O que é a esquizofrenia; quais são os sintomas mais comuns; o que dizem sobre a doença os principais teóricos; a terapia cognitiva comportamental para casos de esquizofrenia.
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2. EsquizofreniaEsquizofrenia
Transtorno mental crônicoTranstorno mental crônico
Prevalência de 1% na populaçãoPrevalência de 1% na população
MultifatorialMultifatorial
Mecanismos genéticos : principal fator etilógicoMecanismos genéticos : principal fator etilógico
Dilatação dos ventrículos cerebraisDilatação dos ventrículos cerebrais
4. Aaron BeckAaron Beck
Em 1952 publicou um artigo sobre oEm 1952 publicou um artigo sobre o
tratamento ambulatorial bem sucedido detratamento ambulatorial bem sucedido de
um paciente squizofrênico crônico queum paciente squizofrênico crônico que
apresentava delírio de culpa.apresentava delírio de culpa.
Beck comenta que tendo em conta que osBeck comenta que tendo em conta que os
neurolépticos não estavam disponíveis naneurolépticos não estavam disponíveis na
época o tratamento foi um sucesso, masépoca o tratamento foi um sucesso, mas
que hoje empregaria um modelo deque hoje empregaria um modelo de
terapia cognitiva clássica.terapia cognitiva clássica.
5. DickersonDickerson
Publicou uma revisão em 2000 de 20Publicou uma revisão em 2000 de 20
ensaios clínicos com a seguinte técnicaensaios clínicos com a seguinte técnica
cognitiva:cognitiva:
Modificação de crençasModificação de crenças
ReatribuiçãoReatribuição
NormalizaçãoNormalização
Intervenção na psicose agudaIntervenção na psicose aguda
6. Modificação de crençasModificação de crenças
2 estágios2 estágios
Primeiro: O terapeuta propõe ao paciente umaPrimeiro: O terapeuta propõe ao paciente uma
visão alternativa para os seus delírios sem dizervisão alternativa para os seus delírios sem dizer
ao paciente que ele está “errado”ao paciente que ele está “errado”
Segundo: proposto um “teste de realidade” paraSegundo: proposto um “teste de realidade” para
suas idéiassuas idéias
NaNa reatribuiçãoreatribuição focaliza-se as característicasfocaliza-se as características
das vozes e as crenças(se o paciente temdas vozes e as crenças(se o paciente tem
alguma crítica destas vozes) dos pacientesalguma crítica destas vozes) dos pacientes
sobre as mesmassobre as mesmas
8. IntervençãoIntervenção
Para pacientes internados, em quePara pacientes internados, em que
são usadas técnicas de terapiasão usadas técnicas de terapia
individual, grupal e de orientaçãoindividual, grupal e de orientação
familiarfamiliar
9. AdaptaçãoAdaptação
Técnica que ajuda o paciente a identificarTécnica que ajuda o paciente a identificar
e monitorar seus sintomas e então usare monitorar seus sintomas e então usar
estratégias, tais como desvio da atenção,estratégias, tais como desvio da atenção,
aumento ou diminuição dos níveis deaumento ou diminuição dos níveis de
atividade, para se adaptar e não se deixaratividade, para se adaptar e não se deixar
dominar pelos sintomas.dominar pelos sintomas.
