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A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço: um recurso para a
condição leitora
Elaine Teixeira da SILVA1
Resumo
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) atuais são hoje partes integrantes
na vida dos leitores, sejam eles praticantes ou não da leitura. Com elas, os usuários
digitais começaram a integrar-se de modo constante e crescente, dando início à
cibercultura, termo proveniente do então ciberespaço criado anteriormente pelo escritor
William Gibson, e fixado na cibercultura como um ambiente para aproximar os
internautas. Dentro do ciberespaço emergem as redes sociais, que, nos dias atuais, são
vetores de informação e comunicação entre os navegantes virtuais, sendo que, este
trabalho limitou-se a observar apenas um site de rede social, o Facebook.com, visto que
nesta rede há um número expressivo de usuários e comunidades virtuais. Por meio da
rede social, é oferecido ao usuário suporte literário e informativo, ele pode praticar a
leitura e também exercer a função de autoria apontando suas opiniões nos comentários
relacionados ao tema proposto pelas comunidades. A pesquisa fundamentou-se em
alguns teóricos e pesquisadores deste novo movimento cultural, tais como Barthes
(2004), Lévy (1999, 1996), Ortíz (2008), Recuero (2009), Villaça (2002) e Zilberman
(2001) entre outros.
Palavras-chave: Cibercultura. Ciberespaço. Formação do leitor/autor. Leitura em
comunidade. Redes Sociais.
Abstract
Information and Communication Technologies (ICT) today are now an integral part in
the lives of readers, whether practicing or not reading. With these digital users began to
integrate constant and increasingly beginning cyberculture, a term from the then
cyberspace previously created by writer William Gibson, and set in cyberculture as an
1
Especialista em Ensino de Língua Espanhola (UCAM), Especialista em Estudos de Língua Portuguesa e
de Literatura Brasileira (UniFSJ), Licenciada em Letras Português/Espanhol (UniFSJ), professora da rede
estadual de ensino SEEDUC/RJ, professora da Escola de Aplicação da Fundação São José de Itaperuna e
do Centro Universitário São José de Itaperuna (UniFSJ). Centro Universitário São José de Itaperuna
(UniFSJ). CEP.: 28300-000 Itaperuna/RJ. E-mail: elaine.ts@gmail.com .
environment to bring the Internet. Within cyberspace emerging social networks, which
nowadays are vectors of information and communication between virtual navigators,
and this work merely observed only a social networking site, Facebook.com, since this
network there is a significant number of users and virtual communities. Through the
social network is offered to literary and informational support user, it can practice
reading and also exercise the authorship function pointing your opinions in the
comments related to the topic proposed by the communities. The research was based on
some theorists and researchers of this new cultural movement, such as Barthes (2004),
Levy (1999, 1996), Ortiz (2008), Recuero (2009), Villaça (2002) and Zilberman (2001)
among others.
Keywords: Cyberculture. Cyberspace. Reader training / author. Reading community.
Social networks.
Introdução
Desde os primórdios, quando o homem aprendeu a comunicar-se com os demais,
seja pela fala ou pela escrita, deu-se início a formação da cultura, uma vez que cultura
segundo Camara Jr.(1996) é o conjunto das criações humanas, e essas criações são as
responsáveis pela identidade que compõe cada indivíduo dentro de uma comunidade,
assim como: “As mudanças na cultura determinam mudanças linguísticas” (CAMARA
JR., 1996, p. 87). O vocábulo cultura pode ser entendido também como um divisor de
classes, “classes providas de cultura e numa língua culta própria dessas classes”
(CAMARA JR., 1996, p. 88).
Com o passar dos anos, o homem permeou algumas mudanças que se tornaram
imprescindíveis na forma de fazer e refazer a cultura. As tecnologias virtuais
introduziram um novo meio de comunicação que atravessa o tempo, encurta o espaço e
diminui as diferenças. Desses enlaces, cria-se uma nova cultura nomeada pelo termo
cibercultura.
Segundo Lévy (1999, p. 127), a cibercultura “aponta para uma civilização da
telepresença generalizada. Para além de uma física da comunicação, a interconexão
constitui a humanidade em um contínuo sem fronteiras.” Sendo assim, essa nova forma
de realizar a cultura modificou não somente a comunicação, como também a vinculação
da informação com os modos de ensino e aprendizagem.
Com o advento da internet, foi necessário que houvesse uma mudança nos
hábitos dos leitores, tanto para os ativos, aqueles que leem revistas, jornais, livros, como
para os leitores passivos, que somente deambulam pela rede, pois com ela, a internet,
novos modos de leitura e circulação de textos estavam sendo inseridos e uma nova
cultura alicerçada no ambiente virtual adentrava a vida cotidiana dos leitores. Essa
cultura em rede pôde ofertar aos usuários um espaço para interagirem mediados apenas
pelo suporte eletrônico independente de quando, como e onde.
A pós-modernidade tem predomínio do instantâneo, da perda de
fronteiras, gerando a ideia de que o mundo está cada vez menor
através do avanço da tecnologia. Estamos diante de um mundo virtual,
imagem, som e texto em uma velocidade instantânea
(CAVALCANTE, 2016).2
A interação em comunidade favoreceu a formação de um novo leitor que tem
autonomia para fazer suas escolhas, pois, ao deparar com a funcionalidade permitida
pelo hipertexto, que é um “percurso de leitura” (LÉVY, 1996), o leitor que até então
encontrava-se adormecido, agora também pode tornar-se um colaborador na criação de
textos:
O navegador participa assim da redação ou pelo menos da edição do
texto que ele “lê”, uma vez que determina sua organização final (a
dispositivo da antiga retórica). O navegador pode se fazer autor de
maneira mais profunda do que percorrendo uma rede preestabelecida:
participando da estruturação do hipertexto, criando novas ligações
(LÉVY, 1996, p. 45).
Ou seja, o leitor que agora é um usuário navegador pode aprimorar seus
conhecimentos, pois ele responde criativamente porque também é um produtor de
significados já que o hipertexto dentro do suporte virtual permite ao leitor navegador a
opção de acrescentar informações que serão acatadas ou não pelos outros usuários como
afirma Lévy (1996, p. 43), “o suporte digital permite novos tipos de leituras (e de
escritas) coletivas.”
