O documento descreve doenças ocupacionais causadas por exposição ao manganês e mercúrio, incluindo os sintomas e tratamentos do manganesimo e hidargirismo. O manganesimo pode causar sintomas semelhantes ao Mal de Parkinson devido à redução da dopamina no cérebro, enquanto o hidargirismo causa danos graves aos rins, fígado e sistema nervoso central. Ambas as intoxicações requerem afastamento da fonte e tratamento dos sintomas.
2. MANGANÊS
• Elemento mais abundante na crosta terrestre
• Encontra-se largamente distribuído em:
– Solos
– Sedimentos
– Rochas
– Água e materiais biológicos
• É importante para o *crescimento das plantas e
em funções vitais dos animais *superiores
• Também *aplicações industriais relevantes .
3. MANGANÊS
• As exposições ocupacionais
mais significativas ocorrem
pelos fumos e poeiras do
manganês
• Sendo o sistema
respiratório a principal via
de introdução e absorção
• O manganês também pode
ser absorvido ao longo de
todo o intestino delgado
quando veiculado na
alimentação.
Manganês em estado natural
4. MANGANÊS
• SISTEMA DIGESTIVO
• O Managanês em • A vitamina B1, não pode ser
metabolizada sem sua presença
pequenas
quantidades, é
essencial para o *ser
humano:
– Sistema digestivo • SISTEMA ESQUELÉTICO
• Juntamente com o cálcio, atua no
– Sistema esquelético processo de ossificação,
– Sistema nervoso produzindo ossos mais fortes
central
– Sistema reprodutivo
5. MANGANÊS
• SISTEMA NERVOSO • SISTEMA REPRODUTIVO
CENTRAL (SNC) – Papel principal na produção
• Necessário para que ocorram de hormônios sexuais e na
as sinápses entre SNC e produção dos
músculo (vice-versa) espermatozóides
– Sua quantidade é elevada
nos tecidos e líquidos
corporais
– E no sangue, esta ligado aos
eritrócitos (glob. Vermelho)
6. MANGANÊS
• No entanto, quando presente no
organismo em elevadas quantidades pode
causar efeitos tóxicos a diferentes níveis,
sendo os mais preocupantes a nível do
Sistema Nervoso Central (SNC).
7. NO AMBIENTE
• Como metal, o manganês é similar ao ferro nas
suas propriedades físico-químicas
• Apresenta-se como um mineral, óxidos,
carbonatos, fosfatos e silicatos
• De entre o grande número de compostos de
manganês destacam-se os sais: manganatos e
permanganatos
– Permanganatos: muito usado pelas suas
propriedades oxidantes e desinfectantes
8. NAS INDÚSTRIAS
• 95% do manganês utilizado industrialmente é
consumido na indústria metalúrgica, sobretudo
na redução do aço
• Produção e uso de fertilizantes, fungicidas,
como secantes em tintas e vernizes
• Fabricação de pilhas secas
• Na produção de vidros, cerâmica e
• Produtos farmacêuticos.
9. ETIOLOGIA
• A absorção do manganês no corpo
humano ocorre por duas vias:
– Via Respiratória (maior incidência)
– Via Digestiva
• No entanto, à maior exposição ao
manganês pela dieta
• A via digestiva tem uma importância
acrescida na maioria das pessoas
10. ETIOLOGIA
• Via Respiratória
– Absorção e depósito das partículas na porção
superior e porção inferior, conforme o tamanho das
partículas
• Via Digestiva
– Através da ingestão de alimentos.
