O documento fornece uma retrospectiva cultural dos anos 1950 aos anos 2010, abordando movimentos musicais e cinematográficos no Brasil, com ênfase nas décadas de 1950 a 1990. Resume os principais estilos musicais e artistas em cada período, assim como os movimentos cinematográficos, como o Cinema Novo e o sucesso de filmes dos Trapalhões.
2. Retrospectiva Cultural
Anos 50
http://www.youtube.com/watch?v=nRN3duE2FOI
Anos 60
http://www.youtube.com/watch?v=AlRXYAxhyYM
Anos 70
http://www.youtube.com/watch?v=yrCglE6M0ks
Anos 80
http://www.youtube.com/watch?v=r54oRZBjwtE
Anos 90
http://www.youtube.com/watch?v=wKvSmXxmRTI
3. Movimentos Musicais no Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=gzx
1900-1920 – NASCE O SAMBA
1920-1930 – A ERA DO RÁDIO http://www.youtube.com/watch?v=xH
DÉCADA DE 1940 – MÚSICA DE RAIZ
DÉCADA DE 1950 – BOSSA NOVA http://www.youtube.com/watch?v=SE
DÉCADA DE 1960 – A ERA DOS FESTIVAIS
Jovem Guarda http://www.youtube.com/watch?
Tropicalismo
MPB (músicas de protesto) http://www.youtube.com/watch?v=Zb
DÉCADA DE 1970 – DIVERSIDADE
http://www.youtube.com/watch?v=hm
MUSICAL
MPB (nova geração) http://www.youtube.com/watch?v=PD
Samba
Rock
http://www.youtube.com/watch?v=5g
DÉCADA DE 1980 – ROCK E VANGUARDA
http://www.youtube.com/watch?v=U0
DÉCADA DE 1990 – RITMOS POPULARES
Axé Music, Sertanejo, Funk Carioca,
http://www.youtube.com/watch?v=Wl
Mangue Beat, Rap, Rock
2000-2010 – NOVOS NOMES
4. DÉCADA DE 1950 – BOSSA NOVA
A suavização rítmica e as harmonias mais sofisticadas, introduzidas
no samba pelo samba-canção contribuem para o aparecimento da
bossa nova.
Nesse período, o jazz norte-americano já influencia intérpretes
como Dick Farney, Lúcio Alves e Johnny Alf, este também
compositor.
Um dos marcos desse movimento é o disco Canção do Amor
Demais, de Elizete Cardoso. Nele atuam, em especial na faixa
Chega de Saudade, os três personagens mais importantes da bossa
nova: Tom Jobim (o autor da música), o poeta Vinicius de Morais e
João Gilberto, que cria um estilo muito pessoal de acompanhamento
ao violão. Pouco depois dessa gravação, João Gilberto gravou seu
primeiro disco, Chega de Saudade. A faixa-título foi sucesso no
Brasil, lançando a carreira de João Gilberto e,por conseqüência,
todo o movimento da bossa nova. Outros destaques do movimento
são Carlos Lyra, Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli.
5. DÉCADA DE 1960 – A ERA DOS FESTIVAIS
Músicos ligados à bossa nova iniciam um movimento de
revalorização do samba tradicional e da temática dos morros. Nara
Leão grava músicas de Cartola e Nelson Cavaquinho.
Em 1962, o Festival de Bossa Nova realizado no Carnegie Hall, em
Nova York, dá projeção internacional ao gênero. Na mesma época,
Celly Campello torna-se a primeira estrela nacional do rock, com os
hits Estúpido Cupido e Banho de Lua, que levarão ao movimento
chamado de jovem guarda. Em 1965, a TV realiza o primeiro
Festival de Música Popular Brasileira. Em 1966 e 1967 são feitos
outros dois pela TV Record, ambos em São Paulo. De 1966 a 1972,
a TV Globo realiza o Festival Internacional da Canção, no Rio.
Esses festivais revelam ao público músicos como Edu Lobo, Chico
Buarque, Milton Nascimento e Elis Regina. A Record é palco da
estréia do programa Jovem Guarda, que batiza o estilo. Com uma
sonoridade próxima à do rock e letras descontraídas, a jovem
guarda vira sucesso entre jovens e destaca Roberto Carlos, Erasmo
Carlos, Wanderléa, Jerry Adriani, Ronnie Von e Vanusa.
