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Eráclito de Souza Argolo
Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a Sistemática da alocação
de leitos em um hospital regional do Pará
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Aberta do Brasil – Universidade
Federal de São Paulo para obtenção do
Certificado de Conclusão do Curso de
Especialização em Informática em Saúde.
Marabá
2010
Eráclito de Souza Argolo
Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a Sistemática da alocação
de leitos em um hospital regional do Pará
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Aberta do Brasil – Universidade
Federal de São Paulo para obtenção do
Certificado de Conclusão do Curso de
Especialização em Informática em Saúde.
Coordenador: Profa. Dra. Mônica Parente Ramos
Orientador : Profa. Dra. Mônica Parente Ramos
Marabá
2010
Ficha Catalográfica
Argolo, Eráclito de Souza
2010 Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a
Sistemática da alocação de leitos em um hospital regional
do Pará/ Eráclito de Souza Argolo. Marabá, 2010
46f
Monografia: (especialização) Universidade Federal de São Paulo.
Programa de Pós-Graduação em Informática em Saúde.
1. Hospitais - Regulação 2.Hospitais – Leitos 3. Tecnologia da
Informação
I. Título.
Abstract
After the promulgation of the 1988 Brazilian Constitution, a new format for the
provision of health services has existed in Brazil. There was, thereafter, a rapid
process of decentralization of health management, but the distribution of technical
and financial resources did not follow this quickly. The government began to exert a
regulatory role and the states and municipalities became responsible for the
processes that result in citizen access to health services regionally available. Among
the existing regulatory processes, which deals with the allocation of hospital beds is
the object of this work. A primary data collection in a Regional Hospital (HR) which
serves the south and southeast of Pará State has performed and a qualitative
approach has adopted to the implementation of semi-structured questionnaires
regulation of the allocation of beds hospital to team´s responsible for in the period
05/09 to 15/10 2010. The study undertaken aimed at understanding the informational
and technological factors related to computational procedures for the management of
beds available at the HR.
By tabulating the data and information obtained via questionnaires and personal
interviews, a discussion of the indicators obtained was undertaken in pursuit of
understanding the processes, the degree of Information Technologies and
Communication adoption in the internal processes of regulation, the infra- structure of
information technology and staff perception of the opportunities for improvements at
existing HR
Keywords: Hospital Regulation, Hospital Beds, Information Technology
Resumo
Após a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, um novo formato de
prestação de serviços em saúde passou a existir no Brasil. Ocorreu, a partir de então,
um processo acelerado de descentralização da gestão da saúde, porém a
distribuição de recursos técnicos e financeiros não acompanhou essa celeridade. Os
poderes públicos passaram a exercer papel regulador e os estados e municípios
passaram a ser responsáveis pelos processos que resultam no acesso do cidadão
aos serviços de saúde regionalmente disponibilizados. Dentre os processos de
regulação existentes, o que trata da alocação de leitos hospitalares é o objeto de
interesse deste trabalho.
Foi realizada uma coleta de dados primários em um Hospital Regional (HR) que
atende à região Sul e Sudeste do Estado do Pará e foi adotada uma abordagem
qualitativa com a aplicação de questionários semi-estruturados à equipe responsável
pelos processos de regulação da alocação de leitos hospitalares no período de
05/09 a 15/10 de 2010. O estudo empreendido buscou compreender os fatores
informacionais e tecnológicos computacionais relacionados aos processos de gestão
dos leitos disponíveis naquele HR.
Através da tabulação dos dados e informações obtidos via questionários e
entrevistas pessoais, uma discussão a respeito dos indicadores obtidos foi
empreendida na busca pela compreensão dos processos, o grau de aplicação de
Tecnologias da Informação e Comunicação nos processos internos de regulação,
aspectos de infra-estrutura de tecnologia da informação e a percepção da equipe
quanto às oportunidades de melhorias existentes naquele HR.
Palavras chave: Regulação Hospitalar, Leitos Hospitalares, Tecnologia da
Informação
Índice
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 19
1.2 METODOLOGIA ............................................................................................................................................ 20
1.3 POPULAÇÃO................................................................................................................................................. 21
1.4 DADOS: TIPOS E TÉCNICA DE COLETA .......................................................................................................... 21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................................................... 21
2.1 COMPLEXOS DE REGULAÇÃO ....................................................................................................................... 23
2.2 AS ESTATÍSTICAS HOSPITALARES................................................................................................................. 25
3 ANÁLISE DE RESULTADOS........................................................................................................................ 27
3.1 INSTRUMENTOS DE COLETA......................................................................................................................... 28
3.2 DISCUSSÃO .................................................................................................................................................. 29
3.3 REGULAÇÃO DE LEITOS............................................................................................................................... 36
3.3.1 Procedimentos para Regulação dos Leitos......................................................................................... 37
3.3.2 Controle Ambulatorial........................................................................................................................ 38
3.3.3 Controle de leitos................................................................................................................................ 38
4 CONCLUSÕES ................................................................................................................................................ 42
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................ 44
APÊNDICE A ...................................................................................................................................................... 46
APÊNDICE B ...................................................................................................................................................... 48
APÊNDICE C ...................................................................................................................................................... 51
APÊNDICE D ...................................................................................................................................................... 54
Índice de Tabelas
TABELA 1 - COMPLEXOS REGULADORES ASSISTENCIAIS .......................................................... 24
TABELA 2 - FREQUENCIA: PRIMEIRA PERGUNTA - RECEPCIONISTAS..................................... 30
TABELA 3 - FREQUENCIA: PRIMEIRA PERGUNTA – MÉDICOS..................................................... 31
Índice de Gráficos
GRÁFICO 1 - HABILIDADES EM INFORMÁTICA BÁSICA - RECEPCIONISTAS .............................. 30
GRÁFICO 2 - HABILIDADES EM INFORMÁTICA BÁSICA – MÉDICOS REGULADORES .............. 32
GRÁFICO 3 - DETALHES SISTEMAS SUS – RECEPCIONISTAS ....................................................... 33
GRÁFICO 4 - SERVIÇOS DE CONEXÃO INTERNET – COLABORADORES DO HR....................... 34
GRÁFICO 5 - CONHECIMENTOS EM SISTEMAS SUS - RECEPCIONISTAS................................... 34
GRÁFICO 6 - CONHECIMENTOS EM SISTEMAS SUS – MÉDICOS .................................................. 35
GRÁFICO 7 - DETALHES SISTEMAS SUS – MÉDICOS........................................................................ 36
GRÁFICO 8 - CONSUMO DE TEMPO – REALIZAÇÃO DO CENSO DE LEITOS.............................. 39
GRÁFICO 9 - RESPONSABILIDADE PELA SOLICITAÇÃO DE CENSO ............................................. 40
1 Introdução
Este trabalho atenta para o setor de saúde do Brasil, onde há um mecanismo de regulação
médica de urgência e de leitos, e que tem na figura do médico regulador um papel crítico na
defesa dos direitos do paciente. Tal papel está associado a um processo de oferta da melhor
resposta às demandas do paciente, a partir do acolhimento universal imerso em uma lógica de
hierarquia de necessidades. Há, nesse teatro, uma procura básica pela documentação das ofertas
não disponíveis que permita aos gestores mapear as estratégias de adequação às realidades
locais. Assim, encontramos nos mecanismos de regulação um painel vocacionado à observação e
instrumentalização de planejamento ajustados às necessidades da população(1)
.
A partir dos anos de 1990 surgiram discussões sobre o papel regulador do Estado que, à época,
adotou uma política de substituição do seu caráter de provedor direto de serviços públicos pelo
modelo de regulador de serviços terceirizados. Como aspecto mais notório, tem sido observado
que o governo vem enfrentando dificuldades na imposição do interesse público nas relações com
os prestadores privados de serviços de saúde, levando à restrição da abrangência de
disponibilização da rede privada existente ao Sistema Único de Saúde (SUS)(2)
. Tal situação
implica na necessidade premente de elevação da eficiência da rede pública disponível, o que nos
remete aos esforços de compreensão e investimento em soluções, notadamente as tecnológicas,
que possam contribuir para com a melhoria dos serviços prestados.
Motivado por uma manifestação da Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Pará (SESPA),
junto ao Grupo de Estudos em Automação de Negócios (GEAN), da Universidade Federal do Pará,
e que está sob minha coordenação, foi promovida a realização de uma pesquisa visando
identificar oportunidades de melhorias ligadas ao controle de leitos e à central de regulação
instalada em um Hospital Regional (HR) que é, quanto à sua capacidade de lotação, enquadrado
como de médio porte pela classificação do Ministério da Saúde/Datasus(3)
, possuindo 105 leitos,
distante 683 km de Belém e que atende a diversos municípios das regiões sul e sudeste daquele
Estado.
A investigação empreendida neste trabalho buscou responder às seguintes questões:
1. Qual o grau eficácia e eficiência da regulação no atendimento secundário, na perspectiva
da alocação de leitos, percebido pelos colaboradores daquele HR?
2. Qual o grau de contribuição das Tecnologias de informação e comunicação para com o
processo de regulação de leitos naquele HR?
3. O que é possível sugerir para contribuir para com a eficiência dos mecanismos de controle
da alocação de leitos?
Com tais questões em mente, constitui-se em objetivo geral a descrição dos fatores, percebidos
pelos profissionais responsáveis, que veem impactando os processos de regulação da alocação
de leitos implantados naquele Hospital Regional (HR), responsável pelo atendimento de diversos
municípios da região sul e sudeste do Pará.
No que tange aos processos de regulação da alocação de leitos, o rol de objetivos específicos
deste trabalho é o que se segue:
1. Descrever os processos atuais empregados naquele HR;
2. Identificar os fatores informacionais que afetam seus processos;
3. Descrever o grau de familiaridade dos colaboradores daquele HR com mecanismos
computacionais porventura disponíveis no ambiente de trabalho;
4. Descrever a qualidade percebida pelos colaboradores em relação à infraestrutura
tecnológica disponibilizada para o exercício de suas atividades;
5. Colher as percepções dos colaboradores em relação às oportunidades de melhorias em
termos do emprego de tecnologias da informação e comunicação.
1.2 Metodologia
Este estudo possui características de pesquisa exploratório-descritiva, dado que busca constatar
fenômenos ou fatos visando a compreensão dos processos ligados à alocação de leitos em um
Hospital Regional e descrever os fenômenos relacionados a esses processos. Com uma
abordagem qualitativa, tem preocupação com a compreensão da lógica que permeia a prática que
se dá na realidade, preocupando-se com um nível de realidade que não pode ser quantificado(4)
.
Esta pesquisa pode ser defina como pesquisa de dados primários, pois se dá através da coleta de
dados e informações a partir de situações empíricas.
1.3 População
O HR objeto de estudo possui uma equipe de 03 (três) médicos responsáveis pela regulação e 06
(seis) recepcionistas subordinados a 01 (hum) supervisor. Esta equipe forneceu os dados
utilizados neste trabalho.
1.4 Dados: tipos e técnica de coleta
A obtenção de dados explorados nesta pesquisa se deu basicamente de fontes primárias,
aplicando-se questionários contendo perguntas fechadas, abertas e duplas, caracterizados como
instrumentos semi-estruturados e não disfarçados. Os questionários foram aplicados
pessoalmente no período de 05/09 a 15/10 de 2010.
2 Fundamentação Teórica
Em meados dos anos 1990, verificou-se uma progressiva transferência aos estados e, em
especial, a municípios, de responsabilidades pelos serviços e ações de saúde. Porém, a ênfase
na descentralização político-administrativa dirigida à municipalização verificada não teve suporte
adequado, impactando negativamente na qualidade dos atendimentos. Isto se deveu, em sua
maior parte, ao fato de a grande maioria dos municípios ser de pequeno porte e possuir uma
pequena base econômica de sustentação. Além do aspecto econômico daqueles municípios,
fatores ligados à carência de base técnica local focada na formulação, planejamento,
implementação e gestão de políticas públicas municipais para a saúde também afetaram
negativamente o atendimento prestado à população(5)
.
A equidade na distribuição de recursos e serviços voltados à promoção da saúde têm sido o foco
da formulação e implementação de políticas públicas por diversos países do mundo. No Brasil, a
criação do Sistema Único de Saúde (SUS), trouxe consigo o compromisso de prestar assistência
universal e integral, de forma equanime e de boa qualidade (5)
, mas a escalada da demanda por
uma assistência cada vez mais complexa, aliada ao fato de não haver o proporcional crescimento
direto da oferta de serviços, tornam desafiadora a materialização do acesso à população a uma
assistência de forma adequada, oportuna e de acordo com suas necessidades. No que diz
respeito ao atendimento secundário, a distribuição e gestão de leitos hospitalares no Brasil vem
apresentando inadequação, com excesso de oferta em alguns locais e a falta em outros. Além
disso, há ainda inadequação devido à baixa complexidade dos leitos ou ainda por problemas de
qualidade dos cuidados ofertados (5)
.
Se o serviço público de saúde apresenta fragilidades, há de se imaginar que venha ocorrendo um
paulatino fortalecimento do setor de saúde suplementar. Porém, as relações que se estabelecem
entre as operadoras de planos de saúde e os prestadores de serviços afetam negativamente a
qualidade dos serviços prestados, interferindo no modelo assistencial de maneira a poder induzir à
não atenção mais integral ao paciente. Há nessas relações uma ênfase, via de regra, na forma de
contratualização, de remuneração e aos instrumentos de regulação não financeiros, dentre os
quais podem ser destacadas as restrições na utilização de alguns serviços intermediários e a
adoção de autorizações prévias, dentre outros mecanismos(6)
. Ademais, há uma curva crescente
de serviços contratados pelo SUS que buscam viabilidade existencial, do ponto de vista financeiro,
por intermédio de planos de saúde. Assim, tais serviços submetem pacientes por uma triagem que
visa identificar aqueles que podem ou não utilizar determinados serviços, segundo critérios
econômicos e com consequente retração progressiva da oferta de serviços para o SUS. Esses
fatores explicam em parte a baixa oferta de leitos para internação(7)
.
Como indicadores que reforçam a discussão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), divulgou pesquisa onde denotou uma regressão no número de leitos disponíveis para
internação no Brasil. A pesquisa considerou a oferta tanto em estabelecimentos públicos quanto
privados, verificando uma queda na taxa de leitos por 1.000 (mil) habitantes de 2,4 para 2,3 entre
2005 e 2009. Tal resultado contrasta com as recomendações do Ministério da Saúde (MS), que
estima entre 2,5 a 3 leitos disponíveis por mil habitantes. Houve, em números absolutos, um
decréscimo de 11.214 (onze mil e duzentos e quatorze) leitos no período 2005-2009, com atuais
64,6% das ofertas no âmbito dos estabelecimentos privados e 35,4% das ofertas no âmbito dos
estabelecimentos públicos. Particularmente, a região norte apresentou a pior situação verificada
pela pesquisa, ofertando 1,8 leitos por mil habitantes. Reforçando as dificuldades do SUS em
relação às instituições privadas de saúde, o estudo assinalou que houve queda de 12,2% na
disponibilidade de leitos, sendo que a região nordeste sofreu queda de 23%. Chama a atenção o
fato de que em termos de leitos disponíveis apenas para o SUS, a taxa de leitos por 1.000
habitantes caiu de 2,3 para 1,6 em âmbito Brasil e 1,5 em âmbito de região norte(8)
.