10. Os sintomas negativosOs sintomas negativos
(considerações)(considerações)
Surgem muitas vezes como resposta aSurgem muitas vezes como resposta a
difíceis situações sociais e psicológicasdifíceis situações sociais e psicológicas
““esses sintomas ajudariam pessoas comesses sintomas ajudariam pessoas com
esquizofrenia a viver”esquizofrenia a viver”
Teriam um impacto social e psicológico noTeriam um impacto social e psicológico no
curso da desordemcurso da desordem
““Estes sintomas gerariam um mecanismoEstes sintomas gerariam um mecanismo
de feedback que mantêm ou aumenta asde feedback que mantêm ou aumenta as
disfunções”disfunções”
11. Estratégias da TCC para osEstratégias da TCC para os
sintomas negativossintomas negativos
1-Treinamento de habilidades sociais1-Treinamento de habilidades sociais
2-Treinamento de habilidades para lidar com2-Treinamento de habilidades para lidar com
situações vivenciaissituações vivenciais
3-Treinamento de auto-instrução, em que o3-Treinamento de auto-instrução, em que o
paciente aprende a lidar com determinadaspaciente aprende a lidar com determinadas
situaçõessituações
4-Técnicas de solução de problemas,4-Técnicas de solução de problemas,
desenvolvem habilidades para que o pacientedesenvolvem habilidades para que o paciente
lide com seus problemaslide com seus problemas
5-Programação de algumas atividades5-Programação de algumas atividades
12. Objetivos da TC para osObjetivos da TC para os
transtornos psicóticostranstornos psicóticos
Reduzir a angústia e a interferência que asReduzir a angústia e a interferência que as
vivências psicóticas causam ao indivíduovivências psicóticas causam ao indivíduo
Por meio de uma participação ativa do pcte,Por meio de uma participação ativa do pcte,
promover a compreensão do transtornopromover a compreensão do transtorno
psicótico, buscando uma auto-regulação dessespsicótico, buscando uma auto-regulação desses
sintomas; diminuir o risco de recaídas e auxiliarsintomas; diminuir o risco de recaídas e auxiliar
na reinserção socialna reinserção social
Reduzir os distúrbios emocionais, comoReduzir os distúrbios emocionais, como
ansiedade, depressão e desesperança, pelaansiedade, depressão e desesperança, pela
modificação de esquemas disfuncionaismodificação de esquemas disfuncionais
13. ModeloModelo
Normalmente ocorrem 20 a 25 sessõesNormalmente ocorrem 20 a 25 sessões
6 meses de sessões semanais seguindo-6 meses de sessões semanais seguindo-
se um espaçamento quinzenal e depoisse um espaçamento quinzenal e depois
mensalmensal
Algumas sessões podem ocorrer na casaAlgumas sessões podem ocorrer na casa
do paciente, em caminhadas ao ar livre,do paciente, em caminhadas ao ar livre,
visando tornar o clima mais relaxadovisando tornar o clima mais relaxado
14. MódulosMódulos
1: aliança terapêutica e avaliação1: aliança terapêutica e avaliação
2: estratégias cognitivas e comportamentais para ajudar2: estratégias cognitivas e comportamentais para ajudar
o paciente a lidar com suas experiências psicóticaso paciente a lidar com suas experiências psicóticas
3:Oferecer uma perspectiva sobre a natureza das3:Oferecer uma perspectiva sobre a natureza das
experiências psicóticas, relatando que estas surgem deexperiências psicóticas, relatando que estas surgem de
disfunções biológicasdisfunções biológicas
4: focalizar crenças específicas sobre as vozes,4: focalizar crenças específicas sobre as vozes,
buscando promover uma convivência mais adaptativabuscando promover uma convivência mais adaptativa
com o delíriocom o delírio
5: avaliam-se pressuposições disfuncionais5: avaliam-se pressuposições disfuncionais
6:Consolidar uma nova perspectiva para os problemas6:Consolidar uma nova perspectiva para os problemas
individuaisindividuais
15. Não esquecer…Não esquecer…
Diferentes pacientes requerem diferentesDiferentes pacientes requerem diferentes
abordagens. Obseva-se uma dificuldadeabordagens. Obseva-se uma dificuldade
de trabalhar de forma estruturada comode trabalhar de forma estruturada como
acontece com a TCC para outrosacontece com a TCC para outros
transtornostranstornos
16. 1.1-Aliança Terapêutica1.1-Aliança Terapêutica
Pacientes psicóticos têm a desconfiançaPacientes psicóticos têm a desconfiança
estruturada intrinsicamente, portanto aestruturada intrinsicamente, portanto a
empatia pode ser mais dificilmenteempatia pode ser mais dificilmente
alcançadaalcançada
São importantes as atitudes cordiais e aoSão importantes as atitudes cordiais e ao
mesmo tempo objetivasmesmo tempo objetivas
O terapeuta deve dar uma breveO terapeuta deve dar uma breve
descrição da terapia e falar a respeito dosdescrição da terapia e falar a respeito dos
objetivosobjetivos
17. - “João estou aqui para fazer parte do seu- “João estou aqui para fazer parte do seu
tratamento. Vamos discutir aquilo quetratamento. Vamos discutir aquilo que
vem lhe perturbando e talvez possamosvem lhe perturbando e talvez possamos
encontrar juntos alguma maneira de vocêencontrar juntos alguma maneira de você
se sentir melhor, mais aliviado”se sentir melhor, mais aliviado”
Dica:Dica: Não precipite conclusões. TenteNão precipite conclusões. Tente
entrar e vivenciar o mundo delirante doentrar e vivenciar o mundo delirante do
paciente para uma parceria melhorpaciente para uma parceria melhor
18. 1.2-Avaliação1.2-Avaliação
Ênfase deve ser dada a uma avaliaçãoÊnfase deve ser dada a uma avaliação
detalhada. Cameron (1973) descreve adetalhada. Cameron (1973) descreve a
“técnica de Columbo”, aquele detetive que“técnica de Columbo”, aquele detetive que
se desculpa por ser tão confuso e pedese desculpa por ser tão confuso e pede
que os eventos sejam detalhadosque os eventos sejam detalhados
cuidadosamentecuidadosamente
19. Uma avaliação deve conter:Uma avaliação deve conter:
Identificação clara dos problemas.Identificação clara dos problemas.
