1. CNO PENACOVA
2ª EDIÇÃO JULHO DE 2011
Agrupamento de Escolas de Penacova
Centro Novas Oportunidades de Penacova
BOLETIM CNO
"Temos todos um rio
na lembrança,
E alguns é um rio
inteiro a sua vida.
Um rio que não seca
e não descansa,
E é uma força perdida
Entre montanhas de
desconfiança."
MIGUEL TORGA
(1949)
Nesta edição:
Oferta formativa 2011/2012 1
O processo RVCC 2
Divulgação do CNO
Oferta Educativa e Formativa
Projecto Grundtvig 2
2011/2012
Sessões de Júri 3
Testemunhos
Ler + Centro Novas Oportunidades
Agrupamento de Escolas de Penacova
Artigos : 4
Perguntas e Respostas
Avaliador Externo
2. PÁGINA 2 CNO PENACOVA
O Processo RVCC - Acolhimento /Diagnóstico/ Encaminhamento
Sara Antunes obtidas na sessão anterior, bem como obter outras que
poderão ser relevantes .
Técnica de Diagnóstico e Por último, na etapa do encaminhamento, também ela
Encaminhamento individual, é realizada previamente uma análise aprofunda-
da dos dados recolhidos para se definir uma proposta de
encaminhamento. Na proposta de percursos apresentada,
Estas etapas constituem o primeiro passo a realizar pelos o técnico de diagnóstico e encaminhamento, procura de
adultos que se inscrevem num Centro Novas Oportunida- forma fundamentada as vias de qualificação que mais se
des. São realizadas pelo Técnico de Diagnóstico e Encami- adequam ao perfil, necessidades e expectativas do adulto.
nhamento. O culminar destas etapas é concretizado através da forma-
Primeiramente, este irá acolher os adultos numa sessão de lização do encaminhamento, que poderá ser por duas
grupo que esclarecerá a missão do Centro Novas Oportu- situações distintas: para um processo de Reconhecimento,
nidades e as diversas fases subsequentes à inscrição; dispo- Validação e Certificação de Competências ou para outras
nibilizar informação sobre as ofertas formativas e sobre ofertas formativas externas ao nosso centro.
processos de RVCC escolar e profissional; planear e calen-
darizar as etapas seguintes e solicitar documentos oficiais A próxima edição será dedicada ao processo de RVCC.
como o certificado de habilitações literárias.
A etapa de diagnóstico pressupõe duas fases: primeiramen-
te o preenchimento de um conjunto de fichas, com o
objectivo de recolher informação sobre a situação específi-
ca do adulto face à inscrição, as suas características pes-
soais e contexto de vida. A segunda sessão consiste numa
entrevista individual que permitirá clarificar as informações
Divulgação do CNO
Ao longo do ano, realizaram-se algumas actividades que contribuíram para a divulgação e reconhecimento social do
trabalho desenvolvido : elaboração de cartazes, desdobráveis e panfletos para afixar e distribuir pelo concelho, tendo
sido entregues em vários Órgãos Autárquicos, Empresas, Instituições e Associações Culturais e Recreativas e distribuí-
dos porta à porta. A participação no Jornal da Escola, a elaboração de um Boletim do CNO com uma periodicidade
trimestral, actividades de final de ano e matrículas, sessões de esclarecimento nas freguesias de Miro, Roxo e Figueira de
Lorvão e sessão de esclarecimento em parceria com a ACIC na Câmara Municipal de Penacova ( RVCC Escolar /
RVCC Profissional), foram outras formas de divulgação bem como a participação na Feira das Profissões do Agrupa-
mento a dinamização de um blogue e de uma página no Facebook.