6. TROPICALISMO
O tropicalismo surge no Festival da Record, em 1967, com os
baianos Caetano Veloso (concorrente com Alegria, Alegria) e
Gilberto Gil (com Domingo no Parque). O uso de guitarras de rock
na apresentação causa rejeição de parte significativa do público.
Como a plateia é sobretudo de universitários e os festivais
aparecem como um espaço cultural de resistência ao regime militar,
o uso das guitarras é visto como apoio à cultura vinda dos Estados
Unidos. A polêmica se estende nos meses seguintes com uma
contraposição entre o uso de violão e o da guitarra. O disco-
manifesto Tropicalia ou Panis et Circencis (1968), com a presença
de Nara Leão, Tom Zé, Gal Costa, Os Mutantes e do maestro
Rogério Duprat, traz referências ao cantor Vicente Celestino, ao
rock e à bossa nova e reafirma a posição do grupo sobre a falsa
oposição entre as formas supostamente “puras” da música brasileira
e as influências do pop internacional. Na música erudita, os
principais compositores são Gilberto Mendes, Willy Corrêa de
Oliveira, Júlio Medaglia e Rogério Duprat, os dois últimos com
presença importante também na música popular.
7. Jorge Ben Jor
Ele se interessou pela música quando a bossa nova ainda dominava o cenário artístico brasileiro e
mundial. Como a maioria dos adolescentes daqueles tempos, seu ídolo era João Gilberto, cuja voz
coloquial despertava sua admiração. Mas Jorge Menezes, conhecido no mundo inteiro como Jorge
Ben Jor passou a infância ouvindo Luiz Gonzaga e Ataulfo Alves. Em casa seus pais falavam de um
certo Nelson Gonçalves que era crooner da orquestra de Severino Araújo. Ainda desta época
lembra uma voz em especial, Cauby Peixoto que um dia, décadas depois, viria a gravar uma de
suas canções, Dona Culpa Ficou Solteira.
Jorge Ben Jor explodiu com a música Mas Que Nada e logo em seguida ratificou seu talento com
outro grande sucesso, Chove Chuva. Duas canções que nada tinham a ver com a bossa nova, nem
com o samba tradicional.
Na época do início da MPB, Jorge transitava como intérprete, pelos programas Fino da Bossa,
comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues, Jovem Guarda, de Roberto Carlos e O Pequeno
Mundo, de Ronnie Von. Eram terrivelmente antagônicos. Um artista que participava de um desses
programas, imediatamente era proibido de cantar nos outros. A única exceção sempre foi Jorge
Ben Jor. E quando a tropicália aconteceu como o mais inovador movimento artístico musical de
nosso país, qual foi o único artista já consagrado que foi convidado e participou dos
acontecimento? Ele, é claro, Jorge Ben Jor, presença obrigatória também no programa de televisão
Divino Maravilhoso, apresentado pelos baianos Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa e dirigido
por Fernando Faro e Antonio Abujamra.
Da mesma forma e desde o final dos anos 60 até hoje, Jorge é o único compositor a ser gravado
por artistas de todas as correntes musicais. Mas Que Nada está registrada nas vozes de Ella
Fitzgerald, Dizzie Gilespie, Julio Iglesias, Al Jarreau, Trini Lopez, José Feliciano, Fred Bongusto,
Mina, Nicoletta, Los Hermanos Castro e em centenas de outras gravações de cantores e grupos
musicais de dezenas de países do mundo.
8. DÉCADA DE 1970 – DIVERSIDADE MUSICAL
O espaço aberto pelos festivais na TV e a disseminação dos televisores e
de emissoras de rádio de alta freqüência (AM) e de freqüência modulada
(FM) abrem espaço para uma nova geração de artistas. De Alagoas vem
Djavan; do Ceará, Belchior, Fagner e Ednardo; de Pernambuco, Alceu
Valença; da Paraíba, Zé Ramalho e Elba Ramalho; da Bahia, os Novos
Baianos; do Rio de Janeiro, Luiz Melodia, Beth Carvalho e Luiz Gonzaga
Júnior (Gonzaguinha); de São Paulo, Guilherme Arantes; de Minas Gerais,
músicos que se ligam a Milton Nascimento, como Beto Guedes, Wagner
Tiso, Toninho Horta e Lô Borges. No samba, sobressaem Paulinho da
Viola, Martinho da Vila, Clementina de Jesus, Ivone Lara, João Bosco e
Aldir Blanc. Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia e Clara Nunes firmam-
se como as cantoras de maior prestígio na época.
