SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 37
Formação de Professores 	FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 146 p. (Coleção Leitura) 1 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
Apesar de Paulo Freire ser mundialmente reconhecido por seu livro Pedagogia do Oprimido, vamos discutir nesse encontro o título do seu último livro, a Pedagogia da Autonomia, de 1996, pois nessa obra o educador ratifica sua ideia-força: somente a transformação nas relações de poder entre quem “ensina” e quem “aprende” possibilitará um diálogo autêntico, uma relação interativa. O fio condutor dos três capítulos do livroé o processo de formação do educador democrático, cujo objetivo, final, é a conquista de sua independência, como também a do aluno 2 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
A formação de professores é extremamente importante para que se tenham subsídios que favoreçam a prática educativa em benefício à autonomia do ser dos alunos. Para que isso ocorra, há saberes fundamentais que o docente precisa ter conhecimento, para poder assim, usá-los em sua prática escolar.  	O ser humano é histórico e inacabado sendo assim, ele está pronto a aprender. No caso dos professores, isso se reflete na necessidade de formação rigorosa e permanente. 3 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
CAPÍTULO 1 Não há docência sem discência  ENSINAR EXIGE: 1.1 rigorosidade metódica  1.2 pesquisa                    1.3 respeito aos saberes dos educandos 1.4 criticidade  1.5 estética e ética  1.6 corporeificação das palavras pelo exemplos  1.7 risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação  1.8 reflexão crítica sobre a prática  1.9 reconhecimento e assunção da identidade cultural  4 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
Não há docência sem discência  Freire (1996, p. 22) afirma que o formando da área de educação, tem que se convencer definitivamente  desde o início de sua formação de que “ensinar  não é transferir conhecimento, mas  criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. É neste sentido, que não há docência (docente - professor) sem discência (discente - aluno) e nem ensinar inexiste sem aprender e vice versa. Pois, as duas se explicam e seus sujeitos o que aprende e o que ensina apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Dessa forma, deixa claro que o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de aluno.  5 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
1.1 rigorosidade metódica  	A rigorosidade metódica está relacionada à tarefa do educador dirigida para reforçar a capacidade crítica dos educandos. Aproximar-se do objeto do conhecimento com rigorosidade metódica, equivale a não aceitar passivamente o que lhe é informado, mas ter uma atitude crítica, questionadora diante do mesmo. Cabe ao educador não só ensinar os conteúdos, mas também ensinar seu aluno a pensar certo, o que segundo Paulo Freire, é exatamente não estar demasiado certo de nossas certezas, é perceber que nosso conhecimento é histórico e pode ser superado e modificado a qualquer hora. 6 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
1.2 pesquisa  Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Freire aponta a importância do professor ao longo de sua formação permanente, o dever de indagar, buscar e pesquisar continuamente e não o pesquisar do professor ser uma qualidade, uma forma de ser ou de atuar que se acrescente à de ensinar. 	Já o estímulo do ato de pesquisar do professor para o aluno, deve contar com o respeito ao seu senso comum no processo de sua necessária superação quanto a sua capacidade criadora. 7 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
1.3 respeito aos saberes dos educandos    O aluno ao adentrar na escola, tem que ter respeitado seus saberes socialmente construídos na prática comunitária e o professor tem que discutir com eles a razão de ser, de alguns desses saberes já apreendidos, em relação ao ensino dos conteúdos escolares. O professor aproveita assim a experiência obtida de seus alunos fora da escola. 8 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
1.4 criticidade  	Não há criatividade sem curiosidade. Para Freire, não se dá automaticamente a promoção da ingenuidade para a criticidade. Curiosidade ingênua que vem do saber da pura experiência feito não se diferencia da curiosidade epistemológica. A superação da primeira para a segunda se dá quando continua a ser curiosidade se criticiza. 9 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
1.5 estética e ética 	A prática educativa tem der ser, em si, um testemunho rigoroso de decência e de pureza. Tomemos cuidado com os desvios fáceis com que somos tentados.  	Fizemo-nos seres éticos porque tornamos capazes de comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper. O ensino de conteúdos não pode ser alheio à formação moral do educando, pois educar como exercício educativo constitui-se em formar e não em treinamento técnico. 10 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
1.6 corporeificação das palavras pelo exemplo  	 De pouco ou quase nada valem à falta as palavras de corporeidade de exemplos. Pensar certo é fazer certo. A postura do professor é importante para o aluno, precisa ter segurança na argumentação tendo uma prática testemunhal que re diz em lugar de desdizê-lo. 11 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
1.7 risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação  	É próprio do pensar certo, a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas cronológico.  	A prática preconceituosa de raça, classe e de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia.  A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica e a quem comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado.  12 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
1.8 reflexão crítica sobre a prática  Não é a partir do pensar certo, como um dado, que se conforma a prática docente crítica, mas sabe também que sem ela não se funda aquela. Por isso, é fundamental que na prática da formação docente, o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores iluminados intelectuais escrevem desde o centro do poder, mas, pelo contrário, o pensar certo que supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador.  13 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
1.9 reconhecimento e assunção da identidade cultural  	O professor tem que propiciar condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social, histórico, pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto. 14 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
