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Malformações Congênitas
do SNC
Dr. Emanuel R. Dantas
Médico Radiologista
Parte I - Chiari’s
Malformação de Chiari
• As alterações que originam os
diferentes tipos de malformação de
Chiari são distintas:
o Chiari I: defeito na formação da fossa
posterior, sem alterações liquóricas.
o Chiari II e III:mecanismos de alterações do
fluxo liquórico.
Malformação de Chiari
• Chiari Tipo I (ectopia amigdaliana congênita):
– É simplesmente a ectopia caudal das tonsilas
cerebelares → tonsilas cerebelares estão deslocadas
inferiormente em relação ao forame magno
– Diagnóstico: quanto traçado uma linha do bordo
anterior do forame magno (basion) ao bordo posterior
(opistion), as tonsilas cerebelares estão localizadas
mais que 3-6 mm deste linha.
– Outros achados: invaginação basilar, platibasia,
siringo-hidromielia (25% dos casos) e
mielomeningocele e anomalia de Klipper-Feil.
Adendo
• Hidromielia:
o Def.: Distensão do canal central da medula devido ao
acúmulo de LCR (achado freqüente nos pcts com
Chiari I)
• Seringomielia:
o Def.: Dissecção pelo epêndima para formar cavitações
no interior da medula, preenchidos por LCR.
• NOTA: A distinção entre as duas condições não é
possível por métodos de imagem, sendo usados para
descrever qualquer cavidade medular patológica que
contenha LCR, haja ou não continuidade dela com o
canal central.
Adendo
• Invaginação Basilar:
o Invasão do forâmen magno pela coluna cervical
superior, geralmente pelo processo odontóide.
o A parte inferior do tronco cerebral pode ser
severamente impactada pelo dente devido a sua
posição aberrante.
o Diagnóstico: suspeitada quando o complexo facetário
C1-C2 não pode ser adequadamente visualizado com
a incidência trans-oral da coluna cervical.
Adendo
• Espinha Bífida:
– Malformação congênita da coluna vertebral,
geralmente a nível torácico e lombar, por não
fechamento do tubo neural inferior.
– Caracteriza-se pela perda integridade da camada
epidérmica, de forma a deixar em contato com o meio
externo estruturas do sistema nervoso, como medula
espinhal e meninges.
– Meningocele: O acometimento está restrito a pele,
ossos e dura-máter
– Mielomeningocele: acomete pele, ossos, dura-máter,
medula espinhal e raízes nervosas.
Adendo
• Sd de Klippel-Feil:
o Talvez a malformação congênita cervical mais comum
da espinha cervical.
o Esta síndrome refere-se a qualquer fusão congênita
da coluna cervical associado ou não a tríade de:
• Pescoço curto;
• Implantação baixa dos cabelos;
• Limitação da movimentação cervical.
Malformação de Chiari
• Chiari I – Achados de Imagem:
– Alterações na transição crânio-cervical e na calota
craniana
• Invaginação basilar;
• Platibasia;
• Assimilação atlanto-axial ou occipitalização do atlas.
– Alterações cerebelares
• Ectopia das tonsilas cerebelares
– Alterações espinhais
• Siringo-hidromielia
• Mielomeningocele
• Anomalia de Klippel-Feil
Malformação de Chiari
• Chiari tipo II:
o Também conhecida como malformação de
Arnold-Chiari, inclui malformações do:
Encéfalo, Medula Espinhal, Coluna, Calota
craniana e base do crânio
o Anormalidade 1ª = fossa posterior
pequena, na qual o seu conteúdo neural é
progressivamente comprimido cranial e
caudalmente durante o crescimento.
Malformação de Chiari
• Chiari tipo II:
o O bulbo, a medula espinhal, o IV ventrículo, as
tonsilas cerebelares e o verme cerebelar estão
deslocados inferiormente.
o Como os ligamentos denteados restringem o
deslocamento inferior da medula cervical →
acotovelamento da junção bulbo-cevical
o Efeito compressivo dos hemisférios cerebelares
sobre o tronco cerebral→ mesencéfalo em forma de
“coração” +/- estenose do aqueduto.
Malformação de Chiari
• Chiari tipo II:
o Em raros casos → herniação da porção inferior do IV
ventrículo → encistamento deste ventrículo ou a
formação de um divertículo que se estende
abaixo do forame magno.
o O córtex cerebelar pode estar desorganizado, com
heterotopia da substância cinzenta na substância
branca cerebelar.
o O corpo caloso pode ser disgenético em 80-90%
dos casos.
Adendo
• Heterotopia da Substância Cinzenta:
Malformação de Chiari
• Chiari tipo II:
– A tenda do cerebelo freqüentemente é hipoplásica →
tecido cerebelar protraído rostralmente.
– A foice cerebral pode ser hipoplásica ou
fenestrada → interdigitação dos giros mediais dos
hemisférios cerebrais.
– Os pcts com Chiari II apresenta graus variáveis de
siringo-hidromielia.
– Cerca de 100% dos pcts com mielomeningocele ou
lipomielomeningocele têm concomitantemente
malformações de Chiari tipo II.
Malformação de Chiari
• Chiari tipo II:
o Alterações da calota craniana:
• Fossa posterior pequena
• Craniolacunia
• Irregularidade do aspecto posterior do osso petroso
• Clívus encurtado
o Alterações cerebrais, cerebelares, do tronco cerebral e junção
bulbo-medular
• Deslocamento inferior das tonsilas e verme cerebelares, tronco cerebral e IV
ventrículo
• Herniação superior do cerebelo
• Inserção baixa da tórcula
• Acotovelamento da junção bulbo-cervical
o Alterações Espinhais:
• Siringo-hidromielia
• Mielomeningocle ou lipomielomeningocele
Malformação de Chiari
• Chiari tipo II:
– Alterações da Dura:
• Hipoplasia ou fenestração da foice cerebral
• Hipoplasia da tenda do cerebelo.
