1. Planeta Mercúrio
Mercúrio é o mais próximo planeta do Sol e portanto o primeiro dos
quatro planetas rochosos do sistema solar. Ele também é o menor
planeta do nosso sistema, com diâmetro aproximadamente 40%
menor do que o da Terra e 40% maior do que o da Lua. É até menor
do que Ganímedes, uma das luas de Júpiter e Titã, uma lua de
Saturno. Mercúrio teve o seu nome atribuído pelos romanos baseado
no mensageiro dos deuses, de asas nos pés, porque parecia mover-se
mais depressa do que qualquer outro planeta.
Ambiente geral
Se um explorador andasse pela superfície de Mercúrio, veria um
mundo semelhante ao solo lunar. Os montes ondulados e cobertos de
poeira foram erodidos pelo constante bombardeamento de meteoritos.
Existem escarpas com vários quilômetros de altura e centenas de
quilômetros de comprimento. A superfície está ponteada de crateras. O
explorador notaria que o Sol parece duas vezes e meia maior do que
na Terra; no entanto, o céu é sempre negro porque a pouca atmosfera
que tem não é decerto suficiente para causar a dispersão da luz. Se o
explorador olhasse fixamente para o espaço, veria duas estrelas
brilhantes. Veria uma com tonalidade creme, Vénus, e a outra azul,
que seria a Terra.
2. Satélites
Mercúrio é um dos dois planetas que orbitam o Sol que não tem satélites conhecidos,
além de Vênus. Mercúrio e Vênus são considerados quot;planetas sem-luaquot;.
História do Conhecimento sobre o Planeta
1610 - O astrônomo italiano Galileu Galilei faz a primeira observação
de Mercúrio através de um telescópio. Em 1631 - O astrônomo francês
Pierre Gassendi faz a primeira observação com telescópio de um
trânsito de Mercúrio frente ao Sol. Em 1639 - O astrônomo italiano
Giovanni Zupus descobriu que Mercúrio tinha fases (como a Lua),
evidência que o planeta circunda o Sol e em 1841 - O astrônomo
alemão Johann Franz Encke faz a primeira medição da massa de
Mercúrio, usando as perturbações gravitacionais sobre o Cometa
Encke.
Antes da Mariner 10, pouco era conhecido sobre Mercúrio por causa da
dificuldade de o observar com os telescópios, da Terra. Na máxima
distância, visto da Terra, está apenas a 28 graus do Sol. Por isso, só
pode ser visto durante o dia ou imediatamente antes do nascer-do-Sol
ou imediatamente depois do pôr-do-Sol. Quando observado ao
amanhecer ou ao anoitecer, Mercúrio está tão baixo no horizonte, que
a luz tem que passar através do equivalente a 10 vezes a camada da
atmosfera terrestre que passaria se Mercúrio estivesse diretamente por
cima de nós.
Durante a década de 1880, Giovanni Schiaparelli criou um esquema
onde mostrava algumas estruturas de Mercúrio. Ele concluiu que
Mercúrio deveria estar quot;presoquot; ao Sol de modo a acompanhar o seu
movimento, tal como a Lua está quot;presaquot; à Terra. Em 1962, radio-
astrónomos estudaram as emissões rádio de Mercúrio e concluíram que
o lado escuro é quente demais para estar preso, acompanhando o
movimento. Era de esperar que fosse muito mais frio se estivesse
sempre virado para o lado oposto ao Sol. Em 1965, os rádio-
astrônomos americanos Gordon Pettengill e Rolf Dyce calcularam o
período de rotação de Mercúrio como sendo de 59 +- 5 dias baseado
em observações de radar. Mais tarde, em 1971, Goldstein melhorou o
cálculo do período de rotação para 58.65 +- 0.25 dias por meio de
observações do radar. Após observações mais próximas obtidas pela
Mariner 10, o período foi definido como sendo de 58.646 +- 0.005
dias.
