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SUMÁRIO


INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
1 A SEMANA DA ARTE MODERNA .......................................................................... 5
   1.1 UMA CIDADE NA MEDIDA CERTA PARA O EVENTO .................................... 6
   1.2 OS PRIMÓRDIOS DA ARTE MODERNA NO BRASIL ...................................... 7
   1.3 REVOLUÇÃO EM MARCHA .............................................................................. 7
   1.4 A IMPRENSA, CONTROLADA, IGNOROU O "ESCÂNDALO" .......................... 8
   1.5 BEM INTENCIONADOS, MAS AINDA CONFUSOS .......................................... 9
   1.6 A DISPERSÃO ................................................................................................... 9
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 10
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 11
ANEXOS ................................................................................................................... 12
4




                                INTRODUÇÃO


       A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em
1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam
na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista,
que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras. Esse era
o ano em que o país comemorava o primeiro centenário da Independência e os
jovens modernistas pretendiam redescobrir o Brasil, libertando-o das amarras que o
prendiam aos padrões estrangeiros. Seria, então, um movimento pela independência
artística do Brasil.
       A arte brasileira começou então a ganhar espaço, criam-se novas formas e
modelos de se fazer arte. Essa manifestação cultural pode ser considerada uma
segunda independência do Brasil. Só que dessa vez, artística.
5



1A SEMANA DA ARTE MODERNA


      A Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo, no Teatro
Municipal, de 11 a 18 de fevereiro, teve como principal propósito renovar,
transformar o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas
artes plásticas, na arquitetura e na música. Mudar, subverter uma produção artística,
criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas
tendências europeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas.
      Durante uma semana a cidade entrou em plena ebulição cultural, sob a
inspiração de novas linguagens, de experiências artísticas, de uma liberdade
criadora sem igual, com o consequente rompimento com o passado. Novos
conceitos foram difundidos e despontaram talentos como os de Mário e Oswald de
Andrade na literatura, Víctor Brecheret na escultura e Anita Malfatti na pintura.
      O movimento modernista eclodiu em um contexto repleto de agitações
políticas, sociais, econômicas e culturais. Em meio a este redemoinho histórico
surgiram as vanguardas artísticas e linguagens liberadas de regras e de disciplinas.
A Semana, como toda inovação, não foi bem acolhida pelos tradicionais paulistas, e
a crítica não poupou esforços para destruir suas ideias, em plena vigência da
República Velha, encabeçada por oligarcas do café e da política conservadora que
então dominava o cenário brasileiro. A elite, habituada aos modelos estéticos
europeus mais arcaicos, sentiu-se violentada em sua sensibilidade e afrontada em
suas preferências artísticas.
      A nova geração intelectual brasileira sentiu a necessidade de transformar os
antigos conceitos do século XIX. Embora o principal centro de insatisfação estética
seja, nesta época, a literatura, particularmente a poesia, movimentos como o
Futurismo, o Cubismo e o Expressionismo começavam a influenciar os artistas
brasileiros. Anita Malfatti trazia da Europa, em sua bagagem, experiências
vanguardistas que marcaram intensamente o trabalho desta jovem, que em 1917
realizou a que ficou conhecida como a primeira exposição do Modernismo brasileiro.
Este evento foi alvo de escândalo e de críticas ferozes de Monteiro Lobato,
provocando assim o nascimento da Semana de Arte Moderna.
      O catálogo da Semana apresenta nomes como os de Anita Malfatti, Di
Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, John Graz, Oswaldo Goeldi, entre outros, na
Pintura e no Desenho; Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm
6



