Este documento discute como as fotografias são codificadas para transmitir mensagens. Explora seis processos de codificação: trucagem, pose, uso de objetos, fotogenia, esteticismo, sintaxe. Também discute como o texto ancora o significado da imagem.
1. DESMONTANDO O CÓDIGO
FOTOGRÁFICO
Estudo a partir dos textos “A mensagem fotográfica” e
“Retórica da imagem”, de Roland Barthes
2. COMO É QUE O SENTIDO BEM À IMAGEM?
Estudo a partir do texto “A mensagem
fotográfica” de Roland Barthes
3.
4. “Vejamos uma publicidade Panzani:
pacotes de massa, uma caixa, um pequeno
saco, tomates, cebolas, pimentões, um
cogumelo, saindo tudo isso de um saco de
rede meio aberto em cores amarelas e
verdes num fundo vermelho. Tentemos
‘espremer’ as mensagens que ela pode
conter”.
5. IMAGEM “PURA”
Uma vinda do mercado implicada no
frescor dos produtos; as cores da bandeira
italiana, os produtos Panzani
6. IMAGEM SIMBÓLICA
Um senso de italianidade, que implica na
possibilidade de fazer suas próprias
compras frescas e preparar uma massa do
jeito tradicional
7. RÓTULOS E SLOGANS
Panzani pastas
Panzani molho ao sugo
Massas com molho parmesão italiano de luxo
8. Se a nossa leitura for satisfatória, a
fotografia analisada propõe-
nos, pois, três mensagens: uma
mensagem linguística, uma
mensagem icônica codificada e uma
mensagem icônica não codificada
(...). É certo que a distinção das duas
mensagens icônicas não se faz
espontaneamente ao nível da leitura
corrente: o espectador da
mensagem recebe, ao mesmo
tempo, a mensagem perceptiva e a
mensagem cultural (...).
9. E COMO É FEITA A CODIFICAÇÃO DA FOTOGRAFIA?
Basicamente, através de seis
processos identificáveis:
Trucagem
Pose
Uso de objetos na cena
Fotogenia
Esteticismo
Sintaxe
+
Ancoragem do texto
10. TRUCAGEM
“O interesse metódico da
trucagem é que ela intervém no
próprio interior do plano de
denotação, sem avisar.”
No processo de trucagem, o
fotógrafo une artificialmente ,
na segunda realidade, duas
imagens separadas na primeira
realidade. É dessa montagem
que surge o sentido.
11. POSE
“Aqui, trata-se da pose mesma
do sujeito que prepara a leitura
dos significados de conotação:
juvenilidade, espiritualidade,
pureza; a fotografia não é
evidentemente significante
senão porque existe uma
reserva de atitudes
estereotipadas que constituem
elementos feitos de
significação.”
No processo de pose, um gesto
espontâneo é decupado e
assume a conotação de um
gesto convencionado.
12. OBJETOS
“O interesse reside em que esses
objetos são indutores correntes
de associações de idéias
(biblioteca intelectual) ou, de
uma maneira mais obscura,
verdadeiros símbolos.”
Objetos tem significados
históricos muito precisos. No
processo de objetos, o fotógrafo
os valoriza na composição
ressaltando a presença do
objeto e, assim, induz a geração
de um sentido simbólico que,
muitas vezes, anula a primeira
realidade da fotografia.
13. FOTOGENIA
“Bastará definir a fotogenia em
termos de estrutura informativa:
na fotogenia, a mensagem
conotada reside na própria
imagem embelezada.”
No processo de fotogenia, o
fotógrafo usa recursos como
enquadramento, composição,
iluminação, velocidade do
obturador. O problema é que a
fotogenia pode embelezar
coisas que não são bonitas na
realidade
14. ESTETICISMO
“Quando a fotografia se faz
pintura, isto é , a composição ou
substância visual
deliberadamente tratada “na
massa” para se significar ela
mesma como arte.”
No processo de esteticismo, o
fotógrafo usa recursos como cor,
iluminação, textura e, assim,
constrói imagens que lembram
obras de arte.
15. SINTAXE
“Várias fotografias podem se
constituir em sequência. O
significante de conotação não se
encontra mais ao nível de cada
um dos fragmentos da
sequência, mas àquele do
encadeamento.”
No processo de sintaxe, o
diagramador aproxima na
página uma determinada
sequencia de fotos que, juntas,
adquirem um sentido diferente
daquele se essas imagens
fossem lidas separadamente.
16. ANCORAGEM
“O texto constitui uma
mensagem parasita, destinada a
conotar a imagem, isto é, a lhe
insuflar um ou vários
significados segundos.”
No processo de conotação
texto-imagem, o editor
acrescenta uma legenda ou
slogan que direcionam a
imagem para uma leitura. O
texto também pode estar
presente dentro da fotografia e,
assim, modificar o sentido de
maneira muito mais sutil.