2. Apresentação: Parte I
• Escrita
• Metáfora gramatical
• Metáfora gramatical na escrita de aprendizes
3. Apresentação: Parte II
• Projeto: Escrita no Ensino Médio
• Contexto de pesquisa
• Objetivos da pesquisa
• Análise de dados
• Outros estudos
• Implicações pedagógicas
4. Contextualização
• Na escola os alunos defrontam-se com uma língua que, para eles, não é a
sua, ou seja, vêm a língua portuguesa, especialmente em sua modalidade
escrita, como uma outra língua, a qual não dominam.
• Esse confronto pode dificultar o aprendizado da língua materna e de
outras disciplinas e, conseqüentemente, comprometer o sucesso da
construção de conhecimento no contexto escolar.
• Fronteira entre o ensino fundamental e o ensino médio caracterizada pelo
desenvolvimento e domínio da metáfora gramatical: ‘rito de passagem’
(Christie, 2006).
• Vários gêneros do contexto escolar caracterizam-se por serem textos mais
metafóricos ( Martin, 1993).
5. Escrita:
• Um dos problemas para a produção de textos por alunos do
Ensino Médio pode ser a falta de domínio da metáfora
gramatical.
(Martin, 1993; Christie, 2006; Oliveira, 2006)
• A dificuldade de produzir / entender textos em diferentes
disciplinas pode estar associada à falta de domínio da metáfora
gramatical, ou seja, construções que resultem de transformações
de idéias mais concretas em mais abstratas, i.e, nominalizações
em lugar de processos verbais.
(Halliday, 1994; Heyvaert, 2003).
7. Metáfora Gramatical
“Essa transferência gradativa de renda da maioria
da população para uma minoria rica deu-se em
especial com as altas taxas de inflação sempre
superiores aos aumentos salariais.”
(Livro didático de Geografia)
8. “Desempacotando” a metáfora
gramatical:
“Essa transferência gradativa de renda da maioria da população
para uma minoria rica deu-se em especial com as altas taxas
de inflação sempre superiores aos aumentos salariais.”
(Livro didático de Geografia)
• A renda da maioria da população transferiu-se para a minoria
rica o que aconteceu aos poucos por causa das altas taxas de
inflação que sempre aumentaram mais do que os salários.
9. Metáfora Gramatical
“The process of metaphor is one of reconstruing the patterns
of realization in a language – particularly at the interface
between the grammar and the semantics. A meaning that
was originally construed by one kind of wording comes
instead to be construed by another.”
“O processo da metáfora envolve a reconstrução dos
padrões de realização na linguagem – especialmente na
interface entre a gramática e a semântica. Um significado
que originalmente foi construído por um tipo de fraseado
passa a ser construído por outro.”
(Halliday, 2009:117)
10. Transformações metafóricas
Semântica do
Discurso
Qualidade
Relação
Adjetivo Lógica
Participante
Léxico-
Substantivo Gramática
Processo
Verbo Conjunção
Fonologia
Grafologia
Adaptado de Martin, 1993
11. Escrita científica
“ All human adults and all human languages possess this
ability to shift from the clausal to the nominal construal
of experience, but this inherent potential in the
grammar....is most characteristic of scientific discourse
and the need to construct technical taxonomies and
sequential argument”
“ Todos os seres humanos adultos e todas as línguas
possuem esta habilidade de mudar da construção da
experiência de maneira mais oracional para a nominal,
mas este potencial inerente à gramática .... é mais
característico do discurso científico e a necessidade de
construir taxonomias técnicas e argumentos
sequenciais”
(Halliday, 2009: 116)
12. Formas conguentes e metafóricas
Construção Oracional:
A renda da maioria da população transferiu-se para a minoria
rica o que aconteceu aos poucos por causa das altas taxas de
inflação que sempre aumentaram mais do que os salários.
Construção Nominal:
Essa transferência gradativa de renda da maioria da
população para uma minoria rica deu-se em especial com as
altas taxas de inflação sempre superiores aos aumentos
salariais.”
(Livro didático de Geografia)
13. Escrita científica
“It is no exaggeration to say that the grammatical
metaphor is at the foundation of all scientific thought.
