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A Filosofia das Luzes


         O século XVIII é o século das Luzes ou do Iluminismo. Este conceito evoca,
antes de mais, a luz da Razão (inteligência, esclarecimento). O raciocínio humano
seria o meio de atingir o progresso em todos os campos (científico, social, politico,
moral). Por contraposição, os autores identificavam, nesta época, a ignorância com as
trevas.
         A corrente filosófica iluminista acreditava na existência de um direito natural
– um conjunto de direitos próprios da natureza humana (e, como tal, naturais),
nomeadamente:
         • a igualdade entre todos os homens;
         • a liberdade de todos os homens (em consequência da igualdade, “nenhum
             homem tem uma autoridade natural sobre o seu semelhante”, escrevia
             Jean-Jacques Rousseau; porém, este direito natural não previa a abolição
             das diferenças sociais);
         • o direito à posse de bens (tendo em conta que o pensamento iluminista se
             identifica com os anseios da burguesia em ascensão);
         • o direito a um julgamento justo;
         • o direito à liberdade de consciência (a moral era entendida como natural,
             independentemente da crença religiosa).
         O pensamento iluminista defendia, assim, que estes direitos eram universais,
isto é, diziam respeito a todos os seres humanos e, por isso, estavam acima das leis de
cada Estado. Os Estados deveriam, antes, usar o poder politico como meio de
assegurar os direitos naturais do Homem e de garantir a sua felicidade.
         Paralelamente, o Iluminismo pugnava pelo individualismo: cada indivíduo
deveria ser valorizado, independentemente dos grupos em que se integrasse.
         Jean-Jacques Rosseau defende a soberania do povo. É o povo que, de livre
vontade, transfere o poder para os governantes mediante um pacto (ou contrato
social). Consegue, desta forma, respeitar a vontade da maioria sem perder a sua
liberdade. Em troca, os governantes têm de actuar com justiça, sob pena de serem
depostos.
         Montesquieu defende a doutrina da separação dos poderes (legislativo,
executivo e judicial) como garantia de liberdade dos cidadãos.
         Voltaire advoga a tolerância religiosa e a liberdade de consciência: o
pensamento religioso que criou, o deísmo, rejeita as religiões instituídas, centrando-se
na adoração a um Deus bom, justo e poderoso, criador do Universo .
         Estas ideias foram aplicadas na prática, nas revoluções liberais, sob a forma
das constituições políticas.
         Os ideias iluministas contribuíram para acabar com o Antigo Regime, pois:
         1. A defesa do contrato social transforma o súbdito passivo e obediente em
             cidadão interventivo; deste modo, e ao contrário do que no Antigo
             Regime, “um povo livre (...) tem chefes e não senhores”.
         2. A teoria da separação dos poderes acaba com o poder arbitrário exercido
             no Antigo Regime.
         3. A ideia de tolerância religiosa conduz à separação entre a Igreja e o
             Estado, presente nos regimes liberais.
         4. A teoria do direito natural leva a que os iluministas condenem todas as
             formas de desrespeito pelos direitos humanos (tortura, pena de morte,
escravatura...), contribuindo para alterar a legislação sobre a justiça em
vários países.

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  • 1. A Filosofia das Luzes O século XVIII é o século das Luzes ou do Iluminismo. Este conceito evoca, antes de mais, a luz da Razão (inteligência, esclarecimento). O raciocínio humano seria o meio de atingir o progresso em todos os campos (científico, social, politico, moral). Por contraposição, os autores identificavam, nesta época, a ignorância com as trevas. A corrente filosófica iluminista acreditava na existência de um direito natural – um conjunto de direitos próprios da natureza humana (e, como tal, naturais), nomeadamente: • a igualdade entre todos os homens; • a liberdade de todos os homens (em consequência da igualdade, “nenhum homem tem uma autoridade natural sobre o seu semelhante”, escrevia Jean-Jacques Rousseau; porém, este direito natural não previa a abolição das diferenças sociais); • o direito à posse de bens (tendo em conta que o pensamento iluminista se identifica com os anseios da burguesia em ascensão); • o direito a um julgamento justo; • o direito à liberdade de consciência (a moral era entendida como natural, independentemente da crença religiosa). O pensamento iluminista defendia, assim, que estes direitos eram universais, isto é, diziam respeito a todos os seres humanos e, por isso, estavam acima das leis de cada Estado. Os Estados deveriam, antes, usar o poder politico como meio de assegurar os direitos naturais do Homem e de garantir a sua felicidade. Paralelamente, o Iluminismo pugnava pelo individualismo: cada indivíduo deveria ser valorizado, independentemente dos grupos em que se integrasse. Jean-Jacques Rosseau defende a soberania do povo. É o povo que, de livre vontade, transfere o poder para os governantes mediante um pacto (ou contrato social). Consegue, desta forma, respeitar a vontade da maioria sem perder a sua liberdade. Em troca, os governantes têm de actuar com justiça, sob pena de serem depostos. Montesquieu defende a doutrina da separação dos poderes (legislativo, executivo e judicial) como garantia de liberdade dos cidadãos. Voltaire advoga a tolerância religiosa e a liberdade de consciência: o pensamento religioso que criou, o deísmo, rejeita as religiões instituídas, centrando-se na adoração a um Deus bom, justo e poderoso, criador do Universo . Estas ideias foram aplicadas na prática, nas revoluções liberais, sob a forma das constituições políticas. Os ideias iluministas contribuíram para acabar com o Antigo Regime, pois: 1. A defesa do contrato social transforma o súbdito passivo e obediente em cidadão interventivo; deste modo, e ao contrário do que no Antigo Regime, “um povo livre (...) tem chefes e não senhores”. 2. A teoria da separação dos poderes acaba com o poder arbitrário exercido no Antigo Regime. 3. A ideia de tolerância religiosa conduz à separação entre a Igreja e o Estado, presente nos regimes liberais. 4. A teoria do direito natural leva a que os iluministas condenem todas as formas de desrespeito pelos direitos humanos (tortura, pena de morte,
  • 2. escravatura...), contribuindo para alterar a legislação sobre a justiça em vários países.