O documento discute metodologias para análise de retrofit em edifícios comerciais visando eficiência energética. Apresenta as ferramentas TOBUS e Projeto OFFICE que avaliam medidas individuais, cenários e pacotes de retrofit considerando diagnóstico, custos e benefícios energéticos. Também discute legislação européia sobre eficiência energética.
Eficiência Energética e Retrofit de Edificações Comerciais
1. Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
ECV4222 – Eficiência Energética em Edificações
Prof. : Roberto Lamberts, PhD
Eficiência Energética e
Retrofit de Edificações
Comerciais
Aluna: Ariadne Marques de Mendonça 16.08.2011
2. Conteúdo da Apresentação
• Apresentação do problema e justificativa
• Retrofit em edifícios comerciais
1. Introdução • Legislação européia relacionada a eficiência
energética
• O Retrofit visando eficiência energética
• Metodologias para análise de retrofit
• TOBUS
• Projeto OFFICE
• Avaliação de estratégias de retrofit com base em
2. Metodologias múltiplas variáveis
• Metodologia para triagem e avaliação do impacto de
medidas de retrofit
• Avaliação de medidas de retrofit utilizando análise de
ciclo de vida
3. Conclusão • Discussão e conclusão
4. Referências • Referências bibliográficas
3. 1. Introdução Motivação/justificativa:
Como analisar a viabilidade e definir Levantamento de sua situação atual, e
classificá-las de acordo com suas
estratégias adequadas de redução de
características construtivas, tipologias
consumo de energia para um arquitetônicas e perfil de consumo
conjunto de edificações existentes? energético?
Como estabelecer uma classificação Outro ponto é como
de desempenho energético para esse criar critérios para a
estoque, em função de suas tomada de decisão de
características, a fim de criar um medidas de retrofit em
modelo representativo de certas edificações existentes
Introdução
tipologias? antigas?
Quais medidas são Algumas intervenções podem mostrar-se
realmente viáveis do agressivas demais, ou com custo elevado que
1.
ponto de vista de não traria retornos significativos: como avaliar
desempenho? isso?
4. 1. Introdução
O ambiente construído, e os edifícios que o compõem, são parte fundamental da
cultura de um país e de seu patrimônio;
Na Europa, o consumo energético de edificações corresponde a 40% do consumo
total de energia faturado (EKINS; LEES, 2008);
A reutilização de edificações existentes, antigas ou históricas promove o uso
eficiente de recursos e a preservação de valores culturais.
• Toda edificação, com o passar do tempo, está sujeita a
obsolescência funcional e física (REY, 2004)
Introdução
• Manutenções regulares podem retardar este processo, mas após
certo tempo intervenções mais pesadas podem ser inevitáveis.
1.
RETROFIT
5. 1. Introdução • Valorização do imóvel;
• Adaptação a novos padrões de
uso ou novas tecnologias;
• Otimizar ou reduzir consumo
energético;
Medidas de
• Melhoria de conforto ou
RETROFIT estética;
• Atualizar sistemas/equipamentos
obsoletos.
• O tempo de vida dos elementos construtivos de uma edificação
varia bastante.
• Em edifícios comerciais, pode variar de alguns meses, para certos
acabamentos internos, para até mais de 30 anos para elementos de
Introdução
fachada (REY, 2004)
Na Europa houve aumento significativo do mercado de retrofit
(CACCAVELLI, 2002);
1.
Na Suíca, 65% dos edifícios comerciais construídos entre 1947 e
1989 estavam em processo de retrofit (REY, 2004)
6. Retrofit em edifícios comerciais
Razões para o retrofit de edifícios comerciais:
• Tempo de vida útil dos edifícios comerciais são menores do
que os residenciais;
• Exigências dos usuários mudou consideravelmente nos
últimos 10 anos (equipamentos de
escritório, automação, padrão de uso e conforto);
• Crise no mercado imobiliário na Europa: aumento de
edifícios não ocupados e aqueles que oferecem poucos
serviços de conforto e flexibilidade tinham pouca procura
no mercado (dificuldade de comercialização);
Introdução
• Retrofit custa menos (mesmo para grandes investimentos)
do que demolição e reconstrução (mais ou menos metade
ou um terço do custo);
CACCAVELLI, 2002
1.