CAPÍTULO 2Ensinar não é transferir conhecimento ENSINAR EXIGE: 2.1 consciência do inacabamento 2.2 reconhecimento de ser condicionado 2.3 respeito à autonomia do ser educando 2.4 bom senso 2.5 humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores 2.6 apreensão da realidade 2.7 alegria e esperança 2.8 convicção de que a mudança é possível 2.9 curiosidade 15 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
Ensinar não é transferir conhecimento 	Ensinar é dar oportunidade ao educando de desenvolver suas capacidades. É criar espaço para pesquisa, aprendendo a aprender, tornando assim, educador e educando parceiros na construção da aprendizagem.  	Ensinar é ter esperança, tolerância, alegria e respeito mútuo entre educador e educando. A aprendizagem é construída ao longo de uma caminhada que não terá fim, a cada dia o indivíduo aprende um com o outro.  16 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
2.1 consciência do inacabamento O inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital, onde há vida, há inacabamento. A diferença entre um ser inacabado e o ser determinado é que o primeiro muito embora seja condicionado, tem consciência do inacabamento. O ser inacabado sabe que a passagem pelo mundo não é pré-determinada, pré-estabelecida, e o seu “destino” não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de sua própria responsabilidade.  17 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
2.2 reconhecimento de ser condicionado Somos seres condicionados, mas conscientes do inacabamento, e, por isso, sabemos que podemos ir além dele. Nossa presença no mundo não é a de quem nele se adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da História. Assim como as barreiras são difíceis para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sabemos também que os obstáculos não se eternizam.   18 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
2.3 respeito à autonomia do ser educando O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros.  O professor que desrespeita a curiosidade do educando, seu gosto estético, sua inquietude, a sua linguagem,  e que o ironiza, que se isenta do cumprimento de seu dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência.  19 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
2.4 bom senso O professor necessita ter esse saber porque ele tem uma importância enorme na avaliação que, a todo instante, devo fazer de minha prática. Autoridade não pode ser entendida como autoritarismo. O professor tem que entender, em certas ocasiões, pontos falhos do aluno. Ao invés de reprimi-lo, tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância. O exercício do bom senso, com o qual só temos o que ganhar, se faz no corpo da curiosidade. Neste sentido, quanto mais pomos em prática de forma metódica a nossa capacidade de indagar, de comparar, de duvidar, de aferir, tanto mais eficazmente curiosos nos podemos tornar e mais crítico se pode fazer o nosso bom senso.  20 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
2.5 humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores 	A luta dos educadores em defesa de seus direitos como o de salário mais digno deve ser vista como um dever irrecusável e uma busca pela dignidade. O professor deve cultivar a humildade e a tolerância ao respeitar à pessoa do educando, à sua curiosidade e à sua timidez. O educador precisa aprender a conviver com o diferente, a desenvolver a amorosidade aos educandos com que ele se compromete e ao próprio processo formador do qual faz parte. O desgostar pela educação não me dá o direito de exercê-la mal e sim, a humildade de até mesmo abandoná-la. 21 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
2.6 apreensão da realidade O mínimo que se espera de um professor é uma formação básica (na sua especialidade) e saberes ligados à atividade docente, que lhe permita se mover com clareza e segurança no desempenho de sua prática. Por outro lado, a nossa capacidade de aprender, da qual decorre a de ensinar, implica a nossa habilidade de apreender a substantividade do objeto ou conteúdo aprendido, ou seja, nos possibilita construir, reconstruir, constatar para mudar, em contraposição à memorização mecânica do objeto ou conteúdo, tão presente nas escolas e que não caracteriza aprendizado verdadeiro. 22 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
2.7 alegria e esperança 	O envolvimento de qualquer professor com sua prática educativa não deve nunca deixar de ser feito com alegria e, sobretudo, com esperança. A esperança de que juntos, professor e alunos, podem aprender, ensinar, inquietar-se, produzir e resistir aos obstáculos da alegria. 	Por isso, precisa ser combatido efetivamente as razões objetivas que causam desesperanças às pessoas. A realidade não é inexoravelmente esta que nos encontramos; está sendo esta, como poderia ser outra e é para que seja outra que precisamos lutar. Precisamos, pois, sair da passividade – que fazer? A realidade é assim mesmo – uma vez que o amanhã não é algo pré-dado, mas um desafio, um problema, uma possibilidade e, portanto, não podemos nem devemos nos eximir da luta. 23 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
2.8 convicção de que a mudança é possível Decerto a existência humana não se dá no domínio da determinação, pois se assim fosse, não faria sentido se falar de opções, de decisão, de liberdade, de ética. Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra, constatando apenas. A acomodação do ser humano deve ser somente caminho para a sua inserção, que implica decisão, escolha, intervenção na realidade. 	Com efeito, nós educadores, precisamos acreditar que a mudança é difícil, mas é possível, que é preciso mudar, que devemos, para tanto, programar nossa ação político-pedagógica, a partir da leitura de mundo que precede sempre a leitura da palavra que os educandos fazem de seu contexto imediato, respeitando seus saberes já adquiridos. 24 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
2.9 curiosidade Como professor, devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, não aprendo nem ensino. É ela que faz perguntar, conhecer, atuar, mais perguntar, re-conhecer. O exercício da curiosidade convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de conjecturar, de comparar, na busca da perfilização do objeto ou do achado de sua razão de ser. Satisfeita uma curiosidade, a capacidade de inquietar-me e buscar continua em pé. Não haveria existência humana sem a abertura de nosso ser ao mundo, sem a transitividade de nossa consciência. 25 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
