O documento discute os movimentos literários do Realismo, Naturalismo e Parnasianismo que surgiram na Europa no século XIX, influenciados pelas transformações socioeconômicas da época como a Revolução Industrial e o pensamento de autores como Marx e Darwin. É apresentado o contexto histórico desses movimentos e suas principais características na literatura e poesia.
3. 3
O Realismo é um movimento literário que
surgiu na Europa, na segunda metade do
século XIX, influenciado pelas
transformações que ali se operavam no
âmbito econômico, político, social e
científico.
segunda fase da Revolução Industrial
Apesar dos benefícios trazidos à
burguesia, a condição social do
proletariado era cada vez pior.
4. A Revolução Industrial muda a
face da Europa
4
Do mesmo modo que a Revolução Francesa
influenciou o surgimento da mentalidade
romântica, a Revolução Industrial está
diretamente associada ao nascimento da
estética realista.
Naturalismo
Realismo
7. Novos pensadores - Naturalismo
7
Augusto
Comte
Darwin
Naturalismo
Hypolyte Taine
8. 8
Motivados pelas ideias do socialismo
científico, defendidas por Karl Marx e
Friedrich Engels, os operários procuram
organizar-se politicamente. Fundam então
associações trabalhistas e passam a agir
melhores condições de trabalho e de vida.
Positivismo, de Augusto Comte para o qual
o único conhecimento válido é o
conhecimento positivo, ou seja, provindo
das ciências;
9. 9
Determinismo, de Hippolyte Taine, que
defende que o comportamento humano é
determinado por três fatores: o meio, a raça e
o momento histórico;
Todo acontecimento é
uma consequência
necessária de um
acontecimento ou de
uma série de
acontecimentos
anteriores.
10. 10
Darwinismo: evolucionismo;
o comportamento humano é
regido pelas normas que
regem os animais.
Zoomorfismo: ser humano =
animal A lei da seleção
natural, de Charles Darwin,
segundo a qual a natureza ou
o meio selecionam entre os
seres vivos as variações que
estão destinadas a
sobreviver e a perpetuar-se,
sendo eliminados os mais
fracos.
12. 12
O EVOLUCIONISMO DE DARWIN
Ora, enquanto o nosso planeta,
obedecendo à lei fixa da
gravitação, continua a girar na
sua órbita, uma quantidade
infinita de belas e admiráveis
formas, originadas de um
começo tão simples, não cessou
de se desenvolver e desenvolve-
se ainda!
Origem das Espécies
A viagem de Darwin a bordo do Beagle
14. 14
O EVOLUCIONISMO DE DARWIN
Darwin elaborou a teoria da
seleção natural, defendendo
que a concorrência entre as
espécies eliminaria os
organismos mais fracos,
permitindo à espécie evoluir,
graças às heranças genéticas
favoráveis dos indivíduos
mais fortes e mais aptos
15. 15
O EVOLUCIONISMO DE DARWIN
A teoria da evolução abrange
também a espécie humana e é
apoiada pela Paleontologia,
ciência que estuda os fósseis, e
que demonstra existirem
espécies intermediárias entre
as fósseis e as vivas.
16. 16
O EVOLUCIONISMO DE DARWIN
Darwin demonstrou cientificamente
que os seres humanos e os macacos
têm um antepassado em comum –
questionando assim a criação do
mundo baseada no Gênesis bíblico, e
colocando em discussão a existência
de Deus, o que criou um escândalo na
sociedade da época.
17. 17
“Desta forma, voltando a
olhar para o trabalho de
minha vida, posso dizer que
iniciei muitas coisas e sugeri
outras, das quais disporá o
futuro. Não posso, porém,
predizer o que chegarão a
fazer”.
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A PSICANÁLISE DE FREUD
Sigmund Freud (1856-
1939), médico
neurologista, lançou-se
no caminho para a
fundação da Psicanálise
estudando os efeitos da
cocaína com o psiquiatra
Meynert, em 1883.