Estratégia de retrofit: é um conjunto de intervenções, orientado por
diretrizes arquitetônicas coerentes e tecnicamente otimizadas (REY, 2004)
7. Eficiência energética: legislação européia
Energy Performance of Buildings Directive (EPBD), 2002
• Padrões mínimos de desempenho energético;
• Certificação energética para edificações novas e existentes;
• Edifícios com mais de 1.000 m² passando por retrofit devem melhorar
desempenho energético;
• Obrigatoriedade da certificação energética quando um imóvel for
comercializado o alugado.
Energy End-Use Efficiency and Energy Services Directive
Introdução
(ESD), 2006
• Mercado de serviços relacionados com eficiência energética e
fornecimento de programas e soluções aos usuários finais;
• Economia de energia de pelo menos 9%, entre 2008 a 2016;
• Exemplo do setor público;
1.
• Promover a existência de auditoria independentes e altamente
qualificadas.
8. O Retrofit visando eficiência energética
Eficiência energética em edificações: uso racional de energia
• “A redução no consumo de energia em edificações existentes
pode ser atingida com a implementação medidas energéticas
de retrofit, que vão desde alterações físicas de um edifício até
rotinas operacionais, incluindo controles avançados e
iluminação eficiente” (CHIDIAC, et al., 2011).
Introdução
Como avaliar medidas de
retrofit em edificações e
sua relação custo-
1.
benefício?
9. Metodologias para análise de retrofit
TOBUS
Projeto OFFICE
Avaliação de estratégias de retrofit com base em múltiplas
variáveis
Metodologia para triagem e avaliação do impacto de
medidas de retrofit
Avaliação de medidas de retrofit utilizando análise de ciclo
de vida
2. METODOLOGIAS PARA ANÁLISE DE
2.
RETROFIT
10. 2. Metodologias para análise de retrofit
Metodologias para análise de retrofit
TOBUS – França
(CACCAVELLI, 2002)
Projeto OFFICE -
Dinamarca, Inglaterra, França, Alemanha, Grécia, Itália, Noruega, Suécia e Suíça
(HESTNES, 2002)
Avaliação de estratégias de retrofit com base em múltiplas variáveis – Suíça
(REY, 2004)
Metodologia para triagem e avaliação do impacto de medidas de retrofit –
Canadá
(CHIDIAC et al., 2010)
Avaliação de medidas de retrofit utilizando análise de ciclo de vida – Itália
2.
(ARDENTE et al, 2011)
11. 2.1 TOBUS - França
Ferramenta de decisão para seleção
Metodologias para análise de retrofit
de soluções de retrofit de
edificações e estimativa dos custos
para melhoria de eficiência
energética e condições de conforto.
Software de análise que permite
definir a melhor estratégia de
retrofit:
1. Diagnóstico: estado de
deterioração, obsolescência
funcional, consumo de energia e
qualidade do ambiente interno
Módulos da
análise 2. Ações: definição das estratégias
de retrofit e seus custos para
2.
melhorar o estado de conservação
do edifício, aumentar eficiência
energética e condições de conforto.
12. 2.1 TOBUS - França
Diagnóstico:
• Registro sistemático de todo o
Metodologias para análise de retrofit
edifício, separado por tipo de
componente ou serviço.
• Degradação física: 4 níveis.
Informações sobre as datas de
construção ou instalação de
elementos também são inseridas.
