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Capsulite
Adesiva
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM DISFUNÇÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS
SUPERVISOR:ALISSON GUIMBALA DOS SANTOS ARAÚJO
ALUNA: GILMAR ROBERTO BATISTA
DEFINIÇÃO
 Duplay(1872) descreve a rigidez dolorosa do ombro que chama de ankylose
fibreuse de l’épaule. Atribui a etiologia do processo a aderências fibrosas da
bolsa serosa subacromial e descreve seu tratamento pela manipulação do
ombro sob anestesia, naquela época, feita com clorofórmio.
 Codman(1934) cria a expressão ombro congelado (OC) para denominar os
casos de rigidez dolorosa do ombro, de longa duração e de início muitas vezes
relacionado com períodos de imobilização ou de desuso da articulação. Ele
afirmava serem os ombros congelados “uma classe de casos difícil de definir,
difícil de tratar e de explicar anatomopatologicamente”
 Neer(1990/1992) afirma que, por estar associado a várias doenças, o OC deve
ser considerado “mais um sintoma do que uma entidade clínica definida”.
FILHO,2005
EPIDEMIOLOGIA
 Mais de 2 milhões casos por ano Brasil.
 Capsulite adesiva é uma doença frequente ,3-5% da população geral e
que acomete mais o sexo feminino na faixa etária dos 40 aos 60 anos.
Hospital Israelita A. Einstein
FISIOPATOLOGIA
Ferreira Filho AA, 2005
 A Capsulite adesiva apresenta-se em quatro diferentes estágios, que são
muitas vezes de difícil definição entre si.
 O primeiro, pre-adesivo, e caracterizado por relação inflamatória sinovial,
sem diminuição do volume articular.
 No segundo sinovite adesiva aguda, há o início da diminuição do volume
articular e a formação de aderência entre a capsula e a cabeça umeral.
 No terceiro denominado maturação, há colabamento de recesso axilar e
regressão da sinovite.
 Em seu quarto estagio chamado de crônico as aderências estão retraídas,
com impotente limitação da mobilidade articular.
CAUSAS
 A etiologia da Capsulite Adesiva também continua incerta e as teorias
são variadas.
 No entanto, as evidências apontam para uma resposta inflamatória
crónica com subsequente fibrose capsular que possivelmente envolve o
aumento da deposição de citocinas como TGF- β, PDGF, TNF-α e IL-1
 As alterações encontradas incluem: contração e fibrose do ligamento
coracoumeral, espessamento e fibrose do intervalo dos rotadores,
contração da cápsula anterior e inferior, diminuição do volume articular
obliteração do recesso axilar e neovascularização
A. Pimentel,2011
CAUSAS
 Dentre as doenças destacam-se a diabetes ,as doenças da tireóide, as
alterações degenerativas cervicais, as doenças neurológicas centrais, a ação do
fenobarbital usado no combate às crises convulsivas, a tuberculose pulmonar e
a isquemia do miocárdio.
 Primário ou Idiopático: que contém o grupo em que ocorre a contratura
capsular que aparece após mínimo ou nenhum trauma e tem um processo
fibrótico intrínseco na cápsula; além disso, a etiologia é desconhecida;
 Secundário (intrínseco ou extrínseco): este grupo abrange os ombros rígidos
que apresentam etiologia ,pós-traumáticos, pós-infecciosos, imobilização
prolongada ,
Ferreira Filho AA, 2005
SINAIS E SINTOMAS
 A evolução clínica da Capsulite adesiva caracteriza-se por 3 fases:
 Fase 1 (Inflamatória / Dolorosa): aparece de maneira insidiosa, gradual, mal
localizada, com perda lenta e progressiva da mobilidade passiva e ativa do
ombro, e tem como sintoma principal a dor. Apresenta duração de 2 a 6
meses.
 Fase 2 (Rigidez): caracteriza-se pela limitação da mobilidade, principalmente
rotação externa, Limitação da abdução , com dor leve e persistente. Esta fase
pode variar de 6 a 24 meses.
