AS ORIGENS DA FILOSOFIA CRISTÃ
A religião cristã originária do judaísmo
surge e se desenvolve no contexto do
helenismo.
A cultura ocidental, da qual somos herdeiros
até hoje é a síntese entre o judaísmo, o
cristianismo e a cultura grega.
COMO SURGIU A RELAÇÃO?
O HELENISMO permitiu a aproximação entre a cultura
judaica e a filosofia grega que tornará possível mais
tarde, o surgimento de uma filosofia cristã.
Em Alexandria essas culturas convivem e se integram e
se fala várias línguas. Nessa época encontra-se uma
aproximação entre a cosmologia platônica e a narrativa
da criação do mundo.
O FIM DO MUNDO ANTIGO E O
INICIO DA ERA CRISTÃ
A idade média durou aproximadamente 1.000
anos. Muitos acreditam que ela representa o
período de trevas do conhecimento humano, ou
seja, o período em que os humanos não evoluíram
em seus conceitos sociais, científicos ou
filosóficos. Entretanto há muito que contestar
dado que houve o crescimento e amadurecimento
em algumas áreas como, por exemplo, o
surgimento dos modelos de escolas como
conhecemos assim como as faculdades. Também
temos o surgimento de grandes metrópoles, dos
contos de fadas, canções populares e muitos
outros.
Na mesma época, no Oriente, especialmente
nas regiões que haviam pertencido ao mais
célebre aluno de Aristóteles, Alexandre, a
cultura grega clássica, não por acaso,
continuava viva. Pensadores árabes e persas
como Al-Farabi, Averróis e Avicena incorporam
as ideias de Platão e Aristóteles, esquecidos
na Europa medieval, à cultura islâmica do
século 7 em diante. O mais curioso é que foi
preciso a expansão muçulmana na Ásia, África
e Espanha para levar os esquecidos filósofos
gregos de volta ao Ocidente.
Por meio de fontes islâmicas, pensadores
cristãos começaram a dar mais atenção às
obras aristotélicas e platônicas e acharam
pontos de compatibilidade entre o cristianismo
e a filosofia clássica, que alcança seu ápice
com Santo Anselmo, considerado o pai da
escolástica, aquele que melhor encontrou um
equilíbrio entre fé e razão.
GRAÇAS AOS ISLÃMICOS O
CRISTIANISMO CRESCEU?
AS ORIGENS DA FILOSOFIA CRISTÃ
Inicialmente o cristianismo não se distinguia
claramente do judaísmo e era visto como uma
seita reformista dentro da religião e da
cultura judaica.
São Paulo defende a concepção de uma
religião universal (esta é uma diferença
básica em relação ao judaísmo e as demais
religiões da época).
Podemos dizer que o fato da língua grega ser
a língua mais falada da época (como o inglês é
hoje) permitiu a concepção de uma religião
universal e que corresponde no plano
espiritual e religioso a concepção de império
no plano político e militar.
Consolidou-se com o imperador CONSTANTINO
batizado em 337 e sua institucionalização
como religião oficial.
Entretanto não havia ainda uma unidade no
cristianismo, mas a filosofia grega terá uma
importância fundamental nesse processo, quando as
discussões levaram a formulação de uma unidade de
doutrinação.
Os primeiros representantes pertencem a escola
neoplatônica cristã de Alexandria.
Uma questão que acompanhará todo o pensamento
medieval é um foco permanente de tensão que ficou
conhecido como o conflito entre razão e fé.