Haarberg, na Escultura; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, na Arquitetura.
Entre os escritores encontravam- se Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del
Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais. A música estava representada
por autores consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernani Braga e
Frutuoso Viana.
       Em 1913, sementes do Modernismo já estavam sendo cultivadas. O pintor
Lasar Segall, vindo recentemente da Alemanha, realizara exposições em São Paulo
e em Campinas, recepcionadas com uma certa indiferença. Segall retornou então à
Alemanha e só voltou ao Brasil dez anos depois, em um momento bem mais
propício. A mostra de Anita Malfatti, que desencadeou a Semana, apesar da violenta
crítica recebida, reunir ao seu redor artistas dispostos a empreender uma luta pela
renovação artística brasileira. A exposição de artes plásticas da Semana de Arte
Moderna foi organizada por Di Cavalcanti e Rubens Borba de Morais e contou
também com a colaboração de Ronald de Carvalho, do Rio de Janeiro. Após a
realização da Semana, alguns dos artistas mais importantes retornaram para a
Europa, enfraquecendo o movimento, mas produtores artísticos como Tarsila do
Amaral, grande pintora modernista, faziam o caminho inverso, enriquecendo as artes
plásticas brasileiras.
       A Semana não foi tão importante no seu contexto temporal, mas o tempo a
presenteou com um valor histórico e cultural talvez inimaginável naquela época. Não
havia entre seus participantes uma coletânea de ideias comum a todos, por isso ela
se dividiu em diversas tendências diferentes, todas pleiteando a mesma herança,
entre elas o Movimento Pau-Brasil, o Movimento Verde-Amarelo e Grupo da Anta,
eo Movimento Antropofágico. Os principais meios de divulgação destes novos ideais
eram a Revista Klaxon e a Revista de Antropofagia.O principal legado da Semana
de Arte Moderna foi libertar a arte brasileira da reprodução nada criativa de padrões
europeus, e dar início à construção de uma cultura essencialmente nacional.


1.1 UMA CIDADE NA MEDIDA CERTA PARA O EVENTO


       São Paulo dos anos 20 era a cidade que melhor apresentava condições para
a realização de tal evento. Tratava-se de uma próspera cidade, que recebia grande
número de imigrantes europeus e modernizava-se rapidamente, com a implantação
de indústrias e reurbanização.
7



       Era, enfim, uma cidade favorável a ser transformada num centro cultural da
época, abrigando vários jovens artistas.
       Ao contrário, o Rio de Janeiro, outro polo artístico, se achava impregnado
pelas ideias da Escola Nacional de Belas-Artes, que, por muitos anos ainda,
defenderia, com unhas e dentes, o academicismo.
       Claro que existiam no Rio artistas dispostos a renovar, mas o ambiente não
lhes era propício, sendo-lhes mais fácil aderir a um movimento que partisse da
capital paulista.


1.2 OS PRIMÓRDIOS DA ARTE MODERNA NO BRASIL


       Em 1913, estivera no Brasil, vindo da Alemanha, o pintor Lasar Segall.
Realizou uma exposição em São Paulo e outra em Campinas, ambas recebidas com
uma fria polidez. Desanimado, Segall seguiu de volta à Alemanha, só retornando ao
Brasil dez anos depois, quando os ventos sopravam mais a favor.A exposição de
Anita Malfatti em 1917, recém chegada dos Estados Unidos e da Europa, foi outro
marco para o Modernismo brasileiro.Todavia, as obras da pintora, então afinadas
com as tendências vanguardistas do exterior, chocaram grande parte do público,
causando violentas reações da crítica conservadora.
       A exposição, entretanto, marcou o início de uma luta, reunindo ao redor dela
jovens despertos para uma necessidade de renovação da arte brasileira.Além disso,
traços dos ideais que a Semana propunha já podiam ser notados em trabalhos de
artistas que dela participaram (além de outros que foram excluídos do
evento).Desde a exposição de Malfatti, havia dado tempo para que os artistas de
pensamentos semelhantes se agrupassem.Em 1920, por exemplo, Oswald de
Andrade já falava de amplas manifestações de ruptura, com debates abertos.