 Fase 3 (Remissão da doença / “Descongelamento”) ocorre o retorno gradual
dos movimentos, de forma lenta e progressiva ao longo de meses. O período
de duração desta última fase pode variar de 6 a 12 meses.
FILHO,2005
DIAGNÓSTICO
 Não existe método de diagnóstico standard para esta condição sendo
feito com base no exame clínico, exclusão de outras patologias, aspeto
radiográfico normal e achados na Ecografia, Ressonância Magnética e
Artro Ressonância Magnética que têm nos últimos anos sido utilizadas
de forma crescente.
 O RX, pode apresentar diminuição do espaço articular entre a glenoidea
e a cabeça do úmero na incidência ântero-posterior, indicando retração
capsular.
 Artrografia avalia a integridade do manguito rotador e o volume articular
do ombro ,mostra já na primeira fase uma sinovite hipervascular. Na
segunda fase pode-se notar uma diminuição da hipervascularidade com
espessamento e contração capsular. Na terceira fase não se observa mais
a sinovite e ocorre uma diminuição da espessura da cápsula.
Lewis J. ,2014/Araújo 2012
DIAGNÓSTICO
 A RM é um meio auxiliar de diagnóstico não-invasivo efetivo não só para casos
em que há suspeita desta condição, mas também fornece informações que
podem ajudar o clínico a diferenciar entre os diferentes estádios da doença.
 Entre outros achados, são visualizáveis aspetos característicos desta condição
como: o espessamento do ligamento coracoumeral e capsular no intervalo dos
rotadores e recesso axilar (superior a 4mm) e ainda obliteração do espaço
subcoracoide pela cápsula espessada .
 Assim, a RM permite o diagnóstico precoce quando a clínica é inespecífica,
determinar possivelmente o estádio patofisiológico e ainda descartar outras
patologias do ombro.
 O diagnóstico precoce desta patologia é de extrema importância uma vez que
permite instituição de terapia antes da progressão do espessamento e
contratura da cápsula observados em estádios avançados.
A. Pimentel,2011
TRATAMENTO CONSERVADOR
 O tratamento deve ser focado na prevenção da progressão da lesão.
 Os tratamentos clínicos mais indicados são os anti-inflamatórios não
hormonais, juntamente com a fisioterapia .
 Métodos de preparação como o ultrassom terapêutico pode ser usado antes
das manipulações fisioterapêuticas e exercícios de alongamento manuais.
 Godinho et al. (1995). Defendem que o tratamento siga a história natural da
doença, ou seja, que se acompanhe a evolução prevenindo-se perda nas
aquisições espontâneas das amplitudes articulares obtidas ao longo do
período de regressão da doença.
Souza,2001/ Araújo 2012
TRATAMENTO CONSERVADOR
Mark Dutton,2010
TRATAMENTO CONSERVADOR
Mark Dutton,2010
TRATAMENTO CIRURGICO
 MANIPULAÇÃO SOB ANESTESIA: Se o progresso na reabilitação é
lento, o médico pode recomendar a manipulação sob anestesia geral,
será realizada uma manipulação para romper aderências capsulares.
 ARTROSCOPIA: A artroscopia permite combinara distensão da
articulação glenoumeral com uma série de outros procedimentos
como a libertação de aderências, a abertura do intervalo dos
rotadores, a capsulotomia circular, a seção do ligamento
coracohumeral.
 CIRURGIA ABERTA: Esta é atualmente utilizada com raridade,
podendo ser benéfica nos casos refratários à MSA e Distensão
artroscópica.
AVALIAÇÃO FISIOTERAPEUTICA
 NOME: Monica Patrícia Isabela Kress IDADE: 45 anos SEXO: ( ) M ( X ) F
 PROFISSÃO: Professora DIAGNOSTICO CLÍNCO: Capsulite adesiva com ruptura parcial do tendão do supra
espinhoso.
 TIPO DE CIRURGIA: N/R MÉDICO: Dr. Tomas Hubert
 ANAMNESE
 APRESENTAÇÃO DO PACIENTE: Paciente apresenta-se deambulando sem auxilio, bem asseada, colaborativa sem
alteração de humor.