AS ORIGENS DA FILOSOFIA CRISTÃ
1º - Padres apostólicos – os apóstolos (São Paulo) – relação com
temas morais;
2º - Padres Apologistas – defendiam o cristianismo contra a filosofia
pagã (batizado);
3º - Patrística – Pretendia conciliação entre razão e fé – Santo
Agostinho (filosofia Platônica);
4º - Escolástica – sistematização da filosofia cristã – Santo (São)
Tomás de Aquino (Aristóteles);
AS FILOSOFIAS QUE
FUNDARAM A FÉ CRISTÃ
A FILOSOFIA PATRÍSTICA
Tornou-se necessário a Igreja Cristã explicar
seus preceitos (doutrina) às autoridades e ao
povo; ela então usou o trabalho de pregação e
conquista espiritual;
Padres da igreja elaboraram diversos textos
sobre fé e revelação cristã;
A igreja tentou dar a fé argumentos racionais
(conciliação a filosofia com o cristianismo);
Introduziu ideias desconhecidas para os
filósofos greco-romanos, como por ex., a ideia
de criação do mundo, de pecado original, de
Deus como trindade una, de encarnação e
morte de Deus, de juízo final ou de fim dos
tempos e ressurreição dos mortos, etc.
AGOSTINHO DE HIPONA
(SANTO AGOSTINHO)
Agostinho de Hipona(354 – 430 D.C).Agostinho
resume o final da Antiguidade e os primórdios
da Idade Média. Ele pesquisou muito outras
tendências filosóficas antes de se tornar
Cristão. A que se mostrou mais forte antes de
sua conversão foi a corrente Neoplatônica.
Agostinho desenvolveu, após sua conversão e
seus estudos, um conceito que fundia o
cristianismo com o neoplatonismo. Segundo ele,
Deus havia criado o mundo a partir do nada
(como dizia a bíblia) mas antes de Deus ter
criado o mundo, as ideias que o criaram já
existiam na cabeça de Deus. Ele atribuiu o
conceito das ideias eternas de Platão (ou da
doutrina de Plotino) a Deus e com isso juntou os
conceitos do Neoplatonismo e Cristianismo.
O que Deus fazia antes de criar o mundo?
Ps: Alguns historiadores afirmam que alguns padres
respondiam aos fiéis que faziam essa pergunta, da
seguinte maneira:
Ora, Deus criou o inferno para jogar todos àqueles que
fazem essa pergunta.
Mas quando perguntavam a Santo Agostinho o que Deus
fazia antes de criar o mundo, ele respondia com
sensatez:
“Deus é inventor do tempo, logo não havia antes.
Deus como SENHOR do tempo: " o ser é o tempo."
Mundo criado num ato livre do amor de Deus.
VAMOS FILOSOFAR AGORA...
Prosseguindo, Agostinho explica que entre Deus e o homem
há um abismo intransponível como cita a bíblia, refutando
a doutrina de Plotino sobre tudo ser uma coisa só, mas
afirma que somos seres espirituais (capazes de reconhecer
a Deus) que habitam em corpos materiais que sofrem a
corrosão do tempo. Agostinho também diz que toda a raça
humana foi amaldiçoada pelo pecado de Adão e Eva, por
isso somente Deus decidiria quem poderia ser levado ao
céu ou perecer no inferno. Ele usa as palavras de Paulo
aos Romanos onde Paulo diz que não nos cabe decidir pra
que fim viemos (céu ou inferno) assim como um punhado de
barro não pode decidir no que será usado pelo oleiro. Em
suma, Agostinho acredita que Deus já sabe o que
acontecerá com cada pessoa antes mesmo de
nascermos(DESTINO FATALISTA). Agostinho escreve uma
obra chamada “A CIDADE DE DEUS” onde deixa claro
todos esses pontos. Também fala sobre o que é reino de
Deus e reino do mundo assim como a afirmação de que não
há salvação fora da igreja.
AGOSTINHO DE HIPONA
(SANTO AGOSTINHO)
Como o mal pode existir no mundo já que foi criado por
Deus, que é pura perfeição e bondade?
Santo Agostinho introduziu a ideia de “homem interior”,
isto é, da consciência moral e do livre-arbítrio da vontade
(ou o poder da vontade para escolher entre alternativas
opostas igualmente possíveis), pelo qual o homem, por ser
dotado de liberdade para escolher entre o bem e o mal, é
o responsável pela existência do mal no mundo.