Observando os aspectos até aqui elencados e face aos últimos indicadores divulgados pelo IBGE,
a insuficiência de leitos evidenciada suscita uma preocupação com as questões de eficiência da
gestão dos leitos disponíveis nos hospitais vinculados ao SUS. A inadequação dos indicadores em
relação às recomendações do MS aponta para um demanda por maiores investimentos advindos
do poder público. Em especial e de maneira urgente, se deve observar os aspectos de eficiência
no trato da regulação, visando contribuir para com o uso mais consistente dos escassos recursos
disponíveis.
2.1 Complexos de regulação
O Plano Diretor de Regionalização (PDR) instituiu a regionalização em todos os Estados, sendo
esta incluída na Programação Pactuada e Integrada – PPI, onde são efetuados os pactos
intergestores (União, Estados e Municípios), para garantia de acesso da população aos serviços
de saúde. Assim, é desencadeado o planejamento das ações regionais agregadas aos fluxos
regulados municipais. O planejamento deve ser concernente com a capacidade instalada de
serviços de saúde, permitindo-se dimensionar a capacidade de oferta dos serviços a uma região,
bem como operar as referências intermunicipais e interestaduais, possibilitando apontar
desajustes entre o perfil da rede e os parâmetros assistenciais de necessidade(9)
. Com a
existência de um Plano Diretor (PD), os fluxos de pacientes e de investimentos passam a ser
melhor direcionados. Aliado a um Plano de Investimentos (PI), o PD torna possível a
racionalização da oferta e a distribuição dos recursos tecnológicos de forma mais equânime.
Assim, planos e programas elaborados por gestores se tornam mais consistentes, “uma vez que
estão calçados numa realidade de oferta de ações e serviços, respaldando, também de forma
importante, a construção da Programação Pactuada e Integrada ( PPI)” (10)
.
Como fonte de informação subsidiária à reformulação de ações, a regulação assume papel
significativo. “As estruturas que compõem o Complexo Regulador devem se articular com as
outras ações da Regulação da Atenção à Saúde como a Contratação, o Controle Assistencial e
a Avaliação, e com outras funções de gestão como a programação e a regionalização”(11)
.
Assim, a regulação se dá por meio dos Complexos Reguladores Assistenciais, que formam um
conjunto agregado de ações regulatórias do acesso à assistência e comportam três tipos de
Centrais de Regulação, conforme a tabela 1.
CENTRAL ABRANGÊNCIA
Central de Regulação de Urgência
Regula o atendimento pré-hospitalar de
urgência, realizado pelo Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU)
Central de Regulação de Internações
Responsável pela regulação dos leitos
hospitalares dos estabelecimentos de saúde
vinculados ao SUS
Central de Regulação de Consultas e Exames
Responsável pela regulação do acesso dos
pacientes às consultas especializadas, aos
Serviços de Apoio à Diagnose e Terapia
(SADT), e aos procedimentos ambulatoriais
especializados
TABELA 1 - Complexos Reguladores Assistenciais
Em 2006 a aprovação das Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde - Consolidação do SUS –
trouxe, em seu bojo, os princípios orientadores do processo de regulação do acesso,
estabelecendo que a regulação deve ser preferencialmente do município, de acordo com o
desenho da rede de assistência pactuado na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) – formada por
gestores Estaduais e Municipais(12)
.
Embora o modelo de constituição das CIB tenha sido pré-estabelecido dentro das Diretrizes
Operacionais supracitada, cada Estado teve como incumbência estabelecer os parâmetros
regimentais que norteariam o funcionamento de suas comissões. Após seus estágios iniciais,
onde uma série de frustrações na tentativa de estabelecimento da práxis da regulação, A CIB, no
caso do Pará, instituiu em 2007 um regimento no qual as comissões que a compunham
originalmente foram extintas e Câmaras Técnicas (CT) foram criadas como se segue:
1. Câmara de Atenção à Saúde;
2. Câmara de Vigilância em Saúde;
3. Câmara de Assistência Farmacêutica;
4. Câmara de Gestão e Financiamento;
5. Câmara de Informação e Informática;
6. Câmara de Recursos Humanos.
A CIB/PA é constituída paritariamente por 14 membros, sendo 07 representantes da Secretaria de
Estado de Saúde Pública (SESPA) e 07 Secretários Municipais de Saúde indicados pelo
Colegiado de Secretários Municipais de Saúde – COSEMS(13)
.
A regulação do HR estudado neste trabalho é realizada no âmbito estadual, sendo que o hospital
possui uma Central de Regulação (CR) própria responsável pelo controle de leitos instalada em
suas dependências. Uma empresa privada, contrata pela SESPA, é responsável pelo atendimento
aos pacientes que se enquadram no perfil de atendimento daquele HR, sendo que no contrato
realizado entre a empresa contratada e o Estado as definições sobre as características do perfil de
atendimento do paciente já estão declaradas.
2.2 As estatísticas hospitalares
Há muito o governo central vem se preocupando com a geração de informações estatísticas sobre
a saúde no Brasil. Registros de Censos Hospitalares e definições relativas ao cálculo do censo
hospitalar, incluindo a contagem da oferta de leitos existentes no país e definição de parâmetros
para a alocação de recursos hospitalares e ambulatoriais são verificados desde meados da
década de 1946. Visando dar maior fidedignidade às informações e registros na área de saúde,
em meados da década de 1980, ocorreu a sistematização de termos e conceitos a serem
empregados nos serviços de saúde.
Quando da implantação do Sistema Único de Saúde/SUS, definido A partir da Constituição
Brasileira de 1988, as formas de gestão e financiamento do sistema foram repensadas de maneira
profunda. A regulamentação do SUS acontece em setembro de 1990 e, em 2002, o Ministério da
Saúde (MS), através da Secretaria de Assistência à Saúde (SAS), editou uma nova padronização
da nomenclatura do censo hospit1
alar, por meio da portaria 312 de 30 de abril de 2002. Vários
1
Brasil. Ministério da Saúde.Portaria SAS 312/2002. PADRONIZAÇÃO DA NOMENCLATURA
DO CENSO HOSPITALAR: Série A. Normas e Manuais Técnicos. 2.a edição revista. Brasília: MS;
2002.
conceitos foram alterados, modificando a nomenclatura dos leitos e definindo indicadores para a
gestão hospitalar a serem utilizados nos diversos níveis de planejamento e gestão da rede de
serviços de saúde no país. Para a avaliação de desempenho hospitalar, geralmente se emprega
alguns indicadores que são mensalmente analisados sob o foco gerencial voltado aos serviços
disponibilizados, contribuindo de maneira significativa para com o mecanismo de regulação do
sistema de regulação nacional. Dentre os indicadores mais empregados, destacam-se os da taxa
de ocupação, da média de permanência, do índice de rotatividade, do intervalo de substituição, da
taxa de mortalidade hospitalar e institucional. Nesse sentido (gerencial), “a qualidade dos dados e
os cuidados na interpretação são essenciais para que este uso seja válido e de fato as decisões
possam contribuir para aprimoramento da assistência hospitalar” (14)
.
Os registros ligados aos leitos disponíveis são, geralmente, realizados pela equipe de
enfermagem. Após registros feitos em planilhas de modo manual, os dados são digitados num
sistema de informação que trata de distribuí-los em rede e através de seus Bancos de Dados de
maneira automática. Porém, as fórmulas adotadas, os registros do movimento dos pacientes pelos
profissionais nos sistemas informatizados e as formas de extração desses dados pelos gerentes
dos sistemas de informação determinam os resultados obtidos. Inicialmente implantados de
maneira discreta e departamentalizada nas organizações hospitalares, os sistemas de
processamento de dados paulatinamente foram sendo integrados e evoluídos para alcançar as
áreas de assistência direta ao paciente(16)
.
Do ponto de vista da construção de sistemas de informação, houve falhas metodológicas
amplamente documentadas na literatura de Engenharia de Software, pois no ápice da adoção de
Tecnologias da Informação e Comunicação em termos operacionais, notadamente na década de
1990, o modelo de processo de desenvolvimento dos softwares não levava em conta a visão do
usuário (e principal interessado nas funcionalidades do produto tecnológico final). Assim, cada
instituição hospitalar, em momentos distintos, produziu suas ferramentas tecnológicas
informatizadas sem a devida observância das padronizações canônicas necessárias ao
intercâmbio e à qualidade de dados e das informações, comprometendo os resultados da gestão
de recursos, tais como os financeiros, cujos repasses podem depender da fidedignidade e
tempestividade das informações.
A consolidação das estatísticas hospitalares se vincula ao processo de mensuração do uso
adequado de um leito hospitalar por período maior que 24 (vinte e quatro) horas, caracterizando
uma internação. Porém, “...a falta de definição de unidades de internação ou leitos específicos
para atendimento de procedimentos de curta permanência dificulta o registro diferenciado desse
tipo de atendimento, para que não seja incluído no censo”(16)
. Os procedimentos ligados à
observação, diagnose e terapêutica de curta permanência (menos de doze horas) são excluídos
das estatísticas censitárias por norma, necessitando de tratamento informacional específico para
não prejudicar a geração dos indicadores. A consistência de uma informação referente a um leito
depende da tempestividade com que sua situação de ocupação é informada, exigindo uma
sistemática continuidade no fornecimento da mesma sob pena de, em caso da não observância de
tal requisito, provocar incongruências estatísticas em relação às fontes de informação.
Cumulativamente, há ainda dificuldades associadas à não aderência ou ainda a não capacitação
de profissionais para o uso de tecnologias de informação, que podem ser mitigadas pela
disponibilização de computadores e softwares ajustáveis ao perfil de cada usuário. Políticas de
Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação inadequadas podem levar à rejeição, por
parte dos profissionais, ao uso dos recursos informacionais tecnológicos disponibilizados. Assim,
práticas alternativas de registro de informações podem se desenvolver, acentuando a
inconsistência dos dados e informações gerados pelos sistemas gerenciais empregados.
Durante as entrevistas realizadas para a elaboração deste trabalho, ficou aparente a insatisfação
com as informações de controle dos leitos, sendo citadas as dificuldades de registrar de maneira
precisa a situação de cada leito, a sua alocação e o estado do mesmo, quer seja pela condição de
vacância, ocupação ou indisponibilidade (por manutenção de limpeza ou corretiva). As
incongruências das informações fornecidas pelo censo manual contrastam com o potencial de um
censo automatizado, onde padrões de nomenclatura aplicados podem permitir a melhora
significativa da precisão das informações, bem como uma frequência de atualização dos dados
pode prover agilidade e satisfação do ponto de vista da gestão.
3 Análise de Resultados
Percebendo a necessidade de um levantamento de dados que permitissem embasar a discussão
de um ferramental tecnológico alinhado com a proposta deste trabalho, foi realizada uma
pesquisa diagnóstica, no período de 05 de setembro a 15 de outubro de 2010, em uma Instituição
hospitalar pública instalada na cidade de Marabá. Foram consultados 10 (dez) profissionais em
saúde lotados naquele hospital com os seguintes perfis:
• 03 (três) médicos responsáveis pela regulação dos leitos. Esses profissionais são
funcionários concursados ou contratados pela SESPA e têm como principal
responsabilidade verificar se o paciente possui ou não perfil para ser internado no HR;
• 06 (seis) recepcionistas/enfermeiros, responsáveis por realizar o censo que mapeia a
situação dos leitos existentes;
• 01 (hum) supervisor em enfermagem, responsável pelo controle da rotina da equipe de
recepcionistas/enfermeiros no tocante ao censo de leitos.
3.1 Instrumentos de Coleta
Questionários foram elaborados separadamente, embora possuam similaridades, os médicos
reguladores, recepcionistas e para o supervisor. Estes questionários destinaram-se à realização
de um diagnóstico referente a aspectos ligados ao levantamento de dados e a eficácia da rotina
implantada para promover o controle de alocação de leitos. Tal diagnóstico visou permitir uma
abordagem heurística adequada para a construção de conceitos a respeito da regulação de leitos
daquele HR. A aplicação dos questionários, no que tange aos processos de regulação da
alocação de leitos, buscou:
• Descrever os processos atuais empregados naquele HR;
• Identificar os fatores informacionais que afetam seus processos;
• Descrever o grau de familiaridade dos colaboradores daquele HR com mecanismos
computacionais porventura disponíveis no ambiente de trabalho;
• Descrever a qualidade percebida pelos colaboradores em relação à infraestrutura
tecnológica disponibilizada para o exercício de suas atividades;
• Colher as percepções dos colaboradores em relação às oportunidades de melhorias em
termos do emprego de tecnologias da informação e comunicação.
Após a aprovação pelo Comitê de Ética do HR em tela, questionários foram aplicados aos
profissionais em saúde envolvidos com o processo de regulação de leitos.
Os instrumentos de pesquisa utilizados encontram-se nos apêndices de A a D deste trabalho.
Para o apêndice A, consta o questionário voltado à investigação quanto ao grau de adoção e de
aderência a elementos de TIC entre os colaboradores do HR. Sendo denominado “tabela
unificada”, foi aplicado a médicos e recepcionistas.
Para o apêndice B, consta o questionário que foi especificamente aplicado aos médicos
reguladores. Embora haja algumas questões em comum, o questionário possui algumas
especificidades que tentam fornecer informações quanto à rotina e às percepções dos médicos
em relação ao processo de regulação de leitos.
De maneira análoga ao apêndice B, os apêndices C e D apresentam os instrumentos de coleta de
dados voltados aos recepcionistas e à sua supervisão, ambos envolvidos com os processos de
regulação de leitos daquele HR.
Houve dificuldades com relação à disponibilidade dos médicos reguladores para realização das
entrevistas, quer seja pelas escalas de trabalho desenvolvidas por eles dentro do HR ou pelas
atividades externas à Entidade. Por parte dos recepcionistas/enfermeiros, as questões de escala
de trabalho também influenciaram no tempo gasto para concluir o processo de coleta de dados.
Além disso, a execução de um planejamento de férias daquele HR e algumas licenças médicas
desfalcaram o quadro de colaboradores, ampliando o prazo previsto para conclusão da referida
coleta.
3.2 Discussão
Como ponto de partida desta pesquisa, buscou-se obter informações quanto à percepção dos
colaboradores daquele HR em termos de habilidades com ferramentas de automação de
escritórios. Tal abordagem visa inferir o grau de proximidade dos profissionais com ferramentas de
TIC, sendo que a escolha da suíte de programas Microsoft Office teve por motivação o fato de ser
esta uma solução amplamente conhecida pelos iniciados em uso da informática básica e também
pelo fato de a mesma possuir um amplo parque instalado, inclusive dentro daquele HR. Entre os
recepcionistas, responderam a este quesito 5 (cinco) dos seis elementos entrevistados.
Questão 1 – Recepcionistas (percentuais)
Ferramenta Nenhum Pouco Regular Básico Avançado
WORD - - - 100 -
EXCEL - 25 25 50 -
ACCESS - 50 50 -
POWER POINT - - 50 50 -
INTERNET - - - 75 25
Compact. Arquivos - - 50 50 -
WINDOWS - - - 75 25
TABELA 2 - Frequencia: primeira pergunta - Recepcionistas
O gráfico 1 apresenta os percentuais de auto-avaliação dos recepcionistas que responderam ao
questionário. Há uma forte indicação de que entre os colaboradores predominam conhecimentos
básicos em ferramentas de automação de escritórios, havendo uniformidade de nível de
conhecimento para o uso de editor de texto. Observa-se que 75% dos recepcionistas informaram
que possuem conhecimentos básicos no uso da internet.