– Sua absorção e deposição irão depender do *nível
de ferro no organismo
– Baixos níveis de ferro, implicam no aumento da
absorção do manganês
11. FISIOPATOLOGIA
• Após absorção, este encontra-se mais
concentrado nos pulmões, seguido do fígado,
rins e baço
• Independente da via e dose administrada
• A via digestiva, apresenta maior quantidade
devido a homeostase, para manter o equilíbrio
no organismo
• No SNC, não excede 1% de todo total inalado
12. FISIOPATOLOGIA
• Quando ocorre ingestão, o fígado atua retirando
rapidamente o manganês do sangue
• Excretando-o para a bílis e posteriormente
eliminando-o pelas fezes
• O restante que fica retido no fígado e na via
respiratória, retorna para corrente sanguínea, se
liga aos eritrócitos; segue para os outros
tecidos, inclusive para o SNC que é o órgão alvo
• No SNC, o mecanismo de retirada
(clearance/limpeza) do produto é lenta,
implicando no depósito do manganês nas vias
nervosas
13. FISIOPATOLOGIA NO SNC
• Após instalada a partícula de manganês
• Ocorre uma *oxidação do manganês na
*substância negra
• Implicando na distribuição da dopamina
• DOPAMINA: *neurotransmissor da *adrenalina e
*noradrenalina
• Com a diminuição da dopamina, pode causar
*toxidade como sintomas que se comparam
com mal de *Parkinson
• *Sintomas Parkinsonianos ou Parkinsonismo
14. PARKINSONISMO
• O Parkinsonismo pode ser causado por diversas
outras doenças idiopática (causa descolnhecida)
• Secundária à outras manifestações
• Acometendo pessoas de todas as idades e
sexos
• Caracterizada por tremor de intenção,
hipocinesia, rigidez e instabilidade postural
• Reversível se a exposição terminar após
esta primeira fase (sintomas iniciais)
15. DOENÇA DE PARKINSON
• Ou mal de Parkinson é • Os neurônios cessam a
caracterizada por uma liberação de dopamina
desordem progressiva do • Envolvendo outras estruturas
movimento devido à disfunção produtoras de *serotonina,
dos neurônios *noradrenalina e *acetilcolina
• Seu surgimento irá depender • A pessoa com Parkinson pode
degeneração dos neurônios apresentar tremores, rigidez dos
(substância negra) músculos, dificuldade de
caminhar, dificuldade de se
equilibrae e de engolir. Como
esses neurônios morrem
lentamente, esses sintomas são
progressivos no decorrer de
anos.
• Tremor de repouso,
*bradicinesia e rigidez,
*micrografia e *acinesia
16. SINAIS E SINTOMAS
INICIAIS
• Que podem durar por até 3 meses
– *Excitação psicomotora
– Irritabilidade
– Déficit de memória e dificuldade de concentreação
– Insônia
– *Anorexia
– Salivação
– *Perturbações do discurso
– Diminuição da libido e
– Comportamentos compulsivos
17. SINAIS E SINTOMAS TARDIOS
• *Dermatite
• Infertilidade
• Diminuição do
crescimento e distúrbios
ao nível do esqueleto (no
caso das crianças)
• *Aterosclerose
• Disfunção pancreática
• Aumento da pressão
sanguínea
Aterosclerose
(placa de ateroma)
18. SINAIS E SINTOMAS
TARDIOS
• Redução da função imune
• *Ataxia
• *Distonias
• *Hipertonia muscular
• Perda das expressões faciais
• Anormalidades nas *mitocôndrias
19. SINAIS E SINTOMAS
• Os episódios mais frequentes entre os
trabalhadores mineiros do que em
indivíduos afetados pelo envenenamento
industrial
– Alucinações
– Delírios e
– Comportamento compulsivo
20. PREVENÇÃO
• Reduzir a exposição ao mineral
• Uso de EPIs
• Após detectado os primeiros sinais, prevenção é
feita por exames neurológicos específicos e por
meio de dosagem de manganês na urina
• A incidência de trabalhadores apresentando os
sintomas, requer uma reavaliação do ambiente
de trabalho e reavaliação do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
22. MERCÚRIO
• A jazida mais importante
de mercúrio é o *cinábrio
• E também com jazidas
de carvão mineral
• Existe na forma líquida à
temperatura ambiente, é
volátil e liberta um gás
– o vapor de mercúrio
• Podendo permanecer na
atmosfera por um longo
período de tempo, onde
sofre oxidação e origina
os compostos
inorgânicos (mercurosos
e mercúricos)
23. MERCÚRIO
• O mercúrio é obtido pela combustão do
seu sulfeto ao ar livre
• Seu uso industrial é bastante amplo
podendo ser usado em:
– Termômetros
– Barômetros
– Lâmpadas
– Medicamenteos
– Corantes, entre outros.