Então Se Deus é perfeito, por que existe a maldade?
Analogia atual com a física:
O Escuro não é uma substância (uma matéria)
É a ausência de Luz
O Frio não é uma substância (uma matéria)
É a ausência de calor
Então o mal....
VAMOS FILOSOFAR AGORA...
IDEIAS INTRODUZIDAS
PELA PATRÍSTICA
Agostinho argumenta em favor da supremacia do
espírito(metafisica) sobre o corpo(a matéria).
A alma teria sido criada por Deus para reinar sobre o corpo,
dirigindo-o para a prática do bem;
Quando o corpo se torna mais importante, assume o governo da
alma (surge a ideia de pecado);
Ser livre é servir a Deus, pois o prazer de pecar é escravidão.
Criação do mundo a partir do nada
Pecado Original - Explicações sobre a origem da imperfeição
humana, do sofrimento e da existência do mal
Juízo Final ou de fim dos tempos
Ressurreiçãodos mortos
A FILOSOFIA ESCOLASTICA
A Escolástica foi uma filosofia que esteve
inspirada nos ideais dos filósofos gregos
Aristóteles e Platão, além de ter uma
fundamentação cristã.
Lembre-se que na Idade Média (V-XV), a
Igreja possuía grande poder e comandava
diversos aspectos sociais, políticos e
econômicos.
A escolástica é um pensamento que estabelece
uma relação constante entre a fé a razão.
Porém é importante fazer uma observação: a fé
sempre vem antes da razão para os filósofos
escolásticos.
São Tomás de Aquino foi o principal filósofo
dessa corrente. Segundo ele, o segredo era
racionalizar o pensamento cristão, ou seja,
refletir sobre a aproximação entre a fé e a
razão.
Tomás de Aquino (1225 – 1274 D.C). Podemos
dizer que são Tomás cristianizou Aristóteles como
Agostinho fez com Platão. Isso era algo comum
para a época dado a predominância cristã.
Para são Tomás, só pela fé e pele revelação
cristã é que podemos chegar às verdades puras ou
“verdades da fé”. Contudo havia também, segundo
são Tomás, as “verdades naturais teológicas” ao
lado das verdades da fé. Por verdades naturais
teológicas se entendia que são às verdades que se
conhecem tanto pela fé cristã quanto pela razão.
São Tomas ilustrava isso quanto citava a
existência de um Deus. Você pode saber que Deus
existe pela fé ou pelo cominho de ver Sua
existência ao olhar para as coisas no mundo.
TOMÁS DE AQUINO
(SÃO TOMÁS)
Outro dito interessante de são Tomás é sobre como
podemos conhecer Deus. Ele dizia que ao lermos um livro
qualquer, podemos dizer algumas coisas sobre o autor. Não
dados pontuais como idade ou local onde mora (a não ser
que o autor faça questão de citar), mas podemos saber um
pouco da essência do autor pela sua obra. Assim somos nós
perante Deus ao estudarmos a bíblia. Podemos conhecer
melhor a essência de Deus quando estudamos Suas obras.
Aprofundando nisso, são Tomás acreditava em um grau de
existência e numa escala representativa até chegar a
Deus. Esse grau iniciaria nas plantas e animais, passaria
pelos homens e sua necessidade de reflexão para conhecer
a verdade, subiria para os anjos e seu conhecimento
instantâneo de tudo (por isso não precisam de um corpo e
também não morrem) chegando até o trono de Deus.
Infelizmente são Tomás também adquiriu a visão de
Aristóteles quando se tratava das mulheres. Para ele, as
mulheres eram homens mal formados, mas para são Tomás
isso se dissiparia no céu dado que todas as almas são iguais
perante Deus.
