Indústria deverá crescer entre 2% a 3,5% este ano, diz Abimo.
A indústria de equipamentos médicos ampliou investimentos e segue inovando para ganhar mercado frente aos produtos importados, mesmo em um ano de estagnação econômica.
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Indústria deverá-crescer
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Indústria deverá crescer entre 2% a 3,5% este ano, diz Abimo
A indústria de equipamentos médicos ampliou investimentos e segue inovando
para ganhar mercado frente aos produtos importados, mesmo em um ano de
estagnação econômica. Essa foi a mensagem transmitida durante o quarto
evento anual de encontro de associados da Abimo (Associação Brasileira da
Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de
Laboratórios), realizado na última quinta-feira (16), no espaço de eventos da
Fiesp, em São Paulo. EM entrevista ao portal Diagnóstico web, Paulo Fraccaro,
presidente executivo da Abimo explica o atual momento da indústria nacional e
os objetivos da entidade para o ano. "Estamos prevendo que, com a correção
da inflação, devemos ter um crescimento real por volta de 2% a 3,5% neste
ano, que poderá melhorar caso o país dê uma organizada no seu planejamento
a partir do segundo semestre", disse o executivo.
Indústria de equipamentos médicos quer crescer até 3,5% em 2015
Portal Diagnóstico web – Qual é o atual momento da indústria nacional?
Paulo Fraccaro – Haverá um ligeiro crescimento da indústria. Neste ano, o
setor deve ter um faturamento de R$ 8,57 bilhões, maior do que o do ano
passado, que foi de R$ 7,4 bilhões. O nível de emprego vai continuar
crescendo. Prevemos abrir 63,3 mil vagas. No ano passado, foram 62 mil. Os
investimentos brutos estão crescendo, enquanto nos outros setores as
empresas estão segurando. Nossos salários são mais altos do que na indústria
de transformação. O que nos preocupa é que a participação do produto
brasileiro ainda é baixa no mercado, de 34,7%, especialmente no setor público.
Agora, com o aumento do dólar, imagina um hospital público tentando
equilibrar a balança. O SUS ainda depende muito de produtos importados. Por
enquanto, só aumentamos participação no mercado privado. Mas não podemos
ficar desanimados nem preocupados com a complexidade da situação que o
país vive hoje. O prêmio mostra o quanto às empresas do nosso setor está
trazendo para o mercado produtos inovadores em um país que investe muito
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pouco em inovação. E olha que nosso mercado é muito pequeno para existirem
empresas fortemente consolidadas, como nos outros.
Portal Diagnóstico web – O crescimento previsto para 2015 é o que vocês
esperavam em 2014?
Fraccaro – Neste ano, o ganho vai ser muito pequeno. Ninguém consegue
estancar uma doença, por isso o setor de saúde cresce mesmo quando o PIB
não tem crescimento. Estamos prevendo que, com a correção da inflação,
devemos ter um crescimento real por volta de 2% a 3,5% neste ano, que
poderá melhorar caso o país dê uma organizada no seu planejamento a partir
do segundo semestre. Apesar da reorganização financeira que o ministro
[Joaquim] Levy está propondo, ainda há muitas indefinições na política
econômica, por isso não conseguimos prever com mais precisão. Não é o que
imaginávamos em meados do ano passado, mas, diante das indefinições
econômicas do país, considero esse resultado satisfatório.
Portal Diagnóstico web – A indústria já sente os efeitos da isenção de PIS e
COFINS trazida pela nova lei (em novembro passado)?
Fraccaro – Não, ainda não estamos sentindo. Acredito que veremos frutos no
crescimento em 2016. As empresas não se planejaram ainda para aproveitar
os benefícios da isonomia tributária. Estão trabalhando nas mesmas condições
do ano passado, mas mesmo assim prevendo um crescimento. Diria que após
a lei, o efeito não é imediato. O benefício chega ao produto em um timing mais
demorado. Após a regulamentação da lei, acredito que teremos uns 120 dias
para o mercado dessa isonomia. É bom lembrar que a isenção traz uma
isonomia parcial [com os artigos estrangeiros], porque os importados também
não pagam IPI nem ICMS, que, somados, representam 30% do preço final de
um produto brasileiro. Agora vamos deflagrar a luta pela isonomia em relação
ao IPI e, depois, pela do ICMS. Temos uma luta grande pela frente. Queremos
igualdade de condições para concorrer com o produto importado. Essa
igualdade é uma questão de lógica. Não há escusas ou razões, mesmo com os
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problemas que o país atravessa, para dizer que não é o momento apropriado
para esse pedido.
Portal Diagnóstico web – A valorização do dólar é uma oportunidade ou uma
armadilha para vocês?
Fraccaro – Para os hospitais que são compradores, em grande parte, de
produtos importados, é ruim. Mas, para as empresas que exportam parte da
sua produção, é ótimo. Quem não exporta também poderá aproveitar essa
janela de oportunidade para suprir a demanda por produtos importados, que
estarão muito caros. Se essas empresas dependem de matérias-primas
importadas, terão um sobre custo em sua produção. Mesmo assim, o dólar alto
favorece a indústria brasileira. O custo dos produtos estrangeiros aumentará
mais do que o gasto das empresas nacionais com componentes importados.
Mas, como o dólar tem seus altos e baixos, as empresas têm dificuldade para
fazer seu planejamento. Elas fazem o planejamento com base no cenário
nacional. A queda das importações é um dos efeitos que devem ser sentidos
neste ano.
Fonte-DIAGNOSTICOWEB