– Alterações cerebrais, cerebelares, do tronco cerebral e junção
bulbo-medular:
• Mesencéfalo “em bico”
• Hemisférios cerebelares envolvem lateralmente o tronco cerebral
• Massa intermédia e/ou cabeças dos núcleos caudados
hipertrofiados
• Hidrocefalia
• Disgenesia do corpo caloso
• Interdigitação das porções mediais dos giros cerebrais
• Estenose do aqueduto
• Anormalias da migração neuronal
• Acotovelamento bulbo-cervical.
Adendo
• Craniolacunia (Lückenschädel):
o Afilamento irregular das tábuas internas e
externa da calota craniana → múltiplas
imagens radiolucentes separadas por faixas
de osso espessado.
o Pode resolver-se até os 6 meses de idade.
Malformação de Chiari
• Chiari tipo III ou Encefalocele Cérvico-
Occipital:
o Resulta da herniação da parte do conteúdo da
fossa posterior (cerebelo e tronco), com ou
sem porções dos lobos occipitais, através de um
defeito ósseo nas porções posteriores da
base do crânio e arcos posteriores de C1 e
C2.
o NOTA: Esta malformação pode estar
acompanhada de vários achados da
malformação de Chiari tipo II.
Malformação de Chiari
• Chiari tipo III:
o TC e RM:
• Defeito ósseo na região occipital e coluna cervical
alta posteriormente → exteriorização de
quantidades variáveis de tecido neural (cerebelo,
tronco e lobos occipitais).
• O sistema ventricular também pode herniar
através deste defeito ósseo.
• Outros achados:
oAgenesia do corpo caloso e do septo pelúcido
Encefalocele
• Parecem ser resultado do fechamento incompleto da
porção mais rostral do tubo neural durante a
embriogênese do encéfalo.
• Como há um fechamento anormal, tanto o tecido neural
intracraniano como as meninges podem herniar através
de uma falha óssea.
• Se a herniação contém:
o Somente líquor: meningocele
o Somente tecido neural + meninges: meningoencefalocele
o Tecido neural + meninges + partes do sistema ventricular;
encefalocistomeningocele
Encefalocele
• Encefaloceles são 4x mais comuns que
meningoceles.
• A maioria está localizada na linha média,
podendo, em alguns casos, se parassagital.
Parte II - Malformações
/ Cistos da Fossa
Posterior
Malformações da Fossa Posterior –
Complexo de Dandy-Walker
• Representada pela tríade:
o Ausência ou hipoplasia do verme cerebelar, com ampla
separação entre os hemisférios cerebelares, que são hipoplásicos
o Dilatação cística do IV ventrículo com direta comunicação
com um amplo espaço liquórico / cisto da fossa posterior, que
corresponde a uma expansão diverticular de um IV ventrículo de
dimensões aumentadas.
o Fossa posterior alargada.
• Obs.: A hidrocefalia que acompanha esta malformação
pode não estar evidente nos neonatos, aparecendo mais
tardiamente, às vezes somente na vida adulta.
Malformações da Fossa Posterior –
Complexo de Dandy-Walker
• A tenda do cerebelo e a confluência dos seios têm
localização acima do normalmente observado, e a
fossa posterior tem volume aumentado.
• O tronco cerebral pode estar comprimido em direção
ao clívus.
• Outras anomalias associadas:
o Migração anormal das olivas inferiores
o Disgenesia do corpo caloso
o Cisto inter-hemisférico supratentorial
o Heterotopia da substância cinzenta
o Meningocele occipital.
Malformações da Fossa Posterior –
Complexo de Dandy-Walker
• São encontradas anormalidades nas seguintes
estruturas:
o Crânio e dura-máter:
• Fossa posterior alargada
• Inserção tentorial alta
• Seios transversos altos
o Ventrículos e Espaços Liquóricos:
• Assoalho do IV ventrículo presente; o ventrículo se abre
dorsalmente para um grande cisto da fossa posterior
• Hidrocefalia em 80% dos casos.
Malformações da Fossa Posterior –
Complexo de Dandy-Walker
• São encontradas anormalidades nas seguintes
estruturas:
o Cerebelo, vermis e tronco cerebral:
• Hipoplasia vermiana e hemisférica cerebelar
• Hemisférios cerebelares alados ântero-lateralmente na frente
do cisto
• Tronco cerebral pode ser hipoplásico, comprimido
• São comuns heterotopias e displasias cerebelares
o Anomalias associadas do SNC:
• Agenesia do corpo caloso em 20-25% dos casos
• Heterotopias, anomalias dos giros, esquizencefalia
• Cefaloceles.
Miscelânea de Cistos da
Fossa Posterior
• Megacisterna Magna:
o O vermis está intacto e os hemisférios
cerebelares são normalmente formados.
o O IV ventrículo tem aparência tipicamente normal.
o Uma grande cisterna magna está presente e pode se
estender acima do vermis até o seio reto.
o NOTA: Ocasionalmente, a fossa posterior pode
aparecer bem alargada com erosão proeminente em
forma de lente da escama occipital, tornando difícil a
distinção entre megacisterna magna e cisto
aracnóide, a menos que use contraste intratecal
Miscelânea de Cistos da
Fossa Posterior
• Cisto Aracnóide da Fossa Posterior:
o Os CAFP são massas cheias de LCR encrustadas
entre camadas da aracnóide.
o O IV ventrículo e o vermis estão normalmente
formados, porém, deslocados pelo cisto.
o Aparência: massa que não realça e que se iguala ao
LCR na atenuação e intensidade do sinal.
