2. Unidade 5 – Os Grandes Biomas
Terrestres e Aquáticos
3. Tópicos Abordados
• Florestas
• Campos e campinas
• Desertos e tundras
• Ambientes de água doce
• Ambientes marinhos
• Ambientes de transição
4. Os Grandes Biomas
Terrestres e Aquáticos
Nas unidades anteriores foi introduzida uma
abordagem relacionada ao estudo das
populações, das comunidades e do
funcionamento dos ecossistemas. Igualmente
importante é o estudo das formas, do clima e
das comunidades biológicas que vivem sobre a
Terra, formando a ecosfera.
5. Os Grandes Biomas
Terrestres e Aquáticos
No ambiente terrestre as plantas
compõem um importante componente da
paisagem. Assim, os tipos de ecossistemas
podem ser identificados e classificados
como regiões bióticas ou biomas, com
base na vegetação madura.
6. Os Grandes Biomas
Terrestres e Aquáticos
Já no ambiente aquático, como os
rios, lagos e oceanos, os tipos de
ecossistemas são mais facilmente
identificados pelas características
físicas.
11. Os Grandes Biomas
Terrestres e Aquáticos
Dois fatores são fundamentais para determinar as
áreas de ocorrência dos biomas: a pluviosidade
(chuvas) e a temperatura. Altas temperaturas somadas
com elevado índice pluviométrico contribuem para que
um ecossistema terrestre tenha maior biodiversidade,
e este conjunto é particularmente encontrado próximo
à região do Equador, entre os trópicos, nas regiões
chamadas de tropicais.
12. Os Grandes Biomas
Terrestres e Aquáticos
Relembrando...
Bioma: conjunto de diferentes ecossistemas caracterizado por um tipo de
vegetação predominante e clima particular, como florestas tropicais, por
exemplo.
Ecossistema: consiste da interação entre a parte viva (comunidades de
organismos) e da parte não viva (água, ar e solo) em um dado local.
Habitat: conceito usado em ecologia que inclui o espaço físico e os fatores
abióticos que condicionam um ecossistema e por essa via determinam a
distribuição das populações de determinada comunidade.
14. Florestas
A taiga ou floresta de coníferas correspondem a um
bioma com vegetação de árvores perenifólias (árvores
com folhas que não caem) e folhas aciculadas (folhas
com formato de espinho, como nos pinheiros). As
temperaturas nos biomas de taiga são baixas (próxima a
0 °C), apresentando-se amenas no verão (5 °C) e mais
rigorosas no inverno (abaixo de -10 °C).
15. Florestas
As árvores apresentam
formato de cone, por
isso coníferas, o que é
uma adaptação à neve,
uma vez que este
formato evita o acúmulo
de gelo na sua copa.
16. Florestas
As florestas decíduas temperadas estão localizadas
em áreas com precipitação abundante e
uniformemente distribuída. Uma vez que as árvores e
arbustos perdem as suas folhas durante parte do ano
(decíduas), o contraste entre inverno e verão é grande.
A temperatura média anual é de 10 °C. No inverno
podem chegar a 0 °C.
17. Florestas
A floresta tropical úmida ocorre em regiões de clima
tropical com temperatura média de 30 °C e precipitação
que pode chegar a 4000 mm ao ano. Corresponde ao bioma
mais produtivo do ambiente terrestre. A variação entre o
inverno e verão é menor do que a variação entre a noite e
o dia. A floresta é altamente estratificada
e com grande número de espécies.
18. Florestas
A Floresta Amazônica brasileira é uma típica floresta
pluvial de planície, com chuvas bem distribuídas ao longo
do ano. É um ecossistema fechado, relativamente, que se
mantém vivendo dos próprios resíduos gerados, uma vez
que os nutrientes estão conservados nas próprias plantas.
A Floresta Amazônica ocupa
6 milhões de km2
, mais da
metade do território brasileiro.
19. Florestas
Também no Brasil, existe um belo exemplo de floresta tropical
sazonal: a Mata Atlântica. Ela ocorre em climas tropicais
úmidos com uma estação pronunciadamente seca, durante a
qual algumas ou todas as árvores perdem suas folhas. É dividida
em floresta pluvial de montanha (800 à 1700 m de altitude) e
floresta pluvial baixo-montanha (300 à 800 m). A Mata Atlântica
é o ecossistema brasileiro que mais sofreu com o desmatamento
causado pela expansão agrícola.
20. Florestas
Ocorre ainda no Brasil a mata dos cocais, também
chamado de babaçual, pela predominância da
palmeira babaçu, resistente ao fogo e derivada da
devastação da floresta tropical. Na região sul do Brasil
ocorrem diversos tipos de comunidades florestais de
pinheiros, também
conhecidos
por araucária.
21. Campos e Campinas
Os campos temperados ou pradarias ocorrem onde a
precipitação é intermediária entre os desertos e das florestas,
estando entre 250 e 750 mm ao ano e temperaturas baixas.
Predominam gramíneas com raízes que podem se estender até
a 2 m de profundidade neste bioma. As maiores áreas de campo
estão localizadas no interior do continente norte-americano, na
Eurásia, na América do Sul
(Pampas Gaúchos) e na Austrália.
