SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 9
ARTE ROMANA

      Na verdade, os poderosos romanos inicialmente traziam as obras de arte
encontradas na Grécia conquistada inundando o império com essa arte que não
era sua, propriamente.

      Os artistas romanos começaram simplesmente a copiar trabalhos gregos
e depois homenagear personalidades locais realizando esculturas ao estilo
grego. Mas os romanos foram também criativos e inovadores.

        A principal característica de Roma foi a organização e a eficiência. Na
arte, também primaram pela busca da utilidade e praticidade imediata - tanto
que o principal destaque vai para a arquitetura, onde a grandeza ressaltava a
idéia do poderio romano.

       As termas são uma invenção romana e funcionaram como centros
sociais, com local para esportes, reuniões, jardins e banhos.

        As basílicas não tinham a conotação de igrejas, inicialmente. Eram locais
comerciais e só passaram a ter funções religiosas com a propagação do
cristianismo dentro da influência de Roma.

       Os circos e anfiteatros, como o Circus Maximus e o Coliseu, são símbolos
de uma arquitetura primorosa que adornava todos os edifícios com esculturas e
transformaram a Roma atual na maior concentração de obras de arte urbanas
que conseguimos imaginar.


ARQUITETURA

       A arquitetura romana mesclou influências etruscas, gregas, com as
características de sua própria civilização, principalmente a partir do século II
a.C., quando as conquistas romanas possibilitaram a formação de uma
elite enriquecida e ao mesmo tempo fortaleceu o Estado.

       Dos etruscos herdaram as técnicas que lhes permitiram a utlização do
arco e da abóbada. Dos gregos herdaram as concepções clássicas dos estilos
Jônio, Dório e coríntio, aos quais associaram novos estilos, como o toscano. No
entanto, a arquitetura romana, foi fortemente influenciada pela cultura grega e
desenvolveu, por sua vez, obras que retratavam uma nova realidade, diferente
daquela vivida por gregos, em qualquer período de sua história.

        Nesse sentido destaca-se a imponência e a grandiosidade das
construções romanas, refletindo as conquistas e a riqueza desta sociedade -
templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas
e edifícios administrativos - eram obras que apresentavam dimensões
monumentais.
Os romanos ainda construíram aquedutos que transportavam água limpa
até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para
dar vazão à água servida e aos dejetos das casas.

      O conhecimento atual sobre a antiga arquitetura romana provém de
escavações arqueológicas por toda a área do império e de registros escritos,
como livros, dedicatórias e inscrições.

      Seguindo o plano etrusco, os romanos erigiam as cidades em torno de
duas avenidas principais: uma no sentido norte-sul, outra de leste a oeste, e
uma praça (forum) na intersecção.

       Os edifícios públicos agrupavam-se em geral em torno do forum.
Inicialmente dominada pela influência etrusca, a arquitetura romana adquiriu
um estilo próprio com a descoberta do cimento, no século II a.C., a construção
com tijolos e ao aprimoramento do arco.

      As construções dos dois últimos séculos do império incluem-se entre as
manifestações mais importantes da arte romana. Depois do grande incêndio no
reinado de Nero, o aspecto urbano transformou-se com as reconstruções.

       Destacam-se os grandes foruns imperiais e o mais suntuoso de todos, o
de Trajanus, em que predominavam os "mercados", seis andares de lojas
ligados por corredores e escadarias, escavados na rocha viva do monte
Quirinal.

      Obra-prima da engenharia e da arquitetura romana em sua técnica de
origem oriental, o foro de Trajanus era cercado por grande muralha revestida
de mármores e possuía salas de reunião, bibliotecas, um templo consagrado a
Trajanus e uma basílica.

      Nas grandes cidades, as termas ocupavam um espaço considerável, com
banhos, saunas e numerosos estabelecimentos anexos. Os banhos de Agrippa,
em Roma, hoje desaparecidos, são o primeiro exemplo da concepção
monumental das termas romanas dos séculos II e III, das quais as mais
famosas são as do imperador Caracalla, com bibliotecas, salas de leitura e
conversação, ginásios e um teatro; e as de Diocletianus, a maior de todas,
com 140.000m2.
ESCULTURA

       A influência grega fez com que surgissem em Roma os copistas, que
retratavam com extrema fidelidade as principais obras clássicas, de homens
consagrados como Fídias e Praxítel.

       O racionalismo e a fidelidade ao real orientaram a produção da
estatuária romana e serviram para satisfazer o desejo de glorificação pessoal e
de comemoração de conquistas e grandes feitos. Proliferaram no âmbito dessa
arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas equestres de
imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade.
A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares
tomou forma nos relevos que se desenvolveram na fachada de templos e dos
Arcos de triunfo. Os poucos vestígios remanescentes da escultura romana até o
século II a.C. evidenciam a influência etrusca. Predominou a seguir o estilo
helênico, trazido da Anatólia e da Grécia. Mais tarde, artistas gregos,
instalados em Roma, fizeram réplicas e imitações das obras gregas mais
apreciadas.

       Simultaneamente, a escultura romana começou a desenvolver um estilo
próprio. O nome dos artistas não é conhecido e mesmo obras importantes
como a "Ara pacis Augustae" ("Altar da paz de Augustus") permaneceram
anônimas.

       A aversão dos romanos à nudez atlética da escultura grega explica, em
parte, a ausência de estudos de anatomia nessa arte. O rosto é a parte mais
importante das peças e são desenvolvidas ao máximo as tendências realistas e
psicológicas da época Helenística. Os primeiros retratos escultóricos, do
século II a.C., denotam a fusão dos estilos etrusco, itálico e grego. Nos retratos
do reinado de Augustus prevalece a influência grega, patente na idealização
das figuras e na boa técnica do bronze.

      A tendência à idealização, para demonstrar a majestade impassível dos
caesares, continuou em retratos imperiais como os de Claudius e Nero,
enquanto em outros, como o de Caracalla, transparece a personalidade
atormentada do retratado. A escultura floresceu nos séculos I e II,
especialmente no reinado de Hadrianus, sob forte influência grega.