You cannot construct a theory ........without exploiting
the power of the grammar to create new, ‘virtual’
phenomena by using metaphoric strategies of this
kind”
“ Não é exagero dizer que a metáfora gramatical está na
base de todo pensamento científico. Não podemos
construir uma teoria.....sem explorar o poder da
gramática de criar fenômenos novos e ‘virtuais’
através do uso de estratégias desse tipo.”
(Halliday, 2009: 118)
14. Escrita científica:
Transformação metafórica
“.... transferência gradativa de renda da maioria
da população para uma minoria rica...”
• Teorização
• Novo fenômeno criado
Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro
15. Metáfora Gramatical
• Realização gramatical de significados:
– forma mais congruente (mais esperada)
– forma mais metafórica ( menos óbvia);
• Relacionada à maneira como diferentes significados
podem ser expressos:
– variação na expressão de um determinado significado;
• Relacionada a transformações tanto lexicais como
gramaticais;
• Centrada na transformação de idéias mais concretas
em mais abstratas.
16. Metáfora Gramatical e a fase escolar:
“.... Grammatical abstracness is the key for entering into
literacy, and to primary educational knowledge, so
grammatical metaphor is the key for entering into the
next level, that of secondary education, and of knowledge
that is discipline-based and technical.”
“....A abstração gramatical é a chave para a entrada no
letramento, e para o conhecimento educacional
fundamental; assim a metáfora gramatical é a chave
para a entrada no próximo nível, que é o da educação
secundária, e do conhecimento que se baseia em
disciplinas distintas e é técnico”.
• (Halliday, 2009)
17. Esquema de progressão do
desenvolvimento semiótico
Classificação Específico para o geral De 1-2 anos
(início da língua
materna)
(Halliday, 2009: 121)
19. Esquema de progressão do
desenvolvimento semiótico
Tecnização Concreto para o abstrato* De 4-5 anos
(início da escola
primária)
(Halliday, 2009: 121)
* Significados sem um correlato perceptual
20.
21. Esquema de progressão do
desenvolvimento semiótico
Teorização Congruente para metafórico De 9-13 anos
(início da escola
secundária)
(Halliday, 2009: 121)
22.
23. Esquema resumido de progressão
do desenvolvimento semiótico
Classificação Específico para o geral De 1-2 anos
(início da língua
materna)
Tecnização Concreto para o abstrato De 4-5 anos
(início da escola
primária)
Teorização Congruente para metafórico De 9-13 anos
(início da escola
secundária)
24. Metáfora Gramatical Ideaciona e
Nominalizações:
• Metáfora Gramatical Ideacional é
caracterizada pelo uso de
nominalizações em lugar de
processos verbais.
25. Metáfora Gramatical e
Nominalizações:
“It would be wrong, however, to equate grammatical
metaphor with nominalization. Nominalization is
predominant, in the sense that most metaphoric shift
is shift into nominal group. But not all of it”.
“ Seria errado, entretanto, equalizar metáfora
gramatical e nominalização. A nominalização é
predominante, na medida em que a maioria das
mudanças metafóricas são transformações para grupos
nominais. Mas não todas”.
(Halliday, 2009: 127)
26. Nominalizações
• Processo expresso como ‘uma coisa’, podendo
ter um modificador.
“.... transferência gradativa de renda da maioria da
população para uma minoria rica...”
• Se o processo é nominalizado, há também um
efeito em outros elementos da oração.
• A nominalização faz com que o grupo nominal
passe a ser mais complexo.
27. Apresentação: Parte II
• Apresentação do projeto
• Contexto de pesquisa
• Objetivos da pesquisa
• Análise dos dados
• Implicações pedagógicas
28. O Projeto
Grupo de Pesquisa CNPq
Linguística sistêmico-funcional, linguística de corpus e
análise do discurso
(PUC-Rio, 2006).
Edital Humanidades :
Escrita e inclusão social: análise de corpus e a
metáfora gramatical no ensino médio
(FAPERJ : Processo 112.269/2008)
29. Motivação
• Relatos de membros do grupo que atuam como
docentes no Ensino Fundamental e Ensino Médio;
• Estudos sobre escrita, na perspectiva sistêmico-
funcional, com ênfase na metáfora gramatical.
