O documento descreve José Herculano Stuart Torrie D'Almeida Carvalhais, o patrono da escola. Carvalhais nasceu em 1887 em Vila Real e faleceu em 1961 em Lisboa. Ele é considerado o pai da banda desenhada em Portugal e publicou as personagens Quim e Manecas entre 1915-1953. Carvalhais teve um papel de destaque no teatro português como cenógrafo e figurinista.
5. José Herculano Stuart Torrie D´Almeida Carvalhais Nasceu em Vila Real a 7 de Março de 1887, e faleceu em Lisboa a 2 de Março de 1961. É normalmente conhecido por Stuart Carvalhais Stuart Carvalhais é considerado o pai da banda desenhada em Portugal. Frequentou o Real Instituto de Lisboa e, em 1906, o seu primeiro desenho, Cenas de Rua , é publicado no jornal O Século. Viaja para Paris em 1912, e colabora, como ilustrador, no jornal Gil Blas. A sua primeira banda desenhada, Quim e Manecas , é publicada pela primeira vez em 1915, no suplemento humorístico do jornal O Século. Estas personagens dão origem ao primeiro filme cómico, com o mesmo nome, apresentado em 1916, onde Carvalhais interpreta o pai de Manecas . As histórias de Quim e Manecas serão publicadas até 1953.
6. Ao longo da sua vida, Carvalhais publicará os seus trabalhos em diversos jornais, dos quais se destacam A Batalha, o Diário de Notícias, o Diário de Lisboa, o Diário Popular e o jornal A Bola; e em revistas como a Sátira (publicação humorística), Repórter X, Ilustração Bertrand, Kino, Pica-Pau e Cara Alegre. Em 1949, Stuart Carvalhais recebe o prémio Domingos Sequeira Paralelamente, Carvalhais teve, também, um papel de destaque no teatro português, nomeadamente o de revista, onde trabalhou como cenógrafo e figurinista e, em 1932, expõe, em nome individual, no Salão da Casa da Imprensa. Volta a expor em 1935, desta vez na Exposição de Artes Plásticas da referida casa.
9. Conclusão: STUART CARVALHAIS Homem que viveu para a vida e para a arte. O seu estilo de vida descontraído sem qualquer interesse por bens materiais não lhe facilitavam o seu lado boémio. Stuart era um bom observador e com o seu espírito crítico e intolerante para com a sociedade e a política, iniciou-se como caricaturista humorista e político. Criticava à sua maneira políticos de direita ou de esquerda, desenhando no seu traço livre, rápido e sem regras mas com verdade e rigor, era um modernista. Este artista esteve alguns anos em Paris, onde a sua obra foi entendida e valorizada. Mas a sua alma pertencia a Lisboa e por isso regressou. Após 1933, no período do Estado Novo, as suas críticas eram de cariz social. As bebedeiras, a vida nocturna, a prostituição, a vida nos becos e vielas escondidos e as varinas são alguns dos temas que Stuart utilizava nas sua obras. O conhecimento destes temas devem-se ao meio que frequentava na sua vida boémia. Lisboa foi retratada no seu dia-dia com a sua gente por Stuart. Utilizava todo o tipo de material , fósforos, vinho, carvão, guardanapos, papéis velhos para retratar qualquer situação gracejar ou criticar. Ganhou vários prémios, mas as instituições de arte nunca o reconheceram. «...à cidade, como amante querido, sacrificou a glória da sua arte.» in O Século Morreu no dia 2 de Março de 1961.