O documento discute a influência européia na arte colonial brasileira, com foco na pintura, escultura, azulejos e mobiliário. A arte colonial foi marcada pela adaptação de estilos e tendências européias, principalmente portuguesas, mas também desenvolveu características próprias ao longo do tempo.
3. Embora os interesses dos
colonizadores se
baseassem unicamente na
exploração, eles não
deixaram de trazer para cá
a arte, e a colônia foi logo
mostrando certa facilidade
em colher e assimilar a arte
da metrópole.
4. Adaptação ou estilização de
tendências européias
Primeiros pintores são europeus,
padres ou pessoas ligadas à Igreja
5. Intensa atividade de um grupo de pintores
conhecidos como "os pintores de Nassau".
Foram os primeiros em todas as colônias
americanas a ousarem pintar temas não
religiosos, tais como paisagens locais, natureza
morta com as flores e frutas do Novo Mundo,
indígenas e animais exóticos.
6. Com o retorno da dinastia
portuguesa ao trono de Lisboa,
seguiu-se uma nova linguagem
espacial exuberante,
substituindo a sobriedade dos
maneiristas e a rigidez dos
artistas do Século XVI.
É adotado o pomposo barroco.
7. Houve muita influência européia
na arte colonial brasileira, com
certas modificações: criou-se um
ódio, uma aversão ao supérfluo,
um ideal de simplicidade.
Duas faces da arte colonial:
Simplicidade e enriquecimento artístico.
17. • Abrasileirando a arte
PINTURA
Antigo Palácio dos Vice-reis, atual Paço Imperial, no Rio de Janeiro - José de Oliveira Rosa
18. PINTURA
Caetano da Costa Coelho – Teto da Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, construída ao lado da igreja do
Convento de Santo Antonio, localizado no Largo da Carioca, no alto do Morro de Santo Antônio. Inaugurada e consagrada em
17 de setembro de 1772. Estilo artístico barroco na cidade do Rio de Janeiro. O revestimento interno da Nave e da Capela-mor da Igreja foi todo
entalhado em cedro da Bahia, pelos entalhadores Manoel de Brito e Fancisco Xavier de Brito, artistas portugueses. Todo trabalho de talha foi
revestido com folhas de ouro de Lisboa, pelo artista dourador Caetano da Costa Coelho, que fez a belíssima pintura do teto da nave, considerada
uma das mais espetaculares perspectivas barrocas do Brasil.
19. PINTURA
Manuel da Costa Ataíde Teto da nave da igreja de São Francisco de Assis Ouro Preto (Brasil) 1801, parte central
20. Mobiliários
Na bagagem da corte vieram
os primeiros móveis para
acomodar vários novos
hábitos.
Chegam armários de
jacarandá, guarda-louças,
papeleiras, cristaleiras,
camas, escarradeiras (nada
de continuar cuspindo pela
janela), candelabros e lustres
de cristal franceses.
21. Surgem a sala de jantar e
o conjunto da sala de
visitas - cadeira de braço,
cadeira de balanço,
mesinha, canapé (espécie
de sofá com a estrutura de
madeira visível) e os
consoles, que ficavam do
lado dos canapés e onde
se colocavam jarros de
flores e porcelana.
22. Os estilos se sucedem: começa
com o neoclassicismo - que inclui o
sheraton brasileiro (período de
dona Maria I) e o império brasileiro
-, seguido pelo neo-rococó (ou Luís
Felipe), junto com o hibridismo
brasileiro, depois vem o ecletismo
brasileiro (neo-gótico, neo-
barroco).
Sofá Estilo Luiz XVI. Acervo Espaço D’Época.
Neo-Rococó.
Neo-Rococó.
Museu de Mogilev,Bielo-Rússia.
Cadeira estilo eclético. Acervo Espaço D’Época.
23. Um detalhe importante é o uso da
palhinha vegetal indiana nos
móveis, em substituição a
tapeçarias e tecidos, devido ao
nosso clima tropical. Nessa fase,
pela primeira vez no país, o
mobiliário era sinal de poder e de
atualização com o novo estilo de
vida.
Além de cômodas, cadeiras,
canapés e mesas, surgiram outros
móveis: marquesas, cadeiras de
balanço, bufês e cristaleiras, que
passaram a ser adornados com
entalhes em formato de cisnes,
ramos de café e de louro, garra
de leão.
