Este documento descreve a trajetória da ESPM e seu compromisso com a responsabilidade social desde a sua fundação em 1951. A ESPM sempre priorizou a formação ética dos alunos e a prática da responsabilidade social por meio de iniciativas como a ESPM Social, que realiza projetos com ONGs e comunidades carentes. O documento também detalha alguns dos projetos da ESPM Social em São Paulo, como consultorias pro bono para organizações sem fins lucrativos e trabalhos em comunidades para gerar renda.
7. D
esde a aprovação do projeto de Rodolfo Lima Martensen, por Assis
Chateaubriand, em 27 de outubro de 1951, a formação de profissionais éticos
e responsáveis socialmente vem orientando a estratégia da instituição.
A então chamada Escola de Propaganda do Museu de Arte de
São Paulo (Masp) surgiu como uma associação sem fins lucrativos, fruto
da união de um grupo de profissionais que passaram a lecionar após
o expediente. O momento era de efervescência na área da propaganda no Brasil e, portanto,
havia necessidade de jovens publicitários bem treinados. A Escola começou a suprir essa
lacuna, preparando os primeiros “recrutas” com formação teórica completa do País.
Na verdade, a Escola iniciou suas atividades como contribuição de toda uma
classe a um projeto definitivamente útil à sociedade. Assim foi, durante 20 anos – de 1951
a 1971 –, o período em que Rodolfo Lima Martensen dirigiu a Escola, rodeado por outros
profissionais de igual estatura. Esses fundadores nos legaram, acima de tudo, valores.
No princípio da década de 1970, assumiu a presidência da instituição outro
grande nome do nosso panteão: Otto Scherb. O novo gestor recebeu a Escola ainda
bem pequena e resolveu inovar, de acordo com as necessidades do momento. Com esse
empenho, conseguiu aprovar o nosso primeiro curso no MEC – o de Comunicação Social
com habilitação em Publicidade e Propaganda. A Escola transformou-se em faculdade, foi
para outro local e passou a oferecer a formação universitária de quatro anos.
7
8. relatório sociocultural
De lá para cá, muita coisa mudou. A ESPM
(Escola Superior de Propaganda e Marketing) cresceu,
ampliou a grade de cursos de graduação e pós-graduação,
o número de alunos, professores e unidades, expandindo
as atividades em São Paulo, Rio de Janeiro e Sul.
Tudo isso sem perder as raízes no mercado e reagir às
suas solicitações, aos seus estímulos.
Assim transcorreram os 25 anos da gestão de
Francisco Gracioso (1981-2007), hoje nosso conselheiro,
que empresta o nome ao campus da Rua Dr. Álvaro
Alvim, e os dois anos da administração de Luiz Celso de
Piratininga – breves, mas profícuos.
Nessa trajetória, a ESPM precisou amadurecer
sua missão e seus valores para atender com qualidade
às demandas da sociedade, mas conservando o espírito
da Escola. Afinal, somos uma sociedade sem fins
lucrativos, que aplica na melhoria da própria instituição –
em mais instalações, equipamentos, recursos humanos,
treinamento de professores, etc. – tudo o que arrecada.
De muitas formas essa postura beneficia os
alunos, que participam do princípio do equilíbrio, de
contribuição para a comunidade à qual pertencemos.
Mais do que falar em responsabilidade social, nós a
praticamos – como na antiga imagem de que oração
8
9. ESPM 2010
é gesto. Não basta a teoria, tem de haver a prática.
E a ESPM, pelas diversas ações empreendidas, vem
se firmando como uma boa praticante. Mais que isso:
busca fazer com que seus 11 mil alunos levem essa
forma de agir no mundo para toda a vida.
A ESPM sempre se preocupou com a formação
holística do aluno, mas hoje em dia isso conta mais
ainda na vida profissional. Essa capacidade de enxergar
o necessário no futuro é, sem dúvida, componente da
nossa fórmula de sucesso. Não basta estar sintonizado
com as necessidades do mercado, é preciso ficar sempre
um passo além. Por isso, a Escola está dedicando
tanta atenção à globalização, à internacionalização
e ao intercâmbio. Essas características tendem a se
intensificar no decorrer da década. O Brasil vai se tornar,
cada vez mais, parte do mundo. Isso exige capacidade
de competição global. E nossos alunos estão sendo
preparados para atuar como cidadãos do mundo,
valorizando a ética nas relações e o desenvolvimento
sustentável da humanidade.
J. Roberto Whitaker Penteado
Diretor-presidente
9
10. relatório sociocultural
Por um mundo melhor
O primeiro Relatório Sociocultural da
ESPM foi publicado quando a Escola completava
55 anos. Agora, às vésperas do 60º aniversário,
vejo, com alegria, que avançamos bastante na
priorização da responsabilidade social como
estratégia da instituição.
Isso pode ser comprovado, nas
páginas deste relatório, em vários setores da
nossa atividade. Nos currículos dos nossos
cursos, por exemplo.
O próprio mercado vem exigindo
profissionais preparados nessa área, capazes
de conduzir suas empresas para contribuir
no desenvolvimento sustentável. Um jovem
com essa formação é, hoje, uma espécie de
“objeto de desejo” das organizações sérias,
atuando em um ambiente global, amplamente
regulamentado e competitivo.
Também nas ações praticadas
pela Escola, em São Paulo, Rio de Janeiro
e Sul, com destaque à parceria com a
Citi Foundation, entrando no seu segundo ano.
10
11. ESPM 2010
Elas ocorrem na sala de aula e fora dela, em
atividades que fazem a diferença para ONGs
e comunidades de baixo IDH. Por meio delas,
os alunos absorvem uma experiência que
permanecerá ao longo de suas vidas profissional
e pessoal.
O relatório também mostra as
muitas iniciativas no campo cultural. Esta é
uma área de grande investimento da ESPM,
porque comunicação e cultura se alimentam
reciprocamente. Para uma instituição de ensino
superior de excelência comprovada no âmbito
da comunicação, é obrigação colaborar nesse
sentido.
Finalmente, é abordado outro foco
importante de nossas ações: a geração de
conhecimento, por meio de pesquisas e produção
acadêmica, primeira necessidade para que a
ESPM mantenha sua posição de liderança na
missão de formar profissionais éticos e inovadores.
Armando Ferrentini
Presidente do Conselho Deliberativo
11
13. C
omo costuma ressaltar o diretor-presidente da ESPM, professor J. Roberto
Whitaker Penteado, a ESPM nasceu de uma ação de responsabilidade
social. Em 1951, quando Pietro Maria Bardi, fundador do Museu de Arte de
São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), sugeriu ao publicitário e jornalista
Napoleão de Carvalho que convidasse o escritor e também publicitário
Rodolfo Lima Martensen para estruturar um curso na área – algo inexistente
até então no País –, o compromisso era com a formação dos publicitários da época.
Essa mentalidade inspirou a Escola de Propaganda do Museu de Arte de São
Paulo, ao reunir grandes profissionais do mercado para dar sua contribuição de maneira
voluntária à iniciativa – e nada era cobrado dos interessados em frequentar as aulas. Com
um passado como esse, não é surpresa que o presente da ESPM seja igualmente marcado
por um compromisso com a palavra de ordem dos novos tempos: sustentabilidade.
Conceito sob o qual estão inseridos os quatro aspectos da responsabilidade social:
ambiental, social, cultural e econômico.
Como fruto dessa trajetória, a ESPM Social atua no âmbito de iniciativas,
programas e projetos da Escola, com a filosofia de trazer ao meio acadêmico de suas
três unidades – São Paulo, Rio de Janeiro e Sul – a discussão e a prática da atitude
sustentável.
13
14. relatório sociocultural
Onde tudo começou: São Paulo
Na unidade paulista, a ESPM Social apareceu, informalmente, no fim dos anos 1990, por
uma ação articulada de um grupo de alunos. Mobilizados pelas temáticas abordadas em sala de aula pelo
professor Ismael Rocha Jr., hoje diretor de Extensão e Operações da Escola, os jovens buscavam colocar em
prática a teoria com a qual estavam tomando contato.
A ESPM não demorou a perceber o potencial da iniciativa e, em 2001, formalizou a ação, com
a criação da ESPM Social, a ser gerida por alunos e sob a coordenadoria de um professor. “A partir daí, ocorreu
um processo de amadurecimento pelo qual a entidade foi se consolidando”, explica o atual coordenador
da Social, professor Carlos Frederico Lúcio. “A institucionalização dessas questões, por meio da ESPM
Social, revela, na verdade, essa preocupação constante da Escola com discussões como ética,
responsabilidade social, sustentabilidade e meio ambiente.”
Naquele ano, a ESPM Social formou parcerias institucionais com o programa Universidade
Solidária (UniSol), concebido e liderado pela ex-primeira-dama, Ruth Cardoso. O ano 2002 marcou a
primeira ida a campo, com destino a Maragogi (AL) e Belém de Maria (PE). É desse mesmo ano o início da
consultoria para ONGs, que já envolveu cerca de 550 alunos em mais de 70 trabalhos. Em 2003, a Social
concebeu e implementou o projeto Arimaman, de apoio às comunidades do Ariri, Marujá e Mandira, no litoral
sul de São Paulo. A parceria com o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp)/Escola Paulista de Medicina, Fundação Itesp (Instituto de Terras do Estado
de São Paulo) e Prefeitura de Cananeia ganhou o 8º Prêmio UniSol/Banco Real. Outro destaque da atuação
é de 2006, quando foi realizada a produção do vídeo para o relatório socioambiental da Unilever. A iniciativa
conseguiu articular as três unidades da ESPM (São Paulo, Rio de Janeiro e Sul).