 QUEIXA PRINCIPAL: Relata não poder elevar o braço esquerdo e dor ao movimento.
 HMP:HMA: HMF: Paciente Monica Patrícia Isabela Kress relatou que teve várias patologias ortopédicas durante sua
vida sendo ela sempre de forma insidiosa, citando síndrome do túnel do carpo a dois anos, epicondilite lateral e
posteriormente esporão de calcâneo durante o mesmo período. Em janeiro de 2016 começou a apresentar diminuição
de mobilidade do ombro quando executava seus alongamentos diários e aumentava a mobilidade após uma atividade
mais intensa. Em fevereiro de 2016 marcou consulta medica onde foi solicitado um exame de raio x e uma
ressonância magnética tendo como laudo Capsulite adesiva com ruptura parcial do tendão do supra espinhoso. A
paciente foi encaminhada para tratamento fisioterápico e está sob os cuidados na clínica de ortopedia da ACE durante
o período de quatro meses..
 HÁBITOS DE VIDA: Paciente etilista, tabagista socialmente, pratica atividades físicas de academia.
 PATOLOGIAS ASSOCIADAS: Hipotireoidismo. EXAMES COMPLEMENTARES: Não apresentou
 MEDICAMENTOS: Synthroid 125 mg 1 v/d Combiron 120 mg 1 v/d
DIAGNOSTICO CINESIOLOGICO
 Paciente Monica Patrícia Isabela Kress com 45 anos de idade com
diagnostico de Capsulite adesiva com rompimento parcial de tendão do
supra espinhoso de ombro direito, Na avaliação postural apresentou
cabeça inclinada para direita e rodada para esquerda, apresenta ombro
direito elevado e produzo, escapula elevada com báscula lateral e
abduzida, limitação de ADM ativo e passiva com Flexão 110º, extensão
25º, abdução 80º, adução 20º, rotação externa 10º, rotação interna 20º,
contraturas em musculo trapézio superior, médio, inferior, romboide,
deltoide anterior lateral e posterior, bíceps braquial, tríceps porção media.
Perimetria normal quando comparada com o lado sadio. Teste positivo de
Yergason e Teste de Apley.
OBJETIVOS e TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO
 Aumento e manutenção da ADM da articulação →
 Mobilização passiva em todos os eixos de movimento, exercícios de
alongamento ativo utilizando faixa e bastão, exercícios pendulares de Codman
com alteres de 1 kg. Liberação miofacial e ponto gatinho através de terapia
manual, massagem de fricção Cyriax.
 Adequação de trofismo e força muscular no braço afetado →
 Exercício resistido utilizando theraband e teratubos alteres de 1kg, exercícios
de proprioceptivo solo utilizando bozu, bola terapêutica, alteres, treino
pliométrico para os membros superiores
 Adequação da postura→ utilizando exercícios isométrico no solo utilizando faixas ,bolas
terapêuticas
PREVENÇÃO
 “Controle rigoroso do diabetes, evitar períodos de imobilização
prolongada (imobilização do ombro sem indicação médica),tratar
precocemente as doenças do ombro. Elas podem desencadear a Capsulite
adesiva secundária. Por isso é muito importante tratar a bursite, as
tendinites, a lesão do manguito rotador, etc”
 Dr Gustavo Borgo
REFERENCIAS
 Capsulite adesiva adhesive capsulitis Arnaldo Amado Ferreira filho. Rev Bras Ortop. 2005;40(10):565-74.
 Avaliação dos resultados do tratamento cirúrgico artroscópico da capsulite adesiva Marcio Cohen,1,*
Marcus Vinicius Amaral,1 Bruno Lobo Brandão,1 Marcelo Reis Pereira,2 Martim Monteiro,3 Geraldo da
Rocha Motta Filho4, 3 de agosto de 2012.