PINTURA
A pintura romana é de origem grega oriental. Os romanos tinham o
hábito de pintar nas paredes, imitando janelas e varandas que reproduziam
cenas externas com paisagens e animais, dando uma idéia de maior tamanho
ao ambiente. Eram mestres nesse assunto. Reproduziam também cenas de
teatro ou cópias de trabalhos gregos, declarando uma influência que nunca foi
negada ou disfarçada. Entretanto, os romanos diferiam dos gregos no
temperamento básico, muito mais realista.

       Quatro estilos podem ser distinguidos: o primeiro (séc. I A.C.), conhecido
pelos afrescos de Pompéia, busca dar a ilusão do espaço. No segundo (séc. I
A.C.) a ênfase é posta na resolução do espaço interno: o mural, imitando a
arquitetura, entremostra uma tímida paisagem que se perde de vista e faz
esquecer a existência de muros. Exemplo dessa pintura que busca ampliar o
espaço é o “Casamento Aldobrandini”, aliás cópia de um original grego do séc.
IV A.C. O terceiro estilo floresce em tempos de Augusto: os temas favoritos são
cenas mitológicas e paisagens ideais. O quarto e último é o flaviano, que toma
elementosdo segundo e do terceiro e com eles plasma uma decoração que
quase se poderia chamar barroca.

       Referência especial deve ser feita aos retratos de fayum (sec. I a III
D.C.), entre os quais se acham alguns dos mais belos exemplares da pintura
romana, no gênero.


Arte Romana


IntroduçãoArquiteturaArtes plásticasIntrodução
A fundação da cidade de Roma data de meados do VIII a. C., numa altura em que o povo
romano se concentrava em várias povoações, implantadas ao longo do rio Tibre. A partir da
constituição da república em 509 a. C., Roma transformou-se numa grande cidade, a partir da
qual teve origem o movimento de expansão territorial que, num primeiro momento se
estendeu a toda a península itálica, dominando os Etruscos, para posteriormente englobar a
Grécia, Cartágo, a Gália, a Hispânia e o Egito. A pax romana implementada durante o período
imperial, por Augusto, durou até ao século IV a. C., estendendo-se desde as ilhas britânicas até
ao litoral africano e à Ásia Menor.
A arte romana divide-se em dois momentos principais, determinados pelo contexto político: o
período republicano que, iniciado em 509 a. C., se prolongou até metade do século I a. C.; e o
período imperial, iniciado por Augusto em 27 a. C. e terminado em 476 d. C., data da Queda do
Império Romano do Ocidente.
As primeiras expressões artísticas que se podem considerar especificamente romanas datam
do século II a. C. A partir dessa data, as conquistas territoriais trouxeram inúmeras influências
que foram gradualmente assimiladas de forma a criar um estilo único que, posteriormente,
seria imposto a todas as regiões do império, originando um processo de uniformização cultural
sem paralelo até então no mundo mediterrânico. A arte romana, desenvolvida por um povo de
guerreiros e de construtores é, apesar das pequenas diferenciações regionais, uma arte de
síntese e essencialmente prática, pragmática e realista.
Arquitetura
A arquitetura romana absorveu as ordens gregas, às quais acrescentou duas novas variantes.
No entanto, as suas manifestações arquitetónicas, os edifícios e tipologias que inventou e a
forma como utilizou os sistemas construtivos e gramaticais afastam-se radicalmente das
experiências gregas. Para além do sistema trilítico grego, os romanos empregaram
abundantemente o arco, a abóbada e a cúpula, elementos construtivos que alcançaram uma
monumentalidade pouco comum até esta altura.
A cultura romana encontrava-se essencialmente ligada à cidade e aos seus equipamentos
privados e públicos. De entre os equipamentos públicos distinguiam-se aqueles que se
implantavam junto ao Fórum (a praça central da cidade), como o templo e a basílica, e os que
se localizavam noutros pontos do tecido urbano ou mesmo no exterior do recinto amuralhado,
como as termas, os teatros e os anfiteatros.
O templo romano, resultante do cruzamento da solução etrusca com a tipologia grega,
continha um pórtico com colunas a partir do qual se passava para uma cella fechada.
Colocado, tal como os congéneres gregos, sobre um alto envasamento, possuía igualmente
cobertura de duas águas, rematada por frontões triangulares. Um dos mais bem conservados
templos romanos é a Maison Carrée de Nîmes, construído no século IV d. C.
O Panteão de Roma (118 e 128 d. C.), um templo construído para venerar todos os deuses,
constituiu uma das mais notáveis exceções ao plano retangular. Possuindo planta circular e
cobertura em forma de cúpula semiesférica, neste templo o espaço interior ganhou um
desenvolvimento e uma qualidade pouco frequentes nestes edifícios.
A Basílica, grande sala de reuniões para a administração pública e para a justiça, apresenta a
mesma vontade de exaltação do carácter áulico e monumental do espaço interior.
Apresentava geralmente planta retangular alongada, dividida em várias naves através de séries
de colunas, e rematada, nos lados menores, por absides semi-cilíndricas. A grande Basílica,
erguida em Roma pelo imperador Maxência representou o apogeu técnico e formal deste tipo
de edifícios.
O teatro romano era normalmente construído, formando um volume semi-cilíndrico,
contrariamente ao teatro grego que se ajustava ao relevo. Para além do teatro, os romanos
criaram um novo edifício, o anfiteatro, uma estrutura complexa formada por uma bancada de
forma elíptica que circunda uma arena. Esta tipologia teve o seu exemplo máximo no enorme
Coliseu de Roma, construído entre 70 e 80 d. C.
Para além deste edifício de carácter público, os romanos desenvolveram várias tipologias
residenciais, como o palácio, a domus e a villa, que atingiram neste período um altíssimo nível
de conforto.
A villa ou domus eram as residências dos altos funcionários e das famílias nobres do império.
Derivadas da tipologia etrusca, estas habitações voltavam-se para o interior, organizando-se
simetricamente em torno de um pátio e eram geralmente rematadas por um jardim murado. A
mais notável villa construída no período romano foi o grande palácio de Adriano, em Tivoli,
iniciado em 118 d. C. Em Portugal conservam-se alguns vestígios de villae romana, de entre os
quais se destaca o conjunto de casas de Conímbriga.
Nas grandes cidade era frequente a existência de edifícios de habitação coletiva com comércio
no piso térreo, chamados insulae.
De entre as grandes construções de engenharia erguidas pelos romanos destacam-se, pelo seu
nível de desenvolvimento técnico, as pontes e os aquedutos, geralmente formados por vários
níveis de arcadas, como se observa no aqueduto de Pont du Gard, construído próximo da
cidade francesa de Nîmes.

