O documento discute a história da educação a distância no Brasil desde 1728, quando o primeiro anúncio de aulas à distância foi publicado. Também aborda experiências pioneiras de rádio educação na Amazônia e a credibilização crescente dos cursos EAD oferecidos por universidades brasileiras.
1. Fórum 2 - Processo de Aprendizagem na EAD
Daniel da Silva Martins
Abro este texto alertando para o fato de EAD não é coisa nova.
Segundo Saraiva, 1996 de acordo com a pesquisa realizada pelo professor
Francisco José Silveira Lobo Neto, retiro algumas informações para traçar
esse itinerário: um primeiro marco da educação a distância foi o anúncio
publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de 1728, pelo professor
de taquigrafia Cauleb Phillips: "Toda pessoa da região, desejosa de
aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e
ser perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston."
Ao me remeter a realidade que vivi nos rincões do Amazonas quando
de minha infância e adolescência, lembro-me de ouvir no Radio a pilha de
meu avó aulas de alfabetização transmitidas diariamente a noite. Era o
Projeto Sumaúma. Os alunos ganhavam rádios e o material de estudo.
Tudo era simples, mas eficaz. Se reuniam a noite para ouvir as aulas que
eram transmitidas pela Rádio Nacional de Brasília em Ondas Tropicais –
OT. Parece filme, mas não, isto foi pura realidade. Sempre me encantei
com a educação. O rádio foi meu primeiro mestre. Ouvia todos os jornais.
Mesmo no interior eu era bem informado. Antes da internet já havia
informações disponíveis. Isso é uma discussão que merece destaque.
Voltemos ao trabalho. Como mostra a pesquisa, em 1728, já se pensou
partilhar e facilitar conhecimentos. Se fizermos uma ponte ate hoje, o que
fizemos foi evoluir como novas tecnologias. O Instituto Postal Brasileiro
educou milhares de pessoas na modalidade EAD. Alguém lembra?
Ainda segundo Saraiva (1996), Considera-se como marco inicial a
criação da EAD no Brasil se dá por Roquete-Pinto, entre 1922 e 1925, da
Rádio Sociedade do Rio de Janeiro e de um plano sistemático de utilização
educacional da radiodifusão como forma de ampliar o acesso à educação.
Vivemos em um país continental. Moramos em um Estado com
dimensões de país. Como não ver nesta modalidade EAD uma forma justa
de fazer como as pessoas tenham acesso a educação e educação de
qualidade? EAD não é sinônimo de facilidade. Minha experiência deste
aspecto é clara e contundente que fazer um curso EAD requer do educando:
disciplina, organização, metas, projeto, concentração, compromisso.
Põe-se muito em pauta a seriedade dos Cursos EAD. É um fato
quando nos deparamos com os mercenários da educação que sempre
2. aparecem também em curós presenciais, com um cardápio de cursos de má
qualidade e com Registros Oficiais, pasmem.
Percebo que a desconfiança tem dado lugar a credibilidade. Há no
Brasil inúmeras Universidades sérias que começam a tratar a aprendizagem
e a qualidade como metas. Dizer que hoje que fez uma Graduação em
curso a Distancia ainda é como dizer na década de 90 que fez em uma
Faculdade Particular. Esta realidade esta mudando na medida em que essa
modalidade busca qualificação dos seus cursos. Os investimentos em
sistemas, software, transmissão e dados, estúdios, profissionais, vem dando
essa credibilidade.
Onde entramos neste processo? Como profissionais em educação
precisamos nos preparar para adentrarmos e ocuparmos esta espaço.
Como? Saber lidar com todas as ferramentas deste contexto educacionais.
Lembram das convergências? É por ai! Aprenda tudo que estiver ao seu
alcance.
A aprendizagem não começa nos outros. As EAD tem sim, esse
poder de ensinar. Depende de como vemos a educação. É possível
aprender. Principalmente se nos imaginarmos em um mundo cheio de
obstáculos físicos de mobilidades urbanas. Mesmo com o atraso das
telecomunicações e acesso aos sistemas de informações. Afinal ainda há
vários meios de fazer EAD. Segundo Moran (2002) EAD é
ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente
juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por
tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também
podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o
telefone, o fax e tecnologias semelhantes. Posto isso ratifico como é
possível aprender nesta modalidade.
REFERENCIAS.
SARAIVA, Tereza. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL:
lições da história. Em Aberto, Brasília, ano 16. n.7ü. abr./jun. 1996.
MORAN, José Manuel. Novos caminhos do ensino a distância, no
Informe CEAD - Centro de Educação a Distância. SENAI, Rio de
Janeiro, ano 1, n.5, out-dezembro de 1994, páginas 1-3. Foi
atualizado tanto o texto como a bibliografia em 2002.