1) O bispo ameaça excomungar o rei Afonso se ele não libertar sua mãe Dona Teresa da prisão. 2) O rei finge não entender a pergunta do bispo sobre o paradeiro de sua mãe. 3) O rei afirma que manterá sua mãe presa, pois aqueles que traem o rei merecem ficar nas masmorras.
1. A espada do rei Afonso
O excerto que vais ler pertence a uma peça de teatro que apresenta, entre outras
personagens, o nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques. Como sabes, ele teve de se
revoltar contra a mãe, Dona Teresa, para poder fundar o reino que hoje é Portugal. O
Papa não gostou, e mandou um bispo ameaçar o rei com a excomunhão, um castigo
religioso muito grave…
Bispo de Coimbra: De certo que ouviu enredos, nosso Papa em hora má… Tranquilizai
nossos medos: vossa mãe, onde é que está?
Rei: Está boazinha, obrigada. Um bocado constipada, mas nada que dê cuidado:
passará com uma chazada.
Bispo de Coimbra: Não foi de sua saúde a pergunta por mim feita!
Rei: Não foi? Mas devia ser! Olhai que é grande desfeita!
Bispo de Coimbra: Sabeis bem do que se trata: perguntei onde está ela!
Rei: Sei lá! Talvez em seu quarto, ou a rezar na capela!
Bispo de Coimbra: Não estou para grandes rodeios…
Rei: Para mim é coisa arrumada!
Bispo de Coimbra: É voz corrente que a tendes a ferros aprisionada.
Rei: Se a prendi, é cá comigo, a mãe é minha e não vossa. E não vejo que isso ao
Papa possa causar grande mossa. Acaso eu alguma vez perguntei pela mãe dele?
Pelo pai ou pelos primos? Ou por este, ou por aquele? Quero que ele me deixe em
paz, que eu em paz o deixarei.
Bispo de Coimbra: É isso que cá me traz.
Rei: O quê?
Bispo de Coimbra: Fazer respeitar a lei. Ou a tirais da prisão, ou vos excomungarei.
(Bispo sai).
Rei: Essa agora tinha graça! Um bispo a meter-me medo! O elefante que eu sou, a
recear o pulguedo! Mas onde é que já se viu! A excomunhão lha darei: vou ter as
missas que eu quero, pelos bispos que escolherei! E a mãezinha Teresa fica
exatamente onde está: para quem quer trair seu rei, as masmorras de um castelo são
o melhor lugar que há.
Alice Vieira, A espada do rei Afonso
1. Indica uma didascália presente no texto.
1.1 Explica a sua função.
2. Escolhe a opção correta. O rei responde à pergunta do Bispo de Coimbra do modo
como o faz, porque:
a. tem medo do Bispo.
b. não percebe a pergunta dele.
c. percebe a pergunta, mas faz de conta que não percebeu.
d. percebe a pergunta, mas não sabe bem o que responder.
2. 3. Escolhe a opção correta. A frase dita pelo Bispo «É voz corrente que a tendes
aprisionada.», significa que o povo:
a. suspeitava que o rei tinha a mãe pressa numa cadeia.
b. pensava que o rei tinha a mãe presa numa cadeia.
c. calculava que o rei tinha a mãe presa numa cadeia.
d. sabia que o rei tinha a mãe presa numa cadeia.
4. Indica as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F) relativas à última fala do rei.
Corrige as falsas.
4.1 O rei utiliza uma metáfora para se referir ao seu poder.
4.2 O rei encontra rapidamente uma solução para o castigo anunciado pelo bispo.
4.3 O rei mostra, com as suas palavras, ser um homem decidido.
4.4 O rei mostra, com as suas palavras, que o amor filial é mais importante que as
razões políticas.
5. Observa no texto as seguintes palavras destacadas – por esta ordem: ela, a, ele, o.
A quem se refere cada uma delas?
a. ela refere-se a _______________________ .
b. a refere-se a _________________________ .
c. ele refere-se a _______________________ .
d. o refere-se a _________________________ .
II
1. Indica as funções sintáticas das frases:
a) D. Teresa foi presa nas masmorras do castelo por D.Afonso.
b) Tranquilizai vossos medos.
c) A excomunhão lha darei.
d) Ele teve de se revoltar contra a mãe.
e) O Papa mandou um bispo ameaçar o rei com a excomunhão.
2. Divide e classifica as orações das frases:
a) Ele teve de se revoltar contra a mãe, Dona Teresa, para poder fundar o
reino.
b) Talvez emseu quarto, ou a rezar na capela.
c) D. Afonso disse ao bispo que não tinha medo dele.
d) Quero que ele me deixe em paz.
3. 3. Indica a classe e subclasse das palavras sublinhadas:
a) Acaso eu alguma vez perguntei pela mãe dele?
b) Muitas pessoas do povo sabiam do sucedido.
4. Substitui as expressões sublinhadas por pronomes pessoais:
a) Vou ter as missas que eu quero.
b) Fazer respeitar a lei.
c) O bispo dará a excomunhão ao rei.
d) As ondas embalavam os barquinhos
e)
5. Indica o processo de formação das palavras:
a) Anoitecer
b) Amavelmente
c) Prof
d) ONU
e) Metro
f) TAP
g) Injustamente
h) Excomunhão
i) Aprisionar
4. Texto B
Não era por mal …
A onda que vinha
não vinha por mal.
Mas veio, mas veio…
E logo a barquinha
partiu pelo meio.
Nem homem, nem velas.
Quando a bordo ia,
com fé abalara,
morreu já sem ela.
Mas, se a onda veio,
não veio por mal:
era irmã daquela
que chegou à praia,
que embala barquinhos
de meninos pobres.
Os meninos brincam.
Navegam em barcos
Feitos de cortiça,
Feitos de jornal.
Quase à mesma hora,
longe, os pais naufragam
sem nenhuma ajuda.
Mas não é por mal…
In ‘Cabo da Boa Esperança’
1. Indica o número de estrofes que constituemo poema.
2. Como classificas cada uma delas.
3. Faz o esquema rimático e classifica os tipos de rima presentes no poema.
4. Divide emsílabas métrica os dois últimos versos.