No meio da década, há uma onda de rock nacional pós-jovem guarda.
Destacam-se Raul Seixas, Rita Lee e o grupo Tutti Frutti, Erasmo Carlos e
sua Cia. Paulista de Rock, Made in Brazil, Casa das Máquinas, O Terço
(RJ) e Almôndegas (RS). Nesse período, a banda paulistana Secos &
Molhados ganha notoriedade em todo o país. Na música instrumental,
destacam-se Hermeto Pascoal, Naná Vasconcelos e Egberto Gismonti, que
obtém público e reconhecimento no Brasil e no exterior.
9. DÉCADA DE 1980 – ROCK E VANGUARDA
Surge uma vanguarda paulistana, com temática urbana, que
incorpora elementos eruditos e experimentais.
Os expoentes são Arrigo Barnabé, Itamar Assunção e o grupo
Rumo.
Despontam grupos de rock de sucesso, como RPM, Legião Urbana e
Renato Russo, Blitz, Ira, Engenheiros do Hawaii, Ultraje a Rigor,
Capital Inicial, Os Paralamas do Sucesso, Titãs, Kid Abelha, Camisa
de Vênus, Barão Vermelho e Cazuza. Surgem nomes como Lobão,
Sandra de Sá, Leo Jaime, Marina Lima, Lulu Santos, Arnaldo
Antunes. Na MPB, consolida-se a cantora Simone, além de novos
artistas, como Fátima Guedes e Zizi Possi.
No fim da década, o grupo paraense Kaoma faz sucesso
internacional com a lambada, iniciando uma onda de ritmos
dançantes.
10. DÉCADA DE 1990 – RITMOS POPULARES
O Brasil volta-se para seus ritmos, e cerca de 80% do que se vende e
ouve é música popular brasileira. Os gêneros de maior sucesso são o
pagode – Só pra Contrariar, Negritude Júnior, Zeca Pagodinho, - a
axé music, com Daniela Mercury e o grupo É o Tchan, e a música
sertaneja, com Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo & Luciano e
Chitãozinho & Xororó. Surge o rap, um gênero de declamação rítmica
e musical que faz parte da cultura do hip-hop, com destaque para o
grupo Racionais MC’s e Rappin Hood. Em Pernambuco, emerge o
movimento mangue beat, de Chico Science & Nação Zumbi, e,no Rio,
o funk carioca, com Claudinho e Buchecha e Latino. Em 1997, a
“paradinha funk” é introduzida no Carnaval por Mestre Jorjão, da
Escola de Samba Viradouro. No rock, surgem as bandas Cidade Negra,
Los Hermanos, Skank, Raimundos, Jota Quest e Charlie Brown Jr. A
banda mineira Sepultura consolida nome e carreira no exterior. Na
MPB despontam Adriana Calcanhotto, Cássia Eller, Fernanda Porto,
Marisa Monte, Chico César, Carlinhos Brown, Zeca Baleiro, Rita Ribeiro,
Lenine, Mônica Salmaso, Renato Braz e o virtuose do violão Yamandu
Costa.
11. 2000-2010 – NOVOS NOMES
Maria Rita, filha de Elis Regina, destaca-se com seu primeiro disco,
Bebel Gilberto, também filha de cantores (João Gilberto e Miúcha),
consolida seu nome no Brasil e no exterior. Entre os novos artistas,
destacam-se Ana Cañas, Ceumar, Céu, Fernanda Cunha, Mariana
Aydar, Bruna Caram e Vanessa da Mata, revelando certo predomínio
de vozes femininas na MPB.
