Este documento discute os processos de descobrir e refinar perguntas de pesquisa. Ele explica como revisar a literatura para identificar uma pergunta de pesquisa e como organizar artigos lidos para ajudar a decidir qual método de pesquisa usar, como replicar, confirmar, melhorar ou expandir trabalhos anteriores.
1. Delimitação do tema de uma
investigação
Métodos de Investigação em Psicologia
Universidade Autónoma de Lisboa
Professora Doutora Célia M.D. Sales
1 Célia Sales - UAL Fev-10
2. Conteúdos
1. Processo de “descobrir” uma pergunta de
investigação
2. Processo de “refinar” uma pergunta de investigação
Pergunta de investigação (O Quê?)
O método a usar para procurar a resposta (Como?)
2 Célia Sales - UAL Fev-10
3. Para a próxima semana
1. Procurar na internet, imprimir, e trazer para a aula, os seguintes
artigos (trabalho individual):
Carvalhosa, S. F., Lima, L., & Matos, M. G. (2001). Bullying – A
provocação/vitimização entre pares no contexto escolar português. Análise
Psicológica, 4(19), 523-537.
Rodrigues, D. & Garcia-Marques, T. (2005). Marquemos o encontro ao cimo da
escada: O papel da activação fisiológica na atracção interpessoal. Análise
Psicológica, 4(23), 427-436.
3 Célia Sales - UAL Fev-10
4. Para próxima semana
2. Numa biblioteca, numa base de dados electrónica de artigos, ou
on-line:
Escolher dois artigos a seu gosto, e trazer fotocópias:
Artigo de revisão
Artigo empírico
3. Na Biblioteca da UAL, requisitar e trazer dois livros (por grupo):
Livro
Livro Coordenado
4 Célia Sales - UAL Fev-10
5. 1. Processo de descobrir uma
pergunta de investigação
Interesse ou pergunta geral
Pergunta específica
Descobrir o que já se sabe sobre esse tópico e que
perguntas estão ainda por responder
5 Célia Sales - UAL
Como? Fev-10
6. Processo de descobrir uma pergunta de investigação (Field, 2003)
aplicado a Rodrigues & Garcia Marques (2005)
FONTE DESCOBERTA
Curiosidade Como é que as pessoas se
apaixonam?
Manual geral
Atracção
Atracção
Manual especializado
(Handbooks) “à primeira vista”
A atracção “à primeira vista”,
Artigo de review é afectada pelo contexto
Resume o que se sabe sobre o tema
(O QUÊ / COMO se estudou)
A atracção romântica “à primeira
Artigos específicos vista” é afectada pela activação
Célia Sales - UAL
6em revistas científicas mais recentes fisiológica Fev-10
7. Principais tipos de literatura científica
em Psicologia
Publicações Publicações
Não-periódicas periódicas
(livros) (artigos)
Livros Livros Artigos Artigos de
coordenados empíricos revisão
(ou editados)
7 Célia Sales - UAL Fev-10
8. Como obter literatura científica?
Bibliotecas:
Em Lisboa, exemplos: UAL, Hospital Júlio de Matos, Hospital Santa
Maria, ISCTE, Faculdade de Psicologia, ISPA.
On-line
Bases de dados electrónicas:
Abstract (resumo)
Full text (todo o artigo)
PsyInfo – base de dados de resumos, em língua inglesa, actualizada
mensalmente pela APA (anteriormente chamava-se PsychLit); disponível na
biblioteca da UAL.
MEDLINE – excelente base de dados de artigos médicos e psicológicos;
acesso gratuito aos abstracts, pela internet.
8 Célia Sales - UAL Fev-10
9. Obtenção de livros e artigos on-line
Exemplos de fontes on-line gratuitos:
www.scielo.oces.mctes.pt
9 Célia Sales - UAL Fev-10
13. Bases de dados eletrónicas
PsyInfo
PsycArticles
PsyCritiques
Acesso gratuito à comunidade UAL
http://search.ebscohost.com/
13 Célia Sales - UAL Fev-10
14. Principais publicações periódicas
de revisão (review) em Psicologia
Psychological Review
Psychological Bulletin
Annual Review of Psychology
Behavioural and Brain Sciences
Muito importante!
As referências bibliográficas destes artigos são preciosas, pois dão-
nos uma panorâmica dos principais autores e linhas de trabalho.
14 Célia Sales - UAL Fev-10
15. 2. Processo de “refinar” uma
pergunta de investigação
Uma vez recolhida e lida, “por alto”, a bibliografia,
precisamos organizá-la:
Especificamente, o que é que eu vou estudar? Como?