30. Objetivos do projeto:
• Analisar traços linguísticos que caracterizam a metáfora gramatical
ideacional e calcular as frequências de uso de processos verbais e
nominalizações.
(Simon-Vandenbergen et al, 2003; Biber, 1988)
• Delinear um panorama do uso da metáfora gramatical por alunos do
Ensino Médio da rede pública e particular do Rio de Janeiro e
caracterizar a escrita desses alunos (aprox. 650 redações em seis
escolas).
• Tornar evidentes e compartilhar as implicações pedagógicas da
metáfora gramatical na compreensão e produção textual no Ensino
Médio.
31. Objetivos do projeto:
• Sugerir metodologias baseadas em corpus que facilitem o ensino-
aprendizagem da leitura e da produção textual em língua materna.
• Ampliar o corpus de português do Brasil através da compilação
desses textos : CORPOBRAS PUC-Rio
(Corpus Representativo do Português do Brasil)
• Analisar um corpus de aprendizes com o auxílio de ferramentas
computacionais.
32. Contextos escolares:
Federal, Estadual e Privado
Zona Norte: Federal e
Estadual
Zona Sul: Privado
Zona Oeste: Estadual
Centro: Privado
Baixada Fluminense:
Privado
33. Instrumentos
• Instrumentos para coleta de dados em escolas
públicas e particulares do Rio de Janeiro:
• Questionário socio-educacional
• Proposta de Redação
34. Questionário
Objetivo:
Perfil socio-educacional dos alunos
Informações sobre hábitos de leitura e escrita
Elaboração:
Conteúdo
Instruções
Tamanho
Acessibilidade
Limitações:
Interpretação
Credibilidade
39. Hábitos de escrita (alunos)
63%: facilidade para escrever.
37%: dificuldade para escrever.
40. Proposta da redação
Objetivo:
– Produção de texto argumentativo
– Texto que pudesse ser proposto nas escolas
Escolha do tema:
– Adequado a todos os participantes (escola pública e particular)
– Adequado à idade dos alunos
– Relacionado à vida dos alunos
Formatação:
– Ilustração: gravura
– Texto : manchetes de jornal
41. Proposta de Redação
Escreva um texto argumentativo, com cerca de 25 linhas, em que você apresente
o seu ponto de vista sobre a qualidade de vida na cidade do Rio de Janeiro. A
figura e as manchetes abaixo sugerem alguns aspectos que podem ser
abordados.
Rio: a cidade mais feliz do mundo,
segundo pesquisa internacional.
Rio vai enfrentar enorme desafio
para receber olimpíadas 2016.
Vandalismo destrói história do rio e
custa caro aos cofres da cidade.
Operação choque de ordem atua
no centro do Rio.
Interchange. CUP, 2005
42. Estado do Rio de Janeiro:
Escolas Públicas e Particulares de Ensino Médio
651 textos
Baixada Fluminense
79 textos
Zona Norte
108 textos
Zona Sul
173 textos
Região metropolitana
Zona Oeste
Centro 202 textos
89 textos
44. Redação de aluno do 2º ano do E.M.
Escola Estadual da Rede Pública
45. Texto : 1º ANO
“Se todos nós nos concientizarmos podemos fazer um Rio
melhor por que ninguém gosta de ajudar a contruir mas quer
ver construido, digo isso por mim que não gostava de ver as
ruas cheias de lixo mas jogava o lixo no chão, estava errada,
cada um de nós podemos fazer a diferença, e podemos fazer
do Rio uma cidade exemplar.”
46. Procedimentos para
análise das redações:
– Digitação, mantendo formatação e desvios da norma;
– Busca por concordâncias:
• Seleção de sufixos formadores de nominalizações;
• Identificação e frequência das nominalizações;
• Cálculo de médias de uso em cada série.
MonoConc Pro (Barlow, 1999)
– Processamento automático pela ferramenta Unitex (Paumier, 2000)
léxico, frequência e termos desconhecidos (no caso, erros);
– Processamento automático pelo analisador sintático PALAVRAS (Bick,
2000).