Esse novo leitor agora também pode ser um produtor de textos, já que o autor
segundo Barthes (2004, p. 58), “é uma personagem moderna, produzida sem dúvida por
2 Artigo retirado de uma página da internet, não há registro de paginação. O link
encontra-se nas referências.
nossa sociedade [...]”, sendo assim a modernidade cultural trazida pela sociedade em
rede virtual permite, além da inserção leitora, a produção autoral.
O ciberespaço
A era digital trouxe uma nova cultura à vida dos leitores, a cibercultura.
Denominada por Pierre Lévy (1999) como um neologismo, o termo é entendido como
“[...] um conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de
modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento
do ciberespaço” (LÉVY, 1999, p. 17), sendo este um novo meio de interação.
O ciberespaço foi inventado em 1984 pelo escritor norte-americano William
Gibson em seu romance intitulado Neuromante e isto muito antes de entrarmos na era
digital, porém o termo logo foi “retomado pelos usuários e criadores de redes digitais”
(LÉVY, 1999, p. 92).
Pierre Lévy (1999) ressalta que:
[…] as particularidades técnicas do ciberespaço permitem que os
membros de um grupo humano (que podem ser tantos quantos se
quiser) se coordenem, cooperem, alimentem e consultem uma
memória comum, e isto quase em tempo real, apesar da distribuição
geográfica e da diferença de horários (LÉVY, 1999, p. 49).
Contudo, o leitor que agora é um usuário da internet tem ao seu alcance uma
nova possibilidade de construir seu conhecimento de modo colaborativo, agregando
novos saberes aos demais leitores e a si próprio, estimulados pelo invólucro da
cibercultura, criando dentro deste ambiente um novo tipo de comunidade, a virtual, já
que suas peculiaridades formadoras podem ser entendidas como:
[...] as discussões públicas; as pessoas que se encontram e
reencontram, ou que ainda mantêm contato através da Internet (para
levar adiante a discussão); o tempo; e o sentimento. Esses elementos
combinados através do ciberespaço, poderiam ser formadores de redes
de relações sociais, constituindo-se em comunidades (RECUERO,
2009, p. 137).
É interessante salientar que cada pessoa desenvolve as suas capacidades
cognitivas, porém não pensamos sozinhos. Lévy (1999) diz que os conhecimentos
adquiridos ao longo do tempo, os valores apreendidos como afeto e simpatia, as
ferramentas como a memória ou mesmo uma máquina fotográfica, que são transmitidos
pela cultura e que influenciam nosso conhecimento, constituem uma inteligência
chamada por ele de “inteligência coletiva.”
Desse modo, o ciberespaço:
Será em breve o principal equipamento coletivo internacional da
memória, pensamento e comunicação. Em resumo, em algumas
dezenas de anos, o ciberespaço, suas comunidades virtuais, suas
reservas de imagens, suas simulações interativas, sua irresistível
proliferação de textos e de signos, será o mediador essencial da
inteligência coletiva da humanidade (LÉVY, 1999, p. 167).
Os indivíduos integrantes desse espaço constituem um elo entre o individual e a
coletividade, que se mesclam e consentem a interação e formação de grupos nos quais
serão os formadores de novos conceitos e opiniões superados pela distância e auxiliados
pelo suporte digital.
As redes sociais
Se antes da chegada da tecnologia era possível interagir por meio de encontros
marcados entre os leitores em casa, escola, praça etc., com o ciberespaço, tornou-se
possível uma comunicação imediata. Essa comunicação pode ser vista nas redes sociais
que são promovidas pelo ciberespaço. Esse movimento tecnológico digital assume
também a função social porque a “comunicação mediada é sempre um fenômeno social
implantado em contextos que se estruturam de diversas maneiras e que, por sua vez,
produzem impacto na comunicação que ocorre” (VILLAÇA, 2002, p. 16).
É, a partir desse fenômeno social mediado pelo suporte eletrônico, que surge a
rede social, e, na definição de Recuero (2011, p. 24), “uma rede social é uma metáfora
para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões
estabelecidas entre os diversos atores”, e estes atores são “pessoas, instituições ou
grupos, os nós da rede”3
e as conexões “os laços sociais, as interações.”
Esses encontros sociais são promovidos através dos sites de comunidades
virtuais que “são os espaços utilizados para a expressão das redes sociais na Internet”
(RECUERO, 2011, p.102). Tais sites permitem que os seus integrantes criem perfis,
3
O vocábulo nós, está relacionado com a definição criada por Pierre Lévy para o termo hipertexto.
LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Tradução Paulo Neves. 1ªed. São Paulo: Editora 34, 1996.
grupos, páginas, teçam comentários, tenham listas de amigos, conhecidos e
desconhecidos, enfim, eles possibilitam que os usuários, acima de tudo, interajam.
Segundo Recuero (2011, p. 190), esses sites focam na “publicização” das redes sociais,
ou seja, são responsáveis por tornarem públicas as informações dos usuários que
constituem esses ambientes.
As redes sociais, em especial o Facebook.com, vão permitir “ao cidadão comum
não só se manifestar, mas também de assumir papéis diferentes que geralmente só
seriam possíveis pela ocupação de algum poder institucional” (EMEDIATO, 2015, p.
182). Esses papéis restituem ao indivíduo o direito de participar ativamente para que ele
crie a sua autonomia argumentativa no discurso em rede.
O Facebook
Como objeto desta pesquisa, usaremos o Facebook.com, por ser, na atualidade,
um ambiente com um número expressivo de usuários, tanto como perfil pessoal como
páginas criadas para entretenimento, ensino, etc.
O site foi fundado pelo americano Mark Zuckerberg e sua ideia era a de criar um
site para comunicação entre os estudantes da universidade em que estudava. O sucesso
de sua criação ultrapassou os portões da instituição e passou a dar suporte a outras
universidades. O sistema de comunicação em rede virtual tomou grandes proporções,
saindo dos ambientes das universidades e entrando nos computadores, celulares e
tablets dos indivíduos em todas as partes do mundo.