A estrutura organizacional da ESPM Social de São Paulo é composta por diferentes frentes
de trabalho, cada qual com suas equipes. Juntas, elas dão conta de um amplo leque de atuações –
14
15. ESPM 2010
de consultorias de marketing pro bono para organizações do terceiro setor a trabalhos em comunidades com
baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), passando por eventos internos, ações externas, projetos
especiais e a realização do Prêmio Renato Castelo Branco de Responsabilidade Social na Propaganda. Ao
todo, a entidade conta hoje com o trabalho voluntário de 60 alunos, dos cinco cursos de graduação da Escola:
Projeto Arimaman - Mandira/2003
16. relatório sociocultural
Administração, Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda, Comunicação Social
com habilitação em Jornalismo, Design e Relações Internacionais. “A ESPM lança mão de trabalhos externos
feitos com alunos ligados à ESPM Social – nas ONGs e comunidades em geral – para
despertar neles a consciência de responsabilidade social”, esclarece o coordenador.
Marketing no terceiro setor
O trabalho para instituições do terceiro setor usa o instrumental de
marketing tratado em sala de aula para diagnosticar os problemas de estrutura e gestão em
organizações não governamentais (ONGs) – e também identificar pontos fortes e oportunidades
que o ambiente lhes oferece –, a fim de buscar melhores formas de desempenho.
“No caso de uma empresa, você faz essa análise com objetivos claramente
mercadológicos”, revela Carlos Lúcio. “Ou seja, o reposicionamento da companhia,
dos seus produtos, de sua marca, a conquista de novos mercados, enfim, o crescimento.
Mas, no caso de um trabalho com o terceiro setor, não faz muito sentido falar em mercado.”
Por isso, as equipes de consultores se detêm em elaborar planos
de marketing e comunicação com a finalidade de propor alternativas viáveis para pontos
como visibilidade, captação de recursos e relacionamento com o público beneficiado.
“Nesse sentido, o principal problema das ONGs é conseguir financiamento”, informa o
coordenador da Social. “Isso inclui elementos para ajudar na captação, quais os parceiros
possíveis, se iniciativa é privada ou Estado, etc.”
Era esse o maior desafio enfrentado pela Associação dos Pais Banespianos
de Excepcionais (Apabex), um dos clientes da Social. A organização sempre teve um
16
17. ESPM 2010
enfoque na qualidade do atendimento e na gestão interna das atividades. Havia, no entanto, carência de um
trabalho sistematizado voltado para a imagem e captação de recursos. Hoje existe uma equipe encarregada
da parte de relações institucionais, mas a Apabex ainda procura mais profissionalização
na área de marketing e comunicação, além de uma metodologia para ser implantada
ao longo do tempo.
Desde a criação, a ESPM Social atendeu 77 instituições. No início,
a capacidade era limitada, três ONGs por semestre. A partir do primeiro semestre de
2009, no entanto, como resultado de uma parceria com a Citi Foundation, fundação
ligada ao Citibank, essa produção saltou para 20 organizações beneficiadas por
semestre, graças aos recursos financeiros aplicados pela instituição na Social das
três unidades da ESPM.
Ferramentas para a geração de renda
Outro ponto forte da ESPM Social de São Paulo é o trabalho em
comunidades de baixo IDH. O princípio é parecido com o atendimento a ONGs – ou
seja, buscar alternativas de melhoria por meio do instrumental oferecido pelo marketing
e pela gestão. Porém, nesse caso, toda uma comunidade se beneficia, e a meta final
é sugerir opções para a geração de renda do local.
A mais recente dessas ações foi realizada, em 2009, no município de Barra
do Turvo, região do Vale do Ribeira, Estado de São Paulo. Sob a orientação de dois
professores, 20 alunos da ESPM Social ficaram dez dias na cidade, a fim de observar
a realidade econômica e cultural da região e assim propor um plano de negócios
17
18. relatório sociocultural
adequado às suas necessidades. “Fizemos essa imersão durante as férias”, conta o professor Carlos Lúcio.
“Um trabalho 100% voluntário, ou seja, nem os professores nem os alunos envolvidos receberam para realizá-lo.”
Além do plano de negócios para a geração de renda no município – segundo o coordenador,
um local de poucos recursos, em que era possível explorar atividades como o artesanato e a agricultura –,
a equipe também executou atividades de capacitação para professoras da rede municipal de ensino.
“Nós, como escola de comunicação, podíamos oferecer ferramentas para os docentes melhorarem o
desempenho em sala de aula”, complementa o professor.
O projeto começou com quatro frentes de atuação: gestão municipal, pequenos
agricultores, agroflorestas e comunidades quilombolas – no campo do turismo e de oficinas profissionalizantes.
19. ESPM 2010
Barra do Turvo na visão dos alunos
Para Amanda N. Gandolpho, 19 anos, aluna do curso de Comunicação da ESPM de São
Paulo, o trabalho em Barra do Turvo foi uma experiência transformadora. “Pessoas que nunca estiveram
na ESPM Social – e que talvez nunca tivessem pensado em prestar a Social –, se envolveram com a
comunidade”, relata. A jovem faz parte da equipe desde o primeiro semestre de 2009, quando ingressou
na faculdade. Para ela, não há vida acadêmica na Escola sem a ESPM Social. Portanto, saber dividir o
tempo e equilibrar responsabilidades é essencial. “Para estar na Social, você precisa colocá-la como uma
de suas prioridades, ela exige tempo e esforço.”
De acordo com Amanda, o maior impacto sentido em Barra do Turvo veio da força das pessoas
para enfrentar as adversidades. “Houve um rapaz, o Nilmar, que me deixou muito impressionada”, lembra.
“Ele era um agrofloresteiro, ou seja, cultivava sem desmatar a floresta. Nós fomos até o terreno dele e vimos
a casa que ele estava construindo sozinho e com madeira sustentável! Não estava pronta ainda, mas já dava
para ver que seria grande. Tinha dois andares e era linda, digna de Casa Cor.” A surpresa foi saber que,
embora talentoso, Nilmar nunca havia folheado uma revista especializada sequer. A estudante resolveu, então,
perguntar-lhe onde havia adquirido tanto conhecimento. A resposta foi simples: “Tirei tudo da minha cabeça.”
O elemento humano também ficou na memória de Renato R. L. Nalini, 20 anos, aluno do curso
de Relações Internacionais. “Para mim foi o seu Pedro”, diz. “Juro que nunca tinha visto uma pessoa tão
simpática em toda a minha vida.” Seu Pedro entrou na história logo no primeiro dia de trabalho, enquanto
o jovem fazia uma visita à região. No encontro, um sorriso aberto por trás da janela que, na verdade, era
só o “recorte na parede”, como detalha Nalini. “Era uma casa de alvenaria, mas sem retoque nenhum, sem
reboque nas paredes, nada”, explica. “Não tinha luz, a geladeira era usada de guarda-roupa. Mas, quando
chegamos, ele ficou numa felicidade, fez questão de nos fazer entrar, improvisou um sofá para sentarmos.
E não fazia nem um dia que eu tinha saído de São Paulo!”
19
20. relatório sociocultural
Amanda destacou a marca registrada da simpatia local: a recepção
com um copo de café e uma porção de mandioca frita – raiz largamente cultivada
na região, sob as árvores, no sistema agroflorestal, autossustentável e no qual o
ciclo de vida de uma planta ajuda a outra. Renato também foi recebido com muita
simpatia, porém seu Pedro não serviu café, mas sim um original chá de amendoim.
“É horrível. Mas eu tomei com tanto gosto aquilo!”
Experiências anteriores
Barra do Turvo não foi o primeiro município a ser beneficiado por
essa iniciativa da ESPM Social. Anteriormente, em 2002, uma equipe formada
por alunos e professores havia visitado municípios do Nordeste do Brasil.
Na ocasião, os trabalhos foram efetuados em comunidades de Maragogi e
Belém de Maria, em Pernambuco; Pedro Régis, na Paraíba; e Lafaiete Coutinho,
na Bahia.
Em 2003 e 2004, outro grupo da Social esteve em Cananeia, no Vale
do Ribeira (SP), e o município já usufrui das mudanças promovidas com base
no plano elaborado pela equipe. “Fizemos, em 2009, uma visita à comunidade
de Cananeia e pudemos constatar que, sete anos depois, foram incorporados
vários conceitos do plano de ação elaborado para eles”, informa o professor
Lúcio.
Entre as medidas adotadas, estão a estruturação de uma cooperativa
de produção ostras, outra composta de profissionais de corte e costura e
20
21. ESPM 2010
desenvolvimento do ecoturismo, inexistente antes do trabalho.
“Hoje, eles realizam a Festa da Ostra, voltada aos turistas e na qual
são servidos pratos típicos da comunidade”, diz o coordenador.
“Os moradores se organizam para receber visitantes durante quatro dias.
Isso é um motivo de orgulho porque percebemos que o investimento
feito valeu a pena.”
Por dentro da ESPM
A atuação da ESPM Social vai além da consultoria. Uma das
frentes de trabalho comporta projetos de mobilização e conscientização
do público interno. Alguns deles ancorados em datas comemorativas
já tradicionais na abordagem social – como a ação de Natal e a Páscoa
Solidária. Fazem parte desse conjunto o Trote Solidário e eventos do
Dia das Crianças. Por fim, a campanha semestral de doação de sangue e de
medula (mediante cadastramento) é um dos meios de propagar a cultura
de solidariedade dentro da ESPM. A cada semestre, os alunos entram
em contato com hemocentros e se encarregam para que seja montada,
nas dependências da Escola, a estrutura necessária para a ação.
Projetos especiais, sob demandas específicas, também
compõem a grade da Social. Um dos melhores exemplos são os leilões,
bazares e brechós organizados pelos alunos. Uma edição, em 2009,
conseguiu arrecadar cerca de R$ 70 mil para o Grupo de Apoio ao
Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). Entre os atrativos da ação:
21
22. relatório sociocultural
roupas da estilista Cris Barros com descontos de até 60% no bazar; a chance de arrematar, em leilão,
um chapéu assinado pelo cantor Daniel ou um macacão da Ferrari com o autógrafo do piloto Felipe Massa; e as
pechinchas do brechó, roupas com preços que variavam de 1 real a 5 reais. Além de contribuir com a instituição,
o público pôde se divertir com a presença do comediante Rafael Cortez, do programa de televisão CQC.