Aqui cabe salientar que o conceito de “básico” adotado é o de habilidades fundamentais, que são
minimamente essenciais para a execução de uma tarefa que exija conhecimentos específicos.
GRÁFICO 1 - Habilidades em informática básica - Recepcionistas
Para a mesma pergunta, dos três médicos reguladores consultados, apenas dois responderam a
todos os quesitos. A tabela 3 apresenta a freqüência das respostas obtidas.
Percentuais Questão 1 – Médicos Reguladores
Nenhum Pouco Regular Básico Avançado
WORD - 33,33 - 33,33 33,33
EXCEL - - 50 50 -
ACCESS - 50 50 - -
POWER POINT - - - 50 50
INTERNET - - - 66,67 33,33
Compact. Arquivos - 50 50 - -
WINDOWS - - - 66,67 33,33
TABELA 3 - Frequencia: primeira pergunta – Médicos
É possível visualizar que houve maior incidência de respostas em conhecimentos básicos para o
aspecto de uso do sistema operacional Windows e para a Internet.
GRÁFICO 2 - Habilidades em informática básica – Médicos Reguladores
Considerando que houve frequencia similar entre médicos reguladores e recepcionistas para
habilidades com a Internet, na questão 7 lhes foi perguntado quanto à disponibilidade e grau de
satisfação com os serviços de Internet disponíveis para a execução de suas tarefas. Curiosamente
houve, por parte dos recepcionistas, 100% de freqüência na declaração de que não possuem
acesso à rede mundial de computadores naquele HR, embora um dos recepcionistas tenha
relatado que “há dois programas utilizados pelo Recepcionista: EZ HES e SAS (internet)”. Porém,
foi possível observar pelo gráfico 3 que todos os respondentes declararam possuir algum grau de
conhecimento no manuseio do Sistema de Centrais de Regulação (SISREG), que é um software
cuja interface é web (veiculadas via rede mundial de computadores).
GRÁFICO 3 - Detalhes Sistemas SUS – Recepcionistas
Tal incongruência nas respostas pode ser derivada do fato de que, à época da pesquisa, o HR se
utilizava de uma infovia estadual denominada Navegapará, que em Marabá ofertava largura de
banda de 13,75 Gbps, mas que não possuía estabilidade adequada, ficando recorrentemente por
vários dias indisponível devido a falhas na infra-estrutura de comunicação de dados. Já entre os
médicos, houve a declaração de que 66,67% estão satisfeitos com os serviços de conexão web
disponibilizados no HR.
GRÁFICO 4 - Serviços de Conexão Internet – Colaboradores do HR
Questionados quanto à frequencia com que visitam o sítio web do Departamento de Informática do
SUS (DATASUS), a totalidade dos recepcionistas informou que nunca acessaram o portal daquele
órgão, bem como 2/3 (dois terços) dos médicos informaram que raramente o visitam.
Questionados quanto à participação em algum fórum de discussão sobre os sistemas do Datasus,
todos os declarantes, médicos e recepcionistas, negaram freqüentar sítios dessa natureza.
GRÁFICO 5 - Conhecimentos em Sistemas SUS - Recepcionistas
Quanto à frequência de visitação ao sítio web da Secretaria de Saúde do Estado do Pará, 2/3
(dois terços) dos recepcionistas declararam nunca ou raramente visitá-lo, contra a mesma
proporção de médicos que declararam visitar aquele sítio algumas vezes por mês.
As declarações acima induzem à noção de que não há uma política elaborada de sistemática
distribuição da informação via Tecnologias da Informação e Comunicação naquele HR, havendo
subutilização do potencial gerencial de coleta e distribuição de dados e informações que
permitiriam melhor alinhamento dos colaboradores com os objetivos organizacionais do SUS. Daí
podemos inferir o baixo grau de conhecimento quanto aos sistemas SUS disponíveis, mesmo se
considerarmos que as atividades desenvolvidas pelos colaboradores não tem obrigatoriamente
ligação com toda a gama de soluções Datasus disponíveis (gráficos 3, 6 e 7).
GRÁFICO 6 - Conhecimentos em Sistemas SUS – Médicos
GRÁFICO 7 - Detalhes Sistemas SUS – Médicos
Com relação aos equipamentos computacionais disponíveis para execução de suas tarefas, 2/3
(dois terços) dos recepcionistas informaram que não há um aparelho de fax no HR, contra 1/3 dos
médicos que fizeram a mesma afirmação. Ainda há de se notar que 1/3 dos médicos informou
que não há computadores disponíveis para o desenvolvimento de suas atividades, embora o
restante deles informasse que havia a disponibilidade de equipamentos de média e alta
performance. Novamente incongruências são detectadas, passando a impressão de que parte dos
colaboradores, independente de categoria e classe funcional, desconhecem os recursos de TIC
empregados naquela instituição hospitalar, eventualmente impactando de modo negativo na
produtividade das equipes lá existentes.
3.3 Regulação de Leitos
Antes de analisarmos os resultados da pesquisa realizada, cabe aqui uma breve descrição da
forma de operação da alocação de leitos realizada no HR em tela. As informações aqui
apresentadas foram fornecidas em entrevista pelo supervisor dos recepcionistas que realizam o
censo dos leitos, tendo sido corroboradas pelos médicos reguladores.
3.3.1 Procedimentos para Regulação dos Leitos
Em termos de controle dos leitos, o setor de Regulação recebe e atualiza a contagem de vacância
de todos os leitos através de documento impresso chamado “censo”, a partir do qual se baliza
para o atendimento às solicitações dos municípios. Este censo deve ser atualizado três vezes por
dia ou sempre que houver alta de paciente ou uma nova internação.
Um município, ao demandar por um leito, conta com a emissão de um laudo sobre o estado atual
do paciente que informa se haverá necessidade encaminhamento para leito comum ou
diretamente para leito de UTI. Este laudo é emitido por um médico ligado à prefeitura por concurso
ou por contrato de prestação de serviços. O Médico Regulador (MR), que pode ser tanto um
funcionário contratado quanto concursado pela SESPA, tem a responsabilidade de verificar se o
paciente possui ou não perfil para ser internado no HR. O MR utiliza o laudo médico emitido pelo
médico do município solicitante para então emitir um parecer informando se o paciente possui o
perfil de atendimento do HR. Como resultante desse procedimento uma das situações abaixo
pode ocorrer:
a) Caso o paciente se enquadre no perfil de atendimento do Hospital Regional o MR o encaminha
para o setor de Triagem/acolhimento. Neste novo setor o paciente será avaliado por um médico
contratado pela empresa Pró-Saúde, que é responsável por confrontar as informações contidas no
laudo médico municipal com sua situação física real.
b) Caso o paciente não apresente o perfil de atendimento do HR, este é contra-referenciado, ou
seja, o paciente é encaminhado para outros serviços que tenham condições de atendê-lo ou é
encaminhado de volta ao seu município de origem.
Em qualquer das situações descritas acima, o Médico Regulador deve ser consultado para que o
setor de Regulação autorize ou não a internação do paciente. Contudo, a passagem do paciente
pelo HR deve ser armazenada em armários de arquivos por um período de cinco anos. Para o
caso de situçãoes de obstetrícias, a permanência de armazenamento prolonga-se por até 21 anos.
3.3.2 Controle Ambulatorial
Entendendo o ambulatório como um conjunto de clínicas especializadas, cujo número de médicos
varia conforme a demanda, verifica-se que o controle ambulatorial é feito pelos municípios, pois a
Central de Regulação (CR) disponibiliza quotas de atendimento de acordo com o numero da
população de cada município, sendo essas quotas mensalmente informadas via ofícios e são
geradas pela CR de acordo com a oferta de serviço versus população do município.
Quem informa a necessidade de um determinado paciente ser encaminhado para o HR é o
Serviço Municipal de Saúde do município demandante, porém a CR acompanha o paciente, desde
o município de origem até seu efetivo atendimento.
3.3.3 Controle de leitos
Especificamente sobre a regulação de leitos do HR estudado neste trabalho, os questionários
destinados aos profissionais de saúde buscaram fornecer uma visão, a mais abrangente possível,
que possibilitasse descrever os processos de controle de leitos atualmente empregados naquele
HR, bem como identificar os fatores informacionais que afetam tais processos.
A primeira questão destinada aos Médicos Reguladores (MR), solicitou que se informasse a
quantidade de leitos que estavam sendo administrados. Cada médico apresentou um número
distinto de leitos, variando nos números de 87, 97 e 105 cada.
Como resposta à pergunta sobre quantas vezes ao dia cada MR recebia atualização das
informações de situação dos leitos, novamente não houve consenso, sendo fornecidos os
números de 3 (três), 4 (quatro) e 6 (seis) vezes ao dia, sendo que todos os MR informaram que a
atualização das informações se dá em períodos superiores a 2 (duas) horas. A supervisão da
equipe de recepcionistas fixou que a atualização acontece 6 (seis) vezes ao dia consumindo de
30 (trinta) a 60 (sessenta) minutos para se completar cada levantamento. Para estes mesmos
quesitos, os recepcionistas variaram suas respostas entre três e sete levantamentos de situação
dos leitos ao dia, consumindo um tempo superior a uma hora e trinta minutos em 50% dos casos
(gráfico 8). Novamente há incongruências nos números apresentados, o que pode indicar
minimamente que há falhas de comunicação entre os colaboradores envolvidos nos processos de
regulação de leitos.
GRÁFICO 8 - Consumo de tempo – realização do Censo de Leitos
Quanto ao modo como o processo do censo de leitos é realizado, 60% dos recepcionistas
afirmaram que uma atualização das informações censitárias dos leitos é solicitada por um servidor
efetivo diretamente responsável pela atividade (gráfico 9), casando com a resposta dada pela
supervisão da equipe. Porém, houve relatos de que servidores contratados (não efetivos) também
realizam tais solicitações.
GRÁFICO 9 - Responsabilidade pela solicitação de Censo
Inquiridos sobre a forma como as informações do censo são registradas, 2/3 (dois terços) dos MR
informaram que o processo é semi-automatizado, havendo transcrição de dados registrados
manualmente para um sistema informatizado, resposta essa que coincidiu com o informado pela
supervisão da equipe de recepcionistas e pelos próprios recepcionistas em sua totalidade. Um dos
médicos informou que o processo é realizado manualmente, ocorrendo a transcrição de anotações
para formulário e posterior arquivamento em papel.
Quanto à consistência das informações obtidas no censo, 2/3 (dois terços) dos MR informaram
que ela é insatisfatória, sendo que um dos MR informou que “atualmente a central de regulação e
o médico regulador são os últimos a saberem de vacância de leito, principalmente por falta de um
sistema modulador de leitos”. Tal afirmação nos remete à eficiência do procedimento de
atualização do censo. Inquiridos sobre este aspecto, 40% dos recepcionistas e a supervisão da
equipe consideraram o procedimento como de eficiência moderada, 40% consideraram o
processo satisfatoriamente eficiente. Houve reporte, por parte da supervisão e de 1/3 (um terço)
dos recepcionistas, de que o procedimento já foi parcialmente modificado. Porém, outros 1/3 dos
recepcionistas não souberam informar quanto a alterações nos procedimentos e houve um relato
de que “Há cinco meses que atua nessa área e não houve modificações no procedimento”.
A eficiência do controle de leitos, na visão unanime dos MR, é moderada. Há relato de equivocos
relacionados à alocação/desalocação de leitos em 100% das respostas dos recepcionistas e no
depoimento da supervisão de equipe. Houve um relato por parte de um MR de que “1. Ocorre
vezes que o paciente já foi internado no leito e ainda não aparece no censo; 2. A informação de
leitos livre é demorada; 3. Por vezes aparecimento de pacientes em leitos trocados", enquanto
outro relata que “Por vezes ele (censo) quando vem já vem desatualizado” e, por fim, outro relata
que “há necessidade de confirmação sobre a chegada e ocupação do leito”.
A supervisão da equipe de recepcionistas assinalou que a melhoria do procedimento de
verificação dos leitos poderia ocorrer “quando todos os envolvidos no processo tiverem
consciência da importância das informações relativas a: tempo de higienização; tempo de
manutenção; tempo de preparo do leito (enfermagem e lavanderia/hotelaria); movimentação de
pacientes pela enfermagem, etc”. Os recepcionistas assinalaram, para o mesmo quesito, que:
• poderia haver um sistema informatizado que fizesse realizasse o processo de liberação de
leitos automaticamente;
• “...com melhoras nos sistemas e programas que possam agilizar o cadastro de pacientes e
computadores que estejam a nível de ser utilizados para o trabalho no Hospital, devido
grande quantidades de dados a serem arquivados”;
• “Com um programa que CONTATE com uma tabela do POVO os usuários internando e na
frente de cada nome tivesse campos com alternativa/altas/revisão de alta com isso todos
que acessassem o sistema terão a informação no ato do acesso.”;
• “Alocar uma pessoa para que seja exclusiva do censo.”;
• “O sistema deve conferir a alta automaticamente ao paciente, pois pode acontecer de o
paciente sair sem aguardar a conclusão do procedimento de liberação (alta) ou demorar-se
para recebê-la ou ainda, o próprio enfermeiro (escriturário) autorize.”;
Por fim, inquiridos sobre a ocorrência de rejeição da internação de pacientes por falta de leitos,
foram obtidos os seguintes relatos por parte dos MR:
• “Sim várias vezes principalmente em leitos de UTI, onde a rotatividade é lenta a demanda e
grande e a disponibilidade quantitativa inferior à procura. Ocorre dias em que os 10 leitos
estão ocupados e temos mais de 20 cadastros na espera.”;
• “Sempre quando paciente chega já possui um leito, mesmo em procura direta é recebido e
fica aguardando no acolhimento.”;
• “Não”.
As visões divergentes entre os diversos colaboradores sobre as questões que envolvem os
processos de regulação de leitos superam as convergências, podendo indicar dificuldades de
realização da gestão interna de recursos.
4 Conclusões
Embora se entenda que há escassez de recursos, quer sejam humanos ou materiais, e tanto mais
por este fato, sugere-se a ponderação quanto à racionalização e profissionalização dos processos
ligados à regulação dos leitos hospitalares do HR pesquisado. Isto pode ser obtido através de
avaliações sistemáticas, valorizando a atuação dos colaboradores através de esforços em
treinamento e investimento em melhoria da comunicação interna e externa, ampliação da
disponibilização de equipamentos computacionais e a ampliação da adesão Institucional e dos
colaboradores ao uso de Tecnologias da Informação e Comunicação para apoiar os processos de
registro de situações de leitos, contribuindo direta e indiretamente para a melhoria do atendimento
hospitalar. Assim, é possível superar os desencontros informacionais existentes entre os
colaboradores, bem como mitigar as situações onde há um baixo índice de adesão aos padrões
de procedimento firmados interna e externamente no trato da regulação.