O Facebook.com funciona através de perfis e comunidades. Em cada perfil, o
usuário pode criar grupos, páginas, seguir, curtir, compartilhar, acrescentar aplicativos
etc. De acordo com Recuero (2011, p. 27): “Essas apropriações funcionam como uma
presença do “eu” no ciberespaço, um espaço privado e, ao mesmo tempo, público”, em
que cada usuário pode estar no modo ativo ou no modo off-line, mas sempre interagindo
com os demais, e esse espaço de comunicação “é que permite que as redes sociais sejam
expressas na Internet” (RECUERO, 2011, p.27).
Como já dito, a cibercultura ofertou um espaço para que os usuários da internet
pudessem interagir, o ciberespaço, e, dentro desse ambiente, encontram-se os sites de
redes sociais e é por meio deles que podemos verificar a formação de um novo leitor e
sua atuação como autor. É possível observar na rede social Facebook.com alguns
mecanismos colaboradores para a formação leitora e autoria do usuário, já que a rede
social incorpora uma expressiva quantidade de membros e comunidades virtuais. Além
disso, “as modalidades técnicas de interatividade e de enunciação são constituídas por
quatro formas essenciais: publicação, curtição, comentário e compartilhamento” e cada
uma dessas funções “possui uma visada distinta e produz consequências diversas, cuja
complexidade não deve ser subestimada” (EMEDIATO, 2015, p. 173-174).
O leitor no ciberespaço
Sendo assim, a arte, em suas diversas formas, passou a adaptar-se a esse novo
campo virtual. O livro impresso foi expandido ao suporte eletrônico, permitindo ao
leitor um acesso à leitura em diversas formas como os e-books que são vendidos em
livrarias virtuais assim como os livros de papel e os digitalizados que são
disponibilizados em diversos sites e blogs. Hoje há suporte de leitura desses e-books, os
e-readers, que funcionam como um livro, porém digital e hipertextual, e o leitor pode
grifar, trocar de página, ir ao índice, mudar o tamanho da fonte, criar sua biblioteca,
entre outras funções.
A leitura oferecida pelos suportes digitais tem importância no tocante à
acessibilidade a lugares longínquos ou mesmo de difícil aquisição dos livros impressos
devido à falta de livrarias. “Graças à digitalização, o texto e a leitura receberam hoje um
novo impulso, e ao mesmo tempo uma profunda mutação” (LÉVY, 1996, p. 50).
Por esses motivos as possibilidades ofertadas pelos sites de redes sociais, com
relação à participação do leitor, tornaram-se uma ferramenta a mais tanto para a difusão
do livro, independente do suporte, como para o leitor, que pode participar de maneira
mais ativa, como aponta Villaça (2001) o leitor navegador “pode libertar-se da
obrigatoriedade do linear” (2002, p.108), sem alterar a sua compreensão do texto lido.
Porém, há uma ressalva quanto à liberdade encontrada pelo leitor dentro do
suporte virtual, visto que nem todos os leitores navegantes estão aptos para atuarem fora
da linearidade do livro impresso. Portanto, existem três etapas que ajudam na distinção
do leitor virtual e que serão fundamentais para entendermos o processo motivacional do
leitor/autor. São elas:
A primeira é a da interatividade. O leitor faz escolhas que determinam
o texto que lhe é dado a ler. A segunda é a participação em fóruns.
Estes existem em todos os campos. Os livreiros e os editores na
Internet, por exemplo, oferecem a seus leitores a possibilidade de
reagir aos textos por eles propostos. Por fim, torna-se cada vez mais
fácil a própria pessoa publicar na Internet todos os tipos de
documentos (CLÉMENT, 2003, p.35).
A partir dessas definições é plausível que o leitor, quando as pratica, atue como
agente de sua formação leitora e de autoria, uma vez que a participação nos fóruns
existentes no que concerne à produção escrita e literária resultam em uma ação
recíproca e mediativa.
Pois,
[...]através da invasão de uma nova figura, a do autor-leitor, o “golpe
de graça” que sofre a figura tradicional do romancista dadas a
possibilidades estéticas e criativas próprias do ciberespaço e de sua
linguagem hipertextual. Se trata da anunciada morte do autor de
Barthes e que nas narrativas de hiperficção se materializa a tal ponto
que é impossível seguir mantendo as categorias de autoria e
autoridade próprias da modernidade (ORTIZ, 2008, p. 16).4
Assim, o leitor que adentra no campo virtual encontra uma amplitude para a
aquisição do seu processo cognitivo e sua participação em rede, conectado com outros,
interagindo, faz com que o seu interesse pela leitura se torne um prazer compartilhado.
Para Villaça (2002), esse momento interativo proporcionado pelo suporte tecnológico
“supõe um leitor de nível privilegiado em termos de conhecimento e criatividade”
(VILLAÇA, 2002, p. 111).
Como já citado por Ortiz (2008), a morte do autor prevista por Barthes (2004)
era necessária, essa morte não é pela imagem física e sim pela relação da autoria que se
dá pelo processo da escrita. Se, nos primórdios da escritura autoral, o prestígio era dado
4
Tradução da autora para "[...]a través de la irrupción de una nueva figura, la del autor-lector, o el “golpe
de gracia” que sufre la figura tradicional del novelista dadas las posibilidades estéticas y creativas propias
del ciberespacio y de su lenguaje hipertextual. Se trata de la anunciada muerte del autor de Barthes y que
en las narrativas de hiperficción se materializa a tal punto que es imposible seguir manteniendo las
categorías de autoría y autoridad propias de la modernidad.“
ao sujeito que nomeava seus textos sem a participação de outros, hoje com a sociedade
moderna ancorada na cibercultura, é possível e permitido que outros participem da
atividade escritural advinda com o ambiente promovido pelo ciberespaço, já que esse é
um modo de interação e participação contínua. Segundo Barthes (2004), o leitor é o
conjunto das multiplicidades, é quem restituirá à escrita o seu lugar na sociedade.
A (re)construção do leitor é objetivada pelo uso do ciberespaço e a interação em
comunidade favorece para uma nova formação, a de um sujeito que tem autonomia para
fazer suas escolhas, saindo do casulo de leitor adormecido para a metamorfose completa
da sua transição de autoria quando ele se depara com a funcionalidade permitida pela
interação, pois o leitor “navegador participa assim da redação ou pelo menos da edição
do texto que ele ‘lê’, uma vez que determina sua organização final (a dispositivo da
antiga retórica)” (LÉVY, 1996, p. 45).