24. As camas tomavam forma
de barco, tinham espaldares
altos para proteger a cabeça
e os pés e os cisnes
figuravam nos quatro
cantos.
25. Com a chegada da corte, o
brasileiro descobriu o gosto pelo
supérfluo, pelo que é menos
funcional, mas bonito e necessário
para agradar aos olhos. Também
era sinal de status ter armários de
jacarandá e peças de cristal.
Outros estilos se somaram ao
império brasileiro, reforçando a
leveza e a originalidade como
características do mobiliário.
26. Estilo dom João VI, que pode ser
reconhecido pelos entalhes de leques e
flores, e o Luís Felipe, com cadeiras de
espaldar em forma de medalhão e detalhes
de ouro, cobre e nácar.
Os
detalhes passaram a ser misturados no
mesmo móvel, o que originou o estilo híbrido
brasileiro.
A abertura dos portos, facilita a importação
de todos os ícones de requinte, mas dom
João criou em 1809 o Colégio das Fábricas,
que ensinava marcenaria para a produção de
móveis de estilo.
Sete anos depois, chega ao Rio a Missão
Artística Francesa.
Fundação da Academia de Belas-Artes e
introduçãodo estilo neoclássico.
27. Peças Religiosas:
A primeira imagem religiosa que
apareceu no Brasil, datada da época do
descobrimento, chegou com Pedro
Álvares Cabral. Foi uma imagem de
Nossa Senhora da Esperança, que hoje
se encontra na Quinta do Belmonte, em
Portugal.
Em 1550 D. João III, o Piedoso, mandou
de Portugal para a cidade de Salvador a
magnífica imagem de Nossa Senhora
das Maravilhas, que hoje pode ser
apreciada na Catedral Metropolitana.
N.Senhora das Maravilhas. De madeira policromada.
Uma das imagens sacras mais belas e significativas
da época colonial brasileira
28. Em seguida é registrada a
chegada da imagem de
Nossa Senhora da Penha,
em Vitória, no Espírito Santo,
trazida pelo Frei Palácios
N. S. da Penha. Vitória, Espírito Santo.
29. Somente em 1560 vamos
encontrar as primeiras imagens
realmente brasileiras, feitas no
Brasil, com material da terra e
por artistas brasileiros. João
Gonçalo Fernandes, na Bahia,
modela em barro as imagens de
Nª Sª da Conceição, de
Itanhaém, e de Nª Sª do
Rosário, de São Vicente.
Nossa Senhora da Conceição. Barro
cozido e policromado. Primeira
metade do século XVIII. Altura 59 cm.
Museu de Arte Sacra de São Paulo.
Nossa Senhora do Rosário.barro
cozido e policromado. Segunda
metade do século XVII. Matriz de
Itapecerica,SP. Altura 39 cm. Museu
de Arte Sacra de São Paulo.
30. Frei Francisco dos Santos fez
santas, sempre de barro, para
Salvador e Olinda.
Nos anos seguintes
apareceram grandes artistas,
os padres franciscanos,
jesuítas e notadamente os
beneditinos; entre eles Frei
Agostinho da Piedade marca
uma verdadeira época na
imaginária brasileira.
Frei Agostinho de Jesus e Frei
Domingos da Conceição, foram
os mestres criadores das mais
belas peças de entalhe do
Mosteiro de São Bento.
Mosteiro de São Bento, Rio de Janeiro.
Patriarca São Bento.
Santa Escolástica.
Nª Sª do Monte Serrat.
31. Também beneditino e
igualmente famosa é a
figura de Frei Agostinho
de Jesus, autor de
inúmeras imagens de
barro cozido.
Frei Agostinho de Jesus. Nossa Senhora
dos Prazeres. Barro cozido. Séc. XVII
32. Foi pródiga na arte imaginária
o Estado da Bahia e Salvador
que, como capital do Brasil
colonial, era o centro de
convergência para as riquezas
do país.
Também foi abundante a arte
imaginária em Minas Gerais,
cujo ouro e diamantes deram à
capitania grande destaque.
Grande dentre os grandes,
Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho, autor de peças
magníficas e glória da arte
brasileira.
Profetas. Aleijadinho.Santuário de Bom Jesus
do Matosinhos, Congonhas do Campo.
