Macaé no Brasil cresceu drasticamente nos últimos 40 anos, com sua população aumentando cerca de 440% devido à chegada da Petrobras e outras empresas de petróleo. Isso sobrecarregou os sistemas de saúde, educação e habitação da cidade, que não estava planejada para receber tantas pessoas. Apesar do crescimento econômico, a cidade sofre com a violência e a especulação imobiliária resultantes de um desenvolvimento desordenado.
1. IMPACTOS NA ECONOMIA
Macaé foi, sem dúvida, o município brasileiro que mais cresceu da
década de 1970 aos dias de hoje. Despreparada para os impactos
derivados dos processos migratórios viu sua população crescer
cerca de 440% em 36 anos, numa média anual, no período, de
12,23%, passando de 47 mil habitantes em 1974 a 206 mil em
2010, como demonstra o quadro 1.1.:
1974 - 47.000 hab Fonte: IBGE
1980 - 75.851 hab
2000 – 132.461 hab
2007 - 169.513 hab
2010 - 206.748 hab
A cidade mudou nos últimos 40 anos, fruto da chegada da Petrobras e
das demais empresas petrolíferas. Recebe diariamente 50 mil
pessoas por dia a mais que a população local, em maioria mão de
obra do setor. Hoje apresenta invejáveis indicadores de riqueza e
crescimento econômico e grande investimento em áreas da
educação e infância. O desempenho econômico da cidade e a
invasão de petrodólares, contudo, não acompanha o investimento
no seu crescimento estrutural e o município sofre com as
consequências de um crescimento desordenado, não planejado e
desigual. Não houve uma política de planejamento na cidade para
receber as pessoas que para cá se mudaram, atraídos por oferta de
emprego e promessa de ganhos.
2. habitação gerou-se a especulação imobiliária, o aumento do custo
de vida aumento da violência é claro para qualquer um que aqui
viva: a criminalidade cresce mais do que na capital. O índice de
homicídios aumentou escandalosamente, nada é feito para sanar tal
problema. O aumento de sua população, que chega ao Município,
atraído por oferta de emprego e promessa de ganhos, aumenta sua
demanda por habitação. em decorrência da especulação imobiliária.
Os terrenos mais desvalorizados como as áreas de manguezais e
os terrenos inundáveis estão sendo ocupados pela população de
baixa renda
a cidade mudou nos últimos 40 anos, fruto da chegada da Petrobras e das demais
empresas petrolíferas. Recebe diariamente 50 mil pessoas por dia a mais que a
população local, em maioria mão de obra do setor. Municípios vizinhos ainda
dependem de muitos serviços oferecidos na cidade, como saúde, educação e
mobilidade urbana.
Para Cliton Santos, alguns serviços como a saúde também é
impactada e desproporcional ao número de habitantes.
“Atualmente, Macaé tem cerca 206 mil habitantes, segundo o
último senso demográfico, com população flutuante de 50 mil.
Quase 50% têm plano de saúde, no entanto, a rede hospitalar
pública teve no ano de 2011 mais de cinco milhões de
procedimentos registrados. Isso deixa muito claro como o sistema
de saúde municipal é impactado pela movimentação na região”,
justificou Santos. A educação também foi citada. Cliton lembra
que a obrigação do município seria com a garantia do ensino
fundamental. Mas, com a demanda de qualificação técnica e
universitária para dar suporte à indústria do petróleo, a Prefeitura
teria arcado com investimentos no ensino básico, técnico e
universitário. Em Macaé três instituições de ensino superior
pública, duas federais, foram construídas com recursos do
município. “Se existir essa perda a cidade vai sentir
profundamente. Na proporção normal, as demais que no futuro
venham a receber a mínima parte dos recursos, não iriam sentir o
peso no que diz respeito ao arrecadado, mas o impacto da perda
para as cidades produtoras seria considerável”, acrescentou
Cliton.
O secretário municipal de Desenvolvimento ainda lembrou a
projeção de crescimento da população local em poucos anos,
devido à atividade de extração e produção do petróleo e gás
natural. Segundo o IBGE, em 2016, o número de habitantes de
Macaé deve chegar a 330 mil, 110 mil a mais do que existe
3. atualmente. “Uma cidade que vai crescer quase 50% nos
próximos quatro anos precisa ter recursos para segurar essa
massa, que não será originária dos munícipes, mas
majoritariamente de pessoas de fora que vêm para trabalhar com
o petróleo”, defendeu.