(Tabela 1)
• Ações: ações/serviços de retrofit para
os componentes são definidos de
acordo com 4 códigos que possuem
relação com uma listagem de ações
possíveis inserida no sistema. (Tabela
2)
• Custo: preços unitários de serviços
comuns, considerando padrão da
edificação (baixo, médio, alto) e
quantidade de serviços propostos
2.
para cada solução (dados da
Suíça, em euros)
(CACCAVELLI, 2002)
13. 2.1 TOBUS - França
Metodologias para análise de retrofit
• É realizada auditoria no local: feita por
módulos permitindo diferentes níveis de
análise.
• Geralmente, são necessárias duas visitas ao
2.
local dependendo no nível de complexidade da
edificação.
14. 2.1 TOBUS - França
• O procedimento de auditoria coleta informações sobre o desempenho
atual do edifício para executar uma avaliação preliminar e depois testar
Metodologias para análise de retrofit
diversas medidas de retrofit.
Análise de obsolescência funcional e consumo energético:
• Para elementos identificados com obsolescência funcional, TOBUS propõe um
conjunto padrão de ações de retrofit.
• O sistema TOBUS faz uma estimativa das cargas da edificação
(aquecimento, resfriamento e iluminação), consumo de energia e avaliação da
economia de energia resultantes de diferentes intervenções para aquecimento
e resfriamento de ambientes, produção de água
quente, iluminação, equipamentos e elevadores e economia de água.
Análise da qualidade do ambiente interno. Critérios:
• Conforto térmico
• Qualidade do ar (umidade, poluição e ventilação) São utilizados questionários
2.
• Iluminação (conforto visual) para avaliar satisfação e
• Ruído (conforto acústico) percepção dos usuários
15. 2.1 TOBUS - França
Metodologias para análise de retrofit
Medidas avaliadas pelo sistema:
• Proteção da envoltória (isolamento de paredes tetos, vidros duplos, cor das paredes e
telhado, tratamento de infiltrações)
• Proteção solar;
• Técnicas de resfriamento passivo e híbrido (ventiladores de teto, ventilação noturna);
• Sistema de aquecimento;
• Controle dos sistemas de ventilação;
• Sistema de recuperação de energia;
• Armazenamento de água gelada;
• Eficiência energética de lâmpadas/luminárias e luz do dia;
• Aquecedores de água de passagem;
• Equipamento de escritório eficientes (baixo consumo energético);
• Zoneamento de elevadores e qualidade do serviço;
• Economizadores de água nos sanitários.
O sistema avisa e emite recomendações quando alguma medida de
2.
retrofit interfere negativamente outros sistemas da edificação.
16. 2.1 TOBUS - França
Processo de decisão
Metodologias para análise de retrofit
• TOBUS propõe medidas típicas para o auditor de acordo com o
resultado do diagnóstico, mas não fornece nenhuma ligação
automática entre diagnóstico e cenários.
• Cada cenário mostra níveis diferentes de melhorias para os edifícios e
todos possuem variações no custo estimado de intervenção.
• Com essas informações, o auditor consegue comparar qual conjunto de
medidas proporciona maior economia de energia, melhoria nas
condições ambientais para os ocupantes e se está dentro do orçamento
disponível.
• Ferramenta testada em 15 edificações pesquisadas. Cada país gerou
um relatório de uso do software com sugestões para melhoria.
• O TOBUS pode ser utilizado não somente para uma auditora pontual
2.
mas para uma ferramenta de auxílio na etapa de projeto de uma
edificação.
17. 2.2 Projeto OFFICE
Proposto por Hestnes (2002) - Dinamarca, Inglaterra, França, Alemanha, Grécia,
Metodologias para análise de retrofit
Itália, Noruega, Suécia e Suíça;
Promoção de uso de energia passiva solar e aplicação de medidas de retrofit em
edifícios de escritórios.
Combina a análise em As análises compreenderam:
três níveis: demanda energética por
mês, valor inicial de
investimento e curvas de
Medidas individuais frequência de temperatura
interna/externa (conforto
térmico)
Cenários
136 medidas, 46 cenários e 11
pacotes analisados
Pacotes
2.
