do altarcomuma tenaz; coma brasa tocoua minha boca edisse: Eis queela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foitirada, e perdoado, o teu pecado. Depois disto,ouvia voz do Senhor,quedizia:Aquem enviarei,e quem há deir por nós? Disseeu: eis-me aqui,envia-mea mim.Então, disse ele: Vaie dize a estepovo: Ouvi, ouvie nãoentendais;vede, vede, mas não 21 percebais.Torna insensível o coração destepovo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lheos olhos,para quenão venha elea ver comos olhos, a ouvir comos ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo" (Is 6:1-10). Esta é uma história impressionantee gira ao re-dordo assuntoquetemos trazido diantede nós desta vez, queé: VisãoEspiritual. "Eu vi o Senhor"; "meus olhos viram..."; etudogira aoredor disso. O que resulta de todo o incidenteé queo reiUzias era espiritual e moralmente uma representação deIsrael edos profetas deIsrael, numa grande medida.Esse éo significado da dupla declaraçãode Isaías, o profeta: "Sou um homem de lábios impuros, esou o vosso profeta;e habito nomeio deumpovode impuros lábios". Eisso, comopodemos verclaramente, relaciona-secom Uzias; pois você sabequeo leproso tinha que colocar umvéusobreo lábio superior e clamarpor ondefosse: "Impuro". O significado das palavras "sou homem de lábios impuros,habito nomeio deumpovo deimpuros lábios"é exatamenteque todos somos leprosos. De fato Isaías está dizendo: "O que era verdadeacerca deUzias éverdade com relação a todos nós, profeta epovo. Vocês não reconhecemissoe eu também nãoreconhecia atéqueeuvi o Senhor. Todos ficamos terrívele profundamenteimpressionados como queaconteceu com Uzias. Temos vivido numa atmosfera carregada com o horrordaquela coisa; temos cochichadodizendo quecoisa horrívelfoi aquela,quecoisa má Uzias fez e que terrívelqueo nosso rei tenha tidotal resultadoe um fimcomo aquele; quecoisa horrível éa lepra.Temos ditocoisas duras sobreUzias e concebidomuitos pensamentos,quão sériofoi seu caso, mas eu cheguei a ver que estamos todos na mesma situação. Eu mesmo que tenho pregadoa vocês (e nãoseesqueça de que cinco capítulos de profecia precederam estesextocapítulo deIsaías). Tenho chegado a ver que nãosou melhor doqueUzias.Vocês, comtodos os seus ritos e cerimônias, freqüência aoTemplo, oferecimentodos sacrifícios, usando seus lábios na adoração, estãona mesma situação deUzias;todos somos leprosos. Vocês podem não reconhecer isso, mas euchegueia ver. Ecomocheguei a ver? Eu vi o. Senhor!""Meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.""Eu vi o Senhor assentadosobreum alto e sublimetrono."Eimpressionantequando pensamos nisso. O que vamos fazer com isso? Quem sabefaríamos bemem sair às escondidas e ficarquietos comisso poralgum tempo;pensenisso. Vamos esclarecer algo imediatamente:existeum pensamento popular que alguém concebeu equemuitos denós aprendemos,quefoi essa visão que fez de Isaías umprofeta ou pregador.Ouvimos isso e talvez tenhamos dito isso. Oh,não! Se o livro de Isaías é inspirado egovernadopor Deus,por que isso deveria acontecermuitodepois deelejá ter profetizado tanto? Contempleos primeiros cinco capítulos de profecia.Que coisas tremendas encontramos neles. Não, não foi isso que fez deleumprofeta, umpregador. Deus estava tratando com o homem, nãocom umprofeta.Deus estava tratandocomum povo, não com um ofício. Eleestava tratandocomo quesomos emSeupróprio ponto
  • 15. de vista. Demodoquenão podemos simplesmentetransferirissopara uma classe depessoas chamadas deprofetas ou pregadores, como sealguns denós não estivéssemos envolvidos por nãosermos dessa classe; somos pessoas 22 comuns quenão aspiram serprofetas ou pregadores.Nãoé isso. O Senhor está tratando com pessoas aqui e procurando deixar claro para elas como Eleas vêem si mesmas, mesmo quetenhamestado pregando muito; o queelas são,aos olhos dEle, em si mesmas.Mais cedoou mais tardeessa realidade terá que vir sobre nós para proteger tudo eassegurar Seu propósito. O QUE DEUS ESTÁ BUSCANDO O que Deus está buscando? Sevocêpuderver,sevocêtiverseus olhos abertos para vero queDeus está buscando, então compreenderá Seumétodo e por que Ele emprega esse método. O capítulo5 do livrode Isaías deixa claroo queDeus está buscando. Ele está embusca depessoas que satisfaçamSeupróprio coração. Elas são chamadas deremanescente.Elas são chamadas assim porserem simplesmente um remanescente. Ele sabe muito bem que nemtodos serão conformados ao Seu pensamento. Ele previu a história doSeupovo atéos dias da vinda do Seu Filhoe o queeles fariam comEle.Ele conhece seus corações. Epor isso que Elediz a Isaías as coisas terríveis quevai fazer: engordar o coraçãodessepovo,fechar seus ouvidos e olhos. Eleconhece. Todavia alguns responderão; mas serão apenas um remanescente. Esse remanescenteé mencionadoespecificamenteno fimdo capítulo6 nestas palavras: "Mas, seainda ficar a décima partedela,tornará a ser destruída. Como terebinto ecomo carvalho, dos quais, depois dederribados,ainda fica o toco, assim a santa semente éo seu toco"(Is 6:13). No tronco que foicortado(e observequeo queprecedeé o corteda árvore), Israelseria cortadopelas nações queDeus iria chamarpara cortar Israel, usando-as como instrumentos de juízo para cortar Israel, eissoeles iriam fazer. Mas o tronco permanecerá,e nelehaverá uma décima parte,um remanescente, uma