1.3 REVOLUÇÃO EM MARCHA


       Entretanto, parece ter cabido a Di Cavalcanti a sugestão de "uma semana de
escândalos literários e artísticos, de meter os estribos na barriga da burguesiazinha
paulistana."
       Artistas e intelectuais de São Paulo, com Di Cavalcanti, e do Rio de Janeiro,
tendo Graça Aranha à frente, organizavam a Semana, prevista para se realizar em
fevereiro de 1922.
8



      Uma exposição de artes plásticas - organizada por Di Cavalcanti e Rubens
Borba de Morais, com a colaboração de Ronald de Carvalho, no Rio - acompanharia
as demais atividades previstas.
      Graça Aranha, sob aplausos e vaias abriu o evento, com sua conferência
inaugural "A Emoção Estética na Arte Moderna".
      Anunciava "coleções de disparates" como "aquele Gênio supliciado, aquele
homem amarelo, aquele carnaval alucinante, aquela paisagem invertida" (temas da
exposição plástica da semana), além de "uma poesia liberta, uma música
extravagante, mas transcendente" que iriam "revoltar aqueles que reagem movidos
pelas forças do Passado".Em 1922, o escritor Graça Aranha (1868-1931) aderiu
abertamente à Semana da Arte Moderna, criando uma cisão na quase monolítica
Academia Brasileira de Letras e gerando nela uma polêmica como há muito tempo
não se via.
      Dois grupos de imortais se engalfinhavam, um deles liderado por Graça
Aranha, que pretendia romper com o passado. O outro, mais sedimentado na velha
estrutura, tinha como seu líder o escritor Coelho Neto (1864-1934). Os dois
nordestinos, os dois maranhenses, os dois com uma força tremenda junto a seus
pares. Eram conterrâneos ilustres, que agora não se entendiam, e que pretendiam
levar suas posições até as últimas consequências.
      Então, numa histórica sessão da Academia, no ano de 1924, deu-se o
confronto fatal. Após discursos inflamados e uma discussão áspera entre ambos,
diante de uma plateia numerosa, um grupo de jovens carregou Coelho Neto nas
costas, enquanto outro grupo fazia o mesmo com Graça Aranha. (Paulo Victorino,
em "Cícero Dias"). Mário de Andrade, com suas conferências, leituras de poemas e
publicações em jornais foi uma das personalidades mais ativas da Semana.
      Oswald de Andrade talvez fosse um dos artistas que melhor representavam o
clima de ruptura que o evento procurava criar.Manuel Bandeira, mesmo distante,
provocou inúmeras reações de agrado e de ódio devido a seu poema "Os Sapos",
que fazia uma sátira do Parnasianismo, poema esse que foi lido durante o evento.


1.4 A IMPRENSA, CONTROLADA, IGNOROU O "ESCÂNDALO"


      Entretanto, acredita-se que a Semana de Arte Moderna não tenha tido
originalmente o alcance e amplitude que posteriormente foram atribuídos ao evento.
9



      A exposição de arte, por exemplo, parece não ter sido coberta pela imprensa
da época. Somente teve nota publicada por participantes da Semana que
trabalhavam em jornais como Mário de Andrade, Menotti del Picchia e Graça Aranha
(justamente os três conferencistas, cujas ideias causaram grande alarde na
imprensa).
      Yan de Almeida Prado, em 72, chegou mesmo a declarar que" a Semana de
Arte Moderna pouca ou nenhuma ação desenvolveu no mundo das artes e da
literatura", atribuindo a fama dos sete dias aos esforços de Mário e Oswald de
Andrade.


1.5BEM INTENCIONADOS, MAS AINDA CONFUSOS


      Além disso, discute-se o "modernismo" das obras de artes plásticas, por
exemplo, que apresentavam várias tendências distintas e talvez não tivessem tantos
elementos de ruptura quanto seus autores e os idealizadores da Semana
pretendiam.
      Houve ainda bastante confusão estilística e estrangeirismos contrários aos
ideais da amostra, como demonstram títulos como "Sapho", de Brecheret, "Café
Turco", de Di Cavalcanti, "Natureza Dadaísta", de Ferrignac, "Impressão
Divisionista", de Malfatti ou "Cubismo" de Vicente do Rego Monteiro.