22. Campos e Campinas
Já os campos tropicais e as savanas ocorrem em regiões
quentes, porém com um ou dois períodos de seca pronunciados.
A precipitação anual pode variar de 1.000 a 1.500 mm. A
vegetação é constituída de campos de gramíneas com árvores
espalhadas, que devem ser resistentes às secas e incêndios. Os
maiores campos tropicais ocorrem no centro do continente
africano. Podem também ser encontrados na Austrália e na
América do Sul. A diversidade de espécies nos campos é menor
do que nas florestas tropicais adjacentes.
23. Campos e Campinas
No Brasil, o bioma de campos tropicais é
representado pelo Cerrado. A sua estrutura é
caracterizada por dois estratos peculiares: um
estrato arborescente, de pequenas árvores
tortuosas e outro estrato baixo, formado de
gramíneas, subarbustos
e arbustos.
24. Desertos e Tundras
Os desertos correspondem a regiões com baixa
precipitação ou distribuída de forma irregular.
Em geral, recebem menos de 250 mm de chuva
anualmente. Os únicos lugares que recebem
pouca ou nenhuma chuva são o centro do Saara
e o norte do Chile.
25. Desertos e Tundras
Há três formas vegetais adaptadas ao deserto: as
plantas anuais (crescem apenas quando há umidade
suficiente), as suculentas (cactos que armazenam
água) e os arbustos de deserto (apresentam uma
característica singular de eliminarem antibióticos que
evitam o crescimento de outras plantas na sua
proximidade para reduzir a competição).
27. Desertos e Tundras
É conveniente reconhecer que existem desertos quentes e
frios. Os animais também apresentam adaptações de várias
maneiras, tornando-se à prova d´água, através de pele
impermeável, urina concentrada e permanecendo
protegido do sol durante o dia.
Nome Extensão (km²) Localização Tipo
Saara 8.600.000 Norte da África Quente
Gobi 1.300.000 Mongólia Frio
Kalahari 930.000 Sudoeste da África Quente
Patagônia 673.000 Sul da Argentina Frio
Rub al-Khali 650.000 Península Arábica Quente
28. Desertos e Tundras
A caatinga brasileira designa um mosaico de vegetação
composto por xerófitas, decíduas com vegetais lenhosos,
cactos e bromélias (espinhosos ou aculeados). Ocorrem
onde as condições de umidade são intermediárias entre o
deserto e a savana (ou campos tropicais). Caatinga significa
mata branca, pelo aspecto claro e espinhoso dos troncos
das árvores ao perderem as
folhas.
29. Desertos e Tundras
Ervas e capins só vegetam no curso da época chuvosa.
O solo é argiloso, vermelho, por vezes arenoso, com
afloramentos de rochas cristalinas. Em outras regiões é
raso e compacto formando uma superfície de fácil
erosão pela água. Há uma longa estação seca com
chuvas torrenciais e irregulares,
caracterizando-se pela alta
evaporação.
30. Desertos e Tundras
A tundra corresponde a um bioma localizado
entre as florestas de coníferas e a calota de gelo
polar no hemisfério norte. Ocupa uma extensa
faixa de 2 milhões de hectares de terra. A
vegetação é esparsa, composta por liquens e
gramíneas sujeitas a baixas temperaturas e
curtas épocas de crescimento.
31. Desertos e Tundras
As baixas temperaturas e as curtas épocas de
crescimento são os principais fatores limitantes à vida.
O solo profundo permanentemente congelado é
chamado de permafrost e pode alcançar centenas de
metros em algumas regiões. Ao se derreter no verão,
reduz-se de 0,5 à 2 m, tornando a superfície do solo
pantanosa, uma vez que as águas não são absorvidas
pelo solo congelado.
32. Ambientes de Água Doce
Plâncton, nécton e bentos são os grupos de organismos
que compõem os ecossistemas aquáticos. O plâncton
compreende os seres encontrados na região superficial
da água e são arrastados por ela. O plâncton é composto
pelo fitoplâncton (algas microscópicas) e zooplâncton
(organismos heterótrofos,
herbívoros e carnívoros).
33. Ambientes de Água Doce
O néustron e o pléuston são os organismos microscópicos e
macroscópicos, respectivamente, que vivem na lâmina d
´água. O nécton é o grupo de organismos adaptados à
natação, representados pelos crustáceos, peixes e por
diversos moluscos. Os bentos são formados por seres
rastejantes ou sésseis que habitam a região do fundo, como
algumas espécies de moluscos,
diversas classes de equinodermos e
34. Ambientes de Água Doce
A água doce ou limnociclo é subdividida em água
parada, ou lêntico (lagos e lagoas), água corrente, ou
lótico (riachos e rios) e alagados, onde há flutuação do
nível de água (pântanos e brejos). No ecossistema
lêntico, a disponibilidade de nutrientes, ou a produção
primária, depende da natureza química da bacia
hidrográfica e de importações de riachos ou da terra.