Artes plásticas
A escultura romana partiu dos modelos gregos, infinitamente copiados e difundidos por todo o
império, sendo geralmente utilizadas como ornamento de edifícios.Dois dos mais
interessantes exemplos de associação da escultura com estruturas arquitetónicas são o Ara
Pacis e as Colunas de Trajano. O altar Ara Pacis, erguido entre 13 a 9 a. C., para comemorar a
pax romana de Augusto, apresentava planta quadrangular e era encerrado por paredes em
mármore, revestidas por baixos-relevos que misturavam elementos ornamentais gregos com
cenas figurativas.
As colunas historiadas, comemorativas de campanhas militares, erguidas em 113 d. C. no
centro de Roma pelo imperador Trajano, eram integralmente revestidas por relevos
historiados em espiral, formando um friso contínuo.
Para além destas esculturas de carácter monumental, uma das mais originais criações romanas
no campo da estatuária foi o retrato. Contrariando a perfeição ideal dos gregos ou a estilização
dos egípcios, os retratos romanos procuravam maior naturalismo e individualização das
personagens representadas através da identificação dos traços mais específicos do modelo.
Durante o período imperial assistiu-se a uma maior idealização da representação, como o
atesta o retrato de "Augusto de Prima Porta" (executado no século I a. C.).
Para além da pedra, os romanos desenvolveram alguns trabalhos em bronze, dos quais se
destaca a notável estátua equestre do imperador Marco Aurélio em bronze dourado, erguida
em Roma no Capitólio.
Ao nível pictórico, os romanos desenvolveram trabalhos muito variados, baseados em duas
técnicas fundamentais: a pintura mural e o mosaico.
As pinturas murais eram aplicadas sobre as paredes interiores dos edifícios (geralmente
residências privadas) e apresentavam características como a procura de realismo, o desejo de
representar a profundidade para dar ilusão de realidade, a associação de painéis figurativos
com molduras, frisos e cornijas que simulavam estruturas arquitetónicas.
Os mosaicos, aplicados em pavimentos, podiam assumir caracteres abstratos ou figurativos,
sendo frequente a integração de elementos figurativos com motivos geométricos. Embora
denunciem certa preferência pelas naturezas mortas com animais ou vegetais, os artistas
romanos representavam também episódios mitológicos. Os mosaicos da Casa do Repuxo, de
Conímbriga constituem um dos mais significativos conjuntos de mosaicos conservados em
território português.



ver tudo



A queda da monarquia etrusca cedeu lugar, em 509, ao regime republicano. Os
historiadores estabelecem este momento como o início da arte primitiva romana, assim
como designam a conversão ao cristianismo do imperador Constantino e a mudança da
capital do Império para Constantinopla, no ano 330, como o final deste período
artístico. Costuma-se dividir a arte romana em duas eras distintas: a da Roma
Republicana e a da Roma Imperial (do ano 27 a.C. em diante).

A princípio as manifestações artísticas estavam circunscritas à cidade de Roma, presas à
sua herança etrusca, mas aos poucos expandiram-se pela Itália e pelo Mediterrâneo e
receberam uma profunda influência da cultura grega. Ecléticas por natureza, pela sua
expansão geográfica e por colecionar diversas colônias, a arte romana têm como
principal característica a diversidade de estilos. Ao contrário de outros povos, que
retratavam seus imperadores, os romanos procuravam representar todos os habitantes do
amplo Império, desde a classe média até os próprios escravos.

Com o reconhecimento da religião cristã, o paleocristianismo – produção artística
realizada por ou para cristãos, durante a ascensão do Império Romano – passa a ocupar
o lugar das manifestações que o precederam. Suas formas primitivas remontam ao
século III. Porém, a temática pagã romana persistiu durante séculos, presente inclusive
nas próprias representações do Cristianismo. É difícil, no entanto, atribuir autoria a
algumas das obras paleocristãs, pois no princípio os simbolismos religiosos estavam
ainda ocultos sob camadas formais da antiga arte do paganismo, e também havia uma
certa censura por parte da Igreja, preocupada com a prática da idolatria, inibindo assim a
expressão artística cristã.

Através das ruínas de edifícios públicos e privados da Roma Antiga, pode-se ter uma
idéia da importância da arquitetura neste período. Uma mistura de elementos gregos e
etruscos, ela era composta basicamente de uma planta retangular, um teto de duas águas,
átrios com colunas livres e escadas no frontispício com acesso ao pódio ou à base.
Edifícios como, por exemplo, os anfiteatros, eram decorados com colunas que
obedeciam às tradicionais ordens gregas – dórica, jônica e coríntia. A arquitetura
romana era essencialmente utilitarista, com um teor realista profundo, mais prática e
menos voltada para os ideais gregos de beleza; grandiosa, transpirava força, sentimento
e originalidade. Exemplos arquitetônicos desse período eram os anfiteatros, templos,
ginásios, circos, teatros, termas e basílicas, todos caracteristicamente funcionais e
sociais.