Projecto Grundtvig— Shape the Change
Foi aprovada uma candidatura, de acordo com os resultados do processo de selecção de candidaturas publicados na
página da Agência Nacional PROALV, do Centro Novas Oportunidades de Penacova no âmbito do programa
Grundtvig 2011 – Parcerias de Aprendizagem. Esta candidatura resultou da participação da coordenadora do CNO
num seminário de contacto realizado em Itália, Making learning visible – Valorisation of adult learning in informal
setting , em Outubro de 2010. O Projecto intitula-se Shape the Change e o CNO Penacova terá como parceiros 5
países: Itália (coordenador do projecto), Inglaterra, França, Bélgica e Irlanda. O projecto será desenvolvido ao longo de
2 anos e neste contexto serão planificadas e promovidas várias actividades, nomeadamente um workshop que acolherá
os países participantes e serão naturalmente envolvidos os adultos do Centro e a equipa CNO.
3. 2ª EDIÇÃO PÁGINA 3
Sessões de Júri e Entrega de Diplomas
Realizaram-se as seguintes sessões de
júri neste trimestre: dia 2 Maio, de nível
secundário; 6 de Junho de nível básico;
17 de Junho de nível secundário; 15 de
Julho de nível básico e dia 18 de Julho
de nível secundário.
Foi realizada também a sessão de
entrega de diplomas no dia 22 de Mar-
ço de 2011.
PARABÉNS a todos!!
Testemunhos reais
I Com doze anos saí Enquanto presidente do GSSDCR Miro, assinei um protocolo com o
Da escola de Lorvão CNO do Agrupamento de Escolas de Penacova, para que os funcioná-
Mais tarde eu resolvi rios da Instituição pudessem obter a certificação de nível básico e
Continuar a educação secundário.
II Já tirei o 9º ano
Eu próprio acabei por responder à chamada porque ia ter pela frente mais um
desafio aliciante e ambicioso e, como a minha vontade de aprender, supera o
O 12º está à espreita medo e o receio, foi esta a motivação principal de dizer presente e, acima de tudo,
Quero ver se o termino provar a mim mesmo que, apesar de não ter tido a oportunidade de continuar com
Para ficar satisfeita os meus estudos, porque tive de começar a trabalhar desde muito cedo para ajudar
os pais, até ao serviço militar obrigatório, não sou menos capaz do que aqueles
III À Drª Cláudia agradeço que seguiram um curso superior.
O ensino e compreensão Confesso que nunca me tinha passado pela cabeça passar para o papel a minha
Aos outros também não esqueço história de vida, as minhas recordações do passado, as actividades do presente a as
Para todos a minha gratidão preocupações do futuro. Não posso dizer que é tudo muito fácil, é preciso abdicar
IV Uma vida feliz vivi de muitos momentos de convivência familiar e de lazer, mas, sinto que está a valer
E espero continuar a pena, e quando terminar este resumo alargado da minha vida, irei-me sentir satis-
Por vezes também sofri feito por ter atingido um dos objectivos que era obter a certificação do nível
secundário.
Mas a vida é para amar.
Manuel Nogueira
Helena Silva Adulto Centro Novas Oportunidades
Adulta Centro Novas Oportunidades
Projecto LER+ no CNO
O CNO de Penacova vai candidatar-se ao Projecto Ler+no CNO.
Propomos que os nossos adultos tenham actividades no âmbito deste projecto: leitura de obras literárias;
elaboração de fichas de leitura que serão publicadas neste boletim e no nosso Blog; pesquisa na Internet de
informações sobre temas da actualidade e participação em actividades promovidas pela equipa da Biblioteca
Escolar, em que os adultos serão convidados a partilhar as suas experiências enquanto leitores, a recitar poemas, contar
histórias, apresentar textos dramatizados, etc.
As actividades propostas visam ajudar os adultos na elaboração do seu Portefólio Reflexivo de Aprendizagens e transmi-
tir-lhes alguns conhecimentos que facilitem a selecção e tratamento de informações, mas visa sobretudo reforçar o seu
gosto pela leitura.
Esperamos que o nosso projecto seja aprovado e que no próximo ano tenhamos o prazer de ler+ no CNO, tendo em
mente que “O verbo ler não suporta o imperativo… é uma aversão que compartilha com outros: o verbo amar... o verbo
sonhar...» Daniel Pennac, em “Como Um Romance”.