Para decidirmos COMO, é necessário conhecer o que já está
estudado
15 Célia Sales - UAL Fev-10
16. Imagine que está a “refinar” uma pergunta de investigação
para responder à curiosidade “porque é que as pessoas se
apaixonam”. Seleccionou 80 artigos (1 estudo por artigo).
Poderá decidir, essencialmente, entre os seguintes tipos de
investigação:
Réplica de um estudo
Confirmação de um estudo
Melhoria de um estudo
Extensão de um trabalho
16 Célia Sales - UAL Fev-10
17. Hill & Hill (2005)
Será que chego ao mesmo resultado se repetir o estudo?
Réplica de um estudo
“Utiliza hipóteses, métodos, situação e tipo de amostra IGUAIS aos utilizados
no trabalho apresentado na literatura” (Hill & Hill, 2005, p. 31)
É útil quando encontramos um estudo isolado bem feito, com resultados e
conclusões interessantes
17 Célia Sales - UAL Fev-10
18. Hill & Hill (2005)
Será que chego ao mesmo resultado se usar um método diferente?
Confirmação de um estudo
Utiliza as mesmas hipóteses, situação e tipo de amostra
Utiliza métodos de investigação (e análise de dados) diferentes
É útil em três panoramas:
Estudo isolado bem feito
Quando estamos perante um conjunto de estudos bem feitos, que usam os mesmos
métodos e chegam às mesmas conclusões
Quando estamos perante um conjunto de estudos bem feitos, que usam os mesmos
métodos mas chegam a conclusões diferentes
18 Célia Sales - UAL Fev-10
19. Hill & Hill (2005)
A que resultado chegamos se fizermos o estudo “como deve ser”?
Melhoria de um estudo
Estuda a mesma hipótese geral
Operacionaliza hipóteses de forma diferente, outros métodos de investigação e
análise, e/ou amostragem mais adequados
É útil em vários panoramas:
Estudo isolado “mal feito”
As várias situações em que os estudos foram “mal feitos”
19 Célia Sales - UAL Fev-10
20. Hill & Hill (2005)
Como posso “ir para além” destes estudos?
Extensão de um estudo
Implica um trabalho criativo. Exemplos:
Propor uma hipótese diferente para explicar os resultados de um trabalho na literatura
(Ex: Perda de peso nos pombos...)
Aplicar a novas situações as hipóteses já bem confirmadas na literatura (outro tipo país,
outro tipo de respondentes, etc...)
Deduzir uma hipótese nova, interessante e importante, a partir das conclusões de
trabalho bem feito apresentado na literatura
Aplica-se a estudos bem feitos (isolados ou de grupo)
20 Célia Sales - UAL Fev-10
Notas del editor
O objectivo de pedir estes 2 artigos, é eles verem a diferenca entre um estudo qe se enquadra no modelo ou paradigma experimental e o modelo correlacional
O interesse ou pergunta geral pode advir por duas vias: Um interesse teórico, académico, uma questão para a qual se procura resposta. Exemplo: Será que o exercício físico diminui a ansiedade? Uma questão prática, que resulta de uma necessidade concreta. Por exemplo: Será que os alunos da UAL estão satisfeitos com a universidade? Ou, será que os Portugueses têm hábitos de poupança de água? Seja qual for a via que nos leva a investigar determinado tema, o facto de realizarmos uma investigação em Psicologia, implica que participamos numa comunidade científica: Vamos ver o que se sabe sobre o tema, como em sido estudado, quais as regras para uma investigação rigorosa, e depois partilhamos com a comunidade científica a nossa investigação (apresentação em congressos, publicações de artigos). Como psicólogos, quer nos dediquemos à investigação, quer actuando em contextos profissionais, temos a obrigação de contribuir, sempre que fazemos estudos, para o desenvolvimento da Psicologia como ciência: (1) investigando de forma “correcta” e informada; (2) publicando, nomeadamente, artigos.
Influência do contexto no sentimento de atracção: Experiência de Dutton e Aaron (1974) Influência da activação fisiológica no sentimento de atracção: Cantor, Zillmann & Bryant (1975)
www.soc.surrey.ac.uk/sru/sru1.html Tem artigos sobre metodologia mt bons
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Artigos: -
Ao ler certo artigo, temos que saber para “onde olhar” Temos que avaliar se o estudo está bem feito ou mal feito
Perda de peso nos pombos: Num estudo em psicologia animal, em que era necessário controlar o peso dos pombos, suspeitou-se que a perda de peso se devia ao stress de serem agarrados para serem pesados, e não devido ao fenómeno que se estava a estudar (tipo de comida dos pombos). Para estudar esta nova hipótese, fez-se um novo estudo, em que se mantinham todos os procedimentos, excepto a maneira como se media o peso dos animais, sem implicar a sua manipulação. Verificou-se que, ao não serem agarrados, os pombos não perdiam peso.