O leitor que agora é um usuário das novas tecnologias pode aprimorar seus
conhecimentos, pois ele responde criativamente, já que também é um produtor de
significados dentro do suporte virtual.
O Facebook.com, como agente do ciberespaço, por sua vez permite ao leitor
navegador a opção de acrescentar informações que serão acatadas ou não pelos outros
usuários, como afirma Lévy (1996, p. 43), “o suporte digital permite novos tipos de
leituras (e de escritas) coletivas” e é este mesmo suporte que facilita a inserção de um
novo leitor no meio virtual proporcionando, a partir de sua participação interativa, a
função também de autor.
Portanto, é necessária uma mudança dos olhares referentes a essa postura
assumida pelo usuário do ciberespaço, como leitor/autor e a posição dos editores e
autores “tendo ao mesmo tempo em mente que os papéis de uns e outros tendem daqui
para frente a se intercambiar na nova paisagem da comunicação textual que se instala”
(CLÉMENT, 2003, p. 35). “A criatividade dos autores e editores” deve ser aliada ao
“respeito às expectativas dos usuários”, como disse Clément (2003), o nascente leitor
digital, não veio apossar do cargo de autor, excluindo este de suas funções, mas sim ser
um contribuinte por meio de suas opiniões.
Essa ação colaborativa corresponde ao que Lévy (1999) diz sobre o papel do
leitor no ciberespaço, segundo ele: “Finalmente, os leitores podem não apenas modificar
os links, mas também acrescentar ou modificar nós (textos, imagens etc.) [...]” (LÉVY,
1999, p.57).
Através dos suportes ofertados pelas redes sociais o leitor adquire sua
independência, tornando-se coautor, adquirindo sua autonomia quanto ao ato da escrita,
como confirma Zilberman (2001):
A autonomia do leitor, no âmbito dos estudos literários, demorou a
aparecer, mas se evidencia quando a sociedade, como um todo, se
mobiliza para se posicionar relativamente à questão da leitura e do
livro. Com isso, equipara-se ao autor, até então detentor dos direitos
sobre a criação artística; e, quando isso acontece, faculta-se a
permissividade, e o leitor pode intervir, invadindo o que lhe estava
vetado (ZILBERMAN, 2001, p.103).
Portanto, a participação do leitor somente tornou-se possível mediante esses
novos modos de ler e produzir textualmente existente no ciberespaço. O letramento do
leitor assumiu outro patamar na estruturação literária. Através dos dispositivos de
leitura promovidos na rede social, ademais de ler, ele torna-se autor participando da
escrita com sua opinião sobre as leituras que a ele são ofertadas, como contribuindo
com as suas já lidas ou indicando textos aos outros navegantes.
A formação do leitor assim como do autor só acontece porque a escrita começa
mediante as funcionalidades proporcionadas dentro do ambiente do ciberespaço. A
função de autor só existe porque o indivíduo pratica a escrita. O autor, neste ambiente,
não é mais aquele que nomeia a sua obra, mas sim aquele que alimenta, através das
palavras, o texto em questão, como disse Barthes (2004, p. 61) “o escritor moderno
nasce ao mesmo tempo que o seu texto.” O leitor na função de autor assinala sua marca
nos seus textos e nos de outros, portanto “se desvenda o ser total da escritura: um texto
é feito de escrituras múltiplas, oriundas de várias culturas e que entram umas com as
outras em diálogo, em paródia, em contestação [...]” (BARTHES, 2004).
A prática leitora assinala o seu papel junto com a prática da escrita favorecidas
pela (re)evolução cultural mediada pelos novos modos de produção autoral e formação
leitora através do ciberespaço.
Conclusão
Como observado, a inclusão do indivíduo na cibercultura fez com que houvesse
uma importante valorização do papel do leitor que até pouco tempo, encontrava-se
anestesiado de suas funções relativas ao ato de ler e agora, com a sua participação
interativa, ele pode tornar-se um promotor de leitura a partir do momento de sua
inserção nas comunidades promovidas pelo ciberespaço. A importância deste ambiente
de interação é de suma relevância não somente para o indivíduo como leitor, mas
também como em seu papel de autor, sincronizando o ato de ler com o de escrever.
Percebe-se, portanto que, a presença dos suportes digitais/virtuais para a leitura
como as comunidades criadas dentro dos sites de redes socais são os agenciadores
responsáveis pelos novos leitores, pois é, por esses suportes que ocorre toda a mutação
para a formação leitora. O ciberespaço mudou não somente o estilo de vida leitora, mas
também aproximou a escrita do leitor.
Espera-se ampliar a pesquisa deste estudo uma vez que a formação leitora, a
produção textual e a comunidade em rede virtual são características crescentes da
cultura pós-moderna.
Referências bibliográficas
BARTHES, Roland. O rumor da língua. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
CAMARA JR, Mattoso Camara. Dicionário de Linguística e gramática: referente à
língua portuguesa. 13ª Ed. Petrópolis, Vozes, 1996.
CAVALCANTE, Márcio Balbino. O conceito de pós-modernidade na sociedade atual.
Brasil Escola. Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.com/geografia/o-conceito-
posmodernidade-na-sociedade-atual.htm> Acesso em 20 de janeiro de 2016.
CLÉMENT, Jean. O hipertexto como nova forma de escrita. In:Süsseking, Flora.
(Org.) Historiografia literária e as técnicas da escrita: do manuscrito ao hipertexto. RJ:
Vieira e Lent, 2004.
EMEDIATO, Wander. Discurso e web: as múltiplas faces do facebook. Revista da
ABRALIN, n 2, p. 171-192, 2015.
LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Tradução Paulo Neves. 1ªed. São Paulo: Editora 34,
1996.
__________ Cibercultura. Tradução Carlos Irineu Costa. 1ª ed. São Paulo: Editora 34,
1999.
ORTÍZ, Rocío Rueda. Cibercultura: metáforas, prácticas sociales y colectivos en red.