Os colaboradores lotados no HR em tela apresentaram percepções moderadas quanto à eficiência
e à eficácia dos processos de regulação de leitos do atendimento secundário prestado. Dentre os
fatores que se pode verificar, destaca-se o grau de inconsistência das informações obtidas pelo
censo de leitos hospitalares realizado. Tal aspecto se evidencia quando médicos reguladores
relatam de maneira discrepante a quantidade de leitos disponíveis. Em um dos relatos, quando
perguntados se todos os leitos existentes são utilizados e disponíveis para internação, um médico
afirmou que sim, todos são utilizados, outro afirmou que há “Atualmente temos 12 leitos
bloqueados alem dos 97 em uso e onde 1 (hum) encontra-se na Clínica que nunca funciona na
UTI Neo”, superando em sua contagem o número de leitos existentes naquele HR e o último
médico informou que há 13 leitos indisponíveis por estarem em manutenção.
O grau de contribuição das TIC no processo de regulação de leitos possui duas vertentes: uma
interna e outra externa. No caso do HR estudado, a vertente interna é bastante incipiente, quer
seja pela falta de equipamentos, pela falta de sistemas melhor adaptados ou ainda pela baixa
adesão dos colaboradores ao uso de computadores devido à indisponibilidade dos mesmos ou
ainda pela falta de treinamento adequado. A vertente externa também enfrenta dificuldades,
particularmente no tocante à robustez da infra-estrutura de comunicação de dados lá existente.
A mídia jornalística vem divulgando amplamente estatísticas, outros relatos e denúncias por todo o
território nacional no que se refere à escassez de leitos hospitalares e à dificuldade da população
na obtenção de atendimento secundário, notadamente na internação hospitalar. Mesmo
compreendendo que o universo de profissionais consultados foi pequeno e apenas uma instituição
foi estudada quanto aos processos de regulação de leitos, há de se imaginar que a situação
retratada pela pesquisa realizada neste trabalho possa ser refletida junto a outras equipes de
outras instituições hospitalares no território nacional.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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atendimento médico de urgência. SAMU. Brasil. 1998.
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Horizonte, Minas Gerais, Brasil: avaliação de seu papel pelo estudo das internações por
doenças isquêmicas do coração. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(4):767-776, abr,
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11.Plano diretor de regionalização: PDR 2008 - Secretaria de Estado da Saúde. – Florianópolis:
IOESC, 2008. Disponível em
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12.Secretaria da Saúde – Governo do Estado da Bahia. Salvador, SD. Regula Saúde:
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15.Af
Pará.Secretaria Estadual de Saúde do Pará. Resolução CIB/PA 053. Belém: SESPA;
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Internet]. 2007 Aug [cited 2010 Nov 30] ; 12(4): 935-944. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232007000400015&lng=en. doi: 10.1590/S1413-81232007000400015
17.Secretaria da Saúde – Governo do Estado da Bahia. Salvador, SD. Regula Saúde:
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http://www.saude.ba.gov.br/regulasaude/complexo_regulador.asp
18.MARTINEZ-ALMOYNA, M. & NITSCHKE, C.A.S. (Org.). Regulação médica dos serviços de
atendimentomédico de urgência. SAMU. Brasil. 1998.
APÊNDICE A
Questionário Comum Aplicado a Médicos Reguladores e Recepcionistas
FICHA “PERFIL DO USUÁRIO” – TABELA UNIFICADA
MUNICIPIO: ___________________________________________ TELEFONE: ( ) _______________
NOME:________________________________________________ EMAIL:___________________________
CARGO: ______________________________________________ VÍNCULO (Efetivo ou Temporário):___
QUESTIONÁRIO
1. De acordo com a tabela abaixo indique o seu grau de conhecimento nos programas listados.
1. Nenhum 3. Pouco 5.Regular 7. Básico 10. Avançado
WORD
EXCEL
ACCESS
POWER POINT
INTERNET
Compactadores de arquivos (WINZIP e/ou WINRAR)
WINDOWS
2. Como você avalia seus conhecimentos em relação aos sistemas do SUS?
Nenhum
Pouco
Regular
Básico
Avançado
3. De acordo com a tabela abaixo indique o seu grau de conhecimento nos programas do SUS listados:
1. Nenhum 3. Pouco 5.Regular 7. Básico 10. Avançado
BPA
APAC
SISCOLO
SISPRENATAL
SIA
FPO MAGNÉTICA
CNES
SISAIH 01
CIH
SIHD
Tabela Unificada
Módulo Autorizador de AIH
TABSIA e/ou TABAIH SISREG
4. Com que frequência você acessa o site do DATASUS a procura de atualizações para os programas que
utiliza?
Diariamente
Semanalmente
Mensalmente
Raramente
Nunca visitou
5. Participa de algum fórum de discusão sobre os sistemas DATASUS? Em caso afirmativo informe quais.
Sim
_________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Nâo
6. Costuma utilizar o site da Secretaria de Saúde do Estado do Pará?
Sim, diariamente
Sim, algumas vezes por semana
Sim, todas as semanas
Sim, algumas vezes por mês
Sim, raramente
Não, nunca
7. Informe aqui a capacidade técnica dos seus equipamentos disponíveis para o exercício de suas atividades:
Computador
0. Não Tem
1. Baixa Performance
5. Média Performance
10. Alta Performance
Impressora
0. Não Tem
3. Matricial
7. Jato De Tinta
10. Laser
Fax
0. Não Tem
10. Tem
Internet
0. Não Tem
5. Insatisfatória
10. Satisfatória
APÊNDICE B
Questionário Específico Aplicado a Médicos Reguladores
(aplicado em conjunto com o questionário do apêndice A)
1. Quantos leitos existem sob sua administração? (indique no espaço reservado)
Leitos
2. Quantas vezes por dia você recebe a atualização do censo dos leitos? (indique no espaço
reservado)
Vezes
3. Essa atualização acontece em períodos constantes do dia? (se sim, por favor, informar em
qual período acontece)
0. Ocorre a cada vacância de um leito (período aleatório)
1. Ocorre a intervalos entre 30 minutos a 1 hora
5. Ocorre a intervalos entre 1 hora e 2 horas
10. Ocorre a intervalos superiores a 2 duas horas
4. A verificação de vacância dos leitos é realizada:
10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de
dados
5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado
1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel
0. Não há verificação de vacância.
5. A verificação de ocupação dos leitos é realizada:
10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de
dados
5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado
1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel
0. Não há verificação de ocupação.
6. Quem realiza o censo dos leitos?
0. Não há responsável direto responsável pela atividade
1. Um servidor contratado (terceirizado) diretamente responsável pela atividade
5. Um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade
10. Qualquer servidor contratado ou efetivo em cumprimento de jornada de trabalho e
responsável pela atividade
7. Meu grau de interferência na decisão pela alocação de um leito é:
10. Interfiro em todos os casos de ocupação
5. Minha interferência ocorre eventualmente sob demanda
1. Não interfiro: a alocação é determinada pela sistemática de controle de leitos
0. outro. Especificar: _________________________________________________________________
8. As informações obtidas através do censo são sempre consistentes?
0. Não há consistência
5. Consistência Insatisfatória
10. Consistência Satisfatória
9. Existe algum sistema que o ofereça algum tipo de suporte tecnológico no momento de
avaliar a disponibilidade de leitos?
0. Não há
10. Há. Especifique: ____________________________________________
10.Você utilizaria um sistema que lhe permitisse visualizar em tempo real o status de
ocupação/desocupação do leito?
10. Não percebo valor num sistema desta natureza
5. Penso que seria de baixa utilidade
1. Penso que seria parcialmente util
0. Penso que seria de grande utilidade
Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.
11.Já aconteceu de pacientes que apresentam o perfil de internação - de acordo com a política
do hospital - não serem internados por falta de leitos disponíveis? Em caso positivo,
comente o que a(s) razão(ões)?
12.O maior número de solicitações de leito ocorre:
0. Em finais de semana e feriados
1. Durante o turno da noite
5. Durante o turno da manhã
10. Durante o turno da tarde
15. Não há período determinado (imprevisibilidade)
13.Você considera eficaz o controle atualmente exercido sobre os leitos?
10. Sem opinião
5. Insatisfatoriamente eficaz
1. eficácia moderada
0. Satisfatoriamente eficaz
14.Você considera eficiente o controle realizado atualmente sobre os leitos?
10. Sem opinião
5. Insatisfatoriamente eficiente
1. eficiência moderada
0. Satisfatoriamente eficiente
15.Você sugere alguma melhoria para otimização do processo de controle dos leitos?
16.Que dificuldades você apontaria a respeito do censo – quanto ao recebimento e
consistência da informação nele contida?
17.Todos os leitos existentes são utilizados e disponíveis para internação?
APÊNDICE C
Questionário Específico Aplicado aos Recepcionistas
(aplicado em conjunto com o questionário do apêndice A)
RESPONSÁVEL PELA REALIZAÇÃO DO CENSO:
1. Quanto tempo é consumido para realização completa do censo dos leitos?
0. Não é realizada a contagem completa do censo
1. Ocorre entre 30 minutos e 1 hora
5. Ocorre entre 1 hora e 1:30 min (uma hora e trinta minutos)
10. Demanda um tempo superior a 1:30 min (uma hora e trinta minutos)
2. Quem solicita a atualização desse censo?
0. Não há responsável direto pela atividade
1. Um servidor contratado (terceirizado) diretamente responsável pela atividade
5. Um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade
10. Qualquer servidor contratado ou efetivo em cumprimento de jornada de trabalho e
responsável pela atividade
3. Quantas vezes por dia você atualiza o censo dos leitos? (indique no
espaço reservado)
Vezes
4. Essa atualização acontece em períodos constantes do dia? (se sim, por
favor, informar em qual período acontece)
0. Sempre que há vacância de um leito (período aleatório)
1. Em intervalos entre 30 minutos a 1 hora
5. Ocorre a intervalos entre 1 hora e 2 horas
10. Ocorre a intervalos superiores a 2 duas horas
5. Qual o procedimento de atualização do censo dos leitos?
10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de
dados
5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado
1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel
0. Não há verificação de vacância.
5.1 De que maneira essa atualização é realizada?
0. O status de vacância acontece via telefone, onde outro funcionário informa a
situação do leito
1. Todos os leitos são percorridos individualmente e é verificado o status de
cada leito
5. É realizada apenas a verificação dos leitos alocados para pacientes
internados
10. Não há verificação de vacância.
6. Você considera eficiente o procedimento de atualização do censo?
0. Satisfatoriamente eficiente
1. Eficiência moderada
5. Insatisfatoriamente eficiente
10. Sem opinião
Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.
7. Você utilizaria um sistema que lhe permitisse realizar o censo em tempo
real e disponibilizasse o status de ocupação/desocupação dos leitos?
10. Não percebo valor num sistema desta natureza
5. Penso que seria de baixa utilidade
1. Penso que seria parcialmente util
0. Penso que seria de grande utilidade
Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.
8. O procedimento de atualização do censo dos leitos sempre foi executado
da mesma forma?
0. Sim, este procedimento sempre foi realizado da mesma forma
1. Não, foram efetuadas alterações parciais
5. Não, pois este procedimento nunca sofreu alterações
10. Não sei informar
9. Você já presenciou algum equívoco relacionado à ocupação/desocupação
de leitos, durante a realização do censo?
0. Não, nunca presenciei e nunca ouvi relatos a respeito
1. Não, nunca presenciei, mas já ouvi relatos a respeito
3. Sim, já presenciei
5. Sem opinião
10. Não, nunca presenciei
10.Caso você esteja terminando o censo dos leitos e aconteça uma nova
internação, você é informado dessa nova internação?
0. Não sou informado
10. Sim, sou informado. Especifique de que forma você é informado:
__________________________________________
11.De que forma você acredita que este procedimento de verificação de
disponibilidade do leito pode ser melhorado ou otimizado?
APÊNDICE D
Questionário Específico Aplicado à Supervisão
RESPONSÁVEL PELA REALIZAÇÃO DO CENSO
1. Quanto tempo é consumido para realização completa do censo dos leitos?
0. Não é realizada a contagem completa do censo
1. Ocorre entre 30 minutos e 1 hora
5. Ocorre entre 1 hora e 1:30 min (uma hora e trinta minutos)
10. Demanda um tempo superior a 1:30 min (uma hora e trinta minutos)
2. Quem solicita a atualização desse censo?
0. Não há responsável direto pela atividade
1. Um servidor contratado (terceirizado) diretamente responsável pela atividade
5. Um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade
10. Qualquer servidor contratado ou efetivo em cumprimento de jornada de trabalho e
responsável pela atividade
3. Quantas vezes por dia você atualiza o censo dos leitos? (indique no
espaço reservado)
Vezes
4. Essa atualização acontece em períodos constantes do dia? (se sim, por
favor, informar em qual período acontece)
0. Sempre que há vacância de um leito (período aleatório)
1. Em intervalos entre 30 minutos a 1 hora
5. Ocorre a intervalos entre 1 hora e 2 horas
10. Ocorre a intervalos superiores a 2 duas horas
5. Qual o procedimento de atualização do censo dos leitos?
10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de
dados
5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado
1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel
0. Não há verificação de vacância.
5.1 De que maneira essa atualização é realizada?
0. O status de vacância acontece via telefone, onde outro funcionário informa a
situação do leito
1. Todos os leitos são percorridos individualmente e é verificado o status de
cada leito
5. É realizada apenas a verificação dos leitos alocados para pacientes
internados
10. Não há verificação de vacância.
6. Você considera eficiente o procedimento de atualização do censo?
0. Satisfatoriamente eficiente
1. Eficiência moderada
5. Insatisfatoriamente eficiente
10. Sem opinião
Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.
7. Você utilizaria um sistema que lhe permitisse realizar o censo em tempo
real e disponibilizasse o status de ocupação/desocupação dos leitos?
10. Não percebo valor num sistema desta natureza
5. Penso que seria de baixa utilidade
1. Penso que seria parcialmente util
0. Penso que seria de grande utilidade
Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.
8. O procedimento de atualização do censo dos leitos sempre foi executado
da mesma forma?
0. Sim, este procedimento sempre foi realizado da mesma forma
1. Não, foram efetuadas alterações parciais
5. Não, pois este procedimento nunca sofreu alterações
10. Não sei informar
9. Você já presenciou algum equívoco relacionado à ocupação/desocupação
de leitos, durante a realização do censo?
0. Não, nunca presenciei e nunca ouvi relatos a respeito
1. Não, nunca presenciei, mas já ouvi relatos a respeito
3. Sim, já presenciei
5. Sem opinião
10. Não, nunca presenciei
10.Caso você esteja terminando o censo dos leitos e aconteça uma nova
internação, você é informado dessa nova internação?
0. Não sou informado
10. Sim, sou informado. Especifique de que forma você é informado:
__________________________________________
11.De que forma você acredita que este procedimento de verificação de
disponibilidade do leito pode ser melhorado ou otimizado?

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Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a Sistemática da alocação de leitos em um hospital regional do Pará

  • 1. Eráclito de Souza Argolo Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a Sistemática da alocação de leitos em um hospital regional do Pará Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Aberta do Brasil – Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Certificado de Conclusão do Curso de Especialização em Informática em Saúde. Marabá 2010
  • 2. Eráclito de Souza Argolo Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a Sistemática da alocação de leitos em um hospital regional do Pará Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Aberta do Brasil – Universidade Federal de São Paulo para obtenção do Certificado de Conclusão do Curso de Especialização em Informática em Saúde. Coordenador: Profa. Dra. Mônica Parente Ramos Orientador : Profa. Dra. Mônica Parente Ramos Marabá 2010
  • 3. Ficha Catalográfica Argolo, Eráclito de Souza 2010 Regulação no Atendimento Secundário: Notas sobre a Sistemática da alocação de leitos em um hospital regional do Pará/ Eráclito de Souza Argolo. Marabá, 2010 46f Monografia: (especialização) Universidade Federal de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Informática em Saúde. 1. Hospitais - Regulação 2.Hospitais – Leitos 3. Tecnologia da Informação I. Título.
