GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
Resposta das questôes os sertões- euclides da cunha
1. QUESTÕES
1) OS SERTÕES DE EUCLIDES DA CUNHA RETRATA AS CONDIÇÕES DE VIDA DE UM
POVO MISERÁVEL E ATRASADOS CULTURALMENTE, O QUE FACILITOU O
CRESCIMENTO DO MISTICISMO E O FANATISMO RELIGIOSO. COM ISSO CRIA-SE
UMA SITUAÇÃO PROPÍCIA À ATUAÇÃO DE LÍDERES RELIGIOSOS COM
PROMESSAS DE PARAÍSO E REDENÇÃO. NUMA VISÃO DETERMINISTA, EUCLIDES
DA CUNHA DIVIDE A OBRA EM PARTES. QUAIS SÃO ELAS?
A Terra, O Homem e ALuta.
2) A PARTIR DA TEORIA DETERMINISTA, EXPLIQUE COMO O AUTOR TRABALHA AS
TRÊS PARTES DA OBRA?
Tentando entender como aparece o determinismo exposto na obra, Euclides deixou claro em
“Os Sertões” seu ponto de vista no que se refere ao racismo. Como a maioria da época, acreditava
numa “raça superior”, e em sua íntima relação com os de pele clara.
O determinismo considerava o mestiço brasileiro uma raça inferior, e Euclides
compartilhava desta visão. É tanto que escreveu na Nota Preliminar do livro, p.1, por exemplo:
“Intentamos esboçar, palidamente embora, ante o olhar de futuro historiadores, os traços atuais
mais expressivos das sub-raças sertanejas do Brasil. E fazemo-lo porque a sua instabilidade de
complexos, aliada às vicissitudes históricas e deplorável situação mental em que jazem, as tornam
talvez destinadas a próximo desaparecimento ante as exigências crescentes da civilização.”
A Nota Preliminar da obra mostra ainda, de uma maneira resumida, qual é a base teórica do
autor. Quando Euclides usa termos como “sub-raça sertaneja”, ele admite ser adepto do
determinismo biológico, onde o meio é visto como modificador dos homens, como força que os
pressiona e os envolve, modelando as nações da mesma forma que a cultura modela o indivíduo.
Como exemplo, pode-se citar que o determinismo considerava o mestiço brasileiro uma raça
inferior, e Euclides da Cunha compartilhava dessa visão. O determinismo julgava ainda que o
homem é produto do meio (geografia), da raça (hereditariedade) e do momento histórico (cultura).
O autor faz uma análise brilhante da psicologia do sertanejo e de seus costumes.
Em seu livro, Cunha mostra que a marcha do desenvolvimento poderia avançar sobre o
sertão, porém, a Campanha de Canudos constituía em um retrocesso, um crime. Este é o primeiro
grande contraste de uma obra cheia deles: os homens desenvolvidos do sul e do litoral que deveriam
civilizar a sub-raça que vivia isolada na “terra ignota, p.3” do interior, leva na verdade a morte para
homens, mulheres, velhos e crianças.
2. 3) RELATE SUCINTAMENTE COMO SE DÁ A HIPÓTESE SOBRE A GÊNESE DAS SECAS
DE ACORDO COM A NARRATIVA DE EUCLIDES DA CUNHA EM OS SERTÕES.
O flagelo das secas merece especial atenção, dedicada sucessivamente a várias hipóteses
sobre sua gênese, que vão desde a influência das manchas solares até o peculiar regime dos
ventos. Mais adiante passará das hipóteses a propostas de solução. Assim, Euclides de Cunha,
na parte IV de “A Terra”, refere-se aos ciclos da seca, citando uma espécie de relatório do
senador Tomás Pompeu. Ele critica o fato de não se ter naquele momento um estudo rigoroso e
profundo de sua origem.
Portanto, ele utiliza-se de hipótese, que busca explicação na rotação solar dizendo que a
mesma tem, entre o máximo e o mínimo da intensidade, um período que pode variar de nove a
doze anos. Euclides procura ainda demonstrar as particularidades geográficas do sertão e o
regime dos ventos. Conclui que a “disposição topográfica” é decisiva para o ciclo da seca. Mas
cuidadosamente não deixa de chamar a atenção para o fato de se tratar de suposições.
4) RESUMA AS TRAGÉDIAS DESCRITAS NA OBRA OS SERTÕES.
As tragédias narradas no livro acontecem, com mais frequência, no capítulo sobre a luta,
onde narra que as autoridades de Juazeiro se recusam a mandar a madeira que Antônio
Conselheiro adquirira para cobrir a igreja de Canudos; os jagunços, então, pretendiam tomar à
força o que haviam comprado e pago. Avisado das intenções dos homens de Conselheiro, o
governo do Estado manda que em Juazeiro se organize uma força que elimine o foco de
banditismo.
Outro ponto trágico foi à história do assalto ao povoado de Canudos também envolve
atrocidades descritas por Euclides da Cunha. Mulheres, velhos e crianças não escaparam da
mortandade, e muitas se suicidaram com seus filhos antes de encontrarem a tropa de soldados.
Outras tragédias se deram como segue: na primeira expedição cem homens, comandados
pelo tenente Pires Peneira, são surpreendidos e derrotados pelos jagunços no povoado de Uauá.
Na segunda expedição quinhentos homens, comandados pelo major Febrônio de Brito e
organizados em colunas maciças, são emboscados pelos jagunços em terrenos acidentados, no
Morro do Cambaio e em Tabuleirinhos. Reduzidas a cem homens, as tropas do governo
decidem voltar. Já a terceira expedição com mil e trezentos homens, comandados pelo coronel
Moreira César, armados com canhões recém-importados da Alemanha, sem planos definidos,
partiram em fevereiro de 1897, atacando de frente, do Morro da Favela, o arraial de Canudos.
Os jagunços, protegidos pela irregularidade do relevo, buscavam o corpo-a-corpo e
desorganizaram as tropas, que na retirada desastrosa deixaram para trás armas, munições, os
canhões Krupp e o próprio general Moreira César, morto após ter sido ferido em combate.
3. Na quarta expedição composta de cinco mil homens, comandados por três generais, são
enviados pelo sul. As tropas dividem-se em duas colunas e as duas colunas tentam um ataque
maciço. Conseguem tomar boa parte do arraial, mas os soldados mal resistem à fome e à sede.
Por fim, em agosto de 1897, oito mil homens deslocam-se para a região, comandados pelo
próprio ministro da Guerra, o marechal Carlos Bittencourt.
São cortadas as saídas de Canudos, o abastecimento de água é interrompido. Um tiro de
canhão atinge a torre da Igreja. Esperando a salvação eterna, os sertanejos não se renderam, e
muitos foram degolados após o assalto final. Perpetrou-se dessa forma o crime de uma
nacionalidade inteira, no dizer de Euclides da Cunha, que a tudo acompanhou do Morro de
Uauá, de onde escrevia suas reportagens para o jornal A Província de São Paulo, hoje O Estado
de São Paulo, mais tarde escritas na obra Os Sertões.