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O Ministério do Leitor Nuno Queirós Arciprestado de Aveiro Glória, 24 de Março 2011
Jesus, leitor na Sinagoga de Nazaré Lc 4, 16-21 	«Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-se para fazer a leitura. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a recuperação da vista aos cegos; …
Jesus, leitor na Sinagoga de Nazaré Lc 4, 16-21 	… a restituir a liberdade aos oprimidos, e a proclamar o ano da graça do Senhor”. Depois enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou, então, a dizer-lhes: “Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”».
IPerspectivaHistórica e Patrística
1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja S. Justino, Apologia I, 67 (c. 150) 	«No chamado dia do Sol, reúnem-se num mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou nos campos, e lêem-se, na medida em que o tempo o permite, as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas. Quando o leitor termina, o presidente toma a palavra para fazer uma exortação, convidando os presentes a imitar tão belos ensinamentos (…) Reunimo-nos todos precisamente no dia do Sol (…) porque Jesus Cristo, nosso Salvador, nesse dia ressuscitou dos mortos».
1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja Actas dos Mártires, Martírio de Pólio, 1(séc. II) 	«O presidente Probos disse: Que ofício desempenhais? Pólio respondeu: O de primeiro leitor. 	O presidente Probos disse: O que são os leitores? Pólio respondeu: São os que costumam ler ao povo a palavra divina…».
1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja S. Hipólito de Roma, Tradição Apostólica I, 11 (c. 215) 	«O leitor é instituído quando o bispo lhe entrega o livro, porque ele não recebe a imposição das mãos».
1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja O leitor nas cartas de S. Cipriano de Cartago (séc. III) 	«Sabei que fiz leitor a Saturus, ao qual, já antes tínhamos encarregado de fazer a leitura no dia de Páscoa». (Carta 29,2)
1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja «Aurélio merecia chegar aos mais altos graus da clericatura. No entanto, pensámos ser melhor fazê-lo começar pelo ofício de leitor, porque nada há que convenha mais a uma voz que confessou a Deus, do que soar na proclamação das divinas escrituras. Depois das palavras sublimes que deram testemunho de Cristo, convém que o confessor da fé leia o Evangelho de Cristo que dá força aos mártires e venha ao ambão, depois de ter  estado no suplício…
1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja … Aurélio foi exposto aos olhares dos pagãos; convém que o seja agora aos olhos dos irmãos. Fez-se ouvir lá com admiração do povo que o rodeava; deve fazer-se ouvir aqui para alegria dos irmãos reunidos. Sabei pois, irmãos, que ele foi instituído por mim e pelos meus colegas presentes. E fez-nos imediatamente a leitura, no dia do Senhor, inaugurando um ministério de paz ao começar as suas leituras». (Carta 38, II, 1-2)
1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja Escutar o leitor e imitar a sua fé 	«Como ele veio ter connosco com sinais evidentes de que o Senhor o aceitara, tendo-se tornado ilustre pelo testemunho e a admiração mesmo daquele que o perseguira, que podia eu fazer senão conduzi-lo ao ambão, que é o tribunal dos cristãos? Assim, olhando para nós de cima desse estrado elevado, visto de todo o povo, que ele passe a ler a Lei e o Evangelho do Senhor, que ele próprio vive com coragem e com fé…
1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja 	…Faça-se ouvir todos os dias na proclamação da palavra, a voz que confessou o Senhor. Em nenhum outro ministério um confessor da fé é tão útil a seus irmãos. Enquanto escutamos da sua boca o texto evangélico, cada um nada mais tem a fazer do que imitar a fé do leitor». (Carta 39, IV, 1-2)
1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica VI, Carta de Cornélio de Roma a Fábio de Alexandria, 43 (ano de 251) 	«Este vingador do Evangelho não sabia que deve haver um só bispo em cada Igreja católica? Nesta, ele não o ignorava, há 46 presbíteros, 7 diáconos, 7 subdiáconos, 42 acólitos, e 52 exorcistas, leitores e ostiários, todos alimentados por graça e bondade do Senhor».
2. Decadência 	O ministério do leitor foi paulatinamente esvanecido, primeiro em Roma e depois nas Igrejas do oriente e do Norte de África. 	No séc. VI, em Roma, o eclipse do ministério do leitor já era evidente. As funções que normalmente o leitor desempenhava foram sendo entregues a outros ministros a partir dos sécs. IV-V, ficando sem qualquer função própria. Santo Agostinho (354-430) ainda atesta que competia ao leitor entoar o salmo. A última função própria do leitor, antes do seu completo obscurecimento parece ter sido entoar o Aleluia antes do Evangelho.