Semana do Terceiro Setor
Aliando a reflexão sobre responsabilidade social à
geração de conhecimento, a Semana do Terceiro Setor, ciclos de
palestras organizados pelos próprios alunos duas vezes por ano, reúne
profissionais da área da sustentabilidade de grandes empresas, jornalistas
especializados e publicitários para discutir diversos temas. Em outubro
de 2009, o debate foi sobre responsabilidade social na propaganda.
Estiveram nas mesas: o diretor de criação – na época – da Young & Rubicam,
Átila Francucci; o sócio-presidente e diretor de criação da AlmapBBDO,
Marcello Serpa; e o então sócio-diretor da Giacometti Propaganda, Hiran
Castello Branco – que atualmente ocupa a vice-presidência da ESPM.
No primeiro semestre de 2010, o assunto foi a sustentabilidade
e o jovem. Foram feitas palestras com Paula Carvalho, representante do
canal MTV, sobre o Dossiê MTV de 2008, cujo tema foi a sustentabilidade;
e com o empresário Ricardo Young, ex-presidente-executivo do Instituto Ethos.
Em média, participam desse evento 160 pessoas e sete
palestrantes durante os três dias de atividade.
23. ESPM 2010
Prêmio Renato Castelo Branco de
Responsabilidade Social na Propaganda
Destaque entre as realizações da ESPM Social, o Prêmio Renato Castelo Branco de
Responsabilidade Social na Propaganda foi criado em 2005. Embora tenha sido idealizado pelo
Instituto Cultural ESPM, o evento, desde a sua segunda edição, está a cargo de uma equipe de
projetos exclusiva da Social, responsável por toda a organização.
A iniciativa premia peças publicitárias com mensagens de comprometimento com o
consumidor. Ao todo, são cinco finalistas e um vencedor do Grand Prix a cada ano, além do voto
popular dos alunos, instituído em 2009. “Não são campanhas institucionais sobre responsabilidade
social”, esclarece Lúcio, coordenador da ESPM Social. “Mas, sim, campanhas que, ao vender um
24. relatório sociocultural
produto – contas bancárias, carros, qualquer um –, passam uma mensagem de preocupação com o
bem-estar e a qualidade de vida das pessoas.” Entre as últimas premiadas estão as campanhas de:
jornal O Estado de S. Paulo, revista Veja, Malwee, Banco Real e Natura Cosméticos.
Decisão consciente
Para o professor Carlos Frederico Lúcio, o perfil proativo dos alunos da ESPM Social é um
dos trunfos do trabalho realizado pela entidade. Segundo ele, para fazer parte do grupo não basta querer
ser voluntário. “Tem que querer muito”, enfatiza. O grande
diferencial, em comparação com outras organizações do setor,
é o rigor com o qual é formada a equipe. “Muitas pessoas têm
dificuldade em entender que nós temos um processo seletivo”,
comenta Lúcio. “Muitos perguntam se não é só uma questão de
a pessoa ter vontade. A gente entende que não. Para a ESPM,
assumir esse compromisso requer critérios.”
A média de candidatos é de quatro alunos por
vaga, e o processo seletivo, exigente. Depois de uma palestra
de apresentação, ocorrem as inscrições. Os interessados
são avaliados, então, por uma prova escrita, uma dinâmica
de grupo e, no fim, há uma entrevista individual. Com exceção
da conversa final, as fases são conduzidas pelos próprios alunos.
“Esse formato criou uma conotação de absoluta seriedade nos
trabalhos da Social”, completa o professor.
24
25. ESPM 2010
Jovem voluntário
Segundo pesquisa realizada em 2003 pelo Portal Universia – rede de informações e serviços
para universitários –, 94% dos jovens admitem a vontade de participar de alguma atividade voluntária. Embora
o mesmo estudo tenha mostrado um número bem menor de envolvidos com essas ações, 21%, a pergunta
está lançada: Estaria a atual geração mais solidária? “A minha hipótese é a de que o voluntariado, a partir dos
anos 1990, tem oferecido uma grande alternativa de comprometimento político”, analisa Lúcio. “Parte disso
está canalizada para a filantropia e o assistencialismo, que também possuem a sua importância, mas essas
visões são menos profundas se comparadas aos casos de quem enxerga nessa relação um componente
político – aqui no sentido de alteração da realidade. Na minha opinião, essa se tornou a oportunidade de as
pessoas efetivamente trabalharem para construir um mundo melhor.”
A estudante Camila Vieira Conti sente-se integrante desse time. “Vejo a Social como a chance
de fazer uma coisa realmente útil para a sociedade”, afirma. “Não é um trabalho puramente assistencialista.
É uma ferramenta para entender uma realidade diferente daquela na qual a gente está inserida.” Para
Amanda N. Gandolpho, são “diversas” as razões pelas quais uma pessoa procura o voluntariado, mas apenas
uma a despertou querer continuar. “Você pode achar bonitinho brincar com as crianças, se sentir mal por não
realizar nada, etc., mas o que o faz ficar é o relacionamento com as pessoas”, avalia ela. “E, no final, você
percebe que tira muito mais disso do que dá. Você entra querendo executar o bem para os outros, mas quem
acaba beneficiado é você, porque sente a mudança.” Renato R. L. Nalini é mais radical: “Ingressei na ESPM
com uma visão do que eu queria ser e, depois da experiência na Social, eu tenho outra, totalmente diferente”,
explica. “Entrei aqui querendo capas de revista, hoje em dia não quero mais isso para mim.”
O aluno de Comunicação, Guilherme B. Poyares, 18 anos, também confia no potencial
modificador da ESPM Social. “A gente acredita nessa causa”, garante. “É um trabalho gratificante. Se eu
pudesse, viria para cá até nos fins de semana.”
25
26. Depoimentos de ONGs de São Paulo selecionadas para
relatório sociocultural
“ P rocuramos a ESPM porque precisávamos. Primeiro a gente tinha feito uma
análise bem crua, entre nós, das dificuldades da instituição. Mas precisávamos
de um profissional para nos mostrar claramente onde estávamos errando. Foi assim
que a gente inscreveu o Instituto do Negro Padre Batista para fazer essa consultoria
”
A opinião dos beneficiados
com a faculdade
Instituto do Negro Padre Batista
“ N ós temos muitos voluntários, mas são pessoas que doam
sempre um pequeno tempo, no mês, no ano. Então,
jamais conseguimos realmente sentar e escrever, pensar em
como nos estruturarmos. Por isso, precisávamos de ajuda
para organizar nossas ações. E a gente encontrou aqui, ainda
”
bem
Pró-Mundo
28
27. participar de projetos de consultoria da ESPM Social
ESPM 2010
“A consultoria de marketing veio num bom momento porque a gente sempre tem
uma necessidade na captação de recursos. E a maioria das ONGs acaba não
contando com pessoas especializadas e em consonância com o mercado, com
”
as estratégias de marketing e comunicação do momento na sociedade, no País
Associação dos Pais Banespianos de Excepcionais (Apabex)
“ A gente procurou a ESPM justamente porque marketing era uma área na qual
estávamos com defasagem. Eu tinha algum conhecimento, sei da importância,
mas nunca tive a oportunidade de um contato direto com esse tipo de profissional.
Agora vejo claramente que, no quadro da ONG Vez da Voz, é fundamental ter uma
pessoa nessa área. Pois não adianta só fazer bons projetos, se eles não são bem
”
divulgados
Vez da Voz
29
28. relatório sociocultural
ESPM Social no Rio de Janeiro
Concebida em 2004, a ESPM Social da unidade do Rio de Janeiro atua com enfoque na
filosofia da responsabilidade social como razão de ser da Escola. “Ou seja, a partir de sua expertise, como
a geração de conhecimento”, esclarece a professora Bernadete de Almeida, coordenadora da Social no
Rio de Janeiro. “Na unidade carioca, a discussão sobre o assunto – em seu entendimento mais amplo,
a sustentabilidade – ganhou três dimensões: a acadêmica (detalhada no capítulo sobre os aspectos
econômicos da responsabilidade social), a interna e a político-institucional, uma das vocações da Escola no
Rio”, ressalta.
Dimensão interna
Mobilização de professores e demais funcionários. Essa é a estratégia de atuação
da Social em sua dimensão interna. “São desenvolvidos trabalhos de voluntariado empresarial,
campanhas de reciclagem, mobilização dos funcionários para ajudar ONGs, entre outras ações”,
exemplifica Bernadete. Há atividades feitas em parceria com a Empresa Jr., quando a ESPM Social
oferece orientação nas consultorias pro bono executadas pelos alunos para instituições do terceiro
setor. “Aqui a gente pegou uma carona na metodologia da unidade de São Paulo”, informa a
professora. “Porque até o primeiro semestre de 2009, embora houvesse realizações nesse sentido,
não existia uma sistematização de ações.”
O cenário mudou com o investimento feito pela Citi, fundação ligada ao Citibank,
a partir do primeiro semestre de 2009, favorecendo o esforço nas três unidades da Escola. Com os
novos recursos, foi possível efetuar, pela primeira vez, um serviço de consultoria mais completo,
28
29. ESPM 2010
feito por alunos e com orientação de professores. A recepção das novas vagas na Social, originadas com a
parceria, foi animadora: 23 interessados concorreram a oito postos – divididos no atendimento de duas ONGs
a cada semestre. “E os alunos não recebem nada, não têm remuneração nem bolsa”, comenta a professora.