13. DÉCADA DE 1960 – CINEMA NOVO
No Brasil, Anselmo Duarte dirige O Pagador de Promessas (1962), que
ganha a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Vidas Secas (1963), de
Nelson Pereira dos Santos, é o marco do Cinema Novo, movimento com a
proposta de filme de autor, de baixo custo, preocupado com a realidade e
a cultura nacionais. O cineasta mais identificado com a estética
provocativa do cinema novo é Glauber Rocha, diretor de Deus e o Diabo
na Terra do Sol (1963) e Terra em Transe (1967). José Mojica Marins
roda À Meia Noite Levarei sua Alma (1964), em que representa o coveiro
Zé do Caixão, personagem bizarro com unhas longas. Rogério Sganzerla
dirige O Bandido da Luz Vermelha (1968), fita ligada à estética
underground. Em 1969 é fundada a Embrafilme, empresa estatal
incumbida de distribuir e financiar produções nacionais.
DÉCADA DE 1970 – FILMES-MULTIDÃO
No Brasil, com O Trapalhão no Planalto dos Macacos (1976), tem início a
carreira de sucesso no cinema do grupo Os Trapalhões. Seu líder, Renato
Aragão, protagoniza dezenas de filmes no decorrer dos anos, vistos pó
cerca de 100 milhões de pessoas. É o conjunto de maior bilheteria no
cinema brasileiro. Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno
Barreto, obtém 10,7 milhões de espectadores, recorde de bilheteria por
34 anos.
14. DÉCADA DE 1980
O filme Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman, leva o
Leão de Ouro em Veneza. Pixote – A Lei do Mais Fraco (1981), de
Hector Babenco, também ganha prêmios internacionais. Suzana
Amaral filma A Hora da Estrela (1985) e a protagonista, Marcélia
Cartaxo, é eleita a melhor atriz no Festival de Berlim.
DÉCADA DE 1990
No Brasil, com a extinção da Embrafilme no governo Collor, o
cinema passa por um período crítico. A retomada ocorre apenas
depois do surgimento de uma nova Lei de audiovisual, em 1993.
Em 1997, as Organizações Globo criam a Globo Filmes, que produz
24 filmes entre 1998 e 2003, ano em que 90% da receita de filmes
brasileiros leva a sua chancela. Depois de obter o Urso de Ouro no
Festival de Berlim, entre outros prêmios, Central do Brasil, de
Walter Salles, é indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro de
1999, e Fernanda Montenegro, ao de melhor atriz.
15. ANOS 2000
No Brasil, o público cresce de 72 milhões de espectadores em 2000
para 112,7 milhões em 2009. Em 2001 é criada a Agência Nacional
de Cinema (Ancine), e no ano seguinte Cidade de Deus, de Fernando
Meirelles, tem mais de 3 milhões de espectadores no Brasil e direitos
de distribuição vendidos a 62 países. Diários de Motocicleta (2004),
de Walter Salles, recebe 25 prêmios internacionais, entre eles o Oscar
de melhor canção. A atriz Sandra Corveloni ganha o prêmio de
melhor atriz no Festival de Cannes 2008 por sua atuação em Linha de
Passe, filmado no Brasil por Salles. Meirelles faz sua estréia
internacional com O Jardineiro Fiel (2005), que ganha o Oscar de
melhor atriz coadjuvante, e prossegue sua carreira com a adaptação
do romance de José Saramago Ensaio Sobre a Cegueira (2008). Em
2007, Tropa de Elite, de José Padilha, divide a crítica ao tratar da
violência policial, mas é sucesso de público e leva o Urso de Ouro do
Festival de Berlim 2008. Em 2009, a comédia Se eu Fosse Você 2, de
Daniel Filho (Globo Filmes), alcança 6,1 milhões de espectadores e
quebra o recorde da década. Em 2010, Tropa de Elite 2, de José
Padilha, lançado em outubro, bate o recorde histórico de bilheteria do
cinema brasileiro, com 10,7 milhões de espectadores até o início de
dezembro, superando Dona Flor, de 1976.
16. PRÊMIOS CINEMATOGRÁFICOS
No século XX, diversos países criaram premiações para o cinema, a
fim de estimular a produção de filmes nacionais e divulgar sua
cultura no exterior. Algumas premiações com o tempo, ganharam
caráter de e prestígio internacional, com destaque para o Oscar,
nos Estados Unidos, e os festivais de Berlim, na Alemanha, de
Cannes, na França, e de Veneza, na Itália. No Brasil, destacam-
se os festivais de cinema de Gramado (RS) e de Brasília (DF), a
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o Festival
Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, o festival de
animação Anima Mundi e o festival de documentários É Tudo
Verdade.