O documento discute as formas comunicativas do habitar ao longo da história e como elas têm evoluído com as revoluções comunicativas. Identifica três formas principais: o habitar empático, mediado pela escrita; o habitar exotópico, influenciado pelos meios de comunicação do século XIX-XX; e o habitar atópico da era digital, definido por fluxos comunicativos e interações homem-máquina.
6. “Construir, habitar e pensar”
(1951)
• SER (X) não como ontologia, mas como
quadruplice constelação X
• O Habitar como prática comunicativa
• A moradia do ser seria embaixo do céu em cima
da terra ao lado dos mortais e das coisas X
• O habitar antecede o construir
• O habitar é a forma do ser “estar no mundo”
7. “As sociedades sempre foram
influenciadas mais pela natureza dos
media, através dos quais os homens
comunicam, do que pelo conteúdo da
comunicação”
(Marshall McLuhan)
8. As três grandes revoluções
comunicativas:
A Revolução da Escrita
- a partir do IV milênio A.C até a invenção da impressão
na metade do século XV -
A Revolução Elétrica ou Eletrônica
- após a invenção do telégrafo, da fotografia
da eletricidade, do radio e da TV nos séculos XIX e XX -
VIII. A Revolução Digital
- após a difusão das tecnologias comunicativas digitais
em redes no final do século XX e no começo do XXI -
9. As formas comunicativas
do habitar
• O habitar empático
• O habitar Exotòpico
• O habitar Atòpico
10. O habitar empático
“No habitar empático a relação
comunicativa entre o sujeito e o
território è mediada pela escrita.
Entre o sujeito e a paisagem
havia um projeto, um texto, ponto
de partida pela transformação do
externo e do desconhecido.
O espaço torna-se assim matéria
a ser moldada, suporte para
realização de um projeto ideal”.
18. O habitar exotópico
“A reprodução técnica da paisagem
determinará, como sublinhado por
Walter Benjamin, um efeito dilatador e
multiplicativo do espaço, que resultará na
perda do “hic et nunc”, isto é, na perda do
seu sentido objetivo e único e, ao mesmo
tempo, no surgimento de uma natureza
tecnológica que se coloca à frente do
sujeito como alteridade autônoma”
Massimo Di Felice
21. “Os efeitos da tecnologia não ocorrem
aos níveis das opiniões e dos
conceitos : eles se manifestam nas
relações entre os sentidos e nas
estruturas da percepção, num passo
firme e sem qualquer resistência.”
22. O habitar exotopico
“A época das grandes exposições universais, do
aço, da indústria, da eletricidade, da fotografia,
do rádio, do cinema e dos novos meios de
transportes, introduz um novo tipo de paisagem,
duplicada e móvel, à qual os transeuntes ou o
espectador assistem como a um espetáculo.
Mas, ao lado desta paisagem migrante, o
próprio sujeito, movido pelos trens, pelos
trólebus e pelos elevadores, passa a vivenciar a
experiência de um habitar exotopico, isto é, de
uma forma inédita deslocativa, sem movimento,
na qual ele habita através da movimentação
mecânica e a percepção visual dos fluxos de
eletricidade”.
23. O habitar exotopico
A perda do “hic et nunc”
“A perda do sentido do lugar torna-se a experiência da
modernidade que se expressa desde a mobília dos
interiores das casas das novas classes em ascensão,
os ambientes domésticos enchem-se de souvenir, de
objetos que convidam a ir além do lugar, de
eletrodomésticos e de meio de comunicação.
Tudo parece convidar a sair do “aqui e agora”
O interior das casas, as roupas, os cabelos passam a se
parecer com aqueles mostrados pelas imagens do
cinema”
24. O habitar exotópico
“A perda do sentido do lugar torna-se a experiência do habitar
da modernidade”
25. O habitar atópico
“A sociedade digital apresenta-se como
uma sociedade feita de fluxos
comunicativos e de interações homem-
máquinas que anulam a distinção
analógica entre emissor e receptor. O
social torna-se o resultado de uma
interação entre máquinas comunicativas e
informações e inteligências coletivas.”
27. Genius Loci
Os antigos romanos atribuíam a cada lugar uma
especificidade, um “genius loci” que lhe era
conferida por uma divindade especifica presente
no lugar, que protegia e exercitava uma ação
especifica e especial em aqueles que chegavam
ou que neste moravam.
O genius loci contemporâneo é tecnológico, isto
é, é o resultado de uma interface que lhe
confere um aspecto especifico e uma
característica própria.
O genius loci é a interface que nos permite de
habitar um espaço ou um lugar específicos.
28. Info-estrutura
A info-estrutura é uma meta-arquitetura
que não està na nossa frente como
artefato, nem tampouco é possível morar
nela, mas se mostra como um circuito que
nos convida a uma interação, como um
genius loci dinâmico e sem forma definida,
capaz de determinar um novo tipo de
conforto e de bem estar .
32. Interface
A interface indica de um lado os
periféricos de um computador e telas dos
monitores; de outro indica a atividade
humana conectada aos dados através da
tela. A interface é uma membrana, uma
pele que junta dois corpos e que
sobrepõe
dois circuitos.
Heim (1993: 74-80)
33.
34. Interface e Pós-humano
Interfaces são as zonas fronteiriças
sensíveis de negociação entre o humano
e o maquìnico, assim como o pivô de um
novo conjunto emergente de relações
homem-màquina (Lucia Santaella: 2003 p.91)
E´ destas novas relação que surge o
habitar contemporâneo, um habitar
atòpico
36. Ecossistemas artificiais
“o desenvolvimento da comunicação
assistida e das redes digitais nos levam a
definir o território como uma inteligência
distribuída em todas as partes,
sinergizada em tempo real. Esse novo
conceito poderia ocasionar o surgimento
de um novo tipo de ecologia.”
37. O habitar atópico
“Nem em casa, nem fora, nem ida, nem volta,
nem pátria, nem exílio, nem tradição, nem
inovação, nem passado, nem futuro, mas
transição, translação, tradução, transmissão,
trânsito, no espaço, no tempo, na psique, na
linguagem, na sexualidade, na sociedade
(...) Em cada lugar está tudo o que deveria estar,
porque existe a coisa mais importante: o
presente. Assim não alcançamos a imobilidade,
mas, às vezes, a temporalidade do espaço, a
sua dimensão efetiva, histórica.
O mundo não tem nem centro, nem periferia ”
M. Perniola, Transiti
44. Crise da Ação
• Crise da ação artística
(W. Benjamin)
• Crise da ação sedutora
(J. Baudrillard, M.Perniola)
• Crise da ação política
(P. Virilio)
45. Situação social tecnologica
A natureza da
interação social não è
determinada mais
pelo ambiente físico,
mas pelos modelos
de fluxos informativos
46. Da ação social para as redes sociais digitais
• Crise da ação social
• Crise da opinião publica
• Acesso de todos as todas as informações
• Manipulação
• Interatividade
• Redes sociais digitais
• Do publico para as redes