Dimensão político-institucional
Hoje a discussão sobre responsabilidade social e sustentabilidade transita por diversos
pontos de vista. Entre eles, o do consumo, o da comunicação – tanto por parte da mídia em geral quanto
no que diz respeito ao discurso das empresas –, o da propaganda e o de
posicionamento das organizações no mercado. Tendo em vista os agentes
desse cenário, a ESPM tem um papel importante a cumprir. “Ficou claro que a
Escola precisaria se tornar uma instância para qualificar esse debate”, pondera
Bernadete. “A ESPM deve ser um player nessa discussão também.”
Essa terceira frente de atuação vem ocorrendo desde o fim
de 2009, quando a ESPM passou a usar o seu calendário de eventos
para aprofundar as reflexões sobre temas ligados à sustentabilidade.
Como exemplos, é possível citar a já tradicional Semana do Meio Ambiente,
que acontece anualmente, no início de junho, durante a Semana Mundial do
Meio Ambiente. Desde 2009, o evento sofreu alterações para abordar, além de
questões ambientais, temas ligados à responsabilidade social. Dessa forma,
os debates tiveram seu conteúdo enriquecido e a programação começou a
incluir profissionais do mercado da comunicação vindos tanto de empresas
quanto de ONGs atuantes na área.
29
Central de Comunicação Integrada incentiva criatividade de jovens de comunidades
30. relatório sociocultural
Semana da Sustentabilidade
Outro destaque foi a edição 2009 da Semana ESPM, ocorrida anualmente no segundo semestre.
De cara e formato novos, recebeu o nome de Insight ESPM. “A gente organizou a Semana trabalhando os
pilares estratégicos da Escola”, declara Bernadete. Assim, a curadoria do evento reservou um dia para
discutir sustentabilidade. A novidade ficou por conta do inusitado formato talk show. No “sofá”, entre outras
organizações, o Comitê para Democratização da Informática (CDI), atuante na área de inclusão digital.
Em 2010, a Semana do Meio Ambiente, realizada no fim de maio, trouxe nova luz à temática.
O encontro juntou tanto pesos-pesados do terceiro setor, como o Greenpeace, novamente o CDI, a Green
Nation e a Action Aid – em um debate sobre os desafios para as organizações não governamentais em relação a
posicionamento e mobilização –, quanto gigantes do cenário comercial, exemplos de Coca-Cola, Unimed, Ampla e
Neoenergia. O evento, que reuniu cerca de 200 pessoas, recebeu o nome de Semana da Sustentabilidade.
30
31. ESPM 2010
Ainda dentro da dimensão político-institucional, a ESPM do Rio de Janeiro, com o envolvimento
direto da Social, tem abrigado eventos externos pertinentes aos temas de seu interesse na área. Um deles foi
o Encontro Master de Captação de Recursos, montado em julho pelo CDI no auditório da Escola. “Com isso,
a ESPM vai consolidando sua marca também associada à discussão de sustentabilidade”, avalia Bernadete.
O diretor de desenvolvimento institucional do CDI, Mauricio Davila, comenta o sucesso das
parcerias firmadas com a Escola, em especial o do último evento. “Espero que possamos continuar explorando
mais oportunidades e alternativas de colaboração um com o outro”, afirma Davila. “A ESPM é muito gentil
em abrir suas portas para nós.”
Outra iniciativa apoiada pela ESPM é a Nós da Comunicação, rede de conhecimento sobre
comunicação, formada por profissionais e estudiosos com uma visão transdisciplinar. A Escola cede suas
instalações para encontros e ciclos de palestras trimestrais do grupo.
Experiências transformadoras
O trabalho de consultoria executado pela ESPM Social vem auxiliando ONGs a se posicionar melhor
no mercado e a realizar ações mais eficientes. Para os jovens que participam desses projetos, um dos
maiores ganhos é a ampliação da visão de mundo
“A quilo tudo foi muito marcante para mim. Ainda mais porque sou de fora, do Espírito Santo,
e nunca tinha visto uma biblioteca no complexo de uma favela. Renovador também porque
passei por situações totalmente diferentes da minha realidade. Foi necessário lançar mão de todo um novo
instrumental para agir nas situações, como nas pesquisas de campo feitas com moradores. Tive de aprender
”
a como falar, tratar as pessoas e expor as ideias. Foi algo muito bacana
Amanda Malta de Sousa, 22 anos, aluna do curso de Comunicação (integrante da equipe
da ESPM Social que prestou, em 2009, consultoria de marketing à ONG Esquina do Livro, localizada
33
em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro)
32. relatório sociocultural
ESPM Social no Sul
A ESPM tem uma visão estratégica pela qual mudanças efetivas são impulsionadas se a
sustentabilidade fizer parte do modelo de negócios. Na ESPM Sul, as ações nessa área são coordenadas
pelo Departamento de Responsabilidade Socioambiental (RSA), reestruturado conceitual e estrategicamente
em 2008. “É muito forte aqui a gestão da responsabilidade social interna, com os
funcionários e com nossos professores”, explica a professora Ana Lúcia D’Amico,
coordenadora do departamento.
No RSA, a discussão tem importante ligação com a educação, com a
realização de projetos em parcerias com instituições, como a Fundação Maurício
Sirotsky Sobrinho (Grupo RBS), e órgãos públicos. “A nossa parceria mais
complexa, e a de maior estreitamento, é com a Fundação”, esclarece Ana Lúcia.
“Mas nós também mantemos contato próximo com a Secretaria de Educação do
Estado (RS), com a qual atuamos no Prêmio Nacional de Referência em Gestão
Escolar, por exemplo.” Outra grande parceira é a Citi, a fundação que, em 2009,
injetou recursos para o trabalho das três unidades da ESPM.
Voluntariado corporativo
A atuação do departamento se desdobra em uma série de projetos
e programas na área socioambiental, com o envolvimento de professores,
funcionários e alunos, bem como de toda a comunidade. Entre os objetivos estão
educar, mobilizar e conscientizar o público com o qual trabalha. “É muito intenso
32
33. ESPM 2010
aqui na ESPM Sul o voluntariado corporativo”, ressalta Ana Lúcia. “Ele aparece em trabalhos de gestão
ambiental, por meio de projetos feitos com parceiros estratégicos.”
Uma das iniciativas ocorre quatro vezes durante o ano, com instituições de auxílio a crianças e
idosos. “Convidamos pessoas na Escola para ficarem, por exemplo, uma tarde interagindo com o público
atendido por essas ONGs”, comenta a coordenadora. As atividades acontecem na Páscoa, em julho, no
Dia das Crianças e, finalmente, no Natal. Ao menos uma delas é conduzida nas dependências
da Escola, permitindo maior participação de funcionários, de professores e também de
alunos. “Há iniciativas que envolvem de 20 a 30 pessoas quando realizadas externamente,
mas chegam a contar com 80 voluntários quando ocorrem aqui na ESPM”, informa Ana Lúcia.
No trabalho já tomaram parte diretamente mais de 300 colaboradores, de 2008 a 2010. Outro
ponto destacado pela coordenadora é o efeito multiplicador desse tipo de proposta. “É algo
que mobiliza as pessoas a seguir solidárias”, analisa.
Com o tema “não doe presente, doe carinho”, o trabalho de voluntariado
corporativo com instituições sociais busca incentivar uma campanha permanente de
solidariedade. Um dos exemplos é a doação mensal de leite em pó. Em média, são
arrecadados, por mês, 100 sacos de 500 gramas do alimento. Cerca de 40% dos professores
e funcionários ficam comprometidos anualmente com a ação.
Voluntariado estudantil
Os alunos da ESPM Sul participam de duas formas nos trabalhos
socioambientais promovidos pelo Departamento de RSA. Uma delas é pela Agência Co.De,
de comunicação e design, e Empresa Jr. Ambas produzem projetos sem custos para
33
Ação de Natal 2009 no campus Sul
34. relatório sociocultural
ONGs, instituições do terceiro setor e fundações. Atualmente, a Escola mantém oito parcerias
institucionais, entre elas com Cruz Vermelha Brasileira e Casa de Cultura Mário Quintana. “No caso
da Co.De são organizadas campanhas de comunicação”, confirma a coordenadora. “E a Empresa Jr.
desenvolve planos de negócios e de marketing para essas instituições.”
A outra via de participação do corpo discente nas ações é o Núcleo de Voluntariado Estudantil,
que possui uma diretoria, nos moldes da Empresa Jr., composta de alunos encarregados de um calendário
anual de projetos socioambientais.
Raphael Marinheiro, 20 anos, aluno do curso de Comunicação,
faz parte da diretoria do Núcleo de Voluntariado Estudantil. Essa foi a
maneira encontrada por ele para atingir um objetivo pessoal: auxiliar
a Escola a ajudar a comunidade do entorno. “Procurei a professora Ana em
2009, pois queria me envolver em alguma ação voluntária”, diz o jovem.
“Isso porque uma das disciplinas ministradas pela professora, chamada
Comunicação Dirigida, incentivava bastante esse lado da solidariedade e
da responsabilidade socioambiental.”
Depois de passar por ações mais pontuais, como uma campanha
de arrecadação de agasalhos, Marinheiro empenhou-se ativamente na criação
do núcleo. “Eu disse à professora que poderia me esforçar para fazer acontecer”,
lembra. “Então, a gente convidou mais quatro alunos, pessoas mais próximas
e interessadas.” De acordo com ele, já houve desistências de colegas, mas
isso não o desmotivou. “Considero um grande aprendizado para a gente, tanto
educacional e didático quanto para a vida, porque tu aprende muito”, afirma,
com seu forte sotaque. “Tu começa a valorizar mais as coisas. Pretendo isto
para mim: poder ajudar os outros.”
34
35. ESPM 2010
Por uma água mais limpa
Entre os exemplos de parcerias efetuadas por intermédio de suas empresas juniores está o
trabalho estruturado para o Instituto Gisele Bündchen e o seu projeto Água Limpa. Procurados pelo sociólogo
Valdir Bündchen, pai da modelo Gisele Bündchen, idealizadora da iniciativa, a ESPM acionou sua agência de
comunicação, a Co.De, para a produção do material de lançamento do projeto.