Nómadas, Colombia, n. 28, 2008. Disponível em:
<http://ucentral.edu.co/sites/tienda/images/stories/iesco/revista_nomadas/28/nomadas_1
_cibercultura.pdf> Acessado em: 05 de maio de 2016.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
VILLAÇA, Nízia. Impresso ou eletrônico? Um trajeto de leitura. Rio de Janeiro:
Mauad, 2002.
ZILBERMAN,Regina. Fim do livro, fim dos leitores? São Paulo: SENAC, 2001.

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A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço: um recurso para a formação leitora

  • 1. A (re) evolução da cultura moderna por meio do ciberespaço: um recurso para a condição leitora Elaine Teixeira da SILVA1 Resumo As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) atuais são hoje partes integrantes na vida dos leitores, sejam eles praticantes ou não da leitura. Com elas, os usuários digitais começaram a integrar-se de modo constante e crescente, dando início à cibercultura, termo proveniente do então ciberespaço criado anteriormente pelo escritor William Gibson, e fixado na cibercultura como um ambiente para aproximar os internautas. Dentro do ciberespaço emergem as redes sociais, que, nos dias atuais, são vetores de informação e comunicação entre os navegantes virtuais, sendo que, este trabalho limitou-se a observar apenas um site de rede social, o Facebook.com, visto que nesta rede há um número expressivo de usuários e comunidades virtuais. Por meio da rede social, é oferecido ao usuário suporte literário e informativo, ele pode praticar a leitura e também exercer a função de autoria apontando suas opiniões nos comentários relacionados ao tema proposto pelas comunidades. A pesquisa fundamentou-se em alguns teóricos e pesquisadores deste novo movimento cultural, tais como Barthes (2004), Lévy (1999, 1996), Ortíz (2008), Recuero (2009), Villaça (2002) e Zilberman (2001) entre outros. Palavras-chave: Cibercultura. Ciberespaço. Formação do leitor/autor. Leitura em comunidade. Redes Sociais. Abstract Information and Communication Technologies (ICT) today are now an integral part in the lives of readers, whether practicing or not reading. With these digital users began to integrate constant and increasingly beginning cyberculture, a term from the then cyberspace previously created by writer William Gibson, and set in cyberculture as an 1 Especialista em Ensino de Língua Espanhola (UCAM), Especialista em Estudos de Língua Portuguesa e de Literatura Brasileira (UniFSJ), Licenciada em Letras Português/Espanhol (UniFSJ), professora da rede estadual de ensino SEEDUC/RJ, professora da Escola de Aplicação da Fundação São José de Itaperuna e do Centro Universitário São José de Itaperuna (UniFSJ). Centro Universitário São José de Itaperuna (UniFSJ). CEP.: 28300-000 Itaperuna/RJ. E-mail: elaine.ts@gmail.com .
  • 2. environment to bring the Internet. Within cyberspace emerging social networks, which nowadays are vectors of information and communication between virtual navigators, and this work merely observed only a social networking site, Facebook.com, since this network there is a significant number of users and virtual communities. Through the social network is offered to literary and informational support user, it can practice reading and also exercise the authorship function pointing your opinions in the comments related to the topic proposed by the communities. The research was based on some theorists and researchers of this new cultural movement, such as Barthes (2004), Levy (1999, 1996), Ortiz (2008), Recuero (2009), Villaça (2002) and Zilberman (2001) among others. Keywords: Cyberculture. Cyberspace. Reader training / author. Reading community. Social networks. Introdução Desde os primórdios, quando o homem aprendeu a comunicar-se com os demais, seja pela fala ou pela escrita, deu-se início a formação da cultura, uma vez que cultura segundo Camara Jr.(1996) é o conjunto das criações humanas, e essas criações são as responsáveis pela identidade que compõe cada indivíduo dentro de uma comunidade, assim como: “As mudanças na cultura determinam mudanças linguísticas” (CAMARA JR., 1996, p. 87). O vocábulo cultura pode ser entendido também como um divisor de classes, “classes providas de cultura e numa língua culta própria dessas classes” (CAMARA JR., 1996, p. 88). Com o passar dos anos, o homem permeou algumas mudanças que se tornaram imprescindíveis na forma de fazer e refazer a cultura. As tecnologias virtuais introduziram um novo meio de comunicação que atravessa o tempo, encurta o espaço e diminui as diferenças. Desses enlaces, cria-se uma nova cultura nomeada pelo termo cibercultura. Segundo Lévy (1999, p. 127), a cibercultura “aponta para uma civilização da telepresença generalizada. Para além de uma física da comunicação, a interconexão constitui a humanidade em um contínuo sem fronteiras.” Sendo assim, essa nova forma
  • 3. de realizar a cultura modificou não somente a comunicação, como também a vinculação da informação com os modos de ensino e aprendizagem. Com o advento da internet, foi necessário que houvesse uma mudança nos hábitos dos leitores, tanto para os ativos, aqueles que leem revistas, jornais, livros, como para os leitores passivos, que somente deambulam pela rede, pois com ela, a internet, novos modos de leitura e circulação de textos estavam sendo inseridos e uma nova cultura alicerçada no ambiente virtual adentrava a vida cotidiana dos leitores. Essa cultura em rede pôde ofertar aos usuários um espaço para interagirem mediados apenas pelo suporte eletrônico independente de quando, como e onde. A pós-modernidade tem predomínio do instantâneo, da perda de fronteiras, gerando a ideia de que o mundo está cada vez menor através do avanço da tecnologia. Estamos diante de um mundo virtual, imagem, som e texto em uma velocidade instantânea (CAVALCANTE, 2016).2 A interação em comunidade favoreceu a formação de um novo leitor que tem autonomia para fazer suas escolhas, pois, ao deparar com a funcionalidade permitida pelo hipertexto, que é um “percurso de leitura” (LÉVY, 1996), o leitor que até então encontrava-se adormecido, agora também pode tornar-se um colaborador na criação de textos: O navegador participa assim da redação ou pelo menos da edição do texto que ele “lê”, uma vez que determina sua organização final (a dispositivo da antiga retórica). O navegador pode se fazer autor de maneira mais profunda do que percorrendo uma rede preestabelecida: participando da estruturação do hipertexto, criando novas ligações (LÉVY, 1996, p. 45). Ou seja, o leitor que agora é um usuário navegador pode aprimorar seus conhecimentos, pois ele responde criativamente porque também é um produtor de significados já que o hipertexto dentro do suporte virtual permite ao leitor navegador a opção de acrescentar informações que serão acatadas ou não pelos outros usuários como afirma Lévy (1996, p. 43), “o suporte digital permite novos tipos de leituras (e de escritas) coletivas.” Esse novo leitor agora também pode ser um produtor de textos, já que o autor segundo Barthes (2004, p. 58), “é uma personagem moderna, produzida sem dúvida por 2 Artigo retirado de uma página da internet, não há registro de paginação. O link encontra-se nas referências.