 Capsulite adesiva: revisão de imagem e tratamento.Harris G 1, Bou-Haidar P , Harris C2013
 PROTOCOLOS DE TRATAMENTO DA CAPSULITE ADESIVA - METANÁLISE Alisson Guimbala dos Santos
Araujo1 , Thayna Lais Meurer2

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Capsulite adesiva

  • 1. Capsulite Adesiva ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM DISFUNÇÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS SUPERVISOR:ALISSON GUIMBALA DOS SANTOS ARAÚJO ALUNA: GILMAR ROBERTO BATISTA
  • 2. DEFINIÇÃO  Duplay(1872) descreve a rigidez dolorosa do ombro que chama de ankylose fibreuse de l’épaule. Atribui a etiologia do processo a aderências fibrosas da bolsa serosa subacromial e descreve seu tratamento pela manipulação do ombro sob anestesia, naquela época, feita com clorofórmio.  Codman(1934) cria a expressão ombro congelado (OC) para denominar os casos de rigidez dolorosa do ombro, de longa duração e de início muitas vezes relacionado com períodos de imobilização ou de desuso da articulação. Ele afirmava serem os ombros congelados “uma classe de casos difícil de definir, difícil de tratar e de explicar anatomopatologicamente”  Neer(1990/1992) afirma que, por estar associado a várias doenças, o OC deve ser considerado “mais um sintoma do que uma entidade clínica definida”. FILHO,2005
  • 3. EPIDEMIOLOGIA  Mais de 2 milhões casos por ano Brasil.  Capsulite adesiva é uma doença frequente ,3-5% da população geral e que acomete mais o sexo feminino na faixa etária dos 40 aos 60 anos. Hospital Israelita A. Einstein
  • 4. FISIOPATOLOGIA Ferreira Filho AA, 2005  A Capsulite adesiva apresenta-se em quatro diferentes estágios, que são muitas vezes de difícil definição entre si.  O primeiro, pre-adesivo, e caracterizado por relação inflamatória sinovial, sem diminuição do volume articular.  No segundo sinovite adesiva aguda, há o início da diminuição do volume articular e a formação de aderência entre a capsula e a cabeça umeral.  No terceiro denominado maturação, há colabamento de recesso axilar e regressão da sinovite.  Em seu quarto estagio chamado de crônico as aderências estão retraídas, com impotente limitação da mobilidade articular.
  • 5. CAUSAS  A etiologia da Capsulite Adesiva também continua incerta e as teorias são variadas.  No entanto, as evidências apontam para uma resposta inflamatória crónica com subsequente fibrose capsular que possivelmente envolve o aumento da deposição de citocinas como TGF- β, PDGF, TNF-α e IL-1  As alterações encontradas incluem: contração e fibrose do ligamento coracoumeral, espessamento e fibrose do intervalo dos rotadores, contração da cápsula anterior e inferior, diminuição do volume articular obliteração do recesso axilar e neovascularização A. Pimentel,2011
  • 6. CAUSAS  Dentre as doenças destacam-se a diabetes ,as doenças da tireóide, as alterações degenerativas cervicais, as doenças neurológicas centrais, a ação do fenobarbital usado no combate às crises convulsivas, a tuberculose pulmonar e a isquemia do miocárdio.  Primário ou Idiopático: que contém o grupo em que ocorre a contratura capsular que aparece após mínimo ou nenhum trauma e tem um processo fibrótico intrínseco na cápsula; além disso, a etiologia é desconhecida;  Secundário (intrínseco ou extrínseco): este grupo abrange os ombros rígidos que apresentam etiologia ,pós-traumáticos, pós-infecciosos, imobilização prolongada , Ferreira Filho AA, 2005