sementesanta quando a árvoreinteira tiver sidotratada. Deus está buscando uma companhia dentrea companhia geraldo Seupovo que há de satisfazerSeu coração, e para assegurar esseremanescenteEle apodera-sedeIsaías e trata com elenessesentido e concede-lheessa visão. Amado, para Deus alcançarSeu alvo, nós temos queser completamente desiludidos e ter nossos olhos abertos para verclaramenteo quesomos em nós mesmos aos olhos dEle.Que terrível revelação!Qualquercoisa em quehaja suspeita ou indicação de auto-satisfação, auto-complacência, de termos alcançado oude estarmos satisfeitos com nossa atualcondiçãonos desqualificará para participarmos do remanescenteou desermos de alguma forma instrumentos na realização doalvo e dopropósito deDeus. Por isso,depois deessehomem(Isaías) ter saídopara falardas amplas áreas dos juízos soberanos deDeus nos cinco primeiros capítulos,repentinamente Deus o detém. Uma crise acontece em sua própria vida e ministério. Deus abre seus olhos e o leva a ver emprofundidade o que eleé,o queé o povo, aos Seus olhos. Isaías e o povoa quemele havia julgado,condenadoe transmitido aquelas veementes palavras sobreo terrívelacontecimento com Uzia, receberama revelação dequeeles eram igualmentemaus; não havia diferença.Aos olhos de 23 Deus todos eram impuros com o véusobreo lábio superiore exortados a clamar: "Imundo, imundo". A LEPRA DAVIDADO EU E o que era essa lepra?Dizemos,naturalmente, queé o pecado. Sim, éo pecado; mas o queé isso? Vamos dar uma olhada em Uzias e ver o que significava a lepra e o que ela indicava no caso deUzias."Elefez o queera reto peranteo Senhor, segundo tudoo quefizera Amazias, seupai"(II Cr 26:4), e enquanto andou nos caminhos do Senhor,o Senhor o prosperou. Um homem abençoado do Senhor,andando na luz do Senhor e conhecedor do favor do Senhor, e, juntocom isso, aquela coisa arraigada queestá nocoração de todo homem,semprepronta para selevantar e usurpar as próprias bênçãos de
  • 16. Deus para elemesmo,para fazerum nomepara simesmo, posição para si mesmo, para atrair grandeza, glória, poder, influência e satisfação, para lhedar reputaçãoe posição. Eisso! O que é lepra? O que éessa coisa queé uma abominação para Deus? E simplesmentea vida egocêntrica queestá em todos nós,quesemprese intromete nas coisas de Deus e busca transformá-las emcréditoe vantagem pessoal. O Senhor abençoa e achamos quenos tornamos alguémno secreto do nosso coração, porqueo Senhor abençoou. Esquecemos queas próprias bênçãos que recebemos vierama nós pela graça emisericórdia de Deus,e secretamente começamos a pensarquedeve haver algoem nós quenos faz merecedores delas. É a nossa capacidade, nossa inteligência, algo em nós mesmos. Passamos a falar sobre nossas bênçãos, nossosucesso. Eaquela coisa lá nofundo, o gérmen da lepra em todos nós, a vida do ego emsuas variadas formas queproduz o orgulho, mesmo o orgulho espiritual, eleva-nos, comoUzias,a interferirnas coisas santas comnossa própria energia,força, afirmaçãoe suficiência. Sim, a lepra é a raiz do ego, do egoísmo,a despeito decomosemanifesta. Nele, no ego — que éoutro ramode coisas as quais não temos tempo de examinaragora -, jaz todo o perigo debênção eprosperidade.Quãonecessário é sermos crucificados no meiodas nossas bênçãos! Quão necessárioé queDeus assegureSuas bênçãos sobrenós,revelando-nos constantementea nós mesmos que tudo é pela graça, eseEle nos temdado algum tipode bênção, algum tipo de sucesso ou deprosperidade, não épor haver algoem nós aos Seus olhos, a despeito doqueos homens pensem.Seja o que for que possamos ser diante dos homens, aos olhos deDeus não somos melhores doqueos leprosos, e o que importa nãoé como prosseguimos entreos homens esim como prosseguimos com Deus.Podemos até alcançar alguma posição importantenestemundo, mas a questão é se alcançamos ounãocomDeus. Talvez isso não se apliqueà maior partede nós, porquenão estamos bastanteconscientes de termos recebido bênção eprosperidade ede possuirmos muito do quenos orgulhar. Amaior partede nós conheceo oposto: vazio e humilhação.Todavia,entremos noâmago da questão.Ali mesmo, no mais profundo, existeum desejo ardenteem nós quepertence ao ego; existeuma rebelião que éa rebelião da vida do ego. Uzias é apresentado aqui a fim demostrarqueesta éa coisa no povo e no profeta quetorna impossívela Deus alcançarSeu alvo. Ela tem que sertratada e 24 exposta. Não éalgo quesepossa passarpor cima; precisa ser tirada para fora e temos quevê-la. A REALIZAÇÃO DO ALVO DO SENHOR: O FRUTO DAVISÃO DO SENHOR Passo imediatamentea esseponto, quetrata deo Senhor atingir o alvono qual Seu coração está, istoé, umpovo, mesmoqueseja apenas um décimo, um remanescente, umpovoqueatendeaodesejodo Seupróprio coração eO satisfaz no pleno propósito da Sua vontade. A fim de que Elealcanceissodeve haver aquela condição dever, e o que deve ser visto,quefará todo o resto:o Senhor.Ver o Senhor, como está claro nesse texto,é vera santidade,e quando vemos a santidadevemos a lepra onde nunca teríamos suspeitado, seja emnós ou nos outros.Quandovemos o Senhor, vemos o real estadode coisas emnós e ao nosso redor, atémesmo nopovode Deus. Ver o Senhor é a necessidadea fim depodermos estarno caminho que conduz àquelealvoem direçãoao qual Eleavança. "Eu vi o Senhor"; "meus olhos viram". Qualé o resultado? Uma revelação de nós a nós mesmos eda condição espiritual ao nossoredor. Quando vemos o Senhor nós clamamos: "Estou perdido!". Seconsiderarmos essa palavra "perdido" veremos queela significa apenas isso: "Sou digno demorte". Esseé exatamente o significadoda palavra hebraica:dignode morte,soudigno demorte! Vocêe eu veremos a necessidade da união com Cristona morte,senossos olhos forem abertos para vermos o Senhor, para vermos quenão existe nada mais para isso; é o único caminho. Não se trata apenas de palavras e idéias. O que desejo quevejamos é isto: que a obra doEspíritode Deus emnós, pela qual nossos olhos são abertos para