Parte III - Hipoplasias /
Displasias Cerebelares
Rombencefalossinapse
• Malformação rara do rombencéfalo que consiste em:
o Ausência ou hipogenesia do verme cerebelar
o Fusão (continuidade) da substância branca profunda
dos hemisférios cerebelares, através da linha média,
o Anomalias dos núcleos denteados.
• Outras malformações associadas:
o Fusão colicular ou penduncular
o Ausência dos núcleos olivares
o Estenose do aqueduto
o Malformações supratentoriais
Rombencefalossinapse
• Aparência TC e RM:
o Fusão dos hemisférios cerebelares e
ausência do verme cerebelar (lobo cerebelar
único).
o IV ventrículo em aspecto de diamante
o Base do cerebelo achatada e as folhas
cerebelares estão orientadas
transversamente.
Parte IV - Malformação
do Dente Molar e
Síndromes
Relacionadas
Malformação do “Dente
Molar”
• Algumas Sd clínicas estão
associadas a uma malformação do
tronco cerebral e cerebelo que
assumem uma morfologia conhecida
como “dente molar”.
Malformação do “Dente
Molar”
• Sd de Joubert ou Hipoplasia Vermiana
Congênita:
o É a mais conhecida desta associação.
o Caracterizada por hiperpnéia episódica, movimentos
oculares anormais, hipotonia neonatal, ataxia e
retardo mental.
o Caracterizada por disgenesia do vermis que aparece
fendido e desorganizado.
o Os pendúnculos cerebelares superiores e inferiores
são geralmente pequenos e o teto do IV ventrículo
conseqüentemente aparece convexo na parte
superior.
Malformação do “Dente
Molar”
• Achados de Imagem da Malformação “dente
molar”:
o Pendúnculos cerebelares superiores não decussam,
estando aumentados, sendo identificados na sua
extensão do mesencéfalo ao cerebelo
o Como o mesencéfalo é pequeno e os pendúnculos
cerebelares são grandes e perpendiculares ao
tronco, estas estruturas assumem a forma de “dente
molar”.
o O IV ventrículo apresenta-se na sua porção superior
o aspecto de “asa de morcego”.
Parte V-
Holoprosencefalias e
Distúrbios
Relacionados
Displasia Septo-Óptica
• A displasia septo-óptica ou Sd de Morsier pode ser
considerada uma forma muito leve de holoprosencefalia lobar.
• A tríade clássica da displasia septo-óptica (DSO ou sd de
Morsier) consiste em:
o Disgenesia do septo pelúcido;
o Hipoplasia dos nervos ópticos;
o Disfunção do eixo hipotálamo-hipofisário
• Cerca de 50% destes pcts apresentam esquizencefalia ou
outras malformações cerebrais, faciais ou sistêmicas.
• Na DSP, o septo pelúcido pode estar total ou parcialmente
ausente, levando a um formato quadrado dos cornos
anteriores dos ventrículos laterais.
Displasia Septo-Óptica
• Anomalias intracranianas associadas
à displasia septo-óptica:
o Disgenesia do septo pelúcido
o Hipoplasia dos nervos / quiasma / tratos ópticos
o Glândula pituitária pequena
o Esquizencefalia
o Escassez de substância branca
o Formato quadrado dos cornos anteriores dos
ventrículos laterais.
Holoprosencefalia
• Grupo complexo de malformações que decorre da falha de
clivagem e diferenciação da porção rostral do tubo neural.
• No 25 dia de vida formam-se as vesículas cerebrais.
• A vesícula mais rostral, o prosencéfalo, dará origem ao
telencéfalo e ao diencéfalo.
• O telencéfalo dará origem aos hemisférios cerebrais e ao
striatum, que por sua vez formará os núcleos caudados e
putames.
• O diencéfalo dará origem aos globos pálidos e hipotálamos.
• Na holoprosencefalia, várias alterações relacionadas à falha
de clivagem do prosencéfalo são encontradas.
Holoprosencefalia
• Em ordem descrescente de gravidade, há 4 formas de
holoprosencefalia:
o Alobar
o Semilobar
o Lobar
o Variente interhemisférica média da holoprosencefalia ou
sintelencefalia.
• NOTA:
o A formação da face é um fenômeno paralelo à formação do
prosencéfalo. Por isso, as anomalias das estruturas faciais como
hipoplasia e fusão podem ocorrer associadas às anormalidades
cerebrais.
o As anormalidades faciais estão associadas às formas alobar e
semilobar.
Holoprosencefalia
• Holoprosencefalia Alobar:
o Não há evidência de divisão entre os dois
hemisférios.
o Incompatível com a vida.
o O cérebro é basicamente uma holosfera não
diferenciada com um ventrículo único central e
tálamo fusionados.
o Não há fissura inter-hemisférica, foice do cérebro ou
corpo caloso.
o Um grande cisto posterior de linha média está
geralmente presente.
Holoprosencefalia
• Holoprosencefalia Semilobar:
o Tem certa divisão entre os hemisférios cerebrais,
sendo que as porções normais são posteriores.
o Parte da foice posterior, os cornos occipitais e
temporais são formados, e há evidência de um III
ventrículo.
o Uma foice do cérebro e uma fissura inter-
hemisférica incompletamente formada são
geralmente vistas.