35. Ambientes de Água Doce
Zona eufótica compreende à região até onde a luz
consegue penetrar. O limite entre esta região a zona
afótica (sem luz) é chamada de ponto de
compensação, onde a produção primária (fotossíntese)
e a respiração são equivalentes. Eulitoral corresponde
à região de interface solo-água e o sublitoral à região
adjacente em direção à região profunda.
37. Ambientes de Água Doce
No ecossistema de água corrente, ou lótico, os fatores
que favorecem a produtividade primária são a menor
velocidade da corrente das águas, o intercâmbio entre
a terra e a água e a uniformidade de distribuição do
oxigênio. Distinguem-se uma área de cabeceira, com
corredeiras e com fundo firme, e área de remanso,
com águas mais profundas, velocidade da corrente de
água mais reduzida e com fundo mole.
39. Ambientes Marinhos
O ambiente marinho compreende ao ambiente
de água salgada ou também chamado de
talassociclo. Corresponde às águas salgadas que
formam os mares e os oceanos.
40. Ambientes Marinhos
Pode ser dividida em regiões:
– Zona litorânea (praias e costões rochosos). Está exposta aos efeitos
causados pelas marés.
– Zona nerítica (“mar raso”) e Zona pelágica ou alto mar. Representa a
porção marinha mais importante em termos de produção de nutrientes e,
consequentemente, em número e em diversidade de espécies.
– Zona abissal (profunda). Não há penetração de luz, consequentemente,
não há produtores. Todo alimento provém das camadas superiores.
41. Ambientes Marinhos
Algumas características importantes do ecossistema
marinho compreendem a sua dimensão, pois ocupa
70% da superfície terrestre e à existência de vida em
todas profundidades. No entanto, a maior densidade
de vida ocorre às margens dos continentes e das
ilhas, e na plataforma continental, sendo os
nutrientes o fator limitante da vida.
42. Ambientes Marinhos
A temperatura, a salinidade e a profundidade são
as principais barreiras ao movimento dos organismos
marinhos no ambiente marinho. A circulação da água
é constante, criando correntes superficiais movidas
pelo vento e correntes profundas que ocorrem por
causa de variações na temperatura e salinidade (que
criam diferenças de densidade).
43. Ambientes de Transição
O ambiente de transição (ou biomas de transição), como
o nome diz, está em trânsito entre o ecossistema terrestre
e o aquático, ou entre o ambiente de água doce e salgada,
ou melhor, representa a passagem de um ecossistema
para outro. O ambiente em transição pode conter
características e organismos oriundos dos ecossistemas
adjacentes. São exemplos de ambientes de transição os
estuários, as dunas, os manguezais e as praias.
44. Ambientes de Transição
Estuários referem-se a um corpo
semifechado de água, como uma
foz de rio ou baía costeira, em
que a salinidade é intermediária
entre água salgada e doce. A
ação da maré é determinante
para a produtividade destes
ecossistemas.
45. Ambientes de Transição
Os manguezais compreendem ambientes de transição
entre o ambiente de água doce e marinho. A espécie
vegetal característica é o mangue, a qual tolera a salinidade
ao mar aberto. Os manguezais são áreas altamente
produtivas, abrigando grande diversidade de espécies de
animais e uma intensa cadeia decompositora, fornecendo
nutrientes para os organismos.
46. Ambientes de Transição
Os ecossistemas alagados são definidos como
qualquer área coberta com água doce onde ocorre
flutuação do nível de água. O fator que determina a
produtividade e a composição de espécies é o
hidroperíodo, ou seja, a periodicidade das flutuações
do nível da água. As condições de flutuações na coluna
de água agem aumentando a produtividade no
ecossistema.
47. Ambientes de Transição
O pantanal corresponde à área alagada mais representativa do Brasil.
É uma planície atravessada pelo rio Paraguai onde há um mosaico de
vegetação, variando de espécies submersas de comunidades aquáticas
a plantas mesófitas e xerófitas, muito semelhante à da caatinga. Em
lugares chamados cordilheira, onde não inunda, há matas e cerrados.
Durante o período de chuvas, que se concentram entre outubro e
março, aumenta o volume das águas
do rio Paraguai cobrindo toda
planície do pantanal.
49. Exercícios
1 – Quais os fatores que favorecem a produtividade nos
ecossistemas aquáticos lênticos e lóticos?
2 – Onde é encontrada a maior produtividade no
ambiente marinho?
3 – Fale dos principais biomas terrestres.
4 – Como é dividido o ambiente marinho?
5 – Qual a importância do hidroperíodo para as áreas
alagadas?
Notas del editor
A Eurásia é a extensão de terra que forma em conjunto a Europa e a Ásia.
O deserto de Atacama está localizado na região norte do Chile até a fronteira com o Peru. Com cerca de 1000 km de extensão, é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo, pois chove muito pouco na região, em consequência de as correntes marítimas doOceano Pacífico não conseguirem passar para o deserto, por causa de sua altitude.
A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro. Engloba os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais.
Talassociclo: subdivisão da biosfera que inclui os ecossistemas marinhos.