Na pintura, da qual restam hoje poucos exemplares, encontrados em grande parte nas
cidades de Pompéia e Herculano, soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C., estava
presente uma temática variada e ampla, pelo que se deduz de textos literários antigos –
entre outros temas fatos históricos, mitos, cenas do dia-a-dia, retratos e naturezas-
mortas. Nas ruínas destas cidades encontram-se principalmente vestígios de uma pintura
mural, que apresenta quatro etapas – a primeira, influenciada pela decoração grega de
interiores, imitava placas de mármore polidas; a segunda criava, através do uso da
perspectiva, um estado espacial ilusório, que levava à percepção da imagem além da
superfície do mural; o terceiro estilo representava fielmente a realidade e o quarto
representava um painel de fundo vermelho, com uma imagem central representando
geralmente uma obra grega, imitando um cenário teatral.

A escultura romana ficou conhecida principalmente por seus retratos, realistas e
práticos. Eles decoravam edifícios públicos e privados, que muitas vezes eram apenas
uma base grandiosa para estas esculturas. Arcos edificados por todo o império
destacavam-se entre os monumentos mais importantes. Embora muitos não tenham
sobrevivido, tinham como função servir de ponto de apoio para estátuas construídas em
honra a personagens importantes da época. Exemplos destes arcos são o de Tito (c. 81
d.C.), no Foro romano, e o de Bará, em Tarragona, na Espanha.

Os mosaicos romanos, presentes por todo o Império Romano, com fins claramente
decorativos, cores vivas e intensamente duráveis, prevaleceram sobre a pintura,
exatamente por estar imbuído destas características. Nos séculos posteriores, são
encontrados no chão da casa de Fauno em Pompéia e na tumba dos Pancratii em Roma
(160 d.C.). Destacam-se também, na Espanha, os mosaicos dos Sete Sábios e os da casa
de Mitreo.

http://www.slideshare.net/JoaoAlmeida2/a-arte-
romana-15305950

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

6o. ano a arte romana
6o. ano   a arte romana6o. ano   a arte romana
6o. ano a arte romanaArtesElisa
 
A cultura do senado
A cultura  do senadoA cultura  do senado
A cultura do senadoEstudante
 
Arte romana para blog
Arte romana para blogArte romana para blog
Arte romana para blogOver Lane
 
Arte e Literatura Romanas
Arte e Literatura RomanasArte e Literatura Romanas
Arte e Literatura RomanasCPH
 
Arte romana a arte romana desenvolveu
Arte romana a arte romana desenvolveuArte romana a arte romana desenvolveu
Arte romana a arte romana desenvolveuaxeljunior
 
Trabalho de artes romana cópia
Trabalho de artes  romana   cópiaTrabalho de artes  romana   cópia
Trabalho de artes romana cópiaLucas Pedro
 
O urbanismo e arte romana
O urbanismo e arte romanaO urbanismo e arte romana
O urbanismo e arte romanaCarla Teixeira
 
O Modelo Romano - a fixação de modelos artísticos: arquitetura, escultura e...
O Modelo Romano -   a fixação de modelos artísticos: arquitetura, escultura e...O Modelo Romano -   a fixação de modelos artísticos: arquitetura, escultura e...
O Modelo Romano - a fixação de modelos artísticos: arquitetura, escultura e...Núcleo de Estágio ESL 2014-2015
 

La actualidad más candente (20)

Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
 
6o. ano a arte romana
6o. ano   a arte romana6o. ano   a arte romana
6o. ano a arte romana
 
Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
 
A cultura do senado
A cultura  do senadoA cultura  do senado
A cultura do senado
 
Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
 
Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
 
Arte Em Roma
Arte Em RomaArte Em Roma
Arte Em Roma
 
A Arte romana
A Arte romanaA Arte romana
A Arte romana
 
Arte Romana
Arte RomanaArte Romana
Arte Romana
 
Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
 
Arte romana para blog
Arte romana para blogArte romana para blog
Arte romana para blog
 
Arte Romana
Arte RomanaArte Romana
Arte Romana
 
Arte e Literatura Romanas
Arte e Literatura RomanasArte e Literatura Romanas
Arte e Literatura Romanas
 
Arte romana a arte romana desenvolveu
Arte romana a arte romana desenvolveuArte romana a arte romana desenvolveu
Arte romana a arte romana desenvolveu
 
Arte Romana
Arte RomanaArte Romana
Arte Romana
 
Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
 
Trabalho de artes romana cópia
Trabalho de artes  romana   cópiaTrabalho de artes  romana   cópia
Trabalho de artes romana cópia
 
2c14 Arte Romana e Museu do Louvre 2012
2c14 Arte Romana e Museu do Louvre 20122c14 Arte Romana e Museu do Louvre 2012
2c14 Arte Romana e Museu do Louvre 2012
 
O urbanismo e arte romana
O urbanismo e arte romanaO urbanismo e arte romana
O urbanismo e arte romana
 
O Modelo Romano - a fixação de modelos artísticos: arquitetura, escultura e...
O Modelo Romano -   a fixação de modelos artísticos: arquitetura, escultura e...O Modelo Romano -   a fixação de modelos artísticos: arquitetura, escultura e...
O Modelo Romano - a fixação de modelos artísticos: arquitetura, escultura e...
 

Destacado

Arquitetura romana ii
Arquitetura romana iiArquitetura romana ii
Arquitetura romana iiAna Barreiros
 
Arte Romanica
Arte RomanicaArte Romanica
Arte Romanicatorga
 
Arquitetura romana i
Arquitetura romana iArquitetura romana i
Arquitetura romana iAna Barreiros
 
Arquitetura românica
Arquitetura românicaArquitetura românica
Arquitetura românicaAna Barreiros
 
Arte Românica
Arte RomânicaArte Românica
Arte Românicalucfabbr
 
A arte românica
A arte românicaA arte românica
A arte românicabecresforte
 
escultura romana
escultura romanaescultura romana
escultura romanajojotyu
 
Cultura do Senado - Pintura romana
Cultura do Senado - Pintura romanaCultura do Senado - Pintura romana
Cultura do Senado - Pintura romanaCarlos Vieira
 
