9. _ A grande vantagem de ser jornalista reside
na possibilidade de se escrever a História.
_ O que um jornalista presencia e relata hoje
será parte dos livros de História amanhã.
(PEREIRA, 2006)
10. “O fato de um cachorro morder um homem não
é notícia, mas quando um homem morde um
cachorro, aí, sim é notícia”.
John B. Bogart, Editor NY Sun, 1882
“Muitas vezes me pergunto o que os
historiadores do futuro dirão sobre nós.
Bastaria uma frase para descrever o homem
moderno: fornicava e lia jornais”.
Albert Camus, romancista, dramaturgo e
filósofo francês, 1956
11. 59 a.C. Acta Diurna é publicado em Roma. Júlio
César ordena que os principais eventos políticos
e sociais do dia sejam divulgados a seus
concidadãos. Repórteres nomeados pelo Estado,
chamados de “actuarii”, colhem informações
sobre tudo, de guerras e sentenças judiciais a
nascimentos, óbitos e casamentos.
Fonte: ANJ
12. O que noticiou a imprensa no Brasil?
Vinda da Corte Portuguesa
Independência
Lutas políticas
Abolição da escravatura
Instalação da República
(...)
13. A primeira leitura nos remete à noção de imprensa
enquanto quarto poder, detentora de um mandato civil
que lhe permite fiscalizar as instituições políticas em
nome da sociedade.
Quando falamos em “escrever a História” nos referimos,
sobretudo, aos momentos em que o jornalismo
ultrapassaria a simples missão de informar e passando
a atuar como “uma entidade social e cultural,
carregada de emoções, alimentando processos
complexos de comunicação com informação,
análises e opiniões que podem mudar os rumos de
povos e nações”
(CHAPARRO, 1994, p. 92)
14. Categorias científicas para o
jornalismo de Otto Groth (1883-1965)
periodicidade
universalidade
atualidade
difusão
O Jornalismo também será visto, por Adelmo
Genro Filho, como forma de conhecimento a
partir de categorias filosóficas:
singular
particular
universal
15. Critérios de noticiabilidade: relevância, proximidade,
interesse humano, importância científica e curiosidade
(...) independentemente do papel do jornalista e das
características do meio, existe um conjunto de critérios de
noticiabilidade que permite aplicar uma prática de selecção
estável, o que favorece a estandardização do processo
produtivo.
Estes critérios de noticiabilidade assentam num conjunto de
valores/notícia que actuam combinados e que permitem
distinguir o que é notícia do que é apenas acontecimento
(Canavilhas, 2010)
Momento do acontecimento; Intensidade; Clareza;
Proximidade; Surpresa; Continuidade; Composição; Valores
socioculturais
Previsibilidade; Valor das imagens; Custos*
16. Certamente, os conceitos apresentados até aqui fazem parte
de um cenário muito mais complexo, no qual surgem outras
conceituações que ampliam o entendimento da questão do
valor-notícia
Agendamento
Gatekeeping
De qualquer modo, nesta apresentação quero ressaltar o valor
do jornalismo enquanto construtor de sentidos.
O jornalismo deve ser imparcial, mas deve interpretar os
fatos e guiar seus leitores. (GENRO, 1989, p. 43)
18. Clipping
(jn, rp, doc) 1. Do ing., clip recorte. Serviço de apuração,
coleção e fornecimento de recortes de jornais e revistas sobre
determinado assunto, sobre as atividades de uma empresa ou
instituição, sobre determinada pessoa etc. É realizado
geralmente pela área de comunicação (relações públicas,
imprensa ou marketing institucional) da organização, pela
agência de RP ou de publicidade que atende à empresa ou
por uma agência especializada nesse tipo de serviço,
conhecida como agência clipper. Diz-se tb. clippagem. 2.
Recorte de jornal. 3. O conjunto de recortes fornecidos ao
interessado e/ou arquivados.
RABAÇA, Carlos A., BARBOSA, Gustavo G.. Dicionário de
Comunicação. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.