1.6A DISPERSÃO


      Logo após a realização da Semana, alguns artistas fundamentais que dela
participaram acabam voltando para a Europa (ou indo lá pela primeira vez, no caso
de Di Cavalcanti), dificultando a continuidade do processo que se iniciara.Por outro
lado, outros artistas igualmente importantes chegavam após estudos no continente,
como Tarsila do Amaral, um dos grandes pilares do Modernismo Brasileiro.
      Não resta dúvida, porem, que a Semana integrou grandes personalidades da
cultura na época e pode ser considerado importante marco do Modernismo
Brasileiro, com sua intenção nitidamente antiacadêmica e introdução do país nas
questões do século.A própria tentativa de estabelecer uma arte brasileira, livre da
mera repetição de fórmulas europeias foi de extrema importância para a cultura
nacional e a iniciativa da Semana, uma das pioneiras nesse sentido.
10




                                    CONCLUSÃO


      A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em
1922 entre os dias 13 e 18 de fevereiro, tendo como objetivo mostrar as novas
tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão
não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas
europeias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o
pintor Di Cavalcanti.
      Além disso, havia escritores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade,
Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, Ronald de Carvalho, Álvaro
Moreira,   Renato       de   Almeida,   Ribeiro   Couto   e   Guilherme   de   Almeida.
     Na música, estiveram presentes nomes consagrados, como Villa-Lobos,
Guiomar Novais, Ernâni Braga e Frutuoso Viana.
      Os jovens modernistas da Semana negavam, antes de qualquer coisa, o
academicismo nas artes. A essa altura, estavam já influenciados esteticamente por
tendências e movimentos como o Cubismo, o Expressionismo e diversas
ramificações pós-impressionistas.
11




                       REFERENCIASBIBLIOGRÁFICAS


      SUA PESQUISA, Semana da arte moderna de 1922.
      Disponível em:
      <http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/semana22.html>.
      Acesso em 01 de nov. 2012.


      MUNDO EDUCAÇÃO, A semana da arte moderna.
      Disponível em:
      <http://www.mundoeducacao.com.br/literatura/a-semana-arte-moderna.html>.
      Acesso em 01 de nov. 2012.


      ITAÚ CULTURAL, Semana de arte moderna.
      Disponível em:
      <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseac
tion=marcos_texto&cd_verbete=344.html>.
      Acesso em 01 de nov. 2012.
12




                                    ANEXOS




      “D. Quixote” em S. Paulo: Nos temos talento.Um dos cartazes da Semana,
satirizando os grandes nomes da música, da literatura e da pintura.




      Da esquerda para a direita: Da esquerda para a direita: Anita Malfatti, Tarsila
do Amaral e Oswald de Andrade.