  • 4. Abstract After the promulgation of the 1988 Brazilian Constitution, a new format for the provision of health services has existed in Brazil. There was, thereafter, a rapid process of decentralization of health management, but the distribution of technical and financial resources did not follow this quickly. The government began to exert a regulatory role and the states and municipalities became responsible for the processes that result in citizen access to health services regionally available. Among the existing regulatory processes, which deals with the allocation of hospital beds is the object of this work. A primary data collection in a Regional Hospital (HR) which serves the south and southeast of Pará State has performed and a qualitative approach has adopted to the implementation of semi-structured questionnaires regulation of the allocation of beds hospital to team´s responsible for in the period 05/09 to 15/10 2010. The study undertaken aimed at understanding the informational and technological factors related to computational procedures for the management of beds available at the HR. By tabulating the data and information obtained via questionnaires and personal interviews, a discussion of the indicators obtained was undertaken in pursuit of understanding the processes, the degree of Information Technologies and Communication adoption in the internal processes of regulation, the infra- structure of information technology and staff perception of the opportunities for improvements at existing HR Keywords: Hospital Regulation, Hospital Beds, Information Technology
  • 5. Resumo Após a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, um novo formato de prestação de serviços em saúde passou a existir no Brasil. Ocorreu, a partir de então, um processo acelerado de descentralização da gestão da saúde, porém a distribuição de recursos técnicos e financeiros não acompanhou essa celeridade. Os poderes públicos passaram a exercer papel regulador e os estados e municípios passaram a ser responsáveis pelos processos que resultam no acesso do cidadão aos serviços de saúde regionalmente disponibilizados. Dentre os processos de regulação existentes, o que trata da alocação de leitos hospitalares é o objeto de interesse deste trabalho. Foi realizada uma coleta de dados primários em um Hospital Regional (HR) que atende à região Sul e Sudeste do Estado do Pará e foi adotada uma abordagem qualitativa com a aplicação de questionários semi-estruturados à equipe responsável pelos processos de regulação da alocação de leitos hospitalares no período de 05/09 a 15/10 de 2010. O estudo empreendido buscou compreender os fatores informacionais e tecnológicos computacionais relacionados aos processos de gestão dos leitos disponíveis naquele HR. Através da tabulação dos dados e informações obtidos via questionários e entrevistas pessoais, uma discussão a respeito dos indicadores obtidos foi empreendida na busca pela compreensão dos processos, o grau de aplicação de Tecnologias da Informação e Comunicação nos processos internos de regulação, aspectos de infra-estrutura de tecnologia da informação e a percepção da equipe quanto às oportunidades de melhorias existentes naquele HR. Palavras chave: Regulação Hospitalar, Leitos Hospitalares, Tecnologia da Informação
  • 6. Índice 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 19 1.2 METODOLOGIA ............................................................................................................................................ 20 1.3 POPULAÇÃO................................................................................................................................................. 21 1.4 DADOS: TIPOS E TÉCNICA DE COLETA .......................................................................................................... 21 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................................................... 21 2.1 COMPLEXOS DE REGULAÇÃO ....................................................................................................................... 23 2.2 AS ESTATÍSTICAS HOSPITALARES................................................................................................................. 25 3 ANÁLISE DE RESULTADOS........................................................................................................................ 27 3.1 INSTRUMENTOS DE COLETA......................................................................................................................... 28 3.2 DISCUSSÃO .................................................................................................................................................. 29 3.3 REGULAÇÃO DE LEITOS............................................................................................................................... 36 3.3.1 Procedimentos para Regulação dos Leitos......................................................................................... 37 3.3.2 Controle Ambulatorial........................................................................................................................ 38 3.3.3 Controle de leitos................................................................................................................................ 38 4 CONCLUSÕES ................................................................................................................................................ 42 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................ 44 APÊNDICE A ...................................................................................................................................................... 46 APÊNDICE B ...................................................................................................................................................... 48 APÊNDICE C ...................................................................................................................................................... 51 APÊNDICE D ...................................................................................................................................................... 54
  • 7. Índice de Tabelas TABELA 1 - COMPLEXOS REGULADORES ASSISTENCIAIS .......................................................... 24 TABELA 2 - FREQUENCIA: PRIMEIRA PERGUNTA - RECEPCIONISTAS..................................... 30 TABELA 3 - FREQUENCIA: PRIMEIRA PERGUNTA – MÉDICOS..................................................... 31
  • 8. Índice de Gráficos GRÁFICO 1 - HABILIDADES EM INFORMÁTICA BÁSICA - RECEPCIONISTAS .............................. 30 GRÁFICO 2 - HABILIDADES EM INFORMÁTICA BÁSICA – MÉDICOS REGULADORES .............. 32 GRÁFICO 3 - DETALHES SISTEMAS SUS – RECEPCIONISTAS ....................................................... 33 GRÁFICO 4 - SERVIÇOS DE CONEXÃO INTERNET – COLABORADORES DO HR....................... 34 GRÁFICO 5 - CONHECIMENTOS EM SISTEMAS SUS - RECEPCIONISTAS................................... 34 GRÁFICO 6 - CONHECIMENTOS EM SISTEMAS SUS – MÉDICOS .................................................. 35 GRÁFICO 7 - DETALHES SISTEMAS SUS – MÉDICOS........................................................................ 36 GRÁFICO 8 - CONSUMO DE TEMPO – REALIZAÇÃO DO CENSO DE LEITOS.............................. 39 GRÁFICO 9 - RESPONSABILIDADE PELA SOLICITAÇÃO DE CENSO ............................................. 40
  • 9. 1 Introdução Este trabalho atenta para o setor de saúde do Brasil, onde há um mecanismo de regulação médica de urgência e de leitos, e que tem na figura do médico regulador um papel crítico na defesa dos direitos do paciente. Tal papel está associado a um processo de oferta da melhor resposta às demandas do paciente, a partir do acolhimento universal imerso em uma lógica de hierarquia de necessidades. Há, nesse teatro, uma procura básica pela documentação das ofertas não disponíveis que permita aos gestores mapear as estratégias de adequação às realidades locais. Assim, encontramos nos mecanismos de regulação um painel vocacionado à observação e instrumentalização de planejamento ajustados às necessidades da população(1) . A partir dos anos de 1990 surgiram discussões sobre o papel regulador do Estado que, à época, adotou uma política de substituição do seu caráter de provedor direto de serviços públicos pelo modelo de regulador de serviços terceirizados. Como aspecto mais notório, tem sido observado que o governo vem enfrentando dificuldades na imposição do interesse público nas relações com os prestadores privados de serviços de saúde, levando à restrição da abrangência de disponibilização da rede privada existente ao Sistema Único de Saúde (SUS)(2) . Tal situação implica na necessidade premente de elevação da eficiência da rede pública disponível, o que nos remete aos esforços de compreensão e investimento em soluções, notadamente as tecnológicas, que possam contribuir para com a melhoria dos serviços prestados. Motivado por uma manifestação da Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Pará (SESPA), junto ao Grupo de Estudos em Automação de Negócios (GEAN), da Universidade Federal do Pará, e que está sob minha coordenação, foi promovida a realização de uma pesquisa visando identificar oportunidades de melhorias ligadas ao controle de leitos e à central de regulação instalada em um Hospital Regional (HR) que é, quanto à sua capacidade de lotação, enquadrado como de médio porte pela classificação do Ministério da Saúde/Datasus(3) , possuindo 105 leitos, distante 683 km de Belém e que atende a diversos municípios das regiões sul e sudeste daquele Estado. A investigação empreendida neste trabalho buscou responder às seguintes questões: 1. Qual o grau eficácia e eficiência da regulação no atendimento secundário, na perspectiva da alocação de leitos, percebido pelos colaboradores daquele HR?
  • 10. 2. Qual o grau de contribuição das Tecnologias de informação e comunicação para com o processo de regulação de leitos naquele HR? 3. O que é possível sugerir para contribuir para com a eficiência dos mecanismos de controle da alocação de leitos? Com tais questões em mente, constitui-se em objetivo geral a descrição dos fatores, percebidos pelos profissionais responsáveis, que veem impactando os processos de regulação da alocação de leitos implantados naquele Hospital Regional (HR), responsável pelo atendimento de diversos municípios da região sul e sudeste do Pará. No que tange aos processos de regulação da alocação de leitos, o rol de objetivos específicos deste trabalho é o que se segue: 1. Descrever os processos atuais empregados naquele HR; 2. Identificar os fatores informacionais que afetam seus processos; 3. Descrever o grau de familiaridade dos colaboradores daquele HR com mecanismos computacionais porventura disponíveis no ambiente de trabalho; 4. Descrever a qualidade percebida pelos colaboradores em relação à infraestrutura tecnológica disponibilizada para o exercício de suas atividades; 5. Colher as percepções dos colaboradores em relação às oportunidades de melhorias em termos do emprego de tecnologias da informação e comunicação. 1.2 Metodologia Este estudo possui características de pesquisa exploratório-descritiva, dado que busca constatar fenômenos ou fatos visando a compreensão dos processos ligados à alocação de leitos em um Hospital Regional e descrever os fenômenos relacionados a esses processos. Com uma abordagem qualitativa, tem preocupação com a compreensão da lógica que permeia a prática que se dá na realidade, preocupando-se com um nível de realidade que não pode ser quantificado(4) . Esta pesquisa pode ser defina como pesquisa de dados primários, pois se dá através da coleta de dados e informações a partir de situações empíricas.
  • 11. 1.3 População O HR objeto de estudo possui uma equipe de 03 (três) médicos responsáveis pela regulação e 06 (seis) recepcionistas subordinados a 01 (hum) supervisor. Esta equipe forneceu os dados utilizados neste trabalho. 1.4 Dados: tipos e técnica de coleta A obtenção de dados explorados nesta pesquisa se deu basicamente de fontes primárias, aplicando-se questionários contendo perguntas fechadas, abertas e duplas, caracterizados como instrumentos semi-estruturados e não disfarçados. Os questionários foram aplicados pessoalmente no período de 05/09 a 15/10 de 2010. 2 Fundamentação Teórica Em meados dos anos 1990, verificou-se uma progressiva transferência aos estados e, em especial, a municípios, de responsabilidades pelos serviços e ações de saúde. Porém, a ênfase na descentralização político-administrativa dirigida à municipalização verificada não teve suporte adequado, impactando negativamente na qualidade dos atendimentos. Isto se deveu, em sua maior parte, ao fato de a grande maioria dos municípios ser de pequeno porte e possuir uma pequena base econômica de sustentação. Além do aspecto econômico daqueles municípios, fatores ligados à carência de base técnica local focada na formulação, planejamento, implementação e gestão de políticas públicas municipais para a saúde também afetaram negativamente o atendimento prestado à população(5) . A equidade na distribuição de recursos e serviços voltados à promoção da saúde têm sido o foco da formulação e implementação de políticas públicas por diversos países do mundo. No Brasil, a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), trouxe consigo o compromisso de prestar assistência universal e integral, de forma equanime e de boa qualidade (5) , mas a escalada da demanda por uma assistência cada vez mais complexa, aliada ao fato de não haver o proporcional crescimento direto da oferta de serviços, tornam desafiadora a materialização do acesso à população a uma assistência de forma adequada, oportuna e de acordo com suas necessidades. No que diz
  • 12. respeito ao atendimento secundário, a distribuição e gestão de leitos hospitalares no Brasil vem apresentando inadequação, com excesso de oferta em alguns locais e a falta em outros. Além disso, há ainda inadequação devido à baixa complexidade dos leitos ou ainda por problemas de qualidade dos cuidados ofertados (5) . Se o serviço público de saúde apresenta fragilidades, há de se imaginar que venha ocorrendo um paulatino fortalecimento do setor de saúde suplementar. Porém, as relações que se estabelecem entre as operadoras de planos de saúde e os prestadores de serviços afetam negativamente a qualidade dos serviços prestados, interferindo no modelo assistencial de maneira a poder induzir à não atenção mais integral ao paciente. Há nessas relações uma ênfase, via de regra, na forma de contratualização, de remuneração e aos instrumentos de regulação não financeiros, dentre os quais podem ser destacadas as restrições na utilização de alguns serviços intermediários e a adoção de autorizações prévias, dentre outros mecanismos(6) . Ademais, há uma curva crescente de serviços contratados pelo SUS que buscam viabilidade existencial, do ponto de vista financeiro, por intermédio de planos de saúde. Assim, tais serviços submetem pacientes por uma triagem que visa identificar aqueles que podem ou não utilizar determinados serviços, segundo critérios econômicos e com consequente retração progressiva da oferta de serviços para o SUS. Esses fatores explicam em parte a baixa oferta de leitos para internação(7) . Como indicadores que reforçam a discussão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou pesquisa onde denotou uma regressão no número de leitos disponíveis para internação no Brasil. A pesquisa considerou a oferta tanto em estabelecimentos públicos quanto privados, verificando uma queda na taxa de leitos por 1.000 (mil) habitantes de 2,4 para 2,3 entre 2005 e 2009. Tal resultado contrasta com as recomendações do Ministério da Saúde (MS), que estima entre 2,5 a 3 leitos disponíveis por mil habitantes. Houve, em números absolutos, um decréscimo de 11.214 (onze mil e duzentos e quatorze) leitos no período 2005-2009, com atuais 64,6% das ofertas no âmbito dos estabelecimentos privados e 35,4% das ofertas no âmbito dos estabelecimentos públicos. Particularmente, a região norte apresentou a pior situação verificada pela pesquisa, ofertando 1,8 leitos por mil habitantes. Reforçando as dificuldades do SUS em relação às instituições privadas de saúde, o estudo assinalou que houve queda de 12,2% na disponibilidade de leitos, sendo que a região nordeste sofreu queda de 23%. Chama a atenção o fato de que em termos de leitos disponíveis apenas para o SUS, a taxa de leitos por 1.000 habitantes caiu de 2,3 para 1,6 em âmbito Brasil e 1,5 em âmbito de região norte(8) .