Pintura romana
Pintura romanaPintura romana
Pintura romanajojotyu
 
A Integração Dos Povos No Império Romano
A Integração Dos Povos No Império RomanoA Integração Dos Povos No Império Romano
A Integração Dos Povos No Império RomanoMariana Neves
 
A economia na Roma antiga
A economia na Roma antigaA economia na Roma antiga
A economia na Roma antigaMaria Gomes
 
A arte e o urbanismo romano
A arte e o urbanismo romanoA arte e o urbanismo romano
A arte e o urbanismo romanoMaria Gomes
 
Escultura e pintura românica
Escultura e pintura românicaEscultura e pintura românica
Escultura e pintura românicaAna Barreiros
 

Destacado (20)

Arquitetura Romana
Arquitetura RomanaArquitetura Romana
Arquitetura Romana
 
Arquitetura romana ii
Arquitetura romana iiArquitetura romana ii
Arquitetura romana ii
 
Arte Romanica
Arte RomanicaArte Romanica
Arte Romanica
 
Arquitetura romana i
Arquitetura romana iArquitetura romana i
Arquitetura romana i
 
Pintura romana
Pintura romanaPintura romana
Pintura romana
 
Escultura romana
Escultura romanaEscultura romana
Escultura romana
 
Arquitetura românica
Arquitetura românicaArquitetura românica
Arquitetura românica
 
Arte Românica
Arte RomânicaArte Românica
Arte Românica
 
A arte românica
A arte românicaA arte românica
A arte românica
 
escultura romana
escultura romanaescultura romana
escultura romana
 
Cultura do Senado - Pintura romana
Cultura do Senado - Pintura romanaCultura do Senado - Pintura romana
Cultura do Senado - Pintura romana
 
Pintura romana
Pintura romanaPintura romana
Pintura romana
 
Arte romana
Arte romanaArte romana
Arte romana
 
Escultura E Pintura Romana
Escultura E Pintura RomanaEscultura E Pintura Romana
Escultura E Pintura Romana
 
A Integração Dos Povos No Império Romano
A Integração Dos Povos No Império RomanoA Integração Dos Povos No Império Romano
A Integração Dos Povos No Império Romano
 
A economia na Roma antiga
A economia na Roma antigaA economia na Roma antiga
A economia na Roma antiga
 
A arte e o urbanismo romano
A arte e o urbanismo romanoA arte e o urbanismo romano
A arte e o urbanismo romano
 
Império romano
Império romanoImpério romano
Império romano
 
Escultura e pintura românica
Escultura e pintura românicaEscultura e pintura românica
Escultura e pintura românica
 
Cultura do mosteiro
Cultura do mosteiroCultura do mosteiro
Cultura do mosteiro
 

Similar a Arte Romana: Arquitetura e Artes Plásticas

Similar a Arte Romana: Arquitetura e Artes Plásticas (20)

Arte em roma
Arte em romaArte em roma
Arte em roma
 
Arte Grega e Romana.docx
Arte Grega e Romana.docxArte Grega e Romana.docx
Arte Grega e Romana.docx
 
A arte do império romano
A arte do império romanoA arte do império romano
A arte do império romano
 
Aula 04 arte clássica roma
Aula 04 arte clássica   romaAula 04 arte clássica   roma
Aula 04 arte clássica roma
 
A arte em roma
A arte em romaA arte em roma
A arte em roma
 
4 arte romana 2020
4 arte romana 20204 arte romana 2020
4 arte romana 2020
 
Arte romana , 1º ano Novo Colégio.
Arte romana , 1º ano Novo Colégio.Arte romana , 1º ano Novo Colégio.
Arte romana , 1º ano Novo Colégio.
 
HistóRia 1ºEm B Jorge Raitz E Flavio
HistóRia 1ºEm B Jorge Raitz E FlavioHistóRia 1ºEm B Jorge Raitz E Flavio
HistóRia 1ºEm B Jorge Raitz E Flavio
 
Apostila - Grécia e Roma
Apostila - Grécia e RomaApostila - Grécia e Roma
Apostila - Grécia e Roma
 
Arte Românica
Arte RomânicaArte Românica
Arte Românica
 
História
HistóriaHistória
História
 
A arte romana
A arte romanaA arte romana
A arte romana
 
Arte romana 2
Arte romana 2Arte romana 2
Arte romana 2
 
Arte romana 2
Arte romana 2Arte romana 2
Arte romana 2
 
A arte romana
A arte romanaA arte romana
A arte romana
 
A Arte em Roma
A Arte em RomaA Arte em Roma
A Arte em Roma
 
roma
romaroma
roma
 
A Arte Em Roma Laysa
A Arte Em Roma   LaysaA Arte Em Roma   Laysa
A Arte Em Roma Laysa
 
A Arte De Roma CláSsica
A Arte De Roma CláSsicaA Arte De Roma CláSsica
A Arte De Roma CláSsica
 