Holoprosencefalia
• Holoprosencefalia Lobar:
o Mais semelhante ao normal, o sistema ventricular é
bem formado.
o A ausência do septo pelúcido dá uma configuração
com aspecto de quadrado ou em forma de caixa aos
cornos frontais,
o Estão presentes uma fissura inter-hemisférica e uma
foice do cérebro quase completamente formadas.
o As conexões entre os hemisférios são anormais e
os lobos frontais são parcialmente formados,
havendo fusão nas porções ventrais e rostrais.
Lissencefalia Completa
• A lissencefalia ou agiria consiste em um cérebro liso,
com córtex espesso, sem girous ou sulcos secundários.
• Há microcefalia e o córtex cerebral apresenta
geralmente 4 camadas.
• A lissencefalia pode ocorrer isoladamente ou fazer parte
de uma síndrme:
o Miller-Dieker
o HARD +/- E (Hidrocefalia, agiria, displasia retiniana, com ou sem
encefalocele)
o Norman-Roberts
o Neu-Laxova
o Sd de Walker-Warburg
o Distrofia Muscular Cérebro-Ocular
Lissencefalia Completa
• Aparência à TC ou RM:
o O córtex está espessado
o A superfície cerebral é lisa
o A substância branca está diminuída
o Não se observa interdigitação entre a substância
branca e a cinzenta.
o O córtex assume nos cortes axiais o aspecto em
“oito” ou “boneco de neve” devido á
verticalização e suavização das fissuras silvianas
(opercularização incompleta).
Agiria / Paquigiria
(Lissencefalia Incompleta)
• A agiria / paquigiria ou lissencefalia incompleta corresponde
a um cérebro com áreas apresentando pobreza e áreas
apresentando ausência de sulcação.
• Obs.: Agiria = Linsencefalia = ausência total de sulcos e
giros
• Paquigiria: refere-se a giros espessos, largos, com sulcos
rasos.
• Aparência à TC ou RM:
o Córtex espessado com giros largos e sulcos rasos.
o Em algumas áreas, o cérebro não apresenta giros e em outras
apresenta paquigiria.
Esquizencefalia
• É caracterizada pela presença de uma fenda
que se estende por toda a espessura de um
hemisfério cerebral desde a superfície pial até
a superfície ventricular, sendo a fenda
revestida por substância cinzenta.
Esquizencefalia
• Dependendo do tamanho da fenda, a
esquizencefalia pode ser classificada em:
o Lábios fechados: uma irregularidade está presente ao
longo da parede do ventrículo lateral (mamilo) ao
nível da fenda, que corresponde ao ponto em que a
substância cinzenta está em contato com o
epêndima.
o Lábios abertos: geralmente há um amplo espaço que
se estende da calota craniana até o ventrículo
ipsilateral, sendo preenchido por líquor.
Esquizencefalia
• O processo é geralmente bilateral, mas pode
ser unilateral ou assimétrico no grau de
acometimento.
• Aparência à TC ou RM:
o Fenda uni ou bilateral, revestida por substância
cinzenta.
o O septo pelúcido está ausente em cerca de 70-90%
dos casos.
o No caso de esquizencefalia de lábios abertos, a
calota craniana pode estar espessada junto à
malformação.
Esquizencefalia
• Anomalias Associadas:
o Hipoplasia do nervo óptico;
o Ausência do septo pelúcido;
o Sd De Morsier = Hipoplasia do nervo óptico +
Ausência do septo pelúcido.
Parte VI -
Anomalias do
Corpo Caloso
Disgenesia do Corpo
Caloso
• Def.: inclui desde uma falha total na
comissuração do telencéfalo até deficiências
menores na formação do esplênio do corpo
caloso.
• Nesta terminologia, incluem-se:
o Agenesia: sem formação da massa comissural
o Hipogenesia: interrupção do processo durante
qualquer etapa na formação do corpo caloso (entre
12-20 semanas)
o Hipoplasia: uma estrutura dos seus componentes
básicos não atinge o seu tamanho normal
Disgenesia do Corpo
Caloso
• O desenvolvimento do corpo caloso ocorre do
sentido anterior para posterior, formando-se
inicialmente o joelho, depois o tronco, o esplênio.
• Dessa forma, pelo desenvolvimento AP, quando
há disgenesia, a porção dorsal é a mais afetada.
• Causas:
o Agentes infecciosos ou químicos
o Hormônios maternos
o Deficiências nutricionais
o Hipóxia e fatores genéticos e cromossômicos
Disgenesia do Corpo
Caloso
• Entre as Sd´s que apresentam
malformações associadas a agenesia do
corpo caloso estão:
o Aircardi
o Complexo de Dandy-Walker
o Holoprosencefalia
o Malformação de Chiari
o Lissencefalia
o Hidrocefalia
o Cisto inter-hemisférico
o Cisto aracnóide
Disgenesia do Corpo
Caloso
• Aparência à RM:
o Agenesia Completa:
• Ausência do giro do cíngulo identificável e com sulcos e
giros que se distribuem de forma radiada a partir de um III
ventrículo em posição elevada.
• Os ventrículos laterais aparecem muito separados e não
convergentes, aparecendo paralelos e afilados um ao outro.
• As bordas mediais dos ventrículos paralelos parecem
côncavas e são identadas por tratos de fibras com
orientação longitudinal (feixe de Probst), que representam
faixas de substância branca.