  • 13. Observando os aspectos até aqui elencados e face aos últimos indicadores divulgados pelo IBGE, a insuficiência de leitos evidenciada suscita uma preocupação com as questões de eficiência da gestão dos leitos disponíveis nos hospitais vinculados ao SUS. A inadequação dos indicadores em relação às recomendações do MS aponta para um demanda por maiores investimentos advindos do poder público. Em especial e de maneira urgente, se deve observar os aspectos de eficiência no trato da regulação, visando contribuir para com o uso mais consistente dos escassos recursos disponíveis. 2.1 Complexos de regulação O Plano Diretor de Regionalização (PDR) instituiu a regionalização em todos os Estados, sendo esta incluída na Programação Pactuada e Integrada – PPI, onde são efetuados os pactos intergestores (União, Estados e Municípios), para garantia de acesso da população aos serviços de saúde. Assim, é desencadeado o planejamento das ações regionais agregadas aos fluxos regulados municipais. O planejamento deve ser concernente com a capacidade instalada de serviços de saúde, permitindo-se dimensionar a capacidade de oferta dos serviços a uma região, bem como operar as referências intermunicipais e interestaduais, possibilitando apontar desajustes entre o perfil da rede e os parâmetros assistenciais de necessidade(9) . Com a existência de um Plano Diretor (PD), os fluxos de pacientes e de investimentos passam a ser melhor direcionados. Aliado a um Plano de Investimentos (PI), o PD torna possível a racionalização da oferta e a distribuição dos recursos tecnológicos de forma mais equânime. Assim, planos e programas elaborados por gestores se tornam mais consistentes, “uma vez que estão calçados numa realidade de oferta de ações e serviços, respaldando, também de forma importante, a construção da Programação Pactuada e Integrada ( PPI)” (10) . Como fonte de informação subsidiária à reformulação de ações, a regulação assume papel significativo. “As estruturas que compõem o Complexo Regulador devem se articular com as outras ações da Regulação da Atenção à Saúde como a Contratação, o Controle Assistencial e a Avaliação, e com outras funções de gestão como a programação e a regionalização”(11) . Assim, a regulação se dá por meio dos Complexos Reguladores Assistenciais, que formam um conjunto agregado de ações regulatórias do acesso à assistência e comportam três tipos de Centrais de Regulação, conforme a tabela 1.
  • 14. CENTRAL ABRANGÊNCIA Central de Regulação de Urgência Regula o atendimento pré-hospitalar de urgência, realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Central de Regulação de Internações Responsável pela regulação dos leitos hospitalares dos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS Central de Regulação de Consultas e Exames Responsável pela regulação do acesso dos pacientes às consultas especializadas, aos Serviços de Apoio à Diagnose e Terapia (SADT), e aos procedimentos ambulatoriais especializados TABELA 1 - Complexos Reguladores Assistenciais Em 2006 a aprovação das Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde - Consolidação do SUS – trouxe, em seu bojo, os princípios orientadores do processo de regulação do acesso, estabelecendo que a regulação deve ser preferencialmente do município, de acordo com o desenho da rede de assistência pactuado na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) – formada por gestores Estaduais e Municipais(12) . Embora o modelo de constituição das CIB tenha sido pré-estabelecido dentro das Diretrizes Operacionais supracitada, cada Estado teve como incumbência estabelecer os parâmetros regimentais que norteariam o funcionamento de suas comissões. Após seus estágios iniciais, onde uma série de frustrações na tentativa de estabelecimento da práxis da regulação, A CIB, no caso do Pará, instituiu em 2007 um regimento no qual as comissões que a compunham originalmente foram extintas e Câmaras Técnicas (CT) foram criadas como se segue: 1. Câmara de Atenção à Saúde; 2. Câmara de Vigilância em Saúde; 3. Câmara de Assistência Farmacêutica; 4. Câmara de Gestão e Financiamento;
  • 15. 5. Câmara de Informação e Informática; 6. Câmara de Recursos Humanos. A CIB/PA é constituída paritariamente por 14 membros, sendo 07 representantes da Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA) e 07 Secretários Municipais de Saúde indicados pelo Colegiado de Secretários Municipais de Saúde – COSEMS(13) . A regulação do HR estudado neste trabalho é realizada no âmbito estadual, sendo que o hospital possui uma Central de Regulação (CR) própria responsável pelo controle de leitos instalada em suas dependências. Uma empresa privada, contrata pela SESPA, é responsável pelo atendimento aos pacientes que se enquadram no perfil de atendimento daquele HR, sendo que no contrato realizado entre a empresa contratada e o Estado as definições sobre as características do perfil de atendimento do paciente já estão declaradas. 2.2 As estatísticas hospitalares Há muito o governo central vem se preocupando com a geração de informações estatísticas sobre a saúde no Brasil. Registros de Censos Hospitalares e definições relativas ao cálculo do censo hospitalar, incluindo a contagem da oferta de leitos existentes no país e definição de parâmetros para a alocação de recursos hospitalares e ambulatoriais são verificados desde meados da década de 1946. Visando dar maior fidedignidade às informações e registros na área de saúde, em meados da década de 1980, ocorreu a sistematização de termos e conceitos a serem empregados nos serviços de saúde. Quando da implantação do Sistema Único de Saúde/SUS, definido A partir da Constituição Brasileira de 1988, as formas de gestão e financiamento do sistema foram repensadas de maneira profunda. A regulamentação do SUS acontece em setembro de 1990 e, em 2002, o Ministério da Saúde (MS), através da Secretaria de Assistência à Saúde (SAS), editou uma nova padronização da nomenclatura do censo hospit1 alar, por meio da portaria 312 de 30 de abril de 2002. Vários 1 Brasil. Ministério da Saúde.Portaria SAS 312/2002. PADRONIZAÇÃO DA NOMENCLATURA DO CENSO HOSPITALAR: Série A. Normas e Manuais Técnicos. 2.a edição revista. Brasília: MS; 2002.
  • 16. conceitos foram alterados, modificando a nomenclatura dos leitos e definindo indicadores para a gestão hospitalar a serem utilizados nos diversos níveis de planejamento e gestão da rede de serviços de saúde no país. Para a avaliação de desempenho hospitalar, geralmente se emprega alguns indicadores que são mensalmente analisados sob o foco gerencial voltado aos serviços disponibilizados, contribuindo de maneira significativa para com o mecanismo de regulação do sistema de regulação nacional. Dentre os indicadores mais empregados, destacam-se os da taxa de ocupação, da média de permanência, do índice de rotatividade, do intervalo de substituição, da taxa de mortalidade hospitalar e institucional. Nesse sentido (gerencial), “a qualidade dos dados e os cuidados na interpretação são essenciais para que este uso seja válido e de fato as decisões possam contribuir para aprimoramento da assistência hospitalar” (14) . Os registros ligados aos leitos disponíveis são, geralmente, realizados pela equipe de enfermagem. Após registros feitos em planilhas de modo manual, os dados são digitados num sistema de informação que trata de distribuí-los em rede e através de seus Bancos de Dados de maneira automática. Porém, as fórmulas adotadas, os registros do movimento dos pacientes pelos profissionais nos sistemas informatizados e as formas de extração desses dados pelos gerentes dos sistemas de informação determinam os resultados obtidos. Inicialmente implantados de maneira discreta e departamentalizada nas organizações hospitalares, os sistemas de processamento de dados paulatinamente foram sendo integrados e evoluídos para alcançar as áreas de assistência direta ao paciente(16) . Do ponto de vista da construção de sistemas de informação, houve falhas metodológicas amplamente documentadas na literatura de Engenharia de Software, pois no ápice da adoção de Tecnologias da Informação e Comunicação em termos operacionais, notadamente na década de 1990, o modelo de processo de desenvolvimento dos softwares não levava em conta a visão do usuário (e principal interessado nas funcionalidades do produto tecnológico final). Assim, cada instituição hospitalar, em momentos distintos, produziu suas ferramentas tecnológicas informatizadas sem a devida observância das padronizações canônicas necessárias ao intercâmbio e à qualidade de dados e das informações, comprometendo os resultados da gestão de recursos, tais como os financeiros, cujos repasses podem depender da fidedignidade e tempestividade das informações. A consolidação das estatísticas hospitalares se vincula ao processo de mensuração do uso adequado de um leito hospitalar por período maior que 24 (vinte e quatro) horas, caracterizando
  • 17. uma internação. Porém, “...a falta de definição de unidades de internação ou leitos específicos para atendimento de procedimentos de curta permanência dificulta o registro diferenciado desse tipo de atendimento, para que não seja incluído no censo”(16) . Os procedimentos ligados à observação, diagnose e terapêutica de curta permanência (menos de doze horas) são excluídos das estatísticas censitárias por norma, necessitando de tratamento informacional específico para não prejudicar a geração dos indicadores. A consistência de uma informação referente a um leito depende da tempestividade com que sua situação de ocupação é informada, exigindo uma sistemática continuidade no fornecimento da mesma sob pena de, em caso da não observância de tal requisito, provocar incongruências estatísticas em relação às fontes de informação. Cumulativamente, há ainda dificuldades associadas à não aderência ou ainda a não capacitação de profissionais para o uso de tecnologias de informação, que podem ser mitigadas pela disponibilização de computadores e softwares ajustáveis ao perfil de cada usuário. Políticas de Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação inadequadas podem levar à rejeição, por parte dos profissionais, ao uso dos recursos informacionais tecnológicos disponibilizados. Assim, práticas alternativas de registro de informações podem se desenvolver, acentuando a inconsistência dos dados e informações gerados pelos sistemas gerenciais empregados. Durante as entrevistas realizadas para a elaboração deste trabalho, ficou aparente a insatisfação com as informações de controle dos leitos, sendo citadas as dificuldades de registrar de maneira precisa a situação de cada leito, a sua alocação e o estado do mesmo, quer seja pela condição de vacância, ocupação ou indisponibilidade (por manutenção de limpeza ou corretiva). As incongruências das informações fornecidas pelo censo manual contrastam com o potencial de um censo automatizado, onde padrões de nomenclatura aplicados podem permitir a melhora significativa da precisão das informações, bem como uma frequência de atualização dos dados pode prover agilidade e satisfação do ponto de vista da gestão. 3 Análise de Resultados Percebendo a necessidade de um levantamento de dados que permitissem embasar a discussão de um ferramental tecnológico alinhado com a proposta deste trabalho, foi realizada uma pesquisa diagnóstica, no período de 05 de setembro a 15 de outubro de 2010, em uma Instituição
  • 18. hospitalar pública instalada na cidade de Marabá. Foram consultados 10 (dez) profissionais em saúde lotados naquele hospital com os seguintes perfis: • 03 (três) médicos responsáveis pela regulação dos leitos. Esses profissionais são funcionários concursados ou contratados pela SESPA e têm como principal responsabilidade verificar se o paciente possui ou não perfil para ser internado no HR; • 06 (seis) recepcionistas/enfermeiros, responsáveis por realizar o censo que mapeia a situação dos leitos existentes; • 01 (hum) supervisor em enfermagem, responsável pelo controle da rotina da equipe de recepcionistas/enfermeiros no tocante ao censo de leitos. 3.1 Instrumentos de Coleta Questionários foram elaborados separadamente, embora possuam similaridades, os médicos reguladores, recepcionistas e para o supervisor. Estes questionários destinaram-se à realização de um diagnóstico referente a aspectos ligados ao levantamento de dados e a eficácia da rotina implantada para promover o controle de alocação de leitos. Tal diagnóstico visou permitir uma abordagem heurística adequada para a construção de conceitos a respeito da regulação de leitos daquele HR. A aplicação dos questionários, no que tange aos processos de regulação da alocação de leitos, buscou: • Descrever os processos atuais empregados naquele HR; • Identificar os fatores informacionais que afetam seus processos; • Descrever o grau de familiaridade dos colaboradores daquele HR com mecanismos computacionais porventura disponíveis no ambiente de trabalho; • Descrever a qualidade percebida pelos colaboradores em relação à infraestrutura tecnológica disponibilizada para o exercício de suas atividades; • Colher as percepções dos colaboradores em relação às oportunidades de melhorias em termos do emprego de tecnologias da informação e comunicação.
  • 19. Após a aprovação pelo Comitê de Ética do HR em tela, questionários foram aplicados aos profissionais em saúde envolvidos com o processo de regulação de leitos. Os instrumentos de pesquisa utilizados encontram-se nos apêndices de A a D deste trabalho. Para o apêndice A, consta o questionário voltado à investigação quanto ao grau de adoção e de aderência a elementos de TIC entre os colaboradores do HR. Sendo denominado “tabela unificada”, foi aplicado a médicos e recepcionistas. Para o apêndice B, consta o questionário que foi especificamente aplicado aos médicos reguladores. Embora haja algumas questões em comum, o questionário possui algumas especificidades que tentam fornecer informações quanto à rotina e às percepções dos médicos em relação ao processo de regulação de leitos. De maneira análoga ao apêndice B, os apêndices C e D apresentam os instrumentos de coleta de dados voltados aos recepcionistas e à sua supervisão, ambos envolvidos com os processos de regulação de leitos daquele HR. Houve dificuldades com relação à disponibilidade dos médicos reguladores para realização das entrevistas, quer seja pelas escalas de trabalho desenvolvidas por eles dentro do HR ou pelas atividades externas à Entidade. Por parte dos recepcionistas/enfermeiros, as questões de escala de trabalho também influenciaram no tempo gasto para concluir o processo de coleta de dados. Além disso, a execução de um planejamento de férias daquele HR e algumas licenças médicas desfalcaram o quadro de colaboradores, ampliando o prazo previsto para conclusão da referida coleta. 3.2 Discussão Como ponto de partida desta pesquisa, buscou-se obter informações quanto à percepção dos colaboradores daquele HR em termos de habilidades com ferramentas de automação de escritórios. Tal abordagem visa inferir o grau de proximidade dos profissionais com ferramentas de TIC, sendo que a escolha da suíte de programas Microsoft Office teve por motivação o fato de ser esta uma solução amplamente conhecida pelos iniciados em uso da informática básica e também pelo fato de a mesma possuir um amplo parque instalado, inclusive dentro daquele HR. Entre os recepcionistas, responderam a este quesito 5 (cinco) dos seis elementos entrevistados.
  • 20. Questão 1 – Recepcionistas (percentuais) Ferramenta Nenhum Pouco Regular Básico Avançado WORD - - - 100 - EXCEL - 25 25 50 - ACCESS - 50 50 - POWER POINT - - 50 50 - INTERNET - - - 75 25 Compact. Arquivos - - 50 50 - WINDOWS - - - 75 25 TABELA 2 - Frequencia: primeira pergunta - Recepcionistas O gráfico 1 apresenta os percentuais de auto-avaliação dos recepcionistas que responderam ao questionário. Há uma forte indicação de que entre os colaboradores predominam conhecimentos básicos em ferramentas de automação de escritórios, havendo uniformidade de nível de conhecimento para o uso de editor de texto. Observa-se que 75% dos recepcionistas informaram que possuem conhecimentos básicos no uso da internet. Aqui cabe salientar que o conceito de “básico” adotado é o de habilidades fundamentais, que são minimamente essenciais para a execução de uma tarefa que exija conhecimentos específicos. GRÁFICO 1 - Habilidades em informática básica - Recepcionistas
  • 21. Para a mesma pergunta, dos três médicos reguladores consultados, apenas dois responderam a todos os quesitos. A tabela 3 apresenta a freqüência das respostas obtidas. Percentuais Questão 1 – Médicos Reguladores Nenhum Pouco Regular Básico Avançado WORD - 33,33 - 33,33 33,33 EXCEL - - 50 50 - ACCESS - 50 50 - - POWER POINT - - - 50 50 INTERNET - - - 66,67 33,33 Compact. Arquivos - 50 50 - - WINDOWS - - - 66,67 33,33 TABELA 3 - Frequencia: primeira pergunta – Médicos É possível visualizar que houve maior incidência de respostas em conhecimentos básicos para o aspecto de uso do sistema operacional Windows e para a Internet.
