O documento apresenta um guia de planejamento e orientações didáticas para professores da 4a série. Ele contém projetos e atividades sobre leitura, escrita, matemática e outras áreas para auxiliar os professores no planejamento de aulas. O guia também destaca a importância de desenvolver a competência leitora e escritora dos alunos por meio do contato com diferentes gêneros textuais.
1. Guia de Planejamento e
Orientações Didáticas
Professor – 4ª série
GuiadePlanejamentoeOrientaçõesDidáticas–Professor–4ªsérie
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3. Agradecemos à Prefeitura da Cidade de São Paulo por ter cedido esta obra à
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para atender aos objetivos do Programa Ler e Escrever.
Governo do Estado de São Paulo
Governador
José Serra
Vice-Governador
Alberto Goldman
Secretário da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Adjunto
Guilherme Bueno de Camargo
Chefe de Gabinete
Fernando Padula
Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas
Valéria de Souza
Coordenador de Ensino da Região Metropolitana
da Grande São Paulo
José Benedito de Oliveira
Coordenador de Ensino do Interior
Rubens Antônio Mandetta de Souza
Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação
Fábio Bonini Simões de Lima
Diretora de Projetos Especiais da FDE
Claudia Rosenberg Aratangy
Coordenadora do Programa Ler e Escrever
Iara Gloria Areias Prado
Prefeitura da Cidade de São Paulo
Prefeito
Gilberto Kassab
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Alexandre Alves Schneider
Secretário
Célia Regina Guidon Falótico
Secretária Adjunta
DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA
Regina Célia Lico Suzuki
Elaboração e Implantação do
Programa Ler e Escrever - Prioridade na Escola Municipal
Iara Gloria Areias Prado
Concepção e Elaboração deste Volume
Angela Maria da Silva Figueredo
Armando Traldi Júnior
Aparecida Eliane de Moraes
Carlos Bifi
Dermeval Santos Cerqueira
Ivani da Cunha Borges Berton
Jayme do Carmo Macedo Leme
Kátia Lomba Bräkling
Leika Watabe
Márcia Maioli
Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro
Silvia Moretti Rosa Ferrari
Regina Célia dos Santos Câmara
Rogério Ferreira da Fonseca
Rogério Marques Ribeiro
Rosanea Maria Mazzini Correa
Suzete de Souza Borelli
Tânia Nardi de Pádua
Consultoria Pedagógica
Kátia Lomba Bräkling
Célia Maria Carolino Pires
Editoração
Teresa Lucinda Ferreira de Andrade
Os créditos acima são da
publicação original de março de 2008.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
S239L
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Ler e escrever: guia de planejamento e orientações didáticas; professor –
4º série / Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento
da Educação; adaptação do material original, Marisa Garcia, Andréa Beatriz
Frigo. – 2. ed. São Paulo : FDE, 2010.
372 p. : il.
Inclui bibliografia.
Obra cedida pela Prefeitura da Cidade de São Paulo à Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo para o Programa Ler e Escrever.
Documento em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa.
1. Ensino Fundamental 2. Ciclo I 3. Ensino da escrita 4. Ensino de
matemática 5. Atividade Pedagógica 6. Programa Ler e Escrever 7. São Paulo
I. Fundação para o Desenvolvimento da Educação. II. Garcia, Marisa. III. Frigo,
Andréa Beatriz. IV. Título.
CDU: 372.4(815.6)
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4. Ler e Escrever em primeiro lugar
Prezada professora, prezado professor
Este Guia é parte do Programa Ler e Escrever que chega ao seu
quarto ano presente em todas as escolas de Ciclo I da Rede Estadual
bem como em muitas das Redes Municipais de São Paulo.
Este Programa vem, ao longo de sua implantação, retomando a mais
básica das funções da escola: propiciar a aprendizagem da leitura e da
escrita. Leitura e escrita em seu sentindo mais amplo e efetivo. Vimos
trabalhando na formação de crianças, jovens e adultos que leiam muito,
leiam de tudo, compreendam o que leem; e que escrevam com coerência
e se comuniquem com clareza. Isso não teria sido possível se a Secreta-
ria não tivesse desenvolvido uma política visando ao ensino de qualidade.
Ao longo dos últimos três anos foram muitas as ações que concre-
tizam esta política: o estabelecimento das 10 metas para educação, que
afirmaram e explicitaram o compromisso de todas as instâncias da Se-
cretaria na busca da melhoria da qualidade do ensino; a publicação dos
documentos curriculares; a seleção de professores coordenadores para
os diferentes segmentos da escolaridade; medidas visando estabilizar as
equipes nas escolas; a criação do IDESP, para bonificar o trabalho coleti-
vo e dar apoio às equipes das escolas em maiores dificuldades; o acom-
panhamento sistemático da CENP às oficinas pedagógicas das Diretorias;
os encontros de formação com os professores coordenadores; o aumento
das HTPCs para professores de Ciclo 1, garantindo assim tempo de estu-
do, planejamento e avaliação da prática pedagógica; o envio de acervos
literários, publicações e outros materiais à sala de aula para dar mais op-
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5. ções aos professores; o programa de manutenção das escolas que tem
agilizado as reformas e atendido às emergências com mais rapidez.
Mais recentemente, definimos novas jornadas de trabalho, criamos
regras claras para garantir o trabalho dos temporários, passando a exigir
um exame para todos os que vierem a dar aulas. Mais importante, defi-
nimos novas regras para os concursos de ingresso, que serão feitos em
duas etapas, com um curso de formação a ser oferecido pela Escola de
Formação de Professores de São Paulo. Finalmente, temos a proposta
de Valorização Pelo Mérito, um projeto que promove uma melhoria radical
nas carreiras do Magistério do Estado de São Paulo e que reconhece o
esforço individual do professor no seu constante empenho por melhorar
a qualidade de nossa educação.
O norte está estabelecido, os caminhos foram abertos, os instru-
mentos foram colocados à disposição. Agora é momento de firmar os
alicerces para tudo que foi conquistado permaneça. Assim, é tempo de
deixar que cada escola e cada Diretoria, com apoio da SEE, assumam,
cada vez mais, a responsabilidade pela tomada de decisões, a iniciativa
pela busca de soluções adequadas para sua região, sua comunidade, sua
sala de aula. Sempre sem perder de vista cada aluno e sua capacidade
de aprender.
Paulo Renato Souza
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
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6. Introdução
Este Guia de orientações que você está recebendo foi produzido to-
mando-se como referência as expectativas de aprendizagem para a 4a
sé-
rie do Ciclo I e é mais uma ferramenta que visa auxiliá-lo no planejamento
de situações didáticas de leitura, escrita e matemática, de modo a fa-
vorecer um ensino eficaz e uma aprendizagem efetiva de todos os seus
alunos.
Conforme proposto pelo programa Ler e Escrever, a grande priorida-
de em nossa rede de ensino é a formação de leitores e escritores com-
petentes. Para isso, é preciso que os alunos possam interagir, a partir
da leitura e da escrita, com textos de gêneros diferentes e com distintos
propósitos sociais.
Nesse sentido, as propostas que encontrará no material conside-
ram tanto a aprendizagem de aspectos discursivos da linguagem e pa-
drões de escrita como o desenvolvimento da competência leitora em
suas diversas dimensões, o que exige que os alunos tenham acesso a
diferentes gêneros linguísticos para que possam conhecê-los e obser-
vem suas funções e estruturas de organização.
As opções de organização do tempo didático, conforme têm si-
do observadas em outras publicações do programa, são pelo trabalho
com projetos e sequências didáticas e pela proposta de atividades per-
manentes de leitura, escrita e análise e reflexão sobre a linguagem e a
língua.
O primeiro projeto se organiza em torno das lendas, por ser um
rico gênero literário, por meio do qual os alunos podem se familiari-
zar com a linguagem usada nesse tipo de texto, além de também ter a
possibilidade de emitir opiniões e fazer indicações posteriores.
Uma vez que as lendas têm autoria indeterminada e são transmi-
tidas através dos tempos pela oralidade, entrar em contato com elas é
igualmente importante para que os alunos ampliem seu repertório da
cultura oral.
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7. Do mesmo modo, é interessante que observem como a magia po-
de, em determinados momentos, servir como explicação àquilo que era
desconhecido, atendendo à curiosidade do homem sobre suas origens e
os fenômenos da natureza.
O segundo projeto aborda o tema “Universo ao meu redor” e tem
o propósito de fazer uso da leitura e da escrita para aprender. Para que
isso aconteça, os alunos deverão entrar em contato com diferentes ti-
pos de textos informativos, imagens e outras fontes de pesquisa, como
livros, revistas especializadas, internet ou entrevistas com especialis-
tas, de forma a obter informações e aprofundar o conhecimento a res-
peito de um tema.