18. 2.2 Projeto OFFICE
Níveis da análise para
definição de
Metodologias para análise de retrofit
estratégias:
Combinação de Combinação de
Medidas individuais de
medidas de retrofit diferentes cenários de
retrofit
retrofit
melhorias na envoltória, uso de
melhoria em isolamento técnicas passivas de compõem um conceito integrado
térmico, uso de dispositivos de resfriamento/ventilação, melhorias de projeto de retrofit, foram
sombreamento, redução de taxas no sistema de iluminação e melhorias chamadas de pacotes.
de troca de ar e melhoria nos nas instalações HVAC.
sistemas de aquecimento e incluem as medidas mais
A combinação de medidas foram promissoras dos cenários
condicionamento de ar. chamadas de cenários.
2.
19. 2.2 Projeto OFFICE
• Edifícios com alto consumo energético inicial resultaram em maiores ganhos
de eficiência. A redução é menor para edifícios em melhores condições.
Metodologias para análise de retrofit
• A maioria dos pacotes resultaram em tempo de retorno de investimento de
10 a 15 anos.
• Tecnologias para melhoria da eficiência energética e de energias renováveis
podem contribuir para a redução do consumo energético em edifícios com
alto consumo energético.
• Em climas quentes, técnicas de resfriamento passivo podem resultar em
reduções significativas de consumo energético para resfriamento.
• Em climas frios, melhorias na envoltória e uso de ganho solar podem resultar
em reduções significativas de consumo energético para aquecimento.
• Em todos os climas, redução no consumo de iluminação são limitados, sendo
substancial apenas para edifícios com alto consumo.
Se todas as estratégias dos pacotes fossem implementadas nos 10
edifícios, eles teriam um consumo de energia comparável com edificações
2.
novas.
Sete deles teriam um consumo energético menor do que 100 kWh/m2/ano.
20. 2.3 Avaliação com base em múltiplas variáveis
Proposto por Rey (2004) - Suíça
Metodologias para análise de retrofit
Enfoque em edificações de escritórios construídas entre 1947 e 1989.
A metodologia propõe que os critérios arquitetônicos de intervenção devem levar em
conta o material original (substância) e o grau de modificação resultante da
intervenção.
A observação de diversos projetos demonstrou que no caso de retrofit em edifícios de
escritórios a intervenção na fachada traz resultados muito significativos.
• STA (Stabilization Strategy) – Estratégia de estabilização: intervenções
que não alteram significativamente a aparência da edificação;
• SUB (Substitution Strategy) – Estratégia de substituição: consiste na
troca completa de certos elementos e altera simultaneamente a
substância a aparência da edificação;
• DSF (Double-skin Façade Strategy) – Estratégia de fachada dupla: mais
2.
intrusivas, pois consistem na estabilização da fachada original e
inserção de uma nova camada de vidro externa;
21. 2.3 Avaliação com base em múltiplas variáveis
Algoritmo critérios ambientais (consumo anual de energia para
matemático aquecimento, eletricidade e emissões de gases
Metodologias para análise de retrofit
para
determinar
poluidores)
quais
estratégias de
critérios socioambientais (conforto térmico dos usuários
retrofit são durante o verão, conforto acústico e conforto visual com
globalmente as relação à luz natural e artificial)
mais eficientes
para uma dada critérios econômicos (custos de renovação/retrofit e
edificação. custos de operação anuais).
2.
22. 2.3 Avaliação com base em múltiplas variáveis
Metodologias para análise de retrofit
Edifício “La Suisse” Edifício “De Rahm” Edifício “Cours de
(1952-1954) em Lausanne (1964- Rive” em Geneva
Lausanne 1965) (1976-1978)
• Fachada com • Influenciada pelos • Crise do petróleo até o
elementos estruturais princípios do fim da década de 80. É
aparentes, salas de chamado estilo caracterizada por
escritórios internacional sistema construtivo
naturalmente (estrutura pesado (painéis pré-
ventilados, típico da independente e fabricados de concreto)
e grandes sistemas de
2.
década de 50 fachadas em vidro)
instalações.