CAPÍTULO 3Ensinar é uma especificidade humana ENSINAR EXIGE: 3.1 segurança, competência profissional e generosidade 3.2 comprometimento 3.3 compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo 3.4 liberdade e autoridade 3.5 tomada consciente de decisões  3.6 saber escutar 3.8 disponibilidade para o diálogo 3.9 querer bem aos educandos 26 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
Ensinar é uma especificidade humana 	Para que o professor tenha autoridade, competência e liberdade na condução de suas aulas são necessário segurança, conhecimento e generosidade. Só assim, nascerá um clima de respeito mútuo e disciplina saudável entre a autoridade docente e as liberdades dos alunos. Homens e mulheres são seres programados para aprender. . 27 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
3.1 segurança, competência profissional e generosidade A segurança com que a autoridade docente se move implica uma outra, a que se funda na sua competência profissional. Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta competência. O professor que não leve a sério sua formação, que não estude, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. A incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor.  A generosidade é indispensável à autoridade em suas relações com as liberdades dos educandos.  28 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
3.2 comprometimento 	Ensinar exige comprometimento, sendo necessário que se aproxime cada vez mais os discursos das ações, pois afinal, o professor é o exemplo para os alunos. O docente deve querer bem aos alunos, e isso significa ter uma aproximação cada vez maior entre o que digo e o que faço entre o que pareço ser e o que realmente estou sendo. Ele pode dizer não sabe para algum questionamento do aluno, mas precisará buscar a resposta, pois não poderá afirmar seguidamente que não sabe. Sendo professor, é necessário conhecer o que ocorre no espaço escolar e estar ciente de que a sua presença não passa despercebida pelos alunos. 29 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
3.3 compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo 	O conhecimento que o professor deve passar ao aluno, não dever ser usado, apenas para que o aluno adquira o saber reproduzido pela ideologia dominante, mas muitas das vezes, este conhecimento deve levar o aluno a assumir opiniões contraditórias a essas ideologias e que o mesmo tome uma posição. O que a educação jamais pode assumir, é o papel da neutralidade, pois ela pode implicar tanto o esforço da reprodução da ideologia dominante quanto o seu desmascaramento. 30 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
3.4 liberdade e autoridade 	O educador tem um grande problema quando se trata de liberdade, pois ela está ligada a necessidade do limite e de exercício de decisões. Segundo Freire, é decidindo que se aprende a decidir e faz parte do aprendizado da decisão, a assunção das consequências do ato de decidir. Sendo assim, ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. O individuo vai conquistando sua autonomia diariamente, não sendo conquistada de um dia para o outro.   	A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser.  É neste sentido, que o professor ao trabalhar com uma pedagogia da autonomia centra seu trabalho em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, experiências estas respeitosas da liberdade. 31 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
3.5 tomada consciente de decisões  Esse saber necessário à prática educativa acaba por voltar na questão central do texto, de que a educação é uma especificidade humana e um ato de intervenção no mundo. 	Para Freire, quem não toma decisões por si mesmo, acaba tomando uma atitude de neutralidade escondendo assim, sua opção ou até mesmo tendo medo de acusar a injustiça. 32 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
3.6 saber escutar 	Ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo transmitido no discurso do professor. Um educador não deve falarpara o educando, mas sim com ele, e isso só é possível quando o educador sabe escutar. Porém, a escuta não deve ser passiva, onde o escutar exija de quem realmente escuta sua redução ao outro que fala, isto seria auto anulação e não escuta. A verdadeira escuta não diminui em mim, em nada, a capacidade de exercer o direito de discordar, de me opor, de me posicionar ativamente. 33 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
3.7 reconhecer que a educação é ideológica 	Ensinar exige também, reconhecer que a educação é ideológica, e para isso, os professores precisam ser críticos diante dos acontecimentos. No fundo, a ideologia tem um poder de persuasão indiscutível. O discurso ideológico nos ameaça de anestesiar a mente, de confundir, das coisas, dos acontecimentos. Não podemos escutar, sem um mínimo de reação crítica, discursos como este: "Maria é negra, mas é bondosa e competente.”.  34 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
3.8 disponibilidade para o diálogo Como professor não devo poupar oportunidade para testemunhar aos alunos a segurança com que me comporto ao discutir um tema, ao analisar um fato, ao expor minha posição em face de uma decisão governamental. Minha segurança não repousa na falsa suposição de que sei tudo, de que sou o maior. Minha segurança se funda na convicção de que sei algo e de que ignoro algo a que se junta a certeza de que posso saber melhor o que já sei, conhecer o que ainda não sei. Minha segurança se alicerça no saber confirmado pela própria experiência de que, se minha inconclusão, de que sou consciente, atesta, de um lado, minha ignorância, me abre, de outro, o caminho para conhecer. 35 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
3.9 querer bem aos educandos 	O docente precisa estar aberto ao gosto de quer bem aos educandos e à própria prática educativa que participa. Não é um querer bem que obriga a gostar igualmente de todos os alunos, mas não ter medo de expressar sua afetividade.  Afetividade esta que não deve interferir no cumprimento ético de seu dever de professor no exercício de sua autoridade.  A prática educativa vivida com afetividade e alegria não prescinde a da formação científica, pois ela é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou lamentavelmente, da permanência do hoje. 36 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
37 cafeminista@gmail.com 25/03/2011