  • 17. vermos o Senhor, resultará no sentimento dequea única coisa que resta para nós é morrer e chegar ao fim. Você já chegou a esse ponto? Satanás naturalmentehá deoperar nesse terreno, comotemfeito com tantas pessoas, procurando levá-las a destruir tudo, a trabalhar sobrealgo queo Espíritode Deus está realizando e convertendo-o para seu próprio crédito e criando uma tragédia. Conservemos o nível espiritual ereconheçamos queo Senhorvaioperar em nós para Sua própria glória e para possibilidades gloriosas, levando-nos ao lugar onde sentimos profunda eterrivelmentequea melhorcoisa emnós devemorrer. Assim Ele conseguirá em nós uma concordância com Sua própria mente sobre nós. Estou acabado!O Senhor poderia muito bem ter dito:"Evocê está assim mesmo! Eu o sabia todo o tempo.Tenhotido dificuldadeemfazer vocêconhecer isso. Vocêestá acabado". Quando vocêchega a esselugar,então pode começar. Enquantoestivermos lá, interferindo todo o tempo,ocupandoo lugar comoUzias, entrando noTemplo, na casa, nosantuário,ocupados,ativos,nós emnós mesmos,o quesomos, enquanto enchemos o Templo, o Senhor nada pode fazer. Ele diz: "Preste atenção, vocêvaiterquesair e terá queviraolugar onde você se apressará em sair desua própria vontade por verquevocêé umleproso". Isso foi dito a respeito deUzias: "Até elemesmo sedeu pressa em sair". Pelo menos ele reconhece que essenão éum lugarpara ele.Quando o Senhor nos 25 leva a esse lugar -"Estouacabado enão há lugar para mim!" —, então Elepode dar início ao ladopositivo. Eletem o caminho aberto. Esta visão é algoterrível, embora seja muitíssimonecessária e o resultado éalgo muitoglorioso. Então veio o chamamento. A RAZÃO PARA A NECESSIDADEDETAL EXPERIÊNCIA Vou acrescentarapenas uma coisa.Vocêvê quãonecessário foiacontecer algo assimcomIsaías? O que eleia fazer? Pregar umgrandeavivamento? Ia sair e dizer ao povo: "Tudo está bem; o Senhorvaifazer grandes coisas:animem-se, pois um grandedia está para nascer"? Não! Vai e torna insensívelo coraçãodesse povo, endurece-lheos ouvidos e fecha-lheos olhos! Esse não éum tipo deobra muito prazerosa.Qualé o seusignificado? O Senhor conhecia a condição do coraçãodo povo. Elesabia muito bem o queeles não iam querer ver emrealidade. Seeles quisessem ver, eles tomariamatitudes completamentediferentes.Livrar-se-iamde todos os preconceitos, suspeitas e críticas eseempenhariamem perguntar. Mostrariam sinais defomee anseio; entregar-se-iamà investigação e nãoseriamconvencidos facilmentepelos julgamentos ecríticas dos outros.Mas Ele sabia queem seus corações eles não queriamver,não queriam ouvircoisa alguma do que sepoderia dizer a eles. Mais tarde esse profeta vaidizer: "Quem creu em nossa pregação?"(Is 53:1). O Senhor sabia, e o julgamento sempre vem deacordo com o coração dopovo. Se vocênão quer, perderá a capacidade dequerer.Se você nãover,perderá a capacidadede ver. Se você não querouvir, perderá a capacidadede ouvir. 0 julgamento ê orgânico,e não mecânico. Elevemconforme sua vida. Você semeia uma semente deinclinação ou rejeição eceifará uma colheita de incapacidade, e umdos resultados deum ministério derevelação émanifestar a inclinação ou rejeição das pessoas para o própriojulgamento delas, e você descobrirá que umministério derevelaçãoe vida apenas torna algumas pessoas mais endurecidas.O Senhor sabe disso. Prosseguircomum ministériodessetipo não éalgo confortável. Você terá que ser uma pessoa crucificada para fazerisso. Não pode ter interesses pessoais. Se você busca reputação, popularidade,sucesso, seguidores,então é melhor não seguir estecaminho, nãover muito e nãoterpercepção dessas coisas. Émelhor você colocarvendas nos olhos e serum otimista incorrigível. Se você vai seguiro caminhodo propósitodo Senhor, deum povo que vai realmenteresponder aoSeupropósito,certamenteserá um caminho aberto entre uma multidão que nãoquer este caminho evailhedizer que nãodeseja este caminho; vocêirá segui-lo sozinho.Podempensarquetêmrazão, mas o fatoé que não estãofamintos e desesperados a ponto deinvestigarem e informarem-se diretamente. Facilmentesedesviamdianteda sua menor crítica,posição e doseu