19. 19
Aos poucos, elaborou sua teoria do inconsciente,
que tem como principais noções:
A PSICANÁLISE DE FREUD
1 – Inconsciente; 5 - Sonho
2 – Censura; 5.1 – Id;
3 – Recalcamento; 5.2 – Ego;
4 – Libido; 5.3 – Superego.
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A PSICANÁLISE DE FREUD
Energia que move os
instintos da vida,
determinando as funções
criadoras e ativas do
individuo,
particularmente do
impulso sexual.
23. 23
A PSICANÁLISE DE FREUD
Freud escandalizou o
mundo afirmando
que a libido é inata e
que, portanto, as
crianças também a
apresentam.
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A PSICANÁLISE DE FREUD
Para ele, o impulso
sexual é o centro das
tendências afetivas.
25. 25
A PSICANÁLISE DE FREUD
Os sonhos veem disfarçados
para atravessarem a
censura e serem aceitos pela
consciência.
26. 26
A PSICANÁLISE DE FREUD
Freud também definiu os
sonhos como os guardiões
do sono, porque a
liberação do inconsciente
quando dormimos é de
tal forma intensa que
não a suportaríamos,
sendo necessário o sonho
para que não acordemos.
27. 27
A PSICANÁLISE DE FREUD
Em sua segunda teoria do aparelho psíquico, Freud
dividiu o psiquismo humano em três partes:
28. 28
• Enquanto no domínio da Física, da Química, da
Biologia e da Medicina ocorrem avanços
significativos, são lançados os fundamentos de
três novas disciplinas: a Sociologia, a
Antropologia, a Psicologia.
Os escritores, diante desse quadro de
mudança de ideias e da sociedade, sentem a
necessidade de criar uma literatura sintonizada
com a nova realidade, capaz de abordá-la de
modo mais objetivo e realista.
29. 29
As descobertas científicas, as ideias de
reformas políticas e de revolução social
exigiam dos escritores, uma literatura de
ação, comprometida com a crítica e a
reforma da sociedade / uma abordagem
mais profunda do ser humano, visto agora à
luz dos conhecimentos das correntes
científico-filosóficas da época.
30. 30
O Realismo procura, na literatura, atender às
necessidades impostas pelo novo contexto
histórico-cultural. Suas atitudes mais
frequentes são o combate a toda forma
romântica e idealizada de ver a realidade; a
crítica à sociedade burguesa e à falsidade de
seus valores e instituições (Estado, Igreja,
casamento, família); o embasamento no
materialismo, o emprego de ideias científicas;
a introspecção psicológica das personagens; as
descrições objetivas e minuciosas; a lentidão
na narrativa; a universalização de conceitos.
31. 31
Os três movimentos tiveram ciclo na
França, com a publicação do romance
realista Madame Bovary (l857), de Gustave
Flaubert; do romance naturalista Thérèse
Raquin, de Émile Zola (l867), e das
antologias parnasianas Parnasse
contemporain (a partir de 1866).
32. 32
Introspecção Psicológica: vê o ser humano
"por dentro"
Universalização: temas universais
Objetivismo: vê o mundo como ele é.
Observação e análise: fatos presentes
Descritivismo:dá veracidade à obra.
Mulher idealizada (mas não submissa):
manipulada e dissimulada. Homem: inseguro
Casamento arranjado
Reformismo Crítico: criticar para reformar;
mostra as realidades.
Características Gerais
Realismo /Naturalismo:
33. 33
Ironia: em relação ao comportamento
humano.
Realismo - criado para combater o
Romantismo - disseca a sociedade (mostra
problemas em todas as classes);
Observação e análise psicológica:
Personagens esféricas
Descrições psicológicas
Pessimismo psicológico
Pessimismo filosófico
Sutileza
Continua....
34. 34
Romance de revolução
Análise psicológica
Preocupação moral
Pequeno número de personagens
Características Realismo
35. 35
Todo naturalista é realista, mas nem todo
realista é naturalista.
Podemos falar de Naturalismo como uma
tendência dentro do Realismo, tendência que
se baseia numa concepção
predominantemente materialista do homem e
da sociedade.