47. Procedimentos para análise das
redações:
• Frequências normatizadas;
• Médias de uso de nominalizações;
• ‘Desempacotamento’ das metáforas
gramaticais não foi desenvolvido.
48. Exemplos de nominalizações:
Sufixos
•-cão/ssão Elaboração, transmissão,etc
(ções/ssões)
•-mento(s) conhecimento, desenvolvimento, etc.
•-cia(s) referência, resistência, etc.
•-dor(es) trabalhador, treinador, etc.
49. Resultados gerais
• Compreensão inadequada do comando: pouca
argumentação.
• Alguns textos no gênero pergunta/resposta,
dialogando com as manchetes.
• Pouco aproveitamento da figura, embora os alunos
tenham feito textos de opinião e tenham se
posicionado sobre as manchetes.
50. Resultados gerais
Escrita oralizada:
– problemas de pontuação
– ortografia fonética
– envolvimento (uso de adjetivos avaliativos)
– períodos longos (justapostos com muita coordenação)
51. Nominalizações:
Uso nas redações
– Sufixo mais frequente: ção (ções):
Tendência semelhante em outros gêneros:
– Ex: artigos acadêmicos, teses, dissertações;
– (Oliveira, 2010)
– Aumento de frequência do 1º para o 3º ano:
– Sufixos específicos: ção/ções; mento/mentos
(Castro, 2009)
52. Nominalizações: Problemas
– Identificação: através de formas corretas e
incorretas?
Ex: “condissões”; “atiramento”
– Graus variados de congruência e
metaforização:
Ex: “fazer saneamento básico”/ sanear
“dar instrução”/ instruir
53. Nominalizações:Problemas
– Necessidade de investigar os contextos de uso:
• Ex: “trabalhador”
• ... dinheiro suado de um povo humilde e [[trabalhador]].
fazer e criar coisas boas e no ... .
• ..... que não são bandidos são pessoas [[trabalhadores]] que
passam o dia inteiro trabalhando ...
• ... solto nas ruas martando gente dereita e [[trabalhadores]]
que lutar para ganha seu ganha pão ...
54. Discussão
Necessidade de refletir sobre a relevância do uso da
metáfora gramatical !!!!
Deficiências na escrita podem prejudicar os estudos no
contexto escolar e a integração na corrente social????
O uso da metáfora gramatical nos textos de alunos de ensino
médio é limitado????
55. Comparação com outros gêneros
Textos de alunos do 3º ano do Ensino Médio (N=92)
Textos de alunos de universidades públicas e particulares (N=75)
(CORPOBRAS PUC-Rio)
Procedimentos de análise semelhantes
56. Texto de aluno de Ensino Médio
Como será o Rio nas Olimpíadas 2.016
Todos nós sabemos que para receber as Olimpíadas 2.016 o Rio de Janeiro vai passar por
um processo longo e intenso de obras.
Essas obras tem a finalidade de limpar nossos rios, lagoas e praias para as provas que
neles serão realizadas; construir hotéis para receber e acomodar os turistas; melhorar o
transporte para que as pessoas possam chegar nos locais em um tempo adequado;
reformar estádios para receber os jogos e os torcedores com mais conforto; aumentar a
segurança em nossa cidade para que todos possam caminhar sem o medo de ser assaltado
ou de ser surpreendido por uma troca de tiros, e outras reformas mais.
Porém será que a limpeza dos rios, lagoas e praias, o aumento da segurança e outras coisas
mais não deveriam ser medidas tomadas a muito tempo, mesmo sem as Olimpíadas.
Como será que vai ficar o Rio de Janeiro depois que passar as Olimpíadas. As melhorias
serão conservadas pela população e pelo poder público, ou vai ser abandonada.
A idéia de trazer as Olimpíadas 2.016 para o Rio de Janeiro é muito animadora. Mas
temos que pensar nos pontos bons e tambem nos ruins.