• Estratégia de • Estratégia de • Estratégia de fachada
estabilização estabilização dupla
23. 2.3 Avaliação com base em múltiplas variáveis
De acordo com o algoritmo de Rey (2004) as estratégias de estabilização
Metodologias para análise de retrofit
(que não alteram significativamente as fachadas) mostraram-se mais
vantajosas devido à relação custo-benefício das soluções, levando-se em
conta o desempenho energético e conforto ambiental das edificações.
Deve ser levado em conta também a possibilidade de manter atividades
dentro da edificação durante uma obra de retrofit, e este aspecto pode
ser decisivo dependendo do caso.
2.
24. 2.4 Metodologia para triagem e avaliação de impacto
Metodologia triagem e avaliação de impacto
Chidiac et al. (2010) desenvolveram uma metodologia
para triagem e avaliação do impacto de medidas de
retrofit em edifícios de escritórios existentes no Canadá.
Foram realizadas simulações de desempenho energético
utilizando o software Energy Plus em edificações
existentes com data de construção entre 1931 e 1986.
A metodologia inclui A proposta foi agrupar
O software escolhido foi
dados de região as edificações em tipos
o Energy Plus, onde os
climática, consumo de construção
modelos foram
energético pré/pós similares, para gerar
inseridos e calibrados.
retrofit, implementação um banco de dados dos
Foram utilizados 9
das medidas de retrofit efeitos das medidas de
edifícios para
retrofit no consumo
2.
e custos de calibração.
energia, juros e inflação energético
25. 2.4 Metodologia para triagem e avaliação de impacto
Metodologia triagem e avaliação de impacto
As edificações foram
agrupadas segundo a
Tipo 1: construídas antes de 1950
idade, tipologia construtiva
e localização, resultando em
três protótipos referenciais Tipo 2: construídas entre 1950-1975
que representam as
edificações comerciais no
país: Tipo 3: construídas após 1975
Tipologia LV – Large (12 andares,24.000m2) com revest. tijolos/paredes
externas blocos de concreto
Tipologia LC – Large (12 andares, 24,000m2) parede externa tipo cortina
2.
Tipologia S – Small (2 andares, 4.200m2) com resvestimento em
tijolos/paredes externas blocos de concreto
26. 2.4 Metodologia para triagem e avaliação de impacto
Metodologia triagem e avaliação de impacto
2.
27. 2.4 Metodologia para triagem e avaliação de impacto
Metodologia triagem e avaliação de impacto
Estratégia de simulação - medidas de retrofit (ERM): 12 no total
• Redução de carga de iluminação para 10W/m² (troca para lâmpadas T8);
• Melhorias na transmitância térmica (U) de janelas, paredes e telhados;
• Dimerização de iluminação interna, para aproveitamento de luz natural;
• Substituição de boilers por modelos mais eficientes.
Os dados gerados nas
simulações foram • Estimar o consumo energético das edificações
utilizados para o baseadas em um conjunto de variáveis
relacionadas com sistemas de
desenvolvimento de iluminação, equipamentos
equações mecânicos, ocupação, propriedades da
matemáticas, utilizand envoltória e sistemas de climatização
o método de análise • Cálculo de período de retorno de investimento
de regressão não da medidas de retrofit
linear
2.
28. 2.4 Metodologia para triagem e avaliação de impacto
Metodologia triagem e avaliação de impacto
Dentre as medidas simuladas, a adição de camada de isolamento térmico
nas paredes externas mostrou-se inviável nos três grupos estudados pelo
alto período de retorno financeiro (100 anos).
Já o tempo de retorno para melhorias no isolamento térmico da
cobertura foi influenciado pela dimensão da edificação e região
climática.
A relação custo benefício de upgrade de boiler é melhor para edifícios
com pouco área do que para edifícios maiores.
Edifícios pequenos se beneficiam mais das medidas de retrofit aplicadas
em telhados do que edificações grandes.