  • 18. ministério, evocêtem que prosseguir com uns poucos, umpunhadoquequer avançar. Eo preço da visão, o preçodesepoder ver. Isaías tinha queser um homem crucificadoa fim decumprirtalministério. Se você e eu quisermos ocupar uma posiçãocomDeus, temos que ser crucificados para aquilo que havia emUzias: umfortedesejo pela posição. Insatisfeito como reinado, elebusca também o sacerdócio.Era mais doqueisso: 26 insatisfeito com a bênção deDeus, deve ter tambémo lugar deDeus. Que contrasteé isso!De umladoo reiUzias e do outro"meus olhos viram o Rei". Você pode seguir isso? Euma busca, é tremendo, mas é o caminho do desejo epropósito pleno doSenhor.Eum caminhosolitário e dealto preço, e o resultadoé manifestar o queDeus vê nocoração do Seu povo. Afim defazerisso — cujo significado é que vamos sofrer por causa da nossa revelação,visão,pelo ver; temos quepagarum alto preçopor isso -temos que estar bem crucificados e chegar aolugar ondedizemos: "Bem,estouacabado, mereçoa morte; não há nada a fazer senãoquedevo sair!". O Senhor diz: "Está ótimo, é isso que Eu quero - que você saia; Eu quis queUzias saíssepara queeu pudesseenchero Templo!". Uzias é o Eu; é o homemcomo ele é, e Deus não ocupa Sua casa com o homem; Ele deve enchê-la. Capítulo 4 O Homem que RecebeVisãoEspiritual 27 "Um anjo do Senhor faloua Filipe, dizendo: Dispõe-tee vai para o lado do Sul, no caminho quedescede Jerusalém a Gaza; estese acha deserto. Elese levantoue foi.Eis queum etíope, eunuco,altooficial deCandace, rainha dos etíopes, o qual era superintendentede todoo seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém,estava devolta e,assentadono seucarro, vinha lendoo profeta Isaías. Então, disseo Espíritoa Filipe: Aproxima-te desse carro eacompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o quevens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender, se alguémnão meexplicar? Econvidou Filipe a subir ea sentar-se junto a ele. Ora, a passagem da Escritura queestava lendo era esta: Foilevadocomo ovelha ao matadouro; e, comoum cordeiro mudo peranteo seu tosquiador, assim elenão abriu a boca.Na sua humilhação, lhe negaramjustiça; quemlhepoderá descrever a geração?Porqueda terra a sua vida é tirada.Então, o eunucodissea Filipe:Peço-tequemeexpliques a quem se refere o profeta. Fala desimesmo ou dealgum outro? Então, Filipeexplicou; e, começandopor esta passagem da Escritura, anunciou-lhea Jesus. Seguindoeles caminhofora,chegando a certo lugar onde havia água, disseo eunuco: Eis aqui água; que impedeque seja eu batizado? Filiperespondeu: Élícito, secrês detodo o coração. E, respondendoele, disse: Creio que Jesus Cristoé o Filho deDeus. Então, mandouparar o carro, ambos desceram à água,e Filipe batizouo eunuco. Quando saíramda água,o Espírito doSenhorarrebatoua Filipe, não o vendo mais o eunuco; e estefoi seguindo o seucaminho, cheio dejúbilo. Mas Filipeveio a achar-seem Azoto; e,passando além,evangelizava todas as cidades atéchegar a Cesaréia"(At 8.26-40). Nesse simples mas instrutivoincidentetemos três partes: o etíope, o Espírito Santo e o instrumento humano, queé Filipe. O incidenteseencaixa dentro da esfera da nossa atualmeditação a respeitoda visão espiritual. O ETÍOPE 1 — Alguém que busca e seconfessa cego Quando observamos este etíope, logo vemos umcego quebusca. Embora religioso e semovendo no círculo da antiga e bem estabelecida tradição religiosa, tendo estado em Jerusalém,no Templo, no próprioquartel-general, ainda está cego e continua umcego quebusca. Issofica bem claro pelas perguntas feitas a Filipe sobreas Escrituras. "Comopodereientender,se alguém nãome explicar?... De quem . fala esseprofeta? Desimesmo oude outro?"O etíopeé, sem dúvida, um homem sem visãoespiritual; seus olhos do coração nãoforamiluminados. Mas o que é esperançososobreele éser manifestamenteumhomemcego. 2 - Alguém que busca e éhumilde Ele era um homemimportante nestemundo, um homem deconsiderável
  • 19. responsabilidade, influência e posição;e por causa da sua posiçãoelepoderia ter obstruído um pouco as coisas. Quando desafiado sobreo quelia, elepoderia ter fugido do ponto oudo centro da questãoe dar umtipo deresposta evasiva, sem compromisso. Sabemos como atuamas pessoas que nãogostam deser vistas como ignorantes, principalmentesesãoconsideradas com alguma reputação,quetêm 28 uma posição para manter. Estehomem, comtudo o queera entreos homens nesta terra,era manifestamente umhomemcego. Sem qualquerproteção ou fuga, ele responde à pergunta deforma direta, honesta e franca."Se entendoo que leio? Como poderei se alguém não me explicar?"Então, nessa abertura,ele buscou mais informação,explicaçãoe iluminação."De quemfala o profeta?" Isso é muito simples,eu sei, mas é fundamental. Efundamentalpara qualquer tipo deentendimento espiritual. Ébásico para todo conhecimento espirituale governa cada degraude progresso nas coisas espirituais. Ahumildade desse grandehomemé a chavepara toda a história. Elenãoprocura dara impressão deconhecer o que nãoconhece, delevar outros a pensarqueele entendequando não entende. Elecomeça diretodo lugar onde realmenteestava. Ele sabia emseu coraçãoquenão entendia e nãodeuoutra impressão, pelo contrário, deixouser conhecidoexatamente ondeestava,e isso proporcionou ao Senhor um caminhoplenamenteaberto. Quem sabenão foi isso que o Senhor tinha visto havia muitotempoe foi a base da Sua contínua atuação? Elesabia quetinha umhomemem trevas em busca da luz,mas era perfeitamentehonestoe humilde, eportantopodia Se mover soberanamentedeformas maravilhosas sobredistâncias consideráveis e dar passos importantes. Estes forampassos importantes tomados peloSenhora fimde encontrar aquela vida.Observe o que umcoração nessas condições torna possível da parte do Senhor, o quanto o Senhor está preparadopara realizar quandoencontra um coraçãocomo este.Ele era um homem cego buscando a luz, mas manifestamente cego; por isso nãodemora muito para se