  • 4. nossa sociedade [...]”, sendo assim a modernidade cultural trazida pela sociedade em rede virtual permite, além da inserção leitora, a produção autoral. O ciberespaço A era digital trouxe uma nova cultura à vida dos leitores, a cibercultura. Denominada por Pierre Lévy (1999) como um neologismo, o termo é entendido como “[...] um conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço” (LÉVY, 1999, p. 17), sendo este um novo meio de interação. O ciberespaço foi inventado em 1984 pelo escritor norte-americano William Gibson em seu romance intitulado Neuromante e isto muito antes de entrarmos na era digital, porém o termo logo foi “retomado pelos usuários e criadores de redes digitais” (LÉVY, 1999, p. 92). Pierre Lévy (1999) ressalta que: […] as particularidades técnicas do ciberespaço permitem que os membros de um grupo humano (que podem ser tantos quantos se quiser) se coordenem, cooperem, alimentem e consultem uma memória comum, e isto quase em tempo real, apesar da distribuição geográfica e da diferença de horários (LÉVY, 1999, p. 49). Contudo, o leitor que agora é um usuário da internet tem ao seu alcance uma nova possibilidade de construir seu conhecimento de modo colaborativo, agregando novos saberes aos demais leitores e a si próprio, estimulados pelo invólucro da cibercultura, criando dentro deste ambiente um novo tipo de comunidade, a virtual, já que suas peculiaridades formadoras podem ser entendidas como: [...] as discussões públicas; as pessoas que se encontram e reencontram, ou que ainda mantêm contato através da Internet (para levar adiante a discussão); o tempo; e o sentimento. Esses elementos combinados através do ciberespaço, poderiam ser formadores de redes de relações sociais, constituindo-se em comunidades (RECUERO, 2009, p. 137). É interessante salientar que cada pessoa desenvolve as suas capacidades cognitivas, porém não pensamos sozinhos. Lévy (1999) diz que os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo, os valores apreendidos como afeto e simpatia, as ferramentas como a memória ou mesmo uma máquina fotográfica, que são transmitidos
  • 5. pela cultura e que influenciam nosso conhecimento, constituem uma inteligência chamada por ele de “inteligência coletiva.” Desse modo, o ciberespaço: Será em breve o principal equipamento coletivo internacional da memória, pensamento e comunicação. Em resumo, em algumas dezenas de anos, o ciberespaço, suas comunidades virtuais, suas reservas de imagens, suas simulações interativas, sua irresistível proliferação de textos e de signos, será o mediador essencial da inteligência coletiva da humanidade (LÉVY, 1999, p. 167). Os indivíduos integrantes desse espaço constituem um elo entre o individual e a coletividade, que se mesclam e consentem a interação e formação de grupos nos quais serão os formadores de novos conceitos e opiniões superados pela distância e auxiliados pelo suporte digital. As redes sociais Se antes da chegada da tecnologia era possível interagir por meio de encontros marcados entre os leitores em casa, escola, praça etc., com o ciberespaço, tornou-se possível uma comunicação imediata. Essa comunicação pode ser vista nas redes sociais que são promovidas pelo ciberespaço. Esse movimento tecnológico digital assume também a função social porque a “comunicação mediada é sempre um fenômeno social implantado em contextos que se estruturam de diversas maneiras e que, por sua vez, produzem impacto na comunicação que ocorre” (VILLAÇA, 2002, p. 16). É, a partir desse fenômeno social mediado pelo suporte eletrônico, que surge a rede social, e, na definição de Recuero (2011, p. 24), “uma rede social é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores”, e estes atores são “pessoas, instituições ou grupos, os nós da rede”3 e as conexões “os laços sociais, as interações.” Esses encontros sociais são promovidos através dos sites de comunidades virtuais que “são os espaços utilizados para a expressão das redes sociais na Internet” (RECUERO, 2011, p.102). Tais sites permitem que os seus integrantes criem perfis, 3 O vocábulo nós, está relacionado com a definição criada por Pierre Lévy para o termo hipertexto. LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Tradução Paulo Neves. 1ªed. São Paulo: Editora 34, 1996.