Diferenças entre Realismo e Naturalismo
36. 36
A distinção entre Realismo e Naturalismo
nem sempre é muito nítida, exceto nos textos
em que se exagera a segunda tendência.
Pode-se identificar como particularidades do
estilo naturalista:
O romance experimental substitui o estudo
do homem abstrato e metafísico pelo homem
natural, sujeito a leis físico-químicas e
determinado pela influencia do meio.
37. 37
Início marcado com a Questão
Coimbrã (1865), liderada por
Antero de Quental, e estende-se
até 1890, quando Eugênio de
Castro publica a obra "Oaristos",
dando início ao Simbolismo.
Durante 25 anos de predomínio
da estética Realista, Portugal
foi governado por D. Luís I
e, em seguida por D. Carlos I.
Realismo em Portugal
39. 39
Conferências do Cassino Lisbonense
D. Luís chamou os progressistas para formarem governo.
Em 1889, com a morte de D. Luís, tem inicio o governo de
D. Carlos. Nesse período país atravessava uma grave crise
econômica. Os bancos e as empresas estavam falidos, o
desemprego aumentava em grande escala e, por isso, as
classes trabalhadoras eram submetidas a duríssimas
condições de trabalho em troca de salários miseráveis.
A carruagem de terceira
classe(1863-65)
Daumier, Honoré (1808-1879)
40. 40
A poesia desse período é dividida, pela
maioria dos críticos literários em três grupos:
poesia revolucionária ou "Realista"- reflete os
ideais revolucionários da geração de 70 (ver
Questão Coimbrã) e é comprometida com uma
causa social. Os principais representantes
foram: Guerra Junqueiro, Teófilo Braga e
Antero de Quental.
poesia do cotidiano - tratava de temas
simples do dia-a-dia. Até então esses temas
eram vistos com não poéticos. O principal
representante foi Cesário Verde·
41. 41
poesia metafísica ou filosófica -
Representada por Antero de Quental.
"a poesia de veleidades parnasianas" - que,
segundo ele "sem constituir tendência filiada
ao Parnasianismo francês, realizava uma
poesia entre formalista e lírica ou satírica".
Os principais representantes são: João Penha,
Antônio Feijó, Guilherme Azevedo etc.
Já o romance e o conto foram, como a poesia,
uma espécie de arma de denúncia social e
ataque à burguesia, ao clero e à monarquia.
Prof. Claudia
Ribeiro
43. Nasceu na ilha de S. Miguel, Açores e desde de
jovem destacou-se pelas suas opiniões
revolucionárias e pela forma de estar na vida.
Lutador e muito congruente com os seus ideais
socialistas.
Antero espalhou saber pela poesia, filosofia e
política.
Estudou direito em Coimbra, onde brilhou como
líder estudantil.
Foi o guia espiritual da geração de 70, um
agitador político a “full-time”, que se afirmou
pelo desejo de intervenção e renovação da vida
política e cultural portuguesa. 43
44. • Tinha uma personalidade complexa, que
oscilava entre a euforia e a mais profunda
depressão, acabando em suicídio.
44
Análise da obra
A poesia de Antero de Quental apresenta três faces
distintas:
• A das experiências juvenis, em que coexistem
diversas tendências
• A da poesia militante, empenhada em agir
como “voz da revolução”
• E a da poesia de tom metafísico, voltada para
a expressão da angustia de quem busca um
sentido para a existência.
45. 45
A oscilação entre uma poesia de combate,
dedicada ao elogio da ação e da capacidade
humana, e uma poesia intimista, direcionada
para a análise de uma individualidade
angustiada, parece ter sido constante na
obra madura de Antero, abandonando a
posição que costumava enxergar uma
sequência cronológica de três fases.
Antero atinge um maior grau de elaboração
em seus sonetos, considerados dos melhores
da língua e comparados aos de Camões e
aos de Bocage.
46. Obras
46
• Sonetos de Antero, 1861,
• Raios de extinta luz 1892
• Primaveras românticas, 1872
• Odes modernas, 1865 (na origem
da polêmica Questão Coimbrã)
• Sonetos, 1886.