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Pedagogia do oprimido
Pedagogia do oprimidoPedagogia do oprimido
Pedagogia do oprimido
Sunia Regina
 
Meu pré projeto joiara nara
Meu pré projeto joiara naraMeu pré projeto joiara nara
Meu pré projeto joiara nara
joiramara
 
Filosofia da Educação
Filosofia da Educação  Filosofia da Educação
Filosofia da Educação
unieubra
 
Relatório de observação
Relatório de observaçãoRelatório de observação
Relatório de observação
Arte Tecnologia
 

La actualidad más candente (20)

Pedagogia do oprimido
Pedagogia do oprimidoPedagogia do oprimido
Pedagogia do oprimido
 
RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...
RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...
RESUMO - Formação de Professores: Identidades e Saberes da Docência - Selma G...
 
Educação inclusiva
Educação inclusivaEducação inclusiva
Educação inclusiva
 
Meu pré projeto joiara nara
Meu pré projeto joiara naraMeu pré projeto joiara nara
Meu pré projeto joiara nara
 
Pedagogia da Autonomia Cap. 2
Pedagogia da Autonomia Cap. 2Pedagogia da Autonomia Cap. 2
Pedagogia da Autonomia Cap. 2
 
Livro pedagogia da autonomia
Livro pedagogia da autonomiaLivro pedagogia da autonomia
Livro pedagogia da autonomia
 
Fichamento do livro de Carlos Brandão "O Que é Educação Popular" cap. 2 e 3
 Fichamento do livro de Carlos Brandão "O Que é Educação Popular" cap. 2 e 3 Fichamento do livro de Carlos Brandão "O Que é Educação Popular" cap. 2 e 3
Fichamento do livro de Carlos Brandão "O Que é Educação Popular" cap. 2 e 3
 
EJA AULA 1: Educação de Adultos: algumas reflexões
EJA AULA 1: Educação de Adultos: algumas reflexõesEJA AULA 1: Educação de Adultos: algumas reflexões
EJA AULA 1: Educação de Adultos: algumas reflexões
 
Slides educacao inclusiva-e_educacao_especial
Slides educacao inclusiva-e_educacao_especialSlides educacao inclusiva-e_educacao_especial
Slides educacao inclusiva-e_educacao_especial
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO NA EJA-CARUTAPERA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO NA EJA-CARUTAPERARELATÓRIO DE ESTÁGIO NA EJA-CARUTAPERA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO NA EJA-CARUTAPERA
 
Julio Groppa Aquino - indisciplina na escola
Julio Groppa Aquino - indisciplina na escolaJulio Groppa Aquino - indisciplina na escola
Julio Groppa Aquino - indisciplina na escola
 
Slide tendências pedagógicas
Slide   tendências pedagógicasSlide   tendências pedagógicas
Slide tendências pedagógicas
 
As Principais Correntes Pedagógicas
As Principais Correntes PedagógicasAs Principais Correntes Pedagógicas
As Principais Correntes Pedagógicas
 
Currículo escolar
Currículo escolarCurrículo escolar
Currículo escolar
 
"Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas""Tendências pedagógicas"
"Tendências pedagógicas"
 
Tendências Pedagógicas
Tendências PedagógicasTendências Pedagógicas
Tendências Pedagógicas
 
Fundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramento
Fundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramentoFundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramento
Fundamentos teoricos e metodologicos da alfabetização e do letramento
 
Avaliação da aprendizagem escolar
Avaliação da aprendizagem escolarAvaliação da aprendizagem escolar
Avaliação da aprendizagem escolar
 
Filosofia da Educação
Filosofia da Educação  Filosofia da Educação
Filosofia da Educação
 
Relatório de observação
Relatório de observaçãoRelatório de observação
Relatório de observação
 

Destacado

Pedagogia da Autonomia Cap. III – Paulo Freire
Pedagogia da Autonomia Cap. III – Paulo FreirePedagogia da Autonomia Cap. III – Paulo Freire
Pedagogia da Autonomia Cap. III – Paulo Freire
Luciene De Oliveira Maciel
 
2. Freire. P. Pedagogia Autonomia. Paulo Deloroso
2. Freire. P. Pedagogia Autonomia. Paulo Deloroso2. Freire. P. Pedagogia Autonomia. Paulo Deloroso
2. Freire. P. Pedagogia Autonomia. Paulo Deloroso
Andrea Cortelazzi
 
Não há docência sem discência
Não há docência sem discênciaNão há docência sem discência
Não há docência sem discência
CRIS TORRES
 
Resumo do livro de paulo freire pedagogia da autonomia
Resumo do livro de paulo freire pedagogia da autonomiaResumo do livro de paulo freire pedagogia da autonomia
Resumo do livro de paulo freire pedagogia da autonomia
Joka Luiz
 

Destacado (20)

Pedagogia da autonomia(slides)
Pedagogia da autonomia(slides)Pedagogia da autonomia(slides)
Pedagogia da autonomia(slides)
 
Paulo Freire - cap 2 de Pedagogia da Autonomia
Paulo Freire - cap 2 de Pedagogia da AutonomiaPaulo Freire - cap 2 de Pedagogia da Autonomia
Paulo Freire - cap 2 de Pedagogia da Autonomia
 
Pedagogia da Autonomia Cap. III – Paulo Freire
Pedagogia da Autonomia Cap. III – Paulo FreirePedagogia da Autonomia Cap. III – Paulo Freire
Pedagogia da Autonomia Cap. III – Paulo Freire
 
2. Freire. P. Pedagogia Autonomia. Paulo Deloroso
2. Freire. P. Pedagogia Autonomia. Paulo Deloroso2. Freire. P. Pedagogia Autonomia. Paulo Deloroso
2. Freire. P. Pedagogia Autonomia. Paulo Deloroso
 
Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire - apresentação crítica
Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire - apresentação críticaPedagogia da Autonomia de Paulo Freire - apresentação crítica
Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire - apresentação crítica
 
Pedagogia da Autonomia
Pedagogia da AutonomiaPedagogia da Autonomia
Pedagogia da Autonomia
 
Não há docência sem discência
Não há docência sem discênciaNão há docência sem discência
Não há docência sem discência
 
Pedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomiaPedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomia
 
Freire aula 3
Freire aula 3Freire aula 3
Freire aula 3
 
Aula iejo d om_valentino_ pedagogia da autonomia
Aula iejo   d om_valentino_ pedagogia da autonomiaAula iejo   d om_valentino_ pedagogia da autonomia
Aula iejo d om_valentino_ pedagogia da autonomia
 
Resenha crítica do livro pedagogia da autonomia de paulo freire
Resenha crítica do livro pedagogia da autonomia de paulo freireResenha crítica do livro pedagogia da autonomia de paulo freire
Resenha crítica do livro pedagogia da autonomia de paulo freire
 