(191 palavras)
57. Texto de aluno vestibulando
AS RELAÇÕES HUMANAS E A GLOBALIZAÇÃO
A consolidação do sistema capitalista e a adoção da ideologia neoliberal proporcionaram além de profundas
alterações sob a ótica econômica, modificações nas relações humanas. Diante disso, discute-se, atualmente, o
desenvolvimento do sentimento de inveja do homem moderno, visto a valorização da competitividade e do
individualismo.
É importante salientar que a abertura de mercados num mundo globalizado é determinante para o acirramento do
mercado de trabalho. Esse fato evidencia tanto a concorrência entre as empresas globais quanto a disputa entre
indivíduos por emprego e participação no sistema econômico do país.
Outro fator relevante que incita o surgimento da inveja na sociedade atual consiste na propagação do consumismo
como base de sustentação da ideologia capitalista. É fundamental e preocupante considerar, ainda, a grave
desigualdade na distribuição de renda existente no país como entrave às efetivas transformações sociais.
Nota-se, dessa forma, a necessidade de combater as disparidades sociais e a subordinação do bem coletivo em
relação aos interesses econômicos, a fim de garantir a inclusão social e o resgate da cidadania. Para tanto, o respeito
aos valores morais e éticos, bem como o desenvolvimento de programas voluntários de solidariedade se fazem
essenciais.
Fica claro, portanto, que a globalização econômica e a padronização de costumes na sociedade atual confundem a
busca por qualidade devida com o conceito de inveja, o que contribui para formar uma geração alienada politicamente
e à problemática social brasileira.
(229 words)
58. Escolas de Ensino Médio:
Médias de Nominalizações
-cia -cias -ção -ções -dor -dores -ssão -ssões -mento -mentos
0,12 0,06 1,41 0,29 0,00 0,12 0,06 0,00 0,35 0,18
Escola 1
0,71 0,07 1,96 0,50 0,04 0,32 0,07 0,00 0,68 0,18
Escola 2
0,23 0,09 1,77 0,34 0,06 0,34 0,04 0,00 0,81 0,09
Escola 3
Escola 1 (Estadual) : 17 textos/ 2.776 palavras
Frequência dos grupos normatizada para 500 palavras
Escola 2 (Federal) : 28 textos / 6.045 palavras
Escola 3 (Estadual) : 47 textos / 9.716 palavras
60. Metáfora gramatical no discurso
acadêmico
Estudos da metáfora gramatical em gêneros do discurso acadêmico em
português, através do uso de nominalizações:
Artigos acadêmicos de nutrição e linguística
(Valério, Brito e Oliveira, 2007; Oliveira, 2006);
Teses e dissertações de literatura e lingüística
(Oliveira 2010)
61. Artigos acadêmicos de nutrição e
linguística
• Textos: 12 amostras (aprox. 1.000 palavras
cada) , de 4 sessões: introdução, método,
resultados, discussão (12.000 palavras;
• Frequências normatizadas para 1000 palavras;
• Médias calculadas para cada área;
• Comparação de médias para identificar a
variação nas áreas.
63. Teses e dissertações de literatura e
lingüística
Sufixo
Área ção ções ssão ssões mento mentos cia cias dor dores
Linguística 25,19 7,13 1,23 0,20 7,11 2,44 4,13 0,58 1,14 0,69
Literatura 14,51 4,48 1,22 0,08 5,10 1,65 3,82 0,67 1,78 0,75
Frequências normatizadas para 1000 palavras
64. Tese de lingüística: Introducão
• A (in)disciplina na escola tem sido tema de inúmeras discussões entre aqueles
que atuam na área educacional, e é considerada por muitos educadores como a
grande praga do final do século XX (Pedro-Silva, 2004). A questão que se
apresenta para nós, educadores, é que as escolas vivem, em nossos dias,
impasses, gerados por uma grave crise de paradigmas, nunca antes vividos
(Arroyo, 2004). Até a década de 70, o professor tinha clareza quanto ao papel que
ele deveria desempenhar, o de transmitir as informações cujo teor versava sobre
os conhecimentos produzidos ao longo da história da humanidade (Pedro-Silva,
2004). Além disso, havia a valorização social da escola como instrumento de
ascensão social, apoio incondicional da família, e a clientela que a freqüentava
tinha maior afinidade com o tipo de saber que era ali veiculado (Vasconcellos,
2003; Donatelli, 2007).