tornarum buscadoriluminado. O Senhor não deixa talhomemnas trevas; Elelhedeu a luz quebuscava. E não podemos dizer que o Senhor lhe deumuito mais do queelebuscava? Creio que nãoestaremos acrescentando nada à história sedissermos que, ao seguir seu caminho regozijando, elesentiuquehavia recebidomuitomais do que aquilo que havia sepropostoa alcançar. E sempreassim. Quando o Senhor faz uma coisa, Ele a faz adequadamente. Como disse Spurgeon: "Meu cálice transborda, eo pires também!". Quando o Senhor faz uma coisa,Ele a faz bem. O homemseguiu com um cálicecheioe transbordante, um buscador iluminado.Ele viera para ver o quetodos os líderes religiosos dos seus dias não estavamvendoe não tinhamcondições demostrara ele. 3 — Um buscador que levou Deus a sério Entretanto, a iluminação queelerecebeutrouxeum novo desafio,como sempre acontece.Cada medida de nova luz vinda do Senhor traz com ela um novo desafio,um desafio a alguma obediência prática. Notemos umdetalhe muito interessantee proveitoso dessa história.Isaías 53 trouxe Cristoà luz, e Filipe anunciou a Jesus naquela Escritura e o fato seguinte com o qual nos deparamos é:"Eis aquiágua; queimpedequeseja eubatizado?". Você deve preencher algo aqui, casoqueira ver como issosurge em Isaías 53. Deixo issocomvocê. Não vá adiante; pense nisso. Tudoo quevou dizeré quea revelação quechegou àquelehomem,a iluminação dos seus olhos, trouxe um desafio para obediência,e essebuscador iluminadonãofoi desobedienteà visão 29 celestial, mas prontamenteenfrentouo desafio, pronto para correr o caminho do mandamento doSenhor, sem hesitaçãoem obedecer à luz quehavia recebido. No tocanteaofatoem si mesmo, tudo émuito simples,mas issoé a essência das coisas. Vemos um homem passandodas trevas para a luz,da busca para um conhecimento arrebatadorem seucoração; umhomemtitubeante transformado em alguémde posiçãofirme; decoração desapontado emalguém que segueseu caminho regozijando. Eas duas coisas quetornaram isso possível
  • 20. foram: 1) Uma humildade plena quenão sepreocupa absolutamentequesua ignorância setorneconhecida e a ausência deuma atitudefingida de saber mais do que aquiloqueconhece; e 2) Sua pronta obediência à luz que recebeu.Temos que dizer deste homem:"Eis um coraçãohonesto". Eé assimqueDeus trata com pessoas honestas.Elas recebem luz e recebem alegria. Antes de deixarmos o etíope, precisamos dizer queeleé um homem que leva a sério as coisas. Gosto deleporsua determinação em conhecere fazer. Ele vai direto aoalvo.O efeito debilitantedo clima etíope nãoroubou dele sua energia espiritual. Eleseelevou acima dissoe levouDeus a sério.Nenhum elemento debarganha, desculpa oualgo dessetipo éencontradonele. Ele simplesmentedeterminou conhecer, sepudesseser conhecido, ea fazer o que tivesseque serfeito quando fosse iluminado. Ao homem que está resolvido a conhecer ea agir desse modoDeus vaiSe mostrarda mesma forma. Deus é para nós o que somos para Ele; Deus não ficará em dívida comninguém. Sevocêe eu levarmos Deus a sérioe nos dispusermos para tudoaquilo que Elequer que tenhamos econheçamos, e nãodermos importância a nós mesmos, mas descermos para o nível onde real e verdadeiramenteestamos, com toda a humildade, e decidirmos fazer qualquer coisa queo Senhor nos mostrar,através da Sua graça,sem qualquer hesitação, descobriremos que, a longoprazo, Deus nãoficará emdívida conosco,mas nos satisfará plenamente. A história dessehomemrecebeu um registro imortal.Ela aparecenos Atos do EspíritoSanto,e quando vocêpergunta: "Por que estehomemfoi incluído no registro esua história transmitida deera emera,atéchegar a essetempo?", a resposta é o quedissemos: ele era um homem quelevou Deus a sério, foi aberto ao Senhor, honesto em seucoração, humilde em espírito e obediente à luz que possuía. O ESPÍRITO SANTO 1 - ABase queEle Exige A segunda parte na história é o Espírito Santo, e énecessário apenas uma breve palavra. Na realidadeEle éa primeira parteno assunto todo,mas eu O mencionoem segundo lugar aqui porque talvez seja mais útilexaminar o incidentenesta ordem. O Espírito Santo tinha consciência detalhomem, e Elesempretem consciência detal homem.Existeum aspecto no qual o etíopedeve aparecer antes doEspírito Santo. Vocêentendeo quequerodizer comisso. Antes deo Espírito Santo poderrealizar Sua obra, Eledeveter algosobreo queoperar que satisfaça Suas exigências; eo Espírito Santo tinha conhecimentodeste homem, 30 de sua busca e do seu coração; e o Espírito Santosempretemconsciência de tais pessoas e sabe ondeelas estão. 2 - Como Ele EImpedido Existe uma história enorme relacionada com taldeclaração.Se nós apenas a conhecêssemos, uma porção deproblemas seria resolvida por tal entendimento. Aí está a grande pergunta quesemprenos confronta: por que alguns saltampara a luz e prosseguem e outros não, mas ficamsempreatrás eparecequenunca mais conseguemver? Será que há uma escolha da partedeDeus, uma espécie deeleitos entreos eleitos queEletem? Eletemfavoritos? Penso quenão. Creioquegrandeparte da resposta está aqui, a saber:Deus temquetratar com aquilo que Eleencontra, sejam pessoas queO levama sério ounão, seEle tem umcaminho claro ou não, se o terreno já está ocupado ounão poraquilo que éum obstáculo para Ele. Não creio que as pessoas possam vir a falhar emrecebertoda a luz que o Senhor querquetenham seelas realmentelevarem Deus a sério. O Espírito Santo nos conhece. Eleolha diretopara os nossos corações e sabe se levamos a sério. Ele vê exatamenteaquiloqueO limita equão longepode ir. O Senhor não vai coagir ninguém. Se estamos voltados para nós mesmos, ocupados conosco, girandoaonosso redor, centralizados emnós, entãoo Espírito Santo não temchance. Temos quechegar aofim denós mesmos.Esta é a dificuldadedemuitas pessoas: estabeleceramuma obsessão consigomesmas eo tempo todoandam emcírculos evoltam ao mesmo ponto onde começaram. Tudo