Resumo do livro de paulo freire pedagogia da autonomia
Resumo do livro de paulo freire pedagogia da autonomiaResumo do livro de paulo freire pedagogia da autonomia
Resumo do livro de paulo freire pedagogia da autonomia
 
Dez novas competências para ensinar – philippe perrenoud
Dez novas competências para ensinar – philippe perrenoudDez novas competências para ensinar – philippe perrenoud
Dez novas competências para ensinar – philippe perrenoud
 
Paulo freire: educação para a mudança
Paulo freire: educação para a mudançaPaulo freire: educação para a mudança
Paulo freire: educação para a mudança
 
Texto SAVIANI Concepções Pedagógicas
Texto SAVIANI Concepções PedagógicasTexto SAVIANI Concepções Pedagógicas
Texto SAVIANI Concepções Pedagógicas
 
A pedagogia de Paulo Freire - Parte 1
A pedagogia de Paulo Freire - Parte 1A pedagogia de Paulo Freire - Parte 1
A pedagogia de Paulo Freire - Parte 1
 
Concepções Pedagógicas resumo
Concepções Pedagógicas resumoConcepções Pedagógicas resumo
Concepções Pedagógicas resumo
 
Fichamento do livro paulo freire p. trab. roberto 7 period.
Fichamento do livro paulo freire p. trab. roberto 7 period.Fichamento do livro paulo freire p. trab. roberto 7 period.
Fichamento do livro paulo freire p. trab. roberto 7 period.
 
Ad1 – educação a distância
Ad1 – educação a distânciaAd1 – educação a distância
Ad1 – educação a distância
 
BARROS, Maria Helena T. C. Disseminação da informação para o desenvolvimento ...
BARROS, Maria Helena T. C. Disseminação da informação para o desenvolvimento ...BARROS, Maria Helena T. C. Disseminação da informação para o desenvolvimento ...
BARROS, Maria Helena T. C. Disseminação da informação para o desenvolvimento ...
 

Similar a FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 146 p. (Coleção Leitura)

A criança e o número constanc e kamil
A criança e o número constanc e kamilA criança e o número constanc e kamil
A criança e o número constanc e kamil
Leni Ziha
 
Resumo do livro pedagogia de autonomia
Resumo do livro pedagogia de autonomiaResumo do livro pedagogia de autonomia
Resumo do livro pedagogia de autonomia
Marciafaria13
 
Freire, paulo pedagogia da autonomia
Freire, paulo    pedagogia da autonomiaFreire, paulo    pedagogia da autonomia
Freire, paulo pedagogia da autonomia
marcaocampos
 
Hoffmann, jussara o jogo em avaliação
Hoffmann, jussara   o jogo em avaliaçãoHoffmann, jussara   o jogo em avaliação
Hoffmann, jussara o jogo em avaliação
Diego Garcia
 
Hoffmann, jussara o jogo em avaliação
Hoffmann, jussara   o jogo em avaliaçãoHoffmann, jussara   o jogo em avaliação
Hoffmann, jussara o jogo em avaliação
marcaocampos
 
O desafio do aprendiz autônomo no processo de construção do conhecimento.2
O desafio do aprendiz autônomo no processo de construção do conhecimento.2O desafio do aprendiz autônomo no processo de construção do conhecimento.2
O desafio do aprendiz autônomo no processo de construção do conhecimento.2
aninhaw2
 
Relação professor
Relação professorRelação professor
Relação professor
Deia Araujo
 

Similar a FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 146 p. (Coleção Leitura) (20)

A criança e o número constanc e kamil
A criança e o número constanc e kamilA criança e o número constanc e kamil
A criança e o número constanc e kamil
 
Resumo do livro pedagogia de autonomia
Resumo do livro pedagogia de autonomiaResumo do livro pedagogia de autonomia
Resumo do livro pedagogia de autonomia
 
Freire, paulo pedagogia da autonomia
Freire, paulo    pedagogia da autonomiaFreire, paulo    pedagogia da autonomia
Freire, paulo pedagogia da autonomia
 
Possíveis reflexões paulo freire
Possíveis reflexões paulo freirePossíveis reflexões paulo freire
Possíveis reflexões paulo freire
 
Introdução ao pensamento de baktin
Introdução ao pensamento de baktinIntrodução ao pensamento de baktin
Introdução ao pensamento de baktin
 
Pedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomiaPedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomia
 
pptpaulofreirecorrigido-130618215024-phpapp01 (1).pptx
pptpaulofreirecorrigido-130618215024-phpapp01 (1).pptxpptpaulofreirecorrigido-130618215024-phpapp01 (1).pptx
pptpaulofreirecorrigido-130618215024-phpapp01 (1).pptx
 
Hoffmann, jussara o jogo em avaliação
Hoffmann, jussara   o jogo em avaliaçãoHoffmann, jussara   o jogo em avaliação
Hoffmann, jussara o jogo em avaliação
 
Hoffmann, jussara o jogo em avaliação
Hoffmann, jussara   o jogo em avaliaçãoHoffmann, jussara   o jogo em avaliação
Hoffmann, jussara o jogo em avaliação
 
Formação setembro
Formação setembroFormação setembro
Formação setembro
 
O desafio do aprendiz autônomo no processo de construção do conhecimento.2
O desafio do aprendiz autônomo no processo de construção do conhecimento.2O desafio do aprendiz autônomo no processo de construção do conhecimento.2
O desafio do aprendiz autônomo no processo de construção do conhecimento.2
 
Resenha
ResenhaResenha
Resenha
 
Portfolio
PortfolioPortfolio
Portfolio
 
Portfolio
PortfolioPortfolio
Portfolio
 
Portfolio
PortfolioPortfolio
Portfolio
 
A formação de professores para a diversidade na perspectiva de paulo freire
A formação de professores para a diversidade na perspectiva de paulo freireA formação de professores para a diversidade na perspectiva de paulo freire
A formação de professores para a diversidade na perspectiva de paulo freire
 