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  • 1. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4 1 A SEMANA DA ARTE MODERNA .......................................................................... 5 1.1 UMA CIDADE NA MEDIDA CERTA PARA O EVENTO .................................... 6 1.2 OS PRIMÓRDIOS DA ARTE MODERNA NO BRASIL ...................................... 7 1.3 REVOLUÇÃO EM MARCHA .............................................................................. 7 1.4 A IMPRENSA, CONTROLADA, IGNOROU O "ESCÂNDALO" .......................... 8 1.5 BEM INTENCIONADOS, MAS AINDA CONFUSOS .......................................... 9 1.6 A DISPERSÃO ................................................................................................... 9 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 10 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 11 ANEXOS ................................................................................................................... 12
  • 2. 4 INTRODUÇÃO A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras. Esse era o ano em que o país comemorava o primeiro centenário da Independência e os jovens modernistas pretendiam redescobrir o Brasil, libertando-o das amarras que o prendiam aos padrões estrangeiros. Seria, então, um movimento pela independência artística do Brasil. A arte brasileira começou então a ganhar espaço, criam-se novas formas e modelos de se fazer arte. Essa manifestação cultural pode ser considerada uma segunda independência do Brasil. Só que dessa vez, artística.
  • 3. 5 1A SEMANA DA ARTE MODERNA A Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo, no Teatro Municipal, de 11 a 18 de fevereiro, teve como principal propósito renovar, transformar o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas artes plásticas, na arquitetura e na música. Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas tendências europeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas. Durante uma semana a cidade entrou em plena ebulição cultural, sob a inspiração de novas linguagens, de experiências artísticas, de uma liberdade criadora sem igual, com o consequente rompimento com o passado. Novos conceitos foram difundidos e despontaram talentos como os de Mário e Oswald de Andrade na literatura, Víctor Brecheret na escultura e Anita Malfatti na pintura. O movimento modernista eclodiu em um contexto repleto de agitações políticas, sociais, econômicas e culturais. Em meio a este redemoinho histórico surgiram as vanguardas artísticas e linguagens liberadas de regras e de disciplinas. A Semana, como toda inovação, não foi bem acolhida pelos tradicionais paulistas, e a crítica não poupou esforços para destruir suas ideias, em plena vigência da República Velha, encabeçada por oligarcas do café e da política conservadora que então dominava o cenário brasileiro. A elite, habituada aos modelos estéticos europeus mais arcaicos, sentiu-se violentada em sua sensibilidade e afrontada em suas preferências artísticas. A nova geração intelectual brasileira sentiu a necessidade de transformar os antigos conceitos do século XIX. Embora o principal centro de insatisfação estética seja, nesta época, a literatura, particularmente a poesia, movimentos como o Futurismo, o Cubismo e o Expressionismo começavam a influenciar os artistas brasileiros. Anita Malfatti trazia da Europa, em sua bagagem, experiências vanguardistas que marcaram intensamente o trabalho desta jovem, que em 1917 realizou a que ficou conhecida como a primeira exposição do Modernismo brasileiro. Este evento foi alvo de escândalo e de críticas ferozes de Monteiro Lobato, provocando assim o nascimento da Semana de Arte Moderna. O catálogo da Semana apresenta nomes como os de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, John Graz, Oswaldo Goeldi, entre outros, na Pintura e no Desenho; Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm
  • 4. 6 Haarberg, na Escultura; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, na Arquitetura. Entre os escritores encontravam- se Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais. A música estava representada por autores consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernani Braga e Frutuoso Viana. Em 1913, sementes do Modernismo já estavam sendo cultivadas. O pintor Lasar Segall, vindo recentemente da Alemanha, realizara exposições em São Paulo e em Campinas, recepcionadas com uma certa indiferença. Segall retornou então à Alemanha e só voltou ao Brasil dez anos depois, em um momento bem mais propício. A mostra de Anita Malfatti, que desencadeou a Semana, apesar da violenta