3. Características orbitais
Raio orbital médio: 57.910.000 km
Periélio: 46,001,200 km
Afélio: 69,816,900 km
Excentricidade: 0.20563069
Período orbital: 87 dias e 23 horas
Velocidade orbital média: 47.87 km/s
Inclinação: 7.004°
Satélites naturais: -
Características físicas
Diâmetro equatorial: 4879.4 km
Área da superfície: 7.5 × 107 km²
Massa: 3.302×1023 kg
Densidade média: 5.43 g/cm³
Aceleração gravítica á 2.78 m/s2
superfície:
Velocidade de escape: 11,18 km/s
Período de rotação: 58 dias 15.5 horas
Inclinação axial: 0.01°
Albedo: 0.10-0.12
Temperatura á superfície: min méd máx
90 K 440 K 700 K
4. Atmosfera
Pressão atmosférica: Traços
Composição: 31.7% de Potássio
24.9% de Sódio
9.5% de Oxigênio Atômico
7.0% de Argônio
5.9% de Hélio
5.6% de Oxigênio molecular
5.2% de Nitrogênio
3.6% de Dióxido de
Carbono
3.4% de Água
3.2% de Hidrogênio
Rotação
Apesar de Mercúrio não estar preso ao Sol, o seu período de rotação
está relacionado com o período orbital. Mercúrio roda uma vez e meia
por cada órbita. Por causa desta relação de 3:2, um dia em Mercúrio
(desde o nascer do Sol até ao nascer do Sol do dia seguinte) dura 176
dias terrestres, conforme se mostra no diagrama seguinte. Mercúrio
leva 59 Dias para completar uma rotação completa em si mesmo.
No passado distante de Mercúrio, o seu período de rotação deve ter
sido menor. Os cientistas especularam que a rotação deve ter sido de
cerca de 8 horas, mas ao longo de milhões de anos foi gradualmente
retardando por influência do Sol. Um modelo deste processo mostra
que este retardamento levaria 109 anos e deveria ter elevado a
temperatura interior de 100 graus Kelvin.
Mariner 10
Muitas das descobertas científicas sobre Mercúrio vêm da sonda
espacial Mariner 10 que foi lançada em 3 de Novembro de 1973. Ela
passou em 29 de Março de 1974 a uma distância de 705 quilómetros
da superfície do planeta. Em 21 de Setembro de 1974 passou Mercúrio
pela segunda vez e em 16 de Março de 1975 pela terceira vez. Durante
estas visitas, foram obtidas mais de 2,700 fotografias, cobrindo 45%
da superfície de Mercúrio. Até esta altura, os cientistas não
suspeitavam que Mercúrio tinha um campo magnético. Eles pensavam
que, por Mercúrio ser pequeno, o seu núcleo teria solidificado há muito
tempo. A presença de um campo magnético indica que o planeta tem
um núcleo de ferro que está pelo menos parcialmente fundido. Os
5. campos magnéticos são gerados pela rotação de um núcleo condutivo
fundido e este efeito é conhecido por efeito de dínamo.
A Mariner 10 mostrou que Mercúrio tem um campo magnético que tem
aproximadamente 0,1% da intensidade do campo magnético da Terra.
Este campo magnético está inclinado 7 graus em relação ao eixo de
rotação de Mercúrio e produz uma magnetosfera à volta do planeta. A
origem do campo magnético é desconhecida. Pode ser produzido pelo
núcleo de ferro parcialmente líquido no interior do planeta. Outra
origem do campo pode ser a magnetização remanescente das rochas
férreas que foram magnetizadas quando o planeta tinha um campo
magnético forte, durante a sua juventude. Quando o planeta arrefeceu
e solidificou, a magnetização remanescente permaneceu.
Densidade
Já antes da Mariner 10, sabia-se que Mercúrio tinha uma alta
densidade. A sua densidade é de 5.44 g/cm3 que é comparável à
densidade da Terra, de 5.52g/cm3. Num estado não comprimido a
densidade de Mercúrio é 5.5 g/cm3 enquanto a da Terra é apenas 4.0
g/cm3. Esta alta densidade indica que o planeta é constituído por 60 a
70 por cento em peso de metal e 30 por cento em peso de silicatos.