Portfolio
PortfolioPortfolio
Portfolio
 
Relação professor
Relação professorRelação professor
Relação professor
 
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTEA CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE
A CONTRIBUIÇÃO DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIANTE
 
Paulofreire
PaulofreirePaulofreire
Paulofreire
 

Último

Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 

Último (20)

aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptxPlano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
Plano de aula Nova Escola períodos simples e composto parte 1.pptx
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 146 p. (Coleção Leitura)

  • 1. Formação de Professores FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 146 p. (Coleção Leitura) 1 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 2. Apesar de Paulo Freire ser mundialmente reconhecido por seu livro Pedagogia do Oprimido, vamos discutir nesse encontro o título do seu último livro, a Pedagogia da Autonomia, de 1996, pois nessa obra o educador ratifica sua ideia-força: somente a transformação nas relações de poder entre quem “ensina” e quem “aprende” possibilitará um diálogo autêntico, uma relação interativa. O fio condutor dos três capítulos do livroé o processo de formação do educador democrático, cujo objetivo, final, é a conquista de sua independência, como também a do aluno 2 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 3. A formação de professores é extremamente importante para que se tenham subsídios que favoreçam a prática educativa em benefício à autonomia do ser dos alunos. Para que isso ocorra, há saberes fundamentais que o docente precisa ter conhecimento, para poder assim, usá-los em sua prática escolar. O ser humano é histórico e inacabado sendo assim, ele está pronto a aprender. No caso dos professores, isso se reflete na necessidade de formação rigorosa e permanente. 3 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 4. CAPÍTULO 1 Não há docência sem discência ENSINAR EXIGE: 1.1 rigorosidade metódica 1.2 pesquisa 1.3 respeito aos saberes dos educandos 1.4 criticidade 1.5 estética e ética 1.6 corporeificação das palavras pelo exemplos 1.7 risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação 1.8 reflexão crítica sobre a prática 1.9 reconhecimento e assunção da identidade cultural 4 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 5. Não há docência sem discência Freire (1996, p. 22) afirma que o formando da área de educação, tem que se convencer definitivamente desde o início de sua formação de que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. É neste sentido, que não há docência (docente - professor) sem discência (discente - aluno) e nem ensinar inexiste sem aprender e vice versa. Pois, as duas se explicam e seus sujeitos o que aprende e o que ensina apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Dessa forma, deixa claro que o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de aluno. 5 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 6. 1.1 rigorosidade metódica A rigorosidade metódica está relacionada à tarefa do educador dirigida para reforçar a capacidade crítica dos educandos. Aproximar-se do objeto do conhecimento com rigorosidade metódica, equivale a não aceitar passivamente o que lhe é informado, mas ter uma atitude crítica, questionadora diante do mesmo. Cabe ao educador não só ensinar os conteúdos, mas também ensinar seu aluno a pensar certo, o que segundo Paulo Freire, é exatamente não estar demasiado certo de nossas certezas, é perceber que nosso conhecimento é histórico e pode ser superado e modificado a qualquer hora. 6 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 7. 1.2 pesquisa Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Freire aponta a importância do professor ao longo de sua formação permanente, o dever de indagar, buscar e pesquisar continuamente e não o pesquisar do professor ser uma qualidade, uma forma de ser ou de atuar que se acrescente à de ensinar. Já o estímulo do ato de pesquisar do professor para o aluno, deve contar com o respeito ao seu senso comum no processo de sua necessária superação quanto a sua capacidade criadora. 7 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 8. 1.3 respeito aos saberes dos educandos O aluno ao adentrar na escola, tem que ter respeitado seus saberes socialmente construídos na prática comunitária e o professor tem que discutir com eles a razão de ser, de alguns desses saberes já apreendidos, em relação ao ensino dos conteúdos escolares. O professor aproveita assim a experiência obtida de seus alunos fora da escola. 8 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 9. 1.4 criticidade Não há criatividade sem curiosidade. Para Freire, não se dá automaticamente a promoção da ingenuidade para a criticidade. Curiosidade ingênua que vem do saber da pura experiência feito não se diferencia da curiosidade epistemológica. A superação da primeira para a segunda se dá quando continua a ser curiosidade se criticiza. 9 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 10. 1.5 estética e ética A prática educativa tem der ser, em si, um testemunho rigoroso de decência e de pureza. Tomemos cuidado com os desvios fáceis com que somos tentados. Fizemo-nos seres éticos porque tornamos capazes de comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper. O ensino de conteúdos não pode ser alheio à formação moral do educando, pois educar como exercício educativo constitui-se em formar e não em treinamento técnico. 10 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 11. 1.6 corporeificação das palavras pelo exemplo   De pouco ou quase nada valem à falta as palavras de corporeidade de exemplos. Pensar certo é fazer certo. A postura do professor é importante para o aluno, precisa ter segurança na argumentação tendo uma prática testemunhal que re diz em lugar de desdizê-lo. 11 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 12. 1.7 risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação É próprio do pensar certo, a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas cronológico. A prática preconceituosa de raça, classe e de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia. A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica e a quem comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado. 12 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 13. 1.8 reflexão crítica sobre a prática Não é a partir do pensar certo, como um dado, que se conforma a prática docente crítica, mas sabe também que sem ela não se funda aquela. Por isso, é fundamental que na prática da formação docente, o aprendiz de educador assuma que o indispensável pensar certo não é presente dos deuses nem se acha nos guias de professores iluminados intelectuais escrevem desde o centro do poder, mas, pelo contrário, o pensar certo que supera o ingênuo tem que ser produzido pelo próprio aprendiz em comunhão com o professor formador. 