  • 21. gira em torno delas, e o resultadoé esgotamento. Em pouco tempo terão um choque terrívelqueenvolvetudoo quesupostamente defendem erepresentam pelo Senhor, e tudocairá com elas. O Espírito Santo nãotemum caminho livre.Temos que sairdo caminho, no que diz respeitoa essa ocupaçãodo ego, sedesejamos prosseguirreto e adiante. Ele sabe exatamenteonde estamos,seestamos amarrados porcoisas, coisas religiosas, tradições etc. Amarrados de talforma que não estamos abertos para o Senhor e sem perspectiva dereceber qualquer outra luz d'Ele. Já temos tudoou então o povocomo qual estamos associados já temtudo, e somos partedisso! Você sabeo quequerodizer. O Espírito Santo nãopodefazer muito comaqueles queestãonuma tal posição, eEle sabe. Sua atitudeé:"Einútil; não possofazer muitoaqui;estão muito amarrados". Entretanto, se estivermos preparados para abandonartudona água 2 , então o Senhor podeavançar econseguir umcaminho livre. O Espírito Santo sabe. Eleconhecevocê e a mim. Ele nos conhece muito mais do quenós mesmos nos conhecemos. Podemos ter pensadoquelevávamos a sério as coisas e oramos muito porum longo tempo,clamandoao Senhor para fazer algo, mas o EspíritoSanto sabemuitobemqueainda nãochegamos ao fim de nós mesmos e dos nossos interesses. Algomais deve ser feito a fim denos levar ao desespero,antes que Elepossa realizar o que deseja. Mas Elesabe:eis a questão. Ele conhecia aquelehomem e sabia quenãoprecisava fazermuito para começar com ele visando alcançar um caminho livre. Ele aproveitou a 2 Como fez o eunuco (N. do E.). 31 oportunidade apresentada e pôde agir soberanamente; e assim fez para satisfazer esta necessidade. 3 - O Instrumento Humano A terceira parteé o instrumento humano, Filipe,o meio peloqual, porum lado, o cegoquebusca teria seus olhos abertos e, por outro lado, o Espírito Santo poderia realizar Sua obra. Todos queremos estarnaquela posiçãoemque, porum lado, homens emulheres realmentehonestos, genuínos e sérios podemencontrar o que buscam através da nossa instrumentalidade, caso seja da vontadede Deus, e, por outro lado, o Espírito Santopossa encontrar em nós umvasopara usar onde houvernecessidade. Certamente nãohá nada quedesejamos mais doque isso, apenas ser como Filipeera. Entretanto, mesmono caso deFilipe,não setratava de eleser uma espécie de mecanismoautomático, quefuncionava comseu quererou não.Havia coisas sobre Filipequeconstituíramo terreno para o Senhor. Eramquestões simples, e todavia não como as tais quesãofáceis na vida prática ena realização. Filipe estava à disposição do Espírito Santo semqualquer dúvida,e sevocê observar verá queissosignificava algoemseu caso. Eleestava ali emSamaria. Muitos se voltavam para o Senhor, uma grande obra da graça estava acontecendo, tão grande que os apóstolos tiveramqueser enviados deJerusalém para tratar com a situação; e Filipeera o principal instrumento naquela obra. Um homem podeter grandes questionamentos quando está totalmente envolvidoem algoassim, eo Senhor repentinamente lhediz: "Agora, Filipe,quero que deixes tudoisso e desça para o lugarqueestá deserto.Nãovou tedizer por quê, nem o queestou para fazer.Digo apenas: vá para o deserto". Elepoderia ter dito: "Mas, Senhor, ea obra aqui? Senhor,contempleesta porta enorme de oportunidade; veja o queestoufazendoe no que estouenvolvido! O que acontecerá aqui seeu a deixar?". Muitas perguntas como essas podemterselevantado. Elepoderia ter tido sérias reservas ecolocá-las nocaminhodo Senhor, mas nada dissolemos a seu respeito.O Senhor simplesmente falou, eFilipeestava tãocompletamente à disposiçãodo Senhor que, semquaisquer perguntas, se moveu. Que coisa tremenda éestar livre para o Senhor, livre para o Senhor, estar à disposiçãodo Senhor de talforma a não haver dificuldadepara deixar qualquer
  • 22. coisa e nos ajustarmos completamentea uma nova situação,seo Senhor assim determinar. Euma coisa grande. Assim Filipeestava à disposição do Senhor,e isso é umfator enormenuma obra como essa delevar luz aos cegos quebuscam. Elenão foi apenas a resposta para a necessidade dohomem, mas a resposta para a necessidade doEspírito Santo, à disposição doSenhor,respondendosem hesitação à sugestãodo Senhor. Ele não demorou, mas respondeu prontamente: "O Senhor falou; avancemos com Ele e deixemos a responsabilidade com Ele". Tudo saiu bem,e o quefoi feitofoi algo seguro.Ora,o Senhor nunca Se explica antecipadamente.Ele nunca nos diz de antemão como será feito e o que irá fazer. Elesemprecoloca diante denós umdesafiopara crermos nElee isso sempre traz muitas oportunidades para argumentação se assim o desejarmos; muitos motivos, humanamentefalando, para questionarmos. Aquelequeconhece 32 o Espírito sabemuito bem quea justificaçãohá de vir através da linha da obediência imediata. Essa é a história; simples, linda, mas