Celeste Simões - Formadora de LC e CLC
4. Centro Novas Oportunidades de Penacova
ROMPER O CÉU…PARA QUE O CÉU ENTREABERTO, NOS DEVOLVA A ESPERANÇA
Miró sentia a mão direita
Dr. Jorge de Sá demasiado sábia
Avaliador Externo e que de saber tanto
já não podia inventar nada.
Como conciliar a necessidade de reconhe- Quis então que desaprendesse
cer, validar e certificar competências- o muito que aprendera,
chave, com a necessidade de aprendizagens críticas e de afi m de reencontrar
uma educação para a solidariedade humana? a linha ainda fresca da esquerda.
Ávila (2008) refere que as sociedades actuais,
sejam elas centradas, na informação, no conhecimento ou Neste sentido, é possível que uma educação
na aprendizagem, convergem na importância que atri- ambidextra, plural, capaz de cruzar e integrar saberes, pos-
buem aos desafios que se colocam aos indivíduos e às sa beneficiar das tensões criativas entre, por um lado, a
organizações, não só as exigências são cada vez maiores, destreza de um a mão direita que de tão destra e sábia se
nomeadamente na esfera profissional, como tendem a transformou sinistramente num factor de puro hábito,
evoluir a um ritmo sem precedentes; é precisamente ajustamento e a amestração e, por outro lado, o discrepar,
perante as renovadas exigências cognitivas e comunica- aparentemente mais descentrado da tarefa, desajeitado e
cionais dos contextos que as noções de competência e de algo inábil, de um mão esquerda que, menos sábia e com-
competências-chave, adquirem uma importância crescen- petente, se assume mais livre e curiosa para aprender.
te. Tal como o pintor, que buscou novas vias, um
Lima, contrapõe uma formação capaz de resistir à “(…) «novo vocabulário de formas» e «um alfabeto pessoal»,
«adaptação dócil e aplicada à realidade», exigem sujeitos ganhando distância crítica da realidade mas imediata,
livres e autónomos em busca de aprendizagens livres e após ter «esgotado os recursos expressivos da sua particu-
conscientes, da apropriação, reconstrução e transforma- lar visão figurativa» (Malet, 1993, 2001), simbolicamente
ção do conhecimento e não do simples adestramento a concentrados numa mão excessivamente prefeita e ades-
partir de formação que cindem, que fragmentam tayloria- trada, também a educação durante toda a vida deve ser
namente e que reificam os sujeitos pedagógicos”, (Lima, orientada no sentido de resistir criticamente à mera
2007). subordinação perante o ajustamento funcional à realida-
“ (…) Uma aprendizagem critica, não mimética, de; promovendo para isso uma educação para a solidarie-
implica conhecer e seguir as regras heterónomas, mas dade humana, aprendizagens críticas e, sempre que neces-
também ser capaz de quebrá-las para assim, desaprenden- sário, situações de desaprendizagem que permitam rea-
do pode voltar a aprender; pressupõe consentir e aquies- prender e aprender o novo.
cer, mas também dissentir e resistir a certos valores e Procurando, desta forma, romper o céu, para
objectivos, exige intimidade com os conteúdos e as técni- que, como num dos trabalhos de Miró, datado dos anos
cas, mas as também distâncias crítica que fomente a sua 50, o céu, entreaberto, nos devolva a esperança. (…) “( Lima,
reinvenção talvez seguindo o exemplo de Miró, segundo 2007, págs. 145-146).
a tematização poética de João Cabral de Melo Neto, num A Escola é seguramente uma oportunidade de
excerto do seu poema O sim contra O sim, nos seja possível romper o céu…!
alcançar não a espontaneidade ou ingenuidade, mas a
inventividade e a frescura de uma aprendizagem nova: 19.07.2011, CNO do Agrupamento de Escolas de
Penacova
Centro Novas Oportunidades Penacova Perguntas e Respostas
(Bloco 1) Resposta:
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