  • 22. GRÁFICO 2 - Habilidades em informática básica – Médicos Reguladores Considerando que houve frequencia similar entre médicos reguladores e recepcionistas para habilidades com a Internet, na questão 7 lhes foi perguntado quanto à disponibilidade e grau de satisfação com os serviços de Internet disponíveis para a execução de suas tarefas. Curiosamente houve, por parte dos recepcionistas, 100% de freqüência na declaração de que não possuem acesso à rede mundial de computadores naquele HR, embora um dos recepcionistas tenha relatado que “há dois programas utilizados pelo Recepcionista: EZ HES e SAS (internet)”. Porém, foi possível observar pelo gráfico 3 que todos os respondentes declararam possuir algum grau de conhecimento no manuseio do Sistema de Centrais de Regulação (SISREG), que é um software cuja interface é web (veiculadas via rede mundial de computadores).
  • 23. GRÁFICO 3 - Detalhes Sistemas SUS – Recepcionistas Tal incongruência nas respostas pode ser derivada do fato de que, à época da pesquisa, o HR se utilizava de uma infovia estadual denominada Navegapará, que em Marabá ofertava largura de banda de 13,75 Gbps, mas que não possuía estabilidade adequada, ficando recorrentemente por vários dias indisponível devido a falhas na infra-estrutura de comunicação de dados. Já entre os médicos, houve a declaração de que 66,67% estão satisfeitos com os serviços de conexão web disponibilizados no HR.
  • 24. GRÁFICO 4 - Serviços de Conexão Internet – Colaboradores do HR Questionados quanto à frequencia com que visitam o sítio web do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), a totalidade dos recepcionistas informou que nunca acessaram o portal daquele órgão, bem como 2/3 (dois terços) dos médicos informaram que raramente o visitam. Questionados quanto à participação em algum fórum de discussão sobre os sistemas do Datasus, todos os declarantes, médicos e recepcionistas, negaram freqüentar sítios dessa natureza. GRÁFICO 5 - Conhecimentos em Sistemas SUS - Recepcionistas
  • 25. Quanto à frequência de visitação ao sítio web da Secretaria de Saúde do Estado do Pará, 2/3 (dois terços) dos recepcionistas declararam nunca ou raramente visitá-lo, contra a mesma proporção de médicos que declararam visitar aquele sítio algumas vezes por mês. As declarações acima induzem à noção de que não há uma política elaborada de sistemática distribuição da informação via Tecnologias da Informação e Comunicação naquele HR, havendo subutilização do potencial gerencial de coleta e distribuição de dados e informações que permitiriam melhor alinhamento dos colaboradores com os objetivos organizacionais do SUS. Daí podemos inferir o baixo grau de conhecimento quanto aos sistemas SUS disponíveis, mesmo se considerarmos que as atividades desenvolvidas pelos colaboradores não tem obrigatoriamente ligação com toda a gama de soluções Datasus disponíveis (gráficos 3, 6 e 7). GRÁFICO 6 - Conhecimentos em Sistemas SUS – Médicos
  • 26. GRÁFICO 7 - Detalhes Sistemas SUS – Médicos Com relação aos equipamentos computacionais disponíveis para execução de suas tarefas, 2/3 (dois terços) dos recepcionistas informaram que não há um aparelho de fax no HR, contra 1/3 dos médicos que fizeram a mesma afirmação. Ainda há de se notar que 1/3 dos médicos informou que não há computadores disponíveis para o desenvolvimento de suas atividades, embora o restante deles informasse que havia a disponibilidade de equipamentos de média e alta performance. Novamente incongruências são detectadas, passando a impressão de que parte dos colaboradores, independente de categoria e classe funcional, desconhecem os recursos de TIC empregados naquela instituição hospitalar, eventualmente impactando de modo negativo na produtividade das equipes lá existentes. 3.3 Regulação de Leitos Antes de analisarmos os resultados da pesquisa realizada, cabe aqui uma breve descrição da forma de operação da alocação de leitos realizada no HR em tela. As informações aqui
  • 27. apresentadas foram fornecidas em entrevista pelo supervisor dos recepcionistas que realizam o censo dos leitos, tendo sido corroboradas pelos médicos reguladores. 3.3.1 Procedimentos para Regulação dos Leitos Em termos de controle dos leitos, o setor de Regulação recebe e atualiza a contagem de vacância de todos os leitos através de documento impresso chamado “censo”, a partir do qual se baliza para o atendimento às solicitações dos municípios. Este censo deve ser atualizado três vezes por dia ou sempre que houver alta de paciente ou uma nova internação. Um município, ao demandar por um leito, conta com a emissão de um laudo sobre o estado atual do paciente que informa se haverá necessidade encaminhamento para leito comum ou diretamente para leito de UTI. Este laudo é emitido por um médico ligado à prefeitura por concurso ou por contrato de prestação de serviços. O Médico Regulador (MR), que pode ser tanto um funcionário contratado quanto concursado pela SESPA, tem a responsabilidade de verificar se o paciente possui ou não perfil para ser internado no HR. O MR utiliza o laudo médico emitido pelo médico do município solicitante para então emitir um parecer informando se o paciente possui o perfil de atendimento do HR. Como resultante desse procedimento uma das situações abaixo pode ocorrer: a) Caso o paciente se enquadre no perfil de atendimento do Hospital Regional o MR o encaminha para o setor de Triagem/acolhimento. Neste novo setor o paciente será avaliado por um médico contratado pela empresa Pró-Saúde, que é responsável por confrontar as informações contidas no laudo médico municipal com sua situação física real. b) Caso o paciente não apresente o perfil de atendimento do HR, este é contra-referenciado, ou seja, o paciente é encaminhado para outros serviços que tenham condições de atendê-lo ou é encaminhado de volta ao seu município de origem. Em qualquer das situações descritas acima, o Médico Regulador deve ser consultado para que o setor de Regulação autorize ou não a internação do paciente. Contudo, a passagem do paciente pelo HR deve ser armazenada em armários de arquivos por um período de cinco anos. Para o caso de situçãoes de obstetrícias, a permanência de armazenamento prolonga-se por até 21 anos.
  • 28. 3.3.2 Controle Ambulatorial Entendendo o ambulatório como um conjunto de clínicas especializadas, cujo número de médicos varia conforme a demanda, verifica-se que o controle ambulatorial é feito pelos municípios, pois a Central de Regulação (CR) disponibiliza quotas de atendimento de acordo com o numero da população de cada município, sendo essas quotas mensalmente informadas via ofícios e são geradas pela CR de acordo com a oferta de serviço versus população do município. Quem informa a necessidade de um determinado paciente ser encaminhado para o HR é o Serviço Municipal de Saúde do município demandante, porém a CR acompanha o paciente, desde o município de origem até seu efetivo atendimento. 3.3.3 Controle de leitos Especificamente sobre a regulação de leitos do HR estudado neste trabalho, os questionários destinados aos profissionais de saúde buscaram fornecer uma visão, a mais abrangente possível, que possibilitasse descrever os processos de controle de leitos atualmente empregados naquele HR, bem como identificar os fatores informacionais que afetam tais processos. A primeira questão destinada aos Médicos Reguladores (MR), solicitou que se informasse a quantidade de leitos que estavam sendo administrados. Cada médico apresentou um número distinto de leitos, variando nos números de 87, 97 e 105 cada. Como resposta à pergunta sobre quantas vezes ao dia cada MR recebia atualização das informações de situação dos leitos, novamente não houve consenso, sendo fornecidos os números de 3 (três), 4 (quatro) e 6 (seis) vezes ao dia, sendo que todos os MR informaram que a atualização das informações se dá em períodos superiores a 2 (duas) horas. A supervisão da equipe de recepcionistas fixou que a atualização acontece 6 (seis) vezes ao dia consumindo de 30 (trinta) a 60 (sessenta) minutos para se completar cada levantamento. Para estes mesmos quesitos, os recepcionistas variaram suas respostas entre três e sete levantamentos de situação dos leitos ao dia, consumindo um tempo superior a uma hora e trinta minutos em 50% dos casos (gráfico 8). Novamente há incongruências nos números apresentados, o que pode indicar minimamente que há falhas de comunicação entre os colaboradores envolvidos nos processos de regulação de leitos.
  • 29. GRÁFICO 8 - Consumo de tempo – realização do Censo de Leitos Quanto ao modo como o processo do censo de leitos é realizado, 60% dos recepcionistas afirmaram que uma atualização das informações censitárias dos leitos é solicitada por um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade (gráfico 9), casando com a resposta dada pela supervisão da equipe. Porém, houve relatos de que servidores contratados (não efetivos) também realizam tais solicitações.
  • 30. GRÁFICO 9 - Responsabilidade pela solicitação de Censo Inquiridos sobre a forma como as informações do censo são registradas, 2/3 (dois terços) dos MR informaram que o processo é semi-automatizado, havendo transcrição de dados registrados manualmente para um sistema informatizado, resposta essa que coincidiu com o informado pela supervisão da equipe de recepcionistas e pelos próprios recepcionistas em sua totalidade. Um dos médicos informou que o processo é realizado manualmente, ocorrendo a transcrição de anotações para formulário e posterior arquivamento em papel. Quanto à consistência das informações obtidas no censo, 2/3 (dois terços) dos MR informaram que ela é insatisfatória, sendo que um dos MR informou que “atualmente a central de regulação e o médico regulador são os últimos a saberem de vacância de leito, principalmente por falta de um sistema modulador de leitos”. Tal afirmação nos remete à eficiência do procedimento de atualização do censo. Inquiridos sobre este aspecto, 40% dos recepcionistas e a supervisão da equipe consideraram o procedimento como de eficiência moderada, 40% consideraram o processo satisfatoriamente eficiente. Houve reporte, por parte da supervisão e de 1/3 (um terço) dos recepcionistas, de que o procedimento já foi parcialmente modificado. Porém, outros 1/3 dos recepcionistas não souberam informar quanto a alterações nos procedimentos e houve um relato de que “Há cinco meses que atua nessa área e não houve modificações no procedimento”. A eficiência do controle de leitos, na visão unanime dos MR, é moderada. Há relato de equivocos relacionados à alocação/desalocação de leitos em 100% das respostas dos recepcionistas e no depoimento da supervisão de equipe. Houve um relato por parte de um MR de que “1. Ocorre
  • 31. vezes que o paciente já foi internado no leito e ainda não aparece no censo; 2. A informação de leitos livre é demorada; 3. Por vezes aparecimento de pacientes em leitos trocados", enquanto outro relata que “Por vezes ele (censo) quando vem já vem desatualizado” e, por fim, outro relata que “há necessidade de confirmação sobre a chegada e ocupação do leito”. A supervisão da equipe de recepcionistas assinalou que a melhoria do procedimento de verificação dos leitos poderia ocorrer “quando todos os envolvidos no processo tiverem consciência da importância das informações relativas a: tempo de higienização; tempo de manutenção; tempo de preparo do leito (enfermagem e lavanderia/hotelaria); movimentação de pacientes pela enfermagem, etc”. Os recepcionistas assinalaram, para o mesmo quesito, que: • poderia haver um sistema informatizado que fizesse realizasse o processo de liberação de leitos automaticamente; • “...com melhoras nos sistemas e programas que possam agilizar o cadastro de pacientes e computadores que estejam a nível de ser utilizados para o trabalho no Hospital, devido grande quantidades de dados a serem arquivados”; • “Com um programa que CONTATE com uma tabela do POVO os usuários internando e na frente de cada nome tivesse campos com alternativa/altas/revisão de alta com isso todos que acessassem o sistema terão a informação no ato do acesso.”; • “Alocar uma pessoa para que seja exclusiva do censo.”; • “O sistema deve conferir a alta automaticamente ao paciente, pois pode acontecer de o paciente sair sem aguardar a conclusão do procedimento de liberação (alta) ou demorar-se para recebê-la ou ainda, o próprio enfermeiro (escriturário) autorize.”; Por fim, inquiridos sobre a ocorrência de rejeição da internação de pacientes por falta de leitos, foram obtidos os seguintes relatos por parte dos MR: • “Sim várias vezes principalmente em leitos de UTI, onde a rotatividade é lenta a demanda e grande e a disponibilidade quantitativa inferior à procura. Ocorre dias em que os 10 leitos estão ocupados e temos mais de 20 cadastros na espera.”; • “Sempre quando paciente chega já possui um leito, mesmo em procura direta é recebido e fica aguardando no acolhimento.”; • “Não”.
  • 32. As visões divergentes entre os diversos colaboradores sobre as questões que envolvem os processos de regulação de leitos superam as convergências, podendo indicar dificuldades de realização da gestão interna de recursos. 4 Conclusões Embora se entenda que há escassez de recursos, quer sejam humanos ou materiais, e tanto mais por este fato, sugere-se a ponderação quanto à racionalização e profissionalização dos processos ligados à regulação dos leitos hospitalares do HR pesquisado. Isto pode ser obtido através de avaliações sistemáticas, valorizando a atuação dos colaboradores através de esforços em treinamento e investimento em melhoria da comunicação interna e externa, ampliação da disponibilização de equipamentos computacionais e a ampliação da adesão Institucional e dos colaboradores ao uso de Tecnologias da Informação e Comunicação para apoiar os processos de registro de situações de leitos, contribuindo direta e indiretamente para a melhoria do atendimento hospitalar. Assim, é possível superar os desencontros informacionais existentes entre os colaboradores, bem como mitigar as situações onde há um baixo índice de adesão aos padrões de procedimento firmados interna e externamente no trato da regulação. Os colaboradores lotados no HR em tela apresentaram percepções moderadas quanto à eficiência e à eficácia dos processos de regulação de leitos do atendimento secundário prestado. Dentre os fatores que se pode verificar, destaca-se o grau de inconsistência das informações obtidas pelo censo de leitos hospitalares realizado. Tal aspecto se evidencia quando médicos reguladores relatam de maneira discrepante a quantidade de leitos disponíveis. Em um dos relatos, quando perguntados se todos os leitos existentes são utilizados e disponíveis para internação, um médico afirmou que sim, todos são utilizados, outro afirmou que há “Atualmente temos 12 leitos bloqueados alem dos 97 em uso e onde 1 (hum) encontra-se na Clínica que nunca funciona na UTI Neo”, superando em sua contagem o número de leitos existentes naquele HR e o último médico informou que há 13 leitos indisponíveis por estarem em manutenção. O grau de contribuição das TIC no processo de regulação de leitos possui duas vertentes: uma interna e outra externa. No caso do HR estudado, a vertente interna é bastante incipiente, quer seja pela falta de equipamentos, pela falta de sistemas melhor adaptados ou ainda pela baixa adesão dos colaboradores ao uso de computadores devido à indisponibilidade dos mesmos ou
  • 33. ainda pela falta de treinamento adequado. A vertente externa também enfrenta dificuldades, particularmente no tocante à robustez da infra-estrutura de comunicação de dados lá existente. A mídia jornalística vem divulgando amplamente estatísticas, outros relatos e denúncias por todo o território nacional no que se refere à escassez de leitos hospitalares e à dificuldade da população na obtenção de atendimento secundário, notadamente na internação hospitalar. Mesmo compreendendo que o universo de profissionais consultados foi pequeno e apenas uma instituição foi estudada quanto aos processos de regulação de leitos, há de se imaginar que a situação retratada pela pesquisa realizada neste trabalho possa ser refletida junto a outras equipes de outras instituições hospitalares no território nacional.