2. Decadência 	Na reforma litúrgica do séc. VI o leitor ficou desprovido de qualquer função própria. O ritual da missa do Papa esqueceu mesmo a lembrança do leitor, pois nunca o cita na missa solene, e mesmo na missa quotidiana deixou de desempenhar qualquer serviço, a partir do dia em que S. Gregório Magno (c. 540-604) confiou a leitura da epístola e o canto do gradual ao subdiácono, o que vigorou até ao Concílio Vaticano II (1962-1965).
3. Restauração do Ministério do Leitor pelo Concílio Vaticano II Constituição SacrosanctumConcilium(4/ 12/1963) «Os leitores desempenham um autêntico ministério litúrgico. Exerçam, pois, o seu múnus com piedade autêntica e de modo que convém a tão grande ministério e que o Povo de Deus tem o direito de exigir. É, pois, necessário imbuí-los de espírito litúrgico (…) e formá-los para executarem perfeita e ordenadamente a parte que lhes compete». (SC 29)
3. Restauração do Ministério do Leitor pelo Concílio Vaticano II Instrução InterOecumenici(26/9/1964) «Nas missas não solenes, celebradas com a participação dos fiéis, as Leituras e a Epístola com os cânticos intercalares podem ser lidas por um leitor idóneo (…) enquanto o celebrante escuta, sentado». (IO 50)
IIO ministério do leitornaIgreja
1. As funções próprias dos leitores 	«O leitor é instituído para a função que lhe é própria, de ler a palavra de Deus nas assembleias litúrgicas. Por isso mesmo, na missa e nas demais acções sagradas, será ele a fazer as leituras da Sagrada Escritura (com excepção, porém, do Evangelho); na falta do salmista, será ele a recitar o salmo entre as leituras; quando não houver diácono ou cantor será ele a enunciar as intenções da oração universal; a dirigir o canto e a orientar a participação do povo fiel; a preparar os fiéis para a recepção digna dos Sacramentos. Poderá, além disso, na medida em que for necessário, ocupar-se da preparação de outros fiéis que, por encargo temporário, devam ler a Sagrada Escritura nas acções litúrgicas». (Carta Apostólica MinisteriaQuaedam, 5, de 15/8/1972)
2. Leitores instituídos 	Aos leitores instituídos é confiado o ministério do leitorado de modo estável e permanente, com um rito litúrgico próprio normalmente conferido pelo Bispo. 	Estes «devem exercer a sua função própria ao menos nos domingos e dias festivos, sobretudo na celebração principal» (OLM 51) 	A sua função não se limita a ler a Palavra de Deus na Liturgia, «também lhes pode ser confiado o ofício de ajudar na organização da liturgia da palavra» (OLM 51)
2. Leitores instituídos Devem saber manejar com os leccionários e neles procurar as leituras de cada celebração Organizar o grupo dos leitores ocasionais Devem estar inteiramente ao serviço da palavra e preocupar-se com a participação activa do maior número  possível de fiéis no ministério da leitura. «Na medida em que for necessário, ocupar-se da preparação de outros fiéis que, por encargo temporário, devam ler a Sagrada Escritura nas acções litúrgicas» (Ministeriaquaedam5)
3. Leitores não instituídos Os Leitores não instituídos, designados, nomeados ou ‘de facto’ exercem o ministério de forma supletiva e por cada vez que lêem, não sendo ministros permanentes da Palavra. «A assembleia litúrgica precisa de leitores, embora não instituídos para esta função» (OLM 52) Em cada comunidade há que procurar pessoas com mais capacidade para ler em público e prepará-las diligentemente para exercerem este ministério.