  • 7. SINAIS E SINTOMAS  A evolução clínica da Capsulite adesiva caracteriza-se por 3 fases:  Fase 1 (Inflamatória / Dolorosa): aparece de maneira insidiosa, gradual, mal localizada, com perda lenta e progressiva da mobilidade passiva e ativa do ombro, e tem como sintoma principal a dor. Apresenta duração de 2 a 6 meses.  Fase 2 (Rigidez): caracteriza-se pela limitação da mobilidade, principalmente rotação externa, Limitação da abdução , com dor leve e persistente. Esta fase pode variar de 6 a 24 meses.  Fase 3 (Remissão da doença / “Descongelamento”) ocorre o retorno gradual dos movimentos, de forma lenta e progressiva ao longo de meses. O período de duração desta última fase pode variar de 6 a 12 meses. FILHO,2005
  • 8. DIAGNÓSTICO  Não existe método de diagnóstico standard para esta condição sendo feito com base no exame clínico, exclusão de outras patologias, aspeto radiográfico normal e achados na Ecografia, Ressonância Magnética e Artro Ressonância Magnética que têm nos últimos anos sido utilizadas de forma crescente.  O RX, pode apresentar diminuição do espaço articular entre a glenoidea e a cabeça do úmero na incidência ântero-posterior, indicando retração capsular.  Artrografia avalia a integridade do manguito rotador e o volume articular do ombro ,mostra já na primeira fase uma sinovite hipervascular. Na segunda fase pode-se notar uma diminuição da hipervascularidade com espessamento e contração capsular. Na terceira fase não se observa mais a sinovite e ocorre uma diminuição da espessura da cápsula. Lewis J. ,2014/Araújo 2012
  • 9. DIAGNÓSTICO  A RM é um meio auxiliar de diagnóstico não-invasivo efetivo não só para casos em que há suspeita desta condição, mas também fornece informações que podem ajudar o clínico a diferenciar entre os diferentes estádios da doença.  Entre outros achados, são visualizáveis aspetos característicos desta condição como: o espessamento do ligamento coracoumeral e capsular no intervalo dos rotadores e recesso axilar (superior a 4mm) e ainda obliteração do espaço subcoracoide pela cápsula espessada .  Assim, a RM permite o diagnóstico precoce quando a clínica é inespecífica, determinar possivelmente o estádio patofisiológico e ainda descartar outras patologias do ombro.  O diagnóstico precoce desta patologia é de extrema importância uma vez que permite instituição de terapia antes da progressão do espessamento e contratura da cápsula observados em estádios avançados. A. Pimentel,2011
  • 10. TRATAMENTO CONSERVADOR  O tratamento deve ser focado na prevenção da progressão da lesão.  Os tratamentos clínicos mais indicados são os anti-inflamatórios não hormonais, juntamente com a fisioterapia .  Métodos de preparação como o ultrassom terapêutico pode ser usado antes das manipulações fisioterapêuticas e exercícios de alongamento manuais.  Godinho et al. (1995). Defendem que o tratamento siga a história natural da doença, ou seja, que se acompanhe a evolução prevenindo-se perda nas aquisições espontâneas das amplitudes articulares obtidas ao longo do período de regressão da doença. Souza,2001/ Araújo 2012
  • 13. TRATAMENTO CIRURGICO  MANIPULAÇÃO SOB ANESTESIA: Se o progresso na reabilitação é lento, o médico pode recomendar a manipulação sob anestesia geral, será realizada uma manipulação para romper aderências capsulares.  ARTROSCOPIA: A artroscopia permite combinara distensão da articulação glenoumeral com uma série de outros procedimentos como a libertação de aderências, a abertura do intervalo dos rotadores, a capsulotomia circular, a seção do ligamento coracohumeral.  CIRURGIA ABERTA: Esta é atualmente utilizada com raridade, podendo ser benéfica nos casos refratários à MSA e Distensão artroscópica.
