Esther relata para Mandel e Janaina sobre seu último dia de trabalho no consultório, onde atendeu um jovem viciado em crack de 19 anos. Ela explica que o rapaz não quer abandonar o vício, apesar dos esforços da família e dos tratamentos com psiquiatra e medicamentos. Esther acredita que as pessoas só superam seus problemas por decisão própria, seguindo a abordagem centrada na pessoa de Carl Rogers. Ela reconhece que tratar casos de dependência de crack é um grande desafio para os profissionais.
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Trecho cap. 5 claraluzeopoeta.com.br
1. – Oi Esther, tudo bem?
– Tudo bem! E você? O que fez ontem?
– Depois de trabalhar, trabalhar, dei uma pedalada ontem até mais tarde. Aproveitei
que a noite estava mais fresca, porque de dia tava bravo de tanto calor. Cheguei em casa,
tomei um banho, comi alguma coisa e cai na cama! – Responde Mandel, piscando para
Janaina.
– Tudo bem! – responde Esther. – Ontem eu também dormi mais cedo. O consultório
hoje foi muito cansativo, ainda mais que estamos em reforma, sem falar que peguei um caso
complicado! Sem citar nomes, claro, estou trabalhando com um jovem de 19 anos viciado em
crack! O problema é que ele não está muito disposto a abandonar o vício, mas os pais estão
tentando resolver o caso sem a internação do garoto. Ele está consultando com um psiquiatra
também, que está prescrevendo os medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, mas o
danado às vezes usa a droga mesmo depois de ter feito o uso dos remédios. Por seguir a linha
de Carl Rogers, que é a Abordagem Centrada na Pessoa, e que você está careca de me ouvir, –
soltando uma pequena risada – acredito que as pessoas só conseguem superar seus problemas
por decisão própria! Você sabe muito bem que este é um dos princípios que norteiam a
terapia que conduzo com as pessoas, mas trabalhar com casos que envolvem esta droga
poderosa é um desafio para todo profissional, pois o sucesso da recuperação dos adictos
dependentes de crack é muito pequeno!
Janaina olha para Mandel entediada, mas ele não da bola, e incentiva Esther a
continuar com seu relato.
– Ééééé!!! Eu imagino que a classe dos profissionais da saúde e os das ciências
humanas estão movendo céus e terra para descobrir meios eficientes de tratamento e
recuperação destas pessoas que caíram neste ciclo vicioso! – responde Mandel. – Desafios
contemporâneos!
– É mesmo, meu bem! – retruca Esther. – E eu estou no olho deste furacão. Mas estou
apostando, queimando energia física, mental, espiritual e emocional para ter êxito nesta
empreitada. Estou tentando induzir no cliente o exercício da auto-observação e tentando
equilibrar sua autoestima. E percebo que o grande desafio de nós, psicólogos sofredores deste
mundo inusitado e diferente de tudo o que era antes, é perceber que faltam motivos para
viver e sonhar. Este mundo que está sendo oferecido aos mais jovens não tem razão de ser, e
eles estão como baratas tontas, sem saber para onde ir e direcionar suas vidas.