4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano  «Segundo a tradição, a função de proferir as leituras não é presidencial, mas ministerial. Por isso, as leituras são proclamadas por um leitor; mas o Evangelho é anunciado pelo diácono ou, na ausência deste, por outro sacerdote. Se, porém, não estiver presente o diácono nem outro sacerdote, leia o Evangelho o próprio sacerdote  celebrante; e se também faltar outro leitor idóneo, o sacerdote celebrante proclame igualmente as outras leituras». (IGMR 59)
4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano  «Na falta de leitor instituído, podem ser designados outros leigos para proclamar as leituras da Sagrada Escritura, desde que sejam realmente aptos para o desempenho desta função e se tenham cuidadosamente preparado, de tal modo que, pela escuta das leituras divinas, os fiéis desenvolvam no seu coração um afecto vivo e suave pela Sagrada Escritura». (IGMR 101)
4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano  O Ambão «A dignidade da palavra de Deus requer que haja na igreja um lugar adequado para a sua proclamação e para o qual, durante a liturgia da palavra, convirja espontaneamente a atenção dos fiéis. Em princípio, este lugar deve ser um ambão estável e não uma simples estante móvel. Tanto quanto a arquitectura da igreja o permita, o ambão dispõe-se de modo que os ministros ordenados e os leitores possam facilmente ser vistos e ouvidos pelos fiéis…
4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano  O Ambão …Do ambão são proferidas unicamente as leituras, o salmo responsorial e o precónio pascal. Podem também fazer-se do ambão a homilia e proporem-se as intenções da oração universal. A dignidade do ambão exige que só o ministro da palavra suba até ele». (IGMR 309) 	«Atenda-se a que os fiéis não somente possam ver (…) os leitores, mas também consigam ouvi-los comodamente, recorrendo aos meios da técnica moderna». (IGMR 311)
4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano  «Se estão presentes várias pessoas que podem exercer o mesmo ministério, nada obsta a que distribuam e desempenhem entre si as diversas partes desse ministério ou ofício. Por exemplo: (…) quando há mais que uma leitura, é preferível confiá-las a diversos leitores, e assim noutros casos. Mas não é conveniente que vários ministros dividam entre si um único elemento da celebração, por exemplo, a mesma leitura lida por dois, um após outro, a não ser que se trate da Paixão do Senhor» (IGMR 109) Não é conveniente = é possível fazê-lo em casos excepcionais, p. ex. missas com crianças ou jovens
4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano  «Na procissão de entrada, na ausência do diácono, o leitor, vestido com a veste aprovada, pode levar o Evangeliário um pouco elevado. Neste caso, vai à frente do sacerdote; se não, vai junto com os outros ministros» (IGMR 194) «Os acólitos, leitores e outros ministros leigos podem vestir a alva ou outra veste legitimamente aprovada pela Conferência Episcopal em cada região» (IGMR 339)
4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano  «Nos textos que devem ser proferidos claramente e em voz alta, quer pelo sacerdote ou pelo diácono, quer pelo leitor ou por todos, a voz deve corresponder ao género do próprio texto, conforme se trate de leitura, oração, admonição, aclamação ou cântico. Igualmente se há-de acomodar à forma da celebração e à solenidade da assembleia» (IGMR 38)
5. O Ministério do Leitor na Exortação Apostólica VerbumDomini «Na assembleia sinodal sobre a Eucaristia, já se tinha pedido maior cuidado com a proclamação da Palavra de Deus. Como é sabido, enquanto o Evangelho é proclamado pelo sacerdote ou pelo diácono, a primeira e a segunda leitura na tradição latina são proclamadas pelo leitor encarregado, homem ou mulher. Quero aqui fazer-me eco dos padres sinodais que sublinharam, também naquela circunstância, a necessidade de cuidar, com uma adequada formação, o exercício da função de leitor na celebração litúrgica, e de modo particular o ministério do leitorado que, enquanto tal, no rito latino, é ministério laical…
5. O Ministério do Leitor na Exortação Apostólica VerbumDomini 	… É necessário que os leitores encarregados de tal serviço, ainda que não tenham recebido a instituição no mesmo, sejam verdadeiramente idóneos e preparados com empenho. Tal preparação deve ser não apenas bíblica e litúrgica mas também técnica: “A formação bíblica deve levar os leitores a saberem enquadrar as leituras no seu contexto e a identificarem o centro do anúncio revelado à luz da fé. A formação litúrgica deve comunicar aos leitores uma certa facilidade em perceber o sentido e a estrutura da liturgia da palavra e os motivos da relação entre a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística…
5. O Ministério do Leitor na Exortação Apostólica VerbumDomini 	… A preparação técnica deve tornar os leitores cada vez mais idóneos na arte de lerem em público tanto com a simples voz normal, como com a ajuda dos instrumentos modernos de amplificação sonora” (OLM 55)»  Bento XVI, Exortação Apostólica VerbumDomini, 58 (10/9/2010)
O Ministério do Leitor Nuno Queirós Arciprestado de Aveiro Glória, 24 de Março 2011

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  • 2. Jesus, leitor na Sinagoga de Nazaré Lc 4, 16-21 «Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-se para fazer a leitura. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a recuperação da vista aos cegos; …
  • 3. Jesus, leitor na Sinagoga de Nazaré Lc 4, 16-21 … a restituir a liberdade aos oprimidos, e a proclamar o ano da graça do Senhor”. Depois enrolou o livro, entregou-o ao responsável e sentou-se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou, então, a dizer-lhes: “Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”».