• Colpocefalia é comum (cornos occipitais dilatados).
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Malformações do SNC e cistos da fossa posterior

  • 1. Malformações Congênitas do SNC Dr. Emanuel R. Dantas Médico Radiologista
  • 2. Parte I - Chiari’s
  • 3. Malformação de Chiari • As alterações que originam os diferentes tipos de malformação de Chiari são distintas: o Chiari I: defeito na formação da fossa posterior, sem alterações liquóricas. o Chiari II e III:mecanismos de alterações do fluxo liquórico.
  • 4. Malformação de Chiari • Chiari Tipo I (ectopia amigdaliana congênita): – É simplesmente a ectopia caudal das tonsilas cerebelares → tonsilas cerebelares estão deslocadas inferiormente em relação ao forame magno – Diagnóstico: quanto traçado uma linha do bordo anterior do forame magno (basion) ao bordo posterior (opistion), as tonsilas cerebelares estão localizadas mais que 3-6 mm deste linha. – Outros achados: invaginação basilar, platibasia, siringo-hidromielia (25% dos casos) e mielomeningocele e anomalia de Klipper-Feil.
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8. Adendo • Hidromielia: o Def.: Distensão do canal central da medula devido ao acúmulo de LCR (achado freqüente nos pcts com Chiari I) • Seringomielia: o Def.: Dissecção pelo epêndima para formar cavitações no interior da medula, preenchidos por LCR. • NOTA: A distinção entre as duas condições não é possível por métodos de imagem, sendo usados para descrever qualquer cavidade medular patológica que contenha LCR, haja ou não continuidade dela com o canal central.
  • 9. Adendo • Invaginação Basilar: o Invasão do forâmen magno pela coluna cervical superior, geralmente pelo processo odontóide. o A parte inferior do tronco cerebral pode ser severamente impactada pelo dente devido a sua posição aberrante. o Diagnóstico: suspeitada quando o complexo facetário C1-C2 não pode ser adequadamente visualizado com a incidência trans-oral da coluna cervical.
  • 10.
  • 11.
  • 12. Adendo • Espinha Bífida: – Malformação congênita da coluna vertebral, geralmente a nível torácico e lombar, por não fechamento do tubo neural inferior. – Caracteriza-se pela perda integridade da camada epidérmica, de forma a deixar em contato com o meio externo estruturas do sistema nervoso, como medula espinhal e meninges. – Meningocele: O acometimento está restrito a pele, ossos e dura-máter – Mielomeningocele: acomete pele, ossos, dura-máter, medula espinhal e raízes nervosas.
  • 13. Adendo • Sd de Klippel-Feil: o Talvez a malformação congênita cervical mais comum da espinha cervical. o Esta síndrome refere-se a qualquer fusão congênita da coluna cervical associado ou não a tríade de: • Pescoço curto; • Implantação baixa dos cabelos; • Limitação da movimentação cervical.
  • 14.
  • 15. Malformação de Chiari • Chiari I – Achados de Imagem: – Alterações na transição crânio-cervical e na calota craniana • Invaginação basilar; • Platibasia; • Assimilação atlanto-axial ou occipitalização do atlas. – Alterações cerebelares • Ectopia das tonsilas cerebelares – Alterações espinhais • Siringo-hidromielia • Mielomeningocele • Anomalia de Klippel-Feil
  • 16. Malformação de Chiari • Chiari tipo II: o Também conhecida como malformação de Arnold-Chiari, inclui malformações do: Encéfalo, Medula Espinhal, Coluna, Calota craniana e base do crânio o Anormalidade 1ª = fossa posterior pequena, na qual o seu conteúdo neural é progressivamente comprimido cranial e caudalmente durante o crescimento.
  • 17. Malformação de Chiari • Chiari tipo II: o O bulbo, a medula espinhal, o IV ventrículo, as tonsilas cerebelares e o verme cerebelar estão deslocados inferiormente. o Como os ligamentos denteados restringem o deslocamento inferior da medula cervical → acotovelamento da junção bulbo-cevical o Efeito compressivo dos hemisférios cerebelares sobre o tronco cerebral→ mesencéfalo em forma de “coração” +/- estenose do aqueduto.
  • 18.
  • 19. Malformação de Chiari • Chiari tipo II: o Em raros casos → herniação da porção inferior do IV ventrículo → encistamento deste ventrículo ou a formação de um divertículo que se estende abaixo do forame magno. o O córtex cerebelar pode estar desorganizado, com heterotopia da substância cinzenta na substância branca cerebelar. o O corpo caloso pode ser disgenético em 80-90% dos casos.
  • 20. Adendo • Heterotopia da Substância Cinzenta:
  • 21.
  • 22. Malformação de Chiari • Chiari tipo II: – A tenda do cerebelo freqüentemente é hipoplásica → tecido cerebelar protraído rostralmente. – A foice cerebral pode ser hipoplásica ou fenestrada → interdigitação dos giros mediais dos hemisférios cerebrais. – Os pcts com Chiari II apresenta graus variáveis de siringo-hidromielia. – Cerca de 100% dos pcts com mielomeningocele ou lipomielomeningocele têm concomitantemente malformações de Chiari tipo II.
  • 23.
  • 24.