cheia deprincípios vitais para a iluminação. Se vocêquer verpessoas prosseguindo, estas são as coisas que o Senhor requer. Se vocêquer prosseguir, estas são as coisas que estão portrás de todo avanço espiritual,todo saltopara a luz, para o conhecimento, para uma maior plenitudedo Senhor. Observe novamenteeste homem.Euma história fantástica.Comosabemos, a Bíblia apresenta a Etiópia como um tipodas trevas; mas aqui as trevas foram transformadas em luz, no completoresplendor domeio-dia. Cristo éisso, eesta é a base sobre a qualissoé realizado, a saber, um coraçãotransparente, humilde, determinadoe honesto na sua busca. Não sei o queo Senhor pode estar lhedizendo,mas para nós o pivôde toda a questão é: "Eis aqui água!". Não estoudizendo queo batismo éo pivô, mas que este é representadopelo batismo. Estamos preparados para ver tudo irpara a sepultura? Temos algo a queestamos nos apegando,nossa posição, nossa reputação, nossostatus e tudo mais? Ou tudoestá indopara a sepultura? O Senhor tem aquinão um homem que diz: "Enecessárioqueeu seja batizado; mas será quedevo serbatizado? Certamentequeseo Senhorassim exige, buscareigraça". Não, mas temos umhomemquediz: "Eis aquiágua,o que impede?". Esseé umângulo totalmentediferente. "Diga-me qualquer coisa queimpeça e voutratar com ela!". Tenha um espírito como este. "Se você puder memostrar qualquercoisa que impedemeu progresso no caminhoqueo Senhor indica,eu tratarei com ela. O queo Senhor quer, Filipe? Vocêpodemeapontar algumimpedimento?" Filipenão encontrou nenhum empecilho, mas tudo cooperava.Ambos desceram à água e Filipe o batizou. Queo Senhor possa colocar em nossos corações o significadodisso e nos permitirsermos bons etíopes nessesentido espiritual. Capítulo 5 A Causa e a Baseda Cegueira "E, se o ministérioda morte,gravado com letras em pedras,serevestiu de glória, a ponto deos filhos deIsrael não poderem fitar a facede Moisés, por causa da glória do seu rosto,ainda que desvanecente, como nãoserá demaior glória o ministério doEspírito!Porque, seo ministério da condenação foi glória, em muito maior proporçãoserá gloriosoo ministério da justiça. Porquanto, na verdade, o que, outrora, foi glorificado, nesterespeito, já não resplandece,diante da atualsobre-excelenteglória. Porque, seo quesedesvanecia teve sua glória, muito mais glória temo queé permanente. Tendo, pois, talesperança, servimo-nos demuita ousadia nofalar.Enão somos como Moisés, quepunha véu sobrea face, para que os filhos de Israelnão atentassem na terminação do quese desvanecia. Mas os sentidos deles seembotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança,o mesmo véupermanece,não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. Mas atéhoje, quando élido Moisés, o véu está postosobreo coração deles. Quando,porém,algumdeles se converte ao Senhor, o véu lheé retirado.Ora,o Senhor éo Espírito;e, ondeestá o Espíritodo 33
  • 23. Senhor, aíhá liberdade. Etodos nós, como rostodesvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, deglória emglória, na sua própria imagem,como peloSenhor,o Espírito"(II Co 3:7-18). "Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelocontrário,rejeitamos as coisas que, porvergonhosas,se ocultam, não andando com astúcia,nemadulterando a palavra deDeus; antes, nos recomendamos à consciência de todohomem, na presença deDeus, pela manifestaçãoda verdade. Mas, seo nossoevangelhoainda está encoberto,é para os que se perdemqueestá encoberto, nos quais o deus desteséculocegou o entendimentodos incrédulos, para quelhes não resplandeça a luz do evangelho da glória deCristo, o qualé a imagem deDeus. Porquenão nos pregamos a nós mesmos, mas a CristoJesus comoSenhore a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.PorqueDeus, quedisse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu emnosso coração, para iluminação do conhecimentoda glória de Deus,na facede Cristo"(II Co 4:1-6). Temos tratado com a questão da visãoespiritual. Na Escritura que lemos temos outra porção relacionada com este mesmoassunto da cegueira e da visão. Primeirotemos o fato da cegueira:"O deus deste século cegou"; depois vem a causa 3 : "O deus desteséculo"; e porfim o alvo,queé: "Para que lhes não resplandeça a luz doevangelho da glória deCristo,o qualé a imagemdeDeus". Vamos considerá-los nesta mesma ordem. O FATO DACEGUEIRA Observe queumparaleloé traçado entre Israelnos dias deMoisés eos não-crentes nos dias de Paulo. Em ambos os casos é dito que existeum véu no coraçãodeles, sobresuas mentes, um véu que fecha, queexclui e cuja natureza é de cegueira total. Além domais, existe umelementode juízoe condenaçãona forma em queo apóstolo fala dele. Mesmo em relaçãoa Israel reunido à porta da tenda da congregação quando Moisés lia a Lei, elediz na verdadeque, enquanto Moisés colocava o véu sobre o rosto,não era porquea glória não podia ser contemplada, mas por causa do estado da mentedeles, docoraçãoe deuma condiçãointerior neles. Se a condição interior fosseoutra, o véu não teria sidonecessário; eles poderiam ter contemplado a glória e habitado na luz. Entretanto,o véu era um símboloexterior representandouma condiçãointerior, ocultando a glória de Deus. Nunca foi o desejo doSenhorocultarSua glória, mas sim manifestá-la e que o homem nela habitassee desfrutassedela sem haver necessidadedeum véu entre Ele e o homem.Os véus entreDeus e o homemsempreprovam quea condição exigida porEle não foiencontrada. O PODER CEGADOR DAINCREDULIDADE Desse modo, o véudeve representaralgo que está sobcondenaçãoe juízo: as trevas, a cegueira, o ocultar,o esconder a glória deDeus e aquela condição 3 O agente (N. do E.). 