13 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 14. 1.9 reconhecimento e assunção da identidade cultural O professor tem que propiciar condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social, histórico, pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto. 14 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 15. CAPÍTULO 2Ensinar não é transferir conhecimento ENSINAR EXIGE: 2.1 consciência do inacabamento 2.2 reconhecimento de ser condicionado 2.3 respeito à autonomia do ser educando 2.4 bom senso 2.5 humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores 2.6 apreensão da realidade 2.7 alegria e esperança 2.8 convicção de que a mudança é possível 2.9 curiosidade 15 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 16. Ensinar não é transferir conhecimento Ensinar é dar oportunidade ao educando de desenvolver suas capacidades. É criar espaço para pesquisa, aprendendo a aprender, tornando assim, educador e educando parceiros na construção da aprendizagem. Ensinar é ter esperança, tolerância, alegria e respeito mútuo entre educador e educando. A aprendizagem é construída ao longo de uma caminhada que não terá fim, a cada dia o indivíduo aprende um com o outro. 16 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 17. 2.1 consciência do inacabamento O inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital, onde há vida, há inacabamento. A diferença entre um ser inacabado e o ser determinado é que o primeiro muito embora seja condicionado, tem consciência do inacabamento. O ser inacabado sabe que a passagem pelo mundo não é pré-determinada, pré-estabelecida, e o seu “destino” não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de sua própria responsabilidade. 17 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 18. 2.2 reconhecimento de ser condicionado Somos seres condicionados, mas conscientes do inacabamento, e, por isso, sabemos que podemos ir além dele. Nossa presença no mundo não é a de quem nele se adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da História. Assim como as barreiras são difíceis para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sabemos também que os obstáculos não se eternizam. 18 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 19. 2.3 respeito à autonomia do ser educando O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. O professor que desrespeita a curiosidade do educando, seu gosto estético, sua inquietude, a sua linguagem, e que o ironiza, que se isenta do cumprimento de seu dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência. 19 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 20. 2.4 bom senso O professor necessita ter esse saber porque ele tem uma importância enorme na avaliação que, a todo instante, devo fazer de minha prática. Autoridade não pode ser entendida como autoritarismo. O professor tem que entender, em certas ocasiões, pontos falhos do aluno. Ao invés de reprimi-lo, tem que ajudá-lo, com humildade e tolerância. O exercício do bom senso, com o qual só temos o que ganhar, se faz no corpo da curiosidade. Neste sentido, quanto mais pomos em prática de forma metódica a nossa capacidade de indagar, de comparar, de duvidar, de aferir, tanto mais eficazmente curiosos nos podemos tornar e mais crítico se pode fazer o nosso bom senso. 20 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 21. 2.5 humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores A luta dos educadores em defesa de seus direitos como o de salário mais digno deve ser vista como um dever irrecusável e uma busca pela dignidade. O professor deve cultivar a humildade e a tolerância ao respeitar à pessoa do educando, à sua curiosidade e à sua timidez. O educador precisa aprender a conviver com o diferente, a desenvolver a amorosidade aos educandos com que ele se compromete e ao próprio processo formador do qual faz parte. O desgostar pela educação não me dá o direito de exercê-la mal e sim, a humildade de até mesmo abandoná-la. 21 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 22. 2.6 apreensão da realidade O mínimo que se espera de um professor é uma formação básica (na sua especialidade) e saberes ligados à atividade docente, que lhe permita se mover com clareza e segurança no desempenho de sua prática. Por outro lado, a nossa capacidade de aprender, da qual decorre a de ensinar, implica a nossa habilidade de apreender a substantividade do objeto ou conteúdo aprendido, ou seja, nos possibilita construir, reconstruir, constatar para mudar, em contraposição à memorização mecânica do objeto ou conteúdo, tão presente nas escolas e que não caracteriza aprendizado verdadeiro. 22 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 23. 2.7 alegria e esperança O envolvimento de qualquer professor com sua prática educativa não deve nunca deixar de ser feito com alegria e, sobretudo, com esperança. A esperança de que juntos, professor e alunos, podem aprender, ensinar, inquietar-se, produzir e resistir aos obstáculos da alegria. Por isso, precisa ser combatido efetivamente as razões objetivas que causam desesperanças às pessoas. A realidade não é inexoravelmente esta que nos encontramos; está sendo esta, como poderia ser outra e é para que seja outra que precisamos lutar. Precisamos, pois, sair da passividade – que fazer? A realidade é assim mesmo – uma vez que o amanhã não é algo pré-dado, mas um desafio, um problema, uma possibilidade e, portanto, não podemos nem devemos nos eximir da luta. 23 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 24. 2.8 convicção de que a mudança é possível Decerto a existência humana não se dá no domínio da determinação, pois se assim fosse, não faria sentido se falar de opções, de decisão, de liberdade, de ética. Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra, constatando apenas. A acomodação do ser humano deve ser somente caminho para a sua inserção, que implica decisão, escolha, intervenção na realidade. Com efeito, nós educadores, precisamos acreditar que a mudança é difícil, mas é possível, que é preciso mudar, que devemos, para tanto, programar nossa ação político-pedagógica, a partir da leitura de mundo que precede sempre a leitura da palavra que os educandos fazem de seu contexto imediato, respeitando seus saberes já adquiridos. 24 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 25. 