  • 14. AVALIAÇÃO FISIOTERAPEUTICA  NOME: Monica Patrícia Isabela Kress IDADE: 45 anos SEXO: ( ) M ( X ) F  PROFISSÃO: Professora DIAGNOSTICO CLÍNCO: Capsulite adesiva com ruptura parcial do tendão do supra espinhoso.  TIPO DE CIRURGIA: N/R MÉDICO: Dr. Tomas Hubert  ANAMNESE  APRESENTAÇÃO DO PACIENTE: Paciente apresenta-se deambulando sem auxilio, bem asseada, colaborativa sem alteração de humor.  QUEIXA PRINCIPAL: Relata não poder elevar o braço esquerdo e dor ao movimento.  HMP:HMA: HMF: Paciente Monica Patrícia Isabela Kress relatou que teve várias patologias ortopédicas durante sua vida sendo ela sempre de forma insidiosa, citando síndrome do túnel do carpo a dois anos, epicondilite lateral e posteriormente esporão de calcâneo durante o mesmo período. Em janeiro de 2016 começou a apresentar diminuição de mobilidade do ombro quando executava seus alongamentos diários e aumentava a mobilidade após uma atividade mais intensa. Em fevereiro de 2016 marcou consulta medica onde foi solicitado um exame de raio x e uma ressonância magnética tendo como laudo Capsulite adesiva com ruptura parcial do tendão do supra espinhoso. A paciente foi encaminhada para tratamento fisioterápico e está sob os cuidados na clínica de ortopedia da ACE durante o período de quatro meses..  HÁBITOS DE VIDA: Paciente etilista, tabagista socialmente, pratica atividades físicas de academia.  PATOLOGIAS ASSOCIADAS: Hipotireoidismo. EXAMES COMPLEMENTARES: Não apresentou  MEDICAMENTOS: Synthroid 125 mg 1 v/d Combiron 120 mg 1 v/d
  • 15. DIAGNOSTICO CINESIOLOGICO  Paciente Monica Patrícia Isabela Kress com 45 anos de idade com diagnostico de Capsulite adesiva com rompimento parcial de tendão do supra espinhoso de ombro direito, Na avaliação postural apresentou cabeça inclinada para direita e rodada para esquerda, apresenta ombro direito elevado e produzo, escapula elevada com báscula lateral e abduzida, limitação de ADM ativo e passiva com Flexão 110º, extensão 25º, abdução 80º, adução 20º, rotação externa 10º, rotação interna 20º, contraturas em musculo trapézio superior, médio, inferior, romboide, deltoide anterior lateral e posterior, bíceps braquial, tríceps porção media. Perimetria normal quando comparada com o lado sadio. Teste positivo de Yergason e Teste de Apley.
  • 16. OBJETIVOS e TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO  Aumento e manutenção da ADM da articulação →  Mobilização passiva em todos os eixos de movimento, exercícios de alongamento ativo utilizando faixa e bastão, exercícios pendulares de Codman com alteres de 1 kg. Liberação miofacial e ponto gatinho através de terapia manual, massagem de fricção Cyriax.  Adequação de trofismo e força muscular no braço afetado →  Exercício resistido utilizando theraband e teratubos alteres de 1kg, exercícios de proprioceptivo solo utilizando bozu, bola terapêutica, alteres, treino pliométrico para os membros superiores  Adequação da postura→ utilizando exercícios isométrico no solo utilizando faixas ,bolas terapêuticas
  • 17. PREVENÇÃO  “Controle rigoroso do diabetes, evitar períodos de imobilização prolongada (imobilização do ombro sem indicação médica),tratar precocemente as doenças do ombro. Elas podem desencadear a Capsulite adesiva secundária. Por isso é muito importante tratar a bursite, as tendinites, a lesão do manguito rotador, etc”  Dr Gustavo Borgo
  • 18. REFERENCIAS  Capsulite adesiva adhesive capsulitis Arnaldo Amado Ferreira filho. Rev Bras Ortop. 2005;40(10):565-74.  Avaliação dos resultados do tratamento cirúrgico artroscópico da capsulite adesiva Marcio Cohen,1,* Marcus Vinicius Amaral,1 Bruno Lobo Brandão,1 Marcelo Reis Pereira,2 Martim Monteiro,3 Geraldo da Rocha Motta Filho4, 3 de agosto de 2012.  Capsulite adesiva: revisão de imagem e tratamento.Harris G 1, Bou-Haidar P , Harris C2013  PROTOCOLOS DE TRATAMENTO DA CAPSULITE ADESIVA - METANÁLISE Alisson Guimbala dos Santos Araujo1 , Thayna Lais Meurer2