  • 5. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja S. Justino, Apologia I, 67 (c. 150) «No chamado dia do Sol, reúnem-se num mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou nos campos, e lêem-se, na medida em que o tempo o permite, as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas. Quando o leitor termina, o presidente toma a palavra para fazer uma exortação, convidando os presentes a imitar tão belos ensinamentos (…) Reunimo-nos todos precisamente no dia do Sol (…) porque Jesus Cristo, nosso Salvador, nesse dia ressuscitou dos mortos».
  • 6. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja Actas dos Mártires, Martírio de Pólio, 1(séc. II) «O presidente Probos disse: Que ofício desempenhais? Pólio respondeu: O de primeiro leitor. O presidente Probos disse: O que são os leitores? Pólio respondeu: São os que costumam ler ao povo a palavra divina…».
  • 7. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja S. Hipólito de Roma, Tradição Apostólica I, 11 (c. 215) «O leitor é instituído quando o bispo lhe entrega o livro, porque ele não recebe a imposição das mãos».
  • 8. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja O leitor nas cartas de S. Cipriano de Cartago (séc. III) «Sabei que fiz leitor a Saturus, ao qual, já antes tínhamos encarregado de fazer a leitura no dia de Páscoa». (Carta 29,2)
  • 9. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja «Aurélio merecia chegar aos mais altos graus da clericatura. No entanto, pensámos ser melhor fazê-lo começar pelo ofício de leitor, porque nada há que convenha mais a uma voz que confessou a Deus, do que soar na proclamação das divinas escrituras. Depois das palavras sublimes que deram testemunho de Cristo, convém que o confessor da fé leia o Evangelho de Cristo que dá força aos mártires e venha ao ambão, depois de ter estado no suplício…
  • 10. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja … Aurélio foi exposto aos olhares dos pagãos; convém que o seja agora aos olhos dos irmãos. Fez-se ouvir lá com admiração do povo que o rodeava; deve fazer-se ouvir aqui para alegria dos irmãos reunidos. Sabei pois, irmãos, que ele foi instituído por mim e pelos meus colegas presentes. E fez-nos imediatamente a leitura, no dia do Senhor, inaugurando um ministério de paz ao começar as suas leituras». (Carta 38, II, 1-2)
  • 11. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja Escutar o leitor e imitar a sua fé «Como ele veio ter connosco com sinais evidentes de que o Senhor o aceitara, tendo-se tornado ilustre pelo testemunho e a admiração mesmo daquele que o perseguira, que podia eu fazer senão conduzi-lo ao ambão, que é o tribunal dos cristãos? Assim, olhando para nós de cima desse estrado elevado, visto de todo o povo, que ele passe a ler a Lei e o Evangelho do Senhor, que ele próprio vive com coragem e com fé…
  • 12. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja …Faça-se ouvir todos os dias na proclamação da palavra, a voz que confessou o Senhor. Em nenhum outro ministério um confessor da fé é tão útil a seus irmãos. Enquanto escutamos da sua boca o texto evangélico, cada um nada mais tem a fazer do que imitar a fé do leitor». (Carta 39, IV, 1-2)
  • 13. 1. O Ministério do Leitor nos primeiros séculos da Igreja Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica VI, Carta de Cornélio de Roma a Fábio de Alexandria, 43 (ano de 251) «Este vingador do Evangelho não sabia que deve haver um só bispo em cada Igreja católica? Nesta, ele não o ignorava, há 46 presbíteros, 7 diáconos, 7 subdiáconos, 42 acólitos, e 52 exorcistas, leitores e ostiários, todos alimentados por graça e bondade do Senhor».
  • 14. 2. Decadência O ministério do leitor foi paulatinamente esvanecido, primeiro em Roma e depois nas Igrejas do oriente e do Norte de África. No séc. VI, em Roma, o eclipse do ministério do leitor já era evidente. As funções que normalmente o leitor desempenhava foram sendo entregues a outros ministros a partir dos sécs. IV-V, ficando sem qualquer função própria. Santo Agostinho (354-430) ainda atesta que competia ao leitor entoar o salmo. A última função própria do leitor, antes do seu completo obscurecimento parece ter sido entoar o Aleluia antes do Evangelho.