A iniciativa da modelo visa a recuperação das bacias dos rios Lajeado, Pratos e Guilherme,
responsáveis pelo abastecimento das cidades gaúchas de Tucunduva e de
Horizontina, esta onde Gisele nasceu. Na ponte entre a Escola e o instituto
apareceram também as jovens Rafaela e Patrícia Bündchen, irmãs da modelo
e alunas da ESPM Sul – Rafaela cursa Comunicação e Patrícia faz pós-
graduação. “Desenvolvemos esse material e entramos como apoiadores do
projeto, principalmente por fazermos a parte de divulgação do lançamento
dele, em 2009”, acrescenta Ana Lúcia. “Além disso, a ESPM montou um
plano de comunicação para o instituto envolvendo alunos da Empresa Jr.”
Educação em primeiro lugar
O projeto nacional Parceiros da Educação, levado ao Rio Grande
do Sul pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, é desenvolvido no Estado em
parceria com a ESPM. O trabalho consiste na qualificação do corpo docente das
escolas atendidas, mas contribui também com melhorias na infraestrutura e na
gestão escolar, pois tem apoio financeiro do empresariado local.
35
36. relatório sociocultural
O propósito é elevar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da rede pública no Brasil,
atualmente na casa de quatro pontos, enquanto no ensino privado é de seis pontos – segundo informa o site do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). “Especificamente aqui, no Rio Grande
do Sul, esse índice está na faixa de dois a três pontos”, revela a professora. “Por isso a Fundação Maurício Sirotsky
Sobrinho trouxe o Parceiros da Educação para cá e convidou a ESPM a contribuir na questão da gestão escolar.”
A participação da ESPM começou em 2009, com a montagem de um curso de gestão escolar
na Escola Estadual de Ensino Fundamental Gerônimo de Albuquerque. As aulas foram programadas para
a direção do colégio. Porém, em virtude da demanda, decidiu-se, em janeiro de 2010, criar um curso de
pós-graduação, ampliando o alcance. “A ESPM entendeu que um curso de pós-graduação viria, num primeiro
momento, suprir essa demanda; além disso, trabalhar com mais escolas de maneira mais eficiente, mais
estratégica, impactaria um maior número de pessoas”, comenta Ana Lúcia.
37. ESPM 2010
O curso é subsidiado pela ESPM; portanto, sem custo para os inscritos. Das 60 escolas pré-
selecionadas, 14 já enviaram seus diretores, vice-diretores ou diretores da área pedagógica. A primeira turma,
que deve concluir o curso no fim do segundo semestre de 2011, é formada por 34 integrantes. Durante um
ano e meio, os alunos travam contato com os mais variados conteúdos necessários a um bom gestor escolar
– de marketing a gestão de processos, transitando por teoria da educação, gestão de relacionamento e,
claro, responsabilidade socioambiental. O trabalho recebe o apoio da Secretaria de Educação do Estado
e, nessa primeira fase, contou com o empresário Jayme Sirotsky como financiador.
Ainda nesse campo, a ESPM também toma parte, no Rio Grande do Sul, do comitê do Prêmio
Nacional de Referência em Gestão Escolar, organizado em todo o País pelas secretarias estaduais de Educação.
A fase gaúcha da premiação envolve também a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho e o Instituto Gerdau.
Como integrante do comitê, a Escola é encarregada de avaliar as melhores práticas em gestão escolar entre
mais de uma centena de instituições inscritas em todo o Estado. Outra ação, a ser concretizada em 2011,
é a criação de um certificado na área. “Algo bem inovador, não existe no Brasil”, completa a coordenadora.
Música para ouvidos exigentes
Projeto posto em prática na ESPM Sul, de junho a dezembro de 2009, o Coral ESPM esteve
num programa chamado Comunidade, uma ação de endomarketing planejada com o objetivo de integrar
professores e funcionários em projetos internos na área da responsabilidade social. “A ideia foi disponibilizar
algumas vagas para interessados nesse coral”, explica Ana Lúcia. “Foram realizadas, na época, oficinas de
duas horas, uma vez por semana.” Entre as apresentações do grupo, um dos destaques foi a presença na
Festa Solidária de Natal, que aconteceu em 2009. “Além de fazer outras apresentações dentro da ESPM”,
conclui a professora.
37
38. Parceria entre a ESPM e a Citi Foundation amplia trabalho realizado pelo
núcleo social das três unidades da Escola
N o segundo semestre de 2009, o trabalho
da ESPM Social das unidades de São Paulo,
Rio de Janeiro e Sul ganhou uma grande aliada:
com foco na promoção do desenvolvimento
social e econômico de comunidades e a
participação direta de universitários atuando
a Citi Foundation. Por meio de um investimento no terceiro setor.
Maior alcance
feito pela instituição, a Escola conseguiu Em São Paulo, até o início de 2009,
ampliar atendimentos e se dedicar a novos o trabalho da ESPM Social era “quase 100%
projetos. A parceria, inédita no Brasil, é voltada voluntário”, conta o coordenador da entidade,
para a formação de lideranças universitárias, professor Carlos Frederico Lúcio. “Por
geração de emprego e renda em comunidades, parte dos alunos, ainda é. Eles não ganham
envolvendo mais de 300 universitários absolutamente nada e, mesmo assim, têm uma
voluntários e beneficiando cerca de 400 mil dedicação extremamente profissional, assumem
pessoas direta e indiretamente. A iniciativa o compromisso de permanecer durante um
faz parte do CIP (Community Intern Program), semestre letivo, de três a quatro tardes por
programa internacional da Citi de apoio a semana, para que o trabalho seja feito.” No
entidades sem fins lucrativos em dez países, entanto, a Social encontrava dificuldades
40
39. ESPM 2010
em contar com a presença constante de caminho certo, fazendo um trabalho com
professores, cuja orientação é essencial para competência”.
a realização dos trabalhos. Já a professora Bernadete de Almeida,
Com o antigo modelo, a ESPM Social coordenadora da ESPM Social do Rio
de São Paulo conseguia atender três de Janeiro, define a parceria com a Citi
ONGs por semestre. Depois da parceria Foundation como um “divisor de águas” para
com a Citi, essa capacidade saltou para o núcleo. “A gente conseguiu fazer, no ano
20 organizações. “Nós pudemos contratar passado, pela primeira vez, um trabalho de
quatro professores, pagando horas/aula, orientação de alunos”, esclarece. “Criamos
para que eles efetuassem as orientações duas equipes, com quatro estudantes cada,
necessárias”, informa Lúcio, avaliando e foi bárbaro: logo na primeira vez, eram oito
também a importância institucional da vagas e a gente teve 23 alunos interessados”,
aproximação. “Juntamente com o patrocínio comemora.
veio um reconhecimento”, afirma. “Afinal, Na unidade Sul, o recurso possibilitou
a fundação nos procurou, depois de saber que o Departamento de Responsabilidade
do nosso trabalho por meio da repercussão Socioambiental desenvolvesse um projeto de
na mídia.” Para o professor, o atual momento marketing e negócios para as ONGs com as
da Social “sinaliza que estávamos no quais mantinha relações.
41
40. ESPM Social: competência no marketing, consciência na cidadania
relatório sociocultural
10 anos fazendo a diferença Parceria com a Citi Foundation
A ESPM Social em São Paulo é uma entidade de condução A partir de 2009, as atividades da ESPM Social
totalmente discente, supervisionada por professores. ganharam novo fôlego.
A seguir alguns números de sua história Veja alguns índices comparativos
Número
Alunos e beneficiados Até Após
Total Atividade 2009/1 2009/1
Alunos envolvidos diretamente 550
Alunos
envolvidos 20/semestre 180/semestre
Alunos inscritos em processos seletivos 1.750
Alunos
ONGs atendidas 65 inscritos 60/semestre 80/semestre
ONGs inscritas em processos seletivos 430 ONGs
atendidas
3/semestre 20/semestre
Comunidades beneficiadas com projetos de
geração de renda
8
ONGs
inscritas 12/semestre 120/semestre
Entidades beneficiadas com os eventos 42
Projetos em
1
comunidades
5 até 2004 (retomado com
o apoio da Citi)
Projetos pontuais 6
42
41. ESPM 2010
Atuação da ESPM Social Prêmios recebidos
Pelo trabalho realizado nesses anos,
A entidade desenvolve atividades em três frentes a ESPM Social vem colecionando
prêmios importantes
Atuação Metodologia Prêmio Ano
É feito um estudo do macroambiente, microambiente e
Consultorias do ambiente interno da ONG. A seguir, é elaborado um
de marketing plano de ação completo que envolve ações de marketing, 8º Prêmio
para ONGs de comunicação, relacionamento, captação de recursos, etc. UniSol/Banco Real 2003
pequeno porte
Depois de estudar as necessidades locais, é
desenvolvido um plano de ação para implementação Marketing Best 2008
a curto, médio e longo prazos. O objetivo é contribuir
Trabalhos em para a melhoria do IDH, estimulando a geração de
emprego e renda por meio do desenvolvimento de
comunidades pequenos negócios. Levar ao negócio social
de baixo IDH orientações para que possam se inserir no mercado de
forma diferenciada.
Marketing Best 2009
Uma equipe de projetos organiza todo o procedimento
Eventos para que os eventos ocorram da forma mais proveitosa
internos na possível para a comunidade acadêmica e parceiros Citi Foundation 2009
ESPM beneficiados.
Obs.: Pelo conjunto de suas ações, a ESPM recebeu o
selo de Instituição de Ensino Socialmente Responsável,
Obs.: Com o trabalho da ESPM Social, há uma equipe que cuida de toda a da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino
comunicação da entidade, divulgando os projetos externa e internamente. Superior (ABMES).