Isto dá um núcleo com um raio de 75% do raio do planeta e um
volume do núcleo de 42% do volume do planeta.
Características da Superfície
As fotografias obtidas pela Mariner 10 mostram um mundo que parece
a Lua. Está crivado de crateras, contém bacias de anéis e muitas
correntes de lava. As crateras variam em tamanho desde os 100
metros (a resolução de imagem menor que se consegue obter pela
Mariner 10) até 1,300 quilómetros e estão em vários estados de
conservação. Algumas são recentes com arestas vivas e raios
brilhantes. Outras estão altamente degradadas, com arestas que foram
suavizadas pelo bombardeamento de meteoritos. A maior cratera em
Mercúrio é a bacia Caloris Planitia. Uma bacia foi definida por William K
Hartmann & Gerard Peter Kuiper (1962) como uma quot;depressão circular
larga com anéis concêntricos distintos e linhas radiais.quot; Outros
consideram cada cratera com mais de 200 quilómetros como uma
bacia. A bacia Caloris tem 1,300 quilómetros de diâmetro, e
provavelmente foi causada por um projéctil com uma dimensão de
mais de 100 quilómetros. O impacto produziu uma elevação com anéis
concêntricos com três quilómetros de altura e expeliu matéria pelo
6. planeta até uma distância de 600 a 800 quilómetros. (Outro bom
exemplo de uma bacia com anéis concêntricos é a região Valhalla em
Callisto, uma lua de Júpiter.) As ondas sísmicas produzidas pelo
impacto em Caloris concentraram-se no outro lado do planeta e
provocaram uma zona de terreno caótico. Após o impacto, a cratera foi
parcialmente cheia com lava. Mercúrio está cheio de grandes
penhascos ou escarpas que aparentemente se formaram quando
Mercúrio arrefeceu e sofreu uma compressão de alguns quilómetros.
Esta compressão produziu uma crusta enrugada com escarpas de
quilómetros de altura e centenas de quilómetros de comprimento.
A maior parte da superfície de Mercúrio está coberta de planícies.
Muitas delas são antigas e crivadas de crateras, mas algumas das
planícies têm menos crateras. Os cientistas classificaram estas
planícies como planícies intercrateras e planícies suaves. Planícies
intercrateras estão menos saturadas de crateras que têm menos de 15
quilómetros de diâmetro. Estas planícies provavelmente foram
formadas quando as correntes de lava cobriram os terrenos mais
antigos. As planícies suaves são recentes com poucas crateras.
Existem planícies suaves à volta da bacia Caloris. Em algumas áreas
podem ser vistas pequenas porções de lava a preencher as crateras.
Mercúrio visto do seu extremo sul
Formação do Planeta
A história da formação de Mercúrio é semelhante à da Terra. Há cerca
de 4.5 bilhões de anos formaram-se os planetas. Esta foi uma época
de bombardeamento intenso sobre os planetas, que eram atingidos
pela matéria e fragmentos da nebulosa de que foram formados. Logo
no início desta formação, Mercúrio provavelmente ficou com um núcleo
metálico denso e uma crusta de silicatos. Depois do intenso período de
bombardeamento, correntes de lava percorreram o planeta e cobriram
a crusta mais antiga. Por esta altura, já muitos dos fragmentos tinham
desaparecido e Mercúrio entrou num período de bombardeamento mais
ligeiro. Durante este período foram formadas as planícies intercrateras.
7. Então Mercúrio arrefeceu. O núcleo contraiu-se o que por sua vez
quebrou a crosta e produziu as escarpas. Durante o terceiro estágio, a
lava correu pelas regiões mais baixas, produzindo as áreas mais
planas. Durante o quarto estágio, bombardeamentos de
micrometeoritos criaram uma superfície de poeira que é conhecida por
regolito. Alguns meteoritos pouco maiores atingiram a superfície e
produziram as crateras de raios luminosos. Além de colisões ocasionais
de meteoritos, a superfície de Mercúrio já não é activa e permanece no
mesmo estado de há milhões de anos.
Símbolo de Mercúrio:
Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Merc%C3%BArio_(planeta)
http://indoafundo.com