Identificar os fatores-chave que podemIdentificar os fatores-chave que podem
estar envolvidos no desenvolvimento doestar envolvidos no desenvolvimento do
problemaproblema
Avaliação detalhada de sintomasAvaliação detalhada de sintomas
psicóticos específicospsicóticos específicos
Uma análise dos mais salientes sintomasUma análise dos mais salientes sintomas
sob a visão cognitiva comportamentalsob a visão cognitiva comportamental
20. Planos a longo e curto prazosPlanos a longo e curto prazos
Avaliação dos modelos das relaçõesAvaliação dos modelos das relações
sociais e comportamentais do pacientesociais e comportamentais do paciente
Diagnóstico e medicações que vêm sendoDiagnóstico e medicações que vêm sendo
utilizadosutilizados
As perspectivas do paciente referentes aoAs perspectivas do paciente referentes ao
seu problema.seu problema.
21. 2-Utilização de estratégias cognitivas e2-Utilização de estratégias cognitivas e
comportamentais para ajudar os pacientescomportamentais para ajudar os pacientes
a lidar com suas experiências psicóticas ea lidar com suas experiências psicóticas e
atitudes impulsivasatitudes impulsivas
As técnicas incluem: treino deAs técnicas incluem: treino de
relaxamento, programação de atividades,relaxamento, programação de atividades,
dessensibilização, treinamento dedessensibilização, treinamento de
habilidades sociais, auto-instrução ehabilidades sociais, auto-instrução e
controle do pensamentocontrole do pensamento
22. ““as vozes surgem mais quando você estáas vozes surgem mais quando você está
nervoso, certo João?”nervoso, certo João?”
P-quando saio na rua e vejo aquelesP-quando saio na rua e vejo aqueles
meninos que brincam na praça, sempremeninos que brincam na praça, sempre
tenho a impressão que riem de mimtenho a impressão que riem de mim
““você acha que deixar de usar aquelevocê acha que deixar de usar aquele
caminho poderia ser um opção”?caminho poderia ser um opção”?
P-Posso tentarP-Posso tentar
23. 3-Propostas de novas expectativas sobre a3-Propostas de novas expectativas sobre a
natureza das experiências psicóticas donatureza das experiências psicóticas do
pacientepaciente
Neste estágio a aliança terapêuticaNeste estágio a aliança terapêutica
provavelmente se encontra bemprovavelmente se encontra bem
estruturada, possibilitando ao terapeuta aestruturada, possibilitando ao terapeuta a
busca de novas perspectivas para asbusca de novas perspectivas para as
vivências psicóticasvivências psicóticas
24. Algumas colocações sobre possibilidadesAlgumas colocações sobre possibilidades
de disfunções neuroquímicas estaremde disfunções neuroquímicas estarem
levando ao sintoma devem ser feitaslevando ao sintoma devem ser feitas
Podemos sugerir que esses fenômenosPodemos sugerir que esses fenômenos
estão acontecendo em processos internosestão acontecendo em processos internos
e não na realidade externa, diminuindo ae não na realidade externa, diminuindo a
sensação de ameaça constante. Se osensação de ameaça constante. Se o
paciente consegue entender esta idéia apaciente consegue entender esta idéia a
diminuição da vivência psicótica é drásticadiminuição da vivência psicótica é drástica
25. Com um contato mais fluente com o paciente, éCom um contato mais fluente com o paciente, é
possível colocar as suas posições e o que vocêpossível colocar as suas posições e o que você
pensa a respeito dos fatospensa a respeito dos fatos
Ex:Pcte acha que o funcionário do mercadoEx:Pcte acha que o funcionário do mercado
sabe de seus pensamentos obscenossabe de seus pensamentos obscenos
T: Vou sugerir que procuremos buscar maisT: Vou sugerir que procuremos buscar mais
evidências para esses pensamentos. Afinal,evidências para esses pensamentos. Afinal,
parece-me que você está pressupondo. Vocêparece-me que você está pressupondo. Você
não conseguiu me dizer uma evidência claranão conseguiu me dizer uma evidência clara
para pensar assimpara pensar assim
26. 4-Estratégias para o manejo das4-Estratégias para o manejo das
“vozes”“vozes”
Slade (1972) em um estudo pioneiroSlade (1972) em um estudo pioneiro
sobre alucinações auditivas, constatousobre alucinações auditivas, constatou
que elas eram precedidas por umque elas eram precedidas por um
aumento de tensão ou uma queda noaumento de tensão ou uma queda no
humor.humor.