  • 34. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. MARTINEZ-ALMOYNA, M. & NITSCHKE, C.A.S. (Org.). Regulação médica dos serviços de atendimento médico de urgência. SAMU. Brasil. 1998. 2. Secretaria de Estado da Saúde – Governo do Estado do Paraná. Londrina, 2009. Tomimatsu MFI. Instrumentos de Regulação: Projeto de Qualificação de Gestores 17ª RS. Londrina:SESPR; 2009. 3. KUWABARA, CCT. Avaliação de sistemas de informações - Estudo de Caso em um Hospital- Escola Público. Londrina. Dissertação [Mestrado em Administração]. Universidade Estadual de Maringá; 2003. 4. MINAYO MC. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Rio de Janeiro: Abrasco; 2007. 5. Castro ALB, Machado CV. A política de atenção primária à saúde no Brasil: notas sobre a regulação e o financiamento federal. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26(4):693-705, abr, 2010. 6. Castro MSM, Travassos C., Carvalho MS. Efeito da oferta de serviços de saúde no uso de internações hospitalares no Brasil. Revista Saúde Pública 2005; 39(2):277-84, ago, 2004. 7. Ugá MAD, Vasconcellos MM, Lima SML, Portela MC, Gherschman S. Mecanismos de microrregulação aplicados por operadoras de planos de saúde sobre hospitais privados. Rev Saúde Pública 2009;43(5):832-8, abr,2009 8. Evangelista PA, Barreto SM, Guerra HL. Central de regulação de leitos do SUS em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: avaliação de seu papel pelo estudo das internações por doenças isquêmicas do coração. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(4):767-776, abr, 2008. 9. Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas da Saúde – Assistência Médico-Sanitária 2009. Rio de Janeiro:IBGE; 2010.
  • 35. 10.Silva JMB. A gestão do fluxo assistencial regulado no sistema único de saúde. Disponível em http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=24560&janela =2. Acessado em 02 nov 2010. 11.Plano diretor de regionalização: PDR 2008 - Secretaria de Estado da Saúde. – Florianópolis: IOESC, 2008. Disponível em http://portalses.saude.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid= 2524&Itemid=82. Acessado em 10 out 2010. 12.Secretaria da Saúde – Governo do Estado da Bahia. Salvador, SD. Regula Saúde: Complexos Reguladores. [citado em: 12 nov 2010]. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/regulasaude/complexo_regulador.asp 13.Pará.Secretaria Estadual de Saúde do Pará. Resolução CIB/PA 053. Belém: SESPA; 2007. 14. Brasil. Ministério da Saúde.Portaria GM/MS 399. Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do referido Pacto. Brasília: MS; 2006. 15.Af Pará.Secretaria Estadual de Saúde do Pará. Resolução CIB/PA 053. Belém: SESPA; 2007. 16.Schout Denise, Novaes Hillegonda Maria Dutilh. Do registro ao indicador: gestão da produção da informação assistencial nos hospitais. Ciênc. saúde coletiva [serial on the Internet]. 2007 Aug [cited 2010 Nov 30] ; 12(4): 935-944. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 81232007000400015&lng=en. doi: 10.1590/S1413-81232007000400015 17.Secretaria da Saúde – Governo do Estado da Bahia. Salvador, SD. Regula Saúde: Complexos Reguladores. [citado em: 12 nov 2010]. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/regulasaude/complexo_regulador.asp 18.MARTINEZ-ALMOYNA, M. & NITSCHKE, C.A.S. (Org.). Regulação médica dos serviços de atendimentomédico de urgência. SAMU. Brasil. 1998.
  • 36. APÊNDICE A Questionário Comum Aplicado a Médicos Reguladores e Recepcionistas FICHA “PERFIL DO USUÁRIO” – TABELA UNIFICADA MUNICIPIO: ___________________________________________ TELEFONE: ( ) _______________ NOME:________________________________________________ EMAIL:___________________________ CARGO: ______________________________________________ VÍNCULO (Efetivo ou Temporário):___ QUESTIONÁRIO 1. De acordo com a tabela abaixo indique o seu grau de conhecimento nos programas listados. 1. Nenhum 3. Pouco 5.Regular 7. Básico 10. Avançado WORD EXCEL ACCESS POWER POINT INTERNET Compactadores de arquivos (WINZIP e/ou WINRAR) WINDOWS 2. Como você avalia seus conhecimentos em relação aos sistemas do SUS? Nenhum Pouco Regular Básico Avançado 3. De acordo com a tabela abaixo indique o seu grau de conhecimento nos programas do SUS listados: 1. Nenhum 3. Pouco 5.Regular 7. Básico 10. Avançado BPA APAC SISCOLO SISPRENATAL SIA FPO MAGNÉTICA CNES SISAIH 01 CIH SIHD Tabela Unificada Módulo Autorizador de AIH
  • 37. TABSIA e/ou TABAIH SISREG 4. Com que frequência você acessa o site do DATASUS a procura de atualizações para os programas que utiliza? Diariamente Semanalmente Mensalmente Raramente Nunca visitou 5. Participa de algum fórum de discusão sobre os sistemas DATASUS? Em caso afirmativo informe quais. Sim _________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ Nâo 6. Costuma utilizar o site da Secretaria de Saúde do Estado do Pará? Sim, diariamente Sim, algumas vezes por semana Sim, todas as semanas Sim, algumas vezes por mês Sim, raramente Não, nunca 7. Informe aqui a capacidade técnica dos seus equipamentos disponíveis para o exercício de suas atividades: Computador 0. Não Tem 1. Baixa Performance 5. Média Performance 10. Alta Performance Impressora 0. Não Tem 3. Matricial 7. Jato De Tinta 10. Laser Fax 0. Não Tem 10. Tem Internet 0. Não Tem 5. Insatisfatória 10. Satisfatória
  • 38. APÊNDICE B Questionário Específico Aplicado a Médicos Reguladores (aplicado em conjunto com o questionário do apêndice A) 1. Quantos leitos existem sob sua administração? (indique no espaço reservado) Leitos 2. Quantas vezes por dia você recebe a atualização do censo dos leitos? (indique no espaço reservado) Vezes 3. Essa atualização acontece em períodos constantes do dia? (se sim, por favor, informar em qual período acontece) 0. Ocorre a cada vacância de um leito (período aleatório) 1. Ocorre a intervalos entre 30 minutos a 1 hora 5. Ocorre a intervalos entre 1 hora e 2 horas 10. Ocorre a intervalos superiores a 2 duas horas 4. A verificação de vacância dos leitos é realizada: 10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de dados 5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado 1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel 0. Não há verificação de vacância. 5. A verificação de ocupação dos leitos é realizada: 10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de dados 5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado 1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel 0. Não há verificação de ocupação. 6. Quem realiza o censo dos leitos? 0. Não há responsável direto responsável pela atividade 1. Um servidor contratado (terceirizado) diretamente responsável pela atividade 5. Um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade 10. Qualquer servidor contratado ou efetivo em cumprimento de jornada de trabalho e
  • 39. responsável pela atividade 7. Meu grau de interferência na decisão pela alocação de um leito é: 10. Interfiro em todos os casos de ocupação 5. Minha interferência ocorre eventualmente sob demanda 1. Não interfiro: a alocação é determinada pela sistemática de controle de leitos 0. outro. Especificar: _________________________________________________________________ 8. As informações obtidas através do censo são sempre consistentes? 0. Não há consistência 5. Consistência Insatisfatória 10. Consistência Satisfatória 9. Existe algum sistema que o ofereça algum tipo de suporte tecnológico no momento de avaliar a disponibilidade de leitos? 0. Não há 10. Há. Especifique: ____________________________________________ 10.Você utilizaria um sistema que lhe permitisse visualizar em tempo real o status de ocupação/desocupação do leito? 10. Não percebo valor num sistema desta natureza 5. Penso que seria de baixa utilidade 1. Penso que seria parcialmente util 0. Penso que seria de grande utilidade Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo.
  • 40. 11.Já aconteceu de pacientes que apresentam o perfil de internação - de acordo com a política do hospital - não serem internados por falta de leitos disponíveis? Em caso positivo, comente o que a(s) razão(ões)? 12.O maior número de solicitações de leito ocorre: 0. Em finais de semana e feriados 1. Durante o turno da noite 5. Durante o turno da manhã 10. Durante o turno da tarde 15. Não há período determinado (imprevisibilidade) 13.Você considera eficaz o controle atualmente exercido sobre os leitos? 10. Sem opinião 5. Insatisfatoriamente eficaz 1. eficácia moderada 0. Satisfatoriamente eficaz 14.Você considera eficiente o controle realizado atualmente sobre os leitos? 10. Sem opinião 5. Insatisfatoriamente eficiente 1. eficiência moderada 0. Satisfatoriamente eficiente 15.Você sugere alguma melhoria para otimização do processo de controle dos leitos? 16.Que dificuldades você apontaria a respeito do censo – quanto ao recebimento e consistência da informação nele contida? 17.Todos os leitos existentes são utilizados e disponíveis para internação?
  • 41. APÊNDICE C Questionário Específico Aplicado aos Recepcionistas (aplicado em conjunto com o questionário do apêndice A) RESPONSÁVEL PELA REALIZAÇÃO DO CENSO: 1. Quanto tempo é consumido para realização completa do censo dos leitos? 0. Não é realizada a contagem completa do censo 1. Ocorre entre 30 minutos e 1 hora 5. Ocorre entre 1 hora e 1:30 min (uma hora e trinta minutos) 10. Demanda um tempo superior a 1:30 min (uma hora e trinta minutos) 2. Quem solicita a atualização desse censo? 0. Não há responsável direto pela atividade 1. Um servidor contratado (terceirizado) diretamente responsável pela atividade 5. Um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade 10. Qualquer servidor contratado ou efetivo em cumprimento de jornada de trabalho e responsável pela atividade 3. Quantas vezes por dia você atualiza o censo dos leitos? (indique no espaço reservado) Vezes 4. Essa atualização acontece em períodos constantes do dia? (se sim, por favor, informar em qual período acontece) 0. Sempre que há vacância de um leito (período aleatório) 1. Em intervalos entre 30 minutos a 1 hora 5. Ocorre a intervalos entre 1 hora e 2 horas 10. Ocorre a intervalos superiores a 2 duas horas 5. Qual o procedimento de atualização do censo dos leitos? 10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de dados 5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado 1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel 0. Não há verificação de vacância.
  • 42. 5.1 De que maneira essa atualização é realizada? 0. O status de vacância acontece via telefone, onde outro funcionário informa a situação do leito 1. Todos os leitos são percorridos individualmente e é verificado o status de cada leito 5. É realizada apenas a verificação dos leitos alocados para pacientes internados 10. Não há verificação de vacância. 6. Você considera eficiente o procedimento de atualização do censo? 0. Satisfatoriamente eficiente 1. Eficiência moderada 5. Insatisfatoriamente eficiente 10. Sem opinião Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo. 7. Você utilizaria um sistema que lhe permitisse realizar o censo em tempo real e disponibilizasse o status de ocupação/desocupação dos leitos? 10. Não percebo valor num sistema desta natureza 5. Penso que seria de baixa utilidade 1. Penso que seria parcialmente util 0. Penso que seria de grande utilidade Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo. 8. O procedimento de atualização do censo dos leitos sempre foi executado da mesma forma? 0. Sim, este procedimento sempre foi realizado da mesma forma 1. Não, foram efetuadas alterações parciais 5. Não, pois este procedimento nunca sofreu alterações 10. Não sei informar
  • 43. 9. Você já presenciou algum equívoco relacionado à ocupação/desocupação de leitos, durante a realização do censo? 0. Não, nunca presenciei e nunca ouvi relatos a respeito 1. Não, nunca presenciei, mas já ouvi relatos a respeito 3. Sim, já presenciei 5. Sem opinião 10. Não, nunca presenciei 10.Caso você esteja terminando o censo dos leitos e aconteça uma nova internação, você é informado dessa nova internação? 0. Não sou informado 10. Sim, sou informado. Especifique de que forma você é informado: __________________________________________ 11.De que forma você acredita que este procedimento de verificação de disponibilidade do leito pode ser melhorado ou otimizado?
  • 44. APÊNDICE D Questionário Específico Aplicado à Supervisão RESPONSÁVEL PELA REALIZAÇÃO DO CENSO 1. Quanto tempo é consumido para realização completa do censo dos leitos? 0. Não é realizada a contagem completa do censo 1. Ocorre entre 30 minutos e 1 hora 5. Ocorre entre 1 hora e 1:30 min (uma hora e trinta minutos) 10. Demanda um tempo superior a 1:30 min (uma hora e trinta minutos) 2. Quem solicita a atualização desse censo? 0. Não há responsável direto pela atividade 1. Um servidor contratado (terceirizado) diretamente responsável pela atividade 5. Um servidor efetivo diretamente responsável pela atividade 10. Qualquer servidor contratado ou efetivo em cumprimento de jornada de trabalho e responsável pela atividade 3. Quantas vezes por dia você atualiza o censo dos leitos? (indique no espaço reservado) Vezes 4. Essa atualização acontece em períodos constantes do dia? (se sim, por favor, informar em qual período acontece) 0. Sempre que há vacância de um leito (período aleatório) 1. Em intervalos entre 30 minutos a 1 hora 5. Ocorre a intervalos entre 1 hora e 2 horas 10. Ocorre a intervalos superiores a 2 duas horas 5. Qual o procedimento de atualização do censo dos leitos? 10. Automaticamente: não há transcrição – sistema automatizado faz coleta de dados 5. Semi-automatizado: transcrição de anotações para um sistema informatizado 1. Manualmente: transcrição de anotações para formulário e arquivamento em papel 0. Não há verificação de vacância.
  • 45. 5.1 De que maneira essa atualização é realizada? 0. O status de vacância acontece via telefone, onde outro funcionário informa a situação do leito 1. Todos os leitos são percorridos individualmente e é verificado o status de cada leito 5. É realizada apenas a verificação dos leitos alocados para pacientes internados 10. Não há verificação de vacância. 6. Você considera eficiente o procedimento de atualização do censo? 0. Satisfatoriamente eficiente 1. Eficiência moderada 5. Insatisfatoriamente eficiente 10. Sem opinião Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo. 7. Você utilizaria um sistema que lhe permitisse realizar o censo em tempo real e disponibilizasse o status de ocupação/desocupação dos leitos? 10. Não percebo valor num sistema desta natureza 5. Penso que seria de baixa utilidade 1. Penso que seria parcialmente util 0. Penso que seria de grande utilidade Se desejar, comente sua resposta a esta questão neste espaço abaixo. 8. O procedimento de atualização do censo dos leitos sempre foi executado da mesma forma? 0. Sim, este procedimento sempre foi realizado da mesma forma 1. Não, foram efetuadas alterações parciais 5. Não, pois este procedimento nunca sofreu alterações 10. Não sei informar
  • 46. 9. Você já presenciou algum equívoco relacionado à ocupação/desocupação de leitos, durante a realização do censo? 0. Não, nunca presenciei e nunca ouvi relatos a respeito 1. Não, nunca presenciei, mas já ouvi relatos a respeito 3. Sim, já presenciei 5. Sem opinião 10. Não, nunca presenciei 10.Caso você esteja terminando o censo dos leitos e aconteça uma nova internação, você é informado dessa nova internação? 0. Não sou informado 10. Sim, sou informado. Especifique de que forma você é informado: __________________________________________ 11.De que forma você acredita que este procedimento de verificação de disponibilidade do leito pode ser melhorado ou otimizado?