O documento discute os conceitos de modo de produção capitalista segundo Karl Marx, incluindo a divisão entre burguesia e proletariado, meios de produção, força de trabalho e relações de produção. Também aborda a alienação do trabalhador, mais-valia e desigualdades sociais geradas pelo sistema capitalista.
2. Capitalismo e sociedade
Meios de Produção, como
máquinas, ferramentas e a
própria fábrica: propriedades do
patrão.
Como definição, Modo de Produção seria o modo das sociedades
produzirem sua existência, sua vida material, ou seja, suas mercadorias ou
bens para consumo. Para Karl Marx, todo Modo de Produção apresentaria
as seguintes características:
MODO DE
PRODUÇÃO
Força de Trabalho, que o
trabalhador vende em troca de
um salário.
Relações Sociais de
Produção, entre aqueles
que detém os meios de
produção e os que detém
a força de trabalho.
3. O desenvolvimento do capitalismo
FEUDALISMO CAPITALISMO
Segundo Marx, o surgimento da burguesia (ou dos grupos de comerciantes
que viviam nos burgo, a margem dos campos feudais) representou,
historicamente, a emergência de um novo modo de pensar. Neste momento,
começamos a fazer a transição do modo de produção feudal para o
capitalista. Neste contexto os burgueses pretendiam uma nova forma de
produzir bens para consumo, em maior escala, visando à obtenção de lucro
em suas vendas. Para isso, os burgueses tentaram romper com a lógica de
produção feudal, o que representou a Revolução burguesa, criando
maquinário, fábricas e indústrias para este novo modo de produção, e
apresentando uma nova proposta de força de trabalho: a do trabalhador
assalariado.
4. As classes sociais no capitalismo
Karl Marx, ao falar sobre a dinâmica social no capitalismo, ressaltará que
este momento histórico é composto pelo conflito entre duas classes:
o PROLETARIADO (conjunto de Trabalhadores) e a BURGUESIA
(conjunto de “Patrões”).
A PROPRIEDADE PRIVADA, segundo o autor, é a questão central
para compreendê-las. Segundo Marx, ela seria o elemento que dividiria a
sociedade em dois grandes blocos: aqueles que detém a propriedade
privada dos meios de produção (Burguesia) e aqueles que NÃO detém
propriedade, mas somente sua força de trabalho para vendê-la em troca de
um salário (Proletariado). A relação de dominação da burguesia para com o
proletariado se inicia neste momento, bem como o conflito entre eles, sendo
esta a função social da propriedade privada no contexto do modo de
produção capitalista.
5. DIVISÃO DO TRABALHO,
ALIENAÇÃO E MAIS-VALIA
A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO e a especialização do trabalhador
numa determinada função, fazem com que ele considere que produz
somente um “pedaço” da mercadoria, não merecendo ser remunerado pela
produção da mercadoria como um todo. A este processo, que decorre da
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO, Karl Marx denominou
ALIENAÇÃO DO TRABALHADOR, uma vez que o mesmo não
reconhece o fruto do mesmo ou o valor real da sua produção.
Outro mecanismo, descrito por Karl Marx, criado por este sistema
econômico para manter a dominação da burguesia, é a MAIS-VALIA, que
consiste no LUCRO extraído da EXPLORAÇÃO do trabalhador em sua
jornada de trabalho.
6. Desigualdade social, capitalismo e
ideologia
Ao refletirmos sobre as estratégias de manutenção do sistema capitalista de
produção, nos deparamos com um fato essencial à reflexão: a propriedade
privada, ao estabelecer uma relação entre aqueles que a detém, e aqueles que
são explorados por não detê-la, cria, necessariamente, uma relação de
desigualdade em nossa sociedade. Portanto, pelos próprios elementos
estruturantes do modo de produção capitalista, as desigualdades sociais não
podem ser vista como acidentais, mas enquanto produção do próprio sistema.
A IDEOLOGIA se relaciona com o poder, pois permite que aqueles que
dominam possam justificar porque dominam, ocultando as verdadeiras causas
de sua dominação. Por isso, dizemos que pode haver vários tipos de ideologia:
ideologia racista, que justifica porque os brancos seriam “melhores” que
negros; ideologia consumista, que justifica porque ser consumidor é ser
“melhor” que os outros; ideologia capitalista, que diz que aqueles que são
mais ricos são “melhores” que aqueles que são mais pobres, pois conseguiram
subir de vida com seus próprios esforços.
7. As diversidades da juventude
A juventude, apesar de ter evidentes conteúdos biológicos, físicos e
hormonais, mais do que isso, é cultural e está, portanto, sujeita a uma série
de regras e condicionamentos sociais. É por isso que jovens da mesma
faixa etária, em diferentes culturas e em diferentes épocas, têm hábitos e
atitudes bastantes diversos uns dos outros.