Com a utilização de dados de consumo energético e custo para
implementação de retrofits a ferramenta mostrou-se efetiva na
2.
determinação do período de retorno dos investimentos.
29. 2.5 Avaliação com análise do ciclo de vida
Avaliação com análise do ciclo de vida
Proposto por Ardente et al. (2011) - Itália
Comparativo de consumo energético em edifícios
públicos, antes e depois de aplicação de medidas de retrofit ;
Projeto: EU Project ‘‘BRITA in PuBs’’ (Bringing Retrofit
Innovation to Application in Public Buildings.
Objetivos:
• Aumentar a inserção de soluções inovadoras e eficientes de retrofit;
• Incentivar melhorarias na eficiência energética em edificações
existentes;
• Implementar energias renováveis em edifícios públicos por toda
2.
Europa.
30. 2.5 Avaliação com análise do ciclo de vida
Avaliação com análise do ciclo de vida
Método utilizado: análise do ciclo de vida, seguindo os preceitos da norma
ISO 14040 (Environmental management - Life cycle assessment principles
and framework).
Enfoque nos materiais e componentes utilizados no retrofit, nos principais
componentes dos sistemas de energia e nos impactos relacionados à
construção da edificação, tanto para os elementos construtivos como para
a construção como um todo.
Caso 01: Brno University of Technology – Building: Old Brewery
Antiga cervejaria da cidade localizado no centro histórico
• área total depois da intervenção: 2.660 m2;
• localizado no centro histórico, antiga cervejaria da cidade.
• Era naturalmente ventilado, não possuía aquecimento.
• Foi transformado em um moderno centro cultural para estudantes e professores.
• Renovação estrutural, retrofit energético com componentes inovadores:
2.
isolamento térmico das paredes, sistemas HVAC alta eficiência, boilers
eficientes, painéis fotovoltaicos.
31. 2.5 Avaliação com análise do ciclo de vida
Avaliação com análise do ciclo de vida
Caso 03: Cenergia – Building:
Caso 02: SunLab – Building: Hol Church, Gol Prøvehallen, Copenhagen
Antiga igreja norueguesa em madeira Antiga área industrial que foi transformada
em um centro cultural moderno e eficiente
• área total depois da intervenção: 555 m2 • área total depois da intervenção: 2.300m2;
• substituição de peças em madeira • originalmente muito simples, fechamentos
deterioradas; instalação de isolamento com sem isolamento térmico algum e esquadrias
lã de rocha; introdução de sistema de com vidros simples
aquecimento solar de água; instalação de • instalação de isolamento na
painéis fotovoltaicos e iluminação eficiente. envoltória, substituição de janelas e um
sistema mecânico de ventilação com
controle sob demanda e instalação de
painéis fotovoltaicos;
• o excesso de energia é vendido para a
concessionária.
2.
32. 2.5 Avaliação com análise do ciclo de vida
Avaliação com análise do ciclo de vida
Resultados:
• As medidas de retrofit alcançaram economia de energia de
cerca de 50% para os sistemas de aquecimento.
• Com relação à energia elétrica, uma edificação apresentou
economia de 90%, com adoção de medidas como:
• isolamento de paredes com lã de rocha;
• substituição de vidros das fachadas por vidros de alto
desempenho triplos;
• instalação de novos sistemas de aquecimento e ventilação
com alta eficiência;
• além da instalação de um sistema de aquecimento solar
para suprir 32% da demanda de água quente (ARDENTE et
al., 2011).
2.
34. 3. Conclusão
A ferramenta que se mostrou mais completa, com um sistema de análise abrangente e
auditorias in loco, foi o software TOBUS.
No entanto, não foi possível encontrar atualmente o software denominado TOBUS para
visualização de sua interface e funcionamento.
A avaliação de retrofit com base em múltiplas variáveis apresentada por Rey (2004) teve
enfoque nas envoltórias das edificações, e sua classificação de estratégias de intervenção
é interessante (estabilização, substituição e fachada dupla), pois estabelece níveis de
intervenção que podem ser aplicados a edificações antigas ou com valor histórico.