• Entretanto, nos dias atuais, passamos de situações em que professores e alunos
sabiam, de forma bastante firme e contundente, o que deveria ser feito sem que
isso fosse dito explicitamente, para situações ambíguas, incertas, de
desconfiança e descontentamento, nas quais o professor e também os alunos
devem construir novos papéis e novas interações (Vasconcellos, 2003; Blin e
Deulofen, 2005; Menezes, 2008). Hoje em dia, há uma grande dúvida sobre o que
enfatizar na escola: razão, cognição, ciência, sentimento, paixão ou prazer?
Dever, obrigatoriedade, hábito, gosto, escolha ou fruição? O currículo deve
centrar seu eixo no conteúdo ou na forma? No conteúdo ou no método? No
produto ou no processo? (Kramer, 2001
65. Dissertação de Literatura:
Introdução
• No livro A cultura do plural, publicado em 1993[1], o historiador e antropólogo
Michel de Certeau inicia a segunda parte da obra, intitulada “Novos
marginalismos”, com o seguinte depoimento: .......
• Passados mais de dez anos da publicação do texto de Certeau, creio que os
embates das duas tendências contrárias referidas pelo autor ainda persistem nas
instituições acadêmicas espalhadas pelo mundo. Talvez não com a mesma
intensidade de uma década atrás, mas os ecos deste conflito ainda podem ser
ouvidos em vários lugares com mais ou menos vigor. Não me deterei aqui neste
embate em si. Preocupa-me muito mais uma postura ativa (no sentido
nietzscheano da palavra) diante dele. Para mim, é muito mais interessante
destacar o motivo pelo qual ele vem sendo amenizado. E a razão do conflito ter se
tornado mais brando já está explicitado no depoimento acima: a massificação do
recrutamento de novos acadêmicos. Ou melhor, a crescente massificação deste
recrutamento. Se no começo dos anos 1990 tal fato já seria suficiente para
problematizar o modelo do ensino universitário, nos dias que correm ele sacode as
estruturas do ensino superior com uma força ainda maior. Creio que um bom
número de universidades vem se esforçando para responder às novas demandas
de seus novos recrutados. E isso mesmo em países onde o acesso às universidades
não se dá de forma efetivamente democrática, como no caso do Brasil.
66. Implicações:
Metáfora Gramatical e Inclusão Social
• Alunos de ensino médio, de algumas escolas, parecem produzir
textos que estão em desacordo com a progressão semiótica
esperada para esta fase escolar:
– Na escola devem compreender e produzir diferentes gêneros
discursivos em diferentes áreas que requerem o nível de
teorização (escola secundária), caracterizado pelo uso da
linguagem mais metafórica.
– Na escola os alunos produzem textos que apresentam
características que os colocam no nível de tecnização (escola
primária).
– O desencontro entre a compreensão e a produçãotextual na
escola pode contribuir para a evasão escolar????
67. Implicações:
Metáfora Gramatical e o ensino
• Necessidade de estimular a reflexão sobre a
importância da metáfora gramatical:
– Na escrita escolar e acadêmica;
– Nos gêneros que compõem a nossa cultura ;
– Na formação e prática de professores de língua
portuguesa e de outras disciplinas;
• Incentivar o uso da metáfora gramatical nos textos
escolares e acadêmicos como contribuição para o
aprendizado e para o desenvolvimento social dos
aprendizes.
68. Trabalhos futuros
• Continuação da análise do corpus de aprendizes;
• Comparação entre grupos de escolas e séries em
relação ao uso da metáfora gramatical;
• Análise de outras realizações da metáfora gramatical;
• Relatórios a serem distribuidos nas escolas;
• Envento com alunos e professores;
• Lançamento de site (interativo);
• Elaboração de material didático: escrita e metáfora
gramatical.