  • 15. 2. Decadência Na reforma litúrgica do séc. VI o leitor ficou desprovido de qualquer função própria. O ritual da missa do Papa esqueceu mesmo a lembrança do leitor, pois nunca o cita na missa solene, e mesmo na missa quotidiana deixou de desempenhar qualquer serviço, a partir do dia em que S. Gregório Magno (c. 540-604) confiou a leitura da epístola e o canto do gradual ao subdiácono, o que vigorou até ao Concílio Vaticano II (1962-1965).
  • 16. 3. Restauração do Ministério do Leitor pelo Concílio Vaticano II Constituição SacrosanctumConcilium(4/ 12/1963) «Os leitores desempenham um autêntico ministério litúrgico. Exerçam, pois, o seu múnus com piedade autêntica e de modo que convém a tão grande ministério e que o Povo de Deus tem o direito de exigir. É, pois, necessário imbuí-los de espírito litúrgico (…) e formá-los para executarem perfeita e ordenadamente a parte que lhes compete». (SC 29)
  • 17. 3. Restauração do Ministério do Leitor pelo Concílio Vaticano II Instrução InterOecumenici(26/9/1964) «Nas missas não solenes, celebradas com a participação dos fiéis, as Leituras e a Epístola com os cânticos intercalares podem ser lidas por um leitor idóneo (…) enquanto o celebrante escuta, sentado». (IO 50)
  • 18. IIO ministério do leitornaIgreja
  • 19. 1. As funções próprias dos leitores «O leitor é instituído para a função que lhe é própria, de ler a palavra de Deus nas assembleias litúrgicas. Por isso mesmo, na missa e nas demais acções sagradas, será ele a fazer as leituras da Sagrada Escritura (com excepção, porém, do Evangelho); na falta do salmista, será ele a recitar o salmo entre as leituras; quando não houver diácono ou cantor será ele a enunciar as intenções da oração universal; a dirigir o canto e a orientar a participação do povo fiel; a preparar os fiéis para a recepção digna dos Sacramentos. Poderá, além disso, na medida em que for necessário, ocupar-se da preparação de outros fiéis que, por encargo temporário, devam ler a Sagrada Escritura nas acções litúrgicas». (Carta Apostólica MinisteriaQuaedam, 5, de 15/8/1972)
  • 20. 2. Leitores instituídos Aos leitores instituídos é confiado o ministério do leitorado de modo estável e permanente, com um rito litúrgico próprio normalmente conferido pelo Bispo. Estes «devem exercer a sua função própria ao menos nos domingos e dias festivos, sobretudo na celebração principal» (OLM 51) A sua função não se limita a ler a Palavra de Deus na Liturgia, «também lhes pode ser confiado o ofício de ajudar na organização da liturgia da palavra» (OLM 51)
  • 21. 2. Leitores instituídos Devem saber manejar com os leccionários e neles procurar as leituras de cada celebração Organizar o grupo dos leitores ocasionais Devem estar inteiramente ao serviço da palavra e preocupar-se com a participação activa do maior número possível de fiéis no ministério da leitura. «Na medida em que for necessário, ocupar-se da preparação de outros fiéis que, por encargo temporário, devam ler a Sagrada Escritura nas acções litúrgicas» (Ministeriaquaedam5)
  • 22. 3. Leitores não instituídos Os Leitores não instituídos, designados, nomeados ou ‘de facto’ exercem o ministério de forma supletiva e por cada vez que lêem, não sendo ministros permanentes da Palavra. «A assembleia litúrgica precisa de leitores, embora não instituídos para esta função» (OLM 52) Em cada comunidade há que procurar pessoas com mais capacidade para ler em público e prepará-las diligentemente para exercerem este ministério.