  • 6. grupos, páginas, teçam comentários, tenham listas de amigos, conhecidos e desconhecidos, enfim, eles possibilitam que os usuários, acima de tudo, interajam. Segundo Recuero (2011, p. 190), esses sites focam na “publicização” das redes sociais, ou seja, são responsáveis por tornarem públicas as informações dos usuários que constituem esses ambientes. As redes sociais, em especial o Facebook.com, vão permitir “ao cidadão comum não só se manifestar, mas também de assumir papéis diferentes que geralmente só seriam possíveis pela ocupação de algum poder institucional” (EMEDIATO, 2015, p. 182). Esses papéis restituem ao indivíduo o direito de participar ativamente para que ele crie a sua autonomia argumentativa no discurso em rede. O Facebook Como objeto desta pesquisa, usaremos o Facebook.com, por ser, na atualidade, um ambiente com um número expressivo de usuários, tanto como perfil pessoal como páginas criadas para entretenimento, ensino, etc. O site foi fundado pelo americano Mark Zuckerberg e sua ideia era a de criar um site para comunicação entre os estudantes da universidade em que estudava. O sucesso de sua criação ultrapassou os portões da instituição e passou a dar suporte a outras universidades. O sistema de comunicação em rede virtual tomou grandes proporções, saindo dos ambientes das universidades e entrando nos computadores, celulares e tablets dos indivíduos em todas as partes do mundo. O Facebook.com funciona através de perfis e comunidades. Em cada perfil, o usuário pode criar grupos, páginas, seguir, curtir, compartilhar, acrescentar aplicativos etc. De acordo com Recuero (2011, p. 27): “Essas apropriações funcionam como uma presença do “eu” no ciberespaço, um espaço privado e, ao mesmo tempo, público”, em que cada usuário pode estar no modo ativo ou no modo off-line, mas sempre interagindo com os demais, e esse espaço de comunicação “é que permite que as redes sociais sejam expressas na Internet” (RECUERO, 2011, p.27). Como já dito, a cibercultura ofertou um espaço para que os usuários da internet pudessem interagir, o ciberespaço, e, dentro desse ambiente, encontram-se os sites de redes sociais e é por meio deles que podemos verificar a formação de um novo leitor e sua atuação como autor. É possível observar na rede social Facebook.com alguns
  • 7. mecanismos colaboradores para a formação leitora e autoria do usuário, já que a rede social incorpora uma expressiva quantidade de membros e comunidades virtuais. Além disso, “as modalidades técnicas de interatividade e de enunciação são constituídas por quatro formas essenciais: publicação, curtição, comentário e compartilhamento” e cada uma dessas funções “possui uma visada distinta e produz consequências diversas, cuja complexidade não deve ser subestimada” (EMEDIATO, 2015, p. 173-174). O leitor no ciberespaço Sendo assim, a arte, em suas diversas formas, passou a adaptar-se a esse novo campo virtual. O livro impresso foi expandido ao suporte eletrônico, permitindo ao leitor um acesso à leitura em diversas formas como os e-books que são vendidos em livrarias virtuais assim como os livros de papel e os digitalizados que são disponibilizados em diversos sites e blogs. Hoje há suporte de leitura desses e-books, os e-readers, que funcionam como um livro, porém digital e hipertextual, e o leitor pode grifar, trocar de página, ir ao índice, mudar o tamanho da fonte, criar sua biblioteca, entre outras funções. A leitura oferecida pelos suportes digitais tem importância no tocante à acessibilidade a lugares longínquos ou mesmo de difícil aquisição dos livros impressos devido à falta de livrarias. “Graças à digitalização, o texto e a leitura receberam hoje um novo impulso, e ao mesmo tempo uma profunda mutação” (LÉVY, 1996, p. 50). Por esses motivos as possibilidades ofertadas pelos sites de redes sociais, com relação à participação do leitor, tornaram-se uma ferramenta a mais tanto para a difusão do livro, independente do suporte, como para o leitor, que pode participar de maneira mais ativa, como aponta Villaça (2001) o leitor navegador “pode libertar-se da obrigatoriedade do linear” (2002, p.108), sem alterar a sua compreensão do texto lido. Porém, há uma ressalva quanto à liberdade encontrada pelo leitor dentro do suporte virtual, visto que nem todos os leitores navegantes estão aptos para atuarem fora da linearidade do livro impresso. Portanto, existem três etapas que ajudam na distinção do leitor virtual e que serão fundamentais para entendermos o processo motivacional do leitor/autor. São elas:
  • 8. A primeira é a da interatividade. O leitor faz escolhas que determinam o texto que lhe é dado a ler. A segunda é a participação em fóruns. Estes existem em todos os campos. Os livreiros e os editores na Internet, por exemplo, oferecem a seus leitores a possibilidade de reagir aos textos por eles propostos. Por fim, torna-se cada vez mais fácil a própria pessoa publicar na Internet todos os tipos de documentos (CLÉMENT, 2003, p.35). A partir dessas definições é plausível que o leitor, quando as pratica, atue como agente de sua formação leitora e de autoria, uma vez que a participação nos fóruns existentes no que concerne à produção escrita e literária resultam em uma ação recíproca e mediativa. Pois, [...]através da invasão de uma nova figura, a do autor-leitor, o “golpe de graça” que sofre a figura tradicional do romancista dadas a possibilidades estéticas e criativas próprias do ciberespaço e de sua linguagem hipertextual. Se trata da anunciada morte do autor de Barthes e que nas narrativas de hiperficção se materializa a tal ponto que é impossível seguir mantendo as categorias de autoria e autoridade próprias da modernidade (ORTIZ, 2008, p. 16).4 Assim, o leitor que adentra no campo virtual encontra uma amplitude para a aquisição do seu processo cognitivo e sua participação em rede, conectado com outros, interagindo, faz com que o seu interesse pela leitura se torne um prazer compartilhado. Para Villaça (2002), esse momento interativo proporcionado pelo suporte tecnológico “supõe um leitor de nível privilegiado em termos de conhecimento e criatividade” (VILLAÇA, 2002, p. 111). Como já citado por Ortiz (2008), a morte do autor prevista por Barthes (2004) era necessária, essa morte não é pela imagem física e sim pela relação da autoria que se dá pelo processo da escrita. Se, nos primórdios da escritura autoral, o prestígio era dado 4 Tradução da autora para "[...]a través de la irrupción de una nueva figura, la del autor-lector, o el “golpe de gracia” que sufre la figura tradicional del novelista dadas las posibilidades estéticas y creativas propias del ciberespacio y de su lenguaje hipertextual. Se trata de la anunciada muerte del autor de Barthes y que en las narrativas de hiperficción se materializa a tal punto que es imposible seguir manteniendo las categorías de autoría y autoridad propias de la modernidad.“
  • 9. ao sujeito que nomeava seus textos sem a participação de outros, hoje com a sociedade moderna ancorada na cibercultura, é possível e permitido que outros participem da atividade escritural advinda com o ambiente promovido pelo ciberespaço, já que esse é um modo de interação e participação contínua. Segundo Barthes (2004), o leitor é o conjunto das multiplicidades, é quem restituirá à escrita o seu lugar na sociedade. A (re)construção do leitor é objetivada pelo uso do ciberespaço e a interação em comunidade favorece para uma nova formação, a de um sujeito que tem autonomia para fazer suas escolhas, saindo do casulo de leitor adormecido para a metamorfose completa da sua transição de autoria quando ele se depara com a funcionalidade permitida pela interação, pois o leitor “navegador participa assim da redação ou pelo menos da edição do texto que ele ‘lê’, uma vez que determina sua organização final (a dispositivo da antiga retórica)” (LÉVY, 1996, p. 45). O leitor que agora é um usuário das novas tecnologias pode aprimorar seus conhecimentos, pois ele responde criativamente, já que também é um produtor de significados dentro do suporte virtual. O Facebook.com, como agente do ciberespaço, por sua vez permite ao leitor navegador a opção de acrescentar informações que serão acatadas ou não pelos outros usuários, como afirma Lévy (1996, p. 43), “o suporte digital permite novos tipos de leituras (e de escritas) coletivas” e é este mesmo suporte que facilita a inserção de um novo leitor no meio virtual proporcionando, a partir de sua participação interativa, a função também de autor. Portanto, é necessária uma mudança dos olhares referentes a essa postura assumida pelo usuário do ciberespaço, como leitor/autor e a posição dos editores e autores “tendo ao mesmo tempo em mente que os papéis de uns e outros tendem daqui para frente a se intercambiar na nova paisagem da comunicação textual que se instala” (CLÉMENT, 2003, p. 35). “A criatividade dos autores e editores” deve ser aliada ao “respeito às expectativas dos usuários”, como disse Clément (2003), o nascente leitor digital, não veio apossar do cargo de autor, excluindo este de suas funções, mas sim ser um contribuinte por meio de suas opiniões. Essa ação colaborativa corresponde ao que Lévy (1999) diz sobre o papel do leitor no ciberespaço, segundo ele: “Finalmente, os leitores podem não apenas modificar os links, mas também acrescentar ou modificar nós (textos, imagens etc.) [...]” (LÉVY, 1999, p.57).
