1. O carro estava encosta-
do no meio-fio, com um pneu
furado. De pé ao lado do carro,
olhando desconsoladamente
para o pneu, uma moça muito
bonita. Tão bonita que atrás
parou outro carro e dele desceu
uma homem dizendo: ”Pode
deixar”.Eu trocarei o pneu.
- Você tem macaco?-
Perguntou o homem.
- Não – Respondeu a
moça.
- Vamos usar o meu –
disse o homem – Você tem
estepe?
- Não -disse a moça.
- Vamos usar o meu –
Disse o homem.
E pôs-se a trabalhar,
trocando o pneu, sob o olhar
da moça. Terminou no mo-
mento em que chegava o ôni-
bus que a moça estava espe-
rando. Ele ficou ali, suando, de
boca aberta, vendo o ônibus se
afastar. Dali a pouco chegou o
dono do carro.
- Puxa, você trocou o
pneu do carro pra mim. Muito
obrigado.
- É. Eu... Eu não posso
ver pneu furado. Tenho que
trocar.
- Coisa estranha.
- É uma compulsão.
Sei lá.
Pneu Furado (Luís Fernando Veríssimo)
NOME: _____________________________________________________________
E. M ANA CÂNDIDA EBLING DE OLIVEIRA
CARACTERÍSTICAS
A crônica é um texto
narrativo que:
É, em geral, curto;
Trata de problemas do
cotidiano, assuntos co-
muns, do dia a dia;
Traz as pessoas co-
muns como persona-
gens, sem nome ou com
nomes fictícios. As per-
sonagens não têm apro-
fundamento psicológi-
co, são apresentadas
em traços rápidos;
É organizada em torno
de um único problema;
Tem como objetivo en-
volver e emocionar o
leitor.
PROFESSOR DOUGLAS M. FONTES CRÔNICAS - 5º C
Atividades
1 – Por que o homem trocou o pneu do carro?
( ) Porque ele queria ser simpático com a moça.
( ) Porque ele tinha compulsão de trocar pneus.
( ) Porque era seu dever ajudar o próximo.
( ) Porque ele tinha estepe e macaco.
2 – O que ele sentiu vendo a moça entrar no ônibus?
( ) Raiva ( ) Espanto ( ) Gratidão ( ) Felicidade
3 – A reação do homem quando o dono do carro agradeceu por ele ter trocado o pneu foi de:
( ) Vergonha ( ) Satisfação ( ) Violência ( ) Timidez
4 – Quem conta a história é:
( ) A moça que esperava o ônibus ( ) O dono do carro que estava com o pneu furado
( ) Um narrador que participa da história ( ) Um narrador observador que está fora da história
5 – Leia o trecho e grife a alternativa que mostra um adjetivo da personagem:
“..De pé ao lado do carro, olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonita.”
( ) Lado ( ) Pneu ( ) Bonita ( ) Muito
6 – “O carro, estava encostado no meio-fio, com um pneu furado.” Faça um X na alternativa em
que as duas palavras são substantivos.
( ) carro , pneu ( ) furado, estava ( ) pneu , encostado ( ) com, pneu
DATA:____/____/________
2. A crônica humorística de Luís Fernando Veríssimo faz sentido pelo seu desfecho. Transcreva
abaixo o final dessa crônica, observando o argumento do autor para sua conclusão e o que
torna a crônica engraçada:
Pneu Furado
O carro estava encostado no meio-fio, com um pneu furado. De pé ao lado do carro,
olhando desconsoladamente para o pneu, uma moça muito bonita. Tão bonita que atrás parou
outro carro e dele desceu uma homem dizendo: ”Pode deixar”.Eu trocarei o pneu.
- Você tem macaco?- Perguntou o homem.
- Não – Respondeu a moça.
- Vamos usar o meu – disse o homem – Você tem estepe?
- Não -disse a moça.
- Vamos usar o meu – Disse o homem.
E pôs-se a trabalhar, trocando o pneu, sob o olhar da moça. _____________________
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Por que a crônica se torna humorística?
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O que a moça deve ter pensado?
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Atividade de escrita
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E. M ANA CÂNDIDA EBLING DE OLIVEIRA
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DATA:____/____/________
4. Imagine essa crônica escrita sob a visão do rapaz que teve o pneu do seu carro trocado. Pense a respeito e escreva
como seria essa crônica:
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Atividade de escrita — Autoria
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E. M ANA CÂNDIDA EBLING DE OLIVEIRA
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DATA:____/____/________
5. Noite na casa da serra, a luz apa-
gou. Entra o garoto:
– Pai, vó caiu na piscina.