  • 25. Malformação de Chiari • Chiari tipo II: o Alterações da calota craniana: • Fossa posterior pequena • Craniolacunia • Irregularidade do aspecto posterior do osso petroso • Clívus encurtado o Alterações cerebrais, cerebelares, do tronco cerebral e junção bulbo-medular • Deslocamento inferior das tonsilas e verme cerebelares, tronco cerebral e IV ventrículo • Herniação superior do cerebelo • Inserção baixa da tórcula • Acotovelamento da junção bulbo-cervical o Alterações Espinhais: • Siringo-hidromielia • Mielomeningocle ou lipomielomeningocele
  • 26. Malformação de Chiari • Chiari tipo II: – Alterações da Dura: • Hipoplasia ou fenestração da foice cerebral • Hipoplasia da tenda do cerebelo. – Alterações cerebrais, cerebelares, do tronco cerebral e junção bulbo-medular: • Mesencéfalo “em bico” • Hemisférios cerebelares envolvem lateralmente o tronco cerebral • Massa intermédia e/ou cabeças dos núcleos caudados hipertrofiados • Hidrocefalia • Disgenesia do corpo caloso • Interdigitação das porções mediais dos giros cerebrais • Estenose do aqueduto • Anormalias da migração neuronal • Acotovelamento bulbo-cervical.
  • 27. Adendo • Craniolacunia (Lückenschädel): o Afilamento irregular das tábuas internas e externa da calota craniana → múltiplas imagens radiolucentes separadas por faixas de osso espessado. o Pode resolver-se até os 6 meses de idade.
  • 28.
  • 29. Malformação de Chiari • Chiari tipo III ou Encefalocele Cérvico- Occipital: o Resulta da herniação da parte do conteúdo da fossa posterior (cerebelo e tronco), com ou sem porções dos lobos occipitais, através de um defeito ósseo nas porções posteriores da base do crânio e arcos posteriores de C1 e C2. o NOTA: Esta malformação pode estar acompanhada de vários achados da malformação de Chiari tipo II.
  • 30. Malformação de Chiari • Chiari tipo III: o TC e RM: • Defeito ósseo na região occipital e coluna cervical alta posteriormente → exteriorização de quantidades variáveis de tecido neural (cerebelo, tronco e lobos occipitais). • O sistema ventricular também pode herniar através deste defeito ósseo. • Outros achados: oAgenesia do corpo caloso e do septo pelúcido
  • 31.
  • 32.
  • 33. Encefalocele • Parecem ser resultado do fechamento incompleto da porção mais rostral do tubo neural durante a embriogênese do encéfalo. • Como há um fechamento anormal, tanto o tecido neural intracraniano como as meninges podem herniar através de uma falha óssea. • Se a herniação contém: o Somente líquor: meningocele o Somente tecido neural + meninges: meningoencefalocele o Tecido neural + meninges + partes do sistema ventricular; encefalocistomeningocele
  • 34. Encefalocele • Encefaloceles são 4x mais comuns que meningoceles. • A maioria está localizada na linha média, podendo, em alguns casos, se parassagital.
  • 35. Parte II - Malformações / Cistos da Fossa Posterior
  • 36. Malformações da Fossa Posterior – Complexo de Dandy-Walker • Representada pela tríade: o Ausência ou hipoplasia do verme cerebelar, com ampla separação entre os hemisférios cerebelares, que são hipoplásicos o Dilatação cística do IV ventrículo com direta comunicação com um amplo espaço liquórico / cisto da fossa posterior, que corresponde a uma expansão diverticular de um IV ventrículo de dimensões aumentadas. o Fossa posterior alargada. • Obs.: A hidrocefalia que acompanha esta malformação pode não estar evidente nos neonatos, aparecendo mais tardiamente, às vezes somente na vida adulta.
  • 37. Malformações da Fossa Posterior – Complexo de Dandy-Walker • A tenda do cerebelo e a confluência dos seios têm localização acima do normalmente observado, e a fossa posterior tem volume aumentado. • O tronco cerebral pode estar comprimido em direção ao clívus. • Outras anomalias associadas: o Migração anormal das olivas inferiores o Disgenesia do corpo caloso o Cisto inter-hemisférico supratentorial o Heterotopia da substância cinzenta o Meningocele occipital.
  • 38.
  • 39. Malformações da Fossa Posterior – Complexo de Dandy-Walker • São encontradas anormalidades nas seguintes estruturas: o Crânio e dura-máter: • Fossa posterior alargada • Inserção tentorial alta • Seios transversos altos o Ventrículos e Espaços Liquóricos: • Assoalho do IV ventrículo presente; o ventrículo se abre dorsalmente para um grande cisto da fossa posterior • Hidrocefalia em 80% dos casos.
  • 40.
  • 41. Malformações da Fossa Posterior – Complexo de Dandy-Walker • São encontradas anormalidades nas seguintes estruturas: o Cerebelo, vermis e tronco cerebral: • Hipoplasia vermiana e hemisférica cerebelar • Hemisférios cerebelares alados ântero-lateralmente na frente do cisto • Tronco cerebral pode ser hipoplásico, comprimido • São comuns heterotopias e displasias cerebelares o Anomalias associadas do SNC: • Agenesia do corpo caloso em 20-25% dos casos • Heterotopias, anomalias dos giros, esquizencefalia • Cefaloceles.
  • 42.
  • 43. Miscelânea de Cistos da Fossa Posterior • Megacisterna Magna: o O vermis está intacto e os hemisférios cerebelares são normalmente formados. o O IV ventrículo tem aparência tipicamente normal. o Uma grande cisterna magna está presente e pode se estender acima do vermis até o seio reto. o NOTA: Ocasionalmente, a fossa posterior pode aparecer bem alargada com erosão proeminente em forma de lente da escama occipital, tornando difícil a distinção entre megacisterna magna e cisto aracnóide, a menos que use contraste intratecal
  • 44.