  • 10. Através dos suportes ofertados pelas redes sociais o leitor adquire sua independência, tornando-se coautor, adquirindo sua autonomia quanto ao ato da escrita, como confirma Zilberman (2001): A autonomia do leitor, no âmbito dos estudos literários, demorou a aparecer, mas se evidencia quando a sociedade, como um todo, se mobiliza para se posicionar relativamente à questão da leitura e do livro. Com isso, equipara-se ao autor, até então detentor dos direitos sobre a criação artística; e, quando isso acontece, faculta-se a permissividade, e o leitor pode intervir, invadindo o que lhe estava vetado (ZILBERMAN, 2001, p.103). Portanto, a participação do leitor somente tornou-se possível mediante esses novos modos de ler e produzir textualmente existente no ciberespaço. O letramento do leitor assumiu outro patamar na estruturação literária. Através dos dispositivos de leitura promovidos na rede social, ademais de ler, ele torna-se autor participando da escrita com sua opinião sobre as leituras que a ele são ofertadas, como contribuindo com as suas já lidas ou indicando textos aos outros navegantes. A formação do leitor assim como do autor só acontece porque a escrita começa mediante as funcionalidades proporcionadas dentro do ambiente do ciberespaço. A função de autor só existe porque o indivíduo pratica a escrita. O autor, neste ambiente, não é mais aquele que nomeia a sua obra, mas sim aquele que alimenta, através das palavras, o texto em questão, como disse Barthes (2004, p. 61) “o escritor moderno nasce ao mesmo tempo que o seu texto.” O leitor na função de autor assinala sua marca nos seus textos e nos de outros, portanto “se desvenda o ser total da escritura: um texto é feito de escrituras múltiplas, oriundas de várias culturas e que entram umas com as outras em diálogo, em paródia, em contestação [...]” (BARTHES, 2004). A prática leitora assinala o seu papel junto com a prática da escrita favorecidas pela (re)evolução cultural mediada pelos novos modos de produção autoral e formação leitora através do ciberespaço. Conclusão Como observado, a inclusão do indivíduo na cibercultura fez com que houvesse uma importante valorização do papel do leitor que até pouco tempo, encontrava-se anestesiado de suas funções relativas ao ato de ler e agora, com a sua participação
  • 11. interativa, ele pode tornar-se um promotor de leitura a partir do momento de sua inserção nas comunidades promovidas pelo ciberespaço. A importância deste ambiente de interação é de suma relevância não somente para o indivíduo como leitor, mas também como em seu papel de autor, sincronizando o ato de ler com o de escrever. Percebe-se, portanto que, a presença dos suportes digitais/virtuais para a leitura como as comunidades criadas dentro dos sites de redes socais são os agenciadores responsáveis pelos novos leitores, pois é, por esses suportes que ocorre toda a mutação para a formação leitora. O ciberespaço mudou não somente o estilo de vida leitora, mas também aproximou a escrita do leitor. Espera-se ampliar a pesquisa deste estudo uma vez que a formação leitora, a produção textual e a comunidade em rede virtual são características crescentes da cultura pós-moderna. Referências bibliográficas BARTHES, Roland. O rumor da língua. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004. CAMARA JR, Mattoso Camara. Dicionário de Linguística e gramática: referente à língua portuguesa. 13ª Ed. Petrópolis, Vozes, 1996. CAVALCANTE, Márcio Balbino. O conceito de pós-modernidade na sociedade atual. Brasil Escola. Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.com/geografia/o-conceito- posmodernidade-na-sociedade-atual.htm> Acesso em 20 de janeiro de 2016. CLÉMENT, Jean. O hipertexto como nova forma de escrita. In:Süsseking, Flora. (Org.) Historiografia literária e as técnicas da escrita: do manuscrito ao hipertexto. RJ: Vieira e Lent, 2004. EMEDIATO, Wander. Discurso e web: as múltiplas faces do facebook. Revista da ABRALIN, n 2, p. 171-192, 2015. LÉVY, Pierre. O que é o virtual? Tradução Paulo Neves. 1ªed. São Paulo: Editora 34, 1996. __________ Cibercultura. Tradução Carlos Irineu Costa. 1ª ed. São Paulo: Editora 34, 1999. ORTÍZ, Rocío Rueda. Cibercultura: metáforas, prácticas sociales y colectivos en red. Nómadas, Colombia, n. 28, 2008. Disponível em: <http://ucentral.edu.co/sites/tienda/images/stories/iesco/revista_nomadas/28/nomadas_1 _cibercultura.pdf> Acessado em: 05 de maio de 2016. RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
  • 12. VILLAÇA, Nízia. Impresso ou eletrônico? Um trajeto de leitura. Rio de Janeiro: Mauad, 2002. ZILBERMAN,Regina. Fim do livro, fim dos leitores? São Paulo: SENAC, 2001.