Este documento apresenta conceitos sobre Recursos Educacionais Abertos (REA), incluindo sua definição segundo a UNESCO como materiais educacionais sob domínio público ou licenciados de forma aberta para uso e adaptação. Também discute a Declaração da Cidade do Cabo sobre Educação Aberta e como a rede permite novas formas de atividade produtiva colaborativa.
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Anped 2012
1. RECURSOS EDUCACIONAIS
ABERTOS:
material didático, produção
colaborativa e autoria na
era da informação
Bianca Santana
FE-USP
Instituto Educadigital
2. Objetivo do minicurso:
Apresentar conceitos e princípios dos
chamados Recursos Educacionais Abertos (REA)
e dos fundamentos da cultura digital e da
cultura livre.
Discutir novos modelos na produção,
disseminação e uso de recursos didáticos
digitais e impressos partindo de noções sobre
licenças e termos de uso flexíveis, padrões
e protocolos abertos.
Refletir sobre como os REA pode contribuir para
repensar as relações na Educação.
3. Breve história da medicina
Doutor, tenho uma dor de ouvido:
2000 a.C. Coma esta raiz.
1000 d.C. Raiz é remédio pagão. Faça eta oração.
1850 d.C. Essa oração é superstição. Beba essa
poção.
1917 d.C. Esta poção é fajuta, engula este
comprimido.
1985 d.C. Este comprimido é ineficaz, tome esse
antibiótico
2000 d.C. Este antibiótico não funciona, coma esta
raiz
(Anônimo, retirado de AMIEL, 2012)
REA não são revelações, nem solução para
resolver os problemas da educação.
4. DECLARAÇÃO DA CIDADE DO CABO PARA A
EDUCAÇÃO ABERTA, 2007
“Esse movimento emergente de educação combina a
tradição de partilha de boas ideias com colegas
educadores e da cultura da Internet, marcada pela
colaboração e interatividade. Esta metodologia de
educação é construída sobre a crença de que
todos devem ter a liberdade de usar,
personalizar, melhorar e redistribuir os
recursos educacionais, sem restrições.
Educadores, estudantes e outras pessoas que
partilham esta crença estão unindo-se em um
esforço mundial para tornar a educação mais
acessível e mais eficaz”
5. EDUCAÇÃO ABERTA
* Variadas configurações de ensino-
aprendizagem (Taylor, Iiosh e Kumar, Amiel)
Material
professores alunos
didático
* Relacionada à liberdade de o estudante
decidir onde estudar; estudar por módulos;
autodidatismo certificado; isenção de
pagamentos; acessibilidade a portadores de
alguma deficiência física, provisão de REA
(Santos, 2012)
6. REA são
conforme definição da Unesco/ COL (2012):
“...materiais de ensino, aprendizado,
e pesquisa em qualquer suporte ou
mídia, que estão sob domínio
público, ou estão licenciados de
maneira aberta, permitindo que
sejam utilizados ou adaptados por
terceiros (...)
7. “(...) O uso de formatos técnicos
abertos facilita o acesso e o reuso
potencial dos recursos publicados
digitalmente.
Podem incluir cursos completos, partes
de cursos, módulos, livros didáticos,
artigos de pesquisa, vídeos, testes,
software, e qualquer outra ferramenta,
material ou técnica que possa apoiar o
acesso ao conhecimento.”
02/29/12
8.
9. Objeto de aprendizagem/
material didático
BUSCAR USAR
REA
BUSCAR RELACIONAR CRIAR COMPARTILHAR
Shneiderman, 2002. Apud Amiel, 2012
29. Internet
1. Arquitetura de interconexão
ilimitada, descentralizada,
distribuída e multidirecional;
2. abertura de todos os protocolos
de comunicação e suas
implementações, permitindo
distribuição e modificação;
3. governança em consonância com
os princípios de abertura e
cooperação
(CASTELLS, 2003).
30. “Ninguém disse a Beners-Lee que projetasse a www e, na
verdade, ele teve de esconder sua verdadeira intenção
por algum tempo porque estava usando o tempo de seu
centro de pesquisa para objetivos alheios ao trabalho que
lhe fora atribuído. Mas teve condições de fazer isso porque
pôde contar com o apoio generalizado da comunidade da
Internet, à medida que divulgava seu trabalho na rede, e
foi ajudado e estimulado por muitos hackers do mundo
inteiro. “
Ao adaptar usos e valores, os usuários são os principais
produtores de quaisquer tecnologias
(Castells, 2003)
31. Ética hacker (1 de 2)
Segundo Eric Raymond, cinco são as atitudes típicas de
um hacker:
1) o mundo está cheio de
problemas fascinantes esperando para serem resolvidos;
2) um problema nunca deveria ser
resolvido duas vezes;
3) tédio e trabalho enfadonho são maléficos;
4) a liberdade é boa;
5) a atitude não substitui a competência. (Silveira,
2009:9)
32. Ética hacker (parte 2 de 2)
Seis princípios (Pretto, 2010, citando Steven Levy)):
1. o acesso a computadores e ―qualquer outra coisa que pudesse
ensinar a você alguma coisa sobre como o mundo funciona deveria
ser total e ilimitado;
2. toda informação deveria ser livre e gratuita porque "se você não
tem acesso à mesma, não terá como consertar as coisas";
3. desconfiar da autoridade;
4. julgar os hackers pela qualidade do que efetivamente fazem e
não por critérios
falsos, como escolaridade, idade, raça ou posição;
5. a possibilidade de criar arte e beleza num computador;
6. a crença de que os computadores podem melhorar a vida
33. Era da informação
A intensidade e o ritmo acelerado das mudanças permite afirmar que
estamos vivendo uma revolução tecnológica, saindo de uma era
industrial para uma era informacional (CASTELLS, 1999, p. 21).
Industrialismo: a principal fonte de produtividade é a introdução de
novas fontes de energia e a capacidade de descentralizar o uso da
energia ao longo dos processos produtivos
No mundo informacional, a principal fonte de produtividade é a
tecnologia de geração de conhecimentos, de processamento de
informação e de comunicação de símbolos.
Em vez da maximização da produção, o informacionalismo busca a
acumulação de conhecimentos e maiores níveis de complexidade no
processamento da informação (CASTELLS, 1999).
34. Cultura Digital
A cultura digital é a cultura da contemporaneidade. Como
bem lembrou o Ministro-hacker Gilberto Gil, em 2004, em
uma aula magna na USP, “cultura digital é um conceito
novo. Parte da idéia de que a revolução das tecnologias
digitais é, em essência, cultural. O que está implicado aqui
é que o uso de tecnologia digital muda os
comportamentos. O uso pleno da Internet e do software
livre cria fantásticas possibilidades de democratizar os
acessos à informação e ao conhecimento, maximizar os
potenciais dos bens e serviços culturais, amplificar os
valores que formam o nosso repertório comum e,
portanto, a nossa cultura, e potencializar também a
produção cultural, criando inclusive novas formas de
arte.”
(Silveira et all, 2007)
35.
36. A rede permite novas formas de atividade produtiva:
em larga escala,
com colaboração distribuída,
com produção entre pares,
Yochai
Benkler,
baseada no commons, 2006, The
Wealth of
Networks
que gera inovação social,
não-rival, não-excludente,
com custo marginal perto de zero,
sem necessidade de intermediação.