Assim, as diferenças de sexo, de cultura, de região e de classe podem
variar de maneira drástica, como por exemplo, os conhecimentos que lhes
são permitidos adquirir e as habilidades que desenvolvem no grupo com o
qual convivem. Isso sem contar a roupa que usam, maneira como falam e os
gestos com os quais se expressam. Desse modo, podemos dizer que não
existe a juventude, mas juventudes.
8. A INVENÇÃO DA JUVENTUDE
A partir dos anos 1950 muitas transformações ocorreram, abalando a divisão
entre adultos e crianças. As descobertas científicas, que permitiram controlar
inúmeras doenças, em conjunção com uma melhor alimentação, contribuíram
para aumentar a expectativa de vida. Com o aumento do tempo de vida foi
possível retardar o ingresso na vida adulta, criando entre ela e a infância uma
fase de transição: a adolescência.
Os condicionamentos sociais são fatores que definem diferentes perfis para
a juventude, tais como a cultura, a época, a classe social, o gênero e etc.
Os meios de comunicação de massa (por meio da Indústria Cultural)
ficaram responsáveis por divulgar as mercadorias produzidas pela indústria,
mas também uma nova forma de viver e de ser jovem, como os
comportamentos, gostos musicais, artísticos e etc.
No modo de produção capitalista o consumismo acaba sendo
incentivado pelos meios de comunicação de massa, que direcionam suas
propagandas aos jovens para que os produtos e formas de viver desta
juventude sejam almejados e valorizados por toda a sociedade.
9. Movimentos sociais e cidadania
Os movimentos sociais procuram colocar em prática ou promover a
cidadania, já que muitos dos nossos direitos são garantidos formalmente,
mas não saem do papel. (direito formal e direito real). O capitalismo e as
desigualdades sociais por ele geradas impediram – e impedem – que certos
cidadãos tenham seus direitos respeitados, levando alguns grupos sociais,
que se sintam prejudicados ou oprimidos de alguma forma, a se mobilizarem
politicamente para reivindicá-los, dando origem aos movimentos sociais.
Os movimentos sociais clássicos são aqueles que envolvem conflitos de
base econômica. Normalmente, requerem direitos que não são cumpridos
em virtude das desigualdades sociais geradas pelo capitalismo (Ex: MST,
MTST, movimento operário).
Os movimentos sociais contemporâneos referem-se às reivindicações
coletivas das minorias (Ex: movimento negro, LGBT, ambientalista,
feminista, anti-globalização, dentre outros).
10. Tipos de direitos conquistados
pelos movimentos sociais
Direitos Civis – Direito a liberdade religiosa, de pensamento, de ir e vir, à
propriedade, a liberdade de escolher o próprio trabalho, dentre outros.
Direitos Políticos – Envolvem os direitos eleitorais, o direito de participar
de associações políticas, como os partidos e sindicatos e o direito de
PROTESTAR.
Direitos Sociais – Direito à educação básica, assistência à saúde,
programas habitacionais, transporte coletivo, sistema previdenciário,
programas de lazer, acesso ao sistema judiciário, etc.
Direitos Humanos – São os direitos e liberdades básicas de todos os
seres humanos. Seu conceito também está ligado com a ideia de liberdade
de pensamento, de expressão e a igualdade perante a lei.
11. BREVE HISTÓRICO DOS DIREITOS
HUMANOS
Ao longo da história verificou-se que os direitos não eram sempre
respeitados e precisavam ser garantidos. No século XIX, a exploração
da mão-de-obra operária foi a base para formação dos grandes
centros urbano-industriais da Europa. Nesse contexto, a defesa dos
direitos humanos está relacionada às lutas dos trabalhadores que
reivindicavam condições mais dignas para exercerem suas funções.
Com o amadurecimento das organizações operárias e de suas lutas,
os trabalhadores passaram a se opor a qualquer forma de exploração,
buscando uma sociedade verdadeiramente livre e igualitária. Desta
maneira, os direitos humanos incorporaram essas reivindicações na
luta por justiça social.
12. BREVE HISTÓRICO DOS DIREITOS
HUMANOS
A ideia moderna de direitos humanos se amplia no século XX, quando é
criada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 10 de
dezembro de 1948, como uma resposta de profundo conteúdo humanista às
atrocidades inéditas cometidas durante a 2ª Guerra Mundial (1939/45).
Na essência, representa um hino à vida, à liberdade e aos padrões de justiça
consagrados internacionalmente, exatamente os itens que mais foram
violados durante a guerra.
A Declaração Universal de 1948 constitui uma das referências internacionais
mais importantes para os direitos humanos. Ela reafirma o compromisso
político e social entre determinados Estados nacionais de que garantiriam em
seus territórios e na relação com os outros Estados, a promoção e a defesa
dos direitos humanos como valores fundamentais da democracia.