33. No Rio de Janeiro vamos
encontrar a figura de
Valentim da Fonseca e
Silva, conhecido como
Mestre Valentim, autor de
inúmeras peças
religiosas, assim como
também de grandes e
belos monumentos. São João Evangelista, do
mestre Valentim. Museu
Histórico Nacional, Rio de
Janeiro.
34. Bahia:
Imagem N.ª Sr.ª com menino,
escultura em marfim Indo -
Portuguesa, Goa, finais do séc.
XVII.
Nossa Senhora da Conceição,
séc. XVIII. Em madeira
policromada, estofada e dourada.
Assentadas sobre peanhas em
madeira dourada.
Pernambuco:
São Bento. Madeira policromada. Séc. XIX.
Pernambuco. Manoel da Silva Amorim.
35. São Paulo:
Nossa Senhora da Piedade. Barro cozido
e policromado. Paulistinha. Museu de
Arte Sacra de São Paulo.
Imagens em nó de pinho. Vale do Paraíba, SP. Museu de Arte Sacra
de São Paulo.
36. Minas Gerais:
São Rafael Arcanjo. Mestre do Cajuru. Madeira dourada
e policromada. Igreja Matriz de S. Miguel. São João Del-
Rei.
Nossa Senhora da Piedade. Barro Cozido
policromado. Igreja de N.S. das Mercês.
Tiradentes.
38. DEFINIÇÃO
• Ladrilho com revestimento
de louça vidrada e
esmaltada apenas em um
lado. Podem ser brancos,
coloridos, com desenhos e
com relevo, e são
empregados para forrar
paredes e compor painéis.
• A palavra azulejo é
derivada do árabe az-
zulaich , que significa tijolo
vitrificado.
39. HISTÓRIA
• Desde a Antiguidade, usa-
se argila cozida e
esmaltada na decoração
de templos e palácios.
Vinda do norte da África,
com a expansão
muçulmana, a técnica
chegou à Europa pela
Península Ibérica e pelo
sul da Itália. A chegada dos árabes à Península Ibérica
introduziu os azulejos na Europa no século VI. No
mesmo século houve a expansão para Espanha,
Portugal e Holanda e o aperfeiçoamento das
técnicas
de fabricação do azulejo.
Figuras humanas, animais e
flores são os temas introduzidos na decoração de
azulejos de tais povos.
40. O Renascimento trouxe alterações sensíveis aos azulejos.
Abandonaram-se os tons vivos, passando gradualmente ao
azul sobre fundo branco, enquanto os temas transitavam
das combinações geométricas à figuração humana e de
outros seres vivos.
Igreja do Carmo, na cidade do Porto, em Portugal, cuja fachada é
decorada com azulejos. Interior da Capela de São João Baptista - Lisboa
HISTÓRIA
41. Séculos XII e XIV surge a técnica do alicatado.
Final do século XV destaca-se a técnica
hispano-mourisca da corda seca.
Técnica majólica – vinda da Itália –
Renascimento.
Séculos XV e XVI Sevilha, Málaga e Toledo
se
firmam como centros produtores de azulejos de
aresta.
Em meados do século XVIII Portugal
firma-se como um grande produtor de
azulejos.
HISTÓRIA
42. HISTÓRIA
No Brasil colonial, usaram-se muitos ladrilhos e azulejos,
inicialmente vindos de Portugal e, depois da independência,
também da França e Alemanha. Vindo mais pra frente da
Bélgica e Holanda.
Os azulejos eram do tipo tapete,
tricolores: amarelo, azul e branco.
Ornamentação geométrica e temas
florais estilizados
A azulejaria amenizava o clima tropical, decorando
fachadas; predominavam o azul e branco e motivos
com cenas de caça, quotidiano, mitológicas, bíblicas e
representações do tipo tapete.
Em torno de 1861, fabricaram-se, em Niterói
(RJ), os primeiros azulejos brasileiros.
51. Detalhe de um dos painéis de azulejos da Igreja que foi
restaurado, não faz muitos anos, sob a coordenação
da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, entidade
sediada em Portugal que possui larga experiência no
assunto.
52. No Convento, prédio adjacente à Igreja, cuja construção foi concluída em 1752,
há inúmeros Painéis de Azulejos decorando o ambiente.