TOMÁS DE AQUINO
(SÃO TOMÁS)
TOMISMO: A EXISTÊNCIA DE
DEUS POR MEIO DA RAZÃO
(5 VIAS DE DEMONSTRAÇÃO)
Primeira via (prova)
Primeiro Motor Imóvel: Tudo o que se
move é movido por alguém,. Tudo há
que ter um primeiro motor que deu início
ao movimento existente e que por
ninguém foi movido. Esse
motor é Deus.
TOMISMO: A EXISTÊNCIA DE
DEUS POR MEIO DA RAZÃO
(5 VIAS DE DEMONSTRAÇÃO)
Segunda via (prova)
Causa eficiente (Primeira): todas as
coisas existentes dependem de alguma
causa. É necessário admitir a
existência de uma primeira causa eficiente,
responsável pela sucessão dos efeitos.
TOMISMO: A EXISTÊNCIA DE
DEUS POR MEIO DA RAZÃO
(5 VIAS DE DEMONSTRAÇÃO)
Terceira via (prova)
Ser Necessário e ser contingente: É preciso admitir que há
um ser que sempre existiu, um ser absolutamente necessário,
que não tenha fora de si a causa de sua existência, mas que
seja a causa dos seres contingentes.
Nem todos os seres podem serdesnecessáriosse não o
mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que
fundamente a existência dos seres contingentes e que não
tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser (DEUS).
TOMISMO: A EXISTÊNCIA DE
DEUS POR MEIO DA RAZÃO
(5 VIAS DE DEMONSTRAÇÃO)
Quarta via(Prova)
Ser Perfeito: Verifica-se que há graus de perfeição nos
seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer
graduação pressupõe um parâmetro máximo, logo
deve existir um ser que tenha este padrão máximo de
perfeição e que é a Causa da Perfeição dos demais
seres.
Esse ser é Deus.
TOMISMO: A EXISTÊNCIA DE
DEUS POR MEIO DA RAZÃO
(5 VIAS DE DEMONSTRAÇÃO)
Quinta via (prova)
Graus de perfeição/Inteligência Ordenadora: Existe uma
ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda
ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem
pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser
inteligente que dispôs o universo na forma
ordenada.
Esse ser é Deus.
VAMOS TESTAR NOSSOS CONHECIMENTOS...
(Uff 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual
foi a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a
verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito de certas questões da
religião. Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”,
ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira
refere-se a verdades da revelação que a razão humana não consegue
alcançar, por exemplo, entender como é possível Deus ser uno e trino. A
segunda modalidade é composta de verdades que a razão pode atingir, por
exemplo, que Deus existe.
A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o
pensamento de Tomás de Aquino.
a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade.
b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade
que Deus lhe concede.
c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por
seus meios naturais.
d) A Filosofiaé capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus.
e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode
conhecer d’Ele.
VAMOS TESTAR NOSSOS CONHECIMENTOS...
(UFF 2009) A Filosofia Medieval buscou a síntese entre a razão grega (a
filosofia) e a religião cristã (a fé). Por isto, seu tema central foi a relação
entre razão e fé. De acordo com Gilson, historiador da Filosofia
Medieval, “Uma dupla condição domina o desenvolvimento da filosofia
tomista: a distinção entre razão e fé, e a necessidade de sua
concordância. Todo o domínio da filosofia pertence exclusivamente à
razão; isso significa que a filosofia deve admitir apenas o que é
acessível à luz natural e demonstrável apenas por seus recursos. A
teologia baseia-se, ao contrário, na revelação, isto é, afinal de contas,
na autoridade de Deus. Os artigos de fé são conhecimentos de origem
sobrenatural, contidos em fórmulas cujo sentido não nos é
inteiramente penetrável, mas que devemos aceitar como tais, muito
embora não possamos compreendê-las. Portanto, um filósofo sempre
argumenta procurando na razão os princípios de sua argumentação; um
teólogo sempre argumenta buscando seus princípios primeiros na
revelação”.
A partir da perspectiva apresentada discorra
sobre a Filosofia Medieval.