• Prosas
48. 48
O Brasil, durante o período de passagem do
Romantismo para o Realismo, sofreu
inúmeras mudanças na história econômica,
política e social. O Realismo encontrou no
Brasil uma realidade propícia para a
ascensão da literatura, já que escritores
como Castro Alves e José de Alencar
haviam “preparado o terreno”.
49. 49
O ano de 1881 é o marco inicial do
Naturalismo no Brasil, com a
publicação do romance O Mulato, de
Aluísio Azevedo, e do Realismo, no
mesmo ano, com a publicação de
Memórias Póstumas de Brás Cubas,
de Machado de Assis.
50. 50
AUTORESDO REALISMO/NATURALISMOBRASILEIRO
Romance realista
• Machado de Assis
• Raul Pompéia (com
características tanto do
Realismo quanto do
Naturalismo)
Romance naturalista
• Social
• Aluísio de Azevedo
Urbano
Júlio Ribeiro
Obras:
* Padre Belchior de Pontes
* A Carne
Adolfo Caminha
* O Bom Crioulo
52. 52
Não se pode enquadrar Machado de Assis nos estreitos limites da
prosa realista e naturalista de seu tempo. Há na sua obra:
Elementos clássicos: equilíbrio, concisão, contenção lírica e
expressional;
Resíduos românticos: algumas narrativas convencionais quanto
ao enredo;
Aproximações realistas: atitude crítica, objetividade, temas
contemporâneos; Procedimentos impressionistas: a técnica
impressionista, a recriação do passado através da memória, das
"manchas" de recordação, e
Características centrais da ficção machadiana
A despreocupação com as modas dominantes
53. 53
• Antecipações modernas: a estrutura
fragmentária não-linear, o gosto pelo elíptico
e
alusivo, a postura metalinguística de quem
escreve e se vê escrevendo, as "obras
abertas", sem conclusão necessária,
permitindo várias leituras ou interpretações.
• Isso para ficarmos apenas num inventário
superficial de algumas constantes da prosa.
Há também o formalismo parnasiano na
poesia madura, o teatro, as crônicas na
54. 54
O Polígrafo
• Machado de Assis incursionou por quase
todos os gêneros literários praticados no seu
tempo. Se não logrou toda a excelência que
atingiu nos contos e nos romances, jamais
decaiu para níveis da subliteratura e mesmo
o teatro, tido como a produção "menor"de
Machado, tem momentos bem realizados.
• *Polígrafo: aquele que escreve sobre vários assuntos.
55. 55
Na fase realista, Machado põe de lado a
ingenuidade romântica descobrindo no ser
humano civilizado o egoísmo, a luxúria e a
vaidade.
O humor machadiano é irônico, amargo, até
cruel, marcado pelo extremo pessimismo
frente às atitudes do homem do século XX.
Na luta pelo poder, as personagens de
Machado de Assis se perdem entre as falsas
convenções e a moral duvidosa.
MACHADO DE ASSIS – Características das obras
56. 56
O enredo, a ação e o tempo da narrativa
não deixam de ser lineares na narrativa
machadiana. Subordinados ao interesses
da análise, os fatos só têm sentido em
função do exame de consciência humana.
O narrador é um ser de forte personalidade
que opina e até ironiza as atitudes das
personagens .
MACHADO DE ASSIS – Características das obras
57. 57
• Os fatos e as ações não seguem um fio lógico ou
cronológico; obedecem a um ordenamento interior,
são relatados à medida que afloram à consciência ou à
memória do narrador, num processo que se aproxima
do impressionismo associativo.
Ruptura com a
narrativa linear
58. 58
É comum, na ficção machadiana, que o
narrador interrompa a narrativa para, com
saborosa e bem-humorada bisbilhotice,
comentar com o leitor a própria escritura do
romance, fazendo-o participar de sua
construção, ou ainda para dialogar sobre
uma personagem, refletir sobre um episódio
do enredo ou tecer suas digressões sobre os
mais variados assuntos.