69. Equipe do Projeto
• Coodenadora:
• Lúcia Pacheco de Oliveira (PUC-Rio)
• Pesquisadora Associada e Vice-Coordenadora:
• Violeta de San Tiago Dantas Quental (PUC-Rio)
• Pesquisadoras Associadas:
• Magda Bahia Schlee (UERJ, Colégio São Bento)
• Maria Cristina Guimarães Góes Monteiro (PUC-Rio; Colégio Cruzeiro)
• Maria de Fátima Duarte Henrique dos Santos (PUC-Rio; FGV)
• Adriana Nogueira Nóbrega (PUC-Rio )
• Colaboradores:
• Ana Elisa Pione Besserman Vianna (Graduanda PUC-Rio; Bolsista PIBIC/CNPq)
• Doris de Almeida Soares (Doutoranda: PUC-Rio; Escola Naval; Universidade Castelo Branco)
• Gabriela de Oliveira Marques (Doutoranda: Justus-Liebig Universität Giessen CAPES & DAAD)
• Juliana da Fonseca Hermes Velloso (Doutoranda: PUC-Rio, Colégio Pedro II)
• Lívia Maria Aires de Castro (Doutoranda: PUC-Rio; Colégios Estaduais Paulo de Fontin e Madre Teresa
de Calcutá)
• Marcia Assis (Mestranda: PUC-Rio; Colégio Pedro II)
• Márcia Olivé Novellino (Doutoranda: PUC-Rio)
• Maria de Oliveira Mendes Ramos (Mestre, PUC-Rio; Centro de Atenção Integral à Criança Euclides da
Cunha)
• Rubiane Guilherme Valério (Mestranda : PUC-Rio;)
• Vander Paula Viana (Doutorando: Queen’s University Belfast)
• Vera Lúcia Carvalho Grade Selvatici (Doutora PUC-Rio)
70. Referências
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BIBER, D. Variation Across Speech and Writing. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.
BICK, E. The Parsing System "Palavras": Automatic Grammatical Analysis of Portuguese in a Constraint Grammar Framework. Dr.phil. thesis. Aarhus University Press. 2000.
CASTRO, L. A. (Escrita e letramento no Ensino Médio: Uma abordagem sistêmico-funcional e de Lingüística Aplicada. Dissertação de estrado, Departamento de Letras. Rio de
Janeiro: PUC-Rio. 2009.
CHRISTIE, F. Developmental progress in learning English in secondary schooling. Trabalho apresentado no 33rd International Systemic Functional Congress: SFL and
interdisciplinary dialogue: Politics, education and business. PUC/SP: São Paulo, 2006.
HALLIDAY, M.A.K. An Introduction to Functional Grammar. 2nd edn. London. Edward Arnold, 1994.
HEYVAERT, L. Nominalization as Grammatical Metaphor: on the need for a radically systemic and metafunctional approach. In: Simon-Vandenbergen, A-M;Taverniers, M. &
Ravelli, L. Grammatical Metaphor: views from systemic functional linguistics. Amsterdam: John Benjamins, 2003.
MARTIN, J. R. Genre and Literacy – modeling context in educational linguistics. Annual Review of Applied Linguistics, 13, 141-172. 1993.
MAZIERO, E.G.; Pardo, T.A.S.; Aluísio, S. M. Ferramenta de Análise Automática de Inteligibilidade de Córpus (AIC). Série de Relatórios NILC. NILC-TR-08-08, Julho ,2008.
OLIVEIRA, L. P. Grammatical metaphors in academic texts: Cross-linguistic and cross-disciplinary contrasts. 33rd International Systemic Functional Congress: SFL and
interdisciplinary dialogue: Politics, education and business. PUC/SP, São Paulo, 2006.
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Publicação on-line (aceito).
PAUMIER, S. Nouvelles méthodes pour la recherche d'expressions dans de grands corpus. In Revue Informatique et Statistiques dans les sciences humaines 36 n ° 1-4, 2000,
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VALÉRIO, R. G., BRITO, M. G. & OLIVEIRA, L.P CORPOBRAS PUC-Rio: Um corpus do Português do Brasil e análise do discurso acadêmico. Caderno de Resumos do VII Encontro
da Ciência Empírica de Letras. Rio de Janeiro: UFRJ, p.85. 2007.