43
43. “A Escola tem o compromisso de ser um modelo e de
estar muito sintonizada com os grandes tópicos
da nossa época. Sustentabilidade é, possivelmente,
”
o maior deles. Ora, se o Brasil está decolando, é muito
bom que a geração jovem, de hoje, esteja preocupada
com novos problemas, problemas atuais e importantes, como é o
caso da responsabilidade social, da sustentabilidade e por aí afora.
J. Roberto Whitaker Penteado
Diretor-presidente da ESPM
43
46. PERCURSO DA SUSTENTABILIDADE
Conheça alguns passos da ESPM no percurso para a sustentabilidade ambiental, área fortemente
relacionada com a responsabilidade social, entre outros motivos por indicar, na prática,
a preocupação com a qualidade de vida das gerações futuras. Afinal, uma instituição que forma os
líderes de amanhã deve aplicar em suas instalações as soluções possíveis de uma gestão consciente.
RECICLAGEM
Na ESPM de São Paulo, esse trabalho começou há alguns anos.
Para que as ideias de reciclagem de materiais pudessem ser colocadas
em uso, foi necessário encontrar um parceiro que fizesse a coleta
nas instalações da Escola periodicamente, uma vez que não há espaço para
armazenamento de materiais.
ÁGUA
Na ESPM, a economia
de água é realizada, por NATAL SUSTENTÁVEL
exemplo, com torneiras A decoração de Natal
temporizadas. de 2009 da ESPM
paulista foi executada
com material reciclável.
47. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
• Isolamento acústico: no projeto do Edifício Prof. Dr. Otto H. Scherb,
em São Paulo, foi usada lã de PET em substituição à lã de vidro
e lã de rocha para o tratamento do som.
ENERGIA
• Lâmpadas: a iluminação na ESPM é feita com lâmpadas fluorescentes,
mais econômicas. Em 2010, a unidade de São Paulo começou o envio das
lâmpadas queimadas a uma empresa especializada no descarte adequado desse
material, que contém mercúrio, localizada na incubadora do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT).
ENERGIA
• Ar-condicionado: todos os sistemas de ar-condicionado da
ESPM utilizam gás ecológico.
48. NÚMEROS DA SUSTENTABILIDADE
Ações da ESPM para diminuir o impacto ambiental em suas instalações, segundo o gerente de
engenharia, Roberto Lúcio de Oliveira.
RECICLAGEM
São coletadas 18 toneladas de papel reciclável por
ano na ESPM de São Paulo.
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
Segundo o fabricante, são utilizadas de 8 a 27 garrafas na produção do
m2 da lã de PET. Por exemplo, para um galpão com 50 mil
m2, é necessário cerca de 1,3 milhão de garrafas.
ÁGUA
As torneiras temporizadas podem economizar
55% de água em comparação com as comuns.
Num universo de 300 torneiras, na unidade
paulista, apenas 7 não são temporizadas.
ENERGIA
As lâmpadas fluorescentes chegam a ser 79% mais econômicas
que as incandescentes. A ESPM de São Paulo manda a cada semestre
aproximadamente 3 mil lâmpadas queimadas para a reciclagem.
49. Natal sem desperdício
Ao associar o aspecto simbólico da festa à ideia do desenvolvimento sustentável
na decoração de fim de ano do campus Professor Francisco Gracioso, em 2009, a ESPM
de São Paulo promoveu sua visão de responsabilidade socioambiental
Surgida naturalmente, a proposta de decoração de Natal de 2009, inteiramente
confeccionada com materiais recicláveis, logo conquistou diretores e funcionários da ESPM.
A aprovação foi imediata, viabilizando a realização do projeto, parceria entre a produtora Suzy
Scherb e o artista plástico Sérgio Mancini, com a participação da ONG Associação Reciclázaro,
responsável pela reinserção social de moradores de rua.
Entre os materiais usados na confecção, empregaram-se garrafas PET, ráfia de sopro,
arames de sucata e tintas à base de água. Afinal, a palavra de ordem era criar sem agredir o meio
ambiente. “Responsabilidade socioambiental não é algo pontual”, expressa o diretor de Extensão
e Operações da ESPM, professor Ismael Rocha Jr. “É um processo que deve permear todas as
áreas. E é muito legal que a gente consiga até mesmo na decoração de Natal ter isso.”
Como resultado, foi construído um cenário onírico, povoado de árvores e estrelas
de arame retorcido, elementos realizados com PET, um Papai Noel de isopor e uma enorme
tapeçaria exposta na fachada do Edifício Prof. Dr. Otto H. Scherb. Para dar uma ideia do volume
de material envolvido, só a tapeçaria tinha 300 m2 e 43 mil nós.
O diretor nacional de Graduação da ESPM, professor Alexandre Gracioso, resume a
intenção da instituição com o Natal sustentável: “É uma decoração natalina bastante inovadora,
que realmente se encaixa na proposta de formação acadêmica que a Escola tem para os seus
alunos, alunas, corpo docente e a sociedade como um todo.”
51. U
ma instituição de ensino superior de ponta como a ESPM, diante dos desafios
da sociedade do conhecimento, não pode deixar de investir na maior
riqueza das nações. Trata-se de um compromisso formal de contribuição
para a construção do saber voltado às suas áreas de atuação e para a
difusão desse cabedal de modo transparente e democrático. Empenhada
em cumprir essa meta e impulsionada pela crença de que constitui motor
de desenvolvimento social e econômico, a ESPM tem aplicado em média R$ 7,5 milhões ao
ano entre salários de pesquisadores e projetos de pesquisa nos últimos anos.
Para dar conta desse desafio, foi criada, em 2010, a Diretoria de Pesquisa e
Formação Científica, englobando o Centro de Altos Estudos da ESPM (CAEPM), a Central de
Cases, os programas de mestrado stricto sensu – em Comunicação e Práticas de Consumo e
em Administração com concentração em Gestão Internacional – e o Instituto Cultural ESPM.
“Todas essas áreas produzem conhecimento”, justifica o diretor responsável, professor
Marcos Amatucci. “As três primeiras são voltadas ao conhecimento acadêmico, e o instituto,
ao âmbito cultural, trabalhando basicamente com o que a gente chama de memória ativa, ou
seja, existe um esforço de recuperação da memória, mas para colocá-la em movimento.”
Entre as iniciativas na área, vale destacar os núcleos de estudos, coordenados
pela pós-graduação, e o Núcleo de Pesquisa e Publicação (NuPP).
51
52. relatório sociocultural
Inovação na pesquisa
Formado em 2005, com o objetivo de promover a geração de conhecimentos de fronteira,
orientados para a inovação nas áreas de comunicação, gestão e consumo, o Centro de Altos Estudos de
Propaganda e Marketing (CAEPM) – na época, assim chamado – completa cinco anos de intensa produção.
E para favorecer a inovação, o CAEPM tem como característica a integração da reflexão teórica
e prática pela busca de relações éticas e enriquecedoras com o mercado, a academia e a sociedade por
meio de atividades de produção (pesquisas avançadas e estados da arte) e difusão (eventos, professores
convidados e publicações) de conhecimento.
Depois de um período de implantação, para diálogo com outros setores da Escola, formulação
de princípios e plano de atuação, o começo das atividades ocorreu em 2006. No ano 2007, os procedimentos
para os trabalhos estavam definidos, e o centro passou a operar a todo vapor, associando pesquisa de ponta
e aplicabilidade.
Entre 2006 e 2007, foram realizadas 17 pesquisas sobre temas tão variados como os hábitos
alimentares na sociedade brasileira, lógicas de consumo das camadas populares e a geopolítica do
conhecimento.
O período 2008 foi marcado pela ampliação do campo de atuação do CAEPM, agregando a área
do design. Depois disso, recebeu a denominação de Centro de Altos Estudos da ESPM. No biênio 2008/2009
ficaram selecionados mais 14 projetos, como o que visa estabelecer o perfil do jovem da ESPM nos quatro
anos de graduação e as transformações durante sua formação acadêmica e pessoal, o de hábitos alimentares
em shopping centers e o estudo sobre a publicidade norte-americana sob o olhar das ciências sociais. Algumas
pesquisas recentes abordam assuntos como o corpo e a cultura. “Também vamos ampliar um estudo em
parceria com a Toledo & Associados sobre cor e cultura”, detalha a diretora de Pesquisa do centro, Lívia Barbosa.
De 2006 a 2010, o total de projetos executados com o financiamento ou o apoio do CAEPM foi de 54.
52
53. ESPM 2010
Do surgimento do centro até hoje muita coisa mudou, com destaque para a visibilidade
conquistada. “Se compararmos o início de nossas atividades, em 2006, com o primeiro conjunto de pesquisas
e o que fizemos até agora, os dois últimos anos representam um salto nesse sentido”, declara Lívia. “Outro
aspecto importante é a boa visão dos nossos resultados do ponto de vista do investimento e do retorno. Seja
no âmbito das pesquisas em termos acadêmicos, de publicação em revistas e livros.”
Além disso, a pesquisadora salienta o aumento da linha de trabalho baseada no contato com o
mercado e os avanços nas parcerias internacionais. “Em 2010 efetuamos uma parceria com a Associação
Brasileira de Franchising (ABF). No ano 2008, realizamos uma parceria com a Associação Brasileira dos
Produtores de Discos (ABPD), que deu origem a uma pesquisa sobre consumo de música jovem. E temos
vários projetos em andamento com empresas”, explica a diretora. “O mercado também tem hoje uma
preocupação em buscar conhecimento mais aprofundado, e isso é possível com essas parcerias.”
Seminário de Comunicação Integrada
54. relatório sociocultural
O braço da difusão de saber também tem estado em ebulição.
Diversas reuniões acadêmicas integraram a agenda dos pesquisadores
e respectivos dirigentes nesses anos: três edições do Encontro ESPM
de Comunicação e Marketing (2005, 2007 e 2009); quatro edições do Congresso
de Administração da ESPM (2005, 2007, 2008 e 2009); e três edições do
Encontro Nacional de Estudos do Consumo (2005, 2006 e 2008). Além disso,
o centro contribuiu para a organização de duas edições da Semana de Poesia.