crítica recebida, reunir ao seu redor artistas dispostos a empreender uma luta pela renovação artística brasileira. A exposição de artes plásticas da Semana de Arte Moderna foi organizada por Di Cavalcanti e Rubens Borba de Morais e contou também com a colaboração de Ronald de Carvalho, do Rio de Janeiro. Após a realização da Semana, alguns dos artistas mais importantes retornaram para a Europa, enfraquecendo o movimento, mas produtores artísticos como Tarsila do Amaral, grande pintora modernista, faziam o caminho inverso, enriquecendo as artes plásticas brasileiras. A Semana não foi tão importante no seu contexto temporal, mas o tempo a presenteou com um valor histórico e cultural talvez inimaginável naquela época. Não havia entre seus participantes uma coletânea de ideias comum a todos, por isso ela se dividiu em diversas tendências diferentes, todas pleiteando a mesma herança, entre elas o Movimento Pau-Brasil, o Movimento Verde-Amarelo e Grupo da Anta, eo Movimento Antropofágico. Os principais meios de divulgação destes novos ideais eram a Revista Klaxon e a Revista de Antropofagia.O principal legado da Semana de Arte Moderna foi libertar a arte brasileira da reprodução nada criativa de padrões europeus, e dar início à construção de uma cultura essencialmente nacional. 1.1 UMA CIDADE NA MEDIDA CERTA PARA O EVENTO São Paulo dos anos 20 era a cidade que melhor apresentava condições para a realização de tal evento. Tratava-se de uma próspera cidade, que recebia grande número de imigrantes europeus e modernizava-se rapidamente, com a implantação de indústrias e reurbanização.
  • 5. 7 Era, enfim, uma cidade favorável a ser transformada num centro cultural da época, abrigando vários jovens artistas. Ao contrário, o Rio de Janeiro, outro polo artístico, se achava impregnado pelas ideias da Escola Nacional de Belas-Artes, que, por muitos anos ainda, defenderia, com unhas e dentes, o academicismo. Claro que existiam no Rio artistas dispostos a renovar, mas o ambiente não lhes era propício, sendo-lhes mais fácil aderir a um movimento que partisse da capital paulista. 1.2 OS PRIMÓRDIOS DA ARTE MODERNA NO BRASIL Em 1913, estivera no Brasil, vindo da Alemanha, o pintor Lasar Segall. Realizou uma exposição em São Paulo e outra em Campinas, ambas recebidas com uma fria polidez. Desanimado, Segall seguiu de volta à Alemanha, só retornando ao Brasil dez anos depois, quando os ventos sopravam mais a favor.A exposição de Anita Malfatti em 1917, recém chegada dos Estados Unidos e da Europa, foi outro marco para o Modernismo brasileiro.Todavia, as obras da pintora, então afinadas com as tendências vanguardistas do exterior, chocaram grande parte do público, causando violentas reações da crítica conservadora. A exposição, entretanto, marcou o início de uma luta, reunindo ao redor dela jovens despertos para uma necessidade de renovação da arte brasileira.Além disso, traços dos ideais que a Semana propunha já podiam ser notados em trabalhos de artistas que dela participaram (além de outros que foram excluídos do evento).Desde a exposição de Malfatti, havia dado tempo para que os artistas de pensamentos semelhantes se agrupassem.Em 1920, por exemplo, Oswald de Andrade já falava de amplas manifestações de ruptura, com debates abertos. 1.3 REVOLUÇÃO EM MARCHA Entretanto, parece ter cabido a Di Cavalcanti a sugestão de "uma semana de escândalos literários e artísticos, de meter os estribos na barriga da burguesiazinha paulistana." Artistas e intelectuais de São Paulo, com Di Cavalcanti, e do Rio de Janeiro, tendo Graça Aranha à frente, organizavam a Semana, prevista para se realizar em fevereiro de 1922.
  • 6. 8 Uma exposição de artes plásticas - organizada por Di Cavalcanti e Rubens Borba de Morais, com a colaboração de Ronald de Carvalho, no Rio - acompanharia as demais atividades previstas. Graça Aranha, sob aplausos e vaias abriu o evento, com sua conferência inaugural "A Emoção Estética na Arte Moderna". Anunciava "coleções de disparates" como "aquele Gênio supliciado, aquele homem amarelo, aquele carnaval alucinante, aquela paisagem invertida" (temas da exposição plástica da semana), além de "uma poesia liberta, uma música extravagante, mas transcendente" que iriam "revoltar aqueles que reagem movidos pelas forças do Passado".Em 1922, o escritor Graça Aranha (1868-1931) aderiu abertamente à Semana da Arte Moderna, criando uma cisão na quase monolítica Academia Brasileira de Letras e gerando nela uma polêmica como há muito tempo não se via. Dois grupos de imortais se engalfinhavam, um deles liderado por Graça Aranha, que pretendia romper com o passado. O outro, mais sedimentado