19. Clipping eletrônico
(dc, jn, rp) 1. Serviço de clipping de mídia eletrônica
(programas de TV ou de rádio, sites de internet, etc.). 2.
Cada um dos registros desse tipo de clipping. 3. O conjunto
desses documentos eletrônicos.
RABAÇA, Carlos A., BARBOSA, Gustavo G.. Dicionário de
Comunicação. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.
20. Principais formas do clipping de mídia impressa:
Clássica: recortes de periódicos (notícias,
reportagens, artigos, editoriais, principais
colunas);
Sinopse: resumo das principais notícias de
interesse do cliente publicadas nos jornais e
revistas, incluindo ou não a transcrição
de trechos;
Análise: interpretação crítica das informações,
revelando intenções e dados omitidos
(KOPPLIN e FERRARETO, 1996, p.139).
21. Mensurar os resultados de clipping é o mesmo que fazer uma
auditoria na execução da estratégia de relacionamento com a
imprensa. [...] É fundamental mensurar os resultados obtidos,
não só para julgar o trabalho realizado através de uma
avaliação por centímetro ocupado na mídia, mas para
considerar também o volume de ações bem-sucedidas
qualitativamente.
(LOPES, 2000, p.63)
22. É similar a Hemeroteca?
Segundo Buonocore (1976, p. 243), hemeroteca tem origem no
grego heméra, que significa "dia", mais théke, que significa
"depósito" ou "coleção”.
Hemeroteca
(ed) 1. Coleção de revistas e jornais. V. documentação. 2.
Seção da biblioteca, onde são colecionados jornais e revistas.
(RABAÇA e BARBOSA, 2001)
Também é considerada como acervo de recortes de jornais e
revistas com o objetivo de facilitar a recuperação de
informação.
24. Clipping UFSCar
Acervo da CCS
contém informações sobre a Instituição e temas de
interesse da comunidade universitária
composto por notícias, reportagens, matérias, notas e
fotos publicadas em jornais impressos, revistas e sites
procedimento adotado sistematicamente em 1988
Informações armazenadas: título, jornal, data da
publicação, caderno em que a matéria foi veiculada
classificação e subclassificação: identifica a notícia como
pertencente a um contexto Geral ou a um contexto da
UFSCar. Respondem por orientações de leitura
9 mil registros no Saci
269 livros no acervo físico
30 fitas VHS com gravações de matérias veiculadas em TV
no ano de 2000
25.
26. Até 2007: cadastro e indexação feito pela Secretaria
De 2007 até hoje: atuação de estagiários do curso de
Biblioteconomia e Ciência da Informação
revisão de procedimentos e do formulário de cadastro
professores do DCI
incorporado ao SACI
adequação do conteúdo de forma digitalizada em um
banco de dados propício a esse tipo de acervo
2009: conteúdo digitalizado disponibilizado para
comunidade por email e através do Inforede;
interação/transparência com o solicitante
27.
28. Por quê clippar?
Monitorar imagem da Instituição os meios de comunicação
Avaliar eficácia do trabalho da Assessoria de Imprensa
Press-Releases
Atendimentos de Imprensa
Gerenciar crises
Preservar a memória da Instituição por meio do que é
publicado nos meios de comunicação
29. Perfis profissionais
Comunicadores: diariamente, relatar a história
Profissionais da Informação (biblioteconomia,
arquivologia, museologia): registrar e preservar a história
Historiadores e cientistas sociais: entender, interpretar e
promover reflexões da história que permitam entender o
passado e pensar o futuro
30. O serviço de clipping e todas as atividades que são
necessárias para sua produção são fruto de uma política de
leitura técnica, seleção, classificação, indexação,
disseminação e recuperação de informação que resultam
em um serviço secundário que pode ser abordado, por sua
natureza intrínseca, no entrelaçamento de atividades
fronteiriças das áreas da comunicação e da ciência da
informação.
As várias transformações ocorridas no serviço de clipping,
entre elas a ampliação de suas funções e as mudanças em
seus processos e técnicas de produção, fizeram-no
evoluir de um serviço de controle de informação para um
serviço secundário de informação.