Roma
RomaRoma
Roma
 

Arte Romana: Arquitetura e Artes Plásticas

  • 1. ARTE ROMANA Na verdade, os poderosos romanos inicialmente traziam as obras de arte encontradas na Grécia conquistada inundando o império com essa arte que não era sua, propriamente. Os artistas romanos começaram simplesmente a copiar trabalhos gregos e depois homenagear personalidades locais realizando esculturas ao estilo grego. Mas os romanos foram também criativos e inovadores. A principal característica de Roma foi a organização e a eficiência. Na arte, também primaram pela busca da utilidade e praticidade imediata - tanto que o principal destaque vai para a arquitetura, onde a grandeza ressaltava a idéia do poderio romano. As termas são uma invenção romana e funcionaram como centros sociais, com local para esportes, reuniões, jardins e banhos. As basílicas não tinham a conotação de igrejas, inicialmente. Eram locais comerciais e só passaram a ter funções religiosas com a propagação do cristianismo dentro da influência de Roma. Os circos e anfiteatros, como o Circus Maximus e o Coliseu, são símbolos de uma arquitetura primorosa que adornava todos os edifícios com esculturas e transformaram a Roma atual na maior concentração de obras de arte urbanas que conseguimos imaginar. ARQUITETURA A arquitetura romana mesclou influências etruscas, gregas, com as características de sua própria civilização, principalmente a partir do século II a.C., quando as conquistas romanas possibilitaram a formação de uma elite enriquecida e ao mesmo tempo fortaleceu o Estado. Dos etruscos herdaram as técnicas que lhes permitiram a utlização do arco e da abóbada. Dos gregos herdaram as concepções clássicas dos estilos Jônio, Dório e coríntio, aos quais associaram novos estilos, como o toscano. No entanto, a arquitetura romana, foi fortemente influenciada pela cultura grega e desenvolveu, por sua vez, obras que retratavam uma nova realidade, diferente daquela vivida por gregos, em qualquer período de sua história. Nesse sentido destaca-se a imponência e a grandiosidade das construções romanas, refletindo as conquistas e a riqueza desta sociedade - templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos - eram obras que apresentavam dimensões monumentais.
  • 2. Os romanos ainda construíram aquedutos que transportavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas. O conhecimento atual sobre a antiga arquitetura romana provém de escavações arqueológicas por toda a área do império e de registros escritos, como livros, dedicatórias e inscrições. Seguindo o plano etrusco, os romanos erigiam as cidades em torno de duas avenidas principais: uma no sentido norte-sul, outra de leste a oeste, e uma praça (forum) na intersecção. Os edifícios públicos agrupavam-se em geral em torno do forum. Inicialmente dominada pela influência etrusca, a arquitetura romana adquiriu um estilo próprio com a descoberta do cimento, no século II a.C., a construção com tijolos e ao aprimoramento do arco. As construções dos dois últimos séculos do império incluem-se entre as manifestações mais importantes da arte romana. Depois do grande incêndio no reinado de Nero, o aspecto urbano transformou-se com as reconstruções. Destacam-se os grandes foruns imperiais e o mais suntuoso de todos, o de Trajanus, em que predominavam os "mercados", seis andares de lojas ligados por corredores e escadarias, escavados na rocha viva do monte Quirinal. Obra-prima da engenharia e da arquitetura romana em sua técnica de origem oriental, o foro de Trajanus era cercado por grande muralha revestida de mármores e possuía salas de reunião, bibliotecas, um templo consagrado a Trajanus e uma basílica. Nas grandes cidades, as termas ocupavam um espaço considerável, com banhos, saunas e numerosos estabelecimentos anexos. Os banhos de Agrippa, em Roma, hoje desaparecidos, são o primeiro exemplo da concepção monumental das termas romanas dos séculos II e III, das quais as mais famosas são as do imperador Caracalla, com bibliotecas, salas de leitura e conversação, ginásios e um teatro; e as de Diocletianus, a maior de todas, com 140.000m2.
  • 3. ESCULTURA A influência grega fez com que surgissem em Roma os copistas, que retratavam com extrema fidelidade as principais obras clássicas, de homens consagrados como Fídias e Praxítel. O racionalismo e a fidelidade ao real orientaram a produção da estatuária romana e serviram para satisfazer o desejo de glorificação pessoal e de comemoração de conquistas e grandes feitos. Proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas equestres de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade.
  • 4. A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomou forma nos relevos que se desenvolveram na fachada de templos e dos Arcos de triunfo. Os poucos vestígios remanescentes da escultura romana até o século II a.C. evidenciam a influência etrusca. Predominou a seguir o estilo helênico, trazido da Anatólia e da Grécia. Mais tarde, artistas gregos, instalados em Roma, fizeram réplicas e imitações das obras gregas mais apreciadas. Simultaneamente, a escultura romana começou a desenvolver um estilo próprio. O nome dos artistas não é conhecido e mesmo obras importantes como a "Ara pacis Augustae" ("Altar da paz de Augustus") permaneceram anônimas. A aversão dos romanos à nudez atlética da escultura grega explica, em parte, a ausência de estudos de anatomia nessa arte. O rosto é a parte mais importante das peças e são desenvolvidas ao máximo as tendências realistas e psicológicas da época Helenística. Os primeiros retratos escultóricos, do século II a.C., denotam a fusão dos estilos etrusco, itálico e grego. Nos retratos do reinado de Augustus prevalece a influência grega, patente na idealização das figuras e na boa técnica do bronze. A tendência à idealização, para demonstrar a majestade impassível dos caesares, continuou em retratos imperiais como os de Claudius e Nero, enquanto em outros, como o de Caracalla, transparece a personalidade atormentada do retratado. A escultura floresceu nos séculos I e II, especialmente no reinado de Hadrianus, sob forte influência grega. PINTURA