Áreas de trabalho
Até 2009, o CAEPM era composto por pesquisas em três áreas
de conhecimento: comunicação, propaganda e marketing; gestão, organizações
e mercado; e consumo, cultura e sociedade. A partir de então, houve alguns
ajustes impostos pela própria evolução do conhecimento produzido, como a
incorporação de estudos na área de design.
Uma das linhas de pesquisa compreende os trabalhos de
professores da Escola. “Nesse caso, o CAEPM seleciona, acompanha e patrocina
as pesquisas”, acrescenta Marcos Amatucci. “Há ainda os projetos tocados
pelo núcleo formador do centro. Alguns, inclusive, atraíram financiamento da
iniciativa privada nacional. E agora está aparecendo uma terceira via. Isso ocorre
porque o CAEPM está se tornando mais conhecido.” Segundo o diretor, essa
nova realidade acaba estimulando a demanda de vários setores da economia,
envolvendo empresas, institutos e outras organizações.
54
55. ESPM 2010
Acervo nacional de cases
Concebida em 1999, a Central de Cases ESPM tem por finalidade
apresentar aos alunos situações reais, vividas por um administrador ou grupo
gerencial, a fim de fazê-los refletir sobre soluções aplicáveis ao mundo empresarial.
A base de reflexão são as aulas expositivas, as leituras adicionais e a própria intuição
– ou experiência. Um case é, portanto, uma história exposta de forma narrativa que
descreve – ou se baseia em – um evento e em circunstâncias reais.
O método do caso remonta ao século 19. Lançado em 1890,
na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, vem ganhando ao longo
do tempo uma grande quantidade de adeptos, devido ao seu alto potencial
didático e por aproximar os estudantes da complexidade do mundo na prática.
A Central de Cases procura consolidar o método do caso como
uma ferramenta de ensino e aprendizado na graduação e pós-graduação, com
estudos apropriados para cada nível e cada disciplina. E também reitera a
vocação da Escola de unir teoria e prática.
Esse precioso acervo está disponível para download no site
www.espm.br/centraldecases. Trata-se de mais uma ação da ESPM para a
democratização do conhecimento e o estímulo do debate de teorias, conceitos
e prática empresarial. “Isso é fantástico, porque a comunidade do Brasil inteiro
tem acesso a esse conteúdo sem custo”, afirma Amatucci. Em 1º de julho de
2010, 218 casos compunham o acervo da área.
A Central de Cases conta com dois estilos de casos em seu acervo:
Problema/Harvard e Exemplo.
55
56. relatório sociocultural
caso estilo Problema/Harvard caso estilo Exemplo
Originado na Universidade de Harvard, tem Destinado a ilustrar a aplicação de
um texto mais literário, com protagonistas conceitos, obrigatoriamente descreve a
(pessoas-chave envolvidas no problema e história da empresa até chegar ao dilema
na tomada de decisão proposta pelo case). abordado no caso; contextualiza a indústria
Apresenta uma contextualização da história em que a companhia está inserida; apresenta
da empresa e também do setor de atuação; a decisão tomada (com bons ou maus
coloca o estudante diante de um dilema cuja resultados) pela empresa diante do dilema
solução não pode ser sugerida no corpo do e propõe questões para discussão. As notas
caso nem pelo professor em sala de aula. de ensino são opcionais.
Esse tipo de caso é acompanhado de notas
de ensino, disponibilizadas apenas aos
professores da ESPM.
Investir para conhecer
Na trilha da produção do saber acadêmico, a ESPM de São Paulo mantém o programa de
pós-graduação stricto sensu, no qual são ministrados o Mestrado em Administração com concentração
em Gestão Internacional, recém-aberto, e o Mestrado em Comunicação e Práticas de Consumo, com
cinco anos de existência. “Eles são responsáveis pela produção de conhecimento acadêmico divulgado
basicamente por meio de artigos publicados em revistas científicas e livros autorais e didáticos”, detalha
o diretor de Pesquisa e Formação Científica da Escola, Marcos Amatucci. “Isso se trata, inclusive, de uma
obrigação legal para a continuidade desses cursos.”
56
57. ESPM 2010
O professor Amatucci lembra outra característica dos dois mestrados da Escola: formar mão
de obra qualificada, ou seja, docentes e pesquisadores. “Além disso, o conhecimento gerado beneficia a
comunidade acadêmica em geral, os alunos de pós e de graduação e os próprios professores da ESPM, que
podem participar do programa”, comenta.
Os dois mestrados possuem revistas para canalizar a difusão da produção em suas áreas.
São veículos importantes porque há poucos meios de divulgação científica nesses campos de conhecimento.
Além disso, participam do processo de avaliação entre pares. “Na área de gestão internacional, há apenas
a nossa revista, exclusiva sobre o assunto”, complementa Amatucci, também coordenador do Mestrado em
Gestão Internacional. “Ela foi lançada em 2006, é eletrônica (http://internext.espm.br) e aberta ao público. Já
a do Mestrado em Comunicação é publicada em papel.”
Programa de Mestrado em Gestão Internacional
O grupo de origem do programa começou a se reunir em 2006, sob o nome de Núcleo de
Estudos em Gestão Internacional, com o objetivo de montar o programa de mestrado. “A autorização
do Ministério de Ciência e Tecnologia saiu em 2009, depois de um rigoroso processo”, informa Amatucci.
“A primeira turma, com 14 selecionados, é de 2010, mas o grupo já tem várias publicações.”
As linhas de pesquisa são estratégia internacional e marketing internacional. “Na minha opinião,
dentro de alguns anos, as áreas funcionais terão uma abordagem internacional, ou seja, o RH passará a
RH internacional, teremos finanças internacionais, e assim por diante”, explica o professor. Já no âmbito
da difusão do conhecimento, entre outras iniciativas, vale mencionar o evento conjunto do mestrado com
o CAEPM: o Simpósio Internacional de Administração e Marketing / Congresso de Administração, que em
2010 chegou à quinta edição.
57
58. relatório sociocultural
O coordenador do Mestrado em Gestão Internacional salienta a relevância dos estudos na área, ainda
pouco pesquisada quanto à internacionalização de empresas em países emergentes, especialmente na América
Latina. A falta de bons professores é outra justificativa de Amatucci. “Os docentes brasileiros não estão preparados
para enfrentar a recente guinada para o mercado externo”, revela. “Mais do que isso, o número de profissionais
que lecionam não acompanhou o crescimento de cursos de administração no País nos últimos dez anos.”
59. ESPM 2010
Programa de Mestrado em Comunicação e
Práticas de Consumo
O programa tem como linha principal o campo da comunicação, e a abordagem do consumo
é feita com base nesse paradigma. “Para além da visão da compra, estudamos as questões simbólicas,
Seminário de Comunicação Integrada
60. relatório sociocultural
culturais e sociais que envolvem o consumo”, esclarece o professor Vander Casaqui. “A ideia é trazer outro
olhar para assuntos correlatos, como a mídia e a publicidade.”
O professor cita o exemplo da Copa do Mundo e tudo que abrange a visibilidade, a construção
de ídolos e a incorporação do espírito nacional por meio de marcas. “Há toda uma movimentação da
economia”, diz.
Segundo ele, um dos aspectos importantes do Mestrado em Comunicação e Práticas de
Consumo para a Escola é o contato estabelecido com diversos setores da ESPM, com especial destaque
à graduação. “Temos um diálogo aberto com os alunos de graduação”, destaca.
Um dos modos de difusão da produção acadêmica são os papers a ser apresentados em
congressos e simpósios, como o preparado anualmente pelo programa: o Simpósio Nacional de Comunicação
e Práticas de Consumo. Nos anos 2008 e 2009, os temas foram, respectivamente, mídia, consumo e
publicidade, e consumo midiático e culturas da convergência.
Outro evento representativo da vocação para a troca de experiências é o Seminário
Intermestrandos em Comunicação, organizado desde 2006 pelos estudantes e sob supervisão dos
docentes. A proposta visa a construção de espaço para debate acadêmico focado no corpo discente, que
apresenta trabalhos e tem a oportunidade de se familiarizar com as pesquisas desenvolvidas em diferentes
universidades e criar contatos importantes com outros mestrandos de diversos locais do País.
A ESPM contribui para a realização disponibilizando duas diárias de hotel para os expositores
oriundos de fora do Estado de São Paulo. A intenção para as próximas edições é estimular a presença de
representantes dos atuais 37 programas de mestrado em comunicação brasileiros. Essa efervescência possui,
como resultado, subsídios para um mapeamento dos estudos da comunicação e do consumo. No biênio
2008/2009, participaram 95 alunos de diversas instituições de ensino. “É uma iniciativa muito interessante,
pois permite aos nossos mestrandos perceberem como se dá o processo de geração de conhecimento em
outros lugares, entrando em contato com pessoas na mesma posição que eles”, declara Casaqui.
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61. ESPM 2010
Fomento à pesquisa
Criado com o objetivo de estimular o desenvolvimento e a consolidação de uma cultura de
pesquisa na ESPM, incrementar a elaboração de conhecimento novo, projetar interna e externamente os docentes
e a imagem institucional da Escola, entre outros, o Núcleo de Pesquisa e Publicação da ESPM (NuPP) integra
hoje dois programas. “Um fomenta a pesquisa docente (ESPM Pesquisa) e outro, a pesquisa discente – PIC
(Programa de Iniciação Científica) –”, afirma a coordenadora do NuPP, professora Manolita Correia Lima.
O Programa ESPM Pesquisa, iniciado em 1998, disponibiliza auxílio financeiro para projetos de
cunho acadêmico de professores vinculados aos cursos de graduação oferecidos pela Escola. Voltado para
o desenvolvimento de competências, no intuito de fortalecer a ESPM como instituição de educação superior,
incentivando docentes com vocação para o exercício da pesquisa sistematizada.
