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TIRINHAS
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OFICINA
Segundo Buridan, mestre e reitor da Universidade
    de Paris na primeira metade do século XIV, a
 vontade segue necessariamente ao intelecto, mas
     quando o intelecto julga iguais dois bens a
   vontade não pode decidir nem por um nem por
 outro, é o caso do asno colocado entre dois feixes
  iguais de feno. A imagem ao lado mostra como a
     presença de um segundo asno resolveria a
 questão e sugere um outro fator condicionante da
     vontade além do intelecto: a sociabilidade.
                                                          Farol da Filosofia
                                               © 2001. Israel de Alexandria
            http://ialexandria.sites.uol.com.br/charges/comuns/035ch.htm
Há milhões de anos, durante uma era glacial, quando
parte de nosso planeta esteve coberto por grandes
camadas de gelo, muitos animais, não resistiram ao frio
intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às
condições. Foi, então, que uma grande quantidade de
porcos-espinho, numa tentativa de se proteger e
sobreviver, começaram a se unir, juntar-se mais e mais.
Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E
todos juntos, bem unidos, agasalhavam uns aos outros,
aqueciam-se mutuamente, enfrentando por mais tempo
aquele frio rigoroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os
companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes
forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.
E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por
não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes.
Doíam muito… Mas essa não foi a melhor solução! Afastados,
separados, logo começaram a morrer de frio, congelados. Os que
não morreram voltaram a se aproximar pouco a pouco, com jeito,
com cuidado, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma
certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver
sem magoar, sem causar danos e dores uns nos outros. Assim,
suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.

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Tirinhas: Convivência

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  • 4.
  • 5.
  • 6. Segundo Buridan, mestre e reitor da Universidade de Paris na primeira metade do século XIV, a vontade segue necessariamente ao intelecto, mas quando o intelecto julga iguais dois bens a vontade não pode decidir nem por um nem por outro, é o caso do asno colocado entre dois feixes iguais de feno. A imagem ao lado mostra como a presença de um segundo asno resolveria a questão e sugere um outro fator condicionante da vontade além do intelecto: a sociabilidade. Farol da Filosofia © 2001. Israel de Alexandria http://ialexandria.sites.uol.com.br/charges/comuns/035ch.htm
  • 7. Há milhões de anos, durante uma era glacial, quando parte de nosso planeta esteve coberto por grandes camadas de gelo, muitos animais, não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições. Foi, então, que uma grande quantidade de porcos-espinho, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começaram a se unir, juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam uns aos outros, aqueciam-se mutuamente, enfrentando por mais tempo aquele frio rigoroso.
  • 8. Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito… Mas essa não foi a melhor solução! Afastados, separados, logo começaram a morrer de frio, congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar pouco a pouco, com jeito, com cuidado, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem magoar, sem causar danos e dores uns nos outros. Assim, suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.