Freqüentemente usamos relaxamento ouFreqüentemente usamos relaxamento ou
outro tipo de manejo de ansiedade paraoutro tipo de manejo de ansiedade para
reduzir o estresse que pode preceder asreduzir o estresse que pode preceder as
vozesvozes
27. Manejo das “vozes”Manejo das “vozes”
Pode-se ajudar o paciente treinando-o a “trazerPode-se ajudar o paciente treinando-o a “trazer
as vozes para as sessões”.as vozes para as sessões”.
Sugere-se que o paciente passe a pensar sobreSugere-se que o paciente passe a pensar sobre
as vozes e o que normalmente elas dizemas vozes e o que normalmente elas dizem
Técnicas de distração podem ajudar. Ex: contarTécnicas de distração podem ajudar. Ex: contar
algum fato ou ler em voz alta. O que podealgum fato ou ler em voz alta. O que pode
permitir uma mudança na crença a respeito daspermitir uma mudança na crença a respeito das
vozes, tornando-as controláveis.vozes, tornando-as controláveis.
28. Manejo das “vozes”Manejo das “vozes”
Experimentos sugerem que oExperimentos sugerem que o
paciente pode ser encorajado a agirpaciente pode ser encorajado a agir
de maneira contrária àquela sugeridade maneira contrária àquela sugerida
pelas vozes:pelas vozes:
29. Exemplo de casoExemplo de caso
Luís, hj com 22 anos, relata início de vivênciaLuís, hj com 22 anos, relata início de vivência
delirante aos 14. As vozes acontecemdelirante aos 14. As vozes acontecem
predominantemente à noite, estão semprepredominantemente à noite, estão sempre
ameaçando pessoas da sua família e também aameaçando pessoas da sua família e também a
ele próprio. Por isso, passava as noitesele próprio. Por isso, passava as noites
acordado, protegendo seus pais, e dormiaacordado, protegendo seus pais, e dormia
durante o dia. Propusemos que dormissedurante o dia. Propusemos que dormisse
inicialmente apenas algumas horas e checasseinicialmente apenas algumas horas e checasse
se alguma coisa ruim aconteceria a sua família.se alguma coisa ruim aconteceria a sua família.
Dessa forma, progressivamente, conseguiuDessa forma, progressivamente, conseguiu
contrariar as ameaças e passou a regularizarcontrariar as ameaças e passou a regularizar
seu sono.seu sono.
30. 5-Avaliando pressuposições disfuncionais a5-Avaliando pressuposições disfuncionais a
respeito de si próprio e dos outrosrespeito de si próprio e dos outros
É importante ao terapeuta terÉ importante ao terapeuta ter
conhecimento sobre o que o pacienteconhecimento sobre o que o paciente
sabe e interpreta de seus sintomas,sabe e interpreta de seus sintomas,
sobretudo qual a idéia que ele tem sobresobretudo qual a idéia que ele tem sobre
seus problemas.seus problemas.
Importante discutir sobre o diagnósticoImportante discutir sobre o diagnóstico
dado ao pacientedado ao paciente
31. Estratégia para administrarEstratégia para administrar
recaídasrecaídas
O terapeuta deve se colocar à disposiçãoO terapeuta deve se colocar à disposição
do paciente para que ele possa fazerdo paciente para que ele possa fazer
contato caso perceba indícios de recaídascontato caso perceba indícios de recaídas
com relação às crenças delirantescom relação às crenças delirantes
Contatos telefônicos podem fazer aContatos telefônicos podem fazer a
ansiedade do paciente cairansiedade do paciente cair
imediatamente.imediatamente.
32. 6-Consolidar uma nova perspectiva dos6-Consolidar uma nova perspectiva dos
problemas individuais para umaproblemas individuais para uma
autoregulação dos sintomas psicóticosautoregulação dos sintomas psicóticos
Um dos objetivos importantes daUm dos objetivos importantes da
terapia é desenvolver a sensação deterapia é desenvolver a sensação de
autocontrole do paciente e ajudá-lo aautocontrole do paciente e ajudá-lo a
manejar suas experiências e seusmanejar suas experiências e seus
problemas.problemas.