  • 5. A pintura romana é de origem grega oriental. Os romanos tinham o hábito de pintar nas paredes, imitando janelas e varandas que reproduziam cenas externas com paisagens e animais, dando uma idéia de maior tamanho ao ambiente. Eram mestres nesse assunto. Reproduziam também cenas de teatro ou cópias de trabalhos gregos, declarando uma influência que nunca foi negada ou disfarçada. Entretanto, os romanos diferiam dos gregos no temperamento básico, muito mais realista. Quatro estilos podem ser distinguidos: o primeiro (séc. I A.C.), conhecido pelos afrescos de Pompéia, busca dar a ilusão do espaço. No segundo (séc. I A.C.) a ênfase é posta na resolução do espaço interno: o mural, imitando a arquitetura, entremostra uma tímida paisagem que se perde de vista e faz esquecer a existência de muros. Exemplo dessa pintura que busca ampliar o espaço é o “Casamento Aldobrandini”, aliás cópia de um original grego do séc. IV A.C. O terceiro estilo floresce em tempos de Augusto: os temas favoritos são cenas mitológicas e paisagens ideais. O quarto e último é o flaviano, que toma elementosdo segundo e do terceiro e com eles plasma uma decoração que quase se poderia chamar barroca. Referência especial deve ser feita aos retratos de fayum (sec. I a III D.C.), entre os quais se acham alguns dos mais belos exemplares da pintura romana, no gênero. Arte Romana IntroduçãoArquiteturaArtes plásticasIntrodução A fundação da cidade de Roma data de meados do VIII a. C., numa altura em que o povo romano se concentrava em várias povoações, implantadas ao longo do rio Tibre. A partir da constituição da república em 509 a. C., Roma transformou-se numa grande cidade, a partir da qual teve origem o movimento de expansão territorial que, num primeiro momento se estendeu a toda a península itálica, dominando os Etruscos, para posteriormente englobar a Grécia, Cartágo, a Gália, a Hispânia e o Egito. A pax romana implementada durante o período imperial, por Augusto, durou até ao século IV a. C., estendendo-se desde as ilhas britânicas até ao litoral africano e à Ásia Menor. A arte romana divide-se em dois momentos principais, determinados pelo contexto político: o período republicano que, iniciado em 509 a. C., se prolongou até metade do século I a. C.; e o período imperial, iniciado por Augusto em 27 a. C. e terminado em 476 d. C., data da Queda do Império Romano do Ocidente. As primeiras expressões artísticas que se podem considerar especificamente romanas datam do século II a. C. A partir dessa data, as conquistas territoriais trouxeram inúmeras influências que foram gradualmente assimiladas de forma a criar um estilo único que, posteriormente, seria imposto a todas as regiões do império, originando um processo de uniformização cultural sem paralelo até então no mundo mediterrânico. A arte romana, desenvolvida por um povo de guerreiros e de construtores é, apesar das pequenas diferenciações regionais, uma arte de síntese e essencialmente prática, pragmática e realista.
  • 6. Arquitetura A arquitetura romana absorveu as ordens gregas, às quais acrescentou duas novas variantes. No entanto, as suas manifestações arquitetónicas, os edifícios e tipologias que inventou e a forma como utilizou os sistemas construtivos e gramaticais afastam-se radicalmente das experiências gregas. Para além do sistema trilítico grego, os romanos empregaram abundantemente o arco, a abóbada e a cúpula, elementos construtivos que alcançaram uma monumentalidade pouco comum até esta altura. A cultura romana encontrava-se essencialmente ligada à cidade e aos seus equipamentos privados e públicos. De entre os equipamentos públicos distinguiam-se aqueles que se implantavam junto ao Fórum (a praça central da cidade), como o templo e a basílica, e os que se localizavam noutros pontos do tecido urbano ou mesmo no exterior do recinto amuralhado, como as termas, os teatros e os anfiteatros. O templo romano, resultante do cruzamento da solução etrusca com a tipologia grega, continha um pórtico com colunas a partir do qual se passava para uma cella fechada. Colocado, tal como os congéneres gregos, sobre um alto envasamento, possuía igualmente cobertura de duas águas, rematada por frontões triangulares. Um dos mais bem conservados templos romanos é a Maison Carrée de Nîmes, construído no século IV d. C. O Panteão de Roma (118 e 128 d. C.), um templo construído para venerar todos os deuses, constituiu uma das mais notáveis exceções ao plano retangular. Possuindo planta circular e cobertura em forma de cúpula semiesférica, neste templo o espaço interior ganhou um desenvolvimento e uma qualidade pouco frequentes nestes edifícios. A Basílica, grande sala de reuniões para a administração pública e para a justiça, apresenta a mesma vontade de exaltação do carácter áulico e monumental do espaço interior. Apresentava geralmente planta retangular alongada, dividida em várias naves através de séries de colunas, e rematada, nos lados menores, por absides semi-cilíndricas. A grande Basílica, erguida em Roma pelo imperador Maxência representou o apogeu técnico e formal deste tipo de edifícios. O teatro romano era normalmente construído, formando um volume semi-cilíndrico, contrariamente ao teatro grego que se ajustava ao relevo. Para além do teatro, os romanos criaram um novo edifício, o anfiteatro, uma estrutura complexa formada por uma bancada de forma elíptica que circunda uma arena. Esta tipologia teve o seu exemplo máximo no enorme Coliseu de Roma, construído entre 70 e 80 d. C. Para além deste edifício de carácter público, os romanos desenvolveram várias tipologias residenciais, como o palácio, a domus e a villa, que atingiram neste período um altíssimo nível de conforto. A villa ou domus eram as residências dos altos funcionários e das famílias nobres do império. Derivadas da tipologia etrusca, estas habitações voltavam-se para o interior, organizando-se simetricamente em torno de um pátio e eram geralmente rematadas por um jardim murado. A mais notável villa construída no período romano foi o grande palácio de Adriano, em Tivoli, iniciado em 118 d. C. Em Portugal conservam-se alguns vestígios de villae romana, de entre os quais se destaca o conjunto de casas de Conímbriga. Nas grandes cidade era frequente a existência de edifícios de habitação coletiva com comércio no piso térreo, chamados insulae. De entre as grandes construções de engenharia erguidas pelos romanos destacam-se, pelo seu