2.9 curiosidade Como professor, devo saber que sem a curiosidade que me move, que me inquieta, não aprendo nem ensino. É ela que faz perguntar, conhecer, atuar, mais perguntar, re-conhecer. O exercício da curiosidade convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de conjecturar, de comparar, na busca da perfilização do objeto ou do achado de sua razão de ser. Satisfeita uma curiosidade, a capacidade de inquietar-me e buscar continua em pé. Não haveria existência humana sem a abertura de nosso ser ao mundo, sem a transitividade de nossa consciência. 25 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 26. CAPÍTULO 3Ensinar é uma especificidade humana ENSINAR EXIGE: 3.1 segurança, competência profissional e generosidade 3.2 comprometimento 3.3 compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo 3.4 liberdade e autoridade 3.5 tomada consciente de decisões 3.6 saber escutar 3.8 disponibilidade para o diálogo 3.9 querer bem aos educandos 26 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 27. Ensinar é uma especificidade humana Para que o professor tenha autoridade, competência e liberdade na condução de suas aulas são necessário segurança, conhecimento e generosidade. Só assim, nascerá um clima de respeito mútuo e disciplina saudável entre a autoridade docente e as liberdades dos alunos. Homens e mulheres são seres programados para aprender. . 27 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 28. 3.1 segurança, competência profissional e generosidade A segurança com que a autoridade docente se move implica uma outra, a que se funda na sua competência profissional. Nenhuma autoridade docente se exerce ausente desta competência. O professor que não leve a sério sua formação, que não estude, que não se esforce para estar à altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as atividades de sua classe. A incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor. A generosidade é indispensável à autoridade em suas relações com as liberdades dos educandos. 28 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 29. 3.2 comprometimento Ensinar exige comprometimento, sendo necessário que se aproxime cada vez mais os discursos das ações, pois afinal, o professor é o exemplo para os alunos. O docente deve querer bem aos alunos, e isso significa ter uma aproximação cada vez maior entre o que digo e o que faço entre o que pareço ser e o que realmente estou sendo. Ele pode dizer não sabe para algum questionamento do aluno, mas precisará buscar a resposta, pois não poderá afirmar seguidamente que não sabe. Sendo professor, é necessário conhecer o que ocorre no espaço escolar e estar ciente de que a sua presença não passa despercebida pelos alunos. 29 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 30. 3.3 compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo O conhecimento que o professor deve passar ao aluno, não dever ser usado, apenas para que o aluno adquira o saber reproduzido pela ideologia dominante, mas muitas das vezes, este conhecimento deve levar o aluno a assumir opiniões contraditórias a essas ideologias e que o mesmo tome uma posição. O que a educação jamais pode assumir, é o papel da neutralidade, pois ela pode implicar tanto o esforço da reprodução da ideologia dominante quanto o seu desmascaramento. 30 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 31. 3.4 liberdade e autoridade O educador tem um grande problema quando se trata de liberdade, pois ela está ligada a necessidade do limite e de exercício de decisões. Segundo Freire, é decidindo que se aprende a decidir e faz parte do aprendizado da decisão, a assunção das consequências do ato de decidir. Sendo assim, ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. O individuo vai conquistando sua autonomia diariamente, não sendo conquistada de um dia para o outro.   A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser. É neste sentido, que o professor ao trabalhar com uma pedagogia da autonomia centra seu trabalho em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, experiências estas respeitosas da liberdade. 31 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 32. 3.5 tomada consciente de decisões Esse saber necessário à prática educativa acaba por voltar na questão central do texto, de que a educação é uma especificidade humana e um ato de intervenção no mundo. Para Freire, quem não toma decisões por si mesmo, acaba tomando uma atitude de neutralidade escondendo assim, sua opção ou até mesmo tendo medo de acusar a injustiça. 32 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 33. 3.6 saber escutar Ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo transmitido no discurso do professor. Um educador não deve falarpara o educando, mas sim com ele, e isso só é possível quando o educador sabe escutar. Porém, a escuta não deve ser passiva, onde o escutar exija de quem realmente escuta sua redução ao outro que fala, isto seria auto anulação e não escuta. A verdadeira escuta não diminui em mim, em nada, a capacidade de exercer o direito de discordar, de me opor, de me posicionar ativamente. 33 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 34. 3.7 reconhecer que a educação é ideológica Ensinar exige também, reconhecer que a educação é ideológica, e para isso, os professores precisam ser críticos diante dos acontecimentos. No fundo, a ideologia tem um poder de persuasão indiscutível. O discurso ideológico nos ameaça de anestesiar a mente, de confundir, das coisas, dos acontecimentos. Não podemos escutar, sem um mínimo de reação crítica, discursos como este: "Maria é negra, mas é bondosa e competente.”. 34 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 35. 3.8 disponibilidade para o diálogo Como professor não devo poupar oportunidade para testemunhar aos alunos a segurança com que me comporto ao discutir um tema, ao analisar um fato, ao expor minha posição em face de uma decisão governamental. Minha segurança não repousa na falsa suposição de que sei tudo, de que sou o maior. Minha segurança se funda na convicção de que sei algo e de que ignoro algo a que se junta a certeza de que posso saber melhor o que já sei, conhecer o que ainda não sei. Minha segurança se alicerça no saber confirmado pela própria experiência de que, se minha inconclusão, de que sou consciente, atesta, de um lado, minha ignorância, me abre, de outro, o caminho para conhecer. 35 cafeminista@gmail.com 25/03/2011
  • 36. 3.9 querer bem aos educandos O docente precisa estar aberto ao gosto de quer bem aos educandos e à própria prática educativa que participa. Não é um querer bem que obriga a gostar igualmente de todos os alunos, mas não ter medo de expressar sua afetividade. Afetividade esta que não deve interferir no cumprimento ético de seu dever de professor no exercício de sua autoridade. A prática educativa vivida com afetividade e alegria não prescinde a da formação científica, pois ela é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou lamentavelmente, da permanência do hoje. 36 cafeminista@gmail.com 25/03/2011