– Tudo bem, filho.
O garoto insiste:
– Escutou o que eu falei, pai?
– Escutei, e daí? Tudo bem.
– Cê não vai lá?
– Não estou com vontade de cair
na piscina.
– Mas ela tá lá...
– Eu sei, você já me contou. Agora
deixe seu pai fumar um cigarrinho
descansado.
– Tá escuro, pai.
– Assim até é melhor. Eu gosto de
fumar no escuro. Daqui a pouco a
luz volta. Se não voltar, dá no mes-
mo. Pede à sua mãe pra acender a
vela na sala. Eu fico aqui mesmo,
sossegado.
– Pai...
– Meu filho, vá dormir. É melhor
você deitar logo. Amanhã cedinho
a gente volta pro Rio, e você custa
a acordar. Não quero atrasar a des-
cida por sua causa.
– Vó tá com uma vela.
– Pois então? Tudo bem. Depois
ela acende.
– Já tá acesa.
– Se está acesa, não tem problema.
Quando ela sair da piscina, pega a
vela e volta direitinho pra casa.
Não vai errar o caminho, a distân-
cia é pequena, você sabe muito
bem que sua avó não precisa de
guia.
– Por quê cê não acredita no que eu
digo?
– Como não acredito? Acredito
sim.
– Cê não tá acreditando.
– Você falou que a sua avó caiu na
piscina, eu acreditei e disse: tudo
bem. Que é que você queria que eu
dissesse?
– Não, pai, cê não acreditou ni
mim.
– Ah, você está me enchendo. Va-
mos acabar com isso. Eu acreditei.
Quantas vezes você quer que eu
diga isso? Ou você acha que estou
dizendo que acreditei mas estou
mentindo? Fique sabendo que seu
pai não gosta de mentir.
– Não te chamei de mentiroso.
– Não chamou, mas está duvidando
de mim. Bem, não vamos discutir
por causa de uma bobagem. Sua
avó caiu na piscina, e daí? É um
direito dela. Não tem nada de ex-
traordinário cair na piscina. Eu só
não caio porque estou meio resfria-
do.
– Ô, pai, cê é de morte!
O garoto sai, desolado. Aquele
velho não compreende mesmo na-
VÓ CAIU NA PISCINA (ANDRADE, Carlos Drummond de. Vó caiu na piscina. Rio de Janeiro: Ed. Record, 1996.)
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Atividades
DATA:____/____/________
da. Daí a pouco chega a mãe:
– Eduardo, você sabe que dona
Marieta caiu na piscina?
– Até você, Fátima? Não chega o
Nelsinho vir com essa ladainha?
– Eduardo, está escuro que nem
breu, sua mãe tropeçou, escorregou
e foi parar dentro da piscina, ou-
viu? Está com a vela acesa na mão,
pedindo para que tirem ela de lá,
Eduardo! Não pode sair sozinha,
está com a roupa encharcada, pe-
sando muito, e se você não for
depressa, ela vai ter uma coisa! Ela
morre, Eduardo!
– Como? Por que aquele diabo não
me disse isto? Ele falou apenas que
ela tinha caído na piscina, não ex-
plicou que ela tinha tropeçado,
escorregado e caído!
Saiu correndo, nem esperou a vela,
tropeçou, quase que ia parar tam-
bém dentro d’água.
– Mamãe, me desculpe! O menino
não me disse nada direito. Falou
que a senhora caiu na piscina. Eu
pensei que a senhora estava se ba-
nhando.
– Está bem, Eduardo – disse dona
Marieta, safando-se da água pela
mão do filho, e sempre empunhan-
do a vela que conseguira manter
acesa. – Mas da outra vez você vai
prestar mais atenção no sentido dos
verbos, ouviu? Nelsinho falou di-
reito, você é que teve um acesso de
burrice, meu filho!
1. Leia o trecho:
− Pai, vó caiu na piscina.
− Tudo bem filho.
a. O que Nelsinho quis dizer?
b. O que Eduardo entendeu?
2. No texto, predomina o diálogo, ou seja, as personagens conversam. Observe os sinais de pontuação e responda.
a. Para que serve os dois pontos?
b. Para que serve o travessão?