Org. metalingUística do disc. narrativo
59. 59
Universalismo
Machado captou na sociedade carioca do século XIX
os grandes temas de sua obra. O seu interesse jamais
recaiu sobre o típico, o pitoresco, a cor local, o
exótico, tão ao gosto dos românticos. Buscou, na
sociedade do seu tempo, o universal, a essência
humana, os grandes temas filosóficos: a essência e a
aparência, o caráter relativo da moral humana, as
convenções sociais e os impulsos interiores, a
normalidade e a loucura, o acaso, o ciúme, a
irracionalidade, a usura, a crueldade.
60. 60
• A forma de revolta de Machado era o rir, quase sempre um
riso amargo que exteriorizava o desencanto e o desalento
ante a miséria física e moral de suas personagens:
• Tu, minha Eugenia, é que não as descalçaste nunca; foi aí pela
estrada da vida, manquejando da perna e do amor, triste como
os enterros pobres, solitária, calada, laboriosa, até que vieste
também para esta outra margem... O que eu não sei é se a tua
existência era muito necessária ao século. Quem sabe? Talvez
um comparsa de menos fizesse patear a tragédia humana."
A ironia, o humor negro
61. 61
Psicologismo
A ação e o enredo perdem a
importância para a
caracterização das personagens.
Os acontecimentos exteriores são considerados
somente à medida que revelam o interior, os
motivos profundos da ação, que Machado
devassa e apresenta detalhadamente.
62. 62
Pessimismo
• O pessimismo de Machado foi a decorrência lógica de
sua lucidez. Depois de constatar as várias perversões da
natureza humana e a degradação dos valores das elites
brasileiras, sem que, em troca, vislumbrasse qualquer
alternativa em outro grupo social, em outro sistema
político, sem consolo religioso ou ideológico, restou-lhe
somente a visão desencantada. O final de Memórias
póstumas é o mais conhecido epílogo de um romance
em toda a nossa história literária.
63. 63
A OBRA DE MACHADO DE ASSIS
“DOM CASMURRO”
Em Dom Casmurro, Machado
de Assis explora temas polêmicos –
adultério, suicídio e religião –
apresentados por um observador
arguto, o qual procura escancarar e
interpretar o mundo que o cerca. O
romance é publicado em 1899 e é
composto por 148 capítulos curtos.
Neste livro, Machado de Assis sonda
e analisa a sociedade do Rio de
Janeiro do século XIX.
64. 64
A narração é feita em primeira pessoa – em
que a personagem é o próprio narrador- e o
leitor é convidado a vasculhar a mente
intrincada desse protagonista que, aos
poucos, vai revelando seu interior.
65. 65
Em Dom Casmurro, o amor, o ciúme e o
caos psicológico são revelados apenas
parcialmente ao leitor. A mente deste
personagem, corroída pelo ciúme, provoca
sequelas que recheiam a narrativa de
ambiguidades , parcialidade e unilateralidade.
Assim, Bentinho – que está a procura do tempo
perdido – quer atar as duas pontas da vida,
revivendo no presente o que já faz parte do
passado. Como um “Otelo” à brasileira, Bentinho
transfere para o leitor o encargo de decidir se
Capitu é inocente ou culpada.
A OBRA DE MACHADO DE ASSIS
“DOM CASMURRO”
66. 66
“DOM CASMURRO”
PERSONAGENS PRINCIPAIS
DOM CASMURRO – o Bentinho, tímido e
ingênuo que se espantava com as atitudes de
Capitu, torna-se um homem amargo, descrente
e ensimesmado. Torna-se um casmurro. Agora,
velho, mora no Engenho Novo, numa casa que
mandou construir idêntica à da sua Mata-
cavalos, onde passara a infância.
67. 67
CAPITU – amiga e vizinha de Bento desde
pequena, tem personalidade forte e a
capacidade de sair–se bem em qualquer
circunstância. Ajuda Bentinho a se livrar do
seminário, casa-se com ele e se torna a
personagem central da narrativa. Morena,
longos cabelos, olhos perturbadores, “ de
ressaca” , que , na opinião de Bentinho,
arrastam e destroem . Nunca admitiu a culpa a
ela imputada pelo marido, mas também nunca
fez grande esforço para desmenti-lo.