Já o PIC remonta ao ano 1996 e, desde então, vem fornecendo o suporte necessário para estimular
pesquisadores em formação com o apoio de um professor orientador. É indicado a estudantes com bom
aproveitamento nas disciplinas concluídas em um dos cursos de graduação proporcionados pela ESPM.
Biblioteca da unidade de São Paulo
63
62. Investigação criativa
O
primeiro Núcleo de Estudos da ESPM – e promover o casamento entre academia e setor
de Empresas Familiares – surgiu em 2005, produtivo.
com o propósito de reunir professores, alunos e Os assuntos tratados são muito variados,
empresas em projetos de pesquisa de interesse como agronegócio, embalagem, consumo,
acadêmico e de grande apelo ao mercado. gestão de pessoas, saúde e negócios do esporte,
Essa modalidade criativa e inovadora de e cada núcleo estabelece a própria dinâmica
produção de conhecimento vem crescendo e se e as atividades, como cursos e pesquisas, de seu
diversificando, sem deixar de tratar os diversos portfólio. A seguir, uma descrição dessa faceta
temas com a liberdade que a caracteriza da geração e difusão do saber da ESPM.
Estudos do agronegócio
O Núcleo de Estudos do Agronegócio tem por meta incentivar pesquisa, consultoria
e publicações em marketing aplicado a esse setor da economia. Além disso, investe na
educação continuada, oferecendo cursos como o de Marketing no Agronegócio Brasileiro.
Estudos da embalagem
O objetivo do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM é conhecer a fundo uma
indústria de forte impacto econômico, ao movimentar R$ 33 bilhões ao ano. O grupo reúne
especialistas em torno de pesquisas, como a primeira Pesquisa de Diagnóstico da Gestão
de Embalagem nas Empresas Brasileiras; eventos, como o Encontro A Nova Fronteira da
Embalagem; e cursos para instrumentalizar os profissionais da área em termos de marketing,
comunicação e estratégias de gestão.
64
63. Estudos do varejo
Área da ESPM dedicada a entender e apoiar um dos setores que mais crescem
em volume e velocidade na economia brasileira, o Núcleo de Estudos do Varejo oferece
serviços de consultoria, seminários e palestras, grupos de trabalho e pesquisa, organização e
apresentação de cases, publicação de conteúdo próprio em sites, colunas e artigos, além de
programas internacionais para visitas técnicas e um farto menu de cursos abertos ou feitos
sob medida para empresas. Além disso, a ESPM tem o Retail Lab, o primeiro laboratório de
varejo do País, cujo objetivo é ser um polo gerador de tendências, desenvolvendo pesquisas
sobre o comportamento do consumidor no local de compra.
Estudos em gestão da saúde
O Núcleo de Estudos em Gestão da Saúde atua no desenvolvimento e capacitação
de profissionais para um segmento cuja participação no PIB já é de 9%, no formato de
educação continuada. Também realiza estudos, pesquisas, seminários e publicações
para o aperfeiçoamento das técnicas em gestão de organizações do setor e a geração de
conhecimento nos assuntos ligados à gestão de negócios da saúde.
Estudos em negócios do esporte
Com o intuito de aperfeiçoar a gestão das empresas do setor e o desempenho
dos seus colaboradores, o Núcleo de Estudos em Negócios do Esporte da ESPM propõe
instrumental aplicado e metodologia de alto nível por meio de cursos, workshops e seminários,
além de pesquisas, estudos e projetos de capacitação e desenvolvimento profissional.
65
64. Investigação criativa
Estudos em ciências do consumo
Para entender melhor a figura do consumidor e o seu comportamento, a ESPM
criou o Núcleo de Estudos em Ciências do Consumo. O grupo possui uma série de atividades
que vão de workshops a treinamentos in-company, feitos sob medida para empresas. Também
são executadas pesquisas por meio de grupos de trabalho, publicações para a difusão do
conhecimento gerado pelo núcleo e encontros com o mercado, reunindo empresários,
professores e consumidores.
Estudos de empresas familiares e governança corporativa
Uma empresa de gestão familiar adquire características próprias. Disputas de
poder ganham tons particulares quando os lados opostos são parentes. Da mesma forma,
o processo de sucessão segue critérios diferenciados. Para discutir assuntos como sucessão,
conferindo modernidade a um modo de gestão tradicional, a ESPM criou o Núcleo de Estudos
de Empresas Familiares e Governança Corporativa. Entre os trabalhos, são realizados cursos
e fóruns para a troca de ideias e experiências.
Estudos em marketing e finanças
O Núcleo de Pesquisas em Marketing e Finanças traz como metas centrais
desenvolver estudos científicos na área de marketing e finanças; pesquisar tendências e
inovações em marketing e finanças; promover atividades de pesquisa e estudos científicos de
marketing e finanças junto com alunos de graduação da ESPM; e estabelecer contribuições
para o constructo pedagógico da ESPM.
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65. Estudos de gestão estratégica de pessoas
Originado em 2008, o Núcleo de Estudos de Gestão Estratégica de Pessoas
tem o objetivo de oferecer a estudantes e empresas conteúdo relevante sobre o assunto,
contribuindo para a ampliação desse campo de conhecimento.
Estudos de negócios e relações internacionais (Sul)
Núcleo de debates com formadores de opinião com a finalidade de entender o
segmento e interagir com ele, fomentando, incentivando e desenvolvendo conhecimento na área
de relações internacionais por meio de atividades como pesquisas, estudos de caso, fóruns,
workshops, seminários, discussões e conferências.
Estudos de marketing para mercados de alta tecnologia
O Núcleo de Estudos de Marketing para Mercados de Alta Tecnologia revela a
intenção de ampliar esse campo de pesquisa, aproximando empresas e academia. Entre as
iniciativas, proporciona um curso de pós-graduação em Gestão Empresarial e Inovação Tecnológica.
Retail Lab - São Paulo
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66. Informação com foco
relatório sociocultural
A grande produção de conhecimento da ESPM é multiplicada pelas diversas publicações da Escola.
Conheça esse leque em que a informação é a palavra de ordem.
Revista da ESPM
Criada em 1994, a revista tem uma linha
editorial cobrindo os mais variados assuntos
relacionados à comunicação e aos negócios.
Com tiragem de 16,2 mil exemplares,
a publicação bimestral traz a cada edição
um tema atual como matéria central, uma
entrevista com um profissional atuante,
além de artigos e estudos do mundo
dos negócios.
Comunicação, Mídia e Consumo
A revista do Programa de Mestrado
em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM é editada pelos seus docentes
desde 2004. Dirigida a pesquisadores, professores e estudantes de graduação e
pós-graduação, a publicação quadrimestral, de distribuição gratuita,
promove discussões e debates sobre os processos comunicacionais e as suas
interações com o consumo. A cada edição, traz um dossiê sobre um tema premente,
com textos de especialistas nacionais e estrangeiros, além de seção de artigos
acadêmicos, entrevistas e resenhas de livros.
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67. ESPM 2010
InternexT
A InternexT, revista eletrônica de negócios internacionais da ESPM,
é uma publicação acadêmica, gratuita, dirigida a pesquisadores, professores, estudantes e empresários
interessados no tema. A revista contribui para a divulgação da produção da área, incentivando o debate e
disseminando o conhecimento e a discussão de temas relevantes.
ESPM+
Publicação trimestral com o objetivo de retratar as atividades
extracurriculares acontecidas nos diversos campi da ESPM, em São Paulo, Rio de
Janeiro e Sul, e promovidas ou apoiadas pela Escola.
Think
A publicação estimula a produção e a disseminação de conhecimento de alunos e professores
da ESPM, envolvendo assuntos como estratégia, marketing e comunicação. A revista inclui artigos
e estudos de casos, devido à sua importância no ensino de negócios.
Visão Institucional
É uma publicação emitida todos os meses, desde 2004, pela Diretoria Acadêmica da ESPM.
São documentos distribuídos entre o corpo docente e enviados aos pais e/ou responsáveis dos alunos de
graduação das unidades da ESPM. A temática variada tem sempre alguma ligação com o aprimoramento
do ensino, a passagem de valores éticos e a formação integral do aluno.
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69. ESPM 2010
P
reservação da história da propaganda, cursos extracurriculares, oficinas
de jingles, Núcleo de Imagem e Som (NIS), espetáculos de teatro, apresentações
de música e incentivo a projetos ligados à literatura e ao cinema. Esses são
apenas alguns exemplos da gama de atividades culturais oferecidas pela
ESPM com o objetivo de contribuir para a formação integral de seus alunos e
estimular a criatividade, a ética e a inovação nas diversas arenas da comunicação,
marketing e gestão empresarial. Juntas, as três unidades apresentam no palco de
suas prioridades agentes – professores, pesquisadores e artistas – responsáveis pelo
envolvimento e compromisso com estudantes e outros participantes da efervescência
e riqueza da vida acadêmica.
Ao reunir em suas salas de aula jovens com ótima bagagem cultural e de
grande potencial criativo, a Escola considera essencial dispor de meios para fomentar essas
características a fim de manter a excelência do ensino em suas áreas de atuação. Portanto,
muito além do conteúdo desenvolvido em cada disciplina da grade curricular, esses espaços
alternativos de aprendizado promovem a ampliação do universo do estudante.
Atenta não somente ao jovem, mas também à época que lhe serve de cenário,
a ESPM vive em constante processo de mudança e renovação. Daí a importância de valorizar
um ambiente rico em debate e diversidade, como o experimentado em seminários, congressos,
encontros informais, exposições e outros eventos ocorridos nas unidades de São Paulo,
Rio de Janeiro e Sul – são mais de 280 durante o ano. Ao ser bem-sucedida em sua missão,
a Escola beneficia não apenas futuros líderes e empreendedores de negócios, mas também as
demais parcelas da sociedade.
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