3. Qual é o clímax da história?
4. Você concorda com a fala de dona Marieta quando ela diz que o filho teve “acesso de burrice”? Explique.
5. Copie o texto trocando a linguagem coloquial pela culta.
6. Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e
chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o
trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um
luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de
cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal
fechado para voltar-se para mim:
– O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem
mesmo luar lá em cima?
Confirmei:
–Sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra -
pura, perfeita e linda.
– Mas, que coisa. . .
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva.
Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou
pensava em outra coisa.
– Ora, sim senhor. . .
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um
"muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse
feito um presente de rei.
Vocabulário
1.alvas=brancas
2.torpe=feia, nojenta
3.veementes=animados
A outra noite (Rubem Braga)
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1.Como era a noite vista pelo taxista e pelo amigo do narrador?
( ) calor e chuva ( ) vento e chuva ( ) luar lindo ( ) lua cheia
2. Como era a noite para o narrador?
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3. Considerando a maneira como é narrada, a reação do taxista (no final), pode-se inferir que ele ficou:
( ) sensibilizado com a conversa ( ) curioso por mais informações
( ) agradecido com o presente ( ) desconfiado com o pagamento
4. A outra noite a que o título se refere seria a vista somente pelo narrador ou aquela que o taxista e seu
amigo enxergavam?
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5. O que faz com que diferentes personagens vejam diferente noites?
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6. Que fato do cotidiano a crônica que você leu explora?
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7. Nesse texto, o narrador é personagem? Justifique sua resposta copiando um trecho do texto.
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7. Escreva aqui as respostas das atividades do texto “Vó caiu na piscina”. Coloque o número da pergunta.
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Folha de Respostas
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8. Começou a história com a senhora prometendo ao filhinho que levava para ver o elefante. Pro-
metido é devido, a senhora foi para o Jardim Zoológico da Quinta da Boa Vista e parou diante do ele-
fante. O garotinho achou o máximo e não resta dúvida que, pelo menos dessa vez, o explorado adjetivo
estava bem empregado. Mas sabem como é criança, nem com o máximo se conforma:
- Mãe, eu quero ver o elefante de cima.
Taí um troço difícil: ver um elefante de cima. Mas se criança é criança, mãe é mãe. A senhora
levantou o filho nos braços, na esperança de que ele se contentasse. Foi quando se deu o fato principal
da história. A bolsa da senhora caiu perto da grade e o elefante botou a tromba para fora da jaula, apa-
nhou a bolsa e comeu.
E agora? Tava tudo dentro da bolsa: chave do carro, dinheiro, carteira de identidade, maquia-
gem, enfim, essas coisas que as senhoras levam na bolsa. A senhora ficou muito chateada, principal-
mente porque não podia ficar ali assim... Como direi?...Ficar esperando que o elefante devolvesse por
outras vias a bolsa que engoliu.
Era uma senhora ponderada, do contrário, na sua raiva teria gritado:
- Prendam este elefante!
Pedido, de resto, inútil, porque o elefante já estava preso. Mas isso tudo ocorreu numa segunda-
feira. Dias depois ela telefonou para o diretor do Jardim Zoológico, na esperança de que o elefante já
tivesse completado o chamado ciclo alimentar.
Não tinha. Pelo menos em relação à bolsa, não tinha. O diretor é que estava com a bronca ar-
mada:
- O que é que a senhora tinha na bolsa? O elefante está passando mal – disse o diretor.
E a senhora começou a imaginar uma dor de barriga de elefante. É fogo...lá deviam estar diver-
sos faxineiros de plantão.
- Se o elefante morrer, teremos grande prejuízo – garantia o diretor – não só com a morte do
animal como também com o féretro. A Senhora já imaginou quanto está custando enterro de elefante?
A senhora imaginou, porque tinha contribuído para o enterramento de uma tia velha, dias antes.
E a tia até que era mirradinha.
Deu-se então o inverso. Já não era ela que reclamava da bolsa, era o diretor que reclamava pela
temeridade da refeição improvisada. Para que ele ficasse mais calmo, a dona da bolsa falou:
- Olha, na bolsa tinha um tubo de “Librium”, que é um tranquilizante.
Até agora o diretor não sabe (pois ela desligou) se a senhora falou no tranquilizante para expli-
car que não era preciso temer pela saúde do elefante, ou se para ele tomar quando a bolsa reaparecesse.
A bolsa ou o elefante (Stanislaw Ponte Preta )
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