na velha estrutura, tinha como seu líder o escritor Coelho Neto (1864-1934). Os dois nordestinos, os dois maranhenses, os dois com uma força tremenda junto a seus pares. Eram conterrâneos ilustres, que agora não se entendiam, e que pretendiam levar suas posições até as últimas consequências. Então, numa histórica sessão da Academia, no ano de 1924, deu-se o confronto fatal. Após discursos inflamados e uma discussão áspera entre ambos, diante de uma plateia numerosa, um grupo de jovens carregou Coelho Neto nas costas, enquanto outro grupo fazia o mesmo com Graça Aranha. (Paulo Victorino, em "Cícero Dias"). Mário de Andrade, com suas conferências, leituras de poemas e publicações em jornais foi uma das personalidades mais ativas da Semana. Oswald de Andrade talvez fosse um dos artistas que melhor representavam o clima de ruptura que o evento procurava criar.Manuel Bandeira, mesmo distante, provocou inúmeras reações de agrado e de ódio devido a seu poema "Os Sapos", que fazia uma sátira do Parnasianismo, poema esse que foi lido durante o evento. 1.4 A IMPRENSA, CONTROLADA, IGNOROU O "ESCÂNDALO" Entretanto, acredita-se que a Semana de Arte Moderna não tenha tido originalmente o alcance e amplitude que posteriormente foram atribuídos ao evento.
  • 7. 9 A exposição de arte, por exemplo, parece não ter sido coberta pela imprensa da época. Somente teve nota publicada por participantes da Semana que trabalhavam em jornais como Mário de Andrade, Menotti del Picchia e Graça Aranha (justamente os três conferencistas, cujas ideias causaram grande alarde na imprensa). Yan de Almeida Prado, em 72, chegou mesmo a declarar que" a Semana de Arte Moderna pouca ou nenhuma ação desenvolveu no mundo das artes e da literatura", atribuindo a fama dos sete dias aos esforços de Mário e Oswald de Andrade. 1.5BEM INTENCIONADOS, MAS AINDA CONFUSOS Além disso, discute-se o "modernismo" das obras de artes plásticas, por exemplo, que apresentavam várias tendências distintas e talvez não tivessem tantos elementos de ruptura quanto seus autores e os idealizadores da Semana pretendiam. Houve ainda bastante confusão estilística e estrangeirismos contrários aos ideais da amostra, como demonstram títulos como "Sapho", de Brecheret, "Café Turco", de Di Cavalcanti, "Natureza Dadaísta", de Ferrignac, "Impressão Divisionista", de Malfatti ou "Cubismo" de Vicente do Rego Monteiro. 1.6A DISPERSÃO Logo após a realização da Semana, alguns artistas fundamentais que dela participaram acabam voltando para a Europa (ou indo lá pela primeira vez, no caso de Di Cavalcanti), dificultando a continuidade do processo que se iniciara.Por outro lado, outros artistas igualmente importantes chegavam após estudos no continente, como Tarsila do Amaral, um dos grandes pilares do Modernismo Brasileiro. Não resta dúvida, porem, que a Semana integrou grandes personalidades da cultura na época e pode ser considerado importante marco do Modernismo Brasileiro, com sua intenção nitidamente antiacadêmica e introdução do país nas questões do século.A própria tentativa de estabelecer uma arte brasileira, livre da mera repetição de fórmulas europeias foi de extrema importância para a cultura nacional e a iniciativa da Semana, uma das pioneiras nesse sentido.
  • 8. 10 CONCLUSÃO A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922 entre os dias 13 e 18 de fevereiro, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti. Além disso, havia escritores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida. Na música, estiveram presentes nomes consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernâni Braga e Frutuoso Viana. Os jovens modernistas da Semana negavam, antes de qualquer coisa, o academicismo nas artes. A essa altura, estavam já influenciados esteticamente por tendências e movimentos como o Cubismo, o Expressionismo e diversas ramificações pós-impressionistas.
  • 9. 11 REFERENCIASBIBLIOGRÁFICAS SUA PESQUISA, Semana da arte moderna de 1922. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/semana22.html>. Acesso em 01 de nov. 2012. MUNDO EDUCAÇÃO, A semana da arte moderna. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/literatura/a-semana-arte-moderna.html>. Acesso em 01 de nov. 2012. ITAÚ CULTURAL, Semana de arte moderna. Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseac tion=marcos_texto&cd_verbete=344.html>. Acesso em 01 de nov. 2012.
  • 10. 12 ANEXOS “D. Quixote” em S. Paulo: Nos temos talento.Um dos cartazes da Semana, satirizando os grandes nomes da música, da literatura e da pintura. Da esquerda para a direita: Da esquerda para a direita: Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.