34 interiorno caso deIsraelno tempo deMoisés, e daqueles em igual condiçãonos dias de Paulo, e detodos os queseachamna mesma situação. Essa condição interiorqueatua como umvéu,como sabemos tão bem por tudo o que édito sobre Israel, é a incredulidadeincorrigível.Foi a incredulidadeincorrigívelde Israelquecegou a nação,mas dizerissonão ajuda em nada. Éa declaração de um fato, um fatoopressivo. Conhecemos nossos corações suficientemente bem para saber queexiste uma incredulidadeincorrigível em todos nós,e queremos entender por quetal incredulidadeestá ali, qualé sua natureza e desse mododescobrir comoo véu pode ser removido. Em outras palavras: como a incredulidadepodesertratada,a fim de podermos contemplar a glória do Senhor e habitar na luz eterna. A LUZ NABASEDARESSURREIÇÃO Consideremos novamente para ver o queo Senhor sempreestevee sempre está buscandofazerno caso deIsrael. Podemos dizerassim: Deus está sempre tentando trazê-los para o coração,para o espírito,para a vida, para ocupara base
  • 24. da ressurreição. Isso fica claropela Páscoa noEgito,quando o primogênito em cada larno Egito foi morto naquela noiteterrível. Mas Israel não estava isento, como superficialmentesesupõe.Aidéia populare superficialé queos primogênitos em Israelnãoforam mortos,apenas os doEgito morreram. Mas os primogênitos em todo o Israelforam mortos.Adiferença era que os do Egito foram realmente mortos e os de Israelde forma substitutiva. Quando o cordeiro era morto emcada lar deIsrael,para cada família, o cordeiro representativamente sofria o mesmo julgamento dos primogênitos no Egito, e Israel, representativamente, passava da mortepara a vida. Naquele cordeiro Israelfoi levado através da mortepara o terrenoda ressurreição. Para o Egito não havia terrenoda ressurreição; para Israelhavia.Essa é a diferença. Assim, todos morreram; uns em realidadee outros representativamente. Desse modo, Deus, bem noinício doestabelecimentoda vida nacional deIsrael, procurou estabelecê-los noterreno da ressurreição,cujo significado é: a morte aconteceue umfim foi introduzido. Toda uma ordem decoisas foidestruída e outra inteiramente diferenteintroduzida; e levá-los a tomar sua posição nessa nova base,na nova ordem, foi o esforçoe propósito deDeus na Páscoa. A celebração da Páscoa anoapós ano, comouma ordenança estabelecida por todas as suas gerações e sua história, foio métodode Deus para lhes mostrar que pertenciam a outra ordem, à ordem da ressurreição. Enquanto as trevas estavam em cada lare portoda a terra do Egito, os filhos deIsraeltinhamluz em suas moradas, pois a luz está sempreno terreno da ressurreição e só no terreno da ressurreição. Depois noMar Vermelho o mesmograndeprincípio foirepetido, passando pelo meiodas águas e alcançandoo terreno da ressurreição; o Egito novamente engolido eIsraelsalvo. Eles entraramno mesmomar, mas para Israel existe uma coluna defogo do outrolado para ser sua luz no terreno da ressurreição - o Espírito da luz e da vida. Eles guardarama Páscoa, enquantoavançavam, ano após anosob a ordem deDeus, a fim depreservaro testemunho notocanteao terreno sobre o qual estavam como nação. 35 Depois veioo Jordão, que em princípioé apenas uma repetição da mesma coisa, agora necessária, não somentepor haver essa necessidade da partedeles, mas peloreconhecimento quetinhamdela. Não é certo seIsraelno Egitoou no Mar Vermelho tinha umentendimento subjetivo dosignificado do que Deus estava fazendona Páscoa e noMar Vermelho,mas agora eles têm consciência subjetiva deser uma necessidade. Estiveram descobrindocoisas durante quarenta anos,e finalmente concordam. ConcordamcomDeus queoutro terreno é totalmente necessáriosedevem permanecer na luz. Deus foi persistente em todo sentidobuscando levar Israela ocupar e permanecer sobre o terreno da ressurreição, do qual havia sido cortado totalmente o terreno da natureza.Aincredulidadeincorrigíveldeles tinha como componentebásicoo apegoaoterreno da natureza,aoinvés do terreno da ressurreição. O RESULTADO DO VIVER NO TERRENO DA NATUREZA O que é o terreno da natureza? ObserveIsraele vocêverá claramente o que é esse terreno. O terrenoda natureza é a constantebusca de coisas para si mesmo, a interpretação detudoà luz de si mesmoe decomo elas afetam o ego. Bem no início era isso. Naturalmentequeo livramento noinício nos afetou bastante, eficamos muito felizes. O poderosolivramento noMar Vermelho é algo bom para nós,por issoestamos cheios de alegria hoje. Será sempreassim se as coisas forem boas para nós.Entretanto,severificarmos queestamos sendo provados e levados amanhã para este eaquelelugar,ondenão está claro que será de proveito para nós,e a cançãocessa, a alegria se vai ea murmuraçãose estabelece."Eles murmuraram."Quantas vezes se diz queeles murmuraram!Por quê? Porqueocuparam o terreno carnal, o terreno natural, cujo significadoé: "Como isso meafeta!". Esseé o terrenonaturale nele semprehaverá o surgimento da incredulidade. A força da incredulidade são simplesmenteos interesses e consideração