O projeto OFFICE também apresenta uma metodologia interessante para a definição das
estratégias de retrofit, através dos seus níveis (medidas individuais, cenários e pacotes).
Conclusão
No entanto, o foco da pesquisa foi a promoção do uso de energia solar passiva e não foram
apresentadas as características das edificações estudadas, sendo impossível avaliar se as
propostas são muito intrusivas ou não.
As propostas de intervenção apresentadas por Ardente et. al (2011), que realizaram
análise de ciclo de vida, parecem ser bastantes intrusivas (por exemplo, na edificação que
recebeu uma torre com geradores eólicos), mas não há como avaliar ao certo já que não
3.
há informações muito detalhadas das edificações e as fotos inseridas estão muito
pequenas.
35. 3. Conclusão
A questão de como avaliar estratégias de retrofit torna-se mais complexo quando as
edificações possuem elementos construtivos ou arquitetônicos com relevância
histórica ou importância estética.
Nessas edificações a busca pelo desempenho ótimo ou máximo pode não ser
viável, já que pode haver elementos que, se alterados, descaracterizariam
completamente a edificação.
A análise de estratégias de retrofit envolve múltiplas variáveis, e os critérios e
limitadores podem ser diferentes dependendo da edificação;
A aplicação de medidas de retrofit em uma edificação antiga sempre resultará em
alguma modificação, que deve levar em consideração seu grau de degradação, sua
Conclusão
qualidade arquitetônica e o valor histórico dos materiais originais;
Por isso o desenvolvimento de ferramentas capazes de analisar diversas variáveis
torna-se imprescindível para avaliação sistemática de medidas de retrofit.
Na maioria dos estudos de caso apresentados a opção de substituição ou intervenção
3.
nas fachadas dos edifícios mostrou-se economicamente inviável, mas traria bons
resultados do ponto de vista do desempenho energético.
36. Referências Bibliográficas
• ARDENTE, F.; BECCALI, M.; CELLURA, M.; MISTRETTA, M. Energy and environmental benefits in public
buildings as a result of retrofit actions. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 15, n. 1, p. 460-
470, 2011.
• BUCK, J.; YOUNG, D. The potential for energy efficiency gains in the Canadian commercial building
sector: A stochastic frontier study. Energy, v. 32, n. 9, p. 1769-1780, 2007. Disponível em:
<http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0360544206003306>. Acesso em: 21/5/2011.
Referências Bibliográficas
• CACCAVELLI, D. TOBUS. A European diagnosis and decision-making tool for office building upgrading.
Energy and Buildings, v. 34, n. 2, p. 113-119, 2002. Disponível em:
<http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0378778801001001>. Acesso em: 21/5/2011.
• CHIDIAC, S. E.; CATANIA, E. J. C.; MOROFSKY, E.; FOO, S. A screening methodology for implementing
cost effective energy retrofit measures in Canadian office buildings. Energy and Buildings, v. 43, n. 2-3,
p. 614-620, 2011. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0378778810003993>.
Acesso em: 5/7/2011.
• EKINS, P.; LEES, E. The impact of EU policies on energy use in and the evolution of the UK built
environment. Energy Policy, v. 36, n. 12, p. 4580-4583, 2008. Disponível em:
<http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0301421508004862>. Acesso em: 15/6/2011.
• HESTNES, A. Effective retrofitting scenarios for energy efficiency and comfort: results of the design and
evaluation activities within the OFFICE project. Building and Environment, v. 37, n. 6, p. 569-574,
2002. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0360132302000033>. Acesso em:
21/5/2011.
• REY, E. Office building retrofitting strategies: multicriteria approach of an architectural and technical
issue. Energy and Buildings, v. 36, n. 4, p. 367-372, 2004. Disponível em:
<http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0378778804000441>. Acesso em: 5/7/2011.