  • 7. nível de desenvolvimento técnico, as pontes e os aquedutos, geralmente formados por vários níveis de arcadas, como se observa no aqueduto de Pont du Gard, construído próximo da cidade francesa de Nîmes. Artes plásticas A escultura romana partiu dos modelos gregos, infinitamente copiados e difundidos por todo o império, sendo geralmente utilizadas como ornamento de edifícios.Dois dos mais interessantes exemplos de associação da escultura com estruturas arquitetónicas são o Ara Pacis e as Colunas de Trajano. O altar Ara Pacis, erguido entre 13 a 9 a. C., para comemorar a pax romana de Augusto, apresentava planta quadrangular e era encerrado por paredes em mármore, revestidas por baixos-relevos que misturavam elementos ornamentais gregos com cenas figurativas. As colunas historiadas, comemorativas de campanhas militares, erguidas em 113 d. C. no centro de Roma pelo imperador Trajano, eram integralmente revestidas por relevos historiados em espiral, formando um friso contínuo. Para além destas esculturas de carácter monumental, uma das mais originais criações romanas no campo da estatuária foi o retrato. Contrariando a perfeição ideal dos gregos ou a estilização dos egípcios, os retratos romanos procuravam maior naturalismo e individualização das personagens representadas através da identificação dos traços mais específicos do modelo. Durante o período imperial assistiu-se a uma maior idealização da representação, como o atesta o retrato de "Augusto de Prima Porta" (executado no século I a. C.). Para além da pedra, os romanos desenvolveram alguns trabalhos em bronze, dos quais se destaca a notável estátua equestre do imperador Marco Aurélio em bronze dourado, erguida em Roma no Capitólio. Ao nível pictórico, os romanos desenvolveram trabalhos muito variados, baseados em duas técnicas fundamentais: a pintura mural e o mosaico. As pinturas murais eram aplicadas sobre as paredes interiores dos edifícios (geralmente residências privadas) e apresentavam características como a procura de realismo, o desejo de representar a profundidade para dar ilusão de realidade, a associação de painéis figurativos com molduras, frisos e cornijas que simulavam estruturas arquitetónicas. Os mosaicos, aplicados em pavimentos, podiam assumir caracteres abstratos ou figurativos, sendo frequente a integração de elementos figurativos com motivos geométricos. Embora denunciem certa preferência pelas naturezas mortas com animais ou vegetais, os artistas romanos representavam também episódios mitológicos. Os mosaicos da Casa do Repuxo, de Conímbriga constituem um dos mais significativos conjuntos de mosaicos conservados em território português. ver tudo A queda da monarquia etrusca cedeu lugar, em 509, ao regime republicano. Os historiadores estabelecem este momento como o início da arte primitiva romana, assim como designam a conversão ao cristianismo do imperador Constantino e a mudança da capital do Império para Constantinopla, no ano 330, como o final deste período
  • 8. artístico. Costuma-se dividir a arte romana em duas eras distintas: a da Roma Republicana e a da Roma Imperial (do ano 27 a.C. em diante). A princípio as manifestações artísticas estavam circunscritas à cidade de Roma, presas à sua herança etrusca, mas aos poucos expandiram-se pela Itália e pelo Mediterrâneo e receberam uma profunda influência da cultura grega. Ecléticas por natureza, pela sua expansão geográfica e por colecionar diversas colônias, a arte romana têm como principal característica a diversidade de estilos. Ao contrário de outros povos, que retratavam seus imperadores, os romanos procuravam representar todos os habitantes do amplo Império, desde a classe média até os próprios escravos. Com o reconhecimento da religião cristã, o paleocristianismo – produção artística realizada por ou para cristãos, durante a ascensão do Império Romano – passa a ocupar o lugar das manifestações que o precederam. Suas formas primitivas remontam ao século III. Porém, a temática pagã romana persistiu durante séculos, presente inclusive nas próprias representações do Cristianismo. É difícil, no entanto, atribuir autoria a algumas das obras paleocristãs, pois no princípio os simbolismos religiosos estavam ainda ocultos sob camadas formais da antiga arte do paganismo, e também havia uma certa censura por parte da Igreja, preocupada com a prática da idolatria, inibindo assim a expressão artística cristã. Através das ruínas de edifícios públicos e privados da Roma Antiga, pode-se ter uma idéia da importância da arquitetura neste período. Uma mistura de elementos gregos e etruscos, ela era composta basicamente de uma planta retangular, um teto de duas águas, átrios com colunas livres e escadas no frontispício com acesso ao pódio ou à base. Edifícios como, por exemplo, os anfiteatros, eram decorados com colunas que obedeciam às tradicionais ordens gregas – dórica, jônica e coríntia. A arquitetura romana era essencialmente utilitarista, com um teor realista profundo, mais prática e menos voltada para os ideais gregos de beleza; grandiosa, transpirava força, sentimento e originalidade. Exemplos arquitetônicos desse período eram os anfiteatros, templos, ginásios, circos, teatros, termas e basílicas, todos caracteristicamente funcionais e sociais. Na pintura, da qual restam hoje poucos exemplares, encontrados em grande parte nas cidades de Pompéia e Herculano, soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C., estava presente uma temática variada e ampla, pelo que se deduz de textos literários antigos – entre outros temas fatos históricos, mitos, cenas do dia-a-dia, retratos e naturezas- mortas. Nas ruínas destas cidades encontram-se principalmente vestígios de uma pintura mural, que apresenta quatro etapas – a primeira, influenciada pela decoração grega de interiores, imitava placas de mármore polidas; a segunda criava, através do uso da perspectiva, um estado espacial ilusório, que levava à percepção da imagem além da superfície do mural; o terceiro estilo representava fielmente a realidade e o quarto representava um painel de fundo vermelho, com uma imagem central representando geralmente uma obra grega, imitando um cenário teatral. A escultura romana ficou conhecida principalmente por seus retratos, realistas e práticos. Eles decoravam edifícios públicos e privados, que muitas vezes eram apenas uma base grandiosa para estas esculturas. Arcos edificados por todo o império destacavam-se entre os monumentos mais importantes. Embora muitos não tenham sobrevivido, tinham como função servir de ponto de apoio para estátuas construídas em
  • 9. honra a personagens importantes da época. Exemplos destes arcos são o de Tito (c. 81 d.C.), no Foro romano, e o de Bará, em Tarragona, na Espanha. Os mosaicos romanos, presentes por todo o Império Romano, com fins claramente decorativos, cores vivas e intensamente duráveis, prevaleceram sobre a pintura, exatamente por estar imbuído destas características. Nos séculos posteriores, são encontrados no chão da casa de Fauno em Pompéia e na tumba dos Pancratii em Roma (160 d.C.). Destacam-se também, na Espanha, os mosaicos dos Sete Sábios e os da casa de Mitreo. http://www.slideshare.net/JoaoAlmeida2/a-arte- romana-15305950