Ao pesquisar um assunto, deverão coletar, organizar e discutir infor-
mações, além de terem a oportunidade de, também eles, compartilhar o
que aprenderam com os demais, seja por meio de registros escritos ou
de apresentações orais (nesse caso, aprendendo a apresentar um semi-
nário).
Organizamos também duas sequências didáticas. Uma delas, “Len-
do notícias para ler o mundo”, tem como finalidade expor os alunos à prá-
tica da leitura e escrita tendo o jornal como suporte. O jornal, caracteriza-
do por uma organização própria na qual categorias de assuntos estão divi-
didas em cadernos, permite uma leitura prazerosa ao mesmo tempo que
seletiva, uma vez que se pode escolher o que se deseja ler entre textos
diferentes, com situações de comunicação também diversas, como ocorre
com reportagens, classificados, anúncios, tirinhas e notícias.
Outra sequência didática proposta tem o título “Caminhos do ver-
de” e visa auxiliar os alunos na construção da competência de ler para
se informar, consultando materiais que tenham informações que favore-
çam o planejamento de passeios.
Trata-se de uma proficiência que implica a construção de procedi-
mentos de busca de informações em material de leitura de diversas na-
turezas, como jornais, artigos de divulgação científica, mapas e roteiros.
Além disso, requer do aluno a utilização das informações em um plane-
jamento efetivo das atividades e, inclusive, uma avaliação da viabilidade
da mesma considerando pertinência, adequação e custos.
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8. Há também uma sequência didática de estudo da pontuação de
discurso direto e indireto em gêneros literários – contos, crônicas, lendas
e fábulas – e uma sequência didática de estudo da ortografia, abrangen-
do as regularidades morfológico-gramaticais, uso do -ICE ou -ISSE, -AN-
ÇA ou -ANSA.
Todas essas atividades foram propostas em torno das expectativas
de aprendizagem para o 4a
série do Ciclo I, conforme consta no docu-
mento “Orientações Curriculares do Estado de São Paulo, Língua Portu-
guesa e Matemática, Ciclo I”, produzido pela FDE – Fundação para o De-
senvolvimento da Educação.
Desse modo, são objetivos do trabalho criar o ambiente e propor
situações de práticas sociais de uso da escrita aos quais os alunos não
têm acesso para que possam interagir intensamente com textos dos
mais variados gêneros, identificar e refletir sobre seus diferentes usos
sociais, produzir textos e, assim, construir as capacidades que lhes per-
mitam participar das situações sociais pautadas pela cultura escrita.
Na segunda parte deste Guia, você terá as orientações para o tra-
balho com Matemática, uma vez que os conteúdos dessa área, juntamen-
te com os de outras, devem ter como objetivo a busca de uma formação
integral, dirigida para a CIDADANIA.
Este material foi elaborado seguindo a concepção de que ensinar
matemática é criar situações didáticas que contribuam para os alunos
colocarem em jogo os conhecimentos adquiridos, descobrindo que es-
ses nem sempre são suficientes para resolver as situações propostas
e, portanto, há a necessidade de buscar novas estratégias e ideias
com a exposição das suas próprias hipóteses, da escuta de outras
opiniões, do confronto de ideias, o que promove um novo patamar de
conhecimento.
Nesse sentido, o seu papel deverá ser o de mediar as análises e
as discussões produzidas pelos alunos, intervindo de forma a colocar
questões que transformem a sala da aula num espaço investigativo.
Para os alunos aprenderem, é preciso que percebam sentido nas
atividades, pois assim haverá maior envolvimento. Nesse processo é ne-
cessário que os alunos possam:
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9. ■ explicar os procedimentos pessoais que utilizaram para solucio-
nar os problemas, de forma que os colegas possam entender;
■ desenvolver uma argumentação que justifique suas escolhas (por
exemplo, para solucionar um problema, a organização de um nú-
mero, a representação do deslocamento de uma pessoa ou obje-
to no espaço etc.);
■ saber ouvir a argumentação de um colega e as explicações do
professor;
■ saber questionar a opinião dos colegas e do professor para man-
ter ou não a sua opinião;
Todas as atividades se estruturam para que os alunos possam
atingir os seguintes objetivos:
■ resolver situações-problema, a partir da interpretação de enun-
ciados escritos ou orais, desenvolvendo procedimentos de plane-
jar, executar e avaliar, revisando o que e como se fez;
■ verificar as soluções encontradas, comunicando os resultados e
comparando-as com as de outros colegas, validando ou não as
respostas encontradas;
■ fazer comunicações matemáticas, apresentando resultados pre-
cisos ou aproximados, fazendo uso da linguagem oral e de repre-
sentações matemáticas, estabelecendo relações entre elas.
O material está organizado de modo que os conteúdos não percam
a natureza do saber matemático produzido socialmente. As atividades
estão distribuídas por blocos de conteúdo: números, operações e resolu-
ção de problemas (aditivos e multiplicativos), espaço e forma, grandezas
e medidas e tratamento da informação.
Em cada exercício apresentado você encontrará:
■ Título – Nome da atividade.
■ Objetivos – O que se pretende que os alunos aprendam com esta
atividade.
■ Planejamento – Apresenta informações de como deve ser a orga-
nização da atividade, qual material necessário e o tempo aproxi-
mado de duração da mesma.
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10. 9Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
■ Encaminhamento – Informa a sequência de etapas que podem
contribuir com o êxito da atividade, além de trazer elementos teó-
ricos para apoiar as suas discussões com os alunos.
Existem ainda, em algumas atividades, orientações de:
■ O que mais fazer? – São sugestões que podem complementar o
trabalho que está sendo desenvolvido com os alunos.
■ O que é importante discutir com o aluno – Nesse item destaca-
mos alguns aspectos matemáticos que são importantes e im-
prescindíveis e devem ser discutidos no decorrer da atividade.
Por último, deve-se destacar que este material contém sugestões
de atividades e dos encaminhamentos. Você poderá reorganizá-las, re-
criá-las a partir do levantamento do conhecimento de seus alunos.
As atividades estão organizadas por blocos de conteúdo, mas é
muito importante que você utilize, na mesma semana, conteúdos de dife-
rentes naturezas – números, operações, grandezas e medidas, espaço e
forma e tratamento da informação, pois, como o conhecimento se cons-
trói pelo estabelecimento de relações e generalizações, não é produtivo
fragmentá-lo em blocos, como se fossem “informações estanques”.
Esperamos que este material contribua com seu trabalho! Ele tem
como objetivo fundamental apoiar sua ação na tarefa de ensinar.
Bom trabalho e sucesso nessa empreitada!
Equipe responsável pelo Programa Ler e Escrever
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16. 15Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Expectativas de aprendizagem
para a 4a
série do Ciclo I
A Secretaria Estadual da Educação (SEE) reconhece e assume a importância de
estabelecer expectativas e metas de aprendizagem para os alunos, em cada um dos
anos dos ciclos, a fim de orientar o planejamento didático dos professores e, principal-
mente, nortear o currículo do Ensino Fundamental.
As atividades que você encontrará neste material estão organizadas de acordo
com as expectativas de aprendizagem previstas para o 4a
série do Ciclo I, na sua nova
versão e publicação, constituindo-se em mais uma ferramenta para o trabalho do pro-
fessor, no sentido de favorecer a aprendizagem de seus alunos.
Língua Portuguesa
As expectativas de aprendizagem para o ensino da Língua Portuguesa nos anos
iniciais do Ensino Fundamental orientam-se em torno da comunicação oral, da leitura e
da escrita.
Em relação à oralidade, pretende-se que os alunos sejam capazes de adequar
seu discurso às diferentes situações de comunicação oral, observando o contexto e
seus interlocutores.
Na leitura, deverão estar habilitados a ler diferentes textos, considerando as ca-
racterísticas dos gêneros textuais e seus propósitos comunicativos.
Ao escrever, deverão ser capazes de redigir textos diversos, adequando os dife-
rentes gêneros às situações de comunicação, às intenções de quem escreve e aos
leitores, os destinatários dos textos.
A seguir, relacionamos as expectativas que se pretende alcançar por meio das
atividades propostas nos projetos, sequências didáticas e atividades permanentes
constantes deste material.
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17. 16 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
AO FINAL DA 4a
SÉRIE DO CICLO I ESPERA-SE QUE OS ALUNOS SEJAM
CAPAZES DE:
Na comunicação oral Na leitura Na escrita, considerando-se a
produção de textos e a reflexão
sobre a língua
Participar de situações de
intercâmbio oral que requeiram:
ouvir com atenção;
intervir sem sair do assunto
tratado;
formular e responder
perguntas, justificando suas
respostas;
explicar e compreender
explicações;
manifestar e acolher opiniões;
argumentar e
contra-argumentar;
Planejar e participar de
situações de uso da linguagem
oral, sabendo utilizar alguns
procedimentos de escrita para
organizar sua exposição.
Apreciar textos literários.
Selecionar os textos de acordo
com os propósitos de sua leitura,
sabendo antecipar a natureza
de seu conteúdo e utilizando
a modalidade de leitura mais
adequada.
Utilizar recursos para
compreender ou superar
dificuldades de compreensão
durante a leitura (pedir ajuda aos
colegas e ao professor, reler o
trecho que provoca dificuldades,
continuar a leitura com a intenção
de que o próprio texto permita
resolver as dúvidas ou consultar
outras fontes).
Reescrever e/ou produzir
textos de autoria utilizando
procedimentos de escritor:
planejar o que vai
escrever considerando a
intencionalidade, o interlocutor,
o portador e as características
do gênero;
fazer rascunhos;
reler o que está escrevendo,
tanto para controlar a
progressão temática, quanto
para melhorar outros aspectos
discursivos ou notacionais do
texto;
revisar textos (próprios e de
outros), em parceria com os
colegas, assumindo o ponto
de vista do leitor com a
intenção de evitar repetições
desnecessárias (por meio
de substituição ou uso de
recursos da pontuação); evitar
ambiguidades; articular partes
do texto; garantir concordância
verbal e nominal;
revisar textos (próprios e de
outros), do ponto de vista
ortográfico.
Avaliação de aprendizagem
Ao nos referirmos à avaliação da aprendizagem dos alunos é importante lembrar
que nosso objetivo maior é fazer com que todos os alunos possam utilizar a leitura e a
escrita de modo competente e, para isso, não basta avaliar apenas as crianças, mas
também o processo de ensino e aprendizagem, fazendo as modificações necessárias
no planejamento e intervenções didáticas para melhor alcançarmos as metas educa-
cionais a que nos propomos.
É importante considerar também que o processo de avaliação deve ser contínuo
e, por isso, não é preciso realizar atividades distintas das habituais para avaliar as
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18. 17Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
crianças. Portanto, o que aqui se apresenta são alguns critérios para que os professo-
res possam melhor analisar e avaliar o que se passa na sala de aula, particularmente
o avanço dos alunos em relação às expectativas de aprendizagem.
A seguir, você encontrará um quadro em que se encontram as expectativas, ativi-
dades cotidianas e os itens a serem observados, que indicam se o aluno alcançou as
metas para esse momento do ciclo.
Lembre-se de registrar o que observou e faça uso de suas anotações para me-
lhor intervir junto a seus alunos.
Expectativa de que os
alunos sejam capazes de:
Atividade Observar se o aluno...
Participar de situações
de intercâmbio oral que
requeiram ouvir com
atenção, intervir sem
sair do assunto tratado,
formular e responder
perguntas justificando
suas respostas,
compreender explicações,
manifestar e acolher
opiniões, argumentar e
contra-argumentar.
Roda de curiosidades.
Roda de biblioteca.
Conversas realizadas a par-
tir de leituras compartilha-
das coletivas ou em duplas.
Discussões relacionadas
aos projetos.
Expõe sua opinião sobre o
que foi lido, complementa
informações com conhe-
cimentos que já possui e
ouve os colegas com aten-
ção, tanto nas situações co-
letivas como nos momentos
de trabalho em duplas.
Expõe oralmente conteúdos
aprendidos durante os pro-
jetos utilizando uma lingua-
gem mais formal.
Fundamenta suas ideias
não apenas em opiniões
pessoais, mas também em
informações aprendidas.
Refere-se às falas de seus
colegas ou da professora
para associar às suas pró-
prias ideias.
Sabe contrapor suas ideias
às de outros retomando
os argumentos utilizados e
rebatendo-os com os seus
próprios.
Planejar e participar
de situações de uso
da linguagem oral
sabendo utilizar alguns
procedimentos de escrita
para organizar sua
exposição.
Atividades de comunicação
oral.
Comunica-se com uma
linguagem formal, sem ter
de, necessariamente, ler.
Organiza slides ou cartazes
relacionados à sua fala,
sem ser uma repetição
dela, mas um complemento.
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19. 18 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Expectativa de que os
alunos sejam capazes de:
Atividade Observar se o aluno...
Apreciar textos literários. Leitura pelo professor.
Roda de biblioteca.
Escuta atentamente.
Compara textos lidos ou
ouvidos.
Identifca seus autores
e gêneros preferidos,
buscando, por conta própria
na sala de leitura ou na
própria classe, textos dos
quais goste.
Faz indicações literárias
aos seus colegas
apoiando-se em
características da trama,
personagens, autor ou
gênero.
Selecionar os textos de
acordo com os propósitos
de sua leitura, sabendo
antecipar a natureza de
seu conteúdo e utilizando a
modalidade de leitura mais
adequada.
Leitura pelo aluno. Utiliza títulos, subtítulos,
sumários ou índices para
descartar textos que não
interessam aos seus
propósitos.
Faz uma leitura global para
separar o que pode lhe
interessar.
Sabe dizer por que escolhe
ou descarta um texto/
portador apoiando-se em
informações do conteúdo
do texto, do seu portador
ou do gênero.
Utilizar recursos para
superar difculdades de
compreensão durante a
leitura (pedir ajuda aos
colegas e ao professor,
reler o trecho que provoca
difculdades, continuar a
leitura com intenção de
que o próprio texto permita
resolver as dúvidas ou
consultar outras fontes).
Leitura pelo aluno. Pede ajuda aos colegas e
ao professor, relê o trecho
que provoca dificuldades,
continua a leitura com
intenção de que o próprio
texto permita resolver as
dúvidas ou consulta outras
fontes, como dicionário ou
glossário.
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20. 19Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Expectativa de que os
alunos sejam capazes de:
Atividade Observar se o aluno...
Reescrever e/ou produzir
textos de autoria utilizando
procedimentos de
escritor: planejar o que
vai escrever considerando
a intencionalidade, o
interlocutor, o portador e as
características do gênero;
fazer rascunhos; reler o
que está escrevendo, tanto
para controlar a progressão
temática quanto para
melhorar outros aspectos,
discursivos ou notacionais,
do texto.
Produção de texto pelo
aluno.
Planeja o que vai escrever,
considerando os propósitos
de seu texto e se a
linguagem está adequada;
faz rascunhos; relê o que
escreve e altera quando
não se dá por satisfeito.
Revisar textos (próprios
e de outros), em parceria
com os colegas, assumindo
o ponto de vista do leitor
com intenção de evitar
repetições desnecessárias
(por meio de substituição
ou uso de recursos
da pontuação); evitar
ambiguidades; articular
partes do texto; garantir
concordância verbal e
nominal.
Participa das discussões
em torno dos textos,
propondo mudanças e
justifica suas propostas
remetendo-se ao provável
leitor. Propõe substituição
de palavras repetidas;
identifica problemas de
concordância e procura
solucioná-los.
Revisar textos (próprios e
de outros) do ponto de vista
ortográfico.
Revisão de textos. Fica atento aos aspectos
ortográficos trabalhados em
classe.
Professor, considere que:
A Roda de Curiosidades é uma situação em que os alunos, sentados em círculo,
com a mediação do professor, trazem notícias, objetos ou informações sobre temas
diversifcados para conversar a respeito.
A Roda de Biblioteca é uma situação em que os alunos, num dia estipulado para
fazer empréstimo de livros do acervo da classe ou da biblioteca (sala de leitura) da
escola, compartilham impressões e fazem recomendações a respeito dos livros lidos.
A Leitura Compartilhada é aquela em que o professor lê, e os alunos têm o mes-
mo texto em mãos para poder acompanhar a leitura.
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21. 20 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
SITUAÇÕES QUE A ROTINA DEVE CONTEMPLAR
Considerando-se os conteúdos tratados em cada uma das propostas e as pos-
sibilidades de articulação entre elas, assim como as necessidades de aprendizagem
dos alunos, sugerimos a seguinte ordenação para as propostas de trabalho e organiza-
ção da rotina:
Projeto “Uma lenda, duas lendas, tantas lendas...” – no primeiro semestre,
aproximadamente duas vezes por semana.
Projeto “Universo ao meu redor” – no segundo semestre, aproximadamente
duas vezes por semana.
Sequência didática “Caminhos do verde” – no primeiro semestre; aproximada-
mente uma vez por semana.
Sequência didática “Lendo notícias para ler o mundo” – no segundo semestre;
aproximadamente uma vez por semana.
Sequência didática “Estudo de pontuação” – aproximadamente uma vez por
semana.
Sequência didática “Estudo da ortografia” – aproximadamente uma vez por
semana.
Evidentemente, há outras possibilidades de organização dessa rotina ao longo da
semana e do ano; porém, é preciso levar em conta os objetivos de cada um dos proje-
tos e das sequências didáticas, além dos desafios que os alunos precisam enfrentar
diante de cada uma das propostas.
Parece-nos mais coerente que as modalidades organizativas sejam distribuídas
ao longo da semana, de modo que os alunos tenham a oportunidade de conviver com
a variedade de textos sugeridos. Além do mais, não seria produtivo organizar o traba-
lho com os dois projetos em um único semestre, pois são muitas as tarefas que tanto
o professor quanto o aluno precisarão realizar.
Considerando que o projeto didático “Universo ao meu redor” e a sequência di-
dática “Caminhos do verde” se organizam a partir de textos que tratam de questões
ambientais, o mais adequado é que sejam distribuídos entre os dois semestres.
Recomendamos iniciar pela sequência “Caminhos do verde”, pois permite ao pro-
fessor dispor de mais tempo para planejar um passeio ao Jardim Botânico, opção inte-
ressante e um dos conteúdos tratados na sequência.
Com o objetivo de promover um melhor aproveitamento dos alunos em relação ao
estudo de ortografia e pontuação, sugerimos que haja, pelo menos, uma aula semanal
de cada uma das respectivas sequências, intercalando-se apenas os dias em que se-
rão tratadas.
Para que os alunos se apropriem dos conteúdos relativos à ortografia e pontua-
ção é importante que sejam acompanhados constantemente e que se avalie a neces-
sidade de complementar as atividades deste material com outros exercícios de sis-
tematização, que podem ser propostos no caderno do aluno ou em folhas avulsas. É
importante lembrar que essas aprendizagens se pautam no uso frequente desses con-
teúdos pelos alunos que, ao valorizarem a escrita e a pontuação corretas, precisam
observar, com atenção, o modo como escrevem, em todas as suas produções.
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22. 21Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Sugestão do quadro da rotina semanal
2ª-feira 3ª-feira 4ª-feira 5ª-feira 6ª-feira
1o
semestre
Projeto sobre
lendas
Sequência didática
Ortografia
Projeto sobre
lendas
Sequência didática
Pontuação
Sequência didática
Caminhos do verde
2o
semestre
Projeto sobre
Universo
ao meu redor
Sequência didática
Ortografia
Projeto sobre
Universo
ao meu redor
Sequência didática
Pontuação
Sequência didática
Leitura de notícias
Matemática
As expectativas de aprendizagem para o ensino da Matemática estão agrupadas
em cinco grandes blocos temáticos (números, operações, espaço e forma, grandezas
e medidas, tratamento da informação), traduzidas nas atividades que devem ser distri-
buídas e trabalhadas ao longo do ano. No entanto, é importante ressaltar que se deve
levar em conta qual é a situação inicial de conhecimento que os alunos possuem para
se fazer os ajustes necessários no planejamento.
Números
Compreender e utilizar as regras do sistema de numeração decimal, para leitu-
ra e escrita, comparação, ordenação e arredondamento de números naturais
de qualquer ordem de grandeza.
Reconhecer e fazer leitura de números racionais no contexto diário nas repre-
sentações fracionária e decimal.
Explorar diferentes significados das frações em situações-problema: parte e
todo, quociente e razão. Escrever números racionais de uso frequente nas re-
presentações fracionária e decimal e localizar alguns deles na reta numérica.
Comparar e ordenar números racionais de uso frequente nas representações
fracionária e decimal.
Identificar e produzir frações equivalentes, pela observação de representações
gráficas e de regularidades nas escritas numéricas.
Operações
Analisar, interpretar, formular e resolver situações-problema, compreendendo
diferentes significados das operações com números naturais.
Resolver adições com números naturais, por meio de estratégias pessoais e do
uso de técnicas operatórias convencionais, do cálculo mental e da calculadora,
e usar métodos de verificação e controle de resultados pelo uso do cálculo
mental ou da calculadora.
Resolver subtrações com números naturais, por meio de estratégias pessoais
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23. 22 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
e do uso de técnicas operatórias convencionais, do cálculo mental e da calcu-
ladora, e usar estratégias de verificação e controle de resultados pelo uso do
cálculo mental ou da calculadora.
Resolver multiplicações com números naturais, por meio de técnicas operató-
rias convencionais, do cálculo mental e da calculadora, e usar estratégias de ve-
rificação e controle de resultados pelo uso do cálculo mental ou da calculadora.
Resolver divisões com números naturais, por meio de técnicas operatórias con-
vencionais, do cálculo mental e da calculadora, e usar estratégias de verifica-
ção e controle de resultados pelo uso do cálculo mental ou da calculadora.
Analisar, interpretar, formular e resolver situações-problema, compreendendo
diferentes significados da adição e subtração envolvendo números racionais
escritos na forma decimal.
Calcular o resultado da adição e subtração de números racionais na forma de-
cimal, por meio de estratégias pessoais e pelo uso de técnicas operatórias
convencionais.
Resolver problemas que envolvem o uso da porcentagem no contexto diário,
como 10%, 20%, 50%, 25%.
Identificar as possíveis maneiras de combinar elementos de uma coleção de
objetos e de contabilizá-las usando estratégias pessoais.
Explorar a ideia de probabilidade em situações-problema simples.
Espaço e forma
Descrever, interpretar e representar por meio de desenhos a localização ou a
movimentação de uma pessoa ou um objeto, e construir itinerários.
Reconhecer semelhanças e diferenças entre poliedros (como os prismas, as
pirâmides e outros).
Identificar relações entre o número de elementos – como faces, vértices e
arestas – de um poliedro.
Explorar planificações de alguns poliedros e corpos redondos.
Identificar semelhanças e diferenças entre polígonos, considerando seu núme-
ro de lados e de ângulos.
Compor e decompor figuras planas e identificar que qualquer polígono pode ser
composto a partir de figuras triangulares.
Ampliar e reduzir figuras planas pelo uso de malhas quadriculadas.
Grandezas e medidas
Utilizar unidades usuais de tempo em situações-problema.
Utilizar unidades usuais de temperatura em situações-problema.
Utilizar o sistema monetário brasileiro em situações-problema.
Utilizar unidades usuais de comprimento, massa e capacidade em situa-
ções-problema.
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24. 23Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Calcular perímetro de figuras desenhadas em malhas quadriculadas ou não.
Compreender a área como a medida da superfície de uma figura plana.
Calcular área de retângulos ou quadrados desenhados em malhas quadricula-
das ou não.
Resolver situações-problema que envolvam o significado de unidades de medi-
das de superfície.
Utilizar medidas como centímetro quadrado, metro quadrado, quilômetro qua-
drado e alqueire.
Tratamento da informação
Resolver situações-problema utilizando dados apresentados de maneira organi-
zada, por meio de tabelas simples ou tabelas de dupla entrada.
Resolver situações-problema em que os dados são apresentados por meio de
gráficos de colunas ou gráficos de barras.
Ler informações apresentadas de maneira organizada por meio de gráficos de
linha.
Ler informações apresentadas de maneira organizada por meio de gráficos de
setor.
Construir tabelas e gráficos para apresentar dados coletados ou obtidos em
textos jornalísticos, científicos e outros.
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25. 24 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Avaliação de aprendizagem
Língua Portuguesa
A função das pautas de observação na avaliação e no
planejamento do professor
Neste Guia foram propostas pautas para a observação dos conhecimentos sobre
os gêneros estudados e sobre as convenções da escrita que podem ser encontradas
no interior dos projetos e sequências didáticas.
As pautas de observação podem se tornar importantes aliadas do professor
para acompanhar o desenvolvimento das aprendizagens de seus alunos. A ideia é,
periodicamente, diagnosticar os saberes dos alunos, quanto aos conteúdos propos-
tos para a 4a
série e, com base nessas informações, replanejar seu trabalho e suas
intervenções.
Mas o que é uma pauta de observação? A pauta de observação consiste na or-
ganização e registro sistemático de informações sobre os conhecimentos dos alunos,
tanto inicial (antes do desenvolvimento de um projeto ou sequência), quanto processual
(durante o processo de ensino e aprendizagem) e final – momento em que o professor
pode avaliar o alcance dos objetivos de ensino atingidos com o trabalho realizado.
De posse das pautas de observação (ortografia, pontuação, conhecimento
sobre os gêneros) e da comparação dos resultados, identifique as
necessidades gerais do grupo e dos alunos que precisam de mais ajuda.
Esse procedimento é essencial. É verdade que no dia a dia você obtém muitas
informações acerca do que cada aluno sabe. As pautas de observação servem jus-
tamente para fortalecer essas impressões e, ao mesmo tempo, garantir um melhor
acompanhamento do processo. Sempre há alunos que não chamam tanto a atenção e
não costumam pedir ajuda (são tímidos ou preferem não se manifestar). Mostram, ao
longo do ano, avanços menos significativos do que seria esperado, indicando que ne-
cessitam de um acompanhamento próximo. As pautas de observação são registros im-
portantes para se organizar uma síntese das aprendizagens e das necessidades dos
alunos, permitindo ao professor planejar melhor seu trabalho em sala de aula.
De posse das pautas de observação, organize duplas de modo que os dois
parceiros colaborem um com o outro, considerando os objetivos de cada uma
das atividades.
Após ter orientado os alunos a realizar determinada atividade, caminhe entre eles
e observe seus trabalhos, especialmente daqueles que têm mais dificuldades.
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26. 25Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
É importante circular pela classe enquanto os alunos trabalham, por diversos mo-
tivos: avaliar se compreenderam a proposta; observar como estão interagindo; garantir
que as informações circulem e que todos expressem o que sabem e não sabem. Quan-
do necessário, procure questionar e interferir, evitando criar a ideia de que qualquer res-
posta é válida. Observe também se o grau de dificuldade envolvido na proposta não está
muito além do que podem alguns alunos, se não está excessivamente difícil para eles.
Cada atividade propõe desafios destinados a favorecer a reflexão dos alunos.
Muitas vezes você deverá fazer ajustes: questionar alguns para que reflitam um pouco
mais, oferecer pistas para ajudar os inseguros.
Matemática
Também em Matemática a avaliação de aprendizagem tem o papel de informar ao
professor o alcance dos objetivos previstos, onde e como fazer as mudanças necessá-
rias para ajustar o processo do ensino à aprendizagem por parte dos alunos.
Com o procedimento de avaliação, a ideia é ir além de uma simples verificação para
saber se os alunos são capazes de utilizar técnicas e algoritmos que solucionem as qua-
tro operações ou, ainda, escrever e interpretar números em determinada sequência.
É preciso que os objetivos de ensino possam prever ações que desenvolvam nos
alunos a capacidade de:
empenhar-se na realização das atividades propostas, utilizando todo o conheci-
mento construído quando se requer a resolução de novas situações-problema;
expor as dúvidas e reconhecer a necessidade de rever o que ainda não aprendeu;
utilizar-se de estratégias pessoais para resolver determinado problema, dispon-
do-se a expor suas ideias;
interagir, estabelecendo uma postura de escuta atenta para entender as expli-
cações do professor e/ou dos colegas;
formular argumentos, expondo-os a fim de que sejam validados ou refutados
pelos colegas, avançando cada vez mais na linguagem matemática;
reconhecer tanto os seus avanços quanto a necessidade de continuar apren-
dendo.
Contextualizar o conhecimento matemático, estabelecendo relações com a
vida cotidiana, e também descontextualizá-lo, generalizando e transferindo co-
nhecimentos a outros contextos.
Dos instrumentos de acompanhamento dos avanços
dos alunos
Este Guia, assim como os demais produzidos para o Programa Ler e Escrever,
propõe alguns instrumentos de acompanhamento dos avanços dos alunos, que permi-
tirão planejar melhor as ações didáticas que compõem sua rotina de trabalho.
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27. 26 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Além desses, você professor poderá dispor de um conjunto de atividades e ou-
tros instrumentos de observação de aproveitamento que ajude a ter um foco mais
ajustado dos avanços e das dificuldades de cada aluno. Porém, é importante lembrar
que os instrumentos de avaliação utilizados precisam ser elaborados de forma bas-
tante criteriosa, permitindo observar quais conhecimentos foram ou não apropriados
pelos alunos, como organizam a linguagem matemática para se comunicar, como re-
solvem os problemas apresentados etc.
a) Para diagnosticar o conhecimento numérico dos alunos
Antes de prosseguir no planejamento em relação a números, é preciso que você
verifique qual é o conhecimento numérico de todos os seus alunos, até que ordem de
grandeza produzem e interpretam convencionalmente e em qual grandeza surgem as
dificuldades.
Se muitos alunos ainda não compreenderam as regularidades da formação do
sistema de numeração decimal, muito provavelmente poderão se deparar com dificul-
dades nos estudos de cálculo e operações. E, ainda, de nada adiantará introduzir o
conceito dos números racionais – previstos para a 4a
série do Ciclo I – sem antes os
alunos terem descoberto as regularidades dos números naturais. Caso assim seja,
será preciso que o professor retome os conteúdos não dominados pela turma e, a par-
tir deles, avance na construção de novos conhecimentos.
b) Sobre os conhecimentos referentes ao cálculo e à resolução de problemas
Ao longo do ano, os alunos deverão desenvolver habilidades referentes à reso-
lução de problemas e cálculo. Para isso é necessário trabalhar diferentes atividades
relacionadas às operações nos campos aditivo e multiplicativo.
O ensino das operações não se reduz ao ensino de técnicas operatórias e ao seu
treino mecânico. Experiências têm mostrado que muitos alunos conseguem realizar o
cálculo das quatro operações sem se utilizar de algoritmos convencionais. Isso não sig-
nifica, no entanto, abandonar o algoritmo no trabalho matemático; significa não enfati-
zar a técnica pela técnica, mas aliá-la ao cálculo mental construído com compreensão.
Resolver problemas requer que os alunos aprendam a:
ler e interpretar o que precisa ser resolvido;
saber selecionar os dados imprescindíveis para a sua resolução;
identificar dados que não são relevantes para a resolução do problema;
dispor a planejar estratégias mais adequadas, verificando sua eficácia e qual é
a operação que o ajudará a chegar ao resultado;
colocar em prática as estratégias e a operação e verificar a adequação ou não
da resposta a que chegou.
Do diagnóstico ao planejamento das intervenções
didáticas
Diante do exposto, para decidir qual a melhor situação didática a ser apresentada,
deve-se planejar intervenções no sentido de buscar que todos os alunos avancem em re-
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28. 27Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
lação à compreensão do sistema de numeração e na capacidade de resolver problemas
propostos. É preciso realizar uma avaliação periódica – as sondagens – para verificar:
o que sabem a respeito da escrita dos números;
quais estruturas aditivas e multiplicativas costumam utilizar para resolver pro-
blemas;
quais recursos utilizam para fazer os cálculos.
É importante que essas avaliações aconteçam em atividades específicas, separa-
das, mas no mesmo período de tempo, uma vez que o conhecimento numérico auxilia
na realização de operações e resolução de problemas.
Nesse sentido, são propostas as seguintes sondagens:
números – maio e outubro;
resolução de problemas do campo aditivo – maio e outubro;
resolução de problemas do campo multiplicativo – maio e outubro.
Orientações para a sondagem da escrita de números
Para essa sondagem, sugerimos que seja feito um ditado de números, indi-
vidualmente.
Entregue meia folha de sulfite e peça que escrevam o nome e a data. Faça o
ditado de números de diferentes grandezas e de modo que não apareçam na
ordem crescente ou decrescente.
Sugerimos os seguintes números:
J mês de março: 95 – 905 – 1.005 – 5.000 – 9.523 – 10.001 – 31.435 –
67.308 – 159.002;
J mês de setembro: 750 – 70.050 – 20.000 – 1.020 – 9.354 – 60.504 –
384.752 – 2.302.000.
Recolha o ditado dos alunos e analise a escrita. Em seguida, registre suas
observações na Pauta de Observação de Números – no
1, na página 30.
Faça o registro a cada sondagem realizada. Compare as informações re-
gistradas, observando o percurso do avanço do conhecimento numérico de
cada um dos alunos, pois isso ajudará você a reorganizar as ações didáticas
de intervenção para que os alunos ampliem cada vez mais o conhecimento so-
bre os números.
Orientações para a sondagem dos campos aditivo e mul-
tiplicativo e suas representações
Para realizar a sondagem sobre o conhecimento dos alunos a respeito das es-
truturas aditivas e multiplicativas e perceber quais fatores interferem em seu desem-
penho quanto à natureza e representação, recomendamos que os alunos realizem a
resolução de problemas individualmente.
Prepare-se com antecedência, lendo e analisando a natureza de cada situação-
-problema.
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29. 28 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Prepare a folha com os quatro enunciados dos problemas de cada campo para
cada aluno.
Explique a situação de diagnóstico aos seus alunos, esclarecendo que essas
atividades estão sendo realizadas para se ter um conhecimento do que eles
sabem e do que precisam aprender; portanto, deverão realizá-las sem ajuda
dos colegas. Nesse sentido, recomende que cada um resolva-as da melhor for-
ma que puderem.
Esclareça que as dúvidas deverão ser dirigidas a você professor. Oriente-os
para que façam os registros para comunicar suas estratégias de solução da
forma mais clara possível, seja utilizando a técnica operatória ou outra forma
de registro (desenhos, esquemas etc.).
Se na sua turma ainda houver alunos que não conseguem ler com autonomia,
faça uma leitura de cada enunciado em voz alta.
Organize a classe em grupos de quatro crianças e acompanhe um grupo por
vez, enquanto as demais se dedicarão a outra atividade possível de ser realiza-
da de forma autônoma e, também, com a ajuda dos colegas.
É importante que o acompanhamento seja feito dessa forma, pois é possível
que você precise de maior esclarecimento sobre como o seu aluno chegou à
solução do problema, uma vez que alguns podem fazer uso de um procedimen-
to que não esteja suficientemente explícito para o preenchimento da pauta de
observação.
Após o término da atividade, recolha as folhas e faça a análise dos registros,
tendo por base a pauta de observação para os campos aditivo (página 31) e
multiplicativo (página 32). Faça esse registro a cada sondagem realizada.
Recomenda-se que realize as sondagens dos campos aditivo e multiplicativo
em diferentes dias.
Compare as informações dessas pautas e de outros instrumentos diários de
observação. Assim será possível você avaliar os progressos de seus alunos e
buscar outras propostas didáticas.
Sugerimos os seguintes problemas do campo aditivo para o:
Mês de maio
1. O número de alunos matriculados nas 4as
séries de uma escola era de 187 no
mês de fevereiro. No final de maio esse número foi para 220. Em quanto alte-
rou o número de alunos matriculados nessa escola, de fevereiro a maio?
2. Fátima foi contar a sua coleção de adesivos. No total são 95, sendo que 35
são do Garfield e 30 da Hello Kitty. Quantos são da Turma da Mônica?
3. No jogo do bafo, Renato iniciou com 109 figurinhas. Ganhou 18 figurinhas na
primeira partida. No final do jogo contou novamente e percebeu que estava
com 87 figurinhas. O que aconteceu da segunda partida até o final do jogo?
4. Marcela nasceu em 1999 e Carla, em 1995. Quem é a mais velha? Qual a di-
ferença de idade entre as duas meninas?
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30. 29Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Mês de outubro
1. Em fevereiro e agosto um professor de Educação Física costuma pesar
os alunos. Em agosto ele verificou que o seu aluno Edson tinha 48 quilos.
Sabendo-se que ele engordou 3 quilos, quanto pesava Edson em fevereiro?
2. Beto e André fazem coleção de selos. Juntos têm 136. Sabendo que Beto tem
49, quantos selos tem André?
3. No começo do mês de maio, Sérgio tinha no banco 320 reais que recebeu no
primeiro mês de trabalho. Toda semana ele vai ao banco verificar o saldo de
sua conta. Na segunda semana guardou 45 reais que recebeu de um amigo.
No final do mês foi verificar novamente o saldo e viu que estava com 135
reais. O que aconteceu entre a terceira e a quarta semana?
4. Ana e Paula resolveram competir nadando durante 30 minutos, sem nenhuma
parada. Ana conseguiu nadar 565 metros e Paula, 35 metros a mais. Quantos
metros nadou Paula?
Sugerimos os seguintes problemas do campo multiplicativo para o:
Mês de maio
1. João vai passar alguns dias na praia e está levando 7 bermudas e 12 camise-
tas. Quantas combinações de bermudas e camisetas ele poderá fazer, sem
haver repetição?
2. Pedro precisa azulejar uma parede e calculou que para cada fileira precisará
de 12 azulejos e para cada coluna, 15. Quantos azulejos ele precisará provi-
denciar?
3. Na barraca de frutas de seu Pedro, 12 laranjas custam 3 reais. Quanto Joana
vai pagar por 36 laranjas?
4. Carlos tem 12 anos. Seu pai tem o triplo da idade dele. Quantos anos tem o
pai de Carlos?
Mês de outubro
1. Numa lanchonete os sucos podem ser vendidos em 3 tamanhos de copo: pe-
queno, médio e grande. Sabendo-se que há 15 combinações de suco e copos
possíveis, sem que se repitam, quantos tipos de frutas estão disponíveis para
fazer os sucos?
2. Em uma malha quadriculada distribuída pela professora há 25 quadradinhos
em cada fileira e 23 em cada coluna. Quantos quadradinhos há nessa malha
quadriculada?
3. Se uma caixa com 80 canetas custa 48 reais, quanto custarão 20 canetas?
4. No fim de semana, Márcio e André verificaram a quilometragem de seus car-
ros. André fez o cálculo e observou que durante a semana andou a metade
do que andou Márcio. Sabendo-se que Márcio andou 210 quilômetros nessa
semana, quantos quilômetros percorreu André?
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31. 30 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
PautadeObservaçãoI
ESCRITADENÚMEROS–Data____/____/____
EMEF_________________________________________________________
Turma:_____Professor(a):_________________________SériedoCicloI______
Nomedosalunos
Escrevenúmeros
Observações
menoresque100de100a1.000maioresque1.000
TOTAL
Arealizaçãodasondagemfarásentidoapenasnocontextodaleituraediscussãodosseguintesreferenciaisteóricos:
Parra,Cecília.DidáticadaMatemática:reflexõespsicopedagógicas.PortoAlegre:Artmed,2006.Cap.5.
Brizuela,BárbaraM.Desenvolvimentomatemáticonacriança:explorandonotações.PortoAlegre:Artmed,2006.Cap.2.
Semestabaseteórica,estasondagempodeserpoucoútiloumesmodedifíciloperacionalização.
Legendas:
1
usandoalgarismos
semrelaçãocomo
númeroquefoiditado
2
fazendouso
de“coringas”
3apoiando-senafala
4convencionalmente
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32. 31Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
PautadeObservaçãoII
RESOLUÇÃODEPROBLEMASDOCAMPOADITIVO–Data____/____/____
EMEF_________________________________________________________
Turma:_____Professor(a):_________________________SériedoCicloI______
Problemas1-Transformação
2-Composiçãocom
umadaspartes
conhecidas
3-Transformaçãocomposta
4-ComparaçãoObservações
1a
transf.2a
transf.
NomeIdeiaResultadoIdeiaResultadoIdeiaResultadoIdeiaResultadoIdeiaResultado
Legendas:
A–Acerto
NR–Nãorealizou
AE–acertouaestratégia,masseenganounacontagem/nocálculo
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33. 32 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
PautadeobservaçãoIII
RESOLUÇÃODEPROBLEMASDOCAMPOMULTIPLICATIVO–Data___/___/___
EMEF:______________________________________________________
Turma:_____Professor(a):_________________________SériedoCicloI______
Nomedosalunos
Problemas
Observações
1-Combinatória2-Configuração
retangular
3-Proporcionalidade4-Comparação
ideiaresultadoideiaresultadoideiaresultadoideiaresultado
Legendas:
A–Acerto
NR–Nãorealizou
AE–acertouaestratégia,masseenganounacontagem/nocálculo
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34. 33Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
SITUAÇÕES QUE A ROTINA DEVE CONTEMPLAR
Língua Portuguesa
Sugestão para a organização da rotina semanal
Considerando-se os conteúdos tratados em cada uma das propostas e as pos-
sibilidades de articulação entre elas, assim como as necessidades de aprendizagem
dos alunos, sugerimos a seguinte ordenação para as propostas de trabalho e organiza-
ção da rotina:
a. projeto “Uma lenda, duas lendas, tantas lendas...” – três vezes por semana no
primeiro semestre;
b. projeto “Universo ao meu redor” – três vezes por semana no segundo semes-
tre;
c. sequência didática “Caminhos do verde” – uma vez por semana no primeiro se-
mestre;
d. sequência didática “Lendo notícias para ler o mundo” – uma vez por semana
no segundo semestre;
e. sequência didática “Estudo de pontuação” – uma vez por semana;
f. sequência didática “Estudo da ortografia”: palavras terminadas em -ISSE/-ICE
e palavras terminadas em -ANSA/-ANÇA – uma vez por semana.
Evidentemente, há outras possibilidades de organização dessa rotina ao longo
da semana e do ano, porém é preciso levar em conta os objetivos de cada um dos
projetos e das sequências didáticas e os desafios que os alunos precisarão enfrentar
diante de cada uma das propostas.
Parece-nos mais coerente que as modalidades organizativas sejam distribuídas
ao longo da semana, de modo que os alunos tenham a oportunidade de conviver com
a variedade de textos sugeridos. Além do mais, não seria produtivo organizar o traba-
lho com os dois projetos em um único semestre, pois são muitas as tarefas que tanto
o professor quanto o aluno precisarão realizar.
Considerando que o projeto didático “Universo ao meu redor” e a sequência di-
dática “Caminhos do verde” se organizam a partir de textos que tratam de questões
ambientais, o mais adequado é que sejam distribuídos entre os dois semestres. Reco-
mendamos iniciar pela sequência “Os caminhos do verde”, pois permite ao professor
dispor de mais tempo para planejar um passeio ao Jardim Botânico, opção interessan-
te e um dos conteúdos tratados na sequência.
Também para lidar com a distribuição do tempo e melhor organização do tra-
balho semanal, sugerimos que o professor intercale a sequência de pontuação
e ortografia. Uma semana se trabalha com a pontuação e a outra com a ortografia,
ou o inverso.
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35. 34 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Quadro da rotina
2a
-feira 3a
-feira 4a
-feira 5a
-feira 6a
-feira
Matemática
Sugestão para a organização da rotina semanal
Ao planejar a rotina de Matemática, é preciso prever situações didáticas em que
se contemplem os cinco blocos de conteúdos, quais sejam: números, operações, gran-
dezas e medidas, espaço e forma e tratamento da informação. Reitera-se, assim, a
necessidade de organizar situações didáticas em que os alunos:
produzam e interpretem números naturais e decimais presentes em situações
de uso;
resolvam problemas dos campos aditivo e multiplicativo;
tenham oportunidades de utilizar o cálculo mental, a estimativa e, ainda, o cál-
culo com algoritmos convencionais;
possam refletir e utilizar diferentes unidades de medidas;
precisem observar a localização e o deslocamento de pessoas e objetos no
espaço real e virtual, descrever percursos utilizando-se de uma linguagem pró-
pria para esse propósito, observar e explorar as características das formas dos
objetos e das figuras geométricas;
produzam e interpretem tabelas e gráficos sempre dentro de uma situação-
-problema.
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36. 35Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Na primeira semana de aula, é importante fazer um levantamento do que os alu-
nos sabem sobre cada um desses conteúdos. Organize, por exemplo, uma roda de
conversa perguntando sobre de que atividades matemáticas gostam mais, em quais
têm mais dificuldades e, também, trazendo jornais, revistas ou qualquer material im-
presso em que precisem ler as informações numéricas, quer seja em uma manchete,
um gráfico, uma tabela. Você ainda pode propor fazer uma visita aos espaços da esco-
la para que alunos novos a conheçam; para isso, poderá solicitar aos que já conhecem
o espaço que escrevam em um papel orientações de como chegar a um determinado
lugar do prédio, algo semelhante à brincadeira “Caça ao tesouro”. Também, em outro
dia, podem-se planejar situações de jogos para verificar como e quais procedimentos
utilizam para realizar cálculos, e assim por diante. Cartas de baralho, dados e palitos
coloridos podem ajudar. Dessa forma, você poderá ter a primeira informação sobre os
conhecimentos matemáticos de seus alunos.
O planejamento da rotina deve ter como referência as demandas de aprendiza-
gem mapeadas por meio das sondagens propostas e do registro de observações do
desempenho dos alunos. Esse roteiro poderá ser reorganizado ao longo do ano, depen-
dendo dos avanços e dificuldades dos alunos.
No entanto, segue uma sugestão inicial de distribuição das atividades contem-
plando os diferentes blocos de conteúdos durante a semana.
Assim, inicialmente as atividades de interpretação e produção de números, ex-
ploração de regularidades, comparação e ordenação de números, bem como de inves-
tigação de valor posicional, podem ser realizadas duas vezes na semana.
Além das atividades com números naturais, nesse volume está presente o tra-
balho com números racionais nas formas fracionária e decimal. Desse modo, além de
continuar propondo atividades de reflexão sobre os números naturais, é preciso organi-
zar situações em que os alunos observem o uso cotidiano dos racionais e comecem a
refletir sobre a sua organização e regularidade. Nesse sentido, eles utilizarão o conhe-
cimento que têm para avançar na ampliação do campo numérico. Para isso, propomos
o recurso da utilização da calculadora como mais um instrumento para se colocar pro-
blemas e para análise das produções escritas numéricas.
Quanto às atividades de cálculo, podem ser organizadas duas vezes na semana.
É interessante que no início do ano se privilegiem as situações de resolução de proble-
mas no campo aditivo e, à medida que as crianças avancem na compreensão dessas
ideias, se incluam as atividades do campo multiplicativo. Elas devem ser realizadas
para que os alunos continuem ampliando a compreensão dos significados das opera-
ções envolvidas (aditivas e multiplicativas). Para isso, as situações serão organizadas
de modo que eles façam conjecturas sobre as diferentes maneiras de se obter um
resultado – usando cálculo mental, estimativa, algoritmos convencionais e não con-
vencionais – e analisem as suas estratégias e a dos colegas, compartilhando as dife-
rentes ideias e procedimentos. Vale recomendar que não se pode esquecer de incluir
atividades que utilizem a subtração e a divisão.
O trabalho com grandezas e medidas poderá ser realizado uma vez por semana.
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37. 36 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Neste material são propostas situações-problema do cotidiano para que os alunos
compreendam como se dá a sucessão do tempo – como se organizam e se utilizam os
instrumentos sociais de medida de tempo (calendário, relógio) e em que situações se
usam as diferentes medidas (massa, comprimento, capacidade e temperatura), relacio-
nando-os com os respectivos instrumentos de medição. E, obviamente, resolver proble-
mas abrangendo grandezas e medidas. Destacam-se ainda estudos sobre perímetro e
área, tão presentes no cotidiano – portanto, conhecimentos necessários aos alunos.
Geometria – espaço e forma é um conteúdo possível de trabalhar desde o início
do ano, como se pode observar nas atividades propostas neste material. É interes-
sante que se reserve uma aula por semana, alternando as atividades entre espaço e
forma. As atividades desse bloco visam propor experiências de localização e desloca-
mento de pessoas e objetos no espaço, descrevendo-os com uma linguagem que con-
sidere pontos de referência e corresponda às demandas para isso, além de situações
em que os alunos tenham a oportunidade de observar diferentes corpos geométricos e
refletir sobre suas propriedades.
As atividades sobre o tratamento de informação também poderão estar presen-
tes uma vez por semana, com a finalidade de fazer os alunos construírem procedimen-
tos para coletar, organizar, interpretar e comunicar dados, utilizando tabelas, gráficos
etc. Esse conteúdo, no entanto, estará presente de maneira transversal em diferentes
situações-problema referentes aos demais conteúdos da área de matemática.
É importante ressaltar que há propostas que precisam seguir determinada se-
quência. Outras atividades, por terem um caráter que exige frequência constante, são
sugestões que poderão ser propostas tais como estão e poderão adotar nova versão,
modificando-se, por exemplo, os dados, a complexidade dos números etc. Não se es-
queça de planejar atividades que poderão ser propostas a título de lição de casa. Es-
sas tarefas poderão ser de exercitação de cálculos, realização de situações-problema
de complexidade menor, enfim, atividades que os alunos possam realizar com autono-
mia e que não precisem depender de um adulto para auxiliá-los.
Quadro da rotina
2a
-feira 3a
-feira 4a
-feira 5a
-feira 6a
-feira
Matemática
Cálculo e
operações no
campo aditivo ou
multiplicativo
Matemática
Números naturais
Tratamento de
Informação
Matemática
Cálculo e
operações no
campo aditivo ou
multiplicativo
Matemática
Números naturais
Grandezas e
medidas
Matemática
Espaço e forma
Números racionais
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38. 37Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
Atividades de
Língua Portuguesa
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39. 38 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
PROJETO DIDÁTICO “UMA LENDA,
DUAS LENDAS, TANTAS LENDAS...”
O objetivo maior de um projeto sobre lendas é ampliar a capacidade dos alunos
no uso das práticas de linguagem, de modo que se tornem cada vez mais competen-
tes na oralidade, leitura e escrita.
Vale lembrar também que, ao conhecer e apreciar lendas, os alunos podem com-
preender melhor a sua e outras culturas, o que favorece o respeito às diferenças.
Para que isso se dê, é importante garantir a realização de sequências didáticas,
bem como atividades permanentes, tais como a “Roda de leitura”. Nesse caso, é inte-
ressante que haja momentos específicos para a leitura do professor e outros, também
na escola, para a leitura dos alunos, situações em que poderão escolher qual lenda
lerão entre várias oferecidas.
A “Roda de biblioteca”, ocasião em que devem levar um livro para ler em casa e
devolvê-lo em data combinada, também é importante para garantir a prática da leitura.
No desenvolvimento das atividades, a discussão temática das lendas – articulan-
do aos textos informações sobre sua origem, região de circulação e personagens – é
fundamental para a recuperação do contexto de produção das mesmas e, em espe-
cial, dos sentidos que veiculam.
Além disso, é importante que o planejamento das atividades fique claro para os
alunos, de modo que eles possam compreender tanto os conteúdos com os quais
vão lidar no projeto, quanto quais serão as suas responsabilidades em cada etapa
do mesmo.
Para saber mais
As lendas são de autoria anônima, transmitidas pela tradição oral através
dos tempos.
Lidam com problemas humanos universais, em que o homem tenta com-
preender e explicar os mistérios do universo tecendo tramas narrativas.
Assim, as lendas foram criadas por homens de diferentes tempos e lugares
como uma maneira de explicar o que não conheciam, como o surgimento da
Terra, o dia e a noite e outros fenômenos da natureza.
Nesse gênero, o bem e o mal se confundem, assim como o humano e o fan-
tástico. Daí o aparecimento de monstros, heróis, deuses e vários seres
imaginários que misturam fatos reais e históricos com outros, irreais,
produtos da imaginação.
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40. 39Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
ORGANIZAÇÃO DA SEQUÊNCIA DE TRABALHO
Sugerimos uma coletânea de lendas preferidas da classe como produto final para
este projeto. É interessante providenciar um cartaz a ser construído coletivamente
para anotar o título de cada nova lenda lida no grupo. Essa listagem-inventário será
útil no momento de escolher as lendas que serão selecionadas para formar a coletâ-
nea da classe.
No entanto, o professor tem outras opções, como: gravar lendas lidas em um CD
e presentear pessoas da comunidade ou ainda preparar uma apresentação de lendas
para outra turma ou para os pais, as quais podem ser lidas ou contadas pelos alunos.
Considerando e ampliando os propósitos já descritos, este projeto tem duração
prevista de quatro meses letivos, considerando-se duas aulas semanais. Está organi-
zado em momentos específicos, os quais podem compreender mais de uma atividade,
por estarem vinculadas a um mesmo objetivo. São elas:
1. Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos.
2. Compartilhamento do projeto com a classe.
3. Ampliação do repertório dos alunos a respeito das lendas.
4. Atividades de apreciação e reflexão sobre a língua a partir de lendas.
5. Atividades de produção escrita.
6. Atividades de revisão de texto.
7. Atividades de edição do material produzido (incluindo-se o estudo e a produ-
ção das ilustrações).
8. Encerramento do projeto.
Ao fazer o levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos é possível saber
quais são os conhecimentos que eles já têm sobre o gênero lendas. É importante que,
ao longo do trabalho, você continue levantando e avaliando o que os alunos já apren-
deram e em que deverá investir nas situações didáticas posteriores. Para que o proje-
to tenha sentido e propósito, os alunos devem compartilhar dos objetivos e fundamen-
tos que o justificam. Assim, compartilhar o projeto com o grupo implica socializar com
os alunos a proposta desse projeto, bem como suas etapas de realização e tarefas
necessárias para se chegar ao produto final escolhido.
Sabendo-se quais são os conhecimentos que os alunos têm sobre o gênero e
tendo partilhado o trabalho com eles, é importante ampliar o repertório que possuem
sobre as lendas. Nesse momento, invista em seu universo literário, lendo para eles
lendas de diferentes épocas e lugares. No entanto, optamos pelas lendas brasileiras
como foco principal do trabalho em leitura e escrita, por permitirem que os alunos co-
nheçam melhor os traços de sua cultura e origens. É importante lembrar que, embora
seja necessário dar a conhecer aos alunos várias lendas já no início do trabalho, tam-
bém é preciso fazê-lo ao longo das aulas, promovendo a leitura de lendas no início e
durante o projeto.
As atividades de apreciação e reflexão sobre a língua a partir de lendas têm o obje-
tivo de tornar observáveis aos alunos os elementos que caracterizam o gênero lendas,
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41. 40 Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
isto é, promover a identificação de semelhanças e diferenças que definem as lendas
tal como são. Além disso, essas atividades também pretendem tornar-se situações de
apreciação de textos bem escritos, em que os alunos possam identificar os acertos do
escritor ao escolher determinados recursos linguísticos.
Nos momentos de produção escrita pretende-se que os alunos observem como
procedem os escritores durante as situações de escrita. Assim, cabe a você ajudá-los
a se organizar para a escrita de textos, apontando-lhes as características da lingua-
gem que se usa para escrever e ajudando-os a controlar o que já escreveram, bem
como o que ainda falta.
Entendendo-se que as etapas descritas não precisam ser necessariamente es-
tanques e podem integrar-se para atingir os objetivos maiores de um projeto de lin-
guagem, optou-se aqui por vincular, em alguns momentos, atividades de ampliação do
repertório de lendas, possibilidades de reflexão sobre a língua e situações de produ-
ção escrita circunstanciais, a fim de atingir metas mais amplas numa mesma situação
didática.
Os momentos de revisão do texto podem ocorrer durante a escrita dos mesmos,
mas é interessante promover também situações posteriores de revisão, em que as
crianças possam distanciar-se do que escreveram, alternando as condições de pro-
dutor da escrita e leitor. Para que a revisão seja produtiva é preciso eleger focos es-
pecíficos, uma vez que os alunos não têm condições de examinar e aprimorar várias
questões ao mesmo tempo. Assim, pode-se escolher, por exemplo, focar a revisão ora
no discurso escrito, ora nas questões de ortografia, pontuação e paragrafação. Vale
também lembrar que, para auxiliar os alunos a desenvolver bons procedimentos de
revisão de texto, a natureza dessa tarefa exige que ela se dê em vários e diferentes
momentos, bem como com diversos textos.
Feito isso, é hora de passar para a edição do material produzido, visando sempre
à conclusão do produto final escolhido. Nessa etapa os alunos devem observar porta-
dores como o que elegeram para ser o produto final, analisando como se organizam
graficamente, como são ilustrados, que informações contêm além do texto, com que
formatos se apresentam.
O encerramento do projeto se dá quando da socialização do produto final com os
destinatários previamente determinados. No caso de uma apresentação, faz-se neces-
sário preparar o espaço em que esta se dará, organizando recursos e materiais, além
de ajudar os alunos a se preparar para as exposições orais que porventura venham a
realizar. Observar e estudar como outras pessoas se apresentam oralmente pode aju-
dar os alunos a se predispor e antecipar como, também eles, devem proceder.
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42. 41Guia de Planejamento e Orientações Didáticas para o Professor da 4a
série – Ciclo I
ORGANIZAÇÃO GERAL DA SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
(considerando-se 32 aulas, distribuídas em quatro meses
de trabalho)
Etapa Atividade
1 Levantando conhecimentos prévios
sobre o gênero
Atividade 1: Para início de conversa.
2 Compartilhando o projeto Atividade 2: Compartilhando o projeto e
organizando o trabalho.
3 Ampliando os saberes sobre lendas Atividade 3A: Conhecendo um pouco mais
as lendas (1).
Atividade 3B: Conhecendo um pouco mais
as lendas (2).
Atividade 3C: Ampliando o repertório de
lendas.
Atividade 3D: Roda de leitura.
Atividade 3E: Lendas de outros tempos e
lugares.
Atividade 3F: As lendas e o fantástico
universo indígena.
Atividade 3G: Nova roda de leitura.
Atividade 3H: Comparando versões de uma
lenda.
Atividade 3I: Mais uma roda de leitura.
Atividade 3J: Analisando aspectos
linguísticos das lendas.
Atividade 3K: Analisando o discurso nas
lendas.
4 Selecionando as lendas,
reescrevendo-as e revisando
os textos
Atividade 4A: Reescrevendo coletivamente
uma lenda.
Atividade 4B: Reescrevendo trechos de uma
lenda.
Atividade 4C: Selecionando as lendas para
serem reescritas, planejando a reescrita e
reescrevendo-as.
Atividade 4D: Revisando as lendas e
editorando-as.
5 Edição e preparação final da
coletânea
Atividade 5A: Produzindo as ilustrações.
Atividade 5B: Organizando a coletânea.
Atividade 5C: Preparando a apresentação
oral da lenda.
6 Avaliação final do trabalho
desenvolvido
Atividade 6: Avaliação final do trabalho.
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