(TEIXEIRA, 2001)
31. O serviço de clipping é, portanto, de acordo com os conceitos
da ciência da informação, um gerenciador de informações
externas ao ambiente do solicitante, podendo
direcionar ações pertinentes à área de comunicação -
entendendo-se comunicação como uma extensa gama de
atividades que vão do jornalismo à publicidade, passando
pelas ações de relações públicas. Mais ainda, tomando-se
como base a constatação da evolução pela qual o serviço
passou e continua passando, estas informações podem definir
ações essenciais para o processo de tomada de decisão
de uma forma geral. (TEIXEIRA, 2001)
32. Formação de sentidos
O clipping é um instrumento com possibilidades de selecionar
um foco mais preciso de pesquisa destes sentidos e permite,
ainda, que se analise com metodologia rigorosa em que
direção estes sentidos caminharam. Esta análise pode ser
feita através das várias possibilidades que existem de
mensuração de seus conteúdos.
O clipping é, portanto, um produtor de sentidos a mais,
originado nos próprios jornais, e, é parte desta cadeia e
funciona como um recorte destes sentidos produzidos. Este
recorte é delimitado a partir do escopo de informações em
um espaço de tempo que o clipping irá cobrir e subsidiar a
análise quantitativa e qualitativa a partir dos dados que ele
proporcionará. (TEIXEIRA, 2001)
33. Exposição Clipping UFSCar
Curadoria
Realização
Luciana de Souza Gracioso
Comissão - 40 anos
Maria Cristina C. Ferraz
Coordenação do Curso de
Rodrigo Botelho Francisco
Biblioteconomia
Vera Regina Casari Boccato
CCS/UFSCar
Produção
Revisão
Anderson das Neves Moreira
Agnes Luiz e Gisele Bicaletto
Jaqueline Birulio Peres
Leticia Silveira
Impressão
Marco D. Paulino da Silva
DePG UFSCar
Melissa Camargo Torquetti
Natalie Ichikawa Melo
Apoio
Renan Guerra Manguetti
Ação Cultural da BCo
Suelen Camilo Ferreira
34.
35.
36.
37.
38.
39. Biblioteca
No meio dessa praca os estudantes nazistas queimaram, em 10 de maio de 1933, o
trabalho de centenas de escritores, editores, filósofos e cientistas liberais
"Isso foi somente um começo, pois onde os homens queimam livros irão queimar no final
também os homens" Heinrich Heine (1820)
40. Referências
BUONOCORE, D.. Diccionario de bibliotecologia. 2. ed. Buenos Aires: Ediciones Marymar, 1976.
CANAVILHAS, João. O domínio da informação-espectáculo na televisão. Disponível em: http:
//www.bocc.ubi.pt/pag/_texto.php?html2=canavilhas-joao-televisao-espectaculo.html. Acesso em: 27
Set. 2010.
GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do conhecimento.
Disponível em http://www.adelmo.com.br/bibt/t196.htm. Acesso em: 27 Set. 2010
KOPLIN, Elisa, FERRARETO, Luis A. Assessoria de Imprensa: teoria e prática. Porto Alegre: Sagra-
D.C.; Luzzato Editores, 1996.
LOPES, Marilene. Quem tem medo de ser notícia? Da informação à notícia: a mídia formando ou
deformando uma imagem. São Paulo: Makron Books, 2000.
PEREIRA, Fábio Henrique. As relações entre jornalismo e história: um jogo de distinção e justaposição
entre espaços. In: Verso e Reverso, Ano XX, Número 44, 2006. Disponível em http://www.
versoereverso.unisinos.br/index.php?e=8&s=9&a=68. Acesso em: 27 Set. 2010.
RABAÇA, Carlos A., BARBOSA, Gustavo G.. Dicionário de Comunicação. 3. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2001.
TEIXEIRA, Hugo Márcio Lemos Teixeira. O clipping de mídia impressa numa abordagem
interdisciplinar sob os prismas da ciência da informação e da comunicação social; o jornal de
recortes da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. 2001. 111 f. Dissertação (Mestrado em Ciência
da Informação). Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2001.