“DOM CASMURRO”
PERSONAGENS PRINCIPAIS
68. 68
ESCOBAR- amigo que Bentinho conheceu no
seminário. Alegre, despachado, conversador,
consentiu sair do seminário com Bentinho, propondo
que D. Glória, para não quebrar a promessa,
colocasse lá um substituto . Casou-se com Sancha,
amiga de Capitu. Frequentava constantemente a casa
dos amigos e deu à filha o nome de Capitu, em
homenagem à amiga. Bentinho estranhava algumas
de suas visitas inesperadas a Capitu, justo quando
ele, Bentinho estava fora.
Escobar morreu afogado e o olhar que Capitu
lançou ao seu cadáver, na saída do enterro, deu a
Bentinho a certeza do adultério de Capitu.
“DOM CASMURRO”
PERSONAGENS PRINCIPAIS
69. 69
“DOM CASMURRO”
PERSONAGENS PRINCIPAIS
EZEQUIEL – filho de Capitu e Bentinho, recebeu o nome de
Escobar – que também era Ezequiel . A gravidez de Capitu
demorou muito a acontecer, causando até certos embaraços
e constrangimentos ao casal quando diante de Sancha e
Escobar. Logo Bentinho começou a notar que o menino
tinha trejeitos muito semelhantes aos de Escobar. Isto e
mais a semelhança física que Bentinho foi percebendo com
o correr dos anos vão confirmando as suspeitas do “pai”.
Bentinho, no auge da crise, pensa em envenenar Ezequiel e
a si mesmo, mas resolve apenas mandar Capitu e o filho
para a Suíça, onde ela morre. No último encontro com
Ezequiel – já adulto – Bentinho confirma as semelhanças e
a certeza do adultério. Ezequiel acaba morrendo no Oriente
Médio, durante uma excursão .
70. 70
“MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS”
• Publicado em 1881,
Memórias Póstumas de Brás
Cubas, além de inaugurar o
Realismo brasileiro,
apresenta as mais radicais
experimentações na prosa
do país até então. Narrado
por um defunto e utilizando
recursos narrativos e
gráficos inusitados, Machado
surpreende a cada página
com sua ironia cortante.
71. 71
• Enredo:
Na abertura do livro, uma dedicatória escrita
sob a forma de um epitáfio anuncia o
narrador desse romance inusitado: Brás
Cubas, um defunto-autor que começa
contando detalhes do seu funeral. Depois de
algumas digressões, ele retoma a ordem
cronológica dos acontecimentos, relatando a
infância e a primeira paixão da adolescência,
aos 17 anos, pela cortesã Marcela. Presenteia
tanto a amada que o pai, irritado com o gasto
excessivo, manda-o estudar Direito em
Coimbra, Portugal.
A OBRA DE MACHADO DE ASSIS
“MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS”
72. 72
“Quincas Borba”
• Enredo: O romance conta a vida de
Rubião, um pacato professor que se
torna rico da noite para o dia ao
receber uma herança deixada pelo
filósofo Quincas Borba.
Rubião passa a viver na Corte do
Rio de Janeiro, num ambiente a que
não estava acostumado e que muito
o deslumbra. Torna-se amigo de um
casal, Cristiano Palha e Sofia.
Rubião acaba sendo traído pelo
casal Palha e Sofia, pois estes
estorquem seu dinheiro.
Rubião morre pobre e solene.
73. 73
A OBRA DE MACHADO DE ASSIS
“Memorial de Aires”
É o último romance escrito por
Machado de Assis, publicado no
mesmo ano de sua morte,1908.
Está organizado como uma
série de entradas em um diário
e, como Memórias Póstumas de
Brás Cubas, não tem um
enredo único, mas se compõe
de vários episódios e anedotas
que se interpermeiam.
Prof. Claudia
Ribeiro