24. HIDRARGIRISMO
• É uma intoxicação mais severa e aguda pelo
mercúrio
• Após exposição intensa ou prolongada dos
vapores de no processo de trabalho
• Apesar de menos pronunciada do que as
alterações causadas pelo chumbo, alterações
significativas têm sido observadas em casos de
exposição ocupacional ao mercúrio, por causar
uma desordem neurológica
25. ETIOLOGIA
• O trabalhador que lida com o mercúrio metálico
é o mais exposto aos vapores invisíveis
despreendidos pelo produto
• São aspirados sem que a pessoa perceba e
entra no organismo através do sangue,
instalando-se nos órgãos ou por ingestão
26. FISIOPATOLOGIA
• Uma vez absorvido, o mercúrio é passando ao
sangue, é oxidado e forma compostos solúveis, os
quais se combinam com as proteínas sais e *álcalis
dos tecidos
• Os compostos solúveis são absorvidos pelas
mucosas
• Os vapores por via respiratória e
• Os insolúveis pela pele e pelas glândulas sebáceas
• Interferindo no metabolismo e função celular pela
sua capacidade de inativar as enzimas, deprimindo
o mecanismo enzimático celular
27. FISIOPATOLOGIA
• A medida que o • Rins (oligúria)
mercúrio passa ao • Fígado e sangue
sangue, liga-se as
• Medula óssea
proteínas do plasma
e nos *eritrócitos • Parede intestinal
distribuindo-se pelos • Parte superior do
tecidos aparelhos respiratório
• Agindo como veneno mucosa bucal
• Provocando • Glândulas salivares
desintegração de • Cérebro
tecidos • Ossos e Pulmões
28. SINAIS E SINTOMAS
• Os sinais e sintomas de acordo com o
nível de intoxicação, aguda e crônica
• Os danos causados pelo mercúrio são
graves e em grande parte dos casos
permanentes
29. SIANIS E SINTOMAS
• Intoxicação aguda
-- Dor intensa
– Vômitos (podem ser até sanguinolentos)
– Sangramento nas gengivas
– Sabor metálico na boca
– Ardência no aparelho digestivo
– Diarréia grave ou sanguinolenta
– *Estomatite
– *Glossite
– Tumefação da mucosa da gengiva
– Nefrose nos rins
– Problemas hepáticos graves
– Pode causar até morte rápida (1 ou 2 dias)
31. SINAIS E SINTOMAS
• Intoxicação Crônica
– Transtornos digestivos
– Transtornos nervosos(irritação, cefaléia)
– *Caquexia
– Salivação
– Mau hálito
– Inapetência
– Anemia
– Hipertensão
– Afrouxamento dos dentes e queda
– Problemas no sistema nervoso central
– Transtornos renais leves
– Possibilidade de alteração cromossômica
32. PREVENÇÃO E TRATAMENTO
AGUDO
• Lavagem gástrica, usando-se água
albuminosa ou leite de magnésia. Dar
laxante e eméticos. Pode-se usar água
morna com fármacos para induzir ao
vômito
• Ou antídoto específico
33. PREVENÇÃO E TRATAMENTO
CRÔNICO
• Afastar o paciente do local ou fonte de
intoxicação
• Manter nutrição por via endovenosa ou oral
• Tratar a oligúria
• Fazer terapia de sustentação e substâncias
queladoras
• A incidência de trabalhadores apresentando os
sintomas, requer uma reavaliação do ambiente
de trabalho e reavaliação do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)