  • 23. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano «Segundo a tradição, a função de proferir as leituras não é presidencial, mas ministerial. Por isso, as leituras são proclamadas por um leitor; mas o Evangelho é anunciado pelo diácono ou, na ausência deste, por outro sacerdote. Se, porém, não estiver presente o diácono nem outro sacerdote, leia o Evangelho o próprio sacerdote celebrante; e se também faltar outro leitor idóneo, o sacerdote celebrante proclame igualmente as outras leituras». (IGMR 59)
  • 24. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano «Na falta de leitor instituído, podem ser designados outros leigos para proclamar as leituras da Sagrada Escritura, desde que sejam realmente aptos para o desempenho desta função e se tenham cuidadosamente preparado, de tal modo que, pela escuta das leituras divinas, os fiéis desenvolvam no seu coração um afecto vivo e suave pela Sagrada Escritura». (IGMR 101)
  • 25. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano O Ambão «A dignidade da palavra de Deus requer que haja na igreja um lugar adequado para a sua proclamação e para o qual, durante a liturgia da palavra, convirja espontaneamente a atenção dos fiéis. Em princípio, este lugar deve ser um ambão estável e não uma simples estante móvel. Tanto quanto a arquitectura da igreja o permita, o ambão dispõe-se de modo que os ministros ordenados e os leitores possam facilmente ser vistos e ouvidos pelos fiéis…
  • 26. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano O Ambão …Do ambão são proferidas unicamente as leituras, o salmo responsorial e o precónio pascal. Podem também fazer-se do ambão a homilia e proporem-se as intenções da oração universal. A dignidade do ambão exige que só o ministro da palavra suba até ele». (IGMR 309) «Atenda-se a que os fiéis não somente possam ver (…) os leitores, mas também consigam ouvi-los comodamente, recorrendo aos meios da técnica moderna». (IGMR 311)
  • 27. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano «Se estão presentes várias pessoas que podem exercer o mesmo ministério, nada obsta a que distribuam e desempenhem entre si as diversas partes desse ministério ou ofício. Por exemplo: (…) quando há mais que uma leitura, é preferível confiá-las a diversos leitores, e assim noutros casos. Mas não é conveniente que vários ministros dividam entre si um único elemento da celebração, por exemplo, a mesma leitura lida por dois, um após outro, a não ser que se trate da Paixão do Senhor» (IGMR 109) Não é conveniente = é possível fazê-lo em casos excepcionais, p. ex. missas com crianças ou jovens
  • 28. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano «Na procissão de entrada, na ausência do diácono, o leitor, vestido com a veste aprovada, pode levar o Evangeliário um pouco elevado. Neste caso, vai à frente do sacerdote; se não, vai junto com os outros ministros» (IGMR 194) «Os acólitos, leitores e outros ministros leigos podem vestir a alva ou outra veste legitimamente aprovada pela Conferência Episcopal em cada região» (IGMR 339)
  • 29. 4. O Ministério do Leitor na Instrução Geral do Missal Romano «Nos textos que devem ser proferidos claramente e em voz alta, quer pelo sacerdote ou pelo diácono, quer pelo leitor ou por todos, a voz deve corresponder ao género do próprio texto, conforme se trate de leitura, oração, admonição, aclamação ou cântico. Igualmente se há-de acomodar à forma da celebração e à solenidade da assembleia» (IGMR 38)
  • 30. 5. O Ministério do Leitor na Exortação Apostólica VerbumDomini «Na assembleia sinodal sobre a Eucaristia, já se tinha pedido maior cuidado com a proclamação da Palavra de Deus. Como é sabido, enquanto o Evangelho é proclamado pelo sacerdote ou pelo diácono, a primeira e a segunda leitura na tradição latina são proclamadas pelo leitor encarregado, homem ou mulher. Quero aqui fazer-me eco dos padres sinodais que sublinharam, também naquela circunstância, a necessidade de cuidar, com uma adequada formação, o exercício da função de leitor na celebração litúrgica, e de modo particular o ministério do leitorado que, enquanto tal, no rito latino, é ministério laical…
  • 31. 5. O Ministério do Leitor na Exortação Apostólica VerbumDomini … É necessário que os leitores encarregados de tal serviço, ainda que não tenham recebido a instituição no mesmo, sejam verdadeiramente idóneos e preparados com empenho. Tal preparação deve ser não apenas bíblica e litúrgica mas também técnica: “A formação bíblica deve levar os leitores a saberem enquadrar as leituras no seu contexto e a identificarem o centro do anúncio revelado à luz da fé. A formação litúrgica deve comunicar aos leitores uma certa facilidade em perceber o sentido e a estrutura da liturgia da palavra e os motivos da relação entre a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística…
  • 32. 5. O Ministério do Leitor na Exortação Apostólica VerbumDomini … A preparação técnica deve tornar os leitores cada vez mais idóneos na arte de lerem em público tanto com a simples voz normal, como com a ajuda dos instrumentos modernos de amplificação sonora” (OLM 55)» Bento XVI, Exortação Apostólica VerbumDomini, 58 (10/9/2010)
  • 33. O Ministério do Leitor Nuno Queirós Arciprestado de Aveiro Glória, 24 de Março 2011