  • 45. Miscelânea de Cistos da Fossa Posterior • Cisto Aracnóide da Fossa Posterior: o Os CAFP são massas cheias de LCR encrustadas entre camadas da aracnóide. o O IV ventrículo e o vermis estão normalmente formados, porém, deslocados pelo cisto. o Aparência: massa que não realça e que se iguala ao LCR na atenuação e intensidade do sinal.
  • 46.
  • 47. Parte III - Hipoplasias / Displasias Cerebelares
  • 48. Rombencefalossinapse • Malformação rara do rombencéfalo que consiste em: o Ausência ou hipogenesia do verme cerebelar o Fusão (continuidade) da substância branca profunda dos hemisférios cerebelares, através da linha média, o Anomalias dos núcleos denteados. • Outras malformações associadas: o Fusão colicular ou penduncular o Ausência dos núcleos olivares o Estenose do aqueduto o Malformações supratentoriais
  • 49. Rombencefalossinapse • Aparência TC e RM: o Fusão dos hemisférios cerebelares e ausência do verme cerebelar (lobo cerebelar único). o IV ventrículo em aspecto de diamante o Base do cerebelo achatada e as folhas cerebelares estão orientadas transversamente.
  • 50.
  • 51.
  • 52. Parte IV - Malformação do Dente Molar e Síndromes Relacionadas
  • 53. Malformação do “Dente Molar” • Algumas Sd clínicas estão associadas a uma malformação do tronco cerebral e cerebelo que assumem uma morfologia conhecida como “dente molar”.
  • 54. Malformação do “Dente Molar” • Sd de Joubert ou Hipoplasia Vermiana Congênita: o É a mais conhecida desta associação. o Caracterizada por hiperpnéia episódica, movimentos oculares anormais, hipotonia neonatal, ataxia e retardo mental. o Caracterizada por disgenesia do vermis que aparece fendido e desorganizado. o Os pendúnculos cerebelares superiores e inferiores são geralmente pequenos e o teto do IV ventrículo conseqüentemente aparece convexo na parte superior.
  • 55.
  • 56.
  • 57. Malformação do “Dente Molar” • Achados de Imagem da Malformação “dente molar”: o Pendúnculos cerebelares superiores não decussam, estando aumentados, sendo identificados na sua extensão do mesencéfalo ao cerebelo o Como o mesencéfalo é pequeno e os pendúnculos cerebelares são grandes e perpendiculares ao tronco, estas estruturas assumem a forma de “dente molar”. o O IV ventrículo apresenta-se na sua porção superior o aspecto de “asa de morcego”.
  • 58.
  • 60. Displasia Septo-Óptica • A displasia septo-óptica ou Sd de Morsier pode ser considerada uma forma muito leve de holoprosencefalia lobar. • A tríade clássica da displasia septo-óptica (DSO ou sd de Morsier) consiste em: o Disgenesia do septo pelúcido; o Hipoplasia dos nervos ópticos; o Disfunção do eixo hipotálamo-hipofisário • Cerca de 50% destes pcts apresentam esquizencefalia ou outras malformações cerebrais, faciais ou sistêmicas. • Na DSP, o septo pelúcido pode estar total ou parcialmente ausente, levando a um formato quadrado dos cornos anteriores dos ventrículos laterais.
  • 61.
  • 62.
  • 63. Displasia Septo-Óptica • Anomalias intracranianas associadas à displasia septo-óptica: o Disgenesia do septo pelúcido o Hipoplasia dos nervos / quiasma / tratos ópticos o Glândula pituitária pequena o Esquizencefalia o Escassez de substância branca o Formato quadrado dos cornos anteriores dos ventrículos laterais.
  • 64. Holoprosencefalia • Grupo complexo de malformações que decorre da falha de clivagem e diferenciação da porção rostral do tubo neural. • No 25 dia de vida formam-se as vesículas cerebrais. • A vesícula mais rostral, o prosencéfalo, dará origem ao telencéfalo e ao diencéfalo. • O telencéfalo dará origem aos hemisférios cerebrais e ao striatum, que por sua vez formará os núcleos caudados e putames. • O diencéfalo dará origem aos globos pálidos e hipotálamos. • Na holoprosencefalia, várias alterações relacionadas à falha de clivagem do prosencéfalo são encontradas.
  • 65. Holoprosencefalia • Em ordem descrescente de gravidade, há 4 formas de holoprosencefalia: o Alobar o Semilobar o Lobar o Variente interhemisférica média da holoprosencefalia ou sintelencefalia. • NOTA: o A formação da face é um fenômeno paralelo à formação do prosencéfalo. Por isso, as anomalias das estruturas faciais como hipoplasia e fusão podem ocorrer associadas às anormalidades cerebrais. o As anormalidades faciais estão associadas às formas alobar e semilobar.
  • 66. Holoprosencefalia • Holoprosencefalia Alobar: o Não há evidência de divisão entre os dois hemisférios. o Incompatível com a vida. o O cérebro é basicamente uma holosfera não diferenciada com um ventrículo único central e tálamo fusionados. o Não há fissura inter-hemisférica, foice do cérebro ou corpo caloso. o Um grande cisto posterior de linha média está geralmente presente.
  • 67.
  • 68.
  • 69. Holoprosencefalia • Holoprosencefalia Semilobar: o Tem certa divisão entre os hemisférios cerebrais, sendo que as porções normais são posteriores. o Parte da foice posterior, os cornos occipitais e temporais são formados, e há evidência de um III ventrículo. o Uma foice do cérebro e uma fissura inter- hemisférica incompletamente formada são geralmente vistas.
  • 70.
  • 71. Holoprosencefalia • Holoprosencefalia Lobar: o Mais semelhante ao normal, o sistema ventricular é bem formado. o A ausência do septo pelúcido dá uma configuração com aspecto de quadrado ou em forma de caixa aos cornos frontais, o Estão presentes uma fissura inter-hemisférica e uma foice do cérebro quase completamente formadas. o As conexões entre os hemisférios são anormais e os lobos frontais são parcialmente formados, havendo fusão nas porções ventrais e rostrais.
  • 72.
  • 73. Lissencefalia Completa • A lissencefalia ou agiria consiste em um cérebro liso, com córtex espesso, sem girous ou sulcos secundários. • Há microcefalia e o córtex cerebral apresenta geralmente 4 camadas. • A lissencefalia pode ocorrer isoladamente ou fazer parte de uma síndrme: o Miller-Dieker o HARD +/- E (Hidrocefalia, agiria, displasia retiniana, com ou sem encefalocele) o Norman-Roberts o Neu-Laxova o Sd de Walker-Warburg o Distrofia Muscular Cérebro-Ocular
  • 74. Lissencefalia Completa • Aparência à TC ou RM: o O córtex está espessado o A superfície cerebral é lisa o A substância branca está diminuída o Não se observa interdigitação entre a substância branca e a cinzenta. o O córtex assume nos cortes axiais o aspecto em “oito” ou “boneco de neve” devido á verticalização e suavização das fissuras silvianas (opercularização incompleta).
  • 75.
  • 76. Agiria / Paquigiria (Lissencefalia Incompleta) • A agiria / paquigiria ou lissencefalia incompleta corresponde a um cérebro com áreas apresentando pobreza e áreas apresentando ausência de sulcação. • Obs.: Agiria = Linsencefalia = ausência total de sulcos e giros • Paquigiria: refere-se a giros espessos, largos, com sulcos rasos. • Aparência à TC ou RM: o Córtex espessado com giros largos e sulcos rasos. o Em algumas áreas, o cérebro não apresenta giros e em outras apresenta paquigiria.
  • 77.
  • 78. Esquizencefalia • É caracterizada pela presença de uma fenda que se estende por toda a espessura de um hemisfério cerebral desde a superfície pial até a superfície ventricular, sendo a fenda revestida por substância cinzenta.
  • 79.
  • 80. Esquizencefalia • Dependendo do tamanho da fenda, a esquizencefalia pode ser classificada em: o Lábios fechados: uma irregularidade está presente ao longo da parede do ventrículo lateral (mamilo) ao nível da fenda, que corresponde ao ponto em que a substância cinzenta está em contato com o epêndima. o Lábios abertos: geralmente há um amplo espaço que se estende da calota craniana até o ventrículo ipsilateral, sendo preenchido por líquor.
  • 81. Esquizencefalia • O processo é geralmente bilateral, mas pode ser unilateral ou assimétrico no grau de acometimento. • Aparência à TC ou RM: o Fenda uni ou bilateral, revestida por substância cinzenta. o O septo pelúcido está ausente em cerca de 70-90% dos casos. o No caso de esquizencefalia de lábios abertos, a calota craniana pode estar espessada junto à malformação.
  • 82.
  • 83.
  • 84. Esquizencefalia • Anomalias Associadas: o Hipoplasia do nervo óptico; o Ausência do septo pelúcido; o Sd De Morsier = Hipoplasia do nervo óptico + Ausência do septo pelúcido.
  • 85. Parte VI - Anomalias do Corpo Caloso
  • 86. Disgenesia do Corpo Caloso • Def.: inclui desde uma falha total na comissuração do telencéfalo até deficiências menores na formação do esplênio do corpo caloso. • Nesta terminologia, incluem-se: o Agenesia: sem formação da massa comissural o Hipogenesia: interrupção do processo durante qualquer etapa na formação do corpo caloso (entre 12-20 semanas) o Hipoplasia: uma estrutura dos seus componentes básicos não atinge o seu tamanho normal
  • 87. Disgenesia do Corpo Caloso • O desenvolvimento do corpo caloso ocorre do sentido anterior para posterior, formando-se inicialmente o joelho, depois o tronco, o esplênio. • Dessa forma, pelo desenvolvimento AP, quando há disgenesia, a porção dorsal é a mais afetada. • Causas: o Agentes infecciosos ou químicos o Hormônios maternos o Deficiências nutricionais o Hipóxia e fatores genéticos e cromossômicos
  • 88. Disgenesia do Corpo Caloso • Entre as Sd´s que apresentam malformações associadas a agenesia do corpo caloso estão: o Aircardi o Complexo de Dandy-Walker o Holoprosencefalia o Malformação de Chiari o Lissencefalia o Hidrocefalia o Cisto inter-hemisférico o Cisto aracnóide
  • 89. Disgenesia do Corpo Caloso • Aparência à RM: o Agenesia Completa: • Ausência do giro do cíngulo identificável e com sulcos e giros que se distribuem de forma radiada a partir de um III ventrículo em posição elevada. • Os ventrículos laterais aparecem muito separados e não convergentes, aparecendo paralelos e afilados um ao outro. • As bordas mediais dos ventrículos paralelos parecem côncavas e são identadas por tratos de fibras com orientação longitudinal (feixe de Probst